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Semiologia Digestório Equinos

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
DE EQUINOS 
Considerações gerais 
Pequena capacidade volumétrica do 
estômago (8 a 20L) 
Incapacidade do vômito 
Longo mesentério no jejuno (em média 25 m), 
favorecendo as torções 
Locais com diminuição abrupta do diâmetro 
do lúmen (flexura pélvica e a transição para o 
cólon menor), favorecendo o acúmulo de 
alimento 
Mucosa retal frágil predisposta a rupturas 
É um herbívoro de ceco funcional 
 Revisão anatômica 
BOCA 
Funções: preensão, mastigação e salivação 
de alimentos; pode desempenhar papel de 
agressão e defesa 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Existem três glândulas principais pareadas a 
parótida, mandibular (submaxilar) e sublingual: 
a maior e clinicamente mais importante dentre 
essas glândulas é a parótida, secreta um 
líquido seroso; a glândula salivar mandibular 
localiza-se medial à parótida, a glândula 
salivar sublingual situa-se entre a língua e o 
aspecto medial da mandíbula. 
DENTES 
24 dentes decíduos (temporários): 2 [I 3⁄3 C 0⁄0 
P 3⁄3] = 24 (I = incisivos, C = caninos, P = pré-
molares). 
Os incisivos decíduos são menores, contêm 
poucos sulcos longitudinais e apresentam 
formato de concha mais evidente que os 
dentes permanentes. Não existem molares 
decíduos. 
Dentição permanente:2 [I 3⁄3 C 1⁄1 P 3 ou 4⁄3 M 
3⁄3] = 40 ou 42 (I = incisivos, C = caninos, P = pré-
molares, M = molares). 
A abrasão e a mastigação desgastam a coroa 
funcional na razão de 2 a 3 mm por ano; 
contudo, a coroa de reserva irrompe 
continuamente, a fim de manter uma coroa 
exposta de aproximadamente 2 cm. 
DENTES INCISIVOS 
O grau de erupção, padrão da mesa dentária, 
formatos e ângulos de incidência dos incisivos 
são usados como indicativos da idade dos 
equinos. 
DENTES CANINOS 
O macho tem 4 caninos; contudo, nas fêmeas, 
esses dentes geralmente estão ausentes ou 
são rudimentares. 
DENTES PRÉ-MOLARES E 
MOLARES 
“dentes da bochecha” (cheek teeth) 
O primeiro pré-molar, “dente de lobo”, pode 
estar ausente ou ser rudimentar. 
Formam duas fileiras levemente curvas. 
A aposição muito próxima dos dentes 
individuais e a existência de cemento 
periférico entre os dentes tornam possível que 
os seis dentes de cada arcada funcionem 
como uma única unidade de mastigação 
eficiente. 
OCLUSÃO 
A mandíbula do equino é mais estreita que o 
maxilar (anisognatia). 
Ocasionalmente, devido ao movimento lateral 
incompleto da mandíbula durante a 
mastigação (provavelmente associado ao 
fornecimento de dietas ricas em concentrado 
e pouca forragem), os dentes tornam-se muito 
afiados e lesionam as mucosas bucal e lingual. 
São as pontas dentárias ou, na sua 
apresentação mais avançada, “boca 
inclinada” (shear mouth). 
 
AVALIAÇÃO DA IDADE 
PELO EXAME DENTÁRIO 
A erupção e o atrito das arcadas dentárias 
(incisivos, pré-molares e molares) possibilitam 
que se estime a idade do cavalo. 
Antes de qualquer avaliação deve-se obter 
um histórico completo e fazer inspeção do 
animal, observando seu tamanho e estado 
corporal, atentar para animais que sejam 
pequenos ou grandes demais para sua idade. 
 
Tempo de erupção normal para os dentes de equinos 
 Idade média de erupção 
Dentes Decíduos Permanentes 
Primeiro incisivo 
Nascimento à 1º 
semana 
2,5 anos 
Segundo incisivo 4 a 6 semanas 3,5 anos 
Terceiro incisivo 6 a 9 semanas 4,5 anos 
Caninos Ausentes 3,5 a 5 anos 
Primeiro pré-molar 
(dente de lobo) 
Ausentes 6 a 9 meses 
Segundo pré-molar 
Nascimento à 
primeiras 2 semanas 
2,5 anos 
Terceiro pré-molar 
Nascimento à 
primeiras 2 semanas 
3 anos 
Quarto pré-molar 
Nascimento à 
primeiras 2 semanas 
3,5 anos 
Primeiro molar Ausentes 9 a 15 meses 
Segundo molar Ausentes 2 a 3 anos 
Terceiro molar Ausentes 3,5 a 4 anos 
 
Ângulo dos incisivos 
Com a idade, os dentes tendem a protruir mais 
rostralmente e ocluem com um ângulo 
progressivamente menor entre elas, chegando 
a 90° aos 20 anos (diferenciar rapidamente um 
animal velho de um jovem). 
Sulco de Galvayne 
Surge a partir volta dos 9 aos 11 anos de idade, 
chega à metade do dente aos 15 anos e, aos 
20 anos, toma toda a extensão do dente. 
Entre 20 e 25 anos de idade, a metade superior 
do sulco desaparece; aos 30 anos, o sulco não 
é mais observado. 
 
Ganchos ou asas de andorinha 
Podem ocorrer a qualquer momento após o 
animal ter completado 6 anos de idade, fica 
mais evidente aos 7 anos de idade (gancho 
dos 7 anos). Como o desgaste se altera, o 
gancho desaparece gradualmente, 
reaparecendo somente aos 11 ou 13 anos. 
Em geral, desaparecem novamente com o 
avançar da idade. 
 
