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História e Geografia de Mato Grosso

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Aula 02
POLITEC-MT - História e Geografia -
2021 (Pré-Edital)
Autor:
Sergio Henrique
30 de Setembro de 2021
06197785129 - Rafael da Silva Pereira
 
 
 
História e Geografia do Mato Grosso. 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial. ......................................................................................................... 2 
1. O Coronelismo em Mato Grosso. ................................................................................... 3 
2. Economia de Mato Grosso na Primeira República: Usinas de Açúcar e Criação de Gado. 4 
2.1. Cana de Açúcar ........................................................................................................................... 4 
2.2. Pecuária ...................................................................................................................................... 5 
3. Mato Grosso durante a Era Vargas: Política e Economia. ............................................... 6 
3.1. As Comunicações – A Comissão Rondon .................................................................................. 12 
4. Política Fundiária e as Tensões Sociais no Campo. ........................................................ 13 
5. Os Governadores Estaduais e suas Realizações. ........................................................... 16 
5.1. Os Interventores - Governo Vargas (1930-1945). .................................................................... 16 
5.2. Tanque Novo ............................................................................................................................ 17 
5.3. Júlio Müller (1937-1945) .......................................................................................................... 17 
5.4. Do Fim do Estado Novo a Ditadura Militar. ............................................................................. 18 
5.4.1. Arnaldo Estevão de Figueiredo (1947-1950) ........................................................................................................ 18 
5.4.2. Fernando Corrêa da Costa (1951-1956 e 1961-1966) .......................................................................................... 18 
5.4.3. João Ponce de Arruda (1956-1961) ...................................................................................................................... 18 
5.4.4. Pedro Pedrossian (1966-1971) ............................................................................................................................. 18 
5.4.5. José Fragelli (1971-1975) ...................................................................................................................................... 18 
5.4.6. José Garcia Neto (1975-1978) .............................................................................................................................. 19 
5.4.7. Frederico Campos (1979-1983) ............................................................................................................................ 19 
5.5. Período Democrático ................................................................................................................ 19 
5.5.1. Júlio Campos (1983-1986) .................................................................................................................................... 19 
5.5.2. Dante de Oliveira (1995-2002) ............................................................................................................................. 19 
5.5.3. Blairo Maggi (2003-2010) ..................................................................................................................................... 19 
5.5.4. Silval Barbosa (2010-2014) ................................................................................................................................... 20 
5.5.5. Pedro Taques ........................................................................................................................................................ 20 
6. Divisão de Mato Grosso. .............................................................................................. 21 
7. Exercícios. .................................................................................................................... 23 
8. Considerações Finais. ................................................................................................... 41 
 
 
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00. BATE PAPO INICIAL. 
 Olá, amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente. Estudar as aulas 
anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar 
aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos, o conteúdo 
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que, para isso, é muito importante você fazer suas 
próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você 
escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua 
disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. O CORONELISMO EM MATO GROSSO. 
O coronelismo pode ser definido como o poder exercido pelos homens ricos e proprietários 
de terras. Os “coronéis” eram pessoas influentes politicamente que haviam sido agraciadas 
durante o Império com patentes da Guarda Nacional, correspondentes àquelas do Exército. Não 
eram militares, mas, coronéis civis, da Guarda Nacional. 
Um poder paramilitar passou a existir no interior da sociedade brasileira, tendo à frente a 
figura desses coronéis. Além de respeitados pelo seu poder político e econômico, mantinham 
grande contingente de homens armados, verdadeiros exércitos particulares que por eles lutavam 
nos momentos de disputa ou confronto político. Eles conseguiam carrear muitos votos, tanto para 
os cargos municipais, como para os estaduais e federais. 
A atuação do coronel na vida das comunidades era muito grande, pois ele se fazia, às vezes, 
de empregador, protetor das famílias, compadre, festeiro, juiz, enfim. Essa figura era o grande 
cacique político a quem todos respeitavam. Por esse papel, os coronéis conseguiram arregimentar 
em torno de si um número substancioso de homens dispostos a protegê-los e a lutar com armas 
para defender os seus ideais. 
Nas grandes propriedades, era comum aparecer um médico para cuidar dos trabalhadores, 
uma professora para lecionar para as crianças analfabetas, um padre para rezar missa na capela da 
propriedade, para batizar os filhos dos empregados e realizar casamentos. Tudo isso sob os 
auspícios do coronel. 
Quando muitos coronéis se reuniam em torno de um partido, formavam as oligarquias, cujo 
poder e influência extrapolavam o âmbito municipal, constituindo um real poder dentro dos 
estados. Muitas vezes, esses chefes se uniam em duplas lutando contra um terceiro. Outras vezes, 
os mesmos se desuniam e buscavam apoio em seu antigo adversário. Por isso, se torna um pouco 
difícil de compreender de que lado, exatamente, estavam, pois a cada movimento a composição 
era diferenciada. 
No Mato Grosso, o poder e a influência das oligarquias estavam concentrados em diversas 
famílias. De certa forma, havia uma divisão entre a Oligarquia do Norte, composta por usineiros e 
proprietários de terra, e a Oligarquiado Sul, formada pelos comerciantes, pecuaristas e os 
empresários do mate. Um dos maiores coronéis do Estado foi o usineiro Totó Paes de Barros. 
 
