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Aula 10
Direito Administrativo p/ Delegado de
Polícia - 2021 - Pré-Edital (Curso
Regular) 
Autor:
Rodolfo Breciani Penna
Aula 10
6 de Março de 2021
83757666070 - Gustavo lima bezerra
 
Sumário 
Considerações Iniciais ...................................................................................................................... 4 
Agentes Públicos ............................................................................................................................. 4 
1 – Regime Constitucional de Previdência dos Servidores Públicos ............................................ 4 
1.1 – Introdução .......................................................................................................................................... 4 
1.2 – Aposentadoria .................................................................................................................................... 6 
1.3 – Pensões .............................................................................................................................................. 9 
1.4 – Contribuições previdenciárias ............................................................................................................. 9 
1.5 – Regime de previdência complementar ............................................................................................. 10 
2 – Lei de Pessoal Civil da União (Lei 8.112/90) ......................................................................... 10 
2.1 – Disposições aplicáveis ao provimento originário .............................................................................. 10 
2.2 – Disponibilidade, aproveitamento e vacância .................................................................................... 12 
2.3 – Remoção e Redistribuição ................................................................................................................ 14 
2.4 – Substituição ...................................................................................................................................... 17 
2.5 – Direitos e Vantagens ......................................................................................................................... 17 
2.5.1 – Remuneração ................................................................................................................................. 17 
2.5.2 – Vantagens ...................................................................................................................................... 19 
2.5.3 – Férias ............................................................................................................................................. 24 
2.5.4 – Licenças ......................................................................................................................................... 25 
2.5.5 – Afastamentos ................................................................................................................................. 28 
2.5.6 – Concessões .................................................................................................................................... 30 
2.5.7 – Tempo de serviço .......................................................................................................................... 32 
2.5.8 – Direito de petição .......................................................................................................................... 33 
3 – Lei de Conflito de Interesses (Lei 12.813/2013) ................................................................... 34 
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4 – Regime Jurídico Disciplinar dos Servidores Públicos ........................................................... 37 
4.1 – Deveres e proibições ........................................................................................................................ 37 
4.2 – Penalidades ...................................................................................................................................... 40 
4.2.1 – Prescrição das penalidades ............................................................................................................ 47 
4.2.2 – Aplicação de penalidades e discricionariedade ............................................................................. 49 
4.2.3 – Competência para aplicação das penalidades ............................................................................... 50 
4.3 – Responsabilidades do servidor público e independência entre as instâncias civil, administrativa e 
penal ......................................................................................................................................................... 50 
5 – Processo Administrativo Disciplinar ..................................................................................... 53 
5.1 – Introdução ........................................................................................................................................ 53 
5.2 – Competência normativa dos Entes Federados ................................................................................. 54 
5.3 – Processo Administrativo Disciplinar (PAD) propriamente dito .......................................................... 54 
5.3.1 – Fases do processo administrativo disciplinar ................................................................................. 56 
5.3.1.1 – Instauração ................................................................................................................................. 56 
5.3.1.2 – Inquérito administrativo .............................................................................................................. 58 
5.3.1.3 – Fase decisória ............................................................................................................................. 61 
5.3.2 – Afastamento preventivo (Lei 8.112/90) .......................................................................................... 62 
5.3.3 – Procedimento sumário (Lei 8.112/90) ....................................................................................... 63 
5.4 – Sindicância administrativa ................................................................................................................. 64 
5.5 – Recurso e pedido de reconsideração................................................................................................ 64 
5.6 – Revisão ............................................................................................................................................. 65 
Resumo .......................................................................................................................................... 65 
Jurisprudência citada ..................................................................................................................... 80 
Legislação pertinente..................................................................................................................... 91 
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Constituição Federal ................................................................................................................................. 91 
Lei 8.112/90 .............................................................................................................................................. 95 
Considerações Finais ................................................................................................................... 121 
Questões Comentadas ................................................................................................................121 
Lista de Questões ........................................................................................................................ 168 
Gabarito ....................................................................................................................................... 182 
 
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AGENTES PÚBLICOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Prezado aluno, na aula de hoje encerraremos o assunto acerca dos agentes públicos. 
Nesta aula, estudaremos três importantes e grande temas: 1) o regime constitucional de 
previdência dos servidores públicos; 2) a lei 8.112/90; e 3) o regime jurídico disciplinar dos 
servidores públicos. 
Buscaremos ser breves quanto ao primeiro tema, tendo em vista que sua cobrança maior está na 
matéria de Direito Previdenciário, sem descuidar, todavia, de abordar os pontos da Reforma da 
Previdência. 
Vamos à nossa aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
AGENTES PÚBLICOS 
1 – REGIME CONSTITUCIONAL DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS 
1.1 – Introdução 
Constituição Federal: 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos 
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
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Em primeiro lugar, é importante destacar que a previdência social, seja qual for o regime (geral 
ou próprio), será de filiação obrigatória, terá caráter contributivo e deverá buscar o equilíbrio 
financeiro e atuarial. 
Além disso, é importante observar que a previdência social, seja qual for o regime (geral ou 
próprio), será de filiação obrigatória, terá caráter contributivo e deverá buscar o equilíbrio 
financeiro e atuarial. 
RGPS: é organizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e se aplica aos empregados 
das pessoas jurídicas de direito privado, estando sujeito às normas dos arts. 201 e 202 da CF e, 
principalmente, às leis 8.212/91 e 8.213/91. O RGPS protege os trabalhadores da iniciativa privada 
e os contribuintes facultativos (aqueles que se filiam de forma voluntária ao RGPS, mediante 
contribuição, mesmo sem qualquer vínculo de trabalho). Além dos seguintes trabalhadores 
vinculados à Administração Pública: 
I) Empregados públicos (servidores públicos celetistas); 
II) Servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissão (art. 40, §13, CF); 
III) Servidores temporários. 
➢ RPPS: é organizado por cada Ente Federado. É regido pelo art. 40 da CF, pela lei 9.717/98 
e pelas leis editadas pelos Entes Federados em cada caso. Estão abrangidos pelo RPPS os 
seguintes servidores públicos: 
I) Servidores públicos estatutários ocupantes de cargo público efetivo; 
II) Servidores ocupantes de cargos vitalícios. 
Vale destacar que, de acordo com o art. 201, § 5º, CF, é “vedada a filiação ao regime geral de 
previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime 
próprio de previdência.” 