Caninos 
Varia de 1 a 4 
Quando os caninos não irrompem através da 
gengiva, são chamados “caninos cegos” 
A idade de erupção ocorre entre os 3,5 e 5 
anos de idade 
ESÔFAGO 
Funções: transporte do bolo alimentar ou de 
outros materiais, desde a faringe até o 
estômago, e a prevenção do fluxo retrógrado 
do conteúdo gastrintestinal. 
É dividido em três porções: cervical; torácica; 
e abdominal. 
ESTÔMAGO 
Digestão de proteínas pelo ácido clorídrico e 
a pepsina; 
Ocorre certa digestão microbiana, visto que 
grandes concentrações de ácido láctico 
estão presentes ao redor de 4 h após a 
alimentação. 
INTESTINO DELGADO 
Liga o estômago com o intestino grosso; 
inicia-se no piloro e termina na curvatura 
menor do ceco (22 m de comprimento) 
Capacidade de cerca de 40 a 50 ℓ. 
O duodeno tem cerca de 1 a 1,5 m de 
comprimento no cavalo adulto. Os ductos 
pancreático e biliar penetram na parede do 
intestino da porção cranial em torno de 12 a 5 
cm do piloro. 
O jejuno é longo 
O íleo, passa para a face medial (esquerda) 
do ceco e une-se à curvatura menor de sua 
base. O diâmetro médio do jejuno-íleo é de 
aproximadamente 6 a 7 cm; é curto. 
O íleo, óstio ileal, projeta-se para o interior do 
ceco. Nessa região tem a válvula ileocecal. O 
íleo é fixo por seus ligamentos que pode 
funcionar como um ponto pivô para o 
desenvolvimento de vólvulos do jejuno. 
INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso ceco, cólon maior (tanto o 
cólon ventral direito e esquerdo quanto o 
cólon dorsal direito e esquerdo), cólon 
transverso, cólon menor, reto e ânus. 
O ceco tem comprimento médio de 1 m, com 
capacidade média de 33 ℓ . 
O cólon ascendente (cólon maior) tem 3 a 4 m 
de comprimento, tendo capacidade 
volumétrica de até 130 ℓ . 
O cólon maior se origina desde o orifício 
cecocólico, como o cólon ventral direito 
(CVD), que está aderido à faixa lateral do 
ceco, pela prega cecocólica. O CVD desloca-
se cranialmente até à flexura esternal (FE), 
continua caudalmente como cólon ventral 
esquerdo e gira 180° próximo à entrada da 
pelve, formando a flexura pélvica (FP). A FP 
pode variar em termos de localização exata; 
contudo, está mais frequentemente à 
esquerda da linha média. Após a FP, o cólon 
continua cranialmente como o cólon dorsal 
esquerdo, avançando para formar a flexura 
diafragmática, dorsal à FE. O cólon, em 
seguida, gira 180°, evoluindo 
caudodorsalmente pela direita, como o cólon 
dorsal direito (CDD). Na região da raiz do 
mesentério, o CDD diminui abruptamente em 
seu diâmetro, gira medialmente, como o 
cólon transverso (CT), que passa da direita 
para a esquerda cranialmente à artéria 
mesentérica cranial. O CT continua como 
cólon descendente (cólon menor) pelo lado 
esquerdo do abdome, alcançando o 
comprimento de 2,5 a 4 m. 
O cólon menor une-se ao reto, o qual começa 
na cavidade pélvica e termina no ânus. 
A porção cranial do reto é coberta por 
peritônio e a porção retroperitoneal distal 
forma uma dilatação chamada de ampola 
retal. 
 
 
Identificação do animal 
A resenha deve constar da ficha 
IDADE 
Neonatos: sintomatologia de cólica por 
retenção de mecônio; 
Potros jovens: cólicas intermitentes podem 
estar relacionadas com úlceras gástricas, além 
de hérnias umbilicais 
Adultossão mais predispostos a neoplasias 
Alterações na mastigação, em decorrência 
de desgaste dentário, podem levar a sinais 
gastrintestinais 
SEXO 
Animais machos podem apresentar hérnia 
inguinal/inguinoescrotal, desde o nascimento, 
mas os estrangulamentos são mais frequentes 
nos garanhões, principalmente após 
cobertura. 
Nas fêmeas, a torção uterina leva ao quadro 
de dor abdominal intensa. 
História clínica / 
anamnese 
Deve ser detalhada, pois o manejo ao qual o 
cavalo é submetido é fator predisponente ao 
aparecimento de enfermidades digestórias 
MANEJO E ALIMENTAÇÃO 
Animais criados em regime intensivo adquirem 
hábitos alimentares peculiares, vícios 
comportamentais, sendo normalmente mais 
irritadiços e sujeitos a estresses constantes, que 
podem predispor a alterações digestórias. 
Avaliação do manejo e da alimentação como causas 
de alterações digestivas 
Condição de manejo Alteração causada 
Altos teores de fibra na 
alimentação 
Compactações 
Alteração brusca na dieta 
Fermentação, acidose 
em ceco e cólon 
Excesso de carboidrato 
Timpanismo, acidose 
em ceco e cólon 
Alimento mofado/estragado Timpanismo 
Alimentação em solo 
arenoso 
Sablose 
Ração em pó Obstrução do piloro 
Animais em regime intensivo 
de estabulação 
Sobrecarga, vícios, 
estresse 
 