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2. ECONOMIA DE MATO GROSSO NA PRIMEIRA REPÚBLICA: USINAS DE 
AÇÚCAR E CRIAÇÃO DE GADO. 
2.1. CANA DE AÇÚCAR 
A história da cana de açúcar no Mato Grosso divide-se em dois momentos. Primeiramente, 
no século XVIII, quando o governo português interessado na mineração, proibiu a instalação dos 
engenhos. O governo alegou que a produção de aguardente trazia efeitos prejudiciais aos 
escravos, que ao invés de minerar só queriam se dedicar à fabricação da bebida. 
Os engenhos eram movidos por tração animal ou através de uma roda d’água, sendo 
encontrados em pequenas propriedades, e voltados para abastecer o mercado interno, como por 
exemplo, as Minas de Cuiabá. Localizavam-se na região da Chapada (Serra acima) e nas margens 
do rio Cuiabá. Produziam rapadura, melado, açúcar e cachaça. 
No século XIX, com o advento da Revolução Industrial, os proprietários de terras 
importaram máquinas e instalaram as primeiras usinas. Essas usinas se localizavam nas margens 
dos rios Paraguai e Cuiabá. A localização às margens dos rios deveu-se à fertilidade do solo e à 
facilidade do escoamento da produção. Naquele período, a produção era escoada pela Bacia 
Platina, para consumo no próprio Mato Grosso, em outras províncias brasileiras e em países da 
América do Sul. 
As usinas utilizavam mão de obra assalariada, baseada na produção e com tratamento 
escravista. Os proprietários das usinas eram conhecidos como “coronel” e as pessoas que 
trabalhavam nesta atividade eram chamadas de “camaradas”. 
A usina Itaici, foi a mais importante. De propriedade de Totó Paes de Barros, chegou a 
cunhar a sua própria moeda, que recebia o nome de “Tarefa”, com a qual pagava os seus 
trabalhadores. Esse fato demonstra a força política de seu proprietário, considerado um dos 
maiores coronéis da região, que chegou a ocupar o cargo de Presidente do Estado de Mato Grosso. 
Os camaradas da Itaici trabalhavam até 19 horas por dia no período das safras e eram 
castigados, humilhados pelo patrão. Na década de 1930, com ascensão de Vargas, a sorte dos 
usineiros começou a mudar. Getúlio Vargas empreendeu uma série de medidas que visavam 
destruir o poder destes coronéis. 
Uma destas medidas foi a criação do Instituto do Álcool e do Açúcar (IAA). Com o objetivo 
de financiar a produção das usinas, o governo federal estabeleceu que somente os grandes 
produtores receberiam financiamento. Como a produção estadual era pequena, os usineiros locais 
faliram. Outra medida que enfraqueceu mais ainda o poder destes produtores de açúcar foi a 
fiscalização e cobrança das leis trabalhistas implantadas por Vargas. 
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2.2. PECUÁRIA 
No século XVIII, a pecuária abastecia o mercado interno mato-grossense. O gado era criado 
solto, consequentemente era uma economia de baixa produtividade. A região que mais se 
destacou na criação do gado foi Vila Maria de Cáceres. Uma das fazendas mais importantes desse 
período foi a Fazenda Jacobina. 
No século XIX, com a Revolução Industrial, Vila Maria de Cáceres começou a se destacar 
pelo surgimento das indústrias de charque, sendo a mais importante a de Descalvado. Localizada 
às margens do Rio Paraguai, Descalvado era um saladeiro, construída com capital belga, que 
posteriormente foi vendida aos argentinos. 
O charque era escoado por meio da Bacia Platina. Na sua produção, utilizava-se mão de 
obra assalariada. No entanto, o pagamento feito ao peão geralmente era em gado. 
Durante o século XX, na Primeira República, com a construção da Estrada de Ferro Noroeste 
do Brasil, a pecuária floresceu principalmente na região sul de Mato Grosso. O gado criado no 
Mato Grosso seguia pela ferrovia até Bauru e Uberaba, onde era abatido e beneficiado. Com a 
pecuária, Corumbá se tornou local de instalação de grandes casas comerciais, em sua grande 
maioria estrangeiras. Ocorreu a valorização das terras nessa região, o aparecimento de cidades 
como Águas Claras e Três Lagoas, além do crescimento e desenvolvimento da região de Campo 
Grande, que passou a ambicionar o status de capital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. MATO GROSSO DURANTE A ERA VARGAS: POLÍTICA E ECONOMIA. 
Era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 
anos, de forma contínua (de 1930 a 1945). Esse período foi um marco na história brasileira, em 
razão das inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas. A 
Revolução de 1930 marcou o fim da República Velha e sinaliza o início da Era Vargas, composta por 
três fases sucessivas: 
 Governo Provisório -1930-1934 
 Governo Constitucional – 1934-1937 
 Estado Novo – 1937-1945 
Ao chegar ao poder em 1930, Vargas combateu as estruturas de sustentação criadas pela 
política-café-com leite. Para isso, desenvolveu uma série de mecanismos que visavam reorganizar 
o Estado. Nessa fase política, foram fechados o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas 
Estaduais e as Câmaras Municipais. 
Para governar os estados, Getúlio interveio derrubando do poder os antigos governadores 
(oligarcas), exceto em Minas Gerais, e nomeou para governar os estados, os interventores federais, 
que geralmente eram tenentes. Aos interventores federais cabia exercer o poder Executivo e o 
Legislativo, podiam deliberar posturas e atos municipais, e teriam nos estados governados por 
eles, os mesmos poderes que cabiam ao governo Provisório. 
Em Mato Grosso, Vargas destituiu do cargo de governador Aníbal de Toledo e indicou como 
interventor federal Antônio Mena Gonçalves, que tomou medidas que visavam minar o poder dos 
oligarcas, que anteriormente tinham o seu poder e interesses sustentados pela oligarquia cafeeira. 
Em Mato Grosso, a política de Mena Gonçalves afetou principalmente os usineiros, que eram 
coronéis que detinham o poder na região, pois apoiavam a oligarquia paulista. 
Mena Gonçalves não foi o único interventor federal em Mato Grosso, posteriormente, o 
presidente indicou como interventores federais para Mato Grosso, Artur Antunes Maciel e 
Leônidas de Matos. A troca de interventores cabia ao Presidente da República e a lei estabelecia 
que o interventor seria exonerado a critério do Governo Provisório. 
A mudança dos interventores demonstrava o interesse do governo Provisório pelo Estado 
de Mato Grosso. Esse cuidado estava relacionado às insatisfações dos oligarcas com as decisões do 
governo Vargas. Mena Gonçalves enfrentou uma forte reação das oligarquias, que não aceitaram 
as medidas impostas pelo interventor, e este, por sua vez, chegou a decretar a prisão de alguns 
coronéis. Assim, os coronéis, em protesto, reclamaram ao governo federal e Mena Gonçalves foi 
destituído. 
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Em 1932, Getúlio nomeou como interventor federal Artur Antunes Maciel, que recebeu a 
incumbência de conquistar a população mato-grossense ao governo getulista. Este ano foi 
bastante intranquilo para o governo getulista, pois as elites gaúcha e mineira romperam com o 
presidente, acusando-o de ditador. A situação se agravou mais ainda, quando em 9 de julho de 
1932, os paulistas iniciaram a Revolução Constitucionalista. 
Os rebeldes paulistas desejavam na verdade recuperar o poder perdido com a “Revolução 
de 1930”, embora afirmassem à população paulista, que o movimento era necessário, pois Vargas 
governava o país inconstitucionalmente. Assim a bandeira levantada pela elite paulista, para 
conseguir a adesão dos setores populares, era que a revolução tinha como objetivo dar ao Brasil 
uma constituição. 
São Paulo rompeu o movimento esperando a adesão das elites mineiras e gaúchas, mas 
estas acabaram se reconciliando com o presidente. Na realidade, São Paulo somente contou com a 
participação de um pequeno destacamento, proveniente do sul de Mato Grosso e comandado pelo 
general Bertoldo Klinger. 
O apoio do sul de Mato Grosso à causa paulista estava associado ao anseio do sul de Mato 
Grosso pela divisão do Estado. No decorrer da Revolução Constitucionalista, o sul de Mato grosso 
se separou criando o Estado do Maracaju, que foi governado pelo médico Vespasiano Martins. 
A Revolução Constitucionalista durou três meses, Getúlio levantou a suspeita do 
separatismo paulista e, com isso, conseguiu manter os outros estados ao seu lado. Sem armas e 
isolados, os paulistas não resistiram muito tempo. Após ter controlado o movimento em São Paulo, 
Vargas combateu o movimento separatista no sul de Mato Grosso e convocou eleições para 
formação de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição para o Brasil. 
Vargas pretendia garantir o domínio político na Assembleia Constituinte, pois essa 
instituição seria a responsável pela eleição do presidente, e, lógico, Vargas pretendia se candidatar. 
Assim, a participação de Mato Grosso no movimento constitucionalista levou Vargas a dar mais 
atenção aos acontecimentos políticos que ocorriam em Mato Grosso. Foi neste momento, que 
aconteceu a repressão ao Tanque Novo em Poconé. 
Na década de 1930, os moradores desse vilarejo foram alvos de uma intensa repressão 
política promovida pelo governo. Esse movimento social ocorreu em 1933, no momento em que 
Getúlio Vargas convocava as eleições para a formação de uma Assembleia Constituinte para 
elaborar uma Constituição para o país. 
Residia em Tanque Novo, Laurinda Lacerda Cintra, conhecida pelos moradores da região 
como Doninha. Segundo os habitantes do lugar, Doninha era sensitiva. Tinha visões da santa 
“Jesus Maria José”, curava as enfermidades e fazia previsões sobre o futuro. A notícia das curas de 
Doninha acabou conduzindo a essa localidade inúmeras pessoas, que vinham em busca de uma 
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solução para os seus males. Depois de curados muitos preferiram se estabelecer naquele lugar, 
surgindo assim uma comunidade fortemente influenciada por Doninha, e que tinha o seu cotidiano 
voltado para as práticas religiosas. Aos seus moradores era proibido o uso de bebidas alcoólicas e 
jogos de azar. 
Os coronéis de Poconé durante a República Oligárquica, logo enxergaram que poderiam 
obter votos na região através do apoio político de Doninha. Para isso, os coronéis ajudavam 
Doninha e sua gente com donativos. Foi usando desta artimanha que os coronéis, nas eleições de 
1930, conseguiram que a população de Poconé votasse no candidato da oligarquia paulista, Júlio 
