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PROJETO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) E EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO BRASIL

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17
FUNDAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
REFORMULANDO O PÚBLICO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA: 
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) E EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO BRASIL
JANUZIA GOMES DOS SANTOS SERAFIM 
São Francisco do Itabapoana, RJ.
2021
REFORMULANDO O PÚBLICO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA: 
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) E EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO BRASIL
JANUZIA GOMES DOS SANTOS SERAFIM 
Projeto de Pesquisa elaborado como requisito para a conclusão da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 1, do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF. 
Orientadora: Joseane Souza.
São Francisco do Itabapoana, RJ.
2021
Sumário
INTRODUÇÃO	4
1	JUSTIFICATIVA	6
2	OBJETIVOS	7
3	HIPÓTESES	8
4	METODOLOGIA	8
5	REVISÃO DA LITERATURA	10
6	CRONOGRAMA	13
REFERÊNCIAS	14
INTRODUÇÃO
A educação para os brasileiros da zona rural tem sido historicamente dominada por dois imperativos: capital humano e patrocínio político. Pelas últimas quatro décadas, o Movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra (MST) tem mantido luta pela democratização pública na educação e a própria democracia. Neste trabalho de conclusão de curso, farei uma análise situada das políticas educacionais do MST para a educação de adultos. Será concentrado no período entre 1990 e 2020 para examinar as formas como o MST resistiu ao neoliberal as iniciativas de alfabetização e pressionaram o Estado a reconhecer e apoiar suas filosofias radicais e a prática de educação de adultos. A política educacional do MST incorpora possibilidades para a democratização do conhecimento, bem como da democracia em si.
A alfabetização no Brasil tem sido historicamente construída como um “favor concedido principalmente sobre os pobres e excluídos por uma elite benevolente” (VASCONCELLOS, 2005). O mesmo pode-se dizer sobre a educação rural, que tem sido marcada por uma duradoura e generalizada negligência da educação básica combinada com "compensatória" seletiva e intervenções esporádica. Um sistema político oligárquico controlado por latifundiários europeus imigrantes controlou e regulamentou o acesso à educação gratuita e de qualidade em detrimento dos pobres urbanos e rurais, afro-brasileiros e povos indígenas (VYGOTSKY, 2000).
Só recentemente o Estado brasileiro foi obrigado a abordar as taxas desproporcionalmente altas de analfabetismo entre as populações rurais e outros grupos historicamente desfavorecidos. A Constituição de 1988 (que foi elaborada por uma ampla gama de movimentos e ativistas) colocaram igual ênfase nos direitos educacionais da idade escolar da população, bem como jovens e adultos analfabetos. Os governos estaduais receberam primordial responsabilidade pela erradicação do analfabetismo. No entanto, o Estado brasileiro como um todo foi com a responsabilidade de cumprir o direito à educação por meio de processos que respeitou a diversidade sociocultural dos cidadãos. Mais especificamente, a nova Constituição reafirmou o direito à terra dos sem-terra rurais (ZAGURY, 2016), bem como o seu direito a uma educação culturalmente relevante.
Neste trabalho, analisarei as políticas da política brasileira de educação de adultos durante as duas primeiras décadas após o retorno à democracia. Especificamente, examinarei a luta dos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra para reivindicar o direito à educação de jovens e adultos rurais analfabetos. Como esta análise irá mostrar, o MST não se preocupa apenas em pleitear legalmente reconhecido e garantido direitos. Sua luta pelo ‘direito à alfabetização’ representa possibilidades para a democratização da educação e da própria democracia.
Grande parte da literatura na língua brasileira sobre educação do MST tem como foco o MST pedagogia e os tipos de "aprendizagem" possibilitados pela experiência de participação em um movimento social. Fornecerei uma breve discussão em uma seção posterior, com o escopo e o conteúdo educacional do MST filosofia e pedagogia (PARO, 2009) que concebe a educação como fundamentalmente preocupada com a construção da consciência emancipatória, identidade e conhecimento (ARROYO, 2009). A bolsa brasileira no MST abrange, pelo menos, três décadas e inclui publicações de ativistas do MST, seus aliados acadêmicos e o Ministério da Educação (MEC) (PAROLIN, 2013) em torno dos grandes temas da educação e dos movimentos sociais, MST filosofia, currículo e pedagogia, programas e instituições educacionais específicas, e as relações entre MST, Estado, universidades e demais atores da educação rural (VASCONCELLOS, 2005).