Além disso, de acordo com o art. 40, §12, CF, ao RPPS, aplica-se, no que couber, os requisitos e 
critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
Na presente aula, estudaremos as disposições constitucionais acerca do RPPS, especialmente as 
contidas no art. 40 CF, além da Reforma Previdenciária (EC 103/2019), devendo os demais 
assuntos (e eventual aprofundamento) serem estudados no Direito Previdenciário. Estudaremos 
em Direito Administrativo apenas o conteúdo que pode ser cobrado em provas de concursos 
públicos nesta matéria. 
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1.2 – Aposentadoria 
A aposentadoria do servidor público é o direito subjetivo à inatividade remunerada. Por meio da 
aposentadoria, encerra-se o vínculo funcional existente entre o servidor e a Administração Pública, 
iniciando-se uma relação jurídica com o órgão gestor previdenciário do ente, marcada por normas 
próprias. 
São três modalidades de aposentadoria previstas na Constituição Federal (art. 41, §1º): 
a) Invalidez: por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, 
quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de 
avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a 
concessão da aposentadoria; 
b) Compulsória: aos 70 (setenta) anos de idade ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na 
forma de lei complementar; 
c) Voluntária: no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas 
Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
Vale destacar que a idade mínima prevista no dispositivo foi estabelecida pela Reforma da 
Previdência EC 103/2019, que instituiu regra de transição mais branda para aqueles que tenham 
ingressado no serviço público antes da sua entrada em vigor (art. 4º e art. 20 da EC 103/2019). 
No caso da aposentadoria voluntária, os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima 
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso 
III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo 
ente federativo (art. 40, §5º). 
No caso da aposentadoria compulsória, a lei complementar nº 152/2015 estabeleceu a idade de 
75 anos para os integrantes: I - dos cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; II - os membros do Poder Judiciário; III - os 
membros do Ministério Público; IV - os membros das Defensorias Públicas; e V - os membros dos 
Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
Além disso, de acordo com o STF, a aposentadoria compulsória não se aplica aos 
agentes que ocupam cargos exclusivamente comissionados. O art. 40, §1º, II, aplica-se 
apenas aos ocupantes de cargo efetivos (RE 786540). 
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➢ Aposentadoria especial 
A aposentadoria especial é uma espécie de aposentadoria voluntária, com redução da idade 
mínima e do tempo de contribuição exigidos em virtude de condições especiais do cargo exercido 
ou de condições pessoais do servidor. 
De acordo com a Lei Maior, é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para 
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 
4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º (art. 40, §4º). 
Os dispositivos citados tratam exatamente das hipóteses passíveis de serem contempladas com a 
aposentadoria especial: 
a) servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada 
por equipe multiprofissional e interdisciplinar (§4º-A); 
b) ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos 
órgãos de que tratam o incisoIV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os 
incisos I a IV do caput do art. 144 (§4º-B); 
c) servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, 
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a 
caracterização por categoria profissional ou ocupação (§4º-C). 
Em todos esses casos, a CF exige lei complementar instituindo a respectiva aposentadoria especial 
e os critérios a serem observados. 
O §5º citado, por sua vez, trata da aposentadoria especial dos professores, já estudada acima. 
➢ Regras gerais 
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, 
é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência 
social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios 
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social (art. 40, §6º). 
A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício 
(§10º). 
➢ Fim da paridade e da integralidade 
A EC 41/2003 extinguiu a integralidade e a paridade dos proventos de aposentadoria dos 
servidores públicos. 
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A integralidade garantia aos servidores aposentados a percepção de proventos no mesmo valor 
de sua última remuneração, passando, atualmente, a ser calculado pela média das remunerações 
percebidas pelo servidor durante a sua vida funcional. 
A paridade, por sua vez, garantia a revisão dos proventos e pensões na mesma data e condição 
previstas para os servidores ativos, além de estender aos inativos as mesmas vantagens atribuídas 
aos servidores em atividade. Atualmente, somente é garantido aos inativos e pensionistas o 
reajuste dos benefícios para lhes preservar o valor real em caráter permanente (art. 40, §8º). 
Não obstante, a paridade não autoriza a concessão aos inativos de vantagens concedidas em razão 
da atividade, ou seja, aquelas que decorrem diretamente do exercício da atividade pelo servidor 
ativo, denominadas pro labore faciendo, como é o caso do auxílio-alimentação. 
Vale destacar que, ao extinguir a paridade e a integralidade, a EC 41/2003 garantiu a sua 
incidência nos proventos dos servidores que já haviam preenchido os requisitos para concessão 
do benefício na época da sua entrada em vigor, bem como estabeleceu regras de transição. 
Importante registrar ainda que a expressão “integralidade” é diferente de cálculo pela 
integralidade. 
➢ Cálculo e reajuste dos proventos 
As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo 
ente federativo (art. 40, §3º, com redação dada pela EC 103/2019). Antes da reforma da 
previdência, o cálculo dos proventos era realizado de acordo com a lei 10.887/2004 para todos os 
Entes Federados. 
Neste sentido, calculava-se a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como 
base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência 
julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência, assegurando-
se a atualização dos valores considerados mês a mês. 
De acordo com a nova redação do referido dispositivo Constitucional, cada Ente Federado deverá 
editar lei estabelecendo a forma de cálculo dos proventos. 
É assegurado ainda o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, 
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei (§8º). 
➢ Abono de permanência 
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Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular 
de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte 
por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no 
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria 
compulsória (§19). 
Trata-se de um estímulo financeiro para que o servidor permaneça em atividade, ainda que tenha 
preenchido os requisitos para aposentadoria, o que garante eficiência e economia à Administração 
Pública. Caso o servidor se aposentasse, a Administração teria que arcar com seus proventos e 
com a remuneração de novo servidor a ser contratado. 
1.3 – Pensões 
A pensão é o benefício previdenciário devido à família do servidor, ativo ou inativo, em virtude do 
seu falecimento. 
De acordo com o §7º, do art. 40, da CF, com a redação dada pela reforma da previdência, 
observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida 
pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do 
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos 
servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da 
função. 
Logo, o regramento das pensões deve ser realizado por cada Ente Federado. 
1.4 – Contribuições previdenciárias 
O RPPS possui caráter contributivo e solidário (art. 40, caput, CF), isso significa que, com a filiação 
do servidor público (que é obrigatória), este passa a verter contribuições para o sistema, às quais 
está condicionado o benefício futuro. Além disso, é solidário, pois as contribuições não formam 
uma reserva vinculada ao contribuinte, mas serve para custear os benefícios já vigentes. Por este 
motivo, a contribuição é obrigatória tanto para os servidores ativos, quanto para os inativos e 
pensionistas. 
