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EXERCICIOS 
01. (UFRS) Assinale a afirmativa correta em relação à obra O Uraguai, de Basílio da Gama. 
a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de Andrada, Governador do Rio de Janeiro, às missões jesuíticas espanholas da banda oriental do rio Uruguai. 
b) O Uraguai segue os padrões estéticos dos poemas épicos da tradição ocidental, como a Odisseia, a Eneida e Os Lusíadas. 
c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários. 
d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está representado o povo autóctone que defende o solo natal. 
e) Lindoia, única figura feminina do poema, morre de amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo. 
 
02. (UFSM-RS) O poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama, é: 
a) composição que narra as lutas dos índios de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército espanhol, sediado lá para pôr em prática o Tratado de Madri (1750). 
b) das obras mais importantes do Arcadismo no Brasil, pois foi a precursora das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa. 
c) exaltação à terra brasileira, que o poeta compara ao paraíso, o que pode ser comprovado nas descrições, principalmente do Ceará e da Bahia. 
d) crítica a Diogo Álvares Correia, misto de missionário e colono português, que comanda um dos maiores extermínios de índios da história. 
e) exaltação à índia Lindoia, que morre após Diogo Álvares decidir-se por Moema, que ajudava os espanhóis na luta contra os índios. 
 
03. (Vunesp) Nestes versos de Silva Alvarenga, poeta árcade e ilustrado, faz-se alusão ao episódio de uma obra em que a heroína morre. Assinale a alternativa correta em que se mencionam o nome da heroína 
“Quem vê girar a serpe da irmã no casto seio, 
Pasma, e de ira e temor ao mesmo tempo cheio 
Resolve, espera, teme, vacila, gela e cora, Consulta o seu amor e o seu dever ignora. 
Voa a farpada seta da mão, que não se engana; 
Mas aí, que já não vives, ó mísera indiana!” (1), o título da obra (2) e o nome do autor (3): 
a)Moema; (2) Caramuru; (3) Santa Rita Durão; 
b)Marabá; (2) Marabá; (3) Gonçalves Dias; 
c)Lindoia; (2) O Uraguai; (3) Basílio da Gama; 
d)Iracema; (2) Iracema; (3) José de Alencar; 
e)Marília; (2) Marília de Dirceu; (3) Tomás A. Gonzaga. 
 
04. (UFAM 2009) Assinale a alternativa CORRETA a respeito do poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama: 
a) O herói do poema, Diogo Álvares, é visto como um herói cultural, em virtude de ter ensinado aos índios tupinambás as virtudes e as leis da civilização. 
b) A estrutura do livro é camoniana, no sentido de que as estrofes se apresentam com oito versos decassílabos, no seguinte esquema de rimas: abababcc. 
c) De acordo com o estilo arcádico, período em que o poema foi escrito, a natureza é artificial e genérica, sendo colhida através de imagens bucólicas e sensoriais. 
d) A motivação para a escrita desse poema veio do desejo do autor de agradar o Marquês de Pombal, louvando, em conseqüência, a sua política em favor dos jesuítas. 
e) Um episódio do poema mostra como a feiticeira Tanajura, para tirar de Lindóia o desejo de morrer, lhe proporciona a visão do terremoto de Lisboa e a posterior reconstrução da cidade. 
 
05. (UP - 2018) Sobre o livro Últimos Cantos (1851), de Gonçalves Dias, é correto afirmar: 
a) Trata-se de uma obra póstuma em que o autor antecipa as tendências da segunda geração romântica, denominada de Ultrarromantismo, como atestam os poemas “Sobre o túmulo de um menino” e “O que mais dói na vida”. 
b) O eu-lírico do poema “Leito de folhas verdes”, uma índia, canta as suas núpcias com Jatir, guerreiro timbira, simbolizando a origem do povo brasileiro. 
c) O poema “Canção de Bug-Jargal” pode ser considerado um modelo da poesia indianista, pois o autor, como era uso na época, aproveitou-se muito de termos e expressões das línguas indígenas. 
d) A musicalidade do poema “I-Juca-Pirama” está fortemente relacionada à construção dos eventos narrados pelo eu-lírico, que, na última parte, afirma ter tido conhecimento da história por meio de um velho índio. 
e) O poeta romântico rompe com a tradição clássica para fundar uma nova linguagem poética a partir da língua tupi. 
 
06. (UEL) A questão refere-se ao poema a seguir. 
Leito de folhas verdes 
“Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas Já nos cimos do bosque rumoreja. 
Eu sob a copa da mangueira altiva 
Nosso leito gentil cobri zelosa 
Com mimoso Tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala. 
Brilha a lua no céu, brilham estrelas, 
Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mágico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d’alva Um só giro do sol, não mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espera ainda Doce raio do sol que me dê vida. 
Sejam vales ou montes, lagos ou terra, 
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite, Vai seguindo após ti meu pensamento; Outro amor nunca tive: és meu, sou tua! 
Meus olhos outros olhos nunca viram, 
Não sentiram meus lábios outros lábios, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas A Arazóia na cinta me apertaram. 
Do tamarindo a flor jaz entreaberta, 
Já solta o bogari mais doce aroma; 
Também meu coração, como estas flores, Melhor perfume ao pé da noite exala! 
Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes À voz do meu amor, que em vão te chama! 
Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil 
A brisa da manhã sacuda as folhas!” (DIAS, Antônio G.) 
 
Sobre o poema anterior, considere as afirmativas a seguir. 
I. As marcas românticas do poema ficam evidentes na exaltação da atitude heróica do índio, sempre disposto a partir para as batalhas grandiosas, ainda que tenha que ficar longe da amada. 
II. Apresenta traços em comum com as cantigas de amigo trovadorescas, a saber: o sujeito lírico é feminino e canta a ausência do amado, que está distante. 
III. Em todo o poema a transformação da natureza revela a passagem das horas, marcando com isso a angústia do sujeito lírico pela espera de seu amado, a exemplo do que ocorre com os versos “Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco” e “Do tamarindo a flor jaz entreaberta”. IV. É possível observar, no poema, a ocorrência de momentos marcados pela ilusão da chegada do amado, como em “Eu sob a copa da mangueira altiva/Nosso leito gentil cobri zelosa”; e, por fim, um momento de clara desilusão: “Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil/A brisa da manhã sacuda as folhas!” 
V) Principalmente pela manifestação de elementos simbólicos, tais como “luar”, “vales”, “bosque” e “perfumes”, pode-se dizer que o poema muito se aproxima da estética simbolista. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I, II e III. b) I, III e V. c) II, III, IV e V. 
d) I, III, IV. e) II, III e IV. 
 