CONTROLE PARASITÁRIO 
Protocolo de controle parasitário da 
propriedade? 
Quando e com qual produto foi feita a última 
vermifugação? 
Verminoses podem ser responsáveis por 
diversos quadros da síndrome cólica, como 
obstruções e intussuscepções do intestino 
delgado causado por Parascaris. 
Aneurisma verminótico por migração de larvas 
de Strongylus vulgaris. 
O Habronema pode provocar úlceras, 
gastrites e rupturas gástricas. 
Larvas de Gasterophilus são responsáveis por 
estenose do piloro. 
Enterites por estrôngilos encistadas na parede 
intestinal, são resistentes a diversos princípios 
ativos. 
INÍCIO DO PROCESSO 
Nos indica a gravidade da lesão: 
Cólicas com início há vários dias normalmente 
ocorrem por obstruções simples, timpanismos. 
As manifestações rápidas estão associadas a 
enfermidades no estômago ou intestino 
delgado. 
As manifestações lentas têm origem no 
intestino grosso. 
CARACTERÍSTICAS DA CRISE 
Cólicas súbita com dor contínua e grave → 
após alimentação pela dilatação gástrica ou 
por hipoxia tecidual 
Úlceras gastroduodenais → desenvolvimento 
clínico lento e curso prolongado (crônica). 
MANIFESTAÇÃO DE EPISÓDIOS 
ANTERIORES 
É necessário verificar: 
Se episódios anteriores de dor abdominal 
foram correlacionados a alteração da 
alimentação ou condições de controle 
parasitário deficiente 
Se o animal já foi submetido a laparotomia 
exploratória, pois pode desenvolver 
aderências 
Quantas foram as manifestações anteriores 
(episódios intermitentes relacionam-se com 
úlceras gástricas). 
TRATAMENTOS ANTERIORES 
Deve-se perguntar sobre a utilização de 
fármacos que possam alterar a motilidade 
intestinal; tratamentos, medicamentos 
utilizados, vias de administração, doses e há 
quanto tempo foram administrados. 
DEFECAÇÃO E MICÇÃO 
A eliminação de fezes pelo animal e as suas 
características (consistência, coloração, odor 
ou existência de muco) podem ser indicativas 
da ocorrência ou não do trânsito intestinal 
A ocorrência de flatulência (timpanismo) 
pode indicar o funcionamento dos 
mecanismos de desarme e do peristaltismo. 
Dsidratação: diminue o número de micções e 
a concentra a urina 
INGESTÃO HÍDRICA 
A ingestão de água ajuda na manutenção do 
equilíbrio hídrico eletrolítico 
Cavalos com restrição hídrica são mais 
suscetíveis a compactações da flexura 
pélvica. 
A ingestão de água gelada após o exercício 
está relacionada com o aparecimento de 
cólicas espasmódicas. 
PRENHEZ 
A égua está prenhe? 
Qual a data de cobertura? (contrações do 
parto podem ser confundidas com cólica) 
Éguas no terço final de gestação podem 
desenvolver torções uterinas. 
Exame físico 
AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE 
Inspeção 
Observação do animal quanto: atitude, 
comportamento, aparência externa, 
modificações do formato do abdome. 
Sinais de dor abdominal (cólica): 
→ Escavar o chão 
→ Bater com a pata no chão 
→ Olhar para o flanco 
→ Mexer na água com o focinho 
→ Morder o flanco 
→ Escoicear o 
→ abdome 
→ Rolar 
→ Sentar 
→ Sudorese intensa 
→ Hiperexcitabilidade/depressão 
Aspectos da dor: grau (leve, moderada ou 
grave)e tipo (intermitente ou contínua). 
Dor leve: sem alterações circulatórias e as 
manifestações de dor discretas. 
Dor moderada: animais cavam, deitam, rolam 
e apresentam alterações respiratórias 
(aumento da frequência, dispneia). 
Dor grave: sudorese intensa, alterações 
circulatórias (coloração de mucosa, alteração 
no TPC e no pulso), animais rolam, dificuldade 
em ficar em posição quadrupedal, se jogar 
sobre as pessoas ou paredes da baia. 
Quanto ao tipo de dor: 
 Causa Consequência 
Continua 
 
Isquemia Diminuição do limiar 
de dor da fibra 
nervosa 
Distensão 
exagerada da alça 
Alça com pequena 
capacidade de 
distensão (ID – 
estômago) 
Intermitente Distensão gradual 
da alça 
Alça com grande 
capacidade de 
distensão – processos 
obstrutivos do IG 
 
As modificações do formato do abdome 
(distensões ou contrações) devem ser 
observadas olhando o animal por trás. 
Distensão na porção dorsal: gases nas alças 
Distensões ventrais: acúmulo de ingesta ou 
líquido. 
Aumento de volume do lado direito: ceco 
Aumentos da face abdominal esquerda: 
distensão do cólon esquerdo 
(encarceramentos no ligamento 
nefroesplênico (lienorenal). 
A contração do abdome ocorre nos casos de 
peritonite. 
Animais mais velhos (éguas de cria mantidas a 
pasto, apresentam, em condições normais, 
abdome mais dilatado e penduloso. 
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS 
VITAIS 
Temperatura retal 
Hipotermia: choque e deve ser imediatamente 
tratado 
Febre: peritonite, mas é esporádico. 
Aumento de temperatura pode estar 
relacionado com causas infecciosas da 
síndrome cólica, principalmente nos casos de 
duodenojejunite proximal (enterite anterior). 
Frequência respiratória 
A frequência respiratória está aumentada nos 
equinos portadores de cólica devido à dor, à 
acidose metabólica e por compressão do 
diafragma nos casos de timpanismo gástrico 
ou intestinal, sejam eles primários ou 
secundários. 
A ocorrência de quadro respiratório deve ser 
avaliada conjuntamente, devido à 
pneumonia por aspiração (refluxo gástrico 
para a faringe, ou tratamento por via oral feito 
de maneira inadequada). 
Nos casos de hérnia diafragmática, a 
frequência estará aumentada 
Frequência respiratória diminuída na alcalose 
metabólica (raro, excesso de utilização de 
bicarbonato no tratamento ou hipocloremia) 
ou em virtude da utilização de fármacos, 
principalmente em MPA ou anestesia 
inalatória. 
Frequência cardíaca e pulso 
A frequência cardíaca estará aumentada em 
decorrência da dor, hipovolemia e 
endotoxemia. 
O pulso deve ser medido em ramos da artéria 
facial ou na digital. E pode ser: forte; fraco; 
filiforme; ou ausente. 
Pulso muito forte com frequência alta está 
relacionado com dor; 
Diminuição do débito cardíaco e hipovolemia 
levam ao enfraquecimento do pulso; 
Pulso filiforme e fraco: em condições extremas 
de choque hipovolêmico, endotoxêmico ou 
neurogênico. 
Coloração de mucosas e tempo de 
preenchimento capilar 
São avaliações clínicas indiretas possíveis da 
perfusão sanguínea. 
Normal Rósea-clara 
Vasoconstrição Rósea-pálida 
Hipóxia Cianótica 
Sequestro sanguíneo Congesta 
Diminuição da pressão 
arterial 
“Vermelho-tijolo” 
(congesta) 
 