A contribuição dos inativos e pensionistas incidirá sobre os proventos de aposentadorias e 
pensões concedidas pelo RPPS que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
RGPS, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos (art. 
40, §18, CF). 
Por outro lado, o Ente Público a qual o servidor está vinculado também contribui para o RPPS. 
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O art. 149, §1º, CF estabelece que a “União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, 
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas 
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria 
e de pensões.” 
1.5 – Regime de previdência complementar 
Os Entes da Federação instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de 
previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o 
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das 
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social (art. 40, §14, CF). 
A redação foi dada pela EC 103/2019, que deixou evidente que a instituição de regime de 
previdência complementar é obrigatória. Uma vez instituído, as aposentadorias e pensões pagas 
a servidor ou dependente de servidor que ingressou em cargo público após a instituição do regime 
complementar estarão limitadas ao limite máximo dos benefícios pagos pelo RGPS. 
De acordo com a reforma da previdência, o plano de benefícios será efetivado por intermédio de 
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência 
complementar. Além disso, o regime de previdência complementar ofereceráplano de benefícios 
somente na modalidade contribuição definida. 
Servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar somente será a ele vinculado por prévia e 
expressa opção. 
2 – LEI DE PESSOAL CIVIL DA UNIÃO (LEI 8.112/90) 
A União estabeleceu o regime jurídico dos seus servidores públicos estatutários civis por meio da 
lei 8.112/90. Já estudamos alguns assuntos relacionados às disposições constitucionais na aula 
passada, tais como as formas de provimento (originário e derivado) e os conceitos básicos (cargo 
e função pública). Nesta aula, estudaremos as suas disposições de forma específica, sem repetir 
aquilo que já foi visto. 
2.1 – Disposições aplicáveis ao provimento originário 
Estudamos que a única forma de provimento originário ocorre por meio da posse. A lei 8.112/90 
traz o regramento relativamente à investidura do servidor em cargo público federal, que ocorre, 
justamente, com a posse, após a nomeação (art. 7º). 
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➢ Nomeação 
De acordo com a lei, a nomeação será feita: 
a) em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; 
b) em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. 
Além disso, o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá 
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem 
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela 
remuneração de um deles durante o período da interinidade (art. 9º, parágrafo único). 
A nomeação é ato administrativo unilateral, não gerando obrigação para o nomeado, mas apenas 
direito subjetivo para tomar posse. 
➢ Posse 
A posse ocorre com a assinatura do “termo de posse”, que contém as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo que passa a ser ocupado. Com a posse, forma-
se o vínculo jurídico estatutário do servidor público com a Administração. 
A posse, em âmbito federal, deve ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, improrrogáveis, contado da 
publicação da nomeação e poderá ocorrer por meio de procuração específica (art. 13, §1º e 3º). 
Se o empossando for servidor público e estiver no gozo de uma das licenças previstas no art. 13, 
§2º, o prazo para tomar posse somente se inicia após o fim da licença. 
Além disso, a posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial (art. 14). 
No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu 
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública 
(art. 13, §5º). Trata-se apenas de uma assinatura em um documento que declare as informações 
citadas. A exigência de declaração de bens também consta na lei de improbidade administrativa 
(art. 13, lei 8.429/92), que prevê que a declaração deve ser atualizada anualmente e na data em 
que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. 
De acordo com a lei 8.429/92, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, 
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos 
bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa (art. 13, §3º). 
➢ Exercício 
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O exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo ou função pública. O prazo para o 
empossado entrar em exercício é de 15 (quinze) dias, improrrogáveis, contados da data da posse. 
No caso de o nomeado não tomar posse no prazo, a nomeação será tornada sem efeito, tendo 
em vista que ainda não se formou vínculo jurídico com a união. Por outro lado, caso o empossado 
não entre em exercício no prazo determinado, será exonerado do cargo, rompendo o vínculo 
jurídico já existente. 
O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de 
designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo 
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não 
poderá exceder a trinta dias da publicação. 
 
Posse Exercício 
30 dias. 15 dias, salvo para função de confiança 
(exercício imediato). 
➢ Estágio probatório (art. 20) 
De acordo com a lei, o estágio probatório se inicia com a entrada em exercício do servidor. 
Entretanto, uma ressalva deve ser feita. A lei estabelece que o prazo do estágio probatório é de 
24 meses. Isso ocorre porque foi editada anteriormente à EC 19/98, que ampliou o prazo para 3 
anos. Desta forma, deve-se realizar uma leitura constitucional da lei, para adequar-se ao prazo de 
3 anos. 
Os requisitos do estágio probatório são: a) assiduidade; b) disciplina; c) capacidade de iniciativa; 
d) produtividade; e) responsabilidade. 
Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da 
autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão 
constituída para essa finalidade (§1º). 
2.2 – Disponibilidade, aproveitamento e vacância 
Estudamos que a Constituição Federal prevê a colocação do servidor público estável em 
disponibilidade quando ocorrer a extinção do cargo ou quando declarada a sua desnecessidade 
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(art. 41, §3º, CF). Existem ainda outras formas de o servidor ser colocado em disponibilidade. 
Podemos resumi-las da seguinte forma: 
a) Extinção do cargo; 
b) Declaração da desnecessidade do cargo; 
c) Reintegração de servidor se o cargo outrora ocupado foi extinto; 
d) Servidor ocupante de cargo a ser preenchido por servidor reintegrado, caso não ocupasse 
outro cargo público anteriormente. 
Em qualquer caso, o servidor receberá remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu 
adequado aproveitamento em outro cargo. 
O aproveitamento, por sua vez, é o retorno à atividade do servidor em disponibilidade e deverá 
ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor 
em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública 
Federal (art. 31). 
A vacância, por outro lado, é a ausência de ocupação de determinado cargo público. As situações 
que ensejam vacância são resumidas no art. 33 da lei 8.112/90: a) exoneração; b) demissão; c) 
promoção; d) readaptação; e) aposentadoria; f) posse em outro cargo inacumulável; g) 
falecimento. 
a) Exoneração (art. 34 e 35) 
A exoneração pode ocorrer a pedido do servidor ou de ofício. 