07. (UEPG) Com relação à obra indianista de Gonçalves Dias, e sobre este poema em particular, assinale o que for correto. 
Canto IX - I Juca Pirama 
“O guerreiro parou, caiu nos braços 
Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: 
"Este, sim, que é meu filho muito amado! 
E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, 
Corram livres as lágrimas que choro, 
Estas lágrimas, sim, que não desonram". (Gonçalves Dias. "Poesias 
Americanas") 
01) O herói do poema não é apenas um índio tupi: representa todos os índios brasileiros ou ainda todos os brasileiros, uma vez que o índio foi durante o Romantismo o representante de nossa nacionalidade. 02) O poeta, ao pôr em discussão profundos valores e sentimentos humanos, como a bondade filial e a honra, supera os limites da abordagem puramente indianista e ganha universalidade. 04) O índio de Gonçalves Dias diferencia-se do de Joaquim Norberto e Gonçalves Magalhães, não pela questão de autenticidade do índio, mas por ser mais poético, como vemos em "I-Juca-Pirama". O deslumbramentosem vulgaridade do herói indígena traduz a poesia do poeta, malabarista de ritmos nos sentimentos de heroísmo, dignidade, generosidade, bravura, maldição e tradição. 
08) Quanto aos aspectos formais, em "I-Juca-Pirama" Gonçalves Dias variou a métrica de trecho em trecho. Teoricamente, o poeta teria desprezado a metrificação. No entanto, do ponto de vista expressivo, a va-riação métrica utilizada produz a iconicidade sonora do texto, construindo plasticamente o poema como um significante rítmico do ritual narrado. 
16) I Juca Pirama significa "aquele que é digno de ser morto"; o poema conta a história de um guerreiro tupi, aprisionado pelos Timbiras, que vai morrer em um festim canibal. 
 
08. (FEI-SP) Leia atentamente: 
I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolítico-econômicofilosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista." II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos." 
III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia." IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade." Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas): 
a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas II e IV. 
d) apenas II e III. e) apenas III e IV. 
 
09. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: 
a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. 
b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. 
c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. 
d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. 
e) estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das personagens. 
 
10. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a prosa naturalista: 
a) As personagens expressam a dependência do homem às leis naturais. 
b) estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir a visualização pictórica dos ambientes. 
c) Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais. 
d) Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão psicológica das personagens. 
e) comportamento das personagens e sua movimentação no espaço determinam-lhe a condição narrativa. 
 
11. (UEG 2003) O romance Casa de pensão, de Aluísio Azevedo, é tradicionalmente considerado como pertencente à estética naturalista. A esse respeito, é CORRETO afirmar: 
a) As personagens são sempre remanescentes do meio rural e encontram-se desajustadas pelos vícios herdados da vida no campo. 
b) A heroína do romance é concebida como um ser angelical e ao mesmo tempo demoníaco, resgatando, no final do século XIX, as convenções do amor cortês. 
c) O narrador apresenta-se claramente na primeira pessoa do singular, justificando, assim, o privilégio que o Naturalismo atribui ao individualismo. 
d) O meio social é preponderante, visto que sua influência é decisiva na conduta e na formação do caráter das personagens, haja vista a lascívia que domina o protagonista da obra. 
e) A família é apresentada como uma entidade sagrada, protegida dos riscos iminentes que determinados comportamentos desviantes podem provocar. 
 
12. (FADEP – 2018) O trecho abaixo, extraído do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, descreve o caráter da personagem central, apresentando traços que permitem prever sua trajetória. “Não havia, em Clara, a representação, já não exata, mas aproximada, de sua individualidade social; e, concomitantemente, nenhum desejo de elevar-se, de reagir contra essa representação. A filha do carteiro, sem ser leviana, era, entretanto, de um poder reduzido de pensar, que não lhe permitia meditar um instante sobre o destino, observar os fatos e tirar ilações e conclusões. A idade, o sexo e a falsa educação que recebera tinham muita culpa nisso tudo; mas a sua falta de individualidade não corrigia a sua obliquada visão da vida. Para ela, a oposição que, em casa, se fazia a Cassi, era sem base. Ele tinha feito isto e aquilo; mas – interrogava ela – quem diria que ele fizesse o mesmo em casa de seu pai?” (Clara dos Anjos, p. 50) 
Considerando a leitura integral do romance e esse trecho específico, assinale a alternativa correta. 
a) Depois do diálogo de Clara com Dona Salustiana Jones é que ela reconhece seu lugar social e o papel reservado à sua família. 
b) Dona Engrácia se equivocou em relação ao caráter de Cassi Jones, que provou ser bem diferente do que ela imaginava. 
c) Clara estava certa ao acreditar em Cassi, pois o comportamento dele em relação a ela foi diferente do histórico anterior do rapaz. 
d) Cassi, ao se aproveitar das aulas de violão com seu Joaquim para se aproximar de Clara, demonstrou seu caráter duvidoso. 
e) O casamento de Cassi com Clara é a primeira representação literária da teoria da harmonia racial brasileira. 
 
13. (UP - 2018) Sobre Clara dos Anjos (1948), de Lima Barreto, é INCORRETO afirmar: 
a) Cassi Jones é rapaz de família pertencente à elite carioca urbana, não possui uma profissão definida, gasta grande parte de seu tempo em uma vida boêmia, e tem por hábito seduzir moças inocentes e pobres para depois abandoná-las à sorte, como acontece com Clara. 
b) A obra de Lima Barreto demonstra uma preocupação forte em refletir sobre o processo de urbanização implementado no início do século XX no Rio de Janeiro; e o romance Clara dos Anjos pode ser tomado como um bom exemplo dessa preocupação, já que a narrativa se concentra nos subúrbios cariocas e nos dilemas de seus habitantes, em especial na integração do pobre e/ou negro à sociedade brasileira. 
c) No desenvolvimento da trama, é possível perceber uma atenção especial, ainda que não exclusiva, sobre os hábitos musicais das personagens (modinhas, polcas etc.) e a relação do homem pobre com a cultura letrada. 
d) Clara dos Anjos, romance publicado postumamente, pode ser compreendido como a narrativa do destino quase que coletivo das moças negras na sociedade brasileira, como sugere, aliás, a epígrafe escolhida pelo autor a partir de um texto do historiador João Ribeiro. 
e) O narrador do romance é onisciente intruso, isto é, não só tem um conhecimento amplo sobre as personagens e os eventos, como apresenta o sentimento dessas mesmas personagens e tece comentários, por vezes avaliativos, sobre costumes e atitudes dos envolvidos na trama. 
 
