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2 Métodos de Alfabetização

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O que é um método? 
Nas aulas desse módulo apresentaremos os métodos específicos e 
sistematizados nos estudos sobre alfabetização e letramento nas pesquisas da 
área. 
Segundo Isabel Frade (2005): 
Método de alfabetização, segundo Isabel Frade (2005), é uma expressão que 
pode designar: 
um método específico, como o silábico, o fônico, o global; 
um livro didático de alfabetização proposto por algum autor; 
um conjunto de princípios teórico-procedimentais que organizam o trabalho 
pedagógico em torno da alfabetização, nem sempre filiado a uma vertente teórica 
explícita ou única; 
um conjunto de saberes práticos ou de princípios organizadores do processo de 
alfabetização, (re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico. 
Os métodos de alfabetização estudados, agrupados e historicamente 
considerados, dividem-se em dois grupos: analíticos e sintéticos. 
Métodos sintéticos: vão das partes para o todo, considerando a letra, o fonema, 
ou a sílaba. Algumas pesquisas permitem acreditar que os primeiros métodos 
utilizados na alfabetização, foram os sintéticos. 
Métodos analíticos: partem do todo para as partes menores (partem do texto, 
frase ou palavra) e buscam romper com o princípio da decifração. Defendem, 
entre outros pontos, que a linguagem funciona como um todo e que os métodos 
de alfabetização devem priorizar a compreensão. 
 
Referências 
Frade, Isabel Cristina Alves da Silva. Métodos e didáticas de alfabetização: 
história, características e modos de fazer de professores: caderno do professor. 
Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. 
Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/colecao-alfabetizacao-
e-letramento.html. Acesso: 10 ago. 2020. 
 
Os métodos de alfabetização 
Aqui, vamos conversar sobre os métodos de alfabetização, não com o intuito de 
defender um em detrimento de outro, mas de apresentar algumas conceituações 
de métodos utilizados, em sua totalidade ou parcialmente, na alfabetização. Há 
defensores de métodos sintéticos e defensores de métodos analíticos, o que 
gerou uma vasta literatura conhecida como “a querela dos métodos”. Pesquisas 
atuais têm mostrado que todos os métodos podem dar certo com alguma criança, 
o que não significa que todos darão certo com todas as crianças. Quando o 
objetivo assumido é o de alfabetizar letrando é preciso ter presente que ensinar 
o código alfabético e despertar a consciência fonológica são pontos tão 
importantes quanto desenvolver a compreensão da leitura. Assim, as 
diferenciações feitas aqui acerca dos métodos têm objetivo o conhecimento e a 
identificação desses métodos. 
Conhecer os métodos de alfabetização é um conhecimento teórico diretamente 
relacionado à prática, porque a alfabetização acontece dentro da sala de aula, 
no dia a dia de professores e estudantes. É importante saber sobre os métodos 
e sobre as bases teóricas que os sustentam, para que cada professor/a entenda 
e perceba o que funciona para si e para cada turma de alunos que acompanha 
na alfabetização. 
Dentro dos métodos sintéticos estão: o método alfabético, o método silábico e o 
método fônico. Dentro dos métodos analíticos: o método global de contos, a 
alfabetização a partir de frases e a alfabetização a partir de palavras-chave. 
Métodos sintéticos 
Os métodos sintéticos partem de pequenas unidades para chegar ao 
conhecimento mais amplo. 
Método alfabético: Prioriza o ensino do alfabeto e a identificação de letra por letra 
para o posterior reconhecimento de sílabas e palavras. É um método 
característico de um tempo em que a maior parte da população era analfabeta e 
as exigências sociais de leitura eram poucas. Pressupõe uma separação entre 
alfabetização e letramento. A proposta é, inicialmente, conhecer o nome das 
letras e reconhecê-las, e depois, identifica-las em palavras e textos. 
Método silábico: Também conhecido como silabação, toma como unidade 
mínima as sílabas e as reorganiza para formar palavras. Geralmente as vogais 
são apresentadas primeiro, depois os ditongos (ai, ui, eu...) e, em seguida as 
sílabas formadas com as letras v, p, b, d, t, l, j, m, n. As chamadas dificuldades 
ortográficas são apresentadas mais adiante no processo de alfabetização. 
Método fônico: Tem como unidade principal o fonema (unidade mínima dos sons 
da fala), ressaltando as relações diretas entre a cadeia sonora e a representação 
escrita. O aluno é ensinado a reproduzir oralmente os sons representados pelas 
letras e a uni-los (fundi-los) para formar palavras. Tem como ênfase ensinar a 
decodificar os sons da língua, na leitura, e codificar os sons da língua, na escrita. 
Alguns métodos fônicos adiam o ensino do nome das letras até que o estudante 
tenha aprendido as relações letras-fonemas, para que o aluno coloque sua 
atenção no som e não no nome da letra. 
Os métodos fônicos ressaltam a dimensão sonora da língua, com o intuito de 
despertar a consciência fonológica. Pensados de maneira isolada, são mais 
voltados para alfabetização do que para o letramento. 
Métodos analíticos ou globais 
Os métodos analíticos têm como fundamentação teórica a psicologia da Gestalt 
ou a psicologia da forma que crê que a criança possui uma visão globalizada da 
realidade e, dessa forma, tende a perceber o todo antes de captar detalhes. Nos 
métodos analíticos a alfabetização inicia por unidades amplas como histórias ou 
frases para chegar à letra e ao som. Vamos conhecer alguns: 
Método global de contos: Sua unidade principal é o texto. O texto é considerado 
uma unidade que leva à compreensão. É um dos métodos globais mais antigos. 
No método global de contos o ensino da leitura é iniciado a partir de pequenas 
histórias, adaptadas ou criadas pelo professor. O pressuposto desse método é 
explorar o prazer das crianças em ouvir histórias para introduzi-las ao 
conhecimento da base alfabética da língua e ao gosto da leitura. Depois de 
apresentada a história, o texto é desmembrado em frases ou orações que a 
criança aprende a reconhecer globalmente e a repetir (uma espécie de pré-
leitura). Depois chega-se às palavras e finalmente às sílabas destas palavras, 
compondo novas palavras com as sílabas estudadas. 
Método da sentenciação: Parte da frase. Deve-se reconhecer e compreender o 
sentido de uma sentença para só depois analisar as suas partes menores que 
são as palavras e as sílabas. 
Método da palavração: Pressupõe o ensino a partir de palavras-chave 
destacadas de uma frase ou de um texto mais extenso. As palavras destacadas 
são desmembradas em sílabas e as sílabas, recombinadas entre si, formando 
novas palavras. 
Diferentemente do método silábico (apesar da aparente semelhança), a ênfase 
no método da palavração está na palavra. Mesmo que as palavras sejam 
posteriormente decompostas em sílabas e estas recombinadas para formar 
novas palavras, esse processo de decomposição não ocorre no início do 
processo, como no método silábico. Aqui, as palavras precisam ter significado 
para os estudantes e serem reconhecidas globalmente no início do processo. 
O método utilizado e proposto por Paulo Freire (também chamado Método Paulo 
Freire) na alfabetização de adultos também se classifica como palavração, com 
a diferença de que as palavras geradoras (palavras-chave) utilizadas são 
provenientes do universo vocabular dos próprios alunos ainda não alfabetizados. 
No método proposto por Paulo Freire as palavras geradoras devem surgir de 
discussões sobre aspectos da vida política e social do Brasil e também 
proporcionar a produção de um grande número de novas palavras pela 
combinação das sílabas das palavras escolhidas. 
Em resumo, as matrizes metodológicas dos métodos de alfabetização são 
soletração (método alfabético), silabação (método silábico) e métodos fônicos. À 
categoria dos métodos analíticos pertencem a palavração, a sentenciação e os 
métodos de contos. Ao longo do tempo muitas variações foram sendo criadas 
em torno dos métodos tradicionais. 
 
