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TRICOMONÍASE_01

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TRICOMONÍASE: A DST CAUSADA POR PARASITAS.
Por: Emanuela Pinacé Amaral.
Existem 3 tipos de Trichomonas 
A tricomoníase é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). Portanto, a forma de contágio desta doença corre através das relações sexuais (passa ou “pega-se” com as relações sexuais).
 O agente etiológico da tricomoníase é o protozoário unicelular flagelado Trichomonas vaginalis, sendo uma infeção não-bacteriana.
 Os tipos de Trichomonas encontrados nos humanos, são: 
A) Trichomon as Vaginalis (T. vaginalis); 
B) Trichomon as Tenax (T. tenax); 
C) Trichomon as Hominis (T. hominis). 
 Desses três, o T. v aginalis é o único 
Desses 3, o T. Vaginalis é o único patogênico para os humanos, tendo como local de infecção o trato geniturinário do homem e da mulher. Já o T. tenax e T. hominis, ambos não patogênico, habitam respectivamente a cavidade bucal humana e o trato intestinal humano.
 É a T. Vaginalis que causa a tricomoníase. 
 A T. Tenax é a “tricomoníase bucal”.
Simplificando, temos a tabela abaixo:
	
 Tipos
	
 Não Patogênico
	
 Patogênico
	
 Vaginalis
	 
 -
	 
 X
	
 Tenax
	
 X
	 
 -
	
 Hominis
	 
 X
	 
 -
Biologia do Parasita:
Este é um parasita com metabolismo anaeróbio (decompõe os glícidos em dióxido de carbono e ácido lático) e que cresce em pH entre 5 e 7,5 (mais alcalino).
· O parasita tem como habitat a vagina, a uretra e a próstata masculina.
· O Trichomonas vaginalis não possui forma cística, apenas a trofozoítica. 
· É transmitido durante o ato sexual e através de fômites, já que o protozoário pode sobreviver durante horas em uma gota de secreção vaginal ou na água. 
· O trofozoíto alimenta-se de açúcares em anaerobiose, produzindo ácidos que irritam a mucosa vaginal. Os sintomas aparecem entre três e nove dias após o contato com o parasito.
Morfologia do Parasita: 
O T. Vaginalis não possui fase evolutiva de cistos, se apresentando apenas no estágio de trofozoíto (patogênica). 
 O trofozoíto do Trichomonas Vaginalis: 
A) É uninucleado (formato elipsoide); 
B) Possui 4 flagelos anteriores (todos com tamanhos diferentes entre si); 
C) Possui 1 flagelo posterior, que se origina no mesmo local de origem dos flagelos anteriores e acaba entrando na membrana citoplasmática, emergindo apenas na região posterior; 
D) Possui uma membrana ondulante, que é formada pelo percurso do flagelo posterior dentro da membrana citoplasmática; 
E) Possui um axóstilo, que é uma estrutura rígida, desempenhando o papel de uma “coluna vertebral”; 
F) Hidrogenossomos (síntese de ATP).
O trofozoíto do T. vaginalis é uma célula 
O trofozoíto do T. Vaginalis é um célula polimorfa, ou seja, pode assumir mais de uma morfologia, variando entre uma forma elipsoide, oval e esférica.
 Por ser uma célula polimorfa, o T. 
 O T. vaginalis possui uma certa plasticidade para mudar sua morfologia com o intuito de aumentar sua área de contato, otimizando sua fixação no epitélio da mucosa vaginal e a absorção de nutrientes provenientes dessa mucosa. 
 Então, quanto maior sua área de contato, mais aderido estará ao epitélio da mucosa vaginal e, consequente mente, absorverá mais nutrientes das células dessa mucosa, favorecendo uma rápida multiplicação. 
· O trofozoíto do T. vaginalis quando acaba de se dividir possui um formato piriforme (formato de pera). 
· Por não possuir uma forma cística, o trofozoíto do T. vaginalis não sobrevive quando não está em contato com o humano. 
Para exemplificar, temos a imagem abaixo:
B I O L O G I A 
Local de Infecção:
 O T. vaginalis habita o trato geniturinário masc. e fem., onde produz a infecção.
 Não sobrevive fora do sistema urogenital por não possuir uma forma cística com a parede cística. 
Infertilidade: 
 Mulheres que já tiveram tricomoníase tem o risco de infertilidade cerca de 2 vezes maior comparado com as que nunca tiveram;
 Mulheres com mais de 1 episódio de tricomoníase tem um risco maior de infertilidade do que aquelas com um único episódio, pois o T. vaginalis pode ascender da exocérvice do colo uterino (local mais frequente da infecção) para a tuba uterina, causando um processo inflamatório nessa região, impedindo a nidação do óvulo;
Patogenia e Prevenção: 
Costuma atingir o sexo feminino (entre 16 e 35 anos de idade) e se manifesta, nas mulheres, por: corrimento esbranquiçado espumoso, edema, prurido, queimação, escoriações, ulcerações e sangramento após relações sexuais. 
· Já nos homens, a parasitíase geralmente é assintomática ou subclínica, o que justifica o fato da parasitíase ser mais diagnosticada em mulheres. 
A infecção por Trichomonas pode acarretar diversas doenças graves nas vias geniturinárias. As características clínicas do doente podem ser sugestivas da tricomoníase, sendo que na mulher esta parasitíase deve ser diferenciada das vaginoses bacteriana e fúngica. 
· O diagnóstico laboratorial é feito pela visualização direta de trofozoítos em amostra de secreção vaginal, uretral e prostática. Entretanto, o isolamento e cultivo do protozoário é o método mais sensível para o diagnóstico da tricomoníase.
Quando há sintomas nos homens, estes se apresentam como uma uretrite com uma leve sensação de prurido; 
 Pela manhã, antes da passagem da urina, pode-se observar um corrimento claro e viscoso, pouco abundante, com desconforto ao urinar;
Simplificando, temos a tabela abaixo:
	