14. Considere o trecho abaixo, retirado de Clara dos Anjos e analise as proposições na sequência: 
 “Chegou à repartição, assinou o ponto, cumprimentou os colegas e chefes; e, à hora certa, tomou a correspondência a distribuir e lá correu para escritórios, casas de comércio, entregando cartas e pacotes. Vinha tudo isto com nomes arrevesados: franceses, ingleses, alemães, italianos, etc.; mas, como eram sempre os mesmos, acabara decorando-os e pronunciando-os mais ou menos corretamente. Gostava de lidar com aqueles homens louros, rubicundos, robustos, de olhos cor do mar, entre os quais ele não distinguia os chefes e os subalternos. Quando havia brasileiros, no meio deles, logo adivinhava que não eram chefes. Almoçava frugalmente e até às cinco executava o serviço, isto é, as várias distribuições de correspondência.” 
I. O trecho apresenta a relação entre desigualdade social e etnia, no Brasil, quando contrapõe a diferença entre chefes estrangeiros e subalternos brasileiros. 
II. A descrição da exploração de que Joaquim é vítima em seu trabalho é um dos aspectos da exploração racial abordada no romance. III. Em outros momentos do romance, podemos propor uma contraposição entre D. Margarida, que se adaptara ao Brasil“sem perder nada da tenacidade, do esprito de suíte 1 , da decidida coragem da sua origem”, e a passividade de Joaquim e sua família: nessa comparação, entreveem-se influências das teorias deterministas na formação do caráter de uma pessoa, que se molda pelo ambiente em que viveu. 
Agora, assinale a opção que contém apenas afirmações corretas: 
a) I,II e III b) I e III c) II e III d) III e) I e II 
As questões 15 e 16 referem-se ao seguinte trecho de Guimarães Rosa: “E desse modo ele se doeu no enxergão, muitos meses, porque os ossos tomavam tempo para se ajuntar, e a fratura exposta criara bicheira. Mas os pretos cuidavam muito dele, não arrefecendo na dedicação. – Se eu pudesse ao menos ter absolvição dos meus pecados!… Então eles trouxeram, uma noite, muito à escondida, o padre que o confessou e conversou com ele, muito tempo, dando-lhe conselhos que o faziam chorar. 
· Mas, será que Deus vai ter pena de mim, com tanta ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado mortal? 
· Tem, meu filho. Deus mede a espora pela rédea, e não tira o estribo do pé de arrependimento nenhum… 
 E por aí afora foi, com um sermão comprido, que acabou depondo o doente num desvencido torpor. 
 
15. (PUCCamp-SP) O trecho mostrado representa a seguinte possibilidade entre os caminhos da literatura contemporânea: 
a) ficção regionalista, em que se reelabora o gênero e se revaloriza um universo cultural localizado. 
b) narrativa de cunho jornalístico, em que a linguagem comunicativa retoma e reinterpreta fatos da história recente. 
c) ficção de natureza politizante, em que se dramatizam as condições de classes entre os protagonistas. 
d) prosa intimista, psicologizante, em que o narrador expõe e analisa os movimentos da consciência reflexiva. 
e) prosa de experimentação formal, em que a pesquisa linguística torna secundária a trama narrativa. 
 
16. (PUCCamp-SP) Liga-se a esse trecho de Guimarães Rosa a seguinte afirmação: 
a) É um exemplo de crise da fala narrativa, dissolvendo-se a história num estilo indagador e metafísico. 
b) Éuma arte marcada pelo grotesco, pela deformação, que coloca em cena tipos humanos refinadamente exóticos. 
c) O autor recolheu lendas de interesse folclórico e as reconta de modo documental, isento e objetivo. 
d) Um universo rude e um plano místico se cruzam com frequência em sua obra, fundindo-se um no outro. 
e) A miséria arrasta as personagens para a desesperança, revelando-se ainda na pobreza de sua expressão verbal. 
 
17. (PUCCamp-SP) Sobre “A hora e vez de Augusto Matraga”, é incorreto afirmar: 
a) Depois de apanhar até quase morrer, Nhô Augusto passa a viver uma vida de penitências e duros trabalhos, na tentativa de, pelo esforço do corpo, purificar a alma, comportamento típico de mártires e santos. 
b) Nhô Augusto volta a sentir a sedução da violência quando se depara com o bando de Seu Joãozinho Bem-Bem, mas resiste, ainda que a duras penas, para não comprometer seu plano de salvação. 
c) No duelo final com Seu Joãozinho Bem-Bem, percebe-se como, em determinados momentos, as intenções e desejos mais egoístas podem se transformar em instrumentos de redenção do egoísmo e doação de si mesmo: Nhô Augusto faz o bem (ao salvar a família do velho da vingança de Seu Joãozinho Bem-Bem) – o que garantiria a salvação de sua alma – por meio da violência destruidora que sempre o fascinou. 
d) Os jagunços no conto de Guimarães Rosa são irracionais, arbitrários e praticam a violência única e exclusivamente para satisfazer seus impulsos sanguinários. 
e) A transformação de Nhô Augusto depois da surra pode ser interpretada como uma morte para a vida de maldades e um renascimento para a vida devota e contrita. Neste sentido, pode ser compreendida simbolicamente como parte de um rito de passagem, como o batismo cristão. 
 
18. (UEL-PR) Assinale a alternativa correta sobre o conto “O burrinho pedrês”: 
a) O burrinho era corajoso e ousado. 
b) O burrinho era esperto e prudente. 
c) O burrinho era teimoso e valente. 
d) O burrinho era decidido e ousado. 
e) O burrinho era experiente e tranquilo. 
 