A exoneração de ofício do servidor ocupante de cargo público efetivo ocorre: 
I. quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; 
II. quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. 
Há ainda as seguintes hipóteses de exoneração, embora não previstas na lei 8.112/90: 
III. servidores efetivos não estáveis, para cumprimento dos limites de gastos com pessoal (art. 
169, § 3º, CF); 
IV. servidor estável quando, reduzidos os cargos em comissão em pelo menos 20% e 
exonerados os servidores não estáveis, essas medidas não forem suficientes para alcançar 
aquele limite (art. 169, § 4º, CF); 
V. quando extinto o cargo ocupado por servidor não estável; 
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VI. servidor não estável quando estiver ocupando cargo a ser ocupado por servidor 
reintegrado. 
A exoneração de ofício do servidor ocupante de cargo público em comissão ocorre livremente, 
de forma discricionária, por parte da autoridade competente. 
2.3 – Remoção e Redistribuição 
➢ Remoção 
Em primeiro lugar, frise-se que a remoção não é hipótese de provimento derivado. 
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo 
quadro, com ou sem mudança de sede. 
São três as formas de remoção (art. 36, parágrafo único): 
I. de ofício, no interesse da Administração; 
II. a pedido, a critério da Administração; 
III. a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da administração, nas 
seguintes hipóteses: 
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; 
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às 
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação 
por junta médica oficial; 
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de 
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. 
A remoção de ofício (I) é ato discricionário da Administração Pública e independe da vontade do 
servidor. 
A remoção a pedido, à critério da Administração (II), é ato discricionário da Administração Pública, 
que verificará a oportunidade e conveniência no atendimento do pedido do Servidor Público. 
Já a remoção a pedido prevista no inciso III, é ato vinculado, devendo a Administração promover 
a remoção do servidor quando verificados os requisitos previstos nas respectivas alíneas. Neste 
caso, sempre haverá mudança de sede. 
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Embora a remoção, em geral, seja o deslocamento do servidor com ou sem 
mudança de sede, não existe remoção a pedido, independentemente do interesse 
da Administração (art. 36, parágrafo único, III), sem mudança de sede. 
Sobre a hipótese de remoção a pedido para acompanhamento de cônjuge (art. 36, parágrafo 
único, III, “a”), é necessário realizar algumas considerações. 
O termo “cônjuge” deve ser interpretado para abranger o companheiro(a), tendo em vista a 
equiparação da união estável com o matrimônio. 
Por outro lado, a remoção a pedido para acompanhamento de cônjuge servidor público civil ou 
militar somente deverá ocorrer se o cônjuge for deslocado no interesse da Administração. Houve, 
por um tempo, discussão acerca da possibilidade de remoção para acompanhamento de cônjuge 
que toma posse em concurso público em outra localidade, especialmente em razão do art. 226 da 
CF, que estabelece a família como base da sociedade. 
 
O STF e o STJ firmaram posicionamento no sentido de que somente tem direito à 
remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da Lei nº 8.112/90, na hipótese 
em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, 
para atender ao interesse da Administração, e não na remoção a pedido nem por 
motivo de aprovação do cônjuge em concurso público para cargo de outra localidade 
(EREsp 1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por maioria, julgado em 
22/11/2017, DJe 29/11/2017). 
A posse em cargo público e a remoção a pedido são atos voluntários, inseridos dentro do direito 
à realização do planejamento familiar. O art. 36, parágrafo único, III, “a”, da lei 8.112/90, possui a 
finalidade de proteger o núcleo familiar de situações não planejadas e impostas pelo interesse da 
Administração Pública. 
Neste sentido, o STJ possui entendimento firmado no sentido de que a “teoria do fato 
consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de servidor público 
destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade 
estrita, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em virtude de decisão 
liminar não confirmada por ocasião do julgamento de mérito. Se a Administração 
Pública, mesmo após a decisão liminar, continuou questionando no processo a 
legalidade da remoção do servidor/autor, não se pode aplicar a teoria do fato 
consumado, devendo o ato ser desfeito, salvo se tivesse havido uma consolidação fática 
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irreversível (ou seja, se não fosse mais possível voltar ao "status quo ante") (EREsp 
1.157.628-RJ). 
Quanto ao prazo para que o servidor assuma o posto de trabalho após a remoção, denominado 
“período de trânsito”, a lei dispõe que: 
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no 
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a 
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o 
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. 
Se o servidor estiver licenciado ou afastado por qualquer motivo legal, o prazo somente se inicia 
após o término do impedimento (§1º). Além disso, o servidor pode declinar dos prazos 
estabelecidos no caput do dispositivo (§2º). 
Por fim, a remoção não é sinônimo de transferência. A transferência foi uma hipótese de 
provimento derivado, originalmente prevista na lei, que estabelecia a possibilidade de 
transferência de um servidor estável para cargo diverso, pertencente a quadro de pessoa diverso, 
de órgão ou instituição do mesmo Poder. A transferência foi julgada inconstitucional, pois consistia 
em provimento de cargo com desrespeito ao concurso público. 
➢ Redistribuição 
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago 
no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder 
(art. 37). Ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às 
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de 
órgão ou entidade. 
A redistribuição só ocorrerá após prévia apreciação do órgão central do SIPEC (sistema de pessoal 
civil da Administração Federal), observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; 
II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - 
vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de 
escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições 
do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. 
Remoção Redistribuição 
Deslocamento do servidor. Deslocamento do cargo efetivo. 
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2.4 – Substituição 
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os 
ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento 
interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do 
órgão ou entidade. 
Veja que, dos cargos ou funções em comissão, somente os que possuam atribuição de direção ou 
chefia possuem substitutos. Aqueles que possuam atribuição de assessoramento não foram 
incluídos no dispositivo. 
A designação do substituto é realizada pelo regimento interno. Se este foromisso, a designação 
será feita pelo dirigente máximo do órgão ou entidade de forma prévia, ou seja, antes de haver 
necessidade de substituição. 
Quando houver afastamento do titular do cargo, o substituto assumirá as atribuições de forma 
automática e cumulativa com o cargo que ocupa, devendo optar pela remuneração de um deles 
durante o período (§1º). 
Transcorridos os primeiros 30 (trinta) dias de substituição, o substituto deixa de acumular as 
funções, exercendo apenas as atribuições do cargo substituído, percebendo a remuneração deste 
cargo (§2º). 
Até 30 dias Após 30 dias 
Acumula as atribuições do seu cargo e do 
substituído; 
Exerce somente as atribuições do cargo 
substituído; 
Pode optar pela remuneração um dos dois. Recebe remuneração correspondente. 
2.5 – Direitos e Vantagens 
2.5.1 – Remuneração 
Os arts. 40 a 42 da lei tratam da remuneração dos conceitos e regras relativas à remuneração dos 
servidores, as quais já estudamos na aula anterior, para a qual remetemos o aluno. Nesta aula, nos 
compete comentar as disposições específicas da lei 8.112/90 relativamente ao servidor público 
federal. 
