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Tecnologia em Processos gerenciais Economia ElasticidadEs 8 Economia ElasticidadEs ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Compreender a sensibilidade dos preços com relação à demanda. COmpetênCias Formular e analisar preços. Habilidades Explicar a sensibilidade dos preços dentro de uma economia (ou seja, a habilidade a ser desenvolvida no aluno é a capacidade de “explicar a sensibilidade dos preços dentro de uma economia”). ApresentAção Prezado aluno, nesta Unidade falaremos de um assunto muito importante dentro da realidade de uma empresa: Preços. Mas, não é tão simples assim, pois sabemos que preços são sensíveis a um aumento ou diminuição da demanda ou da renda. E como é a sensibilidade ao aumento ou diminuição de preços de determinados produtos. Nesta Unidade de Aprendizado iremos discutir esse assunto usando para isso o conceito de elasticidade. Como você já sabe a quantidade demandada de uma determinada mercadoria depende de uma série de fatores. Entre esses fatores, um dos mais relevantes é o preço da mercadoria. O conceito de elasticidade nada mais significa do que sensibilidade, ou seja, cada produto tem sua sen- sibilidade específica em relação à variação dos preços e da renda. Está preparado? pArA ComeçAr Qual preço muda mais, aquele que foi alterado com o deslocamento da curva de demanda, por exemplo, no mercado de sal ou do mercado de carros? Iremos nesta UA discutir esse assunto através do conceito de elasticidade. Como vimos até agora nas outras Unidades vive- mos em uma economia capitalista. Isso significa que na maioria dos casos (com exceção de monopólios muito fortes) existe uma relativa liberdade dos produ- tores de serviços e bens das mais variadas naturezas em formular seus preços, porém existe um limite para a formação dos preços imposto pelo próprio mercado, afinal vivemos em um mercado de livre concorrência. Economia / UA 08 Elasticidades 4 Para a teoria econômica elasticidade significa sensibilidade, ou seja, cada produto tem sua sensibilidade específica em relação à variação dos preços e da renda. Então concluímos que o consumo dos produtos não varia na mesma proporção da variação dos preços, assim há produtos que variam mais do que a variação dos preços, os que variam menos e os que simples- mente não variam. É necessário lembra-nos dos conceitos básicos da curva de demanda. A quantidade demandada de uma determinada mercadoria depende de uma série de fatores. Entre esses fatores, um dos mais relevantes é o preço da mercadoria. Quando o preço de uma mercadoria aumenta, mantidos constantes outros fatores, A quantidade demandada da mesma diminui, uma vez que um preço mais elevado. Constitui um estímulo para que os compradores da mercadoria eco- nomizem seu uso. FundAmentos elastiCidade-preçO da demanda Podemos dizer de maneira simples que elasticidade é uma alteração percentual em uma variável dada uma variação percentual em outra variável. Seria como medir a sensibilidade de uma variável em função de outras variáveis. Quando falamos em elasticidade-preço da demanda é a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual do bem. Mede a resposta dos consumidores quando ocorre uma varia- ção do preço de um bem ou serviço. O valor numérico da elasticidade-preço da demanda é formado pela disponibilidade dos bens substitutos, a essencialidade do bem, a importância relativa do bem no orçamento e também podemos levar em conta a quantidade de tempo. Quanto mais substitutos tiverem um determinado bem, mais elás- tica será a demanda, dado um aumento de preços, pois assim o con- sumidor tem mais opções. Quanto mais essencial for um bem mais inelástica será sua procura, pois não há muitas opções para fugir do aumento de preços. A importância relativa do bem no orçamento é dada pela proporção Economia / UA 08 Elasticidades 5 de quanto o consumidor gasta no bem em relação a sua despesa total. Quanto maior o peso no orçamento, maior a elasticidade. Dependendo do tempo disponível o consumidor pode ter um maior intervalo para descobrir formas de substituição de um determinado produto se o preço aumentar (VICENCONTI, 2009). Como vimos cada produto tem sua sensibilidade específica em rela- ção aos preços, para fazermos essa determinação existem cálculos. O cálculo da elasticidade mostra como a demanda reage com relação à alteração de preço, ou seja, mede a relação percentual da demanda de um bem e a variação percentual de seu preço. atEnção Elasticidade é o tamanho do impacto que a alteração em uma variável (ex.: preço) exerce sobre outra variável (ex.: demanda). Através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma resposta em relação à mudança de preços – demanda cai quando o preço sobe, oferta aumenta quando o preço sobe etc. – mas não informa o quanto mais os consumidores demandarão ou os produto- res oferecerão. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pes- soas frente a mudanças em variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns bens os consumidores reagem bastante quando o preço sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o preço sobe ou desce. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é inelástica. Do mesmo modo os produtores também têm suas rea- ções e a oferta pode ser elástica ou inelástica (VASCONCELLOS, 2008). 1. a elastiCidade-preçO da demanda (ed) A elasticidade-preço da demanda (Ed) mede a reação dos consumido- res às mudanças no preço. Essa reação é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na quantidade demandada dividida pela mudança percen- tual no preço. Ou seja, Ed = variação percentual na quantidade demandada/mudança per- centual no preço. Economia / UA 08 Elasticidades 6 concEito EPD = Variação Percentual de Q Variação percentual de P Sendo EPD elasticidade da demanda, Q quantidade e P preço. Sendo que EPD é a elasticidade-preço demanda, Q é a quantidade e P é o preço, quais são os fatores que influenciam o grau de elasticidade- -preço da demanda? (PARKIN, 2009) Obs.: aqui não consideraremos a questão do horizonte de tempo. 1. A utilidade do bem: dependendo da sua utilidade o bem tende a ser inelástico, ou seja, se um produto é essencial para o consumidor, se os seus preços vierem a aumentar o seu consumo irá diminuir bem pouco, o contrário também é verdade, se o preço diminuir aumentará pouco o seu consumo, aqui estão produtos como gêneros alimentícios, saúde, roupas etc. 2. Disponibilidade de bens substitutos: dependendo da disponibili- dade de bens substitutos no mercado o bem tende a ser elástico, ou seja, se houver substitutos do bem em questão, o consumidor poderá então reagir adquirindo os bens substitutos, não devemos esquecer, porém que existem produtos que não tem substitutos dessa forma o consumidor continuará a consumir o bem que aumentou de preço. 3. Impacto sobre o orçamento: quanto menor o preço de um bem, ou seja, menor for o seu peso dentro do orçamento, menos elástico ele será como é o caso do sal que é essencial, mas custa muito pouco, isso quer dizer que a demanda do sal é insensível a elevação de preço, portanto é inelástica, e vice-versa quanto maior for o produto de um bem a sua demanda será afetada, então mais elástico ele será como, por exemplo, o preço dos imóveis. Se uma demanda é elástica: isso significa que uma diminuição no preço provoca um aumento mais do que proporcional na quantidade demandada o que faz com que aumente a receita total (e vice-versa). Se a demanda for inelástica: uma diminuição do preço provoca um aumento menos do que proporcional à quantidade demandada, o que faz a receita total diminuir (e vice-versa). Economia / UA 08 Elasticidades 7 Demanda com elasticidade unitária: quando há uma redução ou aumento do preço e a receita total permanece inalterada. (PARKIN, 2009). Então: EPD= ΔQ/Q , ou seja, Variação % da quantidadeΔP/P Variação % do preço Exemplo: suponhamos que um produto x custava $ 100,00 e nesse preço a quantidade vendida era de 120 unidades, com um aumento de preço para $ 150,00 passou a vender 80 unidades: EPD= 80-120/80 = 0,5/0,33 = 1,51 150-100/150 Essa fórmula serve para calcular a elasticidade-preço da demanda no “ponto” da curva significando que ela é válida apenas para pequenos movimentos. atEnção Dizemos então: Quando a demanda é elástica EPD >1 Quando a demanda é inelástica EPD < 1 Quando a elasticidade é unitária EPD = 1 Existe também a possibilidade de medir a elasticidade no arco da curva de demanda, isso deve ser feito usando-se a média de dois preços e a média de duas quantidades. EPD= ΔQ/QA + QB = ΔQ × (PA + PB) ΔP/PA + PB ΔP (QA + QB) → Se o resultado for maior que 1, a demanda é elástica. → Se o resultado for menor que 1, a demanda é inelástica. EPD = ΔQ/ΔP × (PA + PB)/(QA + QB) = 50/1 x 6 +5/50 +100 = 3,67 = Demanda elástica EPD = ΔQ/ΔP × (PF + PG)/(QF + QG) = 50/1x 4+ 3/250 + 300 = 0,27 = Demanda inelástica Economia / UA 08 Elasticidades 8 Isso quer dizer que um mesmo produto não tem ao longo do tempo sempre o mesmo comportamento, a um determinado momento ele pode ser elástico, inelástico ou unitário: Por exemplo, sabemos que os sapatos são um produto inelástico, ou seja, um aumento no seu preço não afetará sua demanda, já que todos precisam de sapatos, porém se esse aumento do preço for exa- gerado, as pessoas consumirão menos sapatos, tornado esse produto de comportamento unitário, ou mesmo elástico (PASSOS, 2002). 