19. (UEL-PR) Assinale a alternativa correta. “A hora e vez de Augusto Matraga” é: 
a) um romance de José Lins do Rego, de fundo autobiográfico, no qual é narrada a decadência de um engenho de açúcar no século XIX. 
b) um conto de Graciliano Ramos em que se narram as aventuras de um burocrata em busca de afirmação social. 
c) um romance de Guimarães Rosa, narrado em primeira pessoa, no qual o narrador-personagem relata a sua vida aventurosa de cangaceiro. 
d) um conto de Guimarães Rosa, narrado em terceira pessoa, que relata a queda e a redenção de um fazendeiro. As componentes básicas do mundo sertanejo são a violência e o misticismo. É a união desses dois elementos que permite a redenção de Matraga. 
 
20. (UEL-PR) Assinale a alternativa correta: 
a) A obra de João Guimarães Rosa Sagarana é uma forma interiorizada de representação ficcional, privilegiada pela vivência psicológica e, pelo fluxo de consciência desencadeado por um acontecimento fictício. 
b) É uma obra modernista, que critica e denuncia o preconceito racial e a minoria excluída. 
c) A obra não apresenta situações de conflito entre seus personagens. 
d) A obra Sagarana é do gênero “conto”. Guimarães Rosa, com esta obra, abriu uma nova perspectiva para o regionalismo, revalorizando a linguagem e a universalização do regional. 
e) A obra retrata fielmente o ciclo da cana-de-açúcar. 
 
21. (UEL-PR) Assinale a alternativa correta: 
a) Augusto Matraga é um fazendeiro valentão, extremamente prepotente, que nunca trabalhou e é decadente nas finanças e na política, desrespeitando a todos, inclusive esposa e filhos. 
b) A trajetória de Augusto Matraga é marcada pela bondade, pelo amor ao próximo e pela solidariedade que o acompanha até o fim da vida. 
c) A hora e a vez de Augusto Matraga foram consagradas quando ele escapou com vida das mãos do major Consilva. 
d) João Guimarães Rosa, em Sagarana, não registra detalhes do sertão nem focaliza o homem com seus fragmentos e valores, deixando transparecer somente a crítica social e de costumes. 
e) Dionóra, esposa de Augusto Matraga, suporta sua opressão, submetendo-se a ele como esposa fiel até o fim de sua vida. 
 
22. (UEL-PR) Assinale a alternativa correta: 
a) Em “O burrinho pedrês”, a temática contempla o fanatismo e a violência numa luta ideológica. 
b) Em “Sarapalha”, fala-se do confronto entre jagunços no sertão nordestino. 
c) “A hora e vez de Augusto Matraga” tematiza o amor romântico, poético e telúrico. 
d) O lema de vida de Augusto Matraga era a frase dita pelo padre: cada um tem a sua hora e a sua vez, você há de ter a sua. 
e) Em “Sarapalha”, o humor e a ironia se fazem presentes com muita frequência. 
 
23. (UEL-PR) Assinale a alternativa incorreta: 
a) Em “Sarapalha”, a epidemia de malária faz o povo tremer e delirar numa fragilidade dolorosa. 
b) Os delírios da febre em suas alucinações não afetam primo Ribeiro, que tem o corpo fechado pela negra Ceição. 
c) Argemiro, em sua pureza, depois de muito se punir, resolve confessar que também sentira-se atraído por Luísa, mas era um amor platônico, sem um mínimo de manifestação. 
d) Primo Ribeiro está derrotado pela doença física e morre de forma lenta, psicologicamente abalado com a partida da esposa, que preferiu um boiadeiro a ele. 
e) Argemiro é expulso pelo primo Ribeiro e parte com extremo pesar, pagando caro por sua honestidade e sinceridade. 
 
24. (UPF) Nos contos de Sagarana, Guimarães Rosa resgata, principalmente, o imaginário e a cultura: 
nem sabe da morte em vida, vida em morte, severina;” 
a) “morre gente que nem vivia”. 
b) “meu próprio enterro eu seguia”. 
c) “o enterro espera na porta: o morto ainda está com vida”. 
d) “vêm é seguindo seu próprio enterro”. 
e) “essa foi morte morrida ou foi matada?”. 
 
	a) da elite nacional b) dos proletários urbanos c) dos povos indígenas já finados, Zacarias, 
27. (FEI-SP) Leia o texto com atenção e responda à questão.— O meu nome é Severino não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muito na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da Serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, 
d) dos malandros de subúrbio 
e) da gente rústica do interior 
 
25. (FUVEST) Nos versos abaixo, a personagem da “rezadora” fala das vantagens de sua profissão e de outras semelhantes. A seqüência de imagens neles presente tem como pressuposto imediato a idéia de: 
“Só os roçados da morte compensam aqui cultivar, e cultivá-los é fácil: 
simples questão de plantar; não se precisa de limpa, de adubar nem de regar; as estiagens e as pragas fazem-nos mais prosperar; e dão lucro imediato; nem é preciso esperar pela colheita: recebe-se 
na hora mesma de semear.” (João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina) 
a) sepultamento dos mortos. 
b) dificuldade de plantio na seca. 
c) escassez de mão-de-obra no sertão. 
d) necessidade de melhores contratos de trabalho. 
e) técnicas agrícolas adequadas ao sertão. 
 
26. (FUVEST-SP) Neste excerto, a personagem do “retirante” exprime uma concepção da “morte e vida severina”, idéia central da obra, que aparece em seu próprio título. Tal como foi expressa no excerto, essa concepção só NÃO encontra correspondência em: 
“Decerto a gente daqui jamais envelhece aos trinta vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). (João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida 
Severina) 
É possível identificar nesse excerto características: 
a) regionalistas, uma vez que há elementos do sertão brasileiro. 
b) vanguardistas, pois o tratamento dispensado à linguagem é absolutamente original. 
c) existencialistas, pois há a preocupação em revelar a sensação de vazio do homem do sertão. 
d) naturalistas, porque identifica-se em Severino as características típicas do herói do século XIX. 
e) surrealistas, já que existe uma apelação ao onírico e ao fantástico. 
 