Analisarei as políticas da política federal de educação de adultos na década dos anos noventa, quando o Brasil fez a transição da ditadura militar para a democracia. Especificamente, examinar a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) para reivindicar o direito à educação de jovens e adultos rurais analfabetos e fora da escola. O MST não é orientado simplesmente para a reivindicação de direitos legalmente reconhecidos e garantidos. A luta deles tem o "direito à alfabetização" representa possibilidades para democratizar e transformar educação capitalista e sistemas democráticos.
Essa análise se situa na década de noventa por uma série de razões. Primeiro, como mencionado anteriormente, foi uma época de intensa mudança social (política, econômica, cultural) período em que o presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002) utilizou o poder do Estado para construir uma nova abordagem para o desenvolvimento rural centrada na descentralização, privatização, e o mercado - sua visão para o ‘Novo Mundo Rural’ (OLIVEIRA, 2009). Foi também o momento em que o MST se transformou de um movimento de redistribuição de terras e reforma agrária para um movimento com visão ampla e profunda de justiça, democracia e desenvolvimento sustentável para todos os brasileiros e lutas globais anticapitalistas (ANGOTTI, 2010). A conquista do PRONERA (Programa Nacional de Educação Agrária Reforma) - um programa federal de alfabetização voltado especificamente para as populações rurais sem-terra – é um marco importante nesta transformação. Ele conectou e legitimou a luta pela ocupação da terra com a luta pela ocupação da educação e instituiu o MST como um influente ator nacional e legítimo representante dos brasileiros do campo. Por último, a luta pela educação de adultos rurais nos anos noventa é um componente vital para compreender a conjuntura política mais favorável para a reforma da educação rural (como em comparação com a reforma agrária) durante o mandato do presidente Lula (2002-2010). Este trabalho de conclusão de curso baseia-se em dados de entrevistas com ativistas do MST realizadas em 2004-2005 e uma série de notícias oficiais do MST e publicações de pesquisa.
1 JUSTIFICATIVA
O interesse por esse estudo surgiu mediante as experiências e trabalhos de estudo das produções sobre educação e MST pôde-se constatar problemáticas, dificuldades e contradições que permeiam a tentativa de construção de uma perspectiva revolucionária de educação, conformando o que tem sido identificado como educação do campo. O conceito de educação do campo foi desenvolvido inicialmente no interior do MST e demais movimentos sociais do campo que a partir da pressão política e das reivindicações para que o Estado assumisse a educação pública no/do campo tomou a dimensão de política pública. Entretanto, há diversos “novos movimentos sociais”, organismos de classe, governos, ONG’s, etc. que têm utilizado a terminologia com os mais diversos sentidos, o que indica a necessidade de cuidado ao tratarmos do tema. Em relação a esse conceito é necessário um aprofundamento da reflexão no sentido de esclarecer sua vinculação com uma dada teoria do conhecimento, que para nós é o materialismo histórico-dialético, com uma pedagogia socialista coerente ao projeto históricopara além do capital. 
Tendo em vista as questões colocadas acima, o tema de pesquisa escolhido para esse TCC é: “Reformulando o público na educação pública: movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST) e educação de adultos no brasil.”
Nesse contexto buscou-se contribuir para a Educação de Jovens e Adultos através da pesquisa pedagógica: “Qual a importância do tema do ponto de vida geral”, uma vez que no contexto ensino-aprendizagem, a Educação de Adultos nos tempos atuais deve estar sempre atenta e a procura de estratégias capazes de garantir o cuidar e o educar 
2 OBJETIVOS
· Objetivo geral
Contribuir com a construção de uma perspectiva emancipatória de educação para a classe trabalhadora, através da explicitação das principais contradições presentes na educação do MST e possibilidades de superá-las.
· Objetivos específicos 
1 - Analisar as políticas da política brasileira de educação de adultos durante as duas primeiras décadas após o retorno à democracia;
2 – Apontar através de bibliografias de autores renomeados na área pedagógica a importância da educação de Jovens e Adultos;
3 – Examinar a luta dos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra para reivindicar o direito à educação de jovens e adultos rurais analfabetos. 
3 HIPÓTESES
A pesquisa será realizada considerando as hipóteses de que a educação de Jovens e adultos por seus princípios e bases, mesmo que contraditórios, da década de 1990 até os dias atuais, a educação do MST é a que mais se caracteriza como uma educação que resiste às políticas e tendências neoliberais para a educação, demonstrando elementos de confronto à lógica educacional do capital.
Surge nossa segunda hipótese: que a secundariazação da teoria e a fragilidade teórica permite desvios da prática política e educativa, e que, portanto, para a materialização da educação do MST e para sua consolidação como uma pedagogia socialista e a superação de tal fragilidade, faz-se necessário a adoção e aprofundamento da base teórica do materialismo histórico-dialético.