Em primeiro lugar, é importante destacar que a remuneração do servidor público possui caráter 
alimentar. Por este motivo, a lei estabelece que o vencimento, a remuneração e o provento não 
serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos 
resultante de decisão judicial (art. 48). 
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Além disso, salvo por imposição legal ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a 
remuneração ou provento (art. 45). Neste sentido, a lei estabelece as hipóteses em que o servidor 
perderá a remuneração (art. 44): 
I. a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado; 
II. a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, 
ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese 
de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida 
pela chefia imediata. 
O termo “ausências justificadas” previsto no inciso II do art. 44 e reproduzido acima, deve ser 
entendida como “ausências injustificadas” tendo em vista que não há desconto da remuneração 
quando a falta do servidor for justificada. Houve uma impropriedade ou erro material por parte 
do legislador. 
Por sua vez, as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser 
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício (art. 
44, parágrafo único). 
Além disso, é possível que o servidor autorize a consignação em folha de pagamento em favor de 
terceiros, à critério da Administração e com reposição de custos, até o limite de 35% (trinta e cinco 
por cento), sendo que, deste percentual, 5% (cinco por cento) deve ser reservado para: a) a 
amortização de despesas com cartão de crédito; e b) a utilização com a finalidade de saque por 
meio de cartão de crédito. 
➢ Reposições e indenizações ao erário 
As reposições e indenizações devidas pelo servidor público ativo, aposentado ou pensionista ao 
erário, deverão ser previamente comunicadas no prazo máximo de 30 (trinta) dias, podendo ser 
parceladas a pedido do interessado (art. 46). 
Veja que as reposições não podem, em regra, ser imediatamente descontadas em folha de 
pagamento, devendo haver prévia comunicação. 
É importante lembrar que, de acordo com o STJ, os proventos recebidos de boa-fé 
pelos servidores públicos em razão de erro operacional da Administração ou na 
hipótese de equívoco ou má interpretação da lei, não devem ser devolvidos. 
Quando houver parcelamento, o valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente 
a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. 
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Além disso, quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento 
da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. 
Se o servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria 
ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito, sob pena de 
inscrição em dívida ativa (art. 47). 
2.5.2 – Vantagens 
De acordo com o art. 49 da lei 8.112/90, as vantagens do servidor são: a) indenizações; b) 
gratificações; c) adicionais. 
➢ Indenizações 
As indenizações são as verbas pecuniárias pagas ao servidor público com o objetivo de 
ressarcir as despesas por ele efetuadas para desempenhar as suas atribuições. 
A finalidade da indenização, portanto, é recompor o patrimônio do servidor por ter sofrido uma 
redução em virtude do exercício do cargo e não remunerar o exercício das atribuições. Por este 
motivo, a indenização não integra a remuneração por não possuir caráter retributivo. 
O art. 51 prevê as espécies de indenização devidas ao servidor público federal: 
a) Ajuda de custo (arts. 53 a 57): destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor 
que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio 
de forma permanente. 
Neste sentido, os requisitos são: 
i. Exercício em nova sede com mudança de domicílio; 
ii. A mudança seja permanente; 
iii. A mudança ocorra no interesse do serviço (e não a pedido do servidor); 
iv. Despesas de instalação; 
v. O deslocamento não decorra do afastamento do cargo ou seu retorno em virtude de 
mandato eletivo (art. 55). 
Além do servidor público federal, será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo 
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. 
Se o caso for de cessão do servidor, a ajuda de custo deve ser paga pelo órgão 
cessionário (art. 46). 
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A Administração deverá arcar não apenas com a ajuda de custo, deve também arcar com as 
despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens 
pessoais (art. 53, §1º). 
Além disso, se o servidor falecer na nova sede, sua família possui direito à ajuda de custo e 
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 01 (um) ano contado da data do óbito. 
O valor da ajuda de custo não poderá exceder o montante de 03 (três) meses de remuneração do 
servidor beneficiário (art. 54). 
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, 
injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. 
b) Diárias (art. 58 e 59): pagas ao servidor que se afastar a serviço de sua sede em caráter 
eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou para o exterior. 
Neste caso, deverá receber o valor das passagens e diárias destinadas a indenizar as despesas 
com pousada, alimentação e locomoção. A diária é concedida por dia de afastamento e será paga 
pela metade se não houver pernoite fora da sede ou quando a União custear as despesas 
extraordinárias por meio diverso. 
Ressalte-se que as diárias somente são devidas se o deslocamento for eventual ou transitório. Se 
deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias 
(art. 58, §2º). 
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região 
metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios 
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com 
países limítrofes, cuja jurisdição e competênciados órgãos, entidades e servidores 
brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em 
que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território 
nacional. 
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, 
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o 
previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo 
previsto no caput. 
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c) Indenização de transporte (art. 60): devida ao servidor que realizar despesas com a 
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força 
das atribuições próprias do cargo. 
d) Auxílio-moradia (art. 60-A): ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo 
servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa 
hoteleira. O pagamento é devido no prazo de um mês após a comprovação da despesa. 
Os requisitos para concessão do auxílio-moradia são: I - não exista imóvel funcional disponível para 
uso pelo servidor; II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; III - o 
servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente 
comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o 
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que 
antecederem a sua nomeação; IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba 
auxílio-moradia; V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em 
comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; VI - o Município no qual 
assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 
3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor; VII - o servidor não tenha sido 
domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo 
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro 
desse período; VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou 
nomeação para cargo efetivo; e IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
O valor do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em 
comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado e não poderá superar 
25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. Independentemente do 
valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem 
os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), ou seja, caso 25% 
do valor do cargo ocupado seja inferior a R$ 1.800,00, será garantido o ressarcimento das 
despesas com moradia até este valor. 
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à 
disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago 
por um mês. 
➢ Gratificações e adicionais 
As gratificações e adicionais estão previstos no art. 61 da lei 8.112/90, em rol exemplificativo, 
tendo em vista a possibilidade de previsão de outras espécies dessas vantagens na própria lei ou 
em leis esparsas. Estudaremos as hipóteses previstas em separado. 
