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vigilância em saúde

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Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
Vigilância em Saúde 
Objetivo 1: Descrever as competências/ papel da Vigilância em Saúde (Sanitária, 
Ambiental, Epidemiológica e do Trabalhador). 
 FONTE: Portal de Vigilância em Saúde – Secretária de Saúde MG 
 Vigilâncias do campo da saúde: conceitos fundamentais e processos de trabalho, Fiocruz 
 Na Lei n. 8.080 (Brasil, 1990) encontram-se as definições de vigilância sanitária, epidemiológica e, em 
relação à vigilância em saúde do trabalhador, é a própria área de saúde do trabalhador que é 
definida, abrangendo ações assistenciais, de vigilância epidemiológica e sanitária, desenvolvimento 
de estudos e revisão normativa. 
 Vigilância: Processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados 
sobre eventos relacionados à saúde 
 Objetivo: planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da 
população, a prevenção e controle de riscos, agravos, doenças e promoção da saúde. 
 Saúde: relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos 
adotados para prevenção de doenças. 
 Integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e 
planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação 
de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. 
 Se distribui entre: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador. 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: reconhece as principais doenças de notificação compulsória e 
investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. 
 Age no controle dessas doenças específicas. 
 Definida pela Lei n° 8.080/90 como: “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a 
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde 
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle 
das doenças ou agravos”. 
 Finalidade: promover a detecção e prevenção de doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus 
fatores de risco, bem como a elaboração de estudos e normas para as ações de vigilância 
epidemiológica 
 Competindo-lhe: 
 Coordenar a resposta estadual às doenças e agravos transmissíveis de notificação compulsória, 
além dos riscos existentes ou potenciais, com ênfase no planejamento, monitoramento, avaliação, 
produção e divulgação de conhecimento/informação para a prevenção e controle das condições de 
saúde da população, no âmbito da saúde coletiva, baseados nos princípios e diretrizes do SUS; 
 Gerir e apoiar a operacionalização do Programa de Imunizações no Estado; contribuindo para o 
controle, eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias básicas 
de vacinação de rotina e de campanhas anuais, desenvolvidas de forma hierarquizada e 
descentralizada; 
 Planejar, acompanhar e normatizar técnicas das ações de imunização no Estado; 
 Instituir, desenvolver, implementar, capacitar, coordenar e avaliar ações de vigilância epidemiológica 
e assistenciais, relativas às infecções sexualmente transmissíveis (IST), HIV/Aids e Hepatites Virais 
no Estado; 
 Participar de ações de cooperação técnica intra e interinstitucional para a vigilância, prevenção e 
controle das doenças e agravos transmissíveis, infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids e 
Hepatites Virais e ações de Imunização no Estado; 
 Elaborar e divulgar informes epidemiológicos e notas técnicas relacionadas às doenças 
transmissíveis, infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids, Hepatites Virais e ações de 
Imunização no Estado. 
 Vigilância Epidemiológica das doenças e agravos transmissíveis, bem como as ações de imunização 
e as ações para a vigilância epidemiológica das infecções sexualmente transmissíveis necessitam de 
constante integração com a Atenção Primária, visando a troca de informações e a execução efetiva 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
das ações propostas, tendo como resolutividade das ações a identificação de fatores de riscos, as 
ações de prevenção com a vacinação, o foco no diagnóstico precoce, a contenção de surtos e a 
realização do tratamento adequado. 
 VIGILÂNCIA AMBIENTAL: se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na 
saúde. 
 Conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade 
de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às 
doenças ou outros agravos à saúde. 
 Controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o controle de vetores de 
transmissão de doenças – especialmente insetos e roedores. 
 Finalidade promover o conhecimento, a detecção e a prevenção de mudanças nos fatores 
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana 
 Competindo-lhe as ações de vigilância, prevenção e controle das zoonoses e doenças transmitidas 
por vetores, dos acidentes por animais peçonhentos e venenosos, bem como a vigilância das 
populações humanas expostas aos fatores de risco ambientais não biológicos. 
 Objetivos da Vigilância Ambiental em Saúde: 
 a) produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar ao SUS 
instrumentos para o planejamento e execução de ações relativas às atividades de promoção da 
saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente; 
 b) estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas à 
vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência; 
 c) identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais condicionantes e 
determinantes das doenças e outros agravos à saúde; 
 d) intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros setores, com 
vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos à saúde humana; 
 e) promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana relacionadas ao controle e 
recuperação do meio ambiente; e 
 f) conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, visando ao 
fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e qualidade de vida. 
 VIGILÂNCIA SANITÁRIA: controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da 
população 
 Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos 
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: 
 I – o controle de bens de consumo que direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, 
compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; 
 II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
 Alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. 
 Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes, 
academias, parques e centros comerciais e inspecionam os processos produtivos que podem pôr em 
riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente. 
 Organizada, no âmbito do SUS, sob a forma do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), 
formado por órgãos e entidades públicas da União (Anvisa), dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios – dentre eles, a Vigilância Sanitária do Estado de Minas Gerais (Visa-MG) 
 Em Minas Gerais, o funcionamento da Vigilância Sanitária estadual é regulamentado por meio da Lei 
Estadual 13.317/99, que define a vigilância sanitária como o conjunto de ações capazes de eliminar, 
diminuir ou prevenir riscos e agravos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do 
meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da 
saúde. Compete à Visa estadual, as responsabilidades pelas atividades de regulação, normatização, 
capacitação, monitoramento e quando necessário, realizar a fiscalização em serviços e produtos, de 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
forma complementar às ações dos municípios. 
 Visa-MG tem como prioridade, por meio de ações de orientação e informação, estimular a população 
à adoção de práticas sanitárias que busquem a promoção da saúde e prevenção de agravos e de 
doenças. 
 Estabelecimento de parâmetros que priorizem ações que visem prevenir, diminuir ou eliminar os 
riscos sanitários. 
 Se for preciso e em nome da saúde pública, utiliza a prerrogativa de poder de polícia sanitária para 
que os interesses coletivos da população estejam acima de interesses individuais. 
 A promoção e proteção da saúde das pessoas, de forma articulada com os diversos setores da saúde 
e de outras áreas e esferas de gestão, é em síntese, a missão da Vigilância Sanitária de Minas 
Gerais. 
 "Entende-se, por vigilância sanitária, um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir 
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e 
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens 
de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as 
etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se 
relacionam direta ou indiretamente com a saúde." 
 No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e 
regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País. 
 A ANVISA também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, 
aeroportos e fronteiras. 
 Pode atuar em: 
 Locais de produção, transporte e comercialização de alimentos; 
 Locais de produção, distribuição, comercialização de medicamentos, produtos de interesse para a 
saúde; 
 Locais de serviços de saúde; 
 Meio ambiente; 
 Ambientes e processos do trabalho/saúde do trabalhador; 
 Pós-comercialização 
 Projetos de arquitetura; 
 Locais públicos; 
 
 SAÚDE DO TRABALHADOR: realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos 
à saúde relacionados ao trabalho. 
 
 Conjunto de atividades que se destinam, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância 
sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visam à recuperação e 
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de 
trabalho 
 Vigilância em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (VISATT) é um conjunto de ações feitas 
sempre com a participação dos trabalhadores e articuladas intra e intersetorialmente, de forma 
contínua e sistemática, com o objetivo de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores 
determinantes e condicionantes da saúde relacionados ao trabalho, cada vez mais complexo e 
dinâmico. 
 Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) é uma rede nacional de informação e 
práticas de saúde, organizada com o propósito de pôr em prática as ações de vigilância, assistência e 
promoção da saúde, nas linhas de cuidado da atenção básica, da média e alta complexidade, 
ambulatorial, pré-hospitalar e hospitalar, sob a égide do controle social, nos três níveis de gestão do 
SUS. 
 A VISATT Estadual se divide em três eixos complementares: 
 Vigilância Epidemiológica: coordenação dos procedimentos técnicos para sistematização da 
informação e a notificação compulsória das doenças e agravos relacionados ao trabalho. 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
 Por meio do acompanhamento periódico de indicadores de saúde e sistemas, como o de informação 
de agravos de notificação (SINAN-NET), busca-se conhecer o perfil de morbimortalidade dos 
trabalhadores e trabalhadoras, bem como o cruzamento com variáveis, tais como as atividade 
econômica e ocupação. 
 Atenção à Saúde: Objetiva a consolidação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e 
Trabalhadora por meio do fortalecimento das ações dos Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador (CEREST). 
 Esses centros, comumente de abrangência estadual ou regional, deixam de ser porta de entrada 
prioritária e assumem o lugar de suporte e retaguarda técnica no seu território de abrangência. 
 Atuam como polo irradiador da cultura da centralidade do trabalho e produção social no processo 
saúde-doença. Além disso, a Atenção à Saúde almeja a ampliação e estímulo às ações do controle 
social, exercido, por exemplo, através das Comissões Intersetorias de Saúde do Trabalhador e da 
Trabalhadora (CISTT) vinculadas aos respectivos Conselhos de Saúde. 