Alves (2011) salienta que muitas mudanças estão sendo evidenciadas na Educação de Jovens e Adultos nos parâmetros legais, no entanto instituições continuam contratando profissionais leigos para atuarem nesta etapa da educação. Da mesma forma, as atividades pedagógicas ao longo do tempo, tem sido aperfeiçoada com novas técnicas de ensino.
4 METODOLOGIA
Esta pesquisa delimitou-se a investigar o lugar que a educação do MST ocupa no contexto educacional brasileiro, principalmente da década de 1990 até o presente momento, de crise mundial do capital, que acirra as contradições na luta de classes e que pode contribuir no avanço da classe trabalhadora e dos movimentos confrontacionais para a superação da sociedade de classes.
Quanto aos objetivos a pesquisa é explicativa. De acordo com Rauber (2015, p. 44):
Esse tipo de pesquisa procura identificar os fatores que determinam ou contribuem para o acontecimento dos fenômenos. Com isso, preocupa-se em explicar o porquê das coisas através dos resultados disponíveis.
Segundo os procedimentos realizados, é de cunho bibliográfico. Pois, conforme Parolin (2013, p. 99) “se dá por meio de levantamentos de teorias já analisadas e publicadas através e escritos e eletrônicos, como livros e artigos científicos”. Assim, se caracteriza pela inspeção e conhecimento do que se já estudou sobre o assunto pesquisado.
Para realização deste trabalho serão utilizados os descritores: educação rural, aprendizagem, educação jovens e adultos, relação e desempenho acadêmico através da ferramenta Google Acadêmico. Foram encontrados artigos dos autores PARO (2009), PAROLIN (2013), SANTOS (2009), VASCONCELOS (2005), VYGOTSKY (2000).
Os descritores utilizados foram definidos com base em leituras prévias de trabalhos que relatam impactos das atividades extracurriculares e da descrição dos objetivos da pesquisa. Destaca-se que os termos, as conceituações históricas dos termos educação de Jovens e Adultos assim como as transformações ocorridas e suas respectivas funções, sendo posteriormente enfatizada a importância da relação EJA-aprendizagem para o desempenho acadêmico do aluno.
A pesquisa será realizada a partir de conjugações entre termos utilizados para nomear as ações estruturadas e, respectivamente, participantes, possíveis impactos e objetivos, áreas vinculadas à execução das atividades, ações oferecidas e de programas vinculados à política educacional brasileira.
Será feita uma análise interpretativa a partir da teoria histórico-cultural de Zagury (2016) bem como foram citados também outros autores relevantes e pertinentes ao assunto estudado.
Apresenta-se a seguir a descrição da metodologia utilizada neste trabalho com o objetivo de expor os caminhos que serão percorridos não só no levantamento dos dados do estudo como também na forma de fazê-lo, pretendendo assim dar algumas explicações com o intuito de responder o problema de pesquisa.
A pesquisa realizada acerca da relação educação de Jovens e Adultos respaldando-se pela utilização de pesquisa bibliográfica.
Assim, através da metodologia citada chegará à resposta do problema levantado neste trabalho, bem como ao alcance dos objetivos traçados na mesma.
5 REVISÃO DA LITERATURA
5.1 	O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA E A LUTA PELA EDUCAÇÃO DO CAMPO
O Brasil tem uma das distribuições de terras mais desiguais do mundo uma condição criada pelo sistema colonial de trabalho escravo das plantações e posteriormente mantida por políticas oligárquicas e políticas de desenvolvimento capitalistas. Após dois séculos de democracia, - por cento da população possuía - por cento da terra cultivável. O Brasil também redistribuiu a menor quantidade de terra em comparação com outros países latino-americanos (BONAMIGO, 2007). 
Desde a saturação do urbano oportunidades de emprego e declínio do regime militar nos anos setenta, o Brasil rural testemunhou algumas das lutas mais intensas pela democracia e justiça redistributiva. A ocupação em massa de terras agrícolas não utilizadas tornou-se a principal estratégia não violenta para obrigando o Estado a decretar a redistribuição de terras (KOLLING; NERY; MOLINA, 2009). Oficialmente fundada em 1984, o MST se tornou sinônimo de política de ‘ocupação’. Sua luta se expandiu da redistribuição de terras para o desenvolvimento sustentável e a criação de uma sociedade não violenta, igualitária, justa e democrática.
O Setor de Educação do MST foi criado pela primeira vez em 1980. As primeiras escolas foram ‘ocupadas’ em 1982, quando 2 acampamentos no Rio Grande do Sul iniciaram suas próprias escolas primárias. O MST iniciou a educação de jovens e adultos (EJA) em 1991 com a Campanha de Educação para Jovens, Adultos e Idosos no estado do Rio Grande do Sul. A campanha foi lançada em um assentamento denominado Conquista da Fronteira (Conquistando as Fronteiras) na presença de Paulo Freire com o lema ‘É sempre hora de aprender’ (sempre é tempo de aprender). Entre 1984 e 2009, o MST estima ter educado cerca de 160.000 crianças e adolescentes e treinou aproximadamente 4000 professores (MST 2009a). Em 2009, seu 25º ano aniversário, o movimento contou entre 2.000 a 3.000 escolas primárias públicas, incluindo 250 escolas que oferecem 8 anos completos de educação primária. Eles também tinham 50 escolas secundários, 32 escolas móveis, educação infantil, educação de jovens e adultos programas (EJA), institutos de formação de professores e ativistas fundada em 1995 (Instituto José Castro, IJC e ITERRA) e uma universidade (Escola Nacional Florestan Fernandes). Além disso, estima-se que 28 mil jovens e adultos e 2.000 educadores têm participado dos programas da EJA.
