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O capítulo 3, “Judiciário: entre a Justiça e a Política”, do livro “Judiciário e Política no Brasil” de Roberto Bastos Arantes, descreve a natureza e as especificidades do Judiciário como instituição judicial e política. Outrossim, o texto apresentará o desenvolvimento institucional do Judiciário moderno, a expansão das funções judiciais e políticas da instituição, atualmente no Brasil e o futuro do judiciário. Primeiramente, o autor discorre sobre o judiciário como órgão de justiça e poder político, por meio de análises históricas e baseado em figuras como Montesquieu e Hobsbawm, ao comparar a atuação do mesmo na França, como órgão de justiça e EUA, como poder político durante o início de tais nações como Estados liberais, tendo o primeiro uma justiça que apenas resolve conflitos entre particulares e o segundo, a justiça se torna um poder como o legislativo e o executivo, fazendo o controle de constitucionalidade das leis. Outrossim, no primeiro tópico sobre o judiciário moderno, Roberto Arantes escreve sobre a análise de Alexis Tocqueville sobre a diferença entre os regimes políticos francês e americano. Sua obra demonstra que os americanos conseguiram equilibrar as condições de igualdade e manter a liberdade individual e política, por conta do judiciário americano. Tocqueville descreve que os EUA resolve a problemática da limitação do poder político da maioria em governos populares por meio da magistratura independente, isto é, decisões finais seriam tomadas por um corpo de magistrados, caso houvesse conflito constitucional. Em segundo lugar, o autor comenta sobre a expansão do judiciário que ocorro de modo heterogêneo, visto que são diversos os regimes democráticos e acontecimentos políticos no século XX. Arantes disserta sobre a expansão em duas funções: controle de constitucionalidade das leis e atos normativos e prestação da justiça social. A função de controle de constitucionalidade tem muito destaque nos EUA, uma vez que o a suprema corte é a fiscalizadora da constitucionalidade das leis e durante 1930 houve maior influência da mesma e do governo americano na economia e em 1950 também ocorreu um alto índice de ativismo judicial diante da ampliação de direitos civis. A bibliografia especializada classifica o modelo judiciário americano de ter o controle constitucional de Difuso, pois a suprema corte não julga a lei, mesmo sendo guardião da constituição, na Áustria, o modelo disponível é o concentrado, nação onde o controle constitucional acontece através da corte constitucional, a qual tem o poder de julgar a lei e atua politicamente, enquanto o Brasil adota um modelo híbrido, ao mesmo tempo concentrado e difuso. Já a função de prestação de justiça social, algo desenvolvido no século XX, quando o judiciário começou a se tornar instância de implementação de direitos sociais e coletivos, o que ocorre devido ao desenvolvimento do Estado social, havendo crises do mesmo em que atingem o judiciário e também, o aumento do acesso de justiça para direitos coletivos. No tópico “O futuro do judiciário”, estão os estudos dos escritores Tate e Vallinder sobre os fatores necessário para haver uma “judicialização política” e expansão da justiça, como a presença da democracia, ponto que o Rogério Arantes exemplifica com a democratização do Brasil nos anos 80, ao demonstrar que o país possui características para desenvolver seu judiciário político. Além disso, os escritores expressaram a necessidade de um certo ativismo judicial por parte dos membros das instituições. Outro debate é a discussão sobre crises das instituições como Judiciário e Ministério Público, tendo a crise três dimensões para serem mudadas em reformas: política, quando se fala sobre as funções de controle constitucional da mesma; funcional, ao falar sobre as suas atribuições de justiça comum e republicana, sendo a tentativa de instituição de órgãos de controle externos para o Judiciário e para o Ministério Público: o Conselho Nacional de Justiça, algo que assusta juízes e promotores, pelo fim do Judiciário como poder político. Por fim, a condições de reforma e crise sempre irão acompanhar o Judiciário, uma vez que possui funções curiosas, a social, por meio do acesso coletivo à justiça, às reivindicações igualitárias de grupos sociais são sustentadas, e a função liberal, através do controle constitucional, o poder das maiores políticas é freado em nome das liberdades individuais.
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