Prestes. Assim, a vitória de Júlio Prestes demonstrou que os coronéis e a população da região eram 
oposição à Aliança Liberal, de Getúlio Vargas. 
Após a sua derrota nas urnas, a Aliança Liberal articulou um levante armado - a Revolução 
de 1930. Através desse golpe, as oligarquias dissidentes contaram com a colaboração dos 
tenentes, aniquilando definitivamente a oligarquia paulista. A seguir, Getúlio Vargas apoiado pelos 
rebeldes tomou posse na Presidência. 
Como mencionamos anteriormente, Mena Gonçalves foi indicado como o primeiro 
interventor federal do governo Vargas em Mato Grosso. Este interventor federal empreendeu 
medidas que visavam combater o poder dos coronéis. Ao iniciar a sua gestão, Artur Antunes 
seguindo a legislação que conferia aos interventores o direito de escolher os prefeitos do 
município, nomeou para a Prefeitura de Poconé, Manuel Nunes Rondon. 
Para conquistar a população de Poconé e do Tanque Novo, Artur Antunes e o prefeito 
auxiliavam financeiramente a população carente da região, e para abrigar os doentes que 
chegavam à procura de uma benção de Doninha, edificaram um barracão. Essa prática política, 
assim como a relação entre a população do Tanque Novo e as autoridades governamentais, revela 
que a comunidade de Doninha ainda não representava uma ameaça política mais efetiva ao 
governo getulista. 
Porém, os rumos dessa relação começaram a se alterar a partir de 1932. Depois de derrotar 
a Revolução Constitucionalista, Vargas combateu as forças oposicionistas e abriu as eleições para a 
escolha dos representantes que iriam compor a Assembleia Constituinte. Para a realização dessas 
eleições, o governo permitiu a formação de partidos políticos. 
Em Mato Grosso, surgiu o Partido Liberal Mato-grossense, que representava as forças 
situacionistas (apoiavam Vargas); o Partido Constitucionalista de Mato Grosso, formada pela 
oposição e o Partido da Liga Eleitoral Católica. 
O domínio de Vargas na Assembleia Constituinte era crucial para o seu continuísmo político, 
pois além de elaborar a Constituição, os constituintes iriam eleger o presidente da República. 
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Dessa maneira, o governo Vargas deu início a perseguições para garantir a vitória dos candidatos 
da situação. 
Com relação a Mato Grosso, o governo nomeou outro interventor federal - Leônidas Antero 
de Matos, que recebeu a incumbência de afastar a oposição a Vargas. O novo prefeito de Poconé - 
Antônio Correa da Costa – nomeado por Leônidas Antero de Matos na sua perseguição aos 
opositores, mandou prender Doninha e seus seguidores. Foram presos sob a acusação de serem 
baderneiros e de assaltarem fazendas nas proximidades de Poconé. 
Não havia nenhuma veracidade nas acusações, na verdade as perseguições estavam 
relacionadas às eleições para a composição da Assembleia Constituinte, pois Doninha e a 
população da região declararam que apoiavam a oposição para essas eleições, isto é, o Partido 
Constitucionalista. 
Assim, para escapar da prisão, muitos dos seus seguidores fugiram do cerco da polícia 
adentrando pelo Pantanal. Porém, Doninha foi detida e somente foi liberada quando Vargas 
garantiu a vitória do seu candidato nas eleições. Ao sair da prisão, Doninha preferiu mudar com a 
sua família para Cáceres, e viveu nesta cidade tendo visões e fazendo curas até o fim dos seus dias. 
Em 1937, sob o pretexto de impedir uma suposta conspiração golpista feita por comunistas, 
em nome da segurança nacional, Vargas dá um golpe e implanta o Estado Novo: suspende as 
eleições previstas, fecha o Congresso, proíbe os partidos políticos, outorga uma nova Constituiçãoe implanta a ditadura. 
Júlio Muller foi o interventor federal de Vargas em Mato Grosso durante o governo 
ditatorial. O seu governo foi caracterizado pela construção de obras, que visavam modernizar a 
capital de Mato Grosso. Era importante modernizar Cuiabá, uma vez que o sul reivindicava junto 
ao governo federal a transferência da capital para a cidade de Campo Grande. 
Um dos principais projetos de governo de Getúlio Vargas, após a vitoriosa Revolução de 
1930, foi o da interiorização do desenvolvimento, que se faria operar através da Marcha para 
Oeste. Vargas propôs a colonização da Amazônia e do Centro-Oeste por meio da pequena 
propriedade. 
O governo estimulou a criação de colônias agrícolas, subordinadas ao Ministério da 
Agricultura, formadas por pequenas propriedades, que deviam cultivar produtos agrícolas de largo 
consumo. Como exemplo, a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), criada em 1943. 
Com a preocupação de defender os territórios de fronteira, o governo Vargas fundou 
também as colônias militares e de fronteiras. Para criar essas colônias, o governo expropriou as 
terras da Brasil Railway, que estavam concentradas nas fronteiras de Mato Grosso e Santa Catarina 
com a Bolívia, Paraguai e Argentina. Além dessa empresa, a política de Vargas atingiu a “Brasil 
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Land”, que possuía terras em Corumbá e Cáceres e a Fomento Argentino, que acumulava terras em 
Porto Murtinho. 
Apesar de todos os esforços em defesa de uma colonização pautada na pequena 
propriedade, as propostas não avançaram em consequência das dificuldades materiais e do 
preparo dos colonos. Com o fim da ditadura de Vargas (1945), as terras destinadas à colonização 
foram redistribuídas ficando em posse de poucas pessoas. 
No âmbito da Marcha para o Oeste, o Governo Vargas organizou a Expedição Roncador-
Xingu. Além de realizar o reconhecimento oficial das áreas ocupadas pelos povos indígenas, a 
expedição tinha como objetivo mapear a região central do Brasil e abrir caminhos que a ligassem 
ao restante do País. A expedição foi coordenada pela Fundação Brasil Central (FBC), criada 
também em 1943. Seu nome foi dado em referência à Serra do Roncador, divisor de águas entre o 
rio das Mortes (Bacia do Araguaia) e o rio Xingu, no leste do Mato Grosso, e sendo também uma 
expedição que consolidava as linhas de comunicação, povoamento e colonização das áreas 
percorridas. 
Em 1943, com a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro acreditava na possibilidade 
de uma imigração europeia em direção ao interior do Brasil. Além disso, as autoridades 
governamentais viam a região do Araguaia, entre Goiás e o Mato Grosso, como o Brasil 
desconhecido, pronto a ser explorado, e consequentemente integrado ao território nacional. 
Porém, essa região desconhecida pelo homem branco era habitada por dezenas de nações 
indígenas, que possuíam uma atividade econômica voltada para suprir as necessidades do 
cotidiano. Esse imenso território, cercado pelas florestas, pelos rios abundantes, era rico em 
produtos do extrativismo vegetal e mineral, e por isso acabou despertando o interesse de 
garimpeiros, capitalistas, do governo federal e dos militares. Assim, motivado pela defesa do 
território e pelos interesses do capital, Getúlio Vargas em 1943, depois de sobrevoar a região do 
Araguaia e constatar a sua imensidão e o seu potencial econômico, anunciou à nação a criação da 
Expedição Roncador- Xingu. 
A expedição inicialmente foi comandada pelo Coronel Flaviano Vanique, e era composta por 
sertanejos recrutados na região Centro-Oeste. Em 1943, os expedicionários começam uma longa 
marcha para a região do Araguaia. Adentraram pelo território considerado como desconhecido, 
enfrentando os animais ferozes, e mantiveram o primeiro contato com os povos indígenas. Logo, o 
governo federal certificou-se que precisava arregimentar mais homens. 
Essa viagem fantástica foi noticiada pela imprensa brasileira e acabou atraindo a expedição 
dos irmãos Villas Boas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que, embora não fossem sertanejos, 
acabaram sendo aceitos pelo governo. 
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Ao entrar no Araguaia, a expedição se deparou com os índios Xavantes. Este foi o primeiro 
contato do povo xavante com o homem branco. Os xavantes se dedicavam, principalmente, À 
caça, e nesse primeiro contato ficaram bastante assustados fugindo para as matas. 
Com a posse na presidência da República de Eurico Gaspar Dutra, os irmãos Villas Boas 
assumiram a chefia da Expedição Roncador–Xingu. Sob a liderança dos Villas-Boas, a expedição 
entrou em contato com os diversos povos indígenas que habitavam aquela região. A expedição 
percorreu aproximadamente 1.500 quilômetros e, em decorrência dos seus trabalhos, vilas e 
cidades foram surgindo, campos de aviação foram construídos e mantiveram contato com 5 mil 
índios, das mais variadas etnias. 
Para atingir os seus objetivos de forma mais efetiva, a expedição se dividiu em dois grupos; 
um avançava pela selva e o outro montava os acampamentos que posteriormente deram origem 
às primeiras vilas da região. Como exemplo, podemos citar Aragarças em Goiás e Barra do Garças 
em Mato Grosso. O governo federal, para promover o povoamento dessas cidades, estimou a 
imigração. 
Os irmãos Villas Boas à medida que mantinham contatos com os povos indígenas, 
conhecendo a sua diversidade cultural, passaram a idealizar a criação do Parque Indígena do 
Xingu. A criação dessa reserva indígena somente aconteceu oficialmente em 19 de abril de 1961, 
durante a presidência de Jânio Quadros, quando o Congresso Nacional aprovou o Decreto nº 
50.455, que estabeleceu as suas fronteiras legais. 
Os irmãos acreditavam que a criação de reservas e parques indígenas seria uma proteção 
para os índios. Defendiam que a integração do índio à sociedade brasileira deveria ser lenta, para 
garantir a sobrevivência do índio e as identidades étnicas e culturais desses povos. 
Os irmãos Villas Boas estiveram à frente na direção do Parque e durante a sua 
administração organizaram um programa médico de assistência aos índios, promovendo 
vacinações para combater as epidemias que grassavam entre os índios, especialmente o sarampo. 
 Entretanto, o contato com os brancos provocou mudanças no interior das sociedades 
indígenas, como o decréscimo da produção artesanal. Outra mudança significativa foi a perda da 
autoridade dos chefes indígenas, pois o poder dos funcionários do Parque era bem maior. Apesar 
desses pontos negativos, a política de saúde pública desenvolvida na administração dos irmãos 
Villas Boas garantiu a vida de muitos índios. 
 