 Vigilância dos Ambientes e Processos de Trabalho: Compreendida como um conjunto de ações 
interventivas; planejadas, executadas e avaliadas a partir da análise dos agravos/doenças e de seus 
determinantes relacionados aos processos e ambientes de trabalho; que visam atenuar ou controlar 
os fatores e as situações geradoras de risco para a saúde dos trabalhadores. 
 É a essência da ação de VISATT e é desenvolvida por análises de documentos, entrevistas com 
trabalhadores e observação direta do processo de trabalho (forma de trabalhar, relação do 
trabalhador com os meios e processos de produção e da relação dos meios de produção com o 
ambiente). 
 No Brasil, a saúde é constitucionalmente reconhecida como um direito de todos e um dever do 
Estado, o qual deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a reduzir o 
risco de doença e de outros agravos e a garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços 
para sua promoção, proteção e recuperação. 
 Para garantir esse direito social, a Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde 
(SUS) e lhe conferiu, dentre outras atribuições, a de executar as ações de Vigilância Sanitária (Visa). 
 As ações de vigilância sanitária historicamente são conhecidas como o “braço mais estendido” da 
saúde pública face à sua abrangência, atendendo a toda população independentemente de raça, 
credo ou condição social. 
 Em 1990, para regulamentar a organização e o funcionamento do SUS, foi aprovada a Lei nº 8080, 
conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que conceitua vigilância sanitária como um conjunto de 
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir em fatores envolvidos na 
produção e circulação de bens e na prestação de serviços de interesse da saúde. 
 Assim como a saúde, devem ser pensadas mais amplamente dentro do contexto de desenvolvimento 
social, nas formas de organização do Estado e da sociedade, para dar sustentabilidade aos modelos 
de desenvolvimento adotados, levando em consideração a complexidade do processo saúde-doença 
e a busca da melhoria das condições de vida das pessoas. São conjuntos de ações ou de atividades e 
lidam com riscos ou fatores determinantes e condicionantes de doenças e agravos. Na sua 
operacionalização, as quatro vigilâncias se referem a territórios delimitados. 
 Assim como a saúde, em termos de política pública as vigilâncias têm um caráter intersetorial. O fato 
de terem aspectos comuns não significa que as quatro vigilâncias trabalhem da mesma forma. Há 
diferenças importantes quanto à forma de atuação, ou melhor, à possibilidade explícita de 
intervenção sobre a realidade ou à forma de produção e utilização do conhecimento sobre essa 
realidade para instrumentalizar a intervenção. 
 ENFOQUE DE RISCO 
 O risco, pensado como possibilidade de ocorrência de agravo ou dano, pode ser considerado inerente 
à própria vida. 
 Viver é estar, de certa maneira, submetido a variados riscos. 
 A probabilidade é uma medida, é a relação existente entre o número de agravos/danos que poderiam 
acontecer em uma dada situação e sua real ocorrência. 
 É, portanto, a probabilidade que pode ser avaliada e gerenciada, já queela admite gradação 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
 FATORES DE RISCO 
 São “características ou circunstâncias cuja presença está associada a um aumento da probabilidade 
de que o dano venha a ocorrer, sem prejulgar se o fator em questão é ou não uma das causas do 
dano” seja este dano relacionado à saúde de uma pessoa, de um grupo de pessoas ou ao ambiente. 
Isso significa explicitar que os fatores de risco não são necessariamente as causas do dano. 
 Pode-se dizer que a probabilidade de ocorrência de um agravo/dano relaciona-se à existência ou 
ausência de um conjunto de medidas preventivas que busquem as melhores condições para que eles 
sejam evitados. 
 Isso é a chamada “regulação do risco”, que as vigilância(S) em saúde fazem e que não pode ser 
confundido com outro tipo de regulação, feita também pela vigilância sanitária e que, como vimos, 
tem impacto econômico. 
 A norma técnica das vigilância(S) em saúde é também uma construção social que expressa as 
“medidas preventivas”, considerando-se o risco e as características intrínsecas das tecnologias 
(condições de trabalho, processo de produção, tipo de alimento/medicamento, equipamento etc.). 
 Essa norma técnica relaciona-se à magnitude do agravo ou do dano e ao desenvolvimento científico-
tecnológico existente no momento de sua elaboração, sendo, portanto, mutável. Nas vigilâncias do 
campo da saúde, o enfoque de risco apresenta uma característica bem marcante: o risco à saúde não 
“respeita” território geográfico, divisas ou fronteiras. 
 Alguns recentes acontecimentos podem exemplificar isso: 
 O lixo tóxico de uma indústria situada em Minas Gerais contaminou o rio Paraíba do Sul e teve efeito 
nos municípios que se situavam às suas margens, inclusive naqueles sob jurisdição do Rio de 
Janeiro. 
 O medicamento CelobarR, produzido no estado do Rio de Janeiro, foi responsável por várias mortes 
em Goiás, uma vez que foi este estado o que mais comprou e utilizou os lotes falsificados. 
 A tragédia ocorrida em Mariana. 
 Há, portanto, uma interdependência social entre os estados e entre municípios na mesma unidade 
federativa. 
 Ou seja, o “controle” que as vigilâncias dessas unidades fazem ou deixam de fazer pode ter 
repercussões nas demais localidades. E essa possibilidade de repercussão para terceiros é a 
externalidade. 
 AS VIGILÂNCIA(S) NA RELAÇÃO COM A PROMOÇÃO DA SAÚDE: INTERSETORIALIDADE E 
FORTALECIMENTO DA CIDADANIA 
 A promoção da saúde implica uma redefinição da saúde e seus objetos. A saúde passa a ser 
compreendida como resultado de vários fatores relacionados à qualidade de vida, ultrapassando o 
enfoque na “doença” e incluindo questões como habitação, alimentação, educação e trabalho. 
 Suas atividades, segundo Buss (2000), estariam, então, mais voltadas ao coletivo de indivíduos e ao 
ambiente, compreendido num sentido amplo, de ambiente físico, social, político, econômico e cultural, 
através de políticas públicas e de condições favoráveis ao desenvolvimento da saúde [...] e do reforço 
(empowerment) da capacidade dos indivíduos e das comunidades. 
 Ela persegue, embora nem sempre encontre, a mudança no modelo assistencial, composto por 
combinações de saberes e técnicas direcionadas à resolução dos problemas e ao atendimento das 
necessidades de saúde. 
 A promoção da saúde, na superação do modelo assistencial, passa a ter como objeto os problemas 
de saúde e seus determinantes. 
 Na promoção da saúde, a saúde é vista como um direito humano fundamental, de responsabilidade 
múltipla, inclusive do Estado, com a população exercendo seu direito de participação e decisão. 
Voltando ao campo das vigilância(S) em saúde, pode-se então ressaltar algumas questões. 
 As vigilância(S) em saúde, como integrantes do campo da promoção da saúde, ultrapassam a visão 
do risco quando propõem a transformação dos processos de consumo, de trabalho e de produção e a 
inserção do cidadão e do trabalhador nesses processos, de forma a potencializar suas vidas. A 
vigilância sanitária, em seu caráter regulatório, precisa ser o fiel de uma balança entre os interesses 
do setor produtivo e os interesses do cidadão, muitas vezes conflitantes. 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
 EXEMPLO 
 Como vimos, há o chamado poder de polícia, poder da Administração Pública, em que o Estado, com 
base no interesse público, pode intervir. A concessão de registro, autorização e licença de 
funcionamento são permissões do Estado, que podem e devem ser revistas sempre que necessário, 
sempre que a desigualdade produção-consumo puder ser prejudicial à sociedade. 
 Quando isso ocorre, a vigilância sanitária pode (e deve) agir de forma a minimizar os riscos à saúde. 
 EXEMPLO 
 Imaginemos algumas situações. 
 Um hospital apresenta alta taxa de infecção hospitalar no berçário; 
 Um determinado medicamento causa mortes desnecessárias; 
 Uma fábrica que esteja poluindo um manancial ou um rio com seus resíduos ou fazendo adoecer 
seus trabalhadores. 
 Depois de um processo de investigação, ou como medida de cautela, em casos graves, para limitar o 
número de mortes ou de incapacidades (se há risco muito alto), a ação da vigilância sanitária pode 
ser a interdição temporária do berçário, pode chegar à retirada (cassação) da licença sanitária, ou ao 
cancelamento do registro do medicamento em questão, ou à intervenção de diversos níveis na 
fábrica. 
 A vigilância em saúde do trabalhador, ao lidar com a questão do processo de trabalho, e a vigilância 
ambiental, com o processo de produção/industrialização e o ambiente, são igualmente arenas de 
conflito entre interesses privado e coletivo que exigem a intervenção do Estado. 
 E elas muitas vezes se articulam com a vigilância sanitária para intervir em estabelecimentos ou 
processos de trabalho. 