2. elastiCidade-renda da demanda É a medida de quanto a quantidade demandada de um bem varia em relação ás variações da renda dos consumidores. A Elasticidade-Renda da demanda mede a variação percentual da quantidade de mercado- rias compradas resultante de uma variação percentual na renda do consumidor (VASCONCELLOS, 2008). Essa é outra forma importante de ver o comportamento dos preços, então vamos lá: atEnção ER = ΔD/ΔR, sendo ER elasticidade-renda, ΔD é variação da demanda e ΔR variação da renda. Classificação dos bens: a. Bem Normal: ER> 0 ER = var% q > 0 var% r Um aumento da renda leva ao aumento da demanda, é o caso de bens normais, ou seja, o consumo cresce quando a renda aumenta. Um aumento de renda aumenta o consumo de determinados pro- dutos. Exemplo: consumo de carne. Ou seja, os aumentos da renda estimulam as compras de todos os bens normais. b. Bem superior: ER>1 ER = var% q > 1 var%r Economia / UA 08 Elasticidades 9 Os bens de luxo são altamente elásticos em relação a renda. por exem- plo, joias, iates, limusines, bolsas de grifes etc. c. Bem Inferior: ER<1 ER = var% q <1 var%r Uma elevação na renda traz como consequência uma queda na quan- tidade demandada, por exemplo: carne de segunda, feijão (que parece diminuir quando aumenta a renda de uma família). d. Bem de consumo saciado: ER=0 ER= var% q = 0 var%r Nesse caso, o consumo não se altera quando aumenta ou diminui o nível de renda. É o caso do consumo de papel higiênico. 3. elastiCidade-preçO CrUzada da demanda A elasticidade-preço cruzada da demanda mede a variação percentual na quantidade demandada de um bem resultante da variação percen- tual no preço de outro bem. É a medida de o quanto varia a demanda por um bem em resposta a uma variação de preço de outro bem. Por exemplo, se há um aumento de 30% da energia elétrica pode levar a uma queda de 10% da venda de chuveiros elétricos. A elasticidade-preço da demanda cruzada pode ser positiva quando medida entre bens substitutos, negativa entre bens complementares e igual a zero quando entre bens independentes. Por exemplo: um preço do bem y aumentou de $ 20,00 para $ 30,00, eleva a quantidade demandada do bem x de 20 para 40 (PAS- SOS, 2002). Se um bem x : Δ qy qy E um bem y: Δ qy qy Δ q x = 40-20 = 20 Δ p y = 30,00-29,00 = 10,00 Economia / UA 08 Elasticidades 10 então: Exy = Δqx : Δ qy = 20/20: 10,00/20,00 qx qy EXY = 2 Nesse caso, a elasticidade-cruzada da demanda foi positiva, por- tanto trata-se de bens substitutos. A elasticidade-cruzada da demanda pode ser classificada em: a. Bens substitutos: EXY > 0 Por exemplo: óleo de soja e óleo de milho, manteiga e margarina etc. b. Bens complementares: EXY < 0 Por exemplo: arroz e feijão, café e leite etc. c. Bens independentes: EXY = 0 Por exemplo: roupa e calculadoras, carro e geladeira etc. Como pode ser verificado ao longo desta Unidade, se após uma aná- lise verificarmos que há necessidade de aumentarmos os preços de um produto qualquer produzido pela nossa empresa devemos veri- ficar não só a possibilidade de reduzir, por exemplo, nossos custos, mas também devemos fazer um análise da elasticidade desse bem. Se por exemplo verificarmos que esse produto (através do cálculo de sua elasticidade) é muito sensível a uma elevação de preços, obviamente não poderemos usar essa estratégia para eventualmente aumentar- mos nossos lucros, ou até mesmo diminuirmos nossos prejuízos. Por outro lado, se verificarmos através do cálculo de elasticidade que um aumento de preços não resultará na queda da demanda, o aumento de preços poderá então ser uma estratégia segura de elevação dos lucros da empresa. Podemos até considerar a venda de um produto inviável, se chegar- mos à conclusão de que é fundamental para evitar maiores prejuízos a elevação de preço de um determinado bem. Porém se ao calcularmos a elasticidade desse produto verificamos que ele é extremamente sen- sível a um aumento de preços, e que a redução de custos de produção é impossível, podemos concluir que há uma grande probabilidade que a produção