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3.1. AS COMUNICAÇÕES – A COMISSÃO RONDON 
A comissão Rondon teve como objetivo principal da construção das linhas telegráficas, a 
integração de Mato Grosso com o Brasil e com os países da América do Sul, facilitando a 
comunicação e a expansão do capitalismo, uma vez que era necessária a ocupação dos “espaços 
vazios”. 
Na construção das linhas telegráficas utilizou mão de obra indígena, dos presos civis 
capturados nas Revoltasda Vacina e na Chibata no Rio de Janeiro e dos soldados pobres de baixa 
patente. Além da exploração da mão de obra, esses trabalhadores enfrentaram a febre amarela, a 
varíola e outras doenças que acabaram por trazer muitas mortes durante a comissão. Tantas 
mortes não valeram nada, pois, vinte anos após sua conclusão, as linhas telegráficas foram 
abandonadas porque surge o telégrafo sem fio. 
Segundo a ideologia positivista de Rondon, os índios deveriam sair do estado de selvageria 
para atingir a civilização. Em 1909, Rondon ficou doente e foi ao Rio de Janeiro para ser tratado. Na 
capital federal, Rondon encontrou o Presidente Nilo Peçanha, que criou o Serviço de Proteção ao 
Índio (SPI), atual FUNAI. Essa instituição tinha a proposta de proteger os índios, evitando a sua 
escravidão, demarcar as suas terras e educá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. POLÍTICA FUNDIÁRIA E AS TENSÕES SOCIAIS NO CAMPO. 
O sistema de sesmarias teve seu término oficial a partir da promulgação da Lei de Terras de 
1850, que estabeleceu a compra como a única forma de aquisição de terras. Essa lei beneficiou as 
camadas mais elevadas e excluiu definitivamente os pobres do acesso às terras públicas. Eram as 
camadas endinheiradas que tinham dinheiro para comprar as terras do governo. Os homens livres 
pobres, mais uma vez, não conseguiram sequer um pedaço de terra. 
Por outro lado, a Lei de Terras estabeleceu que a legalização das posses, antes concedidas 
através das Cartas de Sesmarias, seria feita, a partir de 1850, em Cartório. Coube a essa instituição 
reconhecer e escriturar as posses adquiridas pelo antigo sistema. 
Com a Proclamação da República, especialmente após a Constituição de 1891, as terras 
devolutas passaram ao domínio dos Estados. Coube a essas unidades federativas, a 
responsabilidade pelas terras circunscritas ao seu território. 
Estudamos sobre o coronelismo em Mato Grosso. Pois bem, essa oligarquia que mandava 
em Mato Grosso, que legislava e administrava em causa própria, terminou por estabelecer uma 
concentração de terras ainda maior em suas mãos. 
A primeira lei de terras mato-grossense, de nº 24, data de 16 de novembro de 1892. Foi 
sancionada pelo então Presidente do Estado, Manuel José Murtinho, importante acionista do 
Banco Rio e Mato Grosso, um dos proprietários da Companhia Mate Laranjeira. Por essa lei, foi 
criada a Diretoria de Obras Públicas, Terras, Minas e Colonização, primeira instituição estadual 
responsável pela questão de terras em Mato Grosso. 
Seguiu-se a essa uma outra, a Lei nº 20, que regulamentou a transformação das antigas 
Cartas de Sesmarias, em títulos de propriedade de terra. Seriam consideradas passíveis de 
legitimação as sesmarias nas quais estivessem edificadas casas, engenhos e que houvesse, 
comprovadamente, criação de gado e lavoura. Sem essas condições, as terras deveriam voltar para 
o Estado de Mato Grosso. Nesse movimento, o governo estadual concedeu aqueles que 
conseguiram escriturar as suas posses a possibilidade de reivindicar terrenos contíguos as mesmas, 
desde que fossem devolutos. Prerrogativa que veio a favorecer aos já latifundiários, pois as 
sesmarias eram imensas e anexando novas terras, tornaram-se ainda mais extensas. 
Além das terras legalizadas, o governo de Mato Grosso implementou um vigoroso processo 
de venda de terras devolutas a partir de 1893. Os compradores eram pessoas de posse, indivíduos 
que, ou já detinham propriedades ou, ainda, desejando alterar os rumos das aplicações 
financeiras, apostavam na aquisição de terras como investimento. 
Em 1927, um novo regulamento de terras passou a vigorar no Estado do Mato Grosso. A 
norma implementou um maior rigor na regularização das terras, através da atuação de medidores 
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e demarcadores nomeados pelos organismos oficiais. Isso foi feito no sentido de coibir os 
constantes abusos ocorridos por ocasião de legalizações fundiárias. Da mesma forma, essa lei 
contribuiu para melhor regulamentar as terras devolutas, públicas e as propriedades particulares. 
Por meio da Lei nº 336 de 6/12/1949, Mato Grosso teve o seu primeiro Código de Terras. 
Por ele, intensificou-se ainda mais, a questão da venda de terras devolutas, assim como foi 
aperfeiçoada a ação dos medidores e demarcadores a serviço do Estado. 
No entanto, o Código foi modificado em 1951, pelo governador Fernando Côrrea da Costa. 
Imbuído da ideia de que o território mato-grossense ainda estava pontilhado com imensos “vazios 
populacionais”, alterou a legislação no sentido de facilitar o processo de venda de terras devolutas. 
Obviamente, a concepção de “vazios populacionais” não considerava que muitas dessas terras 
eram habitadas pelas populações indígenas. 
No entendimento desse governador, a corrente migratória seria a salvação de Mato Grosso. 
No seu governo, teve início a atuação de empresas particulares de colonização. 
A criação da Superintendência do Plano de Valorização da Amazônia (SPVEA), em 1953, 
contribuiu para aumentar ainda mais o interesse pelas terras mato-grossenses. A SPVEA objetivava 
a apropriação dos recursos naturais da Amazônia Legal, riquezas naturais e minerais. Para isso, era 
essencial que as populações dessa região incorporassem as modernas tecnologias para processar o 
extrativismo, a fim de que o fruto do seu trabalho se mostrasse lucrativo. Isso significava que a 
maioria da população rural amazônica, utilizava recursos arcaicos. Na ótica do plano da SPVEA, os 
índios e caboclos eram considerados atrasados e pouco produtivos. O ano de 1954 marcou um 
incremento vertiginoso na compra de terras. As vendas indiscriminadas das terras mato-
grossenses e amazônicas se intensificaram a partir do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek 
(1956-1960). Esse plano se assentava num maior estímulo a industrialização nacional, através da 
substituição de importações. 
Para que o Brasil conseguisse exportar sua produção, grandes artérias rodoviárias rasgariam 
o Centro-Oeste em direção à Amazônia, como foi o caso da rodovia Belém-Brasília. No entanto, 
Mato Grosso, a Amazônia e todo o norte brasileiro não conseguiram se industrializar. Continuaram 
a desempenhar o papel de meros fornecedores de matérias-primas. 
O Sudeste, ao contrário, ganhou impulso industrial. O caminho para a interiorização de sua 
produção determinou a abertura de estradas de rodagem que, dessa região, atingissem o Centro-
Oeste, visto como consumidor de produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas. Com 
isso, abriram-se dois importantes caminhos para se chegar ao Mato Grosso: Pelo Nordeste e pelo 
Sudeste. Os caminhos abertos colaboraram para que migrantes dessas regiões se dirigissem 
espontaneamente para o Estado, cuja população teve um aumento significativo. 
Apesar do conclamo de todos os presidentes e governadores de Mato Grosso, as corrupções 
e ilegalidades na venda das terras não sofreram qualquer alteração substantiva. Moralmente 
desacreditado, o Departamento de Terras e Colonização foi extinto em 1966, no governo de Pedro 
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Pedrossian. Em substituição ao órgão extinto, no mesmo ano, foi criada a Comissão de 
Desenvolvimento do Fundo de Planejamento. 
 Para legitimar a propriedade das terras mato-grossenses foi criada, em 1970, a Companhia 
de Desenvolvimento do Estado do Mato Grosso (CODEMAT). Já em 1972, o governo estadual 
criou a Comissão Especial de Terras, com a finalidade de organizar e sistematizar os documentos 
relativos às propriedades de terra e às terras da União. No mesmo ato que instituiu a Comissão, foi 
criado o Departamento de Geografia e Geologia, incumbido da formulação de políticas agrárias, 
pela colonização e cadastramento das posses. 
 Na década de 1970, o Governo Federal lançou vários programas de ocupação e colonização 
da Amazônia Legal. Esses projetos e programas de colonização estimularam a vinda de grande leva 
de migrantes para Mato Grosso, advindos das mais diversas regiões brasileiras. Os programas 
estimularam a entrada do grande capital, com capacidade de investir na produção rural, mantendo 
grandes empreendimentos nas áreas de agricultura e pecuária. 
O Plano de Integração Nacional (PIN) foi lançado em 1970. Promoveu a vinda de migrantes, 
especialmente nordestinos para a faixa de terra que, por 10 km, margeava as principais rodovias: 
Transamazônica (BR-230) e Cuiabá-Santarém (BR-163), sob a coordenação do INCRA. Essa faixa foi 
aumentada de 10 km para 100 km, em 1971, pelo Programa de Redistribuição de Terras e 
Estímulo a Agroindústria (PROTERRA), destinado a fixação dos pequenos agricultores. 
 A integração amazônica foi continuada com o lançamento do Programa de 
Desenvolvimento do Centro-Oeste (PRODOESTE) em 1971 e pelo PIN II em 1974. Esses programas 
abrangeram um número bem maior de rodovias, seis: BR-070, BR-163, BR-262, BR-364, BR-376 e 
BR-463. São rodovias que interligam Mato Grosso e o atual Mato Grosso do Sul às principais 
capitas do país. 
 Para atender às novas exigências produtivas do Centro-Oeste e Amazônia, o Governo 
Federal criou programas regionalizados. Tinham como objetivos estimular e assegurar a 
permanência dos habitantes nos espaços abertos à colonização, estimulando o seu 
desenvolvimento. Assim, foram criados o Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da 
Amazônia (POLAMAZÔNIA), Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO), 
Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil (POLONOROESTE) e o Programa de 
Desenvolvimento do Pantanal (PRODEPAN). Por outro lado, o governo de Mato Grosso criou o 
Programa de Incentivo à Produção de Borracha Vegetal (PROBOR), objetivando incentivar a 
extração do látex e replantio dos seringais no Estado. 
 Para dar conta da regulamentação das terras integradas, o governo de Mato Grosso criou, 
em 1975, o Instituto de Terras de Mato Grosso – INTERMAT, assumindo as atribuições de extinto 
Departamento de Geografia e Geologia. 
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5. OS GOVERNADORES ESTADUAIS E SUAS REALIZAÇÕES. 
5.1. OS INTERVENTORES - GOVERNO VARGAS (1930-1945). 
 Ao subir ao poder, Getúlio Vargas procurou combater as estruturas de sustentação criadas 
pela política-café-com leite e, para isso, desenvolveu uma série de mecanismos que visavam 
reorganizar o Estado. Nessa fase política, foram fechados o Congresso Nacional, as Assembleias 
Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais. 
 Para governar os estados, Vargas interveio derrubando do poder os antigos governadores 
(oligarcas), exceto em Minas Gerais, e nomeou interventores federais para governá-los. Em Mato 
Grosso, Vargas destituiu do cargo de governador Aníbal de Toledo e indicou como interventor 
federal Antônio Mena Gonçalves. O interventor tomou medidas que visavam minar o poder dos 
oligarcas, que anteriormente tinham o seu poder e interesses sustentados pela oligarquia cafeeira. 
 Mena Gonçalves enfrentou uma forte reação das oligarquias, que não aceitaram as medidas 
impostas pelo interventor, e este por sua vez chegou a decretar a prisão de alguns coronéis. Assim, 
os coronéis, em protesto, reclamaram ao governo federal e Mena Gonçalves foi destituído. 
 Em 1931, Vargas nomeou como interventor federal Artur Antunes Maciel, que recebeu a 
incumbência de conquistar a população mato-grossense ao governo getulista. Este ano foi 
bastante intranquilo para o governo getulista, pois as elites gaúcha e mineira romperam com o 
presidente, acusando-o de ditador. A situação se agravou mais ainda, quando em 9 de julho de 
1932, os paulistas iniciaram a Revolução Constitucionalista. 
 Os rebeldes paulistas desejavam, na verdade, recuperar o poder perdido com a “Revolução 
de 1930”, embora afirmassem à população paulista, que o movimento era necessário, pois Vargas 
governava o país inconstitucionalmente. Assim, a bandeira levantada pela elite paulista, para 
conseguir a adesão dos setores populares era que a revolução tinha como objetivo dar ao Brasil 
uma constituição. 
 São Paulo rompeu o movimento esperando a adesão das elites mineira e gaúcha, mas estas 
acabaram se reconciliando com o presidente. Na realidade, São Paulo somente contou com a 
participação de um pequeno destacamento, proveniente do sul de Mato Grosso e comandado pelo 
general Bertoldo Klinger. 
 O apoio do sul de Mato Grosso à causa paulista estava associado ao anseio da região pela 
divisão do Estado. No decorrer da Revolução Constitucionalista, o sul de Mato Grosso se separou 
criando o Estado do Maracaju, que foi governado pelo médico Vespasiano Martins. 
 A Revolução Constitucionalista durou três meses, Getúlio levantou a suspeita do 
separatismo paulista e, com isso, conseguiu manter os outros estados a seu lado. Sem armas e 
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isolados, os paulistas não resistiram muito tempo. Após ter controlado o movimento em São Paulo, 
Vargas combateu o movimento separatista no sul de Mato Grosso e convocou eleições para 
formação de uma assembleia constituinte para elaborar uma constituição para o Brasil. 
 