A filosofia de educação do MST, também conhecida como a ‘Pedagogia da Terra’ desenvolvida em torno dos seguintes temas - o resgate da dignidade dos sem-terra rurais, construindo uma identidade coletiva para uma ação política que respeite a diversidade interna; e apoiando processos educacionais inclusivos centrados na ‘humanização’ (ou desenvolvimento humano nosentido mais amplo) de todos os alunos (KOLLING; NERY; MOLINA, 2009). Objetivos específicos para EJA incluem: compreender as realidades vividas pelos alunos e integrá-las na experiência educacional; respeito diversos estilos de aprendizagem; encorajar atitudes e comportamentos conducentes à aprendizagem; diversificar materiais de aprendizagem; criar e apoiar ambientes letrados (ARROYO, 2009). Por estas razões espera-se que os educadores do MST vivam com seus alunos e participem ativamente da comunidade atividades incluindo o trabalho de cultivo agrícola (BONAMIGO, 2007).
5.2 	DECISÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO INTERNA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
O discurso da racionalidade econômica e técnica delineado acima também foi utilizado para a reestruturação. O Ministério da Educação com o resultado de que a agência federal dedicada para adultos a educação foi desmontada completamente. Responsabilidades administrativas para suporte federal iniciativas de educação de jovens e adultos foram atribuídas ao Ministério do Interior (para PAS), o Ministério do Trabalho (para o PLANFOR) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (para PRONERA), e a agência / secretaria de educação primária do MEC, respectivamente. A lógica subjacente a esta reestruturação era consistente com uma funcionalista e reducionista abordagem que combinou a educação de adultos com a melhoria da alfabetização funcional e / ou do trabalhador produtividade (KOLLING; NERY; MOLINA, 2009).
5.3	A CAMPANHA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
É neste contexto que agora examino as formas estratégicas pelas quais o MST engajou o aparelho estadual federal durante a administração de Fernando Henrique Cardoso. Deve-se ter em mente que o próprio Fernando Henrique se recusou a negociar com do MST até o fim das ocupações de terras. Embora essas políticas neoliberais tivessem um efeito desmoralizante sobre os educadores de escolas públicas (BONAMIGO, 2007), o MST respondeu por intensificando seus esforços para ocupar terras e escolas.
A discussão está organizada em torno de três encontros nacionais sobre educação rural que o MST considera como marcos importantes em sua luta pela educação rural. O MST jogou um papel de liderança na organização dessas reuniões com o apoio de seus aliados na academia brasileira, sociedade civil, bem como a UNESCO. No entanto, é importante ressaltar que esta organização não pretende sugerir uma sequência linear de eventos onde as reuniões representam 'começos' ou ‘termina’ a luta. Como acontece com todas as mobilizações do MST, essas reuniões nacionais foram sempre precedidas e seguidas pela organização em nível subnacional. Além disso, estes nacionais as reuniões devem ser vistas como parte de processos orgânicos mais amplos de aprendizagem e mobilização promulgada pelo movimento.
5.4 	1997 ENERA e PRONERA
Em julho foi realizado o primeiro Encontro Nacional de Educadores da Reforma Agrária (ENERA) 1997 com apoio da Universidade de Brasília, UNESCO e UNICEF. Estes quatro atores criaram uma parceria informal ou coalizão com o objetivo de defender uma política de educação básica rural. Reuniu quase mil educadores da MST de todo o país sob o tema ‘Escola, Terra e Dignidade’. Os educadores conduziram a discussão sobre as conquistas e desafios encontrados em cada nível da educação básica rural da primeira infância à EJA à formação de professores.
ENERA garantiu a atenção pública e debate sobre a contínua negligência da educação rural em uma época em que o governo federal havia optado por não incluir a educação rural nas minutas iniciais para o próximo Plano Nacional de Educação de 2001. Em um Manifesto de 14 pontos dirigido a o público, os educadores do MST expuseram sua visão radical para a educação rural: “Estamos em uma encruzilhada histórica. De um lado está o projeto neoliberal que está destruindo o país e exacerbar a desigualdade social. Do outro lado está a possibilidade de resistência coletiva e a construção de um novo projeto” (ARROYO, 2009).
Eles se posicionaram junto à classe trabalhadora brasileira e reivindicaram o direito ao respeito, status profissional, condições de trabalho dignas e o direito de "pensar sobre e participar nas decisões sobre a política educacional”.
6 CRONOGRAMA
	ATIVIDADES
	2º semestre/2021
	1º semestre/2022
	Definição do Tema da Pesquisa
	X
	
