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1 É proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet. Lei de Direitos Autorais n° 9610/98 Material protegido por direitos autorais: compartilhamento não autorizado de arquivos 2 Índice Código de Processo Civil...............................................................................................................................................4 Lei 9099/95 - JECCrim................................................................................................................................................189 Lei 12153/09- Juizado Especial da Fazenda Pública......................................................................................200 Lei 10259/01 - Juizados Especiais Federais.......................................................................................................204 3 Códigó de Prócessó Civil PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DEVIDO PROCESSO LEGAL Art. 5º, LIV. Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua liberdade sem que sejam respeitadas a lei e as ga- rantias processuais inerentes ao processo. Pode ser substancial ou processual. ACESSO À JUSTIÇA Art. 5º, XXXV. A lei não pode excluir da aprecia- ção do Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito. E o Judiciário deve responder a todos os requerimentos a ele dirigidos (ação em sentido amplo). CONTRADITÓRIO Art. 5º, LV. Deve-se dar ciência aos participan- tes do processo de tudo o que nele ocorre, dando-lhes oportunidade de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO Art. 5º, LXXVIII. Princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador, a fim de que, na edição de leis processuais, cuide para que o processo chegue ao fim almejado no menor tempo possível e com a maior economia de esfor- ços e gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo com toda a presteza possível. ISONOMIA Art. 5º, caput e inc. I. Também dirigida ao legislador e ao juiz, exige que a lei e o Judiciário tratem igualmente os iguais e desi- gualmente os desiguais na medida da sua desigualdade (isonomia real). IMPARCIALIDADE DO JUIZ Art. 5º, LIII e XXXVII. Para toda causa há um juiz natural, apurado de acordo com regras pre- viamente existentes no ordena- mento jurídico. Em razão disso, é vedada a criação de juízos ou tribu- nais de exceção. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Não tem previsão expressa. Conquanto não previsto, decorre implicitamente da adoção, pela CF, de um sistema de juízos e tribunais que julgam recursos contra deci- sões inferiores. No entanto, nada impede que, em algumas circuns- tâncias, não exista o duplo grau. PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 5º, LX, que atribui à lei a regu- lamentação dos casos de sigilo (art. 189 do CPC). Os atos processuais são públicos, o que é necessário para assegurar a transparência da atividade jurisdici- onal. A Constituição atribui à lei a regulamentação dos casos de sigilo, quando a defesa da intimida- de ou o interesse público ou social o exigirem. Tal regulamentação foi feita no art. 189 do CPC MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES Art. 93, IX. Também para que haja transparên- cia da atividade judiciária, há ne- cessidade de que todas as decisões dos juízos e tribunais sejam moti- vadas, para que os litigantes, os ór- gãos superiores e a sociedade pos- sam conhecer a justificação para cada uma das decisões. PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO CIVIL DISPOSITIVO Não há dispositivo específico. Nos processos que versam sobre interesses disponíveis, as partes po- dem transigir, o autor pode renun- ciar ao direito e o réu pode reco- nhecer o pedido. Cumpre ao inte- ressado ajuizar a demanda e definir os limites objetivos e subjetivos da lide. Mas, no que concerne à con- dução do processo e à produção de provas, vigora o princípio inqui- sitivo, por força do art. 370 do CPC, sendo supletivas as regras do ônus da prova. IMEDIAÇÃO Art. 456 do CPC. Derivado da oralidade, determina que o juiz colha diretamente a pro- va, sem intermediários IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ Não há dispositivo específico no CPC, mas prevalece a regra do art. 132 do CPC de 1973. O juiz que colheu prova oral em audiência fica vinculado ao julga- mento do processo, desvinculando- se apenas nas hipóteses do art. 132 do CPC de 1973. CONCENTRAÇÃO Art. 365 do CPC. 4 A audiência de instrução e julga- mento é una e contínua. Caso não seja possível concluí-la no mesmo dia, o juiz designará outra data em continuação IRRECORRIBILIDADE, EM SEPARADO DAS INTERLOCUTÓRIAS Art. 1.009, § 1º, do CPC. Em regra, contra as decisões inter- locutórias, o recurso cabível – o agravo – não suspenderá o proces- so PERSUASÃO RACIONAL Art. 371 do CPC. Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo indicar, na senten- ça, os motivos de sua decisão, que devem estar amparados nos ele- mentos constantes dos autos. BOA-FÉ Art. 5º do CPC. Todos aqueles que participam do processo devem comportar-se de acordo com a boa-fé. COOPERAÇÃO Art. 6º do CPC. Exige que as partes cooperem para que o processo alcance bom resul- tado, em tempo razoável. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Edu- cação, 2020 PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpre- tado conforme os valores e as normas fundamentais esta- belecidos na Constituição da República Federativa do Bra- sil, observando-se as disposições deste Código. FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais pre- visto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desen- volve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. [PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL] Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JU- RISDIÇÃO] § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contra- tos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução con- sensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabível conciliação ou mediação no processo de execu- ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de sentença, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advo- cacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, ca- put e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A concilia- ção e a mediação são compatíveis com o processo de re- cuperação judicial. ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO TRANSAÇÃO ocorre por meio de transações bilaterais, ou seja, ambos renunciam a parcela de seus interesses, buscando a realização de um acordo. Pode ocorrer judicial ouextrajudicialmente. RENÚNCIA o autor abdica/renuncia integralmente de sua pretensão SUBMISSÃO o réu reconhece a procedência do pleito autoral. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. [PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO] Princípios da primazia da solução integral de mérito, executi- vidade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do processo. 5 FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão ju- risdicional viabilizar o saneamento de vícios para exami- nar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; devem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evi- tar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem re- solução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de es- clarecimento e transparência. FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja anterior. FPPC666 (arts. 4º, 139, X, 317, 488 e 932, parágrafo único; art. 5º, §3º, Lei 7.347/1985 e art. 9º da Lei de Ação Popular) O processo coletivo não deve ser extinto por falta de legiti- midade quando um legitimado adequado assumir o polo ativo ou passivo da demanda Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva. FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditó- rio aplica-se ao órgão jurisdicional. FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a alteração, decisões diferentes so- bre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato análogas, ainda que em processos distintos. FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé proces- sual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas dolosas de todos os sujeitos processuais e veda seus comportamentos contraditórios. JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispen- sa a comprovação do animus do sujeito processual. JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam- se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatí- veis com as regras e princípios dessas Leis. COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA SUPRESSIO (VERWIRKUNG) Supressão a um direito pelo seu não exercício. No campo processual, verifica- se na perda de um poder processual pelo seu não exercício. A chamada “nulidade de algibeira (ou de bolso) se configura quando a parte, embora tenha o direito de alegar nuli- dade mantém-se inerte durante longo período, deixando para realizar a ale- gação no momento que melhor lhe convier, não é admitida, por violar a boa-fé processual. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulida- des que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento. SURRECTIO Surgimento de um direito em razão da supressão causada pelo comportamento da parte contrária. Note-se que surrectio e supressio são dois lados da mesma mo- eda. EXCEPCIO DOLI Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nes- se caso utilizada como defesa. No pro- cesso vem sendo entendida como a ex- ceção que a parte tem para paralisar o comportamento de quem age dolosa- mente contra si. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Proíbe a adoção de comportamento contraditório (contrariando comporta- mento anterior), violando os deveres de confiança e lealdade (a legítima con- fiança de outrem na conservação objeti- va da conduta anterior). Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. TU QUOQUE Como decorrência do princípio da boa-fé processual objetiva não pode a parte criar dolosamente situações que vici- em o processo para, depois, alegar nu- lidade, tirando proveito da situação. Assim, veda-se o comportamento não esperado, adotado em situação de abuso. Art. 276. Quando a lei prescrever deter- minada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. Aquele que despreza a norma não pode dela se aproveitar. *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou- aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/ 6 Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de méri- to justa e efetiva. FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à coo- peração. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditó- rio, como a realização de audiências públicas, a participa- ção de amicus curiae e outros meios de participação FPPC667 (arts. 6º, 8º e 18; art. 6º, § 3º, da Lei n.º 4.717/1965) Admite-se a migração de polos nas ações coletivas, desde que compatível com o procedimento. DEVERES DE COOPERAÇÃO DO JUIZ “PECA” PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corri- gir os defeitos sempre que possível. ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz esclarecer-se quanto às manifesta- ções das partes: questioná-las quanto a obscuridades em suas petições; pedir que esclareçam ou especifiquem re- querimentos feitos em termos mais genéricos e assim por diante. CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se re- conhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as par- tes, mas também como dever de de- bate do juiz com as partes AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstá- culos que lhes dificultem ou impe- çam o exercício das faculdades pro- cessuais. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de san- ções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofí- cio, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental produzida. FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do processo pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a pu- blicidade e a eficiência. FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento ju- rídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contem- pla os precedentes vinculantes FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamen- to de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específi- ca divulgação e publicidade. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipótesesde tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga- mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pe- dido reipersecutório fundado em prova documental ade- quada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa); III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdi- ção, com base em fundamento a respeito do qual não se te- nha dado às partes oportunidade de se manifestar , ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício [PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva evitar decisões surpresas] Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá- rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advoga- dos, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIAL- MENTE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar per- manentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 7 § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te- nham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhe- cida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a or- dem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo re- tornará à mesma posição em que anteriormente se encon- trava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de comple- mentação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorri- do, na origem, reexaminará o processo de competência origi- nária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julga- do, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior). FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de com- petência de processos dos juizados especiais com outros procedimentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronológicas autônomas, uma para os processos dos juiza- dos especiais e outra para os demais processos. FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cro- nológica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVA- LIDADE DO ATO DECISÓRIO CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Bra- sil seja parte. Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será apli- cável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consoli- dadas sob a vigência da norma revogada SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela lei em vigor no momento de sua prática. Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSU- AIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já praticado ou efeito dele decorrente; a lei nova só al- cança os próximos atos a serem praticados no processo. Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei proces- sual seja aplicada imediatamente aos processos pendentes, deve-se ter conhecimento que o processo é constituído por inúmeros atos. Tal entendimento nos leva à chamada “Teo- ria dos Atos Processuais Isolados”, em que cada ato deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a pre- clusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato processual é aquela em vigor no momento em que ele é praticado. Se- ria a aplicação do Princípio tempus regit actum. Com base neste princípio, temos que a lei processual atinge o processo no estágio em que ele se encontra, onde a incidência da lei nova não gera prejuízo algum às parte, respeitando-se a efi- cácia do ato processual já praticado. Dessa forma, a publica- ção e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos ainda por praticar, no caso, os processos futuros, não sendo possí- vel falar em retroatividade da nova norma, visto que os atos anteriores de processos em curso não serão atingidos. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos elei- torais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam- se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. 8 LIVRO II DA FUNÇÃO JURISDICIONAL TÍTULO I DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribu- nais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código [PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO]. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO Substitutividade O juiz, ao decidir, substitui a vontade dos conflitantes pela dele (Chiovenda). Definitividade Somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas. Os atos jurisdicionais tornam-se imutáveis e não podem mais ser discutidos. Imperatividade As decisões judiciais têm força coativa e obrigam os litigantes. Inafastabilidade A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ame- aça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Indelegabilidade A função jurisdicional só pode ser exerci- da pelo Poder Judiciário, não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio constitucio- nal do juiz natural. Inércia A jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação do interessado. Investidura Só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido regularmente investi- do nessa função. A ausência de investidu- ra implica óbice intransponível para o exercício da jurisdição, pressuposto pro- cessual da própria existência do processo. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter INTERESSE e LEGITIMIDADE. CPC/73 CPC/15 Legitimidade Legitimidade Interesse Interesse Possibilidade jurídica do pe- didoOBS: a possibilidade jurídica do pedido passou a ser anali- sada como questão meritória Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento ju- rídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o subs- tituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. FPPC110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição processual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimação deste último para, querendo, integrar o processo. FPPC487. (art. 18, parágrafo único; art. 119, parágrafo único; art. 3º da Lei 12.016/2009). No mandado de segurança, ha- vendo substituição processual, o substituído poderá ser assistente litisconsorcial do impetrante que o substituiu. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. FPPC111. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajuizamento de ação declaratória quanto à questão prejudi- cial incidental Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Súmula 181-STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula con- tratual. TEORIAS DA AÇÃO Teoria imanentista / civilista / clássica (Sa- vigny): não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito Teoria Publicista: O direito de ação possui natu- reza pública, sendo um direito de agir, exercível contra o Estado e contra o devedor. Ação como direito autônomo e concreto (Chio- venda): A ação é um direito independente do Di- reito material, mas, o direito de ação só existiria quando a sentença fosse favorável ao autor. Ação como direito autônomo e abstrato: O di- reito a ação é preexistente ao processo, não de- pendendo da decisão favorável ou negativa sobre a pretensão do autor. Teoria eclética do direito de ação (Liebman): O direito de ação é autônomo, mas para o exercício do direito de ação é necessário que estejam pre- sentes as condições da ação. Adotada pelo CPC15. 9 Teoria da asserção: as condições da ação são analisadas in status assertionis, com base nas afir- mações contidas na petição inicial. Adotada pelo STJ. As condições da ação, dentre elas o interesse pro- cessual e a legitimidade ativa, definem-se da nar- rativa formulada inicial, não da análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela qual não se recomenda ao julgador, na fase postulató- ria, se aprofundar no exame de tais preliminares (REsp 1561498/RJ) *Informações retiradas do site https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/404543/teorias-sobre-o- direito-de-acao CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Condições da ação são definidas com base na narrativa da petição inicial (teoria da asserção). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ 7ca57a9f85a19a6e4b9a248c1daca185>. MODELOS DE PROCESSO ADVERSARIAL (SIMÉTRICO) O processo é conduzido pelas partes, e o juiz ocupa o papel de mero fiscal e julgador ("convidado de pedra"); Prepondera o princípio dispositivo. PARTES COMO PROTAGONISTAS DO PROCESSO. INQUISITORIAL (ASSIMÉTRICO) Os poderes do juiz vão além do papel de fiscal e julgador - possui amplos poderes na condução do processo - ex. produção de provas de ofício, execu- ção das decisões de ofício, etc. Prepon- dera o princípio inquisitivo. JUIZ COMO PROTAGONISTA DO PROCES- SO. COOPERATIVO Prevalece o diálogo, a lealdade e o equilíbrio entre TODOS os sujeitos do processo. Redimensionamento do prin- cípio do contraditório. NÃO HÁ PRO- TAGONISMOS. Aqui o órgão jurisdici- onal assume DUPLA POSIÇÃO: mos- tra-se PARITÁRIO NA CONDUÇÃO DO PROCESSO e ASSIMÉTRICO NO MOMENTO DA DECISÃO TÍTULO II DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL CAPÍTULO I DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira proces- sar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver do- miciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera- se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumi- dor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submete- rem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EXCLUSÃO DE QUALQUER OUTRA: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confir- mação de testamento particular e ao inventário e à parti- lha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ain- da que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO INDUZ litispendência e NÃO OBSTA a que a autoridade ju- diciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tra- tados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira NÃO IMPEDE a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o pro- cessamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato in- ternacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de com- petência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. Art. 63. 10 § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determina- do negócio jurídico. § 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSO- RES das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláu- sula de eleição de foro na contestação, sob pena de pre- clusão. CAPÍTULO II DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Seção I Disposições Gerais Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Es- tado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangei- ros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência ju- diciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e trans- missão dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autori- dades estrangeiras. § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internaci- onal poderá realizar-se com base em reciprocidade, mani- festada por via diplomática. § 2o NÃOSE EXIGIRÁ A RECIPROCIDADE referida no § 1o para HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA. § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Es- tado brasileiro. § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibi- da pela lei brasileira. Seção II Do Auxílio Direto Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida NÃO DECOR- RER DIRETAMENTE de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e prestação de informações sobre o ordena- mento jurídico e sobre processos administrativos ou juris- dicionais findos ou em curso; II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclu- siva de autoridade judiciária brasileira; III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á direta- mente com suas congêneres e, se necessário, com outros ór- gãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execu- ção de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Es- tado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdici- onal, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autori- dade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central. Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. Seção III Da Carta Rogatória Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o STJ É DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 11 § 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendi- mento dos requisitos para que o pronunciamento judicial es- trangeiro produza efeitos no Brasil. § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judi- ciária brasileira. Seção IV Disposições Comuns às Seções Anteriores Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriun- do de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade bra- sileira competente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacio- nal será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública. Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira , de acordo com o art. 960. Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pe- dido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplo- mática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. TÍTULO III DA COMPETÊNCIA INTERNA CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA Seção I Disposições Gerais Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. Art. 43. Determina-se a competência no MOMENTO DO REGISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direi- to ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem ór- gão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de or- ganização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constitui- ções dos Estados. FPPC236. (art. 44) O art. 44 não estabelece uma ordem de prevalência, mas apenas elenca as fontes normativas sobre competência, devendo ser observado o art. 125, § 1º, da Constituição Federal Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fun- dações, ou conselho de fiscalização de atividade profissio- nal, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exce- to as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e aci- dente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. § 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qual- quer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual SEM SUSCITAR CONFLITO se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre BENS MÓVEIS será proposta, em regra, no foro de domicílio do RÉU. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Bra- sil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se o autor também residir fora do Brasil, a ação será pro- posta em qualquer foro. § 4o Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. 12 § 5o A EXECUÇÃO FISCAL será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for en- contrado. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre IMÓ- VEIS é competente o foro de SITUAÇÃO DA COISA. § 1o O autor pode optar pelo foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou pelo FORO DE ELEIÇÃO se o litígio NÃO RECAIR sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e de- marcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA ABSOLU- TA. AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS REGRA EXCEÇÃO Foro de SITUAÇÃO DA COI- SA Foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou pelo foro DE ELEIÇÃO se o litígio NÃO RECAIR sobre: - Direito de propriedade - Vizinhança - Servidão - Divisão e demarcação de terras -Nunciaçãode obra nova AÇÕES POSSESSÓRIAS: Foro de SITUAÇÃO DA COISA (competência ABSOLUTA) Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugna- ção ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, AINDA QUE O ÓBITO TE- NHA OCORRIDO NO ESTRANGEIRO. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer des- tes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de dis- posições testamentárias. Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação pode- rá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocor- rência do ato ou fato que originou a demanda, no de situa- ção da coisa ou no Distrito Federal. Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o de- mandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respecti- vo ente federado. Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamen- to e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho inca- paz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Ma- ria da Penha) (LEI 13894/19) CFJ 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros concorrentes, mas de foros subsidiá- rios. II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré soci- edade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que VERSE SOBRE DIREITO PREVISTO NO RESPECTIVO ESTATUTO; 13 f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofí- cio; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou aci- dente de veículos, INCLUSIVE AERONAVES. Seção II Da Modificação da Competência Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para deci- são conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. FPPC237. (art. 55, §2º, I e II) O rol do art. 55, § 2º, I e II, é exemplificativo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que POSSAM GERAR RISCO DE PROLAÇÃO DE DECISÕES CONFLITANTES OU CONTRADITÓRIAS caso decididos sepa- radamente, MESMO SEM CONEXÃO ENTRE ELES. [Teoria Materialista – Conexão por Prejudicialidade] Súmula 235-STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das de- mais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente ti- ver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reuni- das. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. Art. 59. O REGISTRO OU A DISTRIBUIÇÃO da petição inicial torna prevento o juízo. REGISTRO/ DISTRIBUIÇÃO Determina a competên- cia Previne o juízo Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territo- rial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. Art. 63. As partes podem modificar a competência em ra- zão do valor e do território (COMPETÊNCIA RELATIVA), ele- gendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSO- RES das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abu- siva, pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicí- lio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. FPPC668. (art. 55, §2º, I e II) A convenção de arbitragem e a cláusula de eleição de foro para os atos que necessitem da participação do Poder Judiciário não se excluem, ainda que inseridas em um mesmo instrumento contratual. ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO ANTES DA CITAÇÃO APÓS A CITAÇÃO Pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz Cabe ao réu alegar na con- testação, sob pena de preclu- são. 14 SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos Súmula 33-STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. O CPC/2015 prevê uma exceção a essa súmula no § 3º do art. 63 “§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.” Assim, em regra, a incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, ou seja, a própria parte prejudicada é quem deverá alegar. EXCEÇÃO: o foro de eleição é uma regra de incompetência relativa. Mesmo assim, ela pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado se o foro de eleição for abusivo. Súmula 206-STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resul- tante das leis de processo. Os Estados-Membros, suas autarquias e fundações, não pos- suem foro privilegiado (privativo) na capital, podendo ser demandados em qualquer comarca do seu território onde a obrigação tenha que ser satisfeita (art. 53, III, “d”, do CPC 2015). Assim, NÃO É VÁLIDA LEI ESTADUAL QUE PREVEJA FORO PRIVATIVO NA CAPITAL PARA AS DEMANDAS IN- TENTADAS CONTRA O ESTADO-MEMBRO. Vale ressaltar, no entanto, que se o autor propuser a ação nacapital do Estado, esta deverá tramitar na Vara Especializada da Fa- zenda Pública. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL STF Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual jul- gar causas entre consumidor e concessionária de serviço pú- blico de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente. Súmula 501-STF: Compete a justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das cau- sas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Súmula 508-STF: Compete a justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil, S.A.. Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito a jurisdição da justiça estadual. Súmula 556-STF: É competente a justiça comum (justiça estadual) para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela União, não são julgadas pela Justiça Federal. Houve uma op- ção do constituinte de não incluir tais empresas estatais no rol do art. 109 da CF/88. STJ Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e jul- gar os litígios decorrentes de acidente do trabalho. Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o INSS pleiteando benefício decorrente de acidente de traba- lho. Súmula 34-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino. Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual proces- sar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimen- to. Súmula 55-STJ: Tribunal Regional Federal não é competen- te para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal. Súmula 137-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual pro- cessar e julgar ação de servidor público municipal, pleitean- do direitos relativos ao vinculo estatutário. Súmula 161-STJ: É da competência da Justiça Estadual au- torizar o levantamento dos valores relativos ao PIS / PA- SEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta. Súmula 218-STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em co- missão. Súmula 224-STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja pre- sença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito. Súmula 270-STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. Súmula 363-STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça estadual. Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas de- mandas entre a concessionária e o usuário de telefonia de- correntes de relação contratual. Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda propos- ta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a inter- venção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Re- gional Federal competente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL STF Súmula 517-STF: As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a união intervém como assis- 15 tente ou opoente. Súmula 689-STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas federais da Capital do Estado- Membro. STJ Súmula 32-STJ: Compete à Justiça Federal processar justifi- cações judiciais destinadas a instruir pedidos perante enti- dades que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a apli- cação do art. 15, II, da Lei 5010/66. Súmula 66-STJ: Compete à Justiça Federal processar e jul- gar execução fiscal promovida por conselho de fiscaliza- ção profissional. Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as re- clamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS. Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públi- cas. Súmula 173-STJ: Compete à Justiça Federal processar e jul- gar o pedido de reintegração em cargo público federal, ain- da que o servidor tenha sido dispensado antes da instituição do regime jurídico único Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. Súmula 324-STJ: Compete à Justiça Federal processar e jul- gar ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, supervi- sionada pelo Ministério do Exército. Súmula 349-STJ: Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS. Súmula 365-STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a compe- tência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual. Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de ensino a distância aos estudan- tes. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL Súmula 368-STJ: Compete à Justiça comum estadual pro- cessar e julgar os pedidos de retificação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral. Súmula 374-STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e jul- gar a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA PELO FORO DA SITUAÇÃO DA COISA STF Súmula 363-STF: A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimen- to, em que se praticou o ato. STJ Súmula 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel. Súmula 238-STJ: A avaliação da indenização devida ao pro- prietário do solo, em razão de alvará de pesquisa mineral, é processada no Juízo Estadual da situação do imóvel Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e jul- gar o mandado de segurança contra ato de juizado espe- cial. Seção III Da Incompetência Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qual- quer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se- ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo com- petente. [T RANSLATIO IUDICI ] FPPC238. (art. 64, caput e §4º) O aproveitamento dos efei- tos de decisão proferida por juízo incompetente aplica-se tanto à competência absoluta quanto à relativa. TRANS- LATIO IUDICI FPPC488. (art. 64, §§3º e 4º; art. 968, §5º; art. 4º; Lei 12.016/2009) No mandado de segurança, havendoequi- vocada indicação da autoridade coatora, o impetrante deve ser intimado para emendar a petição inicial e, caso haja alteração de competência, o juiz remeterá os autos ao juízo competente FPPC686.(arts. 64, § 4º, e 69) Aplica-se o art. 64, § 4º à hipó- tese de ato de cooperação que invada a competência do juí- zo requerente. Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. 16 Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reuni- ão ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência decli- nada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juí- zo. CAPÍTULO II DA COOPERAÇÃO NACIONAL Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. FPPC669. (art. 55, §2º, I e II) O regimento interno pode re- gulamentar a cooperação entre órgãos do tribunal. FPPC670. (arts. 67 a 69) A cooperação judiciária pode efeti- var-se pela prática de atos de natureza administrativa ou jurisdicional. Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de coope- ração para prática de qualquer ato processual. Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como: I - auxílio direto; II - reunião ou apensamento de processos; III - prestação de informações; IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. § 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regi- me previsto neste Código. § 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimen- to para: I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoi- mentos; III - a efetivação de tutela provisória; IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na re- cuperação judicial; VI - a centralização de processos repetitivos; VII - a execução de decisão jurisdicional. § 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. FPPC4. (art. 69, § 1º) A carta arbitral tramitará e será pro- cessada no Poder Judiciário de acordo com o regime pre- visto no Código de Processo Civil, respeitada a legislação aplicável. FPPC5. (art. 69, § 3º) O pedido de cooperação jurisdicional poderá ser realizado também entre o árbitro e o Poder Judiciário. FPPC671. (art. 69, § 2º, II) O inciso II do §2º do art. 69 autori - za a produção única de prova comum a diversos processos, assegurada a participação dos interessados FPPC687. (art. 69, caput) A dispensa legal de forma específica para os atos de cooperação judiciária não afasta o dever de sua documentação nos autos do processo. FPPC688. (art. 69) Por ato de cooperação judiciária, admite- se a determinação de um juízo para a penhora, avaliação ou expropriação de bens de um mesmo devedor que figure como executado em diversos processos LIVRO III DOS SUJEITOS DO PROCESSO TÍTULO I DAS PARTES E DOS PROCURADORES CAPÍTULO I DA CAPACIDADE PROCESSUAL Art. 70. Toda pessoa que se encontre NO EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOS tem capacidade para estar em juízo . Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Art. 72. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os inte- resses deste colidirem com os daquele, ENQUANTO DURAR A INCAPACIDADE; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVOGADO. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela De- fensoria Pública, nos termos da lei. CURADORIA ESPECIAL Incapaz sem representante legal ENQUANTO DURAR A INCAPACIDADE Incapaz quando há coli- dência de interesses com seu representante legal Réu preso revel ENQUANTO 17 NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVOGADO Réu revel citado por edital Réu revel citado com hora certa Exercida pela Defensoria Pública – art. 4°, XVI, LC 80/94 e art. 72, parágrafo único do NCPC. Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, SAL- VO quando casados sob o regime de SEPARAÇÃO ABSO- LUTA de bens. § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, SALVO quando casados sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônju- ges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os côn- juges. § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável com- provada nos autos. AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS REGRA EXCEÇÃO Indispensável consentimen- to do cônjuge/companheiro Dispensável consentimento se casados sob regime de se- paração absoluta de bens AÇÕES POSSESSÓRIAS REGRA EXCEÇÃO Dispensável consentimento do cônjuge/companheiro Indispensável consentimen- to no caso de COMPOSSE ou de ATO POR AMBOS PRATI- CADO Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser supri- do judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de consentimento, quando neces- sário e não suprido pelo juiz, INVALIDA o processo. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitu- tivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes or- ganizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. § 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. § 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica NÃO PODERÁ opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. § 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. § 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar com- promisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, medi- ante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. FPPC383. (art. 75, §4º) As autarquias e fundações de direi- to público estaduais e distritais também poderão ajustar compromisso recíproco para prática deato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregula- ridade da representação da parte, o juiz SUSPENDERÁ O PROCESSO e designará PRAZO RAZOÁVEL para que seja sa- nado o vício. § 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do proces- so, dependendo do polo em que se encontre. § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superi- or, o relator: 18 I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao re- corrente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido CAPÍTULO II DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES Seção I Dos Deveres Art. 77. Além de outros previstos neste Código, SÃO DEVE- RES das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou des- necessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de na- tureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efeti- vação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde recebe- rão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. § 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta pode- rá ser punida como ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA. § 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuí- zo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. § 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a mul- ta prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. § 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada indepen- dentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o. § 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo. § 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público NÃO SE APLICA o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual respon- sabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. § 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz de- terminará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o. § 8o O representante judicial da parte não pode ser compe- lido a cumprir decisão em seu lugar. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA Não cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais e criar embaraços à sua efeti- vação Praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. Aplicação de multa de até 20% v.c Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m Não aplicação aos advogados públicos ou privados, DP e MP. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Públi- ca e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. § 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifes- tadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. § 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determi- nará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requeri- mento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. Seção II Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. Art. 80. Considera-se LITIGANTE DE MÁ-FÉ aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do pro- cesso; 19 V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente prote- latório. Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o liti- gante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1o Quando forem 2 ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para le- sar a parte contrária. § 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário- mínimo. § 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ Aplicação de multa de >1% < 10% v.c Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m + indenização + honorários advocatícios + despesas Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé REVERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA Seção III Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que re- alizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pa- gamento, desde o início até a sentença final ou, na execu- ção, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. § 1o Incumbe ao AUTOR adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimen- to do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. § 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou. Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo PRESTARÁ CAUÇÃO suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens IMÓ- VEIS que lhes assegurem o pagamento. § 1o NÃO SE EXIGIRÁ A CAUÇÃO de que trata o caput: I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte; II - na execução fundada em título extrajudicial e no cum- primento de sentença; III - na reconvenção. § 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justifi- cando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter. JDPC4 A entrada em vigor de acordo ou tratado interna- cional, que estabeleça dispensa da caução prevista no art. 83, § 1º, I, do CPC, impõe a liberação da cauçãoprevia- mente prestada. Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do proces- so, a indenização de viagem, a remuneração do assistente téc- nico e a diária de testemunha. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor (honorários de sucumbência). § 1o São DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS na recon- venção, no cumprimento de sentença, provisório ou defi- nitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos inter- postos, cumulativamente. § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos inci- sos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da conde- nação ou do proveito econômico obtido até 200 salários- mínimos; II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da conde- nação ou do proveito econômico obtido acima de 200 salá- rios-mínimos até 2.000 salários-mínimos; 20 III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da conde- nação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 sa- lários-mínimos até 20.000 salários-mínimos; IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da conde- nação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 sa- lários-mínimos até 100.000 salários-mínimos; V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condena- ção ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 sa- lários-mínimos. § 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser apli- cados desde logo, quando for líquida a sentença; II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentu- al, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em ho- norários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prola- tada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. § 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a fai- xa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e as- sim sucessivamente. § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. § 7o NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. § 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o provei- to econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o. § 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 prestações vincendas. § 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devi- dos por quem deu causa ao processo. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicio- nal realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no côm- puto geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e TÊM NATUREZA ALIMENTAR, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo VEDA- DA a compensação em caso de sucumbência parcial. § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos ho- norários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando- se à hipótese o disposto no § 14. § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atu- ar em causa própria. § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quan- to ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de su- cumbência, nos termos da lei. FPPC7. (art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omitido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser objeto de ação autônoma. FPPC8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunci- ado 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em deci- são transitada em julgado, não podem ser cobrados em exe- cução ou em ação própria”). FPPC240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art. 85. FPPC241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucum- bência recursal serão somados aos honorários pela su- cumbência em primeiro grau, observados os limites le- gais FPPC242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência re- cursal são devidos em decisão unipessoal ou colegiada FPPC243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal FPPC244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da súmula do STJ (“Os honorários advocatícios devem ser com- pensados quando houver sucumbência recíproca, assegura- do o direito autônomo do advogado à execução do saldo 21 sem excluir a legitimidade da própria parte”) e a tese firma- da no REsp Repetitivo n. 963.528/PR, após a entrada em vi- gor do CPC, pela expressa impossibilidade de compensa- ção FPPC384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá suprimir a titularidade e o direito à percepção dos hono- rários de sucumbência dos advogados públicos FPPC621. (arts.85, §14, 771, 833, § 2º) Ao cumprimento de sentença do capítulo relativo aos honorários advocatícios, aplicam-se as hipóteses de penhora previstas no §2º do art. 833, em razão da sua natureza alimentar. JDPC5 Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão parcial fundada no art. 485 do CPC, condenar-se-á propor- cionalmente o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor, nos termos do art. 85 do CPC. JDPC6 A fixação dos honorários de sucumbência por apre- ciação equitativa só é cabível nas hipóteses previstas no § 8º do art. 85 do CPC. JDPC7 A ausência de resposta ao recurso pela parte con- trária, por si só, não tem o condão de afastar a aplicação do disposto no art. 85, § 11, do CPC. JDPC8 Não cabe majoração de honorários advocatícios em agravo de instrumento, salvo se interposto contra deci- são interlocutória que tenha fixado honorários na ori- gem, respeitados os limites estabelecidos no art. 85, §§ 2º, 3º e 8º, do CPC CJF 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação de produção antecipada de provas na hipótese de re-
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