5.2. TANQUE NOVO 
 Logo no início do seu governo, Artur Antunes Maciel se viu envolvido em um episódio que 
lhe valeu o desagrado da comunidade de Poconé. O interventor desejava que a comunidade 
aderisse aos ideais varguistas. Os poconeanos haviam se manifestado a favor da 
constitucionalização do país e contrários a Vargas. O episódio de Tanque Novo – protagonizado 
por Laurinda Lacerda Cintra, conhecida como “Doninha” – foi o pivô do conflito entre os “prós” e 
os “contra” Vargas. 
 Esse episódio teve como território de luta a comunidade de Tanque Novo, local onde residia 
Doninha. Ela afirmava ter visões de uma santa chamada “Jesus Maria José” e por isso atraia muitas 
pessoas que ali chegavam em busca de curas e conselhos. 
 No embate entre as duas forças políticas, esse arraial foi atacado e sua população se armou 
em defesa do território. Porém, as forças favoráveis a Vargas venceram, resultando na prisão 
temporária de Doninha. 
 
5.3. JÚLIO MÜLLER (1937-1945) 
O governo de Júlio Müller foi caracterizado pela construção de obras, que visavam 
modernizar a capital de Mato Grosso. 
Principais obras construídas na sua gestão: 
 Residência dos governadores, Tesouro do Estado, Palácio Arquiepiscopal, Clube 
Feminino, Cine Teatro Cuiabá e Grande Hotel; 
 Ponte “Júlio Müller” sobre o rio Cuiabá; 
 Abertura de ruas e novas avenidas, a exemplo da Rua Joaquim Murtinho e Avenida 
Getúlio Vargas; Estação de Tratamento de Água, na Rua Presidente Marques; e 
 Fundação do Liceu Cuiabano. 
 
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5.4. DO FIM DO ESTADO NOVO A DITADURA MILITAR. 
5.4.1. Arnaldo Estevão de Figueiredo (1947-1950) 
 Primeiro governante estadual eleito após o fim do Estado Novo de Vargas. Seu governo 
estava assentado no binômio transporte e colonização. Tendo por base um estudo realizado pela 
Assembleia Legislativa sobre a capacidade econômica de Mato Grosso, abriu o processo de 
colonização, atraindo para o Estado uma grande leva de migrantes. 
 
5.4.2. Fernando Corrêa da Costa (1951-1956 e 1961-1966) 
 Governou o Estado por dois mandatos. O seu primeiro governo foi marcado pela reforma da 
administração pública, visando sua modernização e agilização. Durante o seu governo, foi 
construída a Usina Hidrelétrica de Casca II. 
 No seu segundo governo, deu início à construção da Usina Hidrelétrica de Casca III. 
 
5.4.3. João Ponce de Arruda (1956-1961) 
 O seu governo teve como meta prioritária a construção de estradas, executando a extensão 
de longos trechos rodoviários, interligando cidades do norte e do sul do Mato Grosso. Investiu na 
construção e reconstrução de pontes. Construiu o Palácio Alencastro, sede do Governo Estadual, 
projetado na Praça Alencastro e que hoje sedia a Prefeitura Municipal de Cuiabá. 
 
5.4.4. Pedro Pedrossian (1966-1971) 
 Em sua gestão foi criado o Instituto de Ciências e Letras, integrado por diversos cursos. As 
rodovias mereceram atenção, ocasião em que foram construídas as estradas vicinais, interligadas 
às rodovias maiores. 
 