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a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (arts. 62 e 62-A): 
devida ao servidor público ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, 
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial. 
b) Gratificação natalina – décimo terceiro salário (arts. 63 a 66): corresponde a 1/12 avos da 
remuneração devida ao servidor no mês de dezembro por cada mês de exercício no 
respectivo ano. O valor de referência é a remuneração de dezembro. A cada mês 
trabalhado no ano é somado 1/12 avos dessa remuneração. A fração igual ou superior a 15 
(quinze) dias será considerada como mês integral. A gratificação será paga até o dia 20 
(vinte) do mês de dezembro de cada ano. 
O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de 
exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração. 
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas (arts. 68 a 72): o 
adicional de insalubridade é devido ao servidor que trabalhem habitualmente em contato 
com substâncias ou elementos que podem provocar deterioração da saúde a longo prazo. 
O adicional de periculosidade é devido ao servidor que trabalha situação que coloca em 
risco a sua integridade física. Já o adicional de penosidade é relacionado ao local em que 
o servidor está lotado, sendo devido o seu pagamento a servidores em exercício nas zonas 
de fronteira ou em localidade cujas condições de vida (penosas) o justifiquem. 
Os adicionais de insalubridade e periculosidade não são acumuláveis, devendo o servidor que tem 
direito a ambos optar por um deles. Além disso, o direito ao adicional não incorpora ao patrimônio 
do beneficiário, cessando o seu pagamento com a cessação das condições ou locais penosos, 
insalubres ou perigosos. 
 
O STJ já decidiu ainda que o termo inicial do adicional de insalubridade a que faz jus 
o servidor público é a data do laudo pericial. Não cabe pagamento do adicional pelo 
período que antecedeu a perícia, nem se pode presumir a insalubridade por outros 
elementos que não seja a própria perícia (PUIL 413-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
por unanimidade, julgado em 11/04/2018, DJe 18/04/2018). 
Difere da aposentadoria por invalidez, em que será contada a partir da data em que 
a incapacidade se manifestar, de acordo com o fixado no laudo pericial. (EREsp 
1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por maioria, julgado em 22/11/2017, 
DJe 29/11/2017). 
A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das 
operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço 
não penoso e não perigoso (art. 69, parágrafo único). 
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Há quem entenda que o adicional de penosidade não existe mais no ordenamento 
jurídico. De acordo com essa parcela doutrinária, o art. 71 da lei 8.112/90 foi 
tacitamente revogado pelo art. 17 da lei 8.270/91 que, por sua vez, foi 
posteriormente revogado pelo art. 2º da lei 9.527/97, o que, conforme vedação à 
repristinação tácita, não teria força de restaurar o art. 71 da lei 8.112/90. 
Por fim, os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas 
serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não 
ultrapassem o nível máximo previsto na legislação próprio, bem como esses servidores serão 
submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. 
d) Adicional por serviço extraordinário (arts. 73 e 74): para compreensão deste adicional, basta 
a leitura da legislação pertinente: 
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta 
por cento) em relação à hora normal de trabalho. 
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações 
excepcionais e temporárias,respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. 
e) Adicional noturno (art. 75): retribuição pelo serviço prestado em horário compreendido 
entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte. O valor-hora será 
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). Além disso, computa-se cada cinquenta e dois 
minutos e trinta segundos como uma hora trabalhada, de forma que, o período entre 22 
horas de um dia e 5 horas do dia seguintes, embora contenha 7 horas seguidas, será 
considerado como 8 horas trabalhadas. 
Em se tratando de serviço extraordinário, o adicional da hora noturna incidirá sobre a soma da 
hora comum com o adicional de serviço extraordinário. 
f) Adicional de férias (art. 76): corresponde ao pagamento, independentemente de 
solicitação, de 1/3 da remuneração do servidor no período de férias. No caso de o servidor 
exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a 
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo. 
g) Gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 76-A): trata-se de retribuição devida a 
servidor que, em caráter eventual: 
I. atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento 
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; 
II. participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise 
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de 
provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; 
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III. participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo 
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de 
resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições 
permanentes; 
IV. participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de 
concurso público ou supervisionar essas atividades. 
Os critérios de concessão e os limites de gratificação foram estabelecidos no Decreto 6.114/2007. 
A lei estabeleceu os parâmetros a serem definidos por regulamento: 
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a 
complexidade da atividade exercida; 
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de 
trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e 
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá 
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; 
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, 
incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal: a) 2,2% 
(dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos 
incisos I e II do caput deste artigo; b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se 
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. 
A gratificação somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem 
exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto 
de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho. 
2.5.3 – Férias 
O direito a férias do servidor público federal é regulamentado nos arts. 77 a 80 da lei 8.112/90. O 
servidor possui direito a 30 (trinta) dias de férias a cada ano trabalhado. Em regra, não há 
possibilidade de acumulação de férias, salvo, no caso de necessidade do serviço, até o máximo de 
dois períodos. 
Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 (doze) meses de exercício (art. 77, 
§1º). Além disso, é vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. 
A lei estabelece ainda que as férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim 
requeridas pelo servidor e no interesse da administração pública (art. 77, §3º). Logo, trata-se de 
ato discricionário da Administração. Havendo parcelamento de férias, o adicional de férias será 
pago no primeiro período de fruição (art. 78, §5º). 
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O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do 
respectivo período. 
O servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas 
gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, 
proibida em qualquer hipótese a acumulação (art. 79). 
Por fim, quanto à possibilidade de interrupção das férias, a lei dispõe que: 
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade 
pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por 
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. 
Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, 
observado o disposto no art. 77 (direito a 30 dias de férias). 
2.5.4 – Licenças 
As licenças configuram o direito do servidor público de se afastar do exercício da atividade de 
forma regular, sem configurar falta injustificada, podendo ser remuneradas ou não e com prazo 
fixado ou não na lei. 
A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie 
será considerada como prorrogação e não como concessão de nova licença (art. 82). 
a) Licença por 
motivo de 
doença em 
pessoa da 
família (art. 83) 
 Requisitos: 
a) Doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto 
ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e 
conste do seu assentamento funcional; 
b) comprovação por perícia médica oficial; 
c) assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada 
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação 
de horário. 
 É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença 
(art. 81, §3º); 
 O prazo da licença poderá ser de: 
a) até 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; 
b) após o prazo acima, mais 90 dias, consecutivos ou não, sem 
remuneração. 