Referências 
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar:Um diálogo entre teoria e prática. 
Petrópolis: Vozes, 2005. 
Frade, Isabel Cristina Alves da Silva. Métodos e didáticas de alfabetização: 
história, características e modos de fazer de professores: caderno do professor. 
Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. 
Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/colecao-alfabetizacao-
e-letramento.html 
Polêmica em torno do uso de um método único 
Há muito tempo há disputas e discussões em torno dos métodos de 
alfabetização, o que chegou a ser conhecido como a "querela dos métodos" de 
alfabetização no Brasil. 
No livro “Alfabetização: A questão dos métodos”, Magda Soares intitula um 
capítulo de Uma questão histórica e explica: 
“Pretende-se que, à palavra questão, central no título desse capítulo como 
também no título deste livro, o leitor atribua o duplo sentido que ela tem na língua: 
de um lado questão como assunto a discutir, ou, mais que isso, dificuldade a 
resolver – métodos de alfabetização como tema a esclarecer, problema a 
deslindar; de outro, questão como controvérsia, polêmica – métodos de 
alfabetização como objeto de divergência, desacordos.” (SOARES, 2018). 
A autora defende que é preciso formar o/a professor/a para que consiga trabalhar 
integradamente a alfabetização e o letramento, desenvolvendo na criança, ao 
mesmo tempo em que ela é alfabetizada, o gosto de ser um leitor, uma leitora; 
desenvolvendo o letramento. O entendimento de que a palavra é som também é 
um aprendizado importante que as crianças desenvolverão na alfabetização. Um 
princípio que não pode ser abandonado pela professora é o da necessidade de 
tratar da análise das correspondências entre grafemas e fonemas, o que 
podemos chamar de decifração ou decodificação. 
Quando trabalhamos com a função social da escrita, estamos atuando no campo 
da compreensão dos seus usos, que é uma faceta ampliada do trabalho com o 
sentido da escrita na sociedade. O reconhecimento global das palavras nos 
textos permite a compreensão e o acesso do significado em primeiro lugar. Para 
pensar um trabalho que complemente algumas dimensões importantes dos 
métodos de alfabetização, é preciso propor tanto o reconhecimento global de 
palavras e a compreensão de seu sentido como a análise de seus componentes 
sonoros e gráficos. Métodos deveria ser uma palavra usada no plural, pois para 
cada faceta do trabalho com a alfabetização será utilizada uma metodologia 
específica. 
Por que os métodos de alfabetização são uma questão? 
De um lado há quem defenda a importância das crianças em aprender a 
correlacionar letras e sons somente e, no outro extremo, há quem considere a 
essa abordagem fora de contexto, desconsiderando que as crianças já chegam 
à sala de aula com algum conhecimento sobre a leitura e a escrita. Qual dos 
extremos está certo? Pesquisadores, como Magda Soares, entre outros, têm 
considerado que os dois estão certos; nem tão a um extremo, nem tão a outro. 
Redes de ensino que têm apresentado bons resultados na alfabetização não 
utilizam um único e exclusivo método de alfabetização. 
A questão não pode ser tratada como uma questão de isto ou aquilo, de “este 
método” ou “aquele método”; a criança aprende a ler e a escrever convivendo 
com a leitura e com a escrita real, mas para aprender a ler e a escrever também 
é preciso fazer a relação das letras – grafemas – com seus respectivos sons. O 
ponto inicial da questão talvez esteja na pergunta “A criança deve aprender antes 
a ler ou a escrever?”. A resposta é: “deve aprender a ler e a escrever ao mesmo 
tempo”. Para que veja sentido no aprendizado que está tendo e perceba os usos 
sociais da escrita e os ganhos individuais do aprendizado. 
Na prática, na sala de aula, é provável que a disputa seja mais amena do que no 
campo teórico, ao passo em que as professoras permitem-se e liberdade de 
planejarem e criarem suas próprias aulas, baseadas em seus conhecimentos, 
em suas experiências, em suas observações e considerando suas convicções 
teóricas e as características da turma – local em que a escola está inserida, 
características do contexto local e social, características individuais dos 
estudantes, etc. A questão passa também pela formação docente, que possibilita 
ao professor e à professora conhecimento e autonomia para desenvolver o seu 
trabalho com segurança. 
Como nos mostra Isabel Frade (2005), alguns pontos devem ser considerados 
para compreender a diversidade do trabalho com os métodos, nas palavras da 
pesquisadora: 
o professor deve escolher os caminhos que quer seguir para organizar e 
sistematizar a alfabetização, desde que obtenha sucesso e qualidade no 
trabalho; 
a forma como a criança elabora as atividades de escrita deve ser observada pelo 
professor para a escolha da melhor intervenção e os erros que os alunos 
cometem devem levar o professor a repensar seus métodos de trabalho; 
a crença do professor na capacidade dos alunos é tão importante quanto a 
escolha de métodos; 
a recuperação de estratégias dos métodos clássicos em determinadas situações 
de ensino não é incompatível com os avanços da área. (FRADE, 2005). 
A resposta para a questão dos métodos é plural pois há várias respostas e não 
uma única resposta. Não é uma questão que possa ser resolvida com um único 
método, mas pode, com múltiplos métodos e procedimentos, “diferenciados 
segundo a faceta que cada um busca desenvolver – métodos de alfabetização, 
métodos de letramento”, Como nos ensina SOARES (2018). 
 