5.4.5. José Fragelli (1971-1975) 
 Construiu o Colégio Presidente Médici e o Centro Político-Administrativo do Estado. 
 
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5.4.6. José Garcia Neto (1975-1978) 
 No seu governo ocorreu a divisão do Estado do Mato Grosso, com a criação do Mato Grosso 
do Sul. Criou a Fundação de Promoção Social (PROSOL) e implantou o Centro de Reabilitação Dom 
Aquino Corrêa, instituição que trata gratuitamente dos deficientes físicos. 
 
5.4.7. Frederico Campos (1979-1983) 
 Foi o último governador eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, no período da 
ditadura militar. 
 
5.5. PERÍODO DEMOCRÁTICO 
5.5.1. Júlio Campos (1983-1986) 
 Eleito em 15 de novembro de 1982 pelo voto direto, o primeiro após o regime militar. 
 
5.5.2. Dante de Oliveira (1995-2002) 
 Foi o primeiro governador do Mato Grosso a ser reeleito. Ficou nacionalmente conhecido 
em 1983, por ser autor da emenda constitucional das eleições diretas para presidente da 
república: Diretas Já! 
 
5.5.3. Blairo Maggi (2003-2010) 
 Investiu na pavimentação das rodovias. Em parceira com o setor privado, asfaltou centenas 
de quilômetros de rodovias estaduais. Em 2005, foi contemplado com o antiprêmio Motosserra de 
Ouro - criado pela ONG ambientalista Greenpeace - por sua relevante contribuição ao 
desmatamento e à destruição da Floresta Amazônica. Em 2008, Maggi criou o programa 
denominado MT Legal, com a finalidade de promover o licenciamento ambiental e o uso de 
tecnologias de controle do uso do solo, preservar o meio ambiente e reduzir o passivo ambiental 
do Estado. 
 
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5.5.4. Silval Barbosa (2010-2014) 
 Enfrentou muitas dificuldades como governador, com a população reclamando da falta de 
estrutura em hospitais, segurança e educação. No seu mandato, Cuiabá foi uma das sedes da Copa 
do Mundo de 2014. Também concluiu as obras da Arena Pantanal, estádio que sediou jogos da 
Copa do Mundo. No entanto, houve um atraso generalizado nas obras da Copa, muitas não ficando 
prontas na época do evento, cujo caso mais notório é o do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). 
 
5.5.5. Pedro Taques 
 Assumiu o mandato de governador em 1º de janeiro de 2015. Foi eleito em primeiro turno. 
Em 2010, foi eleito para Senador da República. Antes de entrar na vida pública, foi Procurador do 
Ministério Público Federal. 
 Uma das primeiras medidas do novo governador foi a redução do número de secretarias, de 
24 para 19 e o anúncio de extinção de dois mil cargos em comissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. DIVISÃO DE MATO GROSSO. 
Durante a gestão do Presidente Ernesto Geisel foi promulgada a Lei Complementar nº 31, 
no dia 31 de outubro de 1977, que estabeleceu a divisão do Estado de Mato Grosso. Manteve-se o 
Estado de Mato Grosso e foi criado o atual Estado de Mato Grosso do Sul. 
Os primeiros sintomas do separatismo ocorreram em 1892, durante a crise política que 
abateu o governo republicano com a renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca. A crise também 
se abateu sobre o Mato Grosso com a deposição do governador Manoel Murtinho e a subida ao 
poder de Benedito Pereira Leite. Foi nesse momento em que, no sul de Mato Grosso, em Corumbá, 
o coronel João da Silva Barbosa instituiu o Estado Livre de Mato Grosso ou República 
Transatlântica. Ao retornar à presidência do Estado, Manoel Murtinho anulou as decisões políticas 
tomadas pelo coronel Barbosa e decretou o fim da República Transatlântica. 
Ainda no final deste século, Barros Cassal e João Caetano Muzzi fundaram o Partido 
Autonomista, simbolizado pelas cores azul e branco. Em 1907, Generoso Ponce tomou posse no 
governo do Estado e de imediato teve que enfrentar novamente uma onda de movimentos 
separatistas no sul de Mato Grosso. Esses movimentos separatistas contavam com o apoio da 
Mate Laranjeira. 
Em 1932, o Presidente Getúlio Vargas enfrentou os paulistas na Revolução 
Constitucionalista. Os rebeldes paulistas alegavam que lutavam pela constitucionalização do país. 
A notícia da revolução dividiu a opinião pública em todo o país. 
Em Mato Grosso, o norte se manteve fiel ao governo getulista, enquanto que o sul preferiu 
apoiar os paulistas na luta contra Vargas. Para isso, o sul enviou a São Paulo um pequeno 
destacamento militar liderado por Bertholdo Klinger. Além disso, decretaram no sul a criação do 
Estado de Maracaju, novamente declarando-se independentes de Mato Grosso. 
O Estado de Maracaju tinha como sede do governo, Campo Grande, e como governador, o 
médico Vespasiano Barbosa Martins. Teve uma curta duração, somente três meses, pois assim que 
Vargas aniquilou a Revolução Constitucionalista, tropas foram enviadas ao sul de Mato Grosso para 
conter os movimentos separatistas. 
O movimento de 1932 foi abafado, porém, deixou mais evidente as diferenças entre o norte 
e o sul, mesmo derrotados os sulistas continuaram a sonhar com o separatismo. Em 1934, 
Vespasiano Martins retomou a luta pela divisão fundando a Liga Sul Mato-grossense, e através de 
manifestos ao Congresso Nacional Constituinte, os sulistas pediram ao Governo Federal a criação 
“de um território federal ou estado autônomo, na região sul deMato Grosso abrangendo os 
municípios de Sant’Ana, Três Lagoas, Coxim, Campo Grande, Aquidauana, Miranda, Porto 
Murtinho, Bela Vista, Nioac, Entre-Rios, Maracaju e Ponta Porã”. 
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Ao final da ditadura de Vargas, o movimento no sul favorável à divisão se reascendeu. 
Vespasiano Martins foi eleito em 1945 pelo sul, ao Senado. Dessa forma, os sulistas retomaram a 
luta pela divisão. Observava-se no Congresso Nacional uma divisão no tocante a esse problema: os 
políticos sulistas defendiam a separação, enquanto que os políticos que representavam Cuiabá 
tentavam abafar o separatismo. 
Ao final dos anos 50, no sul de Mato Grosso, uma caravana percorreu toda a região 
buscando apoio de mais pessoas à causa separatista. Esse movimento tinha como sigla MDM 
(Movimento Divisionista de Mato Grosso) e possuía como slogan “Dividir para multiplicar”. Esse 
movimento foi revelado a todo país através dos meios de comunicação ganhando repercussão 
nacional, mas, mesmo assim a divisão não aconteceu. 
No início dos anos 1960, Jânio Quadros tomou posse na Presidência da República. O novo 
presidente era natural de Corumbá, e com isso, os sulistas tentaram mais uma vez a divisão do 
Estado, contudo, viram o seu pedido negado. Entretanto não desistiram, e em 1963, na cidade de 
Corumbá reuniram-se no III Congresso dos Municípios de Mato Grosso. Durante a realização do 
Congresso, os sulistas elaboraram um documento pedindo a criação do Estado do Mato Grosso do 
Sul, mas novamente o pedido foi recusado. 
Em 1964, com a implantação da Ditadura Militar, os separatistas tiveram as suas vozes 
silenciadas. Porém, no início da década de 70, com o interesse dos militares em integrar a região 
Amazônica ao capitalismo, os sulistas encontraram espaço político para defender a divisão. 
Em 1977, o governo Geisel interessado na integração nacional e no crescimento econômico 
do país, determinou a divisão do Mato Grosso. Ficou estabelecido que o novo Estado criado ao sul 
receberia o nome de Campo Grande. Essa decisão, no entanto, acabou provocando protestos no 
sul do Estado. Assim a União resolveu então denominá-lo de Mato Grosso do Sul, e escolheu como 
capital a cidade de Campo Grande. Neste ano, governava Mato Grosso, José Garcia Neto (PDS). 
Depois da divisão, o governo do Estado foi exercido por Cássio Leite de Barros. No entanto, 
a divisão do Estado somente foi efetivada em 1979, sendo eleito como primeiro governador pós-
divisão, Frederico Carlos Soares de Campos. 
Os sulistas, para concretizarem a divisão do Estado, apresentaram ao Governo Federal, as 
seguintes justificativas: 
 O poder político era exercido por cuiabanos. 
 O dinheiro arrecadado no Estado era maior no sul, no entanto, os benefícios ficavam 
principalmente na capital Cuiabá. 
 Os empregos públicos eram ocupados por cuiabanos. 
 O norte e o sul eram diferentes tanto na história como na cultura e também nas 
influências. 
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7. EXERCÍCIOS. 
 