 Gêneros:
	
 Sintomas da tricomoníase:
	
 Feminino
	
Corrimento esbranquiçado e espumoso, edema, prurido, queimação, escoriações, ulcerações e sangramento após relações sexuais. 
	
 Masculino
	
Assintomáticos (subclínicos), corrimento claro na primeira urina e desconforto nesse ato.
O uso de preservativos, o cuidado com os fômites (instrumentos ginecológicos, toalhas, roupas íntimas contaminados) e o tratamento do doente e de todos os seus parceiros são as formas de prevenção da tricomoníase. 
Fômites: Objetos inanimados contaminados que podem te passar a doença (agulhas, alicates, etc).
Só o tratamento medicamentoso adequado não garante a eliminação da doença, visto que mesmo após ter obtido a cura o paciente deve tomar os mesmos cuidados de quem nunca foi infectado, porque os medicamentos não impedem a reinfecção.
 
As doenças transmitidas pelo beijo e pelo ato sexual vão desde uma tricomoníase a: HPV, vaginites, mononucleose, chamada de doença do beijo, herpes, gonorreia, sífilis, candidíase oral e vaginal, clamídia e a contraída pelo HIV, a AIDS.
 O sexo oral pode resultar em doenças que toma conta dos tecidos ao redor da área de contato e algumas infecções são mais propensas a afetar a boca do que outras. Também gera infecção pela deglutição desta bactéria na garganta causando dor ao engolir, tosse e febre.
 “O dentista pode se contaminar por clamídia durante o atendimento odontológico a um paciente portador desta bactéria?”
R= Muito improvável, pois apesar da infecção oral/faríngea por Clamídia ser possível, ela usualmente acontece por contato da região genital com a boca. Ou seja, rara, mas não impossível.
P= Isso se deve ao uso de EPIs? Se deve ao fato de que essa doença é mais propensa a afetar tecidos moles (boca e genitais) e não as outras partes do corpo? Ou pelo fato de a área de contato não ser o objeto de trabalho do Dentista?
Meio de transmissão:
O principal meio de transmissão de DSTs na boca se dá no contato com líquidos corporais.
 Na maioria dos casos, a presença de úlceras orais faz com que os fluídos da genitália de um parceiro infectado entrem no organismo, e, então, uma infecção localizada se desenvolve. 
 Doenças podem também ser transmitidas da boca de uma pessoa infectada à genitália do seu/sua parceiro(a).	
CONTAMINAÇÃO ATIVA X CONTAMINAÇÃO PASSIVA:
 O agente etiológico entra por conta Você coloca o agente etiológico no
 própria.seu corpo.
 Ex: Espirros Ex: Cortes, Fômites, etc.
TRICOMONIÁSE NA ODONTOLOGIA: T. tenax.
Uma das preocupações atuais da Odontologia é com o risco de infecções adquiridas nas relações sexuais sem preservativos e que podem afetar a saúde bucal. Isso porque o sexo desprotegido tornou-se mais frequente, principalmente entre a população mais jovem. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde de 2017, quase metade dos jovens entre 15 e 24 anos não usam camisinha. Apenas 56,6% dos jovens dessa faixa de idade usam a proteção.
A vantagem de usar a Câmera Intraoral e as doenças vistas pelo dentista.
Em algumas da saúde bucal do paciente é realizada utilizando uma Câmera Intraoral. Usa-se a câmera por ela permitir ver as estruturas bucais com um aumento de até 60 vezes. A equipe consegue assim ver detalhes que são complicados de serem vistos a olho nu, facilitando o diagnóstico.
 O número de enfermidades que um dentista consegue ver pela boca é grande. Entram na lista: aids, bulimia, câncer, cirrose hepática, diabetes, HPV, osteoporose, refluxo estomacal, tricomoníase, sífilis e gonorreia. 
 Ressalta-se a importância do preservativo, que ainda é a melhor forma de prevenção contra uma IST, seja de transmissão oral ou não. Mas, para deixar a saúde bucal longe dos riscos também é preciso manter uma boa higiene da boca para evitar problemas bucais como úlceras, gengivite ou doenças periodontais, que podem servir como meio de entrada de vírus e de bactérias causadores das infecções sexualmente transmissíveis. 
História:
 A etimologia do nome Trichomonas tenax vem de uma combinação do grego: trichos (cabelo minúsculo) + monas (criatura simples) e do latim: tenere (manter).