Avaliação clínica da hidratação 
Classificada em leve, moderada e grave, 
Na desidratação leve, o animal perdeu de 6 a 
8% de água; na moderada, de 8 a 10%; e na 
grave, de 10 a 12%. 
Desidratação acimade 15% são consideradas 
incompatíveis com a vida. 
O turgor da pele indica a quantidade de 
líquido presente na pele; para avaliarmos, 
utilizamos o pregueamento da pele, 
observando seu retorno à posição inicial; 
quanto maior o tempo, menor o turgor e 
menor a quantidade de líquido. 
Grau Pregueamento 
da pele (s) 
PPT 
(%) 
Clinica 
Inaparente - < 8 - 
Leve 2 a 4 8 Turgor diminuído 
Moderada 6 a 10 9 Mucosas secas 
Grave > 10 < 9 Retração ocular 
 
EXAME FÍSICO DA CAVIDADE 
ORAL, FARINGE E ESÔFAGO 
CAVIDADE ORAL 
Avalia a apreensão de alimento, mastigação 
e deglutição que são melhor avaliadas 
deixando o cavalo se alimente sem auxílio. 
Braquignatismo mandibular: quando grave, 
impede o contato entre os incisivos superiores 
e inferiores, com consequente crescimento 
excessivo dos incisivos. 
Mastigação 
Os dentes da bochecha são usados para 
triturar o alimento. Cavalos normais 
apresentam esforço mastigatório laterolateral 
muito vigoroso. 
Os problemas que comprometem a 
mastigação: dor lingual (laceração), dor 
dentária, malformação dentária, dentes 
supranumerários, crescimento excessivo, 
perdas dentárias e pontas dentárias da 
superfície (desgaste anormal). 
Outras causas de disfagia oral incluem: 
→ Fratura de mandíbula, pré-maxilar 
(incisivos), maxilar ou ossos hioides 
→ Paralisia bilateral da língua (XII par de 
nervos cranianos) ou músculos 
mastigatórios (V par de nervos cranianos) 
→ Glossite 
→ Estomatite 
→ Raiva 
 