1. (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR) 
O estabelecimento da República, a bem da verdade, o estabelecimento da Federação, 
permitiu que as diversas oligarquias ascendessem ao poder, no âmbito regional, assumindo o 
controle da máquina administrativa, em particular, da fiscalidade, construindo mecanismos 
para sua eternização no poder. 
MONTEIRO, Hamilton de Mattos. Da República velha ao Estado novo: o aprofundamento do 
regionalismo e a crise do modelo regional. In: LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do 
Brasil: da colonização portuguesa à modernização autoritária. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
1990. p. 302. 
O texto refere-se ao sistema de mando denominado: 
A) Coronelista. 
B) Federalista. 
C) Municipalista. 
D) Imperialista. 
E) Patrimonialista. 
Comentários 
O texto se refere às oligarquias que ascenderam ao poder com o estabelecimento da República. 
Ora, na República Velha, as oligarquias que dominavam a política e a vida econômica e social nos 
estados eram as dos “coronéis”. 
Gabarito: A 
2. (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) 
Durante o governo de José Fragelli, Mato Grosso sofreu os efeitos de uma importante política 
pública de abrangência nacional promovida pelos governos militares, responsável pela 
transformação do perfil socioeconômico do Estado. Assinale a alternativa que apresenta 
efeito dessa política pública no Estado. 
A) Implantação de uma unidade do Departamento de Operações Especiais como instrumento 
de prevenção à guerrilha rural. 
B) Criação de uma rede flúvio-aéreo-terrestre de transporte de cargas como estratégia para 
assegurar o desenvolvimento econômico do Estado. 
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C) Criação de uma rede educacional de ensino superior, médio e fundamental para lastrear o 
desenvolvimento do Estado. 
D) Estímulo aos projetos de colonização e agropecuários em diferentes pontos do Estado. 
Comentários 
José Fragelli governou Mato Grosso no período 1971-9175. A importante política pública de 
abrangência nacional, promovida pelos governos militares, que transformou o perfil 
socioeconômico do Estado foi a expansão da fronteira agrícola brasileira. Essa política se deu por 
meio de programas de colonização e obras de infraestrutura, como a abertura de estradas. 
Gabarito: D 
3. (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) 
Movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, 
que culminou com a deposição de Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito 
Júlio Prestes pondo fim à República Velha. De qual movimento trata o texto? 
A) Revolução Constitucionalista de 1932 que depôs Vargas. 
B) República do Café com Leite que levou Minas Gerais à vitória contra São Paulo. 
C) Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas a assumir um governo provisório. 
D) Intentona Comunista que levou Luís Carlos Prestes e o PCB à luta contra Washington Luís. 
Comentários 
Muito fácil pessoal. Sabemos que o movimento que pôs fim à República Velha foi a Revolução de 
1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assumindo o Governo Provisório (1930-1934). 
Gabarito: C 
4. (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) 
A lei complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977, determinou o desmembramento do 
estado de Mato Grosso em duas unidades federativas. 
Assinale a alternativa correta que apresenta uma das razões oficiais para o ato citado. 
A) As constantes manifestações dos trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem 
Terra (MST), que exigiam a imediata reforma agrária, preocupavam os fazendeiros no 
extremo norte do Estado. 
B) O fortalecimento da aliança entre o empresariado e a classe produtora de grãos. 
C) As constantes invasões pelas comunidades indígenas às fazendas situadas nas 
proximidades do Parque Nacional do Xingu, gerando tensão permanente com os colonos da 
região. 
D) Intensificação da violenta disputa entre os grupos oligárquicos pelo controle da vida 
política local. 
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E) A reorganização do espaço geográfico era fundamental, a fim de possibilitar melhor 
administração e exploração econômica, pois o Estado apresentava uma extensa área e 
grande diversidade ecológica e econômica. 
Comentários 
O Estado de Mato Grosso tinha uma área extensa, de grande diversidade ecológica e econômica. O 
Presidente Geisel, que decretou a divisão, acreditava que a reorganização do espaço geográfico era 
fundamental, a fim de possibilitar melhor administração e exploração econômica. 
Gabarito: E 
5. (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) 
Sobre as eleições em Mato Grosso, durante a Primeira República (1889-1930), assinale a 
alternativa correta. 
A) As eleições eram acompanhadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, o que impedia fraude. 
B) A força do movimento operário garantiu a eleição de candidatos, representando as 
diferentes categorias de trabalhadores. 
C) O voto no Estado era controlado pelos coronéis, geralmente proprietários de terra. 
D) As eleições transcorriam em perfeita ordem, garantindo a independência do voto. 
E) A ausência de violência durante as eleições permitia a livre manifestação do eleitor 
durante o pleito. 
Comentários 
Durante a República Velha, no Brasil e também em Mato Grosso, os coronéis tinham um domínio 
sobre suas terras e influência sobre algumas regiões. O domínio dos coronéis sobre suas terras 
permitiu com que eles controlassem os eleitores em seus currais eleitorais, que eram regiões 
controladas politicamente pelos coronéis, para que esses eleitores sempre votassem nos 
candidatos impostos pelo coronel. Esse tipo de voto era conhecido como voto de cabresto. 
Os jagunços controlavam os votos através da coerção física. Dessa maneira, os eleitores que 
fossem contra a aspiração do coronel, eram punidos, com perda de trabalho ou até mesmo sendo 
vítimas de homicídio. Para controlar os votos, os coronéis também fraudavam as votações, 
alterando votos, sumindo com as urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. 
Essa prática consistia em falsificar documentos para que os eleitores pudessem votar várias vezes e 
até mesmo utilizar nomes de falecidos nas eleições. 
Gabarito: C 
6. (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR) 
“... uma das grandes tarefas assumidas por todos os governos republicanos, desde a 
Proclamação, foi a de produzir a unificação territorial e cultural do país e de seu povo... 
Assim, um verdadeiro arsenal de políticas públicas foi sendo mobilizado, ao longo do período 
republicano, para que o arquipélago se transformasse em continente ou, como queriam 
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alguns, para que o Brasil efetivamente deixasse de ser um gigante adormecido, e acordasse 
para o futuro.” 
(FREIRE, A. et al. (coord.), A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.) 
Uma das políticas públicas republicanas empreendidas com o objetivo de promover a 
integração e o desenvolvimento do estado de Mato Grosso foi: 
A) a formação de várias colônias de imigrantes na parte norte do estado com o objetivo de 
absorver o grande contingente de japoneses chegados ao Brasil no período pós-Segunda 
Guerra; 
B) a criação de várias empresas de navegação fluvial, subvencionadas pelo Governo Federal, 
com o objetivo de promover a integração do estado com o resto do país, conforme previsto 
no Plano de Metas elaborado para o Governo Juscelino Kubitscheck; 
C) a instalação de um polo siderúrgico no extremo norte, com ampla participação do capital 
estadunidense, para promover o desenvolvimento da indústria de base no país, meta 
prioritária do Governo de Getúlio Vargas; 
D) a aplicação, na década de 70, de uma política de ocupação e desenvolvimento através da 
instalação de núcleos de colonos à beira de rodovias conforme previa o Plano de Integração 
Nacional; 
E) a desapropriação, na década de 40, de antigas fazendas de cana-de-açúcar, para promover 
a reforma agrária através da concessão de lotes de terra aos retirantes nordestinos, que 
deveriam desenvolver uma agricultura alimentar voltada para o mercado externo. 
Comentários 
Na década de 1970, o Governo Federal lançou vários programas de ocupação e colonização da 
Amazônia Legal. Um desses programas foi o Plano de Integração Nacional (PIN), que promoveu a 
vinda de migrantes para a faixa de terra que, por 10 km, margeava as principais rodovias: 
Transamazônica (BR-230) e Cuiabá-Santarém (BR-163), sob a coordenação do INCRA. 
Gabarito: D 
7. (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Nas primeiras duas décadas da República em Mato Grosso, ocorreram intensas disputas 
políticas, tendo como marca o fenômeno do coronelismo. É característico desse processo. 
A) Ausência de violência nas disputas políticas e solução das divergências por intermédio de 
acordos e alianças. 
B) Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias estavam concentradas nas mãos de 
diversas famílias, que ora se uniam, ora se separavam, de acordo com seus interesses. 
C) O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para que os governantes pudessem 
levar a contento os seus projetos, uma vez que esses se negavam a afirmar alianças e 
compromissos. 