desse produto ser inviável para a empresa. antena pArAbóliCA Leia esta notícia sobre aumento dos medicamentos: Preço dos medicamentos poderá sofrer reajuste de até 6% a partir de abril1 Medicamentos com preços controlados pelo governo deve- rão sofrer um reajuste que varia de 3,54% a 6,01%, depen- dendo da categoria a que pertencem, a partir do dia 31 de março de 2011. Será o maior porcentual de aumento desde 2006. Os valores foram calculados a partir de resolução publicada recentemente pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no Diário Oficial, com normas para o aumento. Os novos preços terão de ser mantidos até março de 2012. As regras valem para cerca de 20 mil itens do mer- cado farmacêutico, como antibióticos e remédios de uso contínuo. Medicamentos de alta concorrência no mercado, fitoterápicos e homeopáticos não estão sujeitos aos valores determinados pela CMED - seus preços podem variar de acordo com a determinação do fabricante. A resolução não define os porcentuais do reajuste. Assi- nada em 28 de fevereiro, ela apresenta o fator de produti- vidade, que é levado em consideração para fazer o cálculo, ao lado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como o IPCA de fevereiro foi divulgado no dia 4, é possível saber a variação dos porcentuais. Os valores ofi- ciais deverão ser publicados em nova resolução. O cálculo de reajuste de remédios leva em conta uma série de fatores. O primeiro deles é o IPCA acumulado entre março de 2010 e fevereiro de 2011. Além disso, é observada a competitividade de determinado remédio no mercado, avaliada pelo nível de participação de genéricos nas vendas do segmento. Quanto maior a participação de genéricos nas vendas, maior o porcentual de reajuste. A composição do índice de reajuste observa também o ganho de produti- vidade. São fixadas três faixas de reajuste, que obedecem 1. O Estado de S. Paulo, 23 mar. 2011. a esse critério. Neste ano, o aumento máximo ficará em 6,01%. O menor aumento será de 3,54%. O reajustede preços não é imediato. Para aplicar o aumento, as empresas produtoras de medicamentos deve- rão apresentar à CMED um relatório informando os por- centuais que querem aplicar. O valor fixado pela CMED é o teto. As empresas podem, portanto, fixar preços menores. Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pes- quisa (INTERFARMA) não se manifestou sobre os valores de reajuste. As regras para autorização de um aumento anual de remédios foram fixadas no ano de 2003. Dica Medicamentos são produtos essenciais, ou seja, podemos dizer que são produtos ine- lásticos. A partir dessa conclusão podemos entender melhor como os preços são for- mados e seu impacto na sociedade. e AgorA, José? Vimos nesta UA a utilidade do conceito de elasticidade e o uso desse conceito: → Facilita o planejamento de vendas e receita dos empreendimentos; → Facilita o empresário fazer projeções mais realis- tas sobre a participação de mercado de uma empresa e de seus concorrentes; → Determina a possibilidade de redução de custos ou de preços a fim de atingir nível de venda projetado; → Microeconomicamente é possível fazer uma pre- visão de venda, Já macroeconomicamente, permite determinar, por exemplo, o impacto de uma valo- rização ou desvalorização cambial sobre o saldo da balança comercial do país; Bem, agora você já entendeu como os preços se com- portam, sabe que eles não dependem só da tomada de decisões de aumento ou diminuição de lucros da parte do dono dos fatores de produção. Outras inú- meras variáveis devem ser analisadas: nesta Unidade falamos sobre elasticidade, na próxima falaremos sobre estruturas de mercado que também influen- ciam as tomadas de decisão. AtividAdes Agora que você entendeu que o conceito de elastici- dade nada mais significa do que sensibilidade, ou seja, cada produto tem sua sensibilidade específica em relação à variação dos preços e da renda, que tal fazer uma atividade? Economia / UA 08 Elasticidades 14 glossário Monopólio: Mono significa um, pólio significa venda, ou seja, quando há apenas um vende- dor no mercado. Variação percentual: Significa que dada uma variação percentual a quantidade deman- dada varia em sentido contrário. reFerênCiAs PARKIN, M. Economia. Prentice Hall Brasil, 2009. VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Introdução à Econo- mia. Frase, 2009. VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamen- tos de Economia. Saraiva, 2008.
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