Referências 
SOARES, Magda. Alfabetização: A questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 
2018. 
Entrevista realizada pelo Canal Futura, com a professora Magda Soares, sobre 
Métodos de Alfabetização. Métodos de alfabetização - Magda Soares - 
Entrevista - Canal Futura. Disponível em: https://youtu.be/mAOXxBRaMSY" 
Acesso em 08 ago. 2020. 
Frade, Isabel Cristina Alves da Silva. Métodos e didáticas de alfabetização: 
história, características e modos de fazer de professores: caderno do professor. 
Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. 
Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/colecao-alfabetizacao-
e-letramento.html 
 
Material complementar 
Neste módulo II são indicados como materiais complementares, um caderno do 
professor e um manual didático, ambos de apoio ao professor e à professora, 
que podem ser consultados em diferentes sites. Vamos a eles! 
 
Livro Adoleta: Caderno do Professor, Celso Furlan (organizador), 2011. 
O livro Adoleta é um material de apoio ao professor de educação infantil, 
desenvolvido pela Secretaria de Educação de São Paulo. É sugerido aqui por 
tratar da temática da alfabetização e de letramento das páginas 31 à 38, 
apresentando noções de consciência fonológica e sugestões de atividades; as 
hipóteses ou níveis de alfabetização, assim como exemplos de sondagem, para 
saber em que nível de escrita a criança de encontra. 
Jogos de alfabetização - Cenpec 
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária 
(CENPEC). Acesse os jogos de alfabetização aqui. 
Almanaque para Alfabetização e Letramento - Cenpec 
Produzido por Isabel Cristina Alves da Silva Frade, professora e pesquisadora 
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Clique para ter acesso ao 
Almanaque para Alfabetização e Letramento.

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