	Pesquisa e Revisão Bibliográfica
	X
	
	Definição dos objetivos da pesquisa
	X
	
	Definição da metodologia
	X
	
	Entrega do projeto 
	X
	
	Realização da pesquisa – TCC 2
	
	X
	Escrita da monografia – TCC 2
	
	X
	Defesa da monografia – TCC 2
	
	X
REFERÊNCIAS 
ALVES, Bruna Molisani Ferreira. Educação de Jovens e Adultos: aspectos históricos, legais e pedagógicos. Revista Aleph, infâncias. N°16, 2011. Disponível em: http://www.uff.br/revistaleph/pdf/art8.pdf Acesso em: 16 de out. de 2021.
ANGOTTI, Maristele. In: ______. Educação de Jovens e Adultos: para que, para quem, por quê? 3. ed. Campinas, SP: Editora alínea, 2010.
ARROYO, M. G. Ciclos de Desenvolvimento Humano e Formação de Educadores. Educação e Sociedade, Campinas, n. 68, p. 143-162, 2009.
BONAMIGO, Carlos Antônio. Pedagogias que brotam da Terra: Um Estudo sobre práticas educativas do Campo. Tese de doutorado em educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS. 2007. Orientadora: Profª Dra Marlene Ribeiro.
KOLLING, E.; NERY, Ir.; MOLINA, M.(orgs). Por Uma Educação Básica do Campo. Cad. 1, Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2009.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação de Jovens e Adultos: fundamentos e métodos. 3. ed. - São Paulo: Cortez, 2017. (Coleção Docência em Formação) SANTOS, Santa Marli Pires dos. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino na educação de Jovens e Adultos. São Paulo: Ed. Xamã. 2009.
PAROLIN, Isabel. O MST e a formação dos sem-terra. In Revista Nova Escola. p. 38. Ano XVIII, nº 166, outubro de 2013.
RAUBER, Jaime José. Apresentação de trabalhos científicos: normas e orientações práticas. Passo Fundo: UPF, 2015.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad. 2005.
VYGOTSKY, L. S. El desarrollo de Los processos psicológicos superiores. Barcelona: Critica, 2000.
ZAGURY, Tânia. Educação em Movimento. Rio de Janeiro, Record: 2016.

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