 CARATER PROMOTOR DE DEMOCRACIA 
 Na busca da transformação social, as vigilância(S) em saúde reforçam a capacidade dos diferentes 
grupos sociais envolvidos nos problemas sanitários: consumidores, cidadãos, trabalhadores, 
trabalhadores da área da saúde. 
 Foi dito por Lucchese (2001) que a vigilância sanitária exige a mediação de setores da sociedade e 
produz atitudes éticas na relação entre produção, trabalho e consumo. 
 Um município que trabalhe para conter a ocorrência de dengue pode ter sua população afetada se o 
município vizinho não fizer o mesmo: o Aedes Aegypti não respeita a divisa municipal. 
 Da mesma forma, Rio de Janeiro e São Paulo são estados que concentram o maior parque produtivo 
de produtos farmacêuticos, e os medicamentos ali fabricados são transportados e consumidos em 
todo o país e, algumas vezes, até mesmo no exterior. 
 A ideia de regionalização também é necessária para as vigilâncias. E especialmente para a vigilância 
sanitária, que tem nos municípios diferentes limites e possibilidades de atuação, desde que a questão 
da jurisdição seja assegurada. 
 OS OBJETOS E OS SUJEITOS DO TRABALHO 
 Cada um dos enfoques privilegia um modo de intervenção: desde o diagnóstico e tratamento 
individuais (enfoque clínico), controle sanitário de bens e serviços de saúde, controle de vetores, 
ações de prevenção, educação sanitária (enfoque epidemiológico), até a intervenção sobre os 
determinantes sociais que, como já citado, é sempre de caráter intersetorial e multidisciplinar 
(enfoque social). 
 Ora, se os problemas e intervenções na área de promoção da saúde não se limitam ao setor saúde, o 
trabalho nas vigilâncias do campo da saúde também não é realizado apenas pelos profissionais de 
saúde. 
 O sujeito do processo de trabalho nas vigilâncias do campo da saúde é, portanto, coletivo. 
 Além dos profissionais de saúde, são sujeitos da prática os profissionais de outros setores e a 
população ou grupos populacionais organizados. 
 Uma especificidade do sujeito da vigilância sanitária em relação ao das outras vigilâncias, de 
importância para o gestor local, é que eleprecisa ser um agente público investido na função. 
 
 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
Objetivo 2: Identificar as ações de saúde para prevenção, controle e combate à dengue. 
FONTE: Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue – 2009 – Mins. 
Saúde 
Agência Nacional de Saúde Suplementar / ACS no controle da Dengue – Mins. Saúde – 2009 
Atividades preconizadas 
 Desde julho de 2002, o trabalho de combate ao Aedes aegypti foi intensificado com a criação do 
Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que rege as ações para redução da infestação 
do mosquito vetor da doença 
 Transmite também zika e chikungunya. 
 Trabalho de campo é uma das principais estratégias adotadas na tentativa de coibir a proliferação 
do Aedes 
 Atuação dos agentes de endemias em imóveis e estabelecimentos comerciais durante todo o ano, 
com maior intensidade no verão. 
 As medidas determinadas pelo programa, no entanto, podem estar defasadas. 
 Ao longo dos anos, houve mudanças no comportamento da população, criando dificuldades para 
que o controle seja totalmente eficaz. 
 Demonstração disso são os altos números de casos das doenças transmitidas pelo mosquito nos 
últimos anos. 
 “Ao longo dos anos, a gente percebe uma mudança de comportamento nas residências. Por 
exemplo: antes, as mulheres estavam dentro de casa, não estavam no mercado de trabalho. Então 
não tinha tanta casa fechada. Mas isso vem se intensificando cada vez mais. As nossas visitas 
durante os horários de trabalho das pessoas têm ficado complicadas.” 
 CUIDADOS GERAIS 
 Prevenção/Proteção 
 Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas e se vestir roupas que deixem áreas do 
corpo expostas, aplique repelente nessas áreas. 
 Permaneça em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis. 
 Cuidados: 
 Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque 
um serviço de saúde para atendimento. 
 Não tome qualquer medicamento por conta própria. 
 Procure orientação sobre planejamento reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades 
Básicas de Saúde. 
 Informação 
 Utilize informações dos sites institucionais, como o do Ministério da Saúde e das secretarias 
estaduais e municipais de saúde. 
 Se deseja engravidar: busque orientação com um profissional de saúde e tire todas as dúvidas para 
avaliar sua decisão. 
 Se não deseja engravidar: busque orientação médica sobre métodos contraceptivos. 
 Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto do homem. Com hábitos 
diurnos, o mosquito se alimenta de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A 
reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos 
são colocados e distribuídos por diversos criadouros. 
 Em menos de 15 minutos é possível fazer uma varredura em casa e acabar com os recipientes com 
água parada – ambiente propício para procriação do Aedes aegypti. 
 Orientações: 
 Tampe os tonéis e caixas d’água; 
 Mantenha as calhas sempre limpas; 
 Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo; 
 Mantenha lixeiras bem tampadas; 
 Deixe ralos limpos e com aplicação de tela; 
 Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia; 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
 Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais; 
 Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa. 
 Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem; 
 Limpe ralos e canaletas externas; 
 Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água; 
 Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água; 
 Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa. 
 Quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores, como em 
terrenos baldios ou lixo acumulado na rua, a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade deve ser 
acionada para remover os possíveis criadouros. 
 Reproduzir, o mosquito Aedes aegypti se utiliza de todo tipo de recipientes que as pessoas 
costumam usar nas atividades do dia-a-dia: garrafas e embalagens descartáveis, latas, pneus, 
plásticos, entre outros. 
 Estes recipientes são normalmente encontrados a céu aberto, nos quintais das casas, em terrenos 
baldios e mesmo em lixões. É preciso que as ações para o controle da dengue garantam a 
participação efetiva de cada morador na eliminação de criadouros já existentes ou de possíveis 
locais para reprodução do mosquito. 
 Uma das principais atividades desenvolvidas, pelo Ministério da Saúde, para prevenção da dengue é 
o Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). 
 Esse levantamento é amostral, ou seja, não há necessidade de todas as casas serem visitadas com 
esta finalidade. É uma metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, 
da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes aegypti, mosquito 
transmissor da Dengue, Chikungunya, Febre pelo vírus Zika e Febre Amarela. 
 O resultado deste é apresentado em índices de infestação predial, e é dividido da seguinte forma: 
 Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias; 
 de 1% a 3,9%: estão em situação de alerta; 
 superior a 4%: há risco de surto de dengue. 
 Após esse levantamento é possível saber onde os mosquitos estão se desenvolvendo mais: se em 
locais de abastecimento de água, se em depósitos domiciliares, lixo etc. 
 O LIRAa auxilia na programação de multirões de limpeza urbana e nas ações de prevenção e 
combate à dengue. 
 Medidas para prevenção da dengue 
 Cuidados dentro de casa 
 Evite, sempre que possível, o uso de pratos nos vasos de plantas. Caso opte por sua utilização, não 
deixe acumular água nestes e nos xaxins. 
 Coloque areia preenchendo o prato até sua borda ou lave-o, semanalmente, com esponja ou bucha 
e sabão, para eliminar completamente os ovos do mosquito. 
 Lave os bebedouros de animais com escova, esponja ou bucha, e troque sua água, pelo menos, uma 
vez por semana. 
 Não deixe qualquer depósito de água sem estar bem fechado (ex.: potes, tambores, filtros, tanques 
e outros). Como o mosquito é bem pequeno, qualquer fresta, neste tipo de depósito, é suficiente 
para a fêmea conseguir colocar ovos e iniciar um novo ciclo. 
 Cuidados fora de casa 
 Limpar as calhas e lajes das casas. Se houver piscina, lembrar aos moradores de que a água deve 
estar sempre tratada. 
 Manter as caixas d’água, poços, latões e tambores bem fechados. 
 Guardar garrafas vazias de boca para baixo. 
 Eliminar a água acumulada em plantas, como bambus, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, 
espada de São Jorge, dentre outras. 
 Entregar pneus inutilizados para limpeza pública, ou orientar a quem quiser conservá-los, que o 
faça em locais protegidos da água da chuva. 
 Verificar se existem pneus, latas ou qualquer outro objeto que possa acumular água nos terrenos 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
baldios. 
 Identificar na vizinhança a existência de casas desocupadas e terrenos vazios e localizar os donos 
para verificar se existem criadouros do Aedes aegypti. 
As seguintes atividades são preconizadas para avaliar e controlar a situação vetorial nos estratos 
descritos. 
 Estrato I – Municípios infestados (em períodos epidêmicos e não epidêmicos) 
 Pesquisa larvária amostral, bimestral ou quatro levantamentos rápidos de índices entomológicos 
(LIRAa) ao ano. 
 Visita domiciliar bimestral em 100% dos imóveis. 
 Pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, com tratamento focal e/ou 
residual, com periodicidade mensal para o tratamento residual. 
 Atividades de educação e comunicação, com vistas à prevenção e controle da dengue pela 
população. 
