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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA [RELATÓRIO] TERMOELETRICIDADE PROF. FERNANDO ROGÉRIO DE PAULA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DISCENTES: GABRIEL DOS SANTOS ARANDA 181053241 HENRIQUE CORDEIRO NOVAIS 181051354 ILHA SOLTEIRA 2019 SUMÁRIO 1. OBJETIVOS ........................................................................................................ 3 2. RESUMO ............................................................................................................. 4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 5 3.1 Termoeletricidade ............................................................................................. 5 3.1.1 Efeito Peltier ............................................................................................... 5 3.1.2 Efeito Seebeck ........................................................................................... 5 3.1.3 Efeito Termoelétrico de Thomson ............................................................... 6 4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 7 4.1 Materiais utilizados no experimento .................................................................. 7 4.2 Procedimento experimental .............................................................................. 9 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 11 6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 15 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 16 3 1. OBJETIVOS Determinar experimentalmente e teoricamente o coeficiente de Seebeck do sensor utilizado a partir da construção de gráficos da voltagem em função da temperatura. 4 2. RESUMO A proposta do experimento descrito neste relatório foi de se realizar experimentos para a determinação do coeficiente de Seebeck de duas maneiras: a partir da construção de um gráfico da voltagem em função em função da temperatura, denominando-o de coeficiente experimental; e a partir da construção do mesmo gráfico utilizando-se valores tabelados de temperatura, obtendo-se o valor de Seebeck considerado teórico. Experimentalmente, obteve-se um valor do coeficiente 𝜀 = 47,50 𝑉 °𝐶 , e o valor teórico encontrado foi de 𝜀 = 43,75 𝑉 °𝐶 . Visto os resultados, comparou-se ambos e analisou-se o erro percentual alcançado. 5 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Em geral, sabe-se que os elementos químicos metálicos possuem características específicas, como alta densidade, elevados poderes refletores (o que proporciona boa condutibilidade térmica e condutividade elétrica para esses materiais) e entre outras características. Desta forma, pode-se relacionar essa última característica com diversos efeitos físicos muito importantes. 3.1 Termoeletricidade A termoeletricidade em geral estuda fenômenos de transformações de energia térmica (∇𝑇) em energia elétrica e vice-versa. Dentre essas transformações, há algumas que se destacam por seus efeitos, como efeito Peltier, o efeito Seebeck, o efeito Thomson e do efeito Joule, dentre os quais, apenas o último é irreversível. [1] 3.1.1 Efeito Peltier Este efeito, de maneira simples, é a produção ou absorção de calor, a partir da junção de dois metais, de composições diferentes sujeitos a uma corrente elétrica. Assim, este efeito gera uma diferença de temperatura, porém, este não é muito eficiente, devido à existência de uma grande perda de energia no processo e, além disso, pode ser perigoso devido a falta de controle no processo. [2] 3.1.2 Efeito Seebeck O efeito Seebeck é o “contrário” do efeito Peltier, explicado na seção 3.1.1. Assim, uma diferença de potencial é produzida a partir da diferença de temperatura de dois condutores ou semicondutores de materiais distintos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Peltier https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Seebeck https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_eletromotriz_de_Thomsom https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Joule 6 Ademais, a partir de análises experimentais, pode-se chegar à conclusão que no efeito Seebeck a diferença de potencial é proporcional a diferença de temperatura medida assim como mostra a equação 1, que apresenta a proporcionalidade existente entre essas duas grandezas, no caso, da diferença de potencial e da diferença de temperatura. [1] 𝑉 = 𝜀 ∙ 𝑇 (1) Onde, V é a diferença de potencial medida, ε é chamado coeficiente de Seebeck e T é a diferença de temperatura que os metais estão submetidos. 