Deglutição 
Pode ser dividida em três fases: oral; faríngea; 
e esofágica. No cavalo: 
A deglutição pode ser interrompida por lesões 
dolorosas, obstruções ou déficit neurológico 
(p. ex., micose da bolsa gutural). 
Exame da cavidade oral 
O exame físico dos dentes dos equinos busca 
detectar e quantificar as alterações dentárias 
e da cavidade oral, propor e instaurar um 
tratamento e implementar programas de 
manejo. 
Técnicas de exame 
Os sinais clássicos da ocorrência de doença 
dentária: 
→ Inapetência 
→ Dificuldade ou vagarosidade durante a 
ingestão de água e alimento (preensão, 
mastigação ou deglutição) 
→ Halitose 
→ Descarga nasal 
→ Perda de peso 
→ Aumento de volume facial ou mandibular 
com trajeto fistuloso 
→ Queda de alimento pela boca 
→ Armazenamento de alimento nas 
bochechas 
Pontas dentárias: podem causar desconforto 
ou dor oral, expressas por alterações 
comportamentais: balançar da cabeça, 
resistência ao freio e problemas associados a 
monta, cavalgada e performance. 
O exame oral requer que o clínico olhe, sinta, 
mova e cheire a boca do cavalo. 
A observação do ambiente: evidencia 
alimentação ou digestão anormal (salivação 
excessiva no balde ou cocho d’água, resíduos 
de alimento no chão ou grãos não digeridos 
nas fezes). 
Examinar a ocorrência, a natureza e o odor de 
secreções nasais e os seios paranasais. 
Sensibilidade à palpação, susto ou resistência: 
indica dor na bochecha ou gengiva, 
desconforto miofascial ou patologia dos 
músculos mastigatórios. 
Palpação: localizar aumentos de volume nos 
lábios e bochechas associados a lesões 
antigas, tumores ou massas ósseas na 
mandíbula ou ossos da face. 
Teste do desvio lateral da mandíbula: com a 
cabeça do animal em posição “neutra”, uma 
das mãos é apoiada sobre o dorso da narina, 
segurando a mandíbula, deslizando-a 
lateralmente para a direita e para a esquerda, 
a fim de observar a abertura e o travamento 
dos incisivos durante essa manobra. 
No cavalo normal, ouve-se um rangido suave 
e regular. A ausência ou redução de sons 
indica diminuição de contato oclusal; estalidos 
indicando arcadas irregulares. A inibição do 
desvio lateral: crescimento excessivo ou mau 
alinhamento das arcadas dos incisivos 
Com o animal quieto contido por um cabresto, 
que possibilite a completa abertura da boca, 
avaliar a cavidade oral rostral. 
O examinador deve posicionar-se ao lado do 
animal, segurando a mandíbula e sustentando 
a cabeça com a mão esquerda, usar o 
polegar e o dedo indicador da mão direita 
para separar os lábios e visualizar os incisivos 
(avaliar oclusão, número, alinhamento e 
formato normais, além da existência de mal 
erupções, estado de erupção e desgaste. 
O exame oral deve procurar por ulceração, 
fibrose ou neoplasia nos lábios, diastema e 
superfície bucal das bochechas. Em seguida, 
inverte-se o lado e a mão para facilitar o 
exame das arcadas opostas. 
Alterações dentárias e da cavidade oral 
relacionadas com a idade: 
Até 1 mês de idade: defeitos congênitos 
(lábios, palato), trauma, alinhamento dos 
incisivos, desenvolvimento de cistos, tumores. 
De 6 meses a 1 ano: trauma, alinhamento dos 
incisivos, erupção do dente de lobo. 
12 meses a 3 anos: trauma, alinhamento dos 
incisivos, problemas de erupção dos incisivos, 
pontas dentárias, aumentos de volume 
mandibular e maxilar (associados ao 
desenvolvimento e erupção dos dentes da 
bochecha permanentes). 
3 a 5 anos: problemas de erupção dos 
incisivos, pontas dentárias, aumentos de 
volume mandibular e maxilar, caninos 
compactados, calota residual de dentes 
decíduos frouxos. 
5 a 10 anos: dentes quebrados, doença 
periodontal, problemas de erupção dos 
incisivos, perda dentária, dentes crescidos em 
excesso, ganchos 
10 a 20 anos: dentes quebrados, doença 
periodontal, perda dentária, dentes crescidos 
em excesso, ganchos 
Glândulas salivares 
As lesões mais comuns são as fístulas, cálculos 
salivares e ruptura da glândula ou do ducto 
mandibular (sialocele ou mucocele salivar); 
Outra condições que afetam gl. Salivare: 
neoplasia (melanoma é a mais frequente) e 
ptialismo. 
Palato mole 
Pode ser examinado por meio de endoscopia 
nasofaríngea ou por radiografia laterolateral 
da região nasofaríngea. 
Em potros, a fenda palatina costuma envolver 
o aspecto distal do palato mole (pneumonia 
por corpo estranho). O animal apresenta 
descarga de leite ou água pelas narinas. 
Esôfago 
durante a passagem da sonda nasogástrica, 
pode-se observar a distensão da parede do 
esôfago dorsal ao sulco da veia jugular 
esquerda. 
As enfermidades mais comumente 
encontradas são obstrução esofágica, 
estenose/constrição esofágica, compressão 
esofágica extrínseca, divertículos, perfurações, 
esofagite, distúrbios da motilidade esofágica 
(megaesôfago) e neoplasias. 
Os indícios clínicos de obstrução: ansiedade, 
estiramento do pescoço e intranquilidade, 
cavalo faz várias tentativas de deglutir e pode 
tossir; ptialismo, corrimento nasal com restos 
alimentares e halitose 
Crepitação no subcutâneo na região do sulco 
da veia jugular esquerda é um sinal com 
prognóstico grave, indica ruptura do esôfago 
com extravasamento de ar ou infecção dos 
tecidos periesofágicos por bactérias 
produtoras de gás. 
Radiografias e ultrassonografia podem ser 
usadas para avaliar o esôfago. 
Na radiografia, o esôfago normal pode não ser 
detectado ou pode conter apenas pequenos 
traços longitudinais de ar. 
Grandes volumes de ar intraesofágico indicam 
disfunção da válvula esofágica rostral. 
Na obstrução esofágica, detecta-se a 
existência do alimento (de aspecto granular, 
homogêneo) na radiografia 
O uso de meio de contraste como o sulfato de 
bário é possível para avaliar a função do 
esôfago, seu formato e motilidade. 
A endoscopia é útil no diagnóstico de lesões 
esofágicas; o endoscópio é passado do 
mesmo modo que a sonda nasogástrica. A 
insuflação de ar enquanto se introduz o 
endoscópio ajuda a distender a parede do 
esôfago, facilitando a visualização da sua 
mucosa e possíveis alterações, tais como 
obstrução, constrição, dilatação, eritema, 
ulceração e ruptura esofágicas. 
Causas de estenose/constrição: 
prolongamento da obstrução esofágica, 
corpos estranhos esofágicos corrosivos ou 
pontiagudos, traumatismo no pescoço, 
esofagite de refluxo e cirurgia esofágica 
prévia. 
O diagnósticode estenose esofágica é feito 
por meio de esofagograma contrastado. A 
extensão da lesão poderá ser definida pela 
esofagoscopia. 
A compressão extrínseca do esôfago pode ser 
causada por doenças que aumentem o 
volume dos linfonodos retrofaríngeos mediais e 
laterais, cervicais profundos craniais, médios, 
caudais e/ou mediastínicos. 
Os divertículos podem ser congênitos ou 
adquiridos. Os adquiridos podem ser 
divertículos por pulsão ou por tração. 
Em um esofagograma, o meio de contraste 
pode delinear parcial ou completamente o 
fundo do divertículo. 
A perfuração esofágica completa resulta de 
lacerações diretas, como as causadas por 
corpos estranhos com superfícies irregulares ou 
aguçadas, ou por objetos penetrantes. A 
ruptura pode ocorrer em locais de necrose 
esofágica, ulceração profunda, divertículos e 
dilatações. A perfuração iatrogênica ocorre 
durante as tentativas de alívio de obstruções 
intraluminais. Clinicamente aspecto de 
tumefação cervical acompanhada 
normalmente por enfisema subcutâneo. O 
diagnóstico baseia-se nos sintomas clínicos, 
com a confirmação pela esofagografia. 
A esofagite de refluxo resulta da penetração 
do conteúdo gástrico ou duodenal no 
lúmenesofágico. A esofagite é diagnosticada 
por meio de endoscopia. A esofagite de 
refluxo ocorre mais comumente em potros que 
sofrem de ulceração gástrica. 
Megaesôfago é um termo descritivo para o 
sintoma clínico de dilatação esofágica. No 
cavalo, é mais comum que ocorra o 
megaesôfago adquirido, como consequência 
da obstrução esofágica crônica. Neuropatias 
periféricas que afetem o nervo vago, como 
polineurite, por radiculoneurite, neuropatia 
desmielinizante e axoniopatias podem causar 
dilatação esofágica. 
Os sintomas clínicos do megaesôfago são 
disfagia, ptialismo, refluxo nasal e aumento 
devolume do esôfago cervical. Pode ocorrer 
pneumonia por aspiração. O megaesôfago é 
diagnosticado pela radiografia contrastada e 
pela endoscopia. 
Exame do abdome 
Palpação externa 
Suspeita de peritonite, nos quais se deve 
realizar o teste do rebote, feito por meio de 
compressão digital profunda do abdome e 
repentina descompressão. Nos casos de 
peritonite, respondem com dor. 
Percussão 
Indica a existência de gases ou líquidos dentro 
das alças ou na cavidade peritoneal. 
Percurtir os dois lados do animal, descendo 
verticalmente desde o flanco até a linha 
branca, a espaços de 4 a 6 cm, com o animal 
em posição quadrupedal. 
Som timpânico: timpanismo intestinal, primário 
ou secundário, raramente indicando 
pneumoperitônio. 
Ausculta abdominal 
A ausculta deve ser efetuada nos quadrantes 
abdominais (ventrais direito e esquerdo, 
dorsais direito e esquerdo), dorsiventralmente, 
em pelo menos três pontos de ausculta com, 
no mínimo, 30 s em cada um desses pontos. 
Quadrante dorsal direito: ruído típico da 
válvula ileocecal. 
A dor é a principal responsável pela 
diminuição dos ruídos intestinais; portanto, 
quase 
No início de quadros de timpanismo intestinal 
ou obstruções simples ou estrangulantes: 
aumento da motilidade; com a evolução, 
hipomotilidade, diminuição ou ausência dos 
ruídos intestinais, conhecida como íleo 
adinâmico ou ileus. 
Inflamação da camada muscular das alças 
nos casos de duodenojejunite proximal, 
peritonite ou manipulação excessiva durante 
laparotomia exploratória também são causas 
de ileus. 
Nos quadros de cólica espasmódica, ocorre 
aumento intermitente da motilidade intestinal, 
Nos timpanismos intestinais, um ruído metálico 
ressonante é auscultado por toda a cavidade 
abdominal. 
SONDAGEM NASOGÁSTRICA 
Em animais com cólica: descompressão 
gástrica e diminuir a dor, como meio auxiliar de 
diagnóstico e via de tratamento. 
As siliconizadas são mais fáceis de serem 
passadas, lesionam menos a narina e 
apresentam maior durabilidade. 
Um jogo completo dispõe de cinco tamanhos: 
neonato; potro jovem; potro sobreano; adulto 
médio e adulto grande. 
Para a passagem da sonda nasogástrica, 
deve-se conter o animal adequadamente de 
acordo com o temperamento do cavalo e o 
grau de dor. (cachimbo-se necessário). 
Nos cavalos com muita dor ou naqueles mais 
bravos, pode ser necessário sedação com 
acepromazina, xilazina, detomidina ou 
romifidina. 
Após a contenção, a sonda deve ser 
lubrificada (lidocaína gel, nitrofurazona) e 
marcada externamente na altura da glote. 
Deve-se introduzir a sonda medialmente e 
ventralmente na narina, com o objetivo de 
evitar a falsa narina, que fica dorsal e 
lateralmente. 
 