 Articulação com órgãos municipais de limpeza urbana, tendo em vista a melhoriada coleta e a 
destinação adequada de resíduos sólidos. 
 Articulação com outros órgãos municipais governamentais e entidades não governamentais, tendo 
em vista a atuação intersetorial. 
 Realização do bloqueio da transmissão, quando necessário. 
 Estrato II – Municípios não infestados 
 Pesquisa entomológica, preferencialmente com ovitrampas ou larvitrampas, em ciclos semanais. 
Alternativamente, realizar o levantamento de índice. 
 Pesquisa larvária em pontos estratégicos (PE), em ciclos quinzenais, com tratamento focal e/ou 
residual, quando indicado tecnicamente. 
 Atividades de educação e comunicação, com vistas à prevenção e controle da dengue pela 
população. 
 Delimitação de focos, quando for detectada esporadicamente a presença do vetor em PE, 
armadilhas ou em função do resultado de pesquisa vetorial especial (PVE). 
 Na persistência de focos, com a comprovação de domiciliação do vetor, o município passa a ser 
considerado como infestado (Estrato I). 
 Levantamento de índice amostral em ciclos quadrimestrais. 
 Como métodos de controle rotineiro, têm-se o mecânico, o biológico, o legal e o químico. 
 Controle mecânico 
 O controle mecânico consiste na adoção de práticas capazes de impedir a procriação do Aedes, 
tendo como principais atividades a proteção, a destruição ou a destinação adequada de criadouros, 
que devem ser executadas sob a supervisão do ACE ou ACS, prioritariamente pelo próprio 
morador/proprietário. 
 Diversas iniciativas de controle mecânico em larga escala podem ser incorporadas pelo gestor 
municipal, dentre as quais enfatizamos: 
 Reforço na coleta de resíduos sólidos, com destino final adequado, em áreas com altos índices de 
infestação; 
 Coleta, armazenamento e destinação adequada de pneumáticos, atividade que tem amparo legal na 
 Resolução Conama nº 258 e que é executada em parceria entre a iniciativa privada e os municípios, 
com a implantação de Ecopontos - desde o início dessa política tem-se observado uma evolução 
positiva no número de Ecopontos implantados no país; 
 Vedação de depósitos de armazenamento de água, com a utilização de capas e tampas. 
 Controle biológico 
 O rápido aumento da resistência do mosquito a vários inseticidas químicos e os danos causados por 
estes ao meio ambiente tem resultado na busca de novas alternativas de controle, tais como o uso 
de agentes biológicos. 
 Dentre as alternativas disponíveis, o Ministério da Saúde vem adotando o uso do Bacillus 
thuringiensis israelensis (Bti). A decisão para utilização desse larvicida biológico foi baseada na 
existência de estudos, ensaios de laboratório e aplicação no campo, que revelou sua eficácia no 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
controle do Aedes aegypti. O Bti tem elevada propriedade larvicida e seu mecanismo de atuação 
baseia-se na produção de endotoxinas proteicas que, quando ingeridas pelas larvas, provoca sua 
morte. 
 O Ministério da Saúde possui uma rede de monitoramento que avalia o estágio de resistência do 
Aedes aegypti ao uso de inseticidas. Ao ser detectada a resistência ao uso de organofosforados no 
município, desencadeia-se o processo de substituição pelo Bti. 
 Controle legal 
 Consiste na aplicação de normas de conduta regulamentadas por instrumentos legais de apoio às 
ações de controle da dengue. 
 As medidas de caráter legal podem ser instituídas no âmbito dos municípios, pelos códigos de 
postura, visando principalmente a responsabilizar o proprietário pela manutenção e limpeza de 
terrenos baldios, assegurar a visita domiciliar do ACE aos imóveis fechados, abandonados e onde 
exista recusa à inspeção, além de regulamentar algumas atividades comerciais consideradas 
críticas, do ponto de vista sanitário. 
 O Ministério da Saúde elaborou a publicação Programa Nacional de Controle da Dengue: Amparo 
Legal à Execução das Ações de Campo – Imóveis Fechados, Abandonados ou com Acesso não 
Permitido pelo Morador, para orientar o trabalho dos agentes de saúde em situações específicas, 
quando o imóvel encontra-se fechado ou quando a visita é recusada pelo morador. 
 Controle químico 
 O controle químico consiste no uso de substâncias químicas – inseticidas – para o controle do vetor 
nas fases larvária e adulta. 
 A utilização de inseticidas em saúde pública tem por base normas técnicas e operacionais oriundas 
de um grupo de especialistas em praguicidas da Organização Mundial de Saúde (OMS), que 
preconiza os princípios ativos desses produtos e recomenda as doses para os vários tipos de 
tratamento disponíveis. 
 É fundamental o uso racional e seguro dos inseticidas nas atividades de controle vetorial, tendo em 
vista que o seu uso indiscriminado determina impactos ambientais, além da possibilidade de 
desenvolvimento da resistência dos vetores aos produtos. 
 
Objetivo 3: Descrever o papel do controle social no SUS (Conferências e Conselhos de Saúde - 
locais, municipais, estaduais e federais). 
FONTE: Conselho Nacional de Saúde – Mins. Saúde / FioCruz 
Brasil. Ministério da Saúde. Conselhos de saúde: a responsabilidade do controle social democrático 
do SUS / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2013. 
 A lei 8142/90, determina duas formas de participação da população na gestão do Sistema Único de 
Saúde – SUS: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. 
 Conferências de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 1º diz: 
 Reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a 
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis 
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo 
 Conselho de Saúde: no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz: 
 Órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo do Sistema Único de Saúde- SUS 
 O colegiado do Conselho de Saúde é composto por: 
 25% de representantes do governo e prestadores de serviços 
 25% de profissionais de saúde 
 50% de usuários, atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das 
políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cuja decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo. 
 A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde aprova diretrizes para a Criação, 
reformulação, estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
 Ao estabelecer como princípio organizativo do Sistema Único de Saúde (SUS) a participação 
comunitária, a Constituição Federal de 1988 apontou para a relevância da inserção da população 
brasileira na formulação de políticas públicas em defesa do direito à saúde. 
 Atribuiu importância a instâncias populares na fiscalização e controle das ações do Estado, 
considerando as especificidades de cada região brasileira. 
 A participação social é também denominada “participação comunitária” no contexto da saúde, sendo 
estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos de Saúde e 
Conferências de Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de gestão nos 
serviços de saúde. 
 Busca-se, desta maneira, que atores sociais historicamente não incluídos nos processos decisórios 
do país participem, com o objetivo de influenciarem a definição e a execução da política de saúde. 
 Os Conselhos de Saúde são órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos 
estratégicos na reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas 
de saúde. 
 Já as Conferências de Saúde consistem em fóruns públicos que acontecem de quatro em quatro 
anos, por meio de discussões realizadas em etapas locais, estaduais e nacional, com a participação 
de segmentos sociais representativos do SUS (prestadores, gestores, trabalhadores e usuários), 
para avaliar e propor diretrizes para a formulaçãoda política de saúde. 
 Juntamente com a gestão destas instâncias e de outras redes de articulação em prol da garantia da 
participação social, o desafio que se coloca é a criação de uma eficiente rede de informação e 
comunicação ao cidadão sobre estes espaços de participação. 
 E mais, do cidadão perceber-se como ator fundamental na reivindicação pelo direito à saúde. 
 Conferência de Saúde 
 É o fórum que reúne todos os segmentos representativos da sociedade, um espaço de debate para 
avaliar a situação de saúde, propor diretrizes para a formulação da política de saúde nas três 
esferas de governo. 
 É convocada pelo Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes desse 
fórum conclamam a conferência. 
 Acontece de 4 em 4 anos. É realizada pelas esferas municipal, estadual e federal. 
 É o espaço de debate, formulação e avaliação das políticas de saúde. 
 Quando se fez valer o parágrafo único do artigo 90 da Lei n.º 378, de 13 de janeiro de 1937, na 
realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde, iniciava-se um debate periódico e sistemático 
sobre a saúde no país, apontando as diretrizes de formulação de políticas para a área nas esferas 
de gestão municipal, estadual e nacional. 
 Com a Constituição Federal de 1988, a participação comunitária no contexto da saúde é 
estabelecida, sendo regulada pela Lei nº 8.142/90 e definida a partir das conferências e dos 
conselhos de saúde, nas três esferas de governo, e também em colegiados de gestão nos serviços 
da área. 
 No artigo 1º desta lei, estabelece-se que: “O SUS contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo 
das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: 
 I – a Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com representação dos vários 
segmentos sociais, para avaliar a situação da saúde e propor as diretrizes para a formulação da 
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, 
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde; (...)”. 
 Até 2015, foram realizadas 15 Conferências Nacionais de Saúde. 
 Entidades ligadas à área da saúde, gestores e prestadores de serviços do setor, sociedade civil 
organizada e usuários ganham legitimidade para ocupar esses espaços. 