3.1.3 Efeito Termoelétrico de Thomson Este efeito, de maneira geral, consiste na capacidade de um metal, submetido a uma corrente elétrica e um gradiente de temperatura, em absorver energia térmica ou gerar calor. Este efeito está diretamente relacionado com o efeito Joule, o qual consiste em transformar integralmente energia elétrica em energia térmica, sendo irreversível. Assim, além disso esse efeito gera uma dilatação dos materiais, desta forma os efeitos de dilatação estão relacionados com os cálculos e conclusões do efeito de Thomson. [3] 7 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Materiais utilizados no experimento Para a realização dos experimentos contidos neste relatório, utilizou-se os seguintes materiais e instrumentos: um multímetro digital, um termômetro de mercúrio, um termopar do tipo Cobre-Constantan, um tubo de ensaio, uma cuba revestida com isopor, uma lamparina, um suporte metálico para sustentar o tubo de ensaio, água e gelo. A Figura 1 apresenta o modelo do multímetro utilizado, a Figura 2 a cuba revestida com isopor utilizada, a Figura 3 o suporte para a sustentação do tubo de ensaio juntamente com o termômetro utilizados, a Figura 4 o modelo da lamparina utilizada e a Figura 5 a tabela consultada contendo os valores de voltagem para o termopar do tipo Cobre-Constantan. Figura 1 - Modelo do multímetro utilizado na experimentação. Fonte: https://www.lojadoprofissional.com.br/multimetro-digital-true-rms- 1000v-catii-et-2042d-minipa. Figura 2 - Modelo da cuba revestida com isopor utilizada no experimento. Fonte: Foto retirada pelos autores. https://www.lojadoprofissional.com.br/multimetro-digital-true-rms-1000v-catii-et-2042d-minipa https://www.lojadoprofissional.com.br/multimetro-digital-true-rms-1000v-catii-et-2042d-minipa 8 Figura 3- Modelo do suporte utilizado no experimento para a sustentação do tubo de ensaio e do termômetro de mercúrio. Fonte: Foto retirada pelos autores. Figura 4- Modelo da lamparina utilizada na experimentação . Fonte: Foto retirada pelos autores. 9 Figura 5 – Imagem da tabela utilizada para a consulta dos valores de voltagem em função da temperatura para o termopar Cobre-Constantan. Fonte: Foto retirada pelos autores. 4.2 Procedimento experimental Para a realização do experimento, que tinha como objetivo a determinação do coeficiente de Seebeck a partir da construção de um gráfico da voltagem em função da temperatura, inicialmente, colocou-se gelo na cuba e uma pequena quantidade de água, para que no equilíbriose obtivesse uma temperatura igual a 0°C. Em seguida, colocou-se uma das junções do termopar na cuba contendo água e gelo, e a outra foi colocada no tubo de ensaio contendo água, juntamente com o termômetro. Assim, acendeu-se a lamparina e aqueceu-se o tubo de ensaio até que se atingisse na escala termômetro uma temperatura próxima a 100°C. Após atingir essa temperatura, a lamparina foi apagada, e os valores de voltagem (utilizando-se o multímetro) a cada 10 5°C no processo de resfriamento foram anotados, até que se atingisse uma temperatura de 30°C. Dessa forma, com esses dados experimentais e utilizando-se a equação 1 da Revisão Bibliográfica, determinou-se o coeficiente de Seebeck a partir do coeficiente angular da reta obtida no gráfico da voltagem em função da temperatura. Por fim, utilizando-se os dados da Figura 5, construiu-se um segundo gráfico da voltagem em função da temperatura, por meio dos valores tabelados, e os coeficientes obtidos em cada um dos dois processos citados anteriormente foram comparados, analisando-se o erro percentual encontrado. A Figura 6 apresenta uma imagem da montagem dos equipamentos para a realização do experimento. Figura 6 – Ilustração do modelo experimental montado para a realização do experimento. Fonte: Foto retirada pelos autores. 11 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta seção do relatório, serão apresentados os principais resultados obtidos, incluindo tabelas, gráficos e cálculos realizados a partir dos dados experimentais. Além disso, os erros percentuais alcançados serão discutidos. Para a determinação do coeficiente de Seebeck experimental, assim como citado na seção anterior, após a montagem do modelo experimental, mediu-se valores de voltagem com a utilização do multímetro a cada variação de 5°C no processo de resfriamento do tubo de ensaio. Os dados obtidos se encontram na Tabela 1. Tabela 1- Medidas de voltagem obtidas pela leitura do multímetro em função das variações de temperatura. Fonte: Elaborada pelos autores. Temperatura (°C) Voltagem (mV) (𝟗𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟑, 𝟗 ± 𝟎, 𝟏) (𝟗𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟑, 𝟕 ± 𝟎, 𝟏) (𝟖𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟑, 𝟒 ± 𝟎, 𝟏) (𝟖𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟑, 𝟐 ± 𝟎, 𝟏) (𝟕𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟐, 𝟗 ± 𝟎, 𝟏) (𝟕𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟐, 𝟕 ± 𝟎, 𝟏) (𝟔𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟐, 𝟒 ± 𝟎, 