A introdução deve ser delicada, com a 
curvatura da sonda acompanhando a 
curvatura da cabeça. 
A fase de maior desconforto para o cavalo é 
a passagem pela narina, que deve ser rápida 
e única. 
Ao aproximar-se da marca da glote, deve-se 
assoprar a sonda com a intenção de 
promover deglutição e, simultaneamente, 
introduzir a sonda. Pode-se também esperar 
pela deglutição espontânea do animal e 
introduzir a sonda, mas isso pode demorar um 
pouco mais. 
Para facilitar a passagem da sonda para o 
esôfago, e não para a traqueia, a cabeça do 
cavalo deve ser mantida flexionada por um 
auxiliar ou pela pessoa que esteja contendo o 
cavalo. A sonda nunca deve ser forçada 
contra um ponto de resistência no esôfago, o 
que pode levar à ruptura deste. 
Para se ter certeza de que a sonda esteja no 
local apropriado, podemos sugá-la, pois se ela 
estiver no esôfago, que é um tubo muscular 
colabado, essa estrutura irá obstruir a sonda e 
nada será obtido com a manobra, ao passo 
que, se a sonda estiver na traqueia (que é um 
tubo rígido), será aspirado ar. 
Após a passagem pela cárdia, pode ser 
sentido odor de capim fermentado na maioria 
dos animais (sadios). Quando o estômago está 
muito distendido, a passagem da sonda pela 
cárdia, que normalmente é fácil, pode 
apresentar-se dificultada (a infusão de 
lidocaína pela sonda pode facilitar a abertura 
da cárdia). 
O primeiro objetivo da sondagem 
nasogástrica é a descompressão gástrica, 
eliminando gases e, com isso, atuando como 
analgésico, aliviando a dor e evitando a 
ruptura gástrica. 
A sondagem nasogástrica vai servir como 
meio diagnóstico auxiliar: observar, se ocorreu 
a saída de gás (quantidade e odor) e refluxo 
de líquido, que deve ser avaliado quanto a 
volume, coloração, odor e pH. 
A retirada de muito gás pode indicar 
timpanismo gástrico ou intestinal (porção 
anterior). 
Odor desagradável indica excesso de 
fermentação ou demora do esvaziamento 
gástrico. 
Drenagem passiva de líquido em volumes 
acima de 5 a 10 ℓ podem indicar obstrução do 
intestino delgado ou duodenojejunite proximal 
(DJP). 
No caso da DJP, o líquido tende a ser marrom-
avermelhado, com sangue oculto. 
O pH normal do estômago é de 3 a 6. 
Refluxo gástrico com pH alcalino tem como 
origem o intestino delgado, indicando uma 
obstrução ou inflamação dessa. 
Quando não ocorre drenagem de líquido pela 
sonda deve-se efetuar a lavagem gástrica 
(por pelo menos 30 minutos). 
Para isso, acopla-se uma mangueira ou um 
funil à sonda e coloca-se uma quantidade 
conhecida de água para dentro do estômago 
(menos de 5 litro por vez). Por meio de 
sifonagem (mantendo sempre água na 
sonda), retira-se essa mesma quantidade e 
observa-se o material retirado juntamente 
com a água. 
O ideal seria a realização da lavagem com 
água morna, pois esta estimula o peristaltismo; 
A passagem da sonda, com lavagem gástrica 
e administração de analgésico, será eficaz no 
tratamento de 80 a 90% dos cavalos com 
síndrome cólica, indicando a importância 
desse procedimento. 
A sondagem nasogástrica é utilizada também 
como meio de tratamento, pois possibilita a 
administração de diversos medicamentos nos 
casos de distúrbios gastrintestinais, bem como 
a hidratação dos animais e vermifugação de 
rebanho a baixo custo. 
Para a retirada da sonda, a suaextremidade 
deve ser ocluída visa impedir que líquidos 
presentes no seu interior, ao passar pela região 
faríngea, caiam na traqueia, indo ao pulmão. 
Quando houver refluxo muito intenso ou se o 
caso for cirúrgico e referido a um hospital, o 
animal deverá permanecer sondado. 
PALPAÇÃO RETAL 
 