 Um esforço no sentido de fazer valer a democracia popular e a gestão participativa no Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
 As deliberações discutidas nas Conferências Nacionais de Saúde são resultantes dos debates 
ocorridos nos estados, através das Conferências Estaduais, que, por sua vez, resultam das 
propostas decorrentes das Conferências Municipais. 
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 É esta representatividade local que garante a legitimidade do evento como instância colegiada dos 
vários segmentos representados. 
 As Conferências proporcionaram transformações históricas para a gestão da saúde no Brasil, como 
no caso da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, cujo relatório final serviu de base para a 
elaboração do capítulo sobre saúde da Constituição Federal de 1988, resultando na criação do SUS. 
 1ª CNS (1941) 
 Temas: 1. Organização sanitária estadual e municipal; 
 2. Ampliação e sistematização das campanhas nacionais contra a hanseníase e a tuberculose; 
 3. Determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento; 
 4. Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção à maternidade, à infância e à 
adolescência. 
 2ª CNS (1950) Tema: Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho. 
 3ª CNS (1963) Temas: 1. Situação sanitária da população brasileira; 
 2. Distribuição e coordenação das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e 
municipal; 
 3. Municipalização dos serviços de saúde. 
 4. Fixação de um plano nacional de saúde. 
 4ª CNS (1967) Tema: Recursos humanos para as atividades em saúde. 
 5ª CNS (1975) Temas: 1. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; 
 2. Programa de Saúde Materno-Infantil; 
 3 Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; 
 4. Programa de Controle das Grandes Endemias; e 
 5. Programa de Extensão das Ações de Saúde às Populações Rurais. 
 6ª CNS (1977) Temas: 1. Situação atual do controle das grandes endemias; 
 2. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo federal em matéria 
de saúde; 
 3. Interiorização dos serviços de saúde; e 
 4. Política Nacional de Saúde. 
 7ª CNS (1980) Tema: Extensão das ações de saúde por meio dos serviços básicos. 
 8ª CNS (1986) Temas:1. Saúde como direito; 
 2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e 
 3. Financiamento setorial. 
 9ª CNS (1992) Tema central: Municipalização é o caminho. 
 Temas específicos: 1. Sociedade, governo e saúde; 
 2. Implantações do SUS; 
 3. Controle social; 
 4. Outras deliberações e recomendações. 
 10ª CNS (1996) Temas: 1. Saúde, cidadania e políticas públicas; 
 2. Gestão e organização dos serviços de saúde; 
 3. Controle social na saúde; 
 4. Financiamento da saúde; 
 5. Recursos humanos para a saúde; e 
 6 Atenção integral à saúde. 
 11ª CNS (2000) Tema central: Efetivando o SUS – Acesso, qualidade e humanização na atenção à 
saúde com controle social. 
 1. Controle social; 
 2. Financiamento da atenção à saúde no Brasil; 
 3. Modelo assistencial e de gestão para garantir acesso, qualidade e humanização na atenção à 
saúde, com controle social. 
 12ª CNS (2003) Tema central: Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o SUS 
que queremos. Eixos temáticos: 1. Direito à saúde; 
 2. A Seguridade Social e a saúde; 
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 3. A intersetorialidade das ações de saúde; 
 4. As três esferas de governo e a construção do SUS; 
 5) A organização da atenção à saúde; 
 6. Controle social e gestão participativa; 
 7. O trabalho na saúde; 
 8. Ciência e tecnologia e a saúde; 
 9. O financiamento da saúde; 
 10. Comunicação e informação em saúde. 
 13ª CNS (2007) Tema central: Saúde e qualidade de vida, políticas de estado e desenvolvimento 
Eixos temáticos: 
 1. Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no Século XXI: Estado, sociedade e padrões 
de desenvolvimento; 
 2. Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o pacto pela 
saúde; 
 3. A participação da sociedade na efetivação do direito humano à saúde. 
 14ª CNS (2011) Tema: Todos usam o SUS! SUS na seguridade social - política pública, patrimônio do 
povo brasileiro 
 A 8ª foi a primeira conferência que contou com a participação de usuários. Antes dela, os debates 
se restringiam à presença de deputados, senadores e autoridades do setor. 
 As conferências eram “intraministério”. 
 O Ministério da Saúde convidava pessoas das secretarias e intelectuais, mas os eventos não tinham 
a dimensão atual. Arouca, que estava no núcleo do movimento sanitário e na época era presidente 
da Fiocruz, foi convidado a presidir a 8ª Conferência. 
 Os temas foram divulgados e postos em discussão através das pré-conferências estaduais e 
municipais. O interesse da sociedade levou à participação popular. 
 As pré-conferências ativaram a mobilização em torno dos temas, que extrapolavam o ambiente 
técnico. Então, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, onde foi realizada a 8ª Conferência, reuniram-
se, além dos delegados da sociedade civil que representavam formalmente seus grupos, vários 
outros grupos que começaram a fazer passeatas exigindo participar. 
 Houve uma grande assembleia durante a Conferência para discutir a possibilidade de incorporação 
dessas pessoas, e elas acabaram sendo admitidas, como observadores. 
 O relatório final apontou o consenso em relação à formação de um sistema único de saúde, 
separado da previdência, e coordenado, em nível federal, por um único ministério. 
 Também foram aprovadas as propostas de integralização das ações, de regionalização e 
hierarquizaçãodas unidades prestadoras de serviço e de fortalecimento do município. 
 O relatório aponta ainda a necessidade de participação popular, através de entidades 
representativas, na formulação da política, no planejamento, na gestão e na avaliação do sistema. 
 Conselho de Saúde 
 Órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de 
governo. Faz parte da estrutura das secretarias de saúde dos municípios, dos estados e do governo 
federal. 
 Deve funcionar mensalmente, ter ata que registre suas reuniões e infraestrutura que dê suporte ao 
seu funcionamento. 
 Quem faz parte desse colegiado? Representantes do governo, dos usuários, dos profissionais de 
saúde e dos prestadores de serviços. 
 O segmento dos usuários deve ser paritário com os demais segmentos. Isso quer dizer que 50% dos 
integrantes do conselho de saúde têm que ser usuários, 25% devem ser profissionais de saúde e os 
outros 25% devem ser gestores e prestadores de serviço. 
 O Conselho de Saúde atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de 
saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. O conselho analisa e aprova o plano de 
saúde. Analisa e aprova o relatório de gestão. Informa a sociedade sobre a sua atuação. 
 QUALQUER PESSOA PODE PRESIDIR O CONSELHO DE SAÚDE, DESDE QUE SEJA CONSELHEIRO E 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
PARTICIPE DO PROCESSO DE ELEIÇÃO DESTE COLEGIADO. 
 O número de conselheiros será indicado pelos plenários dos conselhos de saúde e das 
conferências de saúde, devendo ser definido em lei (municipal, estadual e federal). 
 O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do 
Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde. 
 Criado em 1937, sua missão é fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde nas 
suas mais diferentes áreas, levando as demandas da população ao poder público, por isso é 
chamado de controle social na saúde. 
 As atribuições atuais do CNS estão regulamentadas pela Lei n° 8.142/1990. 
 O conselho é composto 48 conselheiros(as) titulares e seus respectivos primeiros e segundos 
suplentes, que são representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores, gestores do SUS e 
prestadores de serviços em saúde. 
 Além do Ministério da Saúde, fazem parte do CNS movimentos sociais, instituições governamentais 
e não-governamentais, entidades de profissionais de saúde, comunidade científica, entidades de 
prestadores de serviço e entidades empresariais da área da saúde. 
 O CNS tem eleições a cada três anos para escolher seus membros, que podem se candidatar 
seguindo as regras regimentais. A presidência do órgão é eleita entre os próprios conselheiros e 
conselheiras. 
 Dentre as principais atribuições, o CNS é responsável por realizar conferências e fóruns de 
participação social, além de aprovar o orçamento da saúde e acompanhar a sua execução, 
avaliando a cada quatro anos o Plano Nacional de Saúde. 
 Tudo isso para garantir que o direito à saúde integral, gratuita e de qualidade, conforme estabelece 
a Constituição de 1988, seja efetivado a toda a população no Brasil. 
 CONSELHO LOCAL DE SAÚDE 
 É uma forma de participação popular onde os profissionais de saúde e a comunidade organizada 
possa discutir as questões da saúde local, e elaborarem propostas a serem levadas e defendidas 
em instâncias decisórias, como Conselho e Conferência Municipal de Saúde. 
 Finalidade: assegurar a participação organizada da população no acompanhamento, controle, 
avaliação, fiscalização e propostas de melhorias nas ações e serviços de saúde desenvolvidos na 
comunidade ou instância da Unidade de Saúde conforme Lei Federal 8.142/90. 
 Composição: Conselhos de Saúde devem ser paritário, ou seja: 50% de representantes de Usuários 
do SUS (Associação de Moradores, ONG’s, Pastorais, Entidades Religiosas, Clube de Mães, 
Sindicatos e Associações de Trabalhadores, Creches, Usuários da Unidade de Saúde, etc) e 50% de 
Representantes do Governo/Prestadores de Serviços (25%) e de Trabalhadores da Unidade de 
Saúde (25%). 