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 Após o gozo da licença, outra não poderá ser concedida em período inferior 
a 12 (doze) meses do seu término, ainda que não tenha sido usufruído todo o 
período possível. 
b) Licença por 
motivo de 
afastamento 
do cônjuge 
(art. 84) 
 Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro 
ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato 
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo; 
 Prazo indeterminado e sem remuneração; 
 No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja 
servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes de qualquer Ente 
Federado, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da 
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o 
exercício de atividade compatível com o seu cargo; 
 O STJ vem decidindo que a licença referida é um direito do servidor que 
preencha os requisitos, embora o artigo 84 estabeleça que a licença “poderá 
ser concedida”. 
c) Licença para 
o serviço 
militar (art. 85) 
 Servidor convocado para o serviço militar; 
 Concluído o serviço militar, o servidor terá 30 (trinta) dias sem remuneração 
para reassumir o exercício do cargo; 
 O período de licença é considerado como de efetivo exercício (art. 102,VIII, 
“f”). 
d) Licença para 
atividade 
política (art. 
86) 
 Essa licença se divide em dois momentos: 
a) sem remuneração: período entre a sua escolha em convenção partidária 
como candidato a cargo eletivo e a véspera do registro de sua 
candidatura perante a Justiça Eleitoral; 
b) com remuneração: período a partir do registro da candidatura até o 
décimo dia seguinte às eleições. 
e) Licença para 
capacitação 
(art. 87) 
 Requisitos: 
a) Só pode ser concedida a cada cinco anos de efetivo exercício (não 
acumuláveis); 
b) No interesse da Administração (decisão discricionária); 
 Prazo: máximo três meses; 
 Com remuneração. 
f) Licença para 
tratar de 
interesses 
particulares 
(art. 91) 
 Somente para servidores ocupantes de cargo efetivo e que não estejam em 
estágio probatório; 
 À critério da Administração; 
 Prazo: máximo de três anos; 
 Sem remuneração; 
 Pode ser interrompida a qualquer tempo a pedido do servidor ou no 
interesse do serviço; 
 Suspende o vínculo com a Administração. 
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g) Licença para 
desempenho 
de mandato 
classista (art. 
92) 
 Mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito 
nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da 
profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade 
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus 
membros; 
 Limites: a) entidades com até 5.000 associados – dois servidores; b) com 
5.001 a 30.000 associados – quatro servidores; c) com mais de 30.000 
associados – oito servidores; 
 Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de 
direção ou de representação nas entidades, desde que estas estejam 
cadastradas no órgão competente; 
 Sem remuneração; 
 Prazo: igual ao do mandato, podendo ser renovada em caso de reeleição. 
h) Licença para 
tratamento da 
saúde (arts. 
202 a 206-A) 
 Concedida a pedido ou de ofício, com base em perícia médica oficial; 
 Excepcionalmente, se não existir médico no órgão ou entidade de exercício 
do servidor e não havendo assistência do SUS ou entidade conveniada, será 
aceito atestado passado por médico particular; 
 A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 
(doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante 
avaliação por junta médica oficial; 
 Licença inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser 
dispensada de perícia oficial; 
 O servidor será submetido a exames médicos periódicos; 
 Com remuneração. 
i) Licença à 
gestante, à 
adotante e 
licença-
paternidade 
(arts. 207 a 
210) 
 Gestante e adotante: 
a) 120 dias com remuneração; 
b) Pode ter início a partir dos 1º dias do nono mês de gestação, salvo 
antecipação por prescrição médica; se prematuro, a partir do 
nascimento; 
c) Natimorto: 30 dias com remuneração, mas somente retornará se julgada 
apta em exame médico; 
d) Aborto: 30 dias com remuneração. 
 Licença-paternidade: cinco dias com remuneração a partir do nascimento ou 
adoção do filho; 
 Lactante: uma hora de descanso durante a jornada, que poderá ser 
parcelada em dois períodos de trinta minutos; 
Obs.: o art. 210 previa prazos inferiores para a servidora adotante, com 
diferenciação dos prazos em razão da idade do adotado. O STF, entretanto, 
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julgou inconstitucional, determinando a aplicação do mesmo prazo da licença 
prevista para a gestante (120 dias), independentemente da idade da criança1. 
Além disso, as licenças podem ser divididas entre aquelas que podem ser concedidas durante o 
estágio probatório e aquelas que somente são concedidas ao servidor estável: 
Concedidas no 
estágio probatório 
a) Por motivo de doença familiar (suspende a contagem do estágio); 
b) Afastamento do cônjuge (suspende a contagem do estágio); 
c) Atividade política (suspende a contagem do estágio); 
d) Serviço militar (não suspende a contagem do estágio); 
e) Saúde (suspende a contagem do estágio). 
Não concedidas 
no estágio 
probatório 
a) Interesse particular; 
b) Capacitação; 
c) Desempenho de mandato classista. 
2.5.5 – Afastamentos 
Os afastamentos estão previstos nos arts. 93 a 96 da lei 8.112/90. São eles: 
a) Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (cessão – art. 93) 
O servidor poderá ser afastado de seu cargo, sendo cedido pelo seu órgão de origem para ter 
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes de qualquer dos Entes Federados nas 
seguintes hipóteses: I - para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no caso de 
serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção ou de gerência; e II - em casos 
previstos em leis específicas. 
Além disso, mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do 
Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta 
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo (§4º). 
Se o órgão ou entidade que receberá o servidor (cessionário) pertencer a Estado, Distrito Federal 
ou Município, a remuneração será paga pelo cessionário. Se o cessionário for órgão ou entidade 
dos Poderes da União, o ônus da remuneração pertence ao órgão cedente. 
 
 
1 RE 778.889/PE 
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§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia 
mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou 
pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em 
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo 
órgão ou entidade de origem. 
A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União. 
b) Afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94) 
A lei 8.112/90 repete as disposições do art. 38 da Constituição Federal, qual seja: 
Eleito para cargo público 
federal, estadual ou distrital 
(Executivo ou Legislativo) 
Será afastado do seu cargo, emprego ou função, recebendo 
remuneração do cargo eletivo; 
Eleito para o cargo de 
Prefeito Municipal 
Será afastado do seu cargo, emprego ou função, podendo optar 
pela remuneração de origem; 
Eleito para o cargo de 
Vereador 
Poderá acumular o cargo, emprego ou função com o exercício do 
cargo de vereador, desde que haja compatibilidade de horários; 
Não havendo compatibilidade, será afastado de seu cargo, 
podendo optar pela remuneração de vereador ou de seu cargo, 
emprego ou função de origem. 
Além disso, estabelece que: 
 § 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou 
redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. 