Para a realização desse procedimento, deve-
se conter o animal adequadamente 
(contenção física - tronco e cachimbo) ou 
química. 
Deve-se utilizar luva de palpação retal, 
lubrificada (com carboximetil celulose, 
mucilagem, nitrofurazona, sabão de coco, 
detergente, óleo mineral etc). 
Introduz-se gentilmente um dedo na ampola 
retal, depois dois, promovendo a abertura da 
ampola retal e a introdução dos demais dedos 
no reto, com o polegar escondido na palma 
da mão. 
A mucosa retal do equino é bastante sensível 
a distensões, podendo ocorrer desde 
esgarçamentos da mucosa a rupturas 
completas de todas as camadas. 
Dentre as diferentes raças de equinos, o 
cavalo Árabe tem maior sensibilidade. 
Naqueles animais nos quais as contrações 
retais inviabilizem a palpação, ou nos machos 
(pelve mais estreita, não estão acostumados), 
utilizar geleia de lidocaína ou lidocaína spray 
no esfíncter anal ou até mesmo um enema 
com lidocaína a 2%, diluída em 500 mℓ de 
solução salina. 
Após a introdução da mão no reto, é 
necessário retirar os cíbalos de fezes, 
observando-se seu aspecto (úmidos e verde-
brilhantes - conforme a alimentação). 
Fezes ressecadas ou com muco indicam 
diminuição de trânsito intestinal 
(compactações ou obstruções) 
Fezes diarreicas: enterites ou a tentativa de 
desarme de alguma condição patológica 
(torção, intussuscepção ou obstrução). 
Após a limpeza da ampola retal, a primeira 
estrutura a ser identificada em um cavalo 
normal é o cólon (cíbalos mole). O cólon 
menor é móvel e encontrado logo após a 
introdução da mão na cavidade pélvica, 
podendo ser reconhecido pela existência de 
uma tênia palpável. 
Estruturas avaliadas pela palpação retal 
Lado direito 
Aderência do ceco à 
parede abdominal 
Tênia ventral e medial do 
ceco 
Lado esquerdo 
Rim 
Baço 
Ligamento nefroesplênico 
Cólon dorsal esquerdo 
Ventral 
Cólon menor (cíbalos e 
fezes) 
Anéis inguinais 
Flexura pélvica (à 
esquerda) 
Bexiga 
Reprodutor 
Dorsal 
Aorta 
Raiz do mesentério (artéria 
mesentérica cranial) 
Exames 
complementares 
PARACENTESE ABDOMINAL 
(ABDOMINOCENTESE) 
Utilizada na diferenciação de peritonites 
sépticas e assépticas. 
Nos cavalos com cólica: é um meio indireto de 
avaliação das alças intestinais, quando 
apresentam hipóxia → passagem de células e 
proteína para o líquido peritoneal 
Em um equino adulto sadio a quantidade varia 
100 a 300 mℓ. 
Em condições ideais, é possível a coleta de 50 
a 60 mℓ de líquido em 10 min. 
O ponto de coleta é sobre a linha branca, 
caudalmente (10 cm) à apófise xifoide, no 
ponto mais ventral do abdome. 
 
Ao redor desse ponto, deverão ser realizadas 
tricotomia e assepsia. 
Na técnica mais utilizada, após a infiltração ou 
não de anestésico local, faz-se uma pequena 
incisão de pele e musculatura. Introduzindo-se 
2 cm de uma lâmina de bisturi, sem o cabo 
 
Perfura-se o peritônio com uma cânula 
mamária de bovino ou cateter urinário de 
cadela, por pressão (ambos apresentam a 
ponta romba), e coleta-se o fluidoperitoneal 
em um tubo com EDTA e em outro sem o 
anticoagulante. 
 