 Funcionamento: Os Conselheiros tem mandato de 2 anos. As reuniões devem ser mensais, abertas 
ao público, em local e horário acessível para que quem trabalhe possa participar. 
 Trabalho do Conselho Local de Saúde 
1) Tomar conhecimento da realidade do bairro e dos serviços prestados pela Unidade de Saúde local 
e do Município; 
2) Discutir junto à população usuária, a administração e os trabalhadores de saúde, um Plano de 
Trabalho na Unidade, decidindo as prioridades e programas que serão desenvolvidos; 
3) Avaliar o atendimento no local e municipal propondo melhorias. 
Papel do Conselheiro Local de Saúde 
1) Propor ações para solucionar os problemas de funcionamento da unidade; 
2) Auxiliar na organização dos serviços de saúde atendendo às necessidades prioritárias da 
população. 
Responsabilidades 
1) População usuária: Seus representantes levam para o Conselho os interesses e as necessidades 
do bairro e da população. 
2) Trabalhadores da saúde: Seus representantes levam para o Conselho os interesses e as 
necessidades sentidas dentro da Unidade e no atendimento à população, e as melhorias na 
Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 
condição de trabalho; 
3) Administração-Gerentes (Gestor): Cabe, a seus representantes, concretizar as diretrizes do CMS 
- Conselho Municipal de Saúde dentro das Unidades, cumprindo as decisões deliberadas. É seu 
papel também, buscar, cobrar e repassar as informações e conhecimentos necessários para o bom 
funcionamento do Conselho Local e dos serviços de saúde, fazendo a ligação entre Gestão 
Municipal, o Conselho Local de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Sociedade. 
Número de Membros do Conselho Local de Saúde (sugestão) 
1) Usuários: 2 titulares e 2 suplentes; 
2) Trabalhadores: 1 (um) titular e 1 (um) suplente; 
3) Administração: 1 (um) titular e 1 (um) suplente. 
Podendo ser com mais membros desde que seja paritário. 
Hierarquia de decisão do Controle Social na Área de Saúde 
1) Conferência Municipal de Saúde; 
2) Conselho Municipal de Saúde; 
3) Conselhos Distritais; 
4) Conselhos Locais de Saúde; 
Como definir os Conselheiros Locais de Saúde 
1) Usuário: Seus representantes são escolhidos pela população organizada; 
2) Administração: Seu representante, geralmente, é o Gerente da Unidade e mais alguém designado 
pela Secretaria Municipal de Saúde; 
3) Trabalhadores: Os representantes são escolhidos através de suas formas próprias de 
organização. 
 
Objetivo 4: Diferenciar controle, eliminação e erradicação das doenças. 
FONTE: Módulo de princípios de epidemiologia para controle de enfermidades (MOPECE) – 
Organização Pan-Americana de Saúde - 2010 
 MEDIDAS DE CONTROLE 
 Os serviços de saúde no nível local têm que manter uma dupla ação. 
 Primeiro caso: Fornecer atenção às pessoas conforme suas necessidades individuais 
 Controle da doença nas pessoas, através de serviços de saúde. 
 Segundo caso: Desenvolver ações voltadas para a população em seu conjunto, conforme normas e 
prioridades estabelecidas 
 O controle da doença na população, através de ações estratégicas de saúde. 
 Controle abrange a ação sobre um elemento observado com o fim de conseguir seu retorno a um 
nível esperado. 
 Ação reguladora, restritiva, corretora, restauradora da normalidade. 
 Saúde pública: conjunto de medidas, ações, programas ou operações contínuas e organizadas 
voltadas para a redução da incidência e da prevalência de uma doença a níveis baixos o suficiente 
como para que essa não mais seja considerada um problema de saúde pública. 
 Na práticauma dimensão circunstancial e a outra temporal, que depende do cenário específico na 
qual opera o controle: 
 Num cenário epidêmico, controle significa conseguir rapidamente uma curva descendente e, 
eventualmente, esgotar a epidemia, ou seja,o retorno aos níveis esperados. 
 Dimensão temporal do termo controle sempre envolve o curto prazo (o retorno aos níveis 
esperados o mais rapidamente possível). 
 Num cenário não-epidêmico, a conotação prática do termo controle é dependente da dimensão 
temporal: 
 No curto prazo, controle denota equilíbrio da situação não-epidêmica, ou seja, manter o número 
observado de casos igual ao número esperado (seja esse o nível endêmico ou a ausência de 
casos). 
 No longo prazo, controle envolve a redução do risco de adoecer na população (redução da 
incidência) a níveis tais que não representem um problema de saúde pública (ou seja, a clássica 
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definição de controle). 
 As medidas de alcance populacional, por outro lado, estão voltadas especificamente ao impacto 
sobre o comportamento da doença na população. 
 Classicamente, as medidas de alcance populacional definiram-se em função de seus objetivos em 
saúde pública, que podem ser o controle, a eliminação ou a erradicação da doença e de seus 
riscos na comunidade. 
 Definição e as implicações em saúde pública desses três conceitos clássicos: 
 Controle da doença: Refere-se à aplicação de medidas populacionais voltadas a conseguir uma 
situação de controle da doença, ou seja, à redução da incidência da doença a níveis nos quais ela 
deixe de ser um problema de saúde pública. 
 As medidas de controle estão voltadas à redução primária da morbi-mortalidade. 
 O nível de controle vai depender da doença tratada, dos recursos empregados e das atitudes da 
população. 
 Exemplo é o acompanhamento de pessoas sintomáticas respiratórias na comunidade, que é uma 
medida efetiva para a detecção de casos de tuberculose, (particularmente, bacilíferos positivos) 
cujo objetivo é a redução da prevalência de tuberculose pulmonar, e em menor medida, a redução 
de sua incidência. 
 ELIMINAÇÃO DA DOENÇA: refere-se à aplicação de medidas populacionais direcionadas a 
conseguir uma situação de eliminação da doença. 
 Aquela na qual não existem casos de doença, embora persistam as causas que podem 
potencialmente produzi-la. 
 Exemplo: em zonas urbanas infestadas pelo Aedes aegypti, mesmo na ausência da circulação do 
vírus da febre amarela, ou da dengue, a simples presença do vetor constitui um risco potencial 
para a eventual ocorrência de casos. 
 O sarampo representa um modelo de doença em fase de eliminação na região das Américas. 
 ERRADICAÇÃO DA DOENÇA: refere-se à aplicação de medidas populacionais voltadas a conseguir 
uma situação de erradicação da doença. 
 Aquela na qual não somente foram eliminados os casos, mas também as causas da doença, em 
especial, o agente. 
 É importante destacar que a erradicação de uma doença adquire seu real significado quando 
alcançada numa escala mundial. 
 Exemplo, embora a poliomielite tenha sido “erradicada” das Américas, a eventual importação de 
casos das zonas infectadas pode comprometer a erradicação. 
 Até o momento, essa situação de erradicação mundial só foi obtida com a varíola. 
 
Objetivo 5: Descrever o processo de notificação compulsória de doenças, identificando as ações 
adotadas na notificação de casos confirmados e suspeitos. 
FONTE: Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue – 2009 – Mins. 
Saúde 
 Historicamente, a notificação compulsória de doenças tem sido a principal fonte da vigilância 
epidemiológica. 
 A lista nacional das doenças de notificação vigente está restrita a alguns agravos e doenças de 
interesse sanitário para o País, e compõe o Sistema de Doenças de Notificação Compulsória. 
 Esta relação de doenças tem experimentado revisões durante as últimas décadas, em função de 
novas ações programáticas instituídas para controlar problemas específicos de saúde. Em 1998, o 
Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI promoveu ampla revisão do assunto, o que resultou 
na explicitação de conceitos técnicos sobre o processo de notificação, bem como dos critérios 
utilizados para a seleção de doenças e agravos notificáveis. 
 Na ocasião, foi redefinida a lista nacional, que posteriormente foi acrescida de outras doenças. 
 Estados e municípios podem incluir novas patologias, desde que se defina, com clareza, o motivo e 
objetivo da notificação, os instrumentos e fluxo que a informação vai seguir e as ações que devem 
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ser postas em prática, de acordo com as análises realizadas. 
 Só se deve coletar dados que tenham uma utilização prática, para que não sobrecarreguem os 
serviços com formulários que não geram informações capazes de aperfeiçoar as atividades de 
saúde. 
 Dada a natureza específica de cada doença ou agravo à saúde, a notificação deve seguir um 
processo dinâmico, variável em função das mudanças no perfil epidemiológico, dos resultados 
obtidos, com as ações de controle e da disponibilidade de novos conhecimentos científicos e 
tecnológicos. 
 As normas de notificação devem adequar-se - no tempo e no espaço - às características de 
distribuição das doenças consideradas, ao conteúdo de informação requerido, aos critérios de 
definição de casos, à periodicidade da transmissão dos dados, às modalidades de notificação 
indicadas e à representatividade das fontes de notificação. 