 Durante o início dos anos 1900, os prisioneiros da prisão de San Quentin, na Califórnia, estavam sujeitos a doença periodontal avançada a uma taxa de quase 90%, devido pelo menos em parte a uma alta taxa de infecção por T. tenax. No Journal of the American Dental Association, foi especulado que esta alta taxa de transmissão era atribuível à aglomeração e dietas pobres enfrentadas pelos presidiários. A idade também foi um fator importante nesta população [9] e observou-se intensa inflamação.
COMO SE RELACIONA COM A ODONTOLOGIA? 
 Ao aparecer sintomas na garganta ou boca. 
O Trichomonas vaginalis é transmitido pelo ato sexual com um parceiro contaminado, podendo ser tanto relação pênis-vagina, ou vulva-vulva. Caso ocorra relações oral (boca) o parasita não sobreviverá por muito tempo, por conta do pH que é < 4,5. Porém, não é impossível extender essa enfermidade para a garganta, gerando sintomas como:
· Orofaringe avermelhada;
· Dor ao engolir; 
O T. tenax sozinho não é conhecido por causar outros sintomas. Existem apenas implicações de que este parasita pode piorar a doença periodontal preexistente e, em casos raros, foi relatado que causa infecções broncopulmonares, principalmente em pacientes com câncer subjacente ou outras doenças pulmonares.
 Acredita-se que o organismo entre no trato respiratório por aspiração da orofaringe.
Diagnóstico:
O espécime de escolha para o diagnóstico do trofozoíto de Trichomonas tenax é o raspado bucal. O exame microscópico de criptas tonsilares e bolsas piorréicas de pacientes que sofrem de infecções por T. tenax geralmente revela os trofozoítos típicos. O tártaro entre os dentes e a margem gengival das gengivas são as áreas primárias da boca que também podem potencialmente abrigar este organismo. T. tenax também pode ser cultivado em meios apropriados.
Depoimento do Cirurgião-Dentista:
É essencial a realização de testes diagnósticos e a busca pelo tratamento rápido e adequado para o caso de suspeita de IST por contágio oral. “É importante que o cirurgião-dentista seja assertivo em sua comunicação com o paciente. Ele deve ser sincero, discreto e transmitir confiança. Um ambiente adequado e reservado em que ele possa estar a sós com o paciente facilita muito a comunicação para explicar o que o faz suspeitar de uma IST e recomendar a realização de testes diagnósticos, como os testes rápidos e a citologia esfoliativa. Sífilis, HIV, hepatites B e C já possuem testes rápidos eficazes e a maioria dos pacientes aceita a realização dos testes, especialmente diante de um profissional que lhe traz segurança. 
“Os cirurgiões-dentistas estão recebendo esses indivíduos em seus consultórios e podem ajudar a diagnosticar e quebrar a cadeia de transmissão”, diz Desiree Rosa Cavalcanti, integrante da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia (CROSP).
Azitromicina x Tricomoníase: Perspectiva do Dentista.
Remédios são grandes aliados dos dentistas no tratamento de doenças bucais. Existe uma variedade enorme de medicamentos, e um deles é a azitromicina.
Ela é usada quando o paciente apresenta alergia a penicilina, mas também é um antibiótico indicado para inflamações no sistema respiratório e na garganta, infecções nos tecidos moles, algumas doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorreia e a clamídia, sinusite, otite, cancro e doenças odontogênicas e periodontais.
Entretanto, na odontologia, a azitromicina é utilizada quando o paciente apresenta aversão à penicilina, pois o antibiótico mais usado pelos dentistas é a amoxicilina, uma penicilina semi-sintetizada.
As doenças odontológicas que ela pode tratar são:
1. Pulpite;
2. Abscesso periodontal;
3. Pericoronarite;
4. Doença periodontal mais agudas;
5. Sinusite maxilar;
6. Profilaxia da endocardite bacteriana.
Em resumo, é preciso ressaltar que a utilização desse e de qualquer outro remédio só pode ser feita sob prescrição e orientação médica. 
Fonte: Simpatio em <a href="https://simpatio.com.br/azitromicina/">Azitromicina Ajuda no Tratamento de Doenças na Odontologia</a>

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