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D) As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o usineiro Totó Paes, foram marcadas 
pela cordialidade e alto nível, chegando sempre a um entendimento aceito por todos. 
E) A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato Grosso significou o predomínio de 
uma das frações oligárquicas na disputa conhecida como “Caetanada”. 
Comentários 
No Mato Grosso, o poder e a influência das oligarquias estavam concentrados em diversas famílias. 
De uma certa forma, havia uma divisão entre a Oligarquia do Norte, composta por usineiros e 
proprietários de terra, e a Oligarquia do Sul, formada pelos comerciantes, pecuaristas e os 
empresários do mate. Um dos maiores coronéis do Estado foi o usineiro Totó Paes de Barros. 
Gabarito: B 
8. (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Com a Revolução de 1930 e a chegada ao poder de Getúlio Vargas, o Brasil ganhou uma nova 
configuração política. Em relação a este período em Mato Grosso, não se pode afirmar. 
A) As ações repressivas tomadas pelo primeiro interventor em Mato Grosso, Antonino Mena 
Gonçalves, foram bem recebidas pela oligarquia agrária do Estado. 
B) A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger, 
aderiu à Revolução Constitucionalista de 1932, encabeçada por São Paulo, arregimentando 
tropas e enviando-as para o conflito. 
C) A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de Mato Grosso à Revolução 
Constitucionalista de 1932 teve como consequência a formação de um governo 
independente de Cuiabá, gerando assim uma dualidade governativa. 
D) O governo do interventor Júlio Müller foi marcado por obras que mudaram a paisagem 
urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a construção do Cine Teatro Cuiabá, do Grande Hotel 
e da Avenida Getúlio Vargas. 
E) A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas, visava ocupar extensas 
áreas de terras do oeste brasileiro, processo este, que resultou na formação de cidades na 
região sul do Estado de Mato Grosso. 
Comentários 
A) Correto. As ações repressivas tomadas peloprimeiro interventor em Mato Grosso, Antonino 
Mena Gonçalves, NÃO foram bem recebidas pela oligarquia agrária do Estado. Tanto é que, os 
coronéis protestaram junto ao Governo Federal, que substituiu o interventor apenas 5 meses após 
a sua nomeação. 
B) Incorreto. Foi o que aconteceu. A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o comando do 
general Bertoldo Klinger, aderiu à Revolução Constitucionalista de 1932, encabeçada por São 
Paulo, arregimentando tropas e enviando-as para o conflito. 
C) Incorreto. Foi o que aconteceu. A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de Mato Grosso 
à Revolução Constitucionalista de 1932 teve como consequência a formação de um governo 
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independente de Cuiabá, gerando assim uma dualidade governativa. O sul passou a ser governado 
por Vespasiano Barbosa Martins, que era contra Vargas, o norte continuou sendo governado por 
Leônidas Antero de Matos (pró-Vargas). 
D) Incorreto. O governo do interventor Júlio Müller foi marcado por obras que mudaram a 
paisagem urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a construção do Cine Teatro Cuiabá, do Grande 
Hotel e da Avenida Getúlio Vargas. 
E) Incorreto. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas, visava ocupar 
extensas áreas de terras do oeste brasileiro, processo este, que resultou na formação de cidades 
na região sul do Estado de Mato Grosso. 
Gabarito: A 
9. (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Em relação à história do movimento que levou ao processo de divisão do Estado de Mato 
Grosso, é correto afirmar. 
A) A divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato Grosso do Sul foram 
resultado de um processo democrático desenvolvido durante o governo do general Ernesto 
Geisel. 
B) Antes da decisão do presidente Ernesto Geisel, de dividir o Estado de Mato Grosso essa 
questão não havia sido objeto de debates, ações e disputas entre lideranças políticas das 
regiões sul e norte do Estado. 
C) Essa cisão territorial representou a concretização de lutas históricas, defendidas por 
lideranças políticas do sul de Mato Grosso, que remontam ao final do século XIX. 
D) A divisão não foi um processo tranquilo porque as lideranças políticas de Cuiabá e Campo 
Grande tinham interesses e objetivos comuns. 
E) Os dois Estados, resultantes da divisão, tiveram seu desenvolvimento econômico e 
populacional comprometidos por aquele processo. 
Comentários 
A divisão de Mato Grosso, com a criação do Mato Grosso do Sul ocorreu em 11 de outubro de 
1977. Essa cisão territorial representou a concretização de lutas históricas, defendidas por 
lideranças políticas do sul de Mato Grosso. A origem da luta pela divisão remonta ao final do 
século XIX, quando o coronel João da Silva Barbosa instituiu em Corumbá, o Estado Livre de Mato 
Grosso ou República Transatlântica. 
Gabarito: C 
10. (UFMT/DETRAN/2015 – AGENTE FISCAL DE TRÂNSITO) 
Leia atentamente o artigo primeiro do Decreto-Lei N.º 1.164, de 1º de abril de 1971. 
São declaradas indispensáveis à segurança e ao desenvolvimento nacionais, na região da 
Amazônia Legal, definida no artigo 2º da Lei nº 5.173, de 27 de outubro de 1966, as terras 
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devolutas situadas na faixa de cem (100) quilômetros de largura, em cada lado do eixo das 
seguintes rodovias, já construídas, em construção ou projeto (BRASIL, 1971). 
O referido artigo está sucedido de uma longa lista das rodovias federais construídas, em 
construção ou projetadas pelo Governo Federal no momento de sua publicação. Com base 
nessas informações, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Esse decreto-lei não teve qualquer impacto sobre o estado de Mato Grosso. 
( ) Esse decreto-lei transferiu para a competência da União parte significativa das terras 
devolutas do território mato-grossense. 
( ) A elite política mato-grossense contestou tal medida evitando perder a competência 
sobre as referidas terras devolutas. 
( ) Nessas terras devolutas em Mato Grosso, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária 
(INCRA) aprovou dezenas de projetos de colonização. 
Assinale a sequência correta. 
A) V, F, V, F 
B) F, V, F, V 
C) F, F, V, V 
D) V, V, F, F 
Comentários 
Primeira: Falsa. O decreto-lei teve qualquer impacto sobre o estado de Mato Grosso, pois, nas 
terras devolutas situadas às margens das rodovias foram implantados projetos de colonização. 
Foram inúmeros assentamentos rurais que modificaram a paisagem, estimularam o povoamento 
da região, geraram desmatamento de cerrado e conflitos com índios e posseiros. 
Segunda: Verdadeira. O decreto-lei transferiu para a competência da União parte significativa das 
terras devolutas do território mato-grossense. 
Terceira: Falsa. A elite política mato-grossense não contestou as medidas constantes no decreto-
lei. 
Quarta: Verdadeira. Nessas terras devolutas em Mato Grosso, o Instituto de Colonização e 
Reforma Agrária (INCRA) aprovou dezenas de projetos de colonização. 
Gabarito: B 
11. (UFMT/DETRAN/2015 – AGENTE FISCAL DE TRÂNSITO) 
O que se denominou “Marcha para o Oeste” foi 
A) a marcha da Coluna Prestes pelo interior de Mato Grosso, chamando o povo para a 
insurgência contra o Governo Federal. 
B) a viagem de Mário de Andrade por Mato Grosso com artistas estrangeiros durante sua fase 
modernista. 
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C) a incursão das forças armadas brasileiras contra os insurgentes da Rusga visando a sua 
destruição. 
D) o projeto do governo Getúlio Vargas no período do Estado Novo, para integrar e 
desenvolver o interior do Brasil, inclusive o estado de Mato Grosso. 
Comentários 
A "Marcha para o Oeste" foi um projeto dirigido pelo governo Getúlio Vargas no período do Estado 
Novo, para ocupar e desenvolver o interior do Brasil. Tal projeto foi lançado na véspera de 1938, e 
nas palavras de Vargas, a Marcha incorporou "o verdadeiro sentido de brasilidade", uma solução 
para os infortúnios da nação. 
Apesar do extenso território, o Brasil havia prosperado quase que exclusivamente na região litoral, 
enquanto o vasto interior mantinha-se estagnado, vítima da política mercantilista colonial, da falta 
de estradas viáveis e de rios navegáveis, do liberalismo econômico e do sistema federalista que 
caracterizaram a República Velha (1889-1930). 
Mais de 90% da população brasileira ocupava cerca de um terço do território nacional. O vasto 
interior, principalmente as regiões Norte e Centro-oeste, permanecia esparsamente povoado. 
Muitos índios fugiram para o interior justamente por estas razões. Mas os seus dias de isolamento, 
anunciava o governo então, estavam contados. 
Até a segunda metade do século XX, o Brasil Central continuava a ser uma área desconhecida para 
a maior parte dos brasileiros, carregando ares mitológicos devido a seu território pouco 
desbravado e hostil. No censo de 1940, por exemplo, o sul mato-grossense contava com somente 
238.640 habitantes. Esse que era considerado um vazio populacional no Mato Grosso do Sul 
passou, a partir de então, a servir de atrativo para empresas colonizadoras entusiasmadas com o 
sucesso

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