 Para nortear os parâmetros de inclusão de doenças e/ou agravos na lista de notificação 
compulsória, nas três esferas de governo, o CENEPI publicou um documento resultante do 
processo de discussão da revisão desta lista nacional (Informe Epidemiológico do SUS, VII, no 1, 
Jan. a Mar/98). 
 Esse documento deve ser consultado pelos responsáveis estaduais e municipais que desejarem 
fazer alterações em suas respectivas listas. 
 Critérios aplicados no processo de seleção para notificação de doenças: 
 Magnitude: doenças com elevada frequência, que afetam grandes contingentes populacionais, que 
se traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos potenciais de vida perdidos. 
 Potencial de disseminação: expresso pela transmissibilidade da doença, possibilidade de sua 
disseminação por vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou 
coletividades. 
 Transcendência: definido por um conjunto de características apresentadas por doenças e agravos, 
de acordo com sua apresentação clínica e epidemiológica, sendo as mais importantes: 
 a severidade, medida por taxas de letalidade, hospitalizações e sequelas; a relevância social, que 
subjetivamente significa o valor que a sociedade imputa à ocorrência do evento, em termos de 
estigmatização dos doentes, medo, a indignação, quando incide em determinadas classes sociais; 
e a relevância econômica, ou capacidade potencial de afetar o desenvolvimento, o que as 
caracteriza como de, mediante as restrições comerciais, perdas de vidas, absenteísmo ao 
trabalho, custo de diagnóstico e tratamento, etc. 
 Vulnerabilidade: referente à disponibilidade de instrumentos específicos de prevenção e controle, 
permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde com relação a indivíduos ou 
coletividades. 
 Compromissos internacionais: firmados pelo governo brasileiro, no âmbito de organismos 
internacionais como a OPAS/OMS, que visam empreender esforços conjuntos para o alcance de 
metas continentais ou até mundiais de controle, eliminação ou erradicação de algumas doenças. 
 Exemplo típico é o da erradicação da poliomielite, que vem alcançando a meta de erradicação em 
vários países das Américas, em 1994. 
 Tal feito poderia justificar, em tese, a exclusão da poliomielite da lista de doenças de notificação. 
Ao contrário, porém, os países membros da OPAS firmaram o compromisso de aumentar a 
sensibilidade do sistema de vigilância da poliomielite, acrescentando a notificação das paralisias 
flácidas agudas, em face da possibilidade de reintrodução do poliovírus selvagem nas Américas, a 
partir de outros continentes onde continuacirculante. 
 Regulamento Sanitário Internacional: as doenças que estão definidas como de notificação 
compulsória internacional, são incluídas, obrigatoriamente, nas listas nacionais de todos os países 
membros da OPAS/OMS. Atualmente, apenas três doenças são mantidas nessa condição. 
 Epidemias, surtos e agravos inusitados: todas as suspeitas de epidemia ou de ocorrência de 
agravo inusitado devem ser investigadas e imediatamente notificadas aos níveis hierárquicos 
superiores, pelo meio mais rápido de comunicação disponível. 
 Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos, definidos de acordo com a 
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apresentação clínica e epidemiológica do evento. 
 Aspectos que devem ser considerados na notificação: 
 Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se 
efetuar a notificação, o que pode significar perda da oportunidade de adoção das medidas de 
prevenção e controle indicadas; 
 A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário, no 
caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos; 
 O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, 
configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de 
eficiência do sistema de informações. 
 PORTARIA DE DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
 O Ministro de Estado de Saúde, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto no art. 8°, 
inciso I, do decreto no 78.231, de 12 de agosto de 1976, resolve: 
 Art. 1° Os casos suspeitos ou confirmados das doenças a seguir relacionadas na Figura 1 são de 
notificação compulsória às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e à Fundação Nacional de 
Saúde. Parágrafo único. 
 A ocorrência de agravo inusitado à saúde, independentemente de constar desta relação deverá 
também ser notificado imediatamente às autoridades sanitárias mencionadas no caput deste 
artigo. 
 Botulismo 
 Carbúnculo ou “antraz” 
 Cólera 
 Coqueluche 
 Dengue 
 Difteria 
 Doença de Chagas (casos agudos e crônicos) 
 Doença Meningocócica e outras Meningites 
 Esquistossomose (em área não endêmica) 
▪ Febre Amarela 
▪ Febre Maculosa 
▪ Febre Tifóide 
▪ Hanseníase 
▪ Hantaviroses 
▪ Hepatite B 
▪ Hepatite C 
▪ Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e crianças expostas ao meio 
de transmissão vertical 
▪ Leishmaniose Tegumentar Americana 
▪ Leishmaniose Visceral 
▪ Leptospirose 
▪ Malária (em área não endêmica) 
▪ Meningite por Haemophilus influenzae 
▪ Peste 
▪ Poliomielite 
▪ Paralisia Flácida Aguda 
▪ Raiva Humana 
▪ Rubéola 
▪ Síndrome da Rubéola Congênita 
▪ Sarampo 
▪ Sífilis Congênita 
▪ Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) 
▪ Tétano 
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▪ Tularemia 
▪ Tuberculose 
▪ Varíola 
Art. 2° Deverão ser notificados de forma imediata às Secretarias Estaduais de Saúde e estas 
deverão informar a FUNASA imediatamente após a notificação os casos suspeitos de botulismo, 
carbúnculo ou “antraz”, cólera, febre amarela, febres hemorrágicas de etiologia não esclarecida, 
hantaviroses, paralisia flácida aguda, peste, raiva humana, tularemia e varíola e os surtos ou 
agregação de casos ou óbitos de agravos inusitados, difteria, doença de etiologia não esclarecida e 
doença meningocócica. 
Art. 3° Deverão ser notificados de forma imediata às Secretarias Estaduais de Saúde e estas 
deverão informar a FUNASA imediatamente após a notificação os casos confirmados de 
poliomielite, sarampo e tétano neonatal. 
Art. 4° A definição de caso para cada doença relacionada no art. 1o desta Portaria deve obedecer à 
padronização definida pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA. 
Art. 5° O fluxo, a periodicidade e os instrumentos utilizados para a realização da notificação são os 
definidos nas normas do Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN. 
Art. 6° Os gestores estaduais e os municipais do Sistema Único de Saúde poderão incluir outras 
doenças e agravos no elenco de doenças de notificação compulsória, em seu âmbito de 
competência, de acordo com o quadro epidemiológico local. Parágrafo único. As inclusões de outras 
doenças e agravos deverão ser comunicadas pelos gestores estaduais e municipais à Fundação 
Nacional de Saúde. 
Art. 7° Fica revogada a Portaria no 933/GM, de 4 de setembro de 2000. Art. 8o Esta Portaria entra 
em vigor na data de sua publicação. 
 
PRIMEIRAS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS FRENTE À INVESTIGAÇÃO DE CASO(S) DE UMA DOENÇA 
Em geral, os pacientes que apresentam quadro clínico compatível com doença incluída na lista de 
notificação compulsória, ou algum agravo inusitado, necessitam de atenção especial tanto da rede 
de assistência à saúde, quanto dos serviços de vigilância epidemiológica, os quais devem ser 
prontamente disponibilizados. 
▪ Assistência médica ao paciente: é a primeira providência a ser tomada objetivando reduzir as 
consequências do agravo para os indivíduos. Quando a doença for de transmissão pessoa a pessoa, 
o tratamento contribui para reduzir o risco de transmissão. Assim, de acordo com a magnitude do 
evento, a equipe de vigilância epidemiológica deve buscar articulação com os responsáveis pela 
rede de assistência à saúde, para que seja organizado o atendimento à população. 
▪ Qualidade da assistência: verificar se os casos estão sendo atendidos em Unidade de Saúde com 
capacidade para prestar assistência adequada e oportuna, de acordo com as características 
clínicas da doença. 
▪ Proteção individual: quando necessário, adotar medidas de isolamento, considerando a forma de 
transmissão da doença (entérico, respiratório, reverso, etc.). 
▪ Proteção da população: logo após suspeita diagnóstica, adotar as medidas de controle coletivas 
específicas para cada tipo de doença. 
Os fundamentos básicos da investigação de campo são aplicados tanto para o esclarecimento de 
ocorrência de casos como de epidemias. Várias etapas são comuns a ambas situações, sendo que 
para a segunda alguns procedimentos complementares são necessários. 
Para facilitar o trabalho dos profissionais, apresenta-se em primeiro lugar o roteiro de investigação 
de casos, com as atividades que são comuns a qualquer investigação epidemiológica de campo, 
inclusive de epidemias. Posteriormente são descritas as etapas específicas para esta última 
situação. 
 
ROTEIRO DA INVESTIGAÇÃO DE CASO(S) 
Neste item, encontram-se descritas, de forma sucinta, as várias etapas de uma investigação 
epidemiológica. Embora apresentadas em uma sequência lógica, algumas delas são desenvolvidas 
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paralela e simultaneamente. 