Na segunda técnica, a perfuração da linha 
branca, da musculatura e do peritônio deverá 
ser realizada com uma agulha descartável 40 
× 12 e o líquido coletado. 
O líquido peritoneal é pálido, claro e contém 
teores de proteína inferiores a 2,5 g/dℓ e 
contagem de células nucleares menor que 
5.000/mℓ. 
O líquido peritoneal torna-se turvo quando o 
número de células nucleadas e a taxa de 
proteína aumentam. 
O exame citológico do líquido peritoneal deve 
incluir colorações variadas como Wright e 
Gram. 
O cultivo microbiológico deve ser feito para a 
identificação de aeróbicos e anaeróbicos 
(muitas peritonites são causadas pela 
associação de enterobacteriáceas com 
anaeróbios) com o intuito de orientar a terapia 
antibacteriana específica. 
Na evolução de processos fisiopatológicos, 
coletas seriadas em animais com síndrome 
cólica indicam estabilização ou piora do 
quadro. 
A concentração de fibrinogênio superior a 100 
mg/dℓ no líquido peritoneal indica processo 
inflamatório agudo (peritonites). 
Obstruções estrangulantes e obstruções 
simples ou infartos não estrangulantes, a 
progressão da lesão vascular vai levar a 
extravasamento de hemácias para a 
cavidade peritoneal com consequente 
avermelhamento do fluido. 
Líquido peritoneal muito claro (descolorido) 
indica diluição sugere ascite (por 
hipoproteinemia, geralmente em animais 
subnutridos) ou uroperitônio. 
Fluido serossanguinolento indica aumento do 
número de hemácias ou na quantidade de 
hemoglobina livre → degeneração intestinal e 
perda transmural de hemácias; nas punções 
de baço durante a paracentese; nas 
lacerações de vísceras abdominais ou quando 
ocorre contaminação do líquido peritoneal 
com sangue oriundo de vasos da pele ou 
musculatura. 
Líquido esverdeado: enterocentese ou ruptura 
de alças intestinais. 
Líquido amarronzado está associado a estágio 
terminal de necrose tecidual. 
Atividade da fosfatase alcalina, aspartato 
aminotransferase e desidrogenase láctica 
quando aumentadas: lesão fígado, intestinos e 
músculos. 
VOLUME GLOBULAR E PROTEÍNA 
TOTAL 
No início de um quadro de dor abdominal, 
ocorre aumento do volume globular em 
resposta à catecolaminas por causa de dor ou 
endotoxemia, que leva à contração 
esplênica. 
O aumento do volume globular e dos teores 
de proteínas indica a perda de líquido 
vascular para uma alça ou para a cavidade 
peritoneal. 
Aumentos significativos dos teores de proteína 
com discreto aumento do volume globular 
podem indicar que esse animal esteja com 
quadro de anemia 
Diminuição dos teores de proteína em animais 
desidratados pode indicar grave perda para o 
lúmen da alça ou cavidade peritoneal ou 
também má nutrição, parasitismo intenso ou 
doença hepática crônica. 
TESTE DE ABSORÇÃO DE GLICOSE 
Verifica a integridade funcional do intestino 
delgado pela eficácia de absorção de glicose 
do lúmen intestinal. 
Indicado para animais com emagrecimento 
progressivo sem alteração de ingestão ou 
excesso de perdas, animais com suspeita de 
diabetes (raro). 
Solução de glicose a 20% contendo 1 mg/kg 
de peso vivo é administrada via sonda 
nasogástrica ao animal em 12 h de jejum. Uma 
amostra de sangue ( tubo com fluoreto como 
anticoagulante) é retirada antes da 
administração e 30, 60, 90, 120 e 180 min após 
a administração e os teores de glicose 
mensurados. 
Em condições normais: nas primeiras 2 h 
(primeira fase), a glicose é continuamente 
absorvida pelo ID e sua concentração 
plasmática dobra em relação à amostra em 
jejum. A segunda fase é insulinodependente e 
mostra queda progressiva dos teores de 
glicose no nível do jejum, que é alcançado 6 h 
após administração. 
Uma linha reta indica má absorção total e 
apresenta prognóstico desfavorável, ao passo 
que uma curva intermediária, entre a curva 
normal e a linha reta, indica estado de má 
absorção parcial, tendo uma interpretação 
mais difícil, pois a causa pode ser reversível ou 
irreversível. 
RADIOLOGIA 
Raramente é indicada para avaliação do 
sistema digestório. 
Usada para a visualização de material 
radiodenso no intestino grosso (enterólitos, 
areia ou corpos estranhos metálicos) 
Avaliação dos dentes, cavidade oral e 
esôfago. 
Em potros e pôneis para usada o diagnóstico 
de timpanismos gástricos ou do ceco, 
obstruções e enterites (distensão grave do 
intestino delgado ou do intestino grosso) e, 
principalmente, nos casos de retenção de 
mecônio (com contraste,por enema). 
ULTRASSONOGRAFIA 
Limitada na avaliação do sistema 
gastrintestinal do cavalo adulto 
Investigação de estruturas próximas à parede 
abdominal (fígado e o baço), avaliação da 
formação de abscessos, acúmulo de líquido 
peritoneal, aderências e neoplasias. 
Ultrassonografia transretal: complemento à 
palpação retal 
Avaliação de obstrução esofágica. 
ENDOSCOPIA 
Auxilia no diagnóstico de alterações no 
esôfago, estômago, duodeno, cólon menor e 
reto. 
Esofagoscopia: realizada com o cavalo em 
posição quadrupedal, contenção física por 
cachimbo ou leve sedação, avalia a 
motilidade e do lúmen do órgão, diagnóstico 
de obstruções, lacerações ou da formação de 
divertículos. 
Gastroscopia: endoscópio de tamanho 
adequado (1 a 2 m, para potros; 2 a 3 m, para 
adultos) e de jejum prévio do animal. 
Visualização de úlceras gástricas em potros, 
neoplasias, infestações parasitárias e 
estenoses do piloro. 
Duodenoscopia: diagnosticar ulcerações, 
estenose ou divertículo duodenal e 
duodenojejunite proximal; possibilita a coleta 
do conteúdo duodenal e a biopsia da parede 
duodenal. 
Colonoscopia e retoscopia: visualização de 
edemas ou engrossamento da parede 
intestinal, hiperemia, irregularidades rupturas 
(lacerações) do reto e existência de massas 
intraluminais (fecalomas, enterólitos, 
neoplasias) no cólon menor distal. 
LAPAROSCOPIA 
A laparoscopia tem sido pouco indicada nas 
cólicas agudas, 
Nos casos de evolução mais crônica, a 
laparoscopia tem sido realizada 
Tem possibilitado o diagnóstico de neoplasias 
e abscessos abdominais, peritonite, 
aderências, encarceramentos, além de tornar 
possível a realização de biopsias em diversos 
órgãos como, por exemplo, o fígado.

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