28. (CEFET) Assinale a alternativa INCORRETA sobre “Morte e Vida Severina”: 
a) Apesar das dificuldades que se anunciam para o filho do Seu José, a perspectiva do final do poema é positiva em relação à vida. 
b) Existe no poema um grande contraste causado pelo nascimento do filho do Seu José em relação à figura da morte, presente em toda a obra. 
c) O adjetivo Severina, do título, tanto se refere ao nome do personagem central como às condições severas em que ele, como tantos outros, vive. d) A indicação auto de natal não se refere somente ao sentido de religiosidade, mas também à aceitação do poder de renovação que existe na própria natureza. 
e) Como em muitas outras obras de tendência regionalista, o tema central do poema é a seca nordestina e a miséria por ela criada. 
 
29. (CEFET) Leia as seguintes afirmações sobre Morte e Vida Severina: 
I) O nascimento do filho do compadre José é antagônico em relação aos outros fatos apresentados na obra, já que esses são marcados pela morte. 
II) Podemos dizer que o conteúdo é completamente pessimista, considerando-se que a jornada é marcada pela tragédia da seca, o que leva Severino à tentativa de suicídio. 
III) Mais do que a seca, as desigualdades sociais do Nordeste são o tema da obra. 
Assinale a alternativa correta sobre as afirmações: 
a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I e III estão corretas. 
c) Somente II e III estão corretas. d) As três estão corretas. 
e) As três estão incorretas. 
 
30. (POLI) O trecho abaixo é um fragmento de Morte e vida severina, poema escrito por João Cabral de Melo Neto. O poema conta a história de Severino, um retirante que foge da seca, saindo dos confins da Paraíba para chegar ao litoral de Pernambuco (Recife). Lá, o retirante acredita que irá encontrar melhores condições de vida. Este excerto (trecho) conta o momento em que, no final de sua caminhada, Severino chega ao litoral. Mas, mesmo ali, encontra apenas sinais de morte, como quando estava no sertão. Completamente desacreditado, sugere a um morador da região que pretende o suicídio. Então, inicia com ele uma discussão. Acompanhe: "- Seu José, mestre Carpina 
Para cobrir corpo de homem Não é preciso muita água. 
Basta que chegue ao abdômen 
Basta que tenha fundura igual a de sua fome. 
- Severino retirante, 
O mar de nossa conversa Precisa ser combatido 
Sempre, de qualquer maneira. 
Porque senão ele alaga e destrói a terra inteira. 
- Seu José, mestre Carpina, 
Em que nos faz diferença 
Que como frieira se alastre, 
Ou como rio na cheia Se acabamos naufragados num braço do mar da miséria?" (trecho tirado de teatro representado no Tuca) 
O argumento central de Severino para defender sua intenção de suicidarse é: 
a) o de que o rio, tendo fundura suficiente, será o melhor meio, naquela situação, para conseguir seu intento. 
b) o de que não é possível lutar com as mãos, já que as mãos não podem conter a água que se alastra. 
c) o de que não é possível conter o mar daquela conversa, dada sua extensão e volume. 
d) o de que a miséria, entendida como mar, irá naufragar mesmo a todos, independentemente do que se faça. 
e) o de que abandonando as mãos para trás será mais fácil afogar-se, já que não poderá nadar. 
 
31. (IBMEC) Utilize o texto abaixo, fragmento de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, para responder o teste. O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI 
— O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria. Deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. 10 Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala Ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. (CAMPESTRINI, Hildebrando. Literatura Brasileira. São Paulo: FTD, 1989, p. 197-8) 
Assinale a alternativa INCORRETA com relação ao texto de João Cabral de Melo Neto: 
a) A expressão “pia”(segundo verso) refere-se à pia batismal e traz o sentido de que o personagem não tem outro nome de batismo. 
b) A filiação paterna, a partir do nome Zacarias, não constitui ponto de referência para o personagem. 
c) O personagem não foi batizado por ser santo de romaria e ter a paternidade desconhecida. 
d) A expressão “senhor desta sesmaria” refere-se a posse de terras. 
e) Fazendo uso do pronome de tratamento “Vossas Senhorias”, o personagem coloca o interlocutor numa posição hierarquicamente superior. 
 
32. (FUVEST) É correto afirmar que, em Morte e Vida Severina: 
a) A alternância das falas de ricos e de pobres, em contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmoda luta de classes. 
b) A visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte. 
c) O caráter de afirmação da vida, apesar de toda a miséria, comprova-se pela ausência da idéia de suicídio. 
d) As falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o “momento afirmativo”, por excelência,do poema. 
e) A viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico. 
 
33. (FUVEST) É correto afirmar que no poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto: 
a) A sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence. 
b) A cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estarámunido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina. 
c) O destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longode sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada. 
d) O poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autos medievais, valendo-se daretórica e da moralidade religiosa que os caracterizam. 
e) O “auto de natal” acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza. 
 
34. (PUCCamp) A leitura integral de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, permite a correta compreensão do título desse “auto de natal pernambucano”: 
a) Tal como nos Evangelhos, o nascimento do filho de Seu José anuncia um novo tempo, no qual aexperiência do sacrifício representa a graça da vida eterna para tantos “severinos”. 
b) Invertendo a ordem dos dois fatos capitais da vida humana, mostranos o poeta que, na condição “severina”, a morte é a única e verdadeira libertação. 
c) O poeta dramatiza a trajetória de Severino, usando o seu nome como adjetivo para qualificar asublimação religiosa que consola os migrantes nordestinos. 
d) Severino, em sua migração, penitencia-se de suas faltas, e encontra o sentido da vida na confissão finalque faz a Seu José, mestre capina. 
e) O poema narra as muitas experiências da morte, testemunhadas pelo migrantes, mas culmina com a cena de um nascimento, signo resistente da vida nas mais ingratas condições. 
 
35. A partir da leitura da obra Nove noites, é INCORRETO afirmar que: 
a) O relato do narrador-jornalista desdobra-se em três tempos diferentes articulados pelo enigma da morte de Buell Quain. 
b) O narrador-epistolar apresenta uma escrita fidedigna com relação aos depoimentos do antropólogo americano. 
c) O engenheiro sertanejo escreve em meados dos anos 40, quando pressente a iminência da própria morte e relembra as “nove noites” em que estivera com o etnólogo. 
d) O jornalista que escreve em 2002 não é o único a ocupar a posição de narrador. 
 