ETAPA 1 - COLETA DE DADOS SOBRE O(S) CASO(S) 
Em geral, nas Unidades de Saúde já se encontram disponíveis formulários padronizados do SINAN 
(Ficha de Investigação Epidemiológica), para a maioria das doenças incluídas no sistema de 
vigilância epidemiológica. 
O preenchimento desta ficha deve ser muito cuidadoso, registrando-se, com o máximo de exatidão 
possível, as informações de todos os seus campos. O investigador poderá acrescentar novos itens 
que considere relevantes. O espaço para observações deve ser utilizado para anotar informações 
adicionais que possam ajudar no esclarecimento do evento. 
Dados que se obtém mediante entrevista com o paciente, familiares, médicos, e outros informantes: 
▪ Identificação do paciente: nome, idade, sexo, estado civil, profissão, local de trabalho e de 
residência, com ponto de referência; 
▪ Anamnese e exame físico: data de início dos primeiros sintomas, história da moléstia atual, 
antecedentes mórbidos, antecedentes vacinais, mudanças de hábitos alimentares nos dias que 
antecederam aos sintomas, e dados de exame físico; 
▪ Suspeita diagnóstica: na pendência de dados complementares para firmar o diagnóstico, devem 
ser formuladas as principais suspeitase assim possibilitar a definição de medidas de controle 
preliminares e a solicitação de exames laboratoriais; 
▪ Meio ambiente: depende do tipo de doença investigada. Por exemplo, se a suspeita é de doença de 
veiculação hídrica, são essenciais as informações sobre sistema de abastecimento e tratamento de 
água, destino de resíduos líquidos, sólidos e lixo, alagamentos, chuvas; em outros casos, podem 
estar envolvidos insetos vetores, inseticidas e pesticidas, etc. 
▪ Exames laboratoriais: estes exames devem ser solicitados com vistas ao esclarecimento do 
diagnóstico do paciente e das fontes de contaminação, veículo de transmissão, pesquisa de vetores, 
conforme cada situação. 
É importante salientar que, embora os exames laboratoriais sejam um importante subsídio para a 
conclusão diagnóstica, em muitas ocasiões não se faz necessário aguardar os seus resultados para 
dar início às medidas de controle. 
ETAPA 2 - BUSCA DE PISTAS 
Esta é uma etapa essencial da investigação epidemiológica, pois visa buscar subsídios que 
permitirão responder a várias das questões formuladas. Cabe ao investigador, considerando os 
dados já coletados nas etapas anteriores, estabelecer que outras informações são importantes 
para o esclarecimento do evento, sendo relevante para este raciocínio identificar: 
▪ Fonte de contágio a exemplo de água, alimentos, ambiente insalubre, etc (Fontes de infecção); 
▪ Período de incubação do agente; 
▪ Modos de transmissão (respiratória, sexual, vetorial, etc.); 
▪ Faixa etária, sexo, raça e grupos sociais mais acometidos (Características biológicas e sociais); 
▪ Presença ou não de outros casos na localidade (abrangência da transmissão); 
▪ Possibilidade da existência de vetores ligados à transmissão da doença; 
▪ Fatores de risco: 
- época em que ocorre (estação do ano); 
- ocupação do indivíduo; 
- situação de saneamento na área de ocorrência dos casos (fonte de suprimento de água, destino 
dos dejetos e do lixo, etc.); 
- outros aspectos relevantes das condições de vida na(s) área(s) de procedência dos casos (hábitos 
alimentares, aspectos sócio-econômicos, etc.); 
- potenciais riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos, etc.). 
As equipes de outras áreas devem ser acionadas para troca de informações e complementação de 
dados a serem utilizados nas análises (parciais e final), no sentido de caracterizar o evento e 
orientar os passos seguintes da investigação. Ou seja, a avaliação dessas e de outras variáveis, em 
seu conjunto, fornecerão as pistas que contribuirão para a identificação do problema e a tomada de 
medidas necessárias ao seu controle. 
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ETAPA 3 - BUSCA ATIVA DE CASOS 
Esta etapa tem como propósito identificar casos adicionais (secundários ou não) ainda não 
notificados, ou aqueles oligosintomáticos que não buscaram atenção médica e visa: 
▪ tratamento adequado dos casos; 
▪ determinar a magnitude e extensão do evento; 
▪ ampliação do espectro das medidas de controle. 
Para isso, deve-se buscar reconhecer e proceder à investigação de casos similares no espaço 
geográfico onde houver suspeita da existência de contatos e/ou fonte de contágio ativa. Esta busca 
pode ser restrita a um domicílio, rua ou bairro, ou ser realizada em todas as unidades de saúde 
(Centros, Postos de Saúde, Consultórios, Clínicas Privadas, Hospitais, Laboratórios, etc.), ou ainda, 
ultrapassar barreiras geográficas de municípios ou estados, conforme as correntes migratórias ou 
características dos veículos de transmissão. 
ETAPA 4 - PROCESSAMENTO E ANÁLISES PARCIAIS DOS DADOS 
Na medida em que se for dispondo de novos dados/informações, deve-se sempre proceder análises 
parciais, a fim de se definir o passo seguinte até a conclusão da investigação e as medidas de 
controle tenham se mostrado efetivas. A consolidação, análise e interpretação dos dados 
disponíveis devem considerar as características de pessoa, tempo, lugar e os aspectos clínicos e 
epidemiológicos, para a formulação de hipóteses quanto ao diagnóstico clínico, fonte de 
transmissão, potenciais riscos ambientais; efetividade das medidas de controle adotadas até aquele 
momento. 
Quando a investigação não se referir a casos isolados, os dados colhidos deverão ser consolidados 
em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxos de pacientes e outros. Essa disposição 
fornecerá uma visão global do evento, permitindo a avaliação de acordo com as variáveis de tempo, 
espaço e pessoas (quando? onde? quem?), possível relação causal (por que?), e deverá ser 
comparada com períodos semelhantes de anos anteriores. 
Uma vez processados, os dados deverão ser analisados criteriosamente. Quanto mais oportuna e 
adequada for a análise, maior será a efetividade desta atividade, pois orientará com mais precisão o 
processo de decisão-ação. 
ETAPA 5 - ENCERRAMENTO DE CASOS 
As Fichas Epidemiológicas de cada caso devem ser analisadas visando definir qual critério (Clínico-
epidemiológico-laboratorial; clínico-laboratorial; clínicoepidemiológico) foi ou será empregado para 
o diagnóstico final, considerando as definições de caso específicas para cada doença e que estão 
definidas nos capítulos específicos deste Guia. 
ETAPA 6 - RELATÓRIO FINAL 
Os dados da investigação deverão ser sumarizados em um relatório que inclua a descrição do 
evento (todas as etapas da investigação), destacando-se: 
▪ Causa da ocorrência, indicando inclusive se houve falhas da vigilância epidemiológica e/ou dos 
serviços de saúde e quais providências foram adotadas para sua correção. 
▪ Se as medidas de prevenção implementadas em curto prazo estão sendo executadas. 
▪ Descrição das orientações e recomendações, a médio e longo prazos, a serem instituídas, tanto 
pela área de saúde quanto de outros setores. 
▪ Alerta às autoridades de saúde dos níveis hierárquicos superiores, naquelas situações que 
coloquem sob risco outros espaços geopolíticos. 
Este documento deverá ser enviado aos profissionais que prestaram assistência médica aos casos 
e aos participantes da investigação clínica e epidemiológica, representantes da comunidade, 
autoridades locais, administração central dos órgãos responsáveis pela investigação e controle do 
evento. 
FONTE: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em 
Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html - Lista atualizada 
dos casos de notificação compulsória 
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A dengue é uma doença viral aguda e de rápida disseminação. A notificação oportuna dos casos é 
medida essencial para que a vigilância seja capaz de acompanhar o padrão de transmissão da 
doença na área e a curva endêmica. É um agravo de notificação compulsória (Portaria GM/MS nº 5 
de 21 de fevereiro de 2006) e, portanto, todos os casos suspeitos (sendo ou não confirmados) devem 
ser obrigatoriamente, notificados à Vigilância Epidemiológica do município. As unidades de saúde 
são as principais fontes de detecção dos casos suspeitos de dengue e, também, fontes de dados 
para os serviços de vigilância. 
 
Objetivo 6: Caracterizar territorialização, identificando áreas de risco para a saúde 
FONTE: ARAÚJO, Guilherme Bruno et al. TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE 
FORMAÇÃO PARA ESTUDANTES DE MEDICINA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. SANARE-Revista de 
Políticas Públicas, v. 16, n. 1, 2017. 
Territorialização em saúde – 2016 – CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) 
O que é considerado área de risco em uma comunidade? – Biblioteca Virtual de Saúde - 2010 
 CONTEXTOS DA TERRITORIALIZAÇÃO DO SUS NO BRASIL 
 O processo de territorialização do SUS pode ser compreendido em relação a três 
movimentos político-institucionais assim designados 
 “municipalização-distritalização”;

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