𝟏) (𝟔𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟐, 𝟏 ± 𝟎, 𝟏) (𝟓𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟏, 𝟗 ± 𝟎, 𝟏) (𝟓𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟏, 𝟕 ± 𝟎, 𝟏) (𝟒𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟏, 𝟓 ± 𝟎, 𝟏) (𝟒𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟏, 𝟑 ± 𝟎, 𝟏) (𝟑𝟓, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟏, 𝟏 ± 𝟎, 𝟏) (𝟑𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟓) (𝟎, 𝟗 ± 𝟎, 𝟏) 12 Dessa forma, a partir dos dados da Tabela 1, pôde-se construir um gráfico da voltagem em função da temperatura, obtendo-se uma reta cujo coeficiente angular (α) é o próprio coeficiente de Seebeck, assim como mostra a equação 1 da Revisão Bibliográfica. O gráfico construído se encontra na Figura 7. Figura 7– Gráfico da voltagem em função da temperatura a partir dos dados obtidos experimentalmente. Fonte: Digitalização do gráfico construído pelos autores em papel milimetrado. Assim, escolhendo-se dois pontos quaisquer da reta obtida, A (90 , 3,60) e B (50 , 1,70), pôde-se obter o coeficiente angular da reta 𝛼 = 47,50 𝑉 °𝐶 , que, assim como citado anteriormente, é o próprio valor do coeficiente de Seebeck, ou seja, 𝜀 = 47,50 𝑉 °𝐶 . Para a determinação do coeficiente teórico, construiu-se um gráfico da voltagem em função da temperatura para valores tabelados, assim como mostra a 13 Figura 5, utilizando-se os dados contidos na faixa de temperatura entre 30°C e 100°C, da mesma forma como foi realizado para a determinação do coeficiente experimental. O gráfico construído se encontra na Figura 8. Figura 8– Gráfico da voltagem em função da temperatura utilizando-se dados tabelados. Fonte: Digitalização do gráfico construído pelos autores em papel milimetrado. Assim, escolhendo-se dois pontos quaisquer da reta obtida, A (94 , 3,946) e B (54 , 2,196), pôde-se obter o coeficiente angular da reta 𝛼 = 43,75 𝑉 °𝐶 , que, assim como citado anteriormente, é o próprio valor do coeficiente de Seebeck, ou seja, 𝜀 = 43,75 𝑉 °𝐶 . Dessa forma, com ambos resultados alcançados, pôde-se calcular o erro percentual existente entre os dois valores, obtendo-se 𝐸𝑟% = 8,6%. 14 Analisando-se o erro percentual obtido, nota-se que o resultado foi satisfatório, uma vez que este é relativamente baixo. Dessa maneira, pode-se dizer que o experimento foi executado corretamente, e que a teoria aplicada pode ser utilizada para o entendimento e estudo do efeito termoelétrico de Seebeck, que realiza a produção de uma d.d.p. entre duas junções de condutores (ou semicondutores) de materiais diferentes quando elas estão a diferentes temperaturas. 15 6. CONCLUSÃO Analisando-se os resultados obtidos experimentalmente, chegou-se à conclusão de que, primeiramente, os experimentos foram executados corretamente, tendo em vista que o resultado alcançado não se distanciou daquele esperado, mostrando que a teoria citada nesta seção deste relatório pode ser aplicada empiricamente e fornecer resultados satisfatórios. Observando-se a gráfico construído e os cálculos realizados, pode-se notar os principais resultados obtidos: no cálculo do coeficiente de Seebeck por meio do coeficiente angular da reta obtida utilizando-se valores experimentais de temperatura e voltagem, obteve-se 𝜀 = 47,50 𝑉 °𝐶 ; no cálculo do coeficiente de Seebeck por meio do coeficiente angular da reta obtida utilizando-se valores tabelados de temperatura e voltagem, obteve-se 𝜀 = 43,75 𝑉 °𝐶 . Assim, comparando-se esses valores, o erro percentual encontrado foi de 8,6%. Dessa forma, analisando-se os resultados obtidos, pode-se dizer que o experimento foi realizado corretamente, uma vez que foram condizentes com os esperados e resultaram em um erro percentual relativamente baixo. Além disso, pôde- se observar empiricamente a teoria estudada a respeito da termoeletricidade e dos efeitos termoelétricos, sobretudo em relação ao efeito termoelétrico de Seebeck. Assim, de uma forma mais abrangente, pode-se dizer que o experimento realizado forneceu resultados coerentes e satisfatórios. 16 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Apostila da Disciplina: Laboratório de Física III (Civil e Mecânica), Edição 1º semestre de 2014. Ilha Solteira- SP. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Ilha Solteira. Faculdade de Engenharia (FEIS). [2] Portal São Francisco, “Efeito Peltier - Física”. Disponível em https://www.portalsaofrancisco.com.br/fisica/efeito-peltier. Acesso em 31/05/2019 às 14:04. [3] Alutal, Controles Industriais. Wiki Alutal, “Efeito Thomson”. Disponível em http://www.alutal.com.br/industria-br/wiki/06-efeito-thomson. Acesso em 31/05/2019 às 18:43. https://www.portalsaofrancisco.com.br/fisica/efeito-peltier http://www.alutal.com.br/industria-br/wiki/06-efeito-thomson
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