36. Todas as alternativas apresentam características de Nove noites, de Bernardo Carvalho, EXCETO: 
a) Virtualmente, o “você” a quem a carta se dirige inclui não apenas o esperado amante de Quain, como também qualquer um que esteja em posição de lê-la. 
b) Nessa narrativa tudo é ou se torna suspeito; todas as personagens aparentam saber mais do que dizem e toda a investigação parece estar fadada a não descobrir e sim e encobrir. 
c) O narrador-jornalista é o único personagem que apresenta um discurso verossímil, isento de suspeitas e de motivos secretos. 
d) Esse romance retrata a morte violenta e inexplicável que se impôs o jovem antropólogo Buell Quain. 
 
37. Com base na leitura de Nove noites, de Bernardo Carvalho, é INCORRETO afirmar que, nessa obra, a linguagem: 
a) Reflete uma alternância de fragmentos jornalísticos e tons memorialísticos. 
b) Manifesta-se através de tempos que coexistem, num ritmo quebrado e não linear. 
c) Apresenta-se em diversas passagens como descritiva e objetiva. 
d) Afirma-se na teatralidade que veicula o comportamento das personagens. 
 
38. A partir da leitura da obra Nove noites, de Bernardo Carvalho, é INCORRETO afirmar que: 
a) O suicídio de Buell Quain trata-se do ponto de partida dessa narrativa: um caso trágico, perdido nos anos e na memória. 
b) O autor insere fotos e personagens da década de 30 na história, como pessoas reais e de um fato real e registrado. 
c) Buell Quain é personagem do mundo real, etnólogo reconhecido que deixou estudos antropológicos e documentação importante sobre a língua Krahô, falada por indígenas brasileiros. 
d) Buell Quain conviveu com os mais ilustres antropólogos que lhe foram contemporâneos, como o Professor Castro Faria e Lévi-Strauss.. 
 
39. Sobre a narrativa Nove noites, é INCORRETO afirmar que: 
a) Os três tempos do relato do narrador-jornalista não absorvem aspectos que marcam a vida do antropólogo americano. 
b) Em seu primeiro parágrafo uma advertência ao leitor ou ao pesquisador que decidiu investigar as razões do suicídio do antropólogo: trata-se de um território do indiferenciado, em que falso e verdadeiro combinam. 
c) O narrador-repórter, em busca de respostas sobre a morte de Quain, entrevistou parentes e antropólogo, pesquisou documentos e concluiu que imigrar do jornalismo para a ficção era uma saída honrosa. 
d) Ao procurar traços da identidade de Quain, o narrador-jornalista expõe a própria intimidade e os mecanismos da criação literária. 
 
40. Todas as alternativas apresentam uma relação corretamente estabelecida entre as personagens de Nove noites e suas características principais, EXCETO: 
a) Manoel Perna – o silêncio do sertanejo era a prova de sua amizade que ia conquistando Quain. 
b) Ruth Landes – jovem geógrafa que estava no Brasil com o objetivo de estudar os rios e florestas da região norte. 
c) Professor Pessoa – traduziu uma das cartas, em inglês, deixada por Buel e acalmou os índios, garantindo que eles não tinham nenhuma responsabilidade na tragédia. 
d) Buell Quain – achava que estava sendo perseguido ou vigiado onde quer que estivesse e era marcado por uma inquietação existencial. 
 
41. Sobre o enredo de Nove noites, todas as alternativas estão corretas, EXCETO: 
a) O antropólogo se cortou e se enforcou, sem explicações aparentes. Diante do horror e do sangue, os dois índios que o acompanhavam na sua última jornada de volta da aldeia para Carolina fugiram apavorados. 
b) Na bagagem pessoal de Quain, o narrador encontrou roupas, sapatos, livros de música e uma Bíblia. Havia, também, um envelope com fotografias, com retratos dos negros do Pacífico Sul e dos Trumais do alto Xingu. 
c) Quain, antes do suicídio, alegou ter recebido más notícias de casa e comunicou aos índios a sua decisão de não mais ficar na aldeia. 
d) Quain, em momentos de maior distração e melancolia, falava muito sobre a sua mulher e seus filhos. 
 
42. Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre a história de Buell Quain, EXCETO: 
a) O antropólogo se matou na noite de 2 de agosto de 1939, no ano de abertura da Segunda Guerra. 
b) Quain, nas últimas horas que precederam o seu suicídio, escreveu aos prantos pelo menos sete cartas. 
c) Buell Quain chegou ao Brasil em fevereiro de 1938 e cinco meses depois estava morto. 
d) Buell chegou ao Brasil às vésperas do Carnaval, no Rio de Janeiro, e foi morar numa pensão da Lapa, reduto de vícios, malandragem e prostituição. 
 
43. Todas as passagens, do romance Nove noites, evidenciam uma combinação entre memória e imaginação, EXCETO: 
a) “O que agora lhe conto é a combinação do que ele me contou e da minha imaginação ao longo de nove noites.” 
b) “Mas a idéia de uma relação ambígua com a irmã, embora imaginária, nunca mais me saiu da cabeça, como uma assombração cuja verdade nunca poderei saber.” 
c) “Assim como o que tento lhe reproduzir agora, e você terá que perdoar a precariedade das imagens de um humilde sertanejo que não conhece o mundo e nunca viu a neve e já não pode dissociar a sua própria imaginação do eu ouviu.” 
d) “Meu pai morreu há mais de onze anos, às vésperas da guerra que antecedeu a atual e que de certa forma a anunciou. Hoje, as guerras são permanentes.” 
 
44. Assinale a opção INCORRETA sobre Nove noites: 
a) Ao procurar traços da identidade de Buell Quain, o Autor embarca numa expedição paranóica, expondo a própriaintimidade e os mecanismos da criação do próprio romance. 
b) Em busca de respostas, o Autor entrevistou antropólogos e a própria família do suicida, pesquisou documentos e arquivos, participando, inclusive, de uma expedição à aldeia dos índios Krahô. 
c) Paralelamente ao relato do narrador, o romance apresenta uma espécie de carta deixada por um engenheiro, Manoel Perna, cujo destinatário, supostamente, estaria a par dos motivos do suicídio de Quain. 
d) As personagens, na maioria das vezes, aparentam saber mais do que dizem; toda a investigação parece estar fadada a não descobrir, mas determinada a deliberadamente encobrir. 
 