Trata-se de medida que busca evitar perseguições políticas ao servidor público, de forma a 
garantir que este exerça o mandato de forma livre e independente. 
c) Afastamento para estudo ou missão no exterior (arts. 95 e 96) 
Esta espécie de afastamento possui um requisito específico, qual seja: a autorização do Presidente 
da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. O prazo máximo é de 4 (quatro) meses e, apenas após decorrido igual período, poderá 
ser concedida novo afastamento idêntico, licença para tratar de interesses particulares ou 
exoneração. 
O art. 95, §3º dispõe expressamente que as disposições não se aplicam aos servidores da carreira 
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Já o afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou 
com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração. 
d) Afastamento para participação em programa de pós-graduação strictu sensu no país (art. 
96-A) 
As características deste afastamento são: a) realização de mestrado, doutorado e pós-doutorado; 
b) em instituição de ensino superior no país; c) Desde que a participação não possa ocorrer 
simultaneamente com o exercício do cargo; d) Ato discricionário (no interesse da Administração); 
e) detentor de cargo efetivo, que com tempo mínimo, computado o estágio probatório: e.i) 
mestrado: 3 anos; e.ii) doutorado: 4 anos; e.iii) pós-doutorado: 4 anos; f) não tenha obtido licença 
para tratar de interesses particulares nem licença capacitação ou afastamento para pós-graduação 
strictu sensu: f.i) mestrado ou doutorado: nos últimos 2 anos anteriores ao pedido de afastamento; 
f.ii) pós-doutorado: nos últimos 4 anos anteriores ao pedido de afastamento; g) o afastamento 
será com remuneração; h) os servidores beneficiados por este afastamento terão que permanecer 
no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento 
concedido; i) Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de 
cumprido o período de permanência acima, deverá ressarcir o órgão ou entidade dos gastos com 
seu aperfeiçoamento. O mesmo ocorre caso não obtenha o título ou o grau que justificou seu 
afastamento, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do 
dirigente máximo do órgão ou entidade. 
De acordo com o §1º do art. 96-A, ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em 
conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para 
participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que 
serão avaliados por um comitê constituído para este fim. 
2.5.6 – Concessões 
As concessões são situações nas quais o servidor público poderá se ausentar do serviço de forma 
justificada e a sua ausência será considerada como de efetivo exercício. De forma sistematizada, 
as concessões previstas na lei (art. 97) são: 
Motivo Dias de afastamento 
Doação de sangue 1 dia 
Alistamento eleitoral Período necessário até o máximo de 2 dias 
Casamento (licença-gala) 8 dias 
Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, 
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor 
sob guarda ou tutela e irmãos 
8 dias 
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Além das concessões gerais, há ainda a possibilidade de concessão de horário especial nos 
seguintes casos: 
a) Servidor estudante, que comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da 
repartição, exigida a compensação de horários; 
b) Servidor portador de deficiência, comprovada a necessidade por junta médica oficial, 
independentemente de compensação de horário; 
c) Servidor que tenha cônjuge ou filho portador de deficiência, comprovada a necessidade 
por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário; 
d) Garantida a compensação de horários, nos casos de o servidor: I - atuar como instrutor em 
curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no 
âmbito da administração pública federal; II - participar de banca examinadora ou de 
comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, 
para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por 
candidatos. 
➢ Servidor estudante deslocado no interesse da Administração: 
Por fim, de forma a compatibilizar atividade pública com os estudos do servidor, o que 
proporciona ganho de eficiência para a Administração, a lei estabelece a garantia de matrícula em 
instituição de ensino congênere, independentemente de vaga, para o servidor que mudar de sede 
no interesse da Administração: 
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é 
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em 
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos 
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores 
sob sua guarda, com autorização judicial. 
Quanto à essa disposição, o STF estabeleceu que deve ser observada a “congeneridade” das 
instituições envolvidas. Assim, se o servidor estudava em instituição privada, será garantida sua 
matrícula apenas em instituição privada. Se estava vinculado a instituição pública, somente poderá 
se matricular, na nova sede, em instituição pública2. 
 
 
2 ADI 3324. 
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2.5.7 – Tempo de serviço 
A lei 8.112/90 estabelece ainda as situações de licenças, afastamentos e concessões em que o 
tempo será contado como de efetivo exercício, bem como as hipóteses em que haverá cômputo 
do tempo apenas para fins de disponibilidade e aposentadoria (arts. 102 e 103): 
Tempo contado como de efetivo exercício (art. 
102) 
Tempo contado apenas para aposentadoria e 
disponibilidade (art. 103) 
Férias; Tempo de serviço público prestado aos 
Estados, Municípios e Distrito Federal; 
Exercício de cargo em comissão ou 
equivalente; 
Tempo de mandato eletivo anterior ao 
ingresso no serviço público; 
Exercício de cargo ou função de governo ou 
administração por nomeação do Presidente; 
Tempo na atividade privada anterior ao 
ingresso no serviço público; 
Participação em programa de treinamento 
regularmente instituído ou em programa de 
pós-graduação stricto sensu no País; 
Tempo de serviço relativo a tiro de guerra; 
As seguintes licenças: 
a) Gestante, adotante e paternidade; 
b) Saúde – até 24 meses cumulativos 
durante toda a vida funcional; 
c) Mandato classista e gerência ou 
administração em sociedade 
cooperativa de servidores (exceto para 
promoção por merecimento); 
d) Acidente em serviço ou doença 
ocupacional; 
e) Capacitação; 
f) Convocação para o serviço militar; 
g) Para tratar da saúde de pessoa da 
família até 30 dias no período de 12 
meses. 
As seguintes licenças: 
a) Para tratamento de saúde de pessoa da 
família que ultrapassar 30 dias no 
período de 12 meses; 
b) Saúde – após 24 meses; 
c) Licença para atividade política. 
 
Mandato eletivo em qualquer Ente Federado 
(exceto para promoção por merecimento); 
 
Júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
Missão ou estudo no exterior, quando 
autorizado o afastamento; 
 
Deslocamento para nova sede (período de 
trânsito); 
 
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Participação em competição desportiva 
nacional ou convocação para integrar 
representação desportiva nacional, no País ou 
no exterior; 
 
Afastamento para servir em organismo 
internacional de que o Brasil participe ou com 
o qual coopere. 
 
Quanto à licença para tratamento de saúde, própria e de familiares, a lei faz diferenciação quanto 
ao tempo de afastamento para fins de contagem do período como de efetivo exercício: 
Licença saúde a) Até 24 meses – efetivo exercício; 
b) Após 24 meses – tempo contado apenas para 
aposentadoria e disponibilidade. 
Obs. 1: Esse prazo de 24 meses é

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