45. Há momentos, em Nove noites, em que o narrador (Autor) tece comentários sobre o tipo ou o gênero de sua própria narrativa, como exemplificam todas as passagens abaixo, EXCETO: 
a) “Tentei lhe explicar que pretendia escrever um livro e mais uma vez o que era um romance, o que era um livro de ficção (e mostrava o que tinha nas mãos), que seria tudo historinha, sem nenhuma conseqüência na realidade.” 
b) “As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos que não acreditavam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente aos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu.” 
c) “Duas vezes entrevistei Lévi-Strauss em Paris, muito antes de me passar pela cabeça que um dia viria a me interessar pela vida e pela morte de um antropólogo americano que ele conhecera em sua breve passagem por Cuiabá, em 1938.” 
d) “Tomei o avião para Nova York com pelo menos uma certeza: a de que, não encontrando mais nada, poderia por fim começar a escrever o romance. No estado de curiosidade mórbida em que eu tinha me enfiado, acreditava que a figura do filho do fotógrafo podia por fim me desencantar.” 
 
46. Em todas as alternativas, o medo e o clima de terror referidos ajuntam-se a uma mesma época histórica, EXCETO: 
a) “Numa carta de março de 1939 a Ruth Benedict, Landes diz que vive num estado de absoluta solidão emocional de duas semanas de horror. Menciona uma carta anterior em que teria relatado à orientadora a história de espionagem na Bahia. Se você não as recebeu, ela deve ter se extraviado, mais ou menos deliberadamente.” 
b) “E por uma infeliz coincidência, toda essa correspondência chegou aos destinatários justamente no momento em que os Estados Unidos entraram em pânico por causa das remessas de antraz em cartas anônimas enviadas pelo correio a personalidades da mídia e da política americana até mesmo a pacatos cidadãos. 
c) “A vésperas da guerra, havia também um forte sentimento antiamericanista no ar, e os jovens antropólogos de Columbia, já muito mais acuados, desamparados e solitários”. 
d) “A situação dos estrangeiros no Brasil do Estado Novo era delicada. A impressão era que estavam vigilância permanente.” 
 
47. No decorrer da narrativa de Nove noites, são aventadas várias hipóteses sobre a(s) causa(s) do suicídio de Buell Quain, EXCETO: a) A suposta desilusão sofrida por uma traição amorosa. 
b) A suspeita de ter contraído uma doença contagiosa e incurável. 
c) O estado de desespero e de terror que dele parece ter tomado conta. 
d) A possível decepção com os resultados de suas pesquisas. 
 
48. A leitura de Nove noites, só NÃO permite depreender que Buell Quain era um sujeito a) Arredio. 
b) Desprendido. 
c) Introspectivo. 
d) Ganancioso. 
 
49. Assinale a alternativa que apresenta um comentário INCORRETO sobre a narrativa de Bernardo Carvalho: 
a) Em Nove noites, as ameaças de uma guerra prestes a acontecer, o arbítrio do governo de Vargas e, finalmente, a intranqüilidade dos tempos em que a narrativa é construída dão um tom de medo e opressão a circular o relato. 
b) Na construção desse relato ficcional de histórias reais, aparece toda uma série de reflexões sobre temores e culpas, sobre os mistérios da vida e da morte, sobre as razões que tornam o viver muito perigoso. 
c) No decorrer da narrativa, feita a partir de dois pontos de vista, os fragmentos de um e de outro relato vão se configurando e se ajustando até que, ao final, uma espécie de quebra-cabeça é completado pelo leitor. 
d) A narrativa, sinuosa e repleta de ambigüidades, propõe múltiplos graus de compreensão, oferecendo ao leitor várias camadas de leitura, convidando-o a completar o texto com o seu próprio repertório. 
 
50. Assinale a alternativa que apresenta um comentário inadequado sobre Nove noites: 
a) A narrativa apresenta-se como um misto de romance-reportagem e de romance policial, selada pela obsessão investigativa e pelo suspense do andamento das descobertas, que é, em parte, sustentado pelo minucioso balizamento das datas e das circunstâncias da investigação. 
b) O romance é muitas vezes marcado pela ótica introspectiva: o narrador revela o protagonista em meio às suas fragilidades, aos seus dramas interiores, vivenciando situações limite, de abandono, de profunda angústia e depressão, com intensa carga sentimentalista. c) O relato do jornalista, embora caracterizado pela circunspeccão, apresenta momentos marcados pelo humor e pela ironia, particularmente nos episódios em que rememora a sua infância com o pai aventureiro e naqueles passados junto ao Krahô. 
d) A narrativa estrutura-se, basicamente, em torno de frases simples e objetivas, sem artificialismos: à linguagem é dado um tratamento informal, ausente, portanto, de experimentações e preciosismos. 
 
51. (UFPR) Escritores de uma nova geração, Milton Hatoum (nascido em 1952) e Bernardo Carvalho (nascido em 1960) já garantiram seu lugar no panorama multifacetado da literatura brasileira contemporânea. Relato de um certo oriente, publicado em 1989, marcou a estreia de Milton Hatoum na literatura. Nove noites, publicado em 2002, é o sétimo livro lançado por Bernardo Carvalho, que estreou na literatura em 1993 com o livro de contos Aberração. 
 A respeito das comparações entre Relato de um certo oriente e Nove noites, considere as seguintes afirmativas: 
 1. Milton Hatoum consegue trazer para a sua ficção o espaço amazonense sem cair no exagero do exotismo; Bernardo Carvalho, por sua vez, tensiona o realismo pela inclusão, na ficção, de fatos e personagens históricos, autobiografia e experiências pessoais. 2. Através de estratégias diferentes, os dois romances buscam compreender o passado, conscientes da obrigação histórica de recuperálo tal como aconteceu: Relato de um certo oriente resgata a memória trágica de uma família que viveu em Manaus; Nove noites investiga a morte de um antropólogo no sul do Maranhão, para entregar ao leitor a solução de um mistério até então não resolvido. 
3. A epígrafe de W.H. Auden – “Que a memória refaça/A praia e os passos/O rosto e o ponto do encontro” (em tradução de Sandra Stroparo e Caetano Galindo) – anuncia o elemento central da narrativa de Milton Hatoum. O título do romance de Bernardo Carvalho se refere às nove noites que o antropólogo Buell Quain passou na companhia de Manoel Perna, durante a sua estada entre os índios Krahô. 
4. O tratamento dado aos nativos em Relato de um certo oriente pode ser verificado na humilhação e nos abusos sofridos pelas caboclas e índias que trabalhavam na casa de Emilie, principalmente por parte dos dois “inomináveis”. Em Nove noites, a narração do jornalista volta a momentos centrais da história do Brasil no século XX – Estado Novo, Ditadura Militar e Período Democrático –, marcando a situação de vulnerabilidade permanente dos índios num mundo de brancos. 
5. Na Manaus multicultural da primeira metade do século XX, Emilie e seus filhos, com a curiosidade natural do imigrante, atravessam constantemente o rio que separa a cidade da floresta. Da mesma forma, o narrador-jornalista de Nove noites visita inúmeras vezes os índios Krahô, em busca de informações sobre o suicídio de Buell Quain. 
 Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras 
b) Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras 
c) Somente as afirmativas1, 3 e 4 são verdadeiras 
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras 
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras. 
 
52. (UDESC) 
 “O nome de Emir quase nunca era mencionado nas horas das refeições ou nas conversas animadas por baforadas de narguilé, goles de áraque e lances de gamão. Os filhos de Emilie éramos proibidos de participar dessas reuniões que varavam a noite e terminavam no pátio da fonte, aclarado por uma luz azulada. Era um momento em que os assuntos, já peneirados, esgotados e fartos de serem repetidos, davam lugar a confidências e lamúrias, abafadas às vezes pela linguagem dos pássaros, e entremeadas por exclamações e vozes que pronunciavam o nome de Deus. Era como se a manhã – como uma intrusa que silencia as vozes calorosas da noite – dispersasse o ambiente festivo, arrefecendo os gestos dos mais exaltados, chamando-os ao ofício que se inicia com a aurora. Mas, em algumas reuniões de sextas-feiras, o prenúncio da manhã não os dispersava. Eu acordava com berros dilacerantes, gemidos terríveis, ruídos de trote e uma algazarra de alimárias que assistiam à agonia dos carneiros que possuíam nomes e eram alimentados pelas mãos de Emilie.” (HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2008, pp. 50 e 51.) 
Assinale a alternativa incorreta em relação à obra Relato de um certo Oriente, Milton Hatoum. 
a) Em relação ao tempo, tem-se a predominância do tempo psicológico, pois a obra é narrada por meio das lembranças de uma narradora que busca se encontrar. 
b) Na narrativa, um dos momentos de tensão e uma das lembranças mais dolorosas é o relato da morte prematura de Soraya Ângela, filha de Samara Délia. 
c) Em “dispersasse o ambiente festivo, arrefecendo os gestos dos mais exaltados, chamando-os ao ofício que se inicia com a aurora” os vocábulos destacados são, na morfologia, sequencialmente: artigo definido, artigo definido, pronome oblíquo e artigo definido. 
d) O romance é uma narrativa que traz à tona as lembranças familiares da época em que Emilie e seus filhos viveram em Trípoli, no Oriente. 
e) Em “como uma intrusa que silencia as vozes calorosas da noite” as palavras destacadas podem ser substituídas por assim como e a qual, respectivamente, sem alteração de sentido do texto. 
 
53. (UFSC 2015) “[...] Outras vezes, como naquela manhã, ela brincava com a boneca de pano confeccionada por Emilie. Lembro-me perfeitamente do rosto da boneca; tinha os olhos negros e salientes, umas bochechas de anjo, e se prestasses atenção aos detalhes, verias que apenas as orelhas e a boca estavam sem relevo, pespontadas por uma linha vermelha: artimanha das mãos de Emilie. Soraya nunca largava a boneca; enfeitava-lhe a cabeça com as papoulas que colhia, oferecia-lhe pedaços de frutas, dirigia-lhe os mesmos gestos com a mão, com o rosto, passava-lhe água-de-colônia no corpo, acariciava-lhe os cabelos de palha ou arrancava-os num momento de fúria, montava com ela no dorso das ovelhas e deitavam juntas, abraçadas. Foram dias de exaltação, de descobertas. Soraya, que parecia uma sonâmbula assustada, começou a abstrair; desenhava formas estranhas, geralmente sinuosas, na superfície de pano que cobria a mesa da sala; reproduzia formas idênticas nas paredes, nos mosaicos rugosos que circundavam a fonte, e na carapaça de Sálua onde o nome de Emilie ainda não se apagara.” HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13. 
Com base no romance Relato de um certo Oriente, lançado em 1989, e no contexto de publicação desta obra, é CORRETO afirmar que: 01) o excerto evidencia a relação íntima e afetuosa estabelecida entre Soraya e sua boneca: renegada pela família materna desde a gestação, a menina só verbaliza seus segredos diante do brinquedo. 02) o texto diz respeito a fatos que aconteceram repetidamente na vida da menina, o que pode ser observado pelo uso de formas verbais como “brincava”, “largava”, “enfeitava”, “dirigia”, “desenhava”, “cobria” e “reproduzia”, entre outras. 
04) Relato de um certo Oriente é um texto híbrido, soma de vozes dispersas reproduzidas com rigor, como afirma a narradora, a filha adotiva de Emilie, responsável pela metódica transcrição de depoimentos e relatos coletados em entrevistas com parentes e amigos da família. 08) a obra evoca a problemática da imigração no processo de formação cultural brasileiro, destacando a presença de árabes no Norte do Brasil. A Parisiense, loja do marido de Emilie, evidencia a maneira como se fixaram, prosperaram, enriqueceram e conseguiram superar o sentimento de deriva e deslocamento. 
 
	GABARITO 
01 – D 02 – A 
03 – C 
04 – E 
05 – B 
06 – E 
07 – 01+02+04+08+16 
08 – B 
09 – E 
10 – D 
11 – D 
12 – A 
13 – A 
14 – B 
15 – A 
16 – D 
17 – D 
	18 – E 
19 – D 
20 – D 21 – A 22 – D 
23 – B 
24 – E 
25 – A 
26 – E 
27 – A 
28 – E 
29 – B 
30 – D 
31 – C 
32 – E 
33 – E 
34 – E 
35 – B 
	36 – C 
37 – D 
38 – B 
39 – A 
40 – B 
41 – D 
42 – C 
43 – D 
44 – B 
45 – C 46 – B 
47 – D 
48 – D 
49 – C 50 – B 
51 – C 
52 – D 
53 – 02+04 
 
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