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História e Geografia de Mato Grosso

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Aula 01
POLITEC-MT - História e Geografia -
2021 (Pré-Edital)
Autor:
Sergio Henrique
26 de Setembro de 2021
06197785129 - Rafael da Silva Pereira
 
 
 
História e Geografia do Mato Grosso. 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial .......................................................................................................... 2 
1. A Rusga. ......................................................................................................................... 3 
2. A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a Participação do Mato Grosso. .......... 8 
2.1. Paraguai: Desenvolvimento Autônomo. .................................................................................... 8 
2.2. A Guerra ..................................................................................................................................... 9 
2.3. Repercussões da Guerra na Província de Mato Grosso. ............................................................ 9 
2.4. O Desfecho e as Consequências do Pós-guerra. ...................................................................... 11 
3. A Economia Mato-Grossense após a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai. ...... 12 
3.1. Produtos do Extrativismo Vegetal ............................................................................................ 12 
3.1.1. Poaia: .................................................................................................................................................................... 12 
3.1.2. Borracha: .............................................................................................................................................................. 13 
3.1.3. Erva-Mate: ............................................................................................................................................................ 14 
4. O Fim do Império em Mato Grosso. ............................................................................. 15 
5. Os Presidentes de Província e suas realizações. ........................................................... 16 
6. Exercícios. .................................................................................................................... 17 
7. Considerações Finais. ................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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00. BATE PAPO INICIAL 
Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente. Estudar a aula 
anterior é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar 
aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo 
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas 
próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você 
escolhe. O fórum de dúvidas é um instrumento fundamental de contato e para que possamos nos 
comunicar com maior dinamismo. Neste curso teremos um conteúdo bem completo e trabalhado 
em detalhes. A base textual do PDF é resultado do trabalho e da colaboração do grande mestre do 
Estratégia, professor Leandro Signori, que orientou vários detalhes e deu dicas preciosas para o 
melhoramento constante do curso. Teremos muitas questões comentadas, minhas e dele, 
organizarei resumos e vídeo aulas detalhadas e produzidas sob medida para seu certame. 
O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua 
disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. A RUSGA. 
No início do século XIX, a Corte Portuguesa chegou ao Brasil fugindo das tropas de Napoleão 
Bonaparte. Ao aportar na colônia, D. João decretou a Abertura dos Portos às Nações Amigas. Com 
essa medida, o Príncipe Regente, rompeu o pacto colonial favorecendo o processo de 
independência do Brasil. 
A independência se deu através de um arranjo político entre a elite brasileira e D. Pedro I, e 
foi fortemente influenciada pelas ideias liberais. Contudo, o liberalismo da elite brasileira era 
bastante limitado, uma vez que as camadas populares foram marginalizadas do processo de 
independência. Após a independência, o Brasil continuou a manter as estruturas sociais e 
econômicas existentes no período colonial. Na verdade, o interesse da elite brasileira era 
promover a independência, mas tendo sob o seu controle o poder político, e a manutenção dos 
seus interesses, ou seja, o latifúndio e a escravidão. 
Assim, em 1822, D. Pedro I foi aclamado imperador do Brasil. No entanto, o Primeiro 
Reinado seria muito breve, pois o governo de D. Pedro I foi marcado por uma profunda crise 
política, que culminou na sua abdicação. 
A crise do Primeiro Reinado estava relacionada a alguns fatores, como por exemplo, a 
dissolução da Assembleia Constituinte em 1823. Os constituintes brasileiros tinham como objetivo 
limitar o poder do imperador. Porém, D. Pedro I contrariado com atitude da elite brasileira 
resolveu fechar a Assembleia. 
A crise aumentou gerando mais insatisfações com relação a D. Pedro I, quando o imperador 
outorgou a Constituição de 1824. A Constituição do Império estabeleceu o voto censitário, isto é, 
para votar era necessário comprovar uma renda mínima anual. Dessa forma, o voto censitário 
acabou marginalizando as camadas populares do processo político. Tal decisão provocou muito 
descontentamento entre os segmentos populares. 
 A Constituição de 1824 estabeleceu também que a Monarquia era hereditária e a existência 
de quatro poderes, sendo o Poder Moderador de uso exclusivo do imperador. Através do Poder 
Moderador, o imperador tinha o direito de dissolver a Câmara dos Deputados, bem como o de 
nomear e demitir o Conselho de Ministros. Na realidade, o Poder Moderador agia nos momentos 
de desentendimento político entre o Legislativo e o Executivo. Assim, devido ao Poder Moderador, 
o Império brasileiro foi caracterizado por uma excessiva centralização do poder nas mãos do 
imperador. Outro fator que desgastou o governo de D. Pedro I foi a crise econômica que assolava o 
país. A crise em parte era resultante da dívida externa, contraída com a Inglaterra no momento do 
rompimento dos laços coloniais com Portugal. A dívida externa contribuiu para que o Brasil se 
tornasse dependente da Inglaterra. Em virtude da dependência econômica, D. Pedro I renovou 
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com este país os Tratados de 1810, por mais quinze anos. Os Tratados de 1810 concederam 
privilégios alfandegários aos produtos ingleses e acabaram impedindo a industrialização do país. 
 Para agravar mais ainda a situação, o imperador recorria a empréstimos para aparelhar o 
Exército e contratar mercenários ingleses, para sufocar revoltas, como a Confederação do Equador 
e a Guerra da Cisplatina. 
Diante da crise que abatia o governo imperial, D. Pedro I, pressionado pela elite epelo povo 
brasileiro, resolveu abdicar em 7 de abril de 1831. Logo depois, o imperador regressou a Portugal. 
A Constituição de 1824 previa em seu texto, que seu filho Pedro de Alcântara seria o seu 
sucessor. D. Pedro, porém, como herdeiro do trono tinha somente cinco anos em 1831, e a 
legislação determinava que o país fosse governado pelos regentes até que príncipe-herdeiro 
atingisse a maioridade. Desta forma, o período regencial consistiu em um momento de transição 
entre o Primeiro e o Segundo Reinado. Com a implantação das regências, a elite brasileira subiu ao 
poder, representando de fato a concretização da independência. 
O período regencial foi caracterizado pelo surgimento dos partidos políticos, destacando-se 
os restauradores, que pregavam a volta de D. Pedro I, os moderados, que defendiam a 
centralização, e os exaltados, encarados como os mais radicais, pois apregoavam a 
descentralização. 
Em 1834, esses partidos entram em uma nova fase. A partir desse período, a política 
brasileira seria articulada pelo Partido Liberal ou Progressista (descentralização) e o Partido 
Conservador ou Regressista (Centralização). 
 A seguir, apresentamos um quadro referente a evolução dos partidos políticos durante o 
Império: 
Primeiro Reinado 
(1822-1831) 
Período Regencial 
(1831-1834) 
Período Regencial 
(1834-1840) 
Segundo Reinado 
(1840-1889) 
Partido Português Restauradores 
Conservador ou 
Regressista 
Conservador 
Partido Brasileiro Moderados 
Liberal ou 
Progressista 
Liberal: 
moderados e 
radicais 
 Exaltados 
1870: fundação do 
Partido 
Republicano. 
 
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Esses partidos políticos eram compostos principalmente pelos membros da elite brasileira, 
uma vez que a Constituição em exercício era a mesma, e lembremos que esta determinou que o 
voto fosse censitário. Assim, apesar das alterações políticas advindas com o período regencial, as 
camadas populares continuaram marginalizadas do poder político. 
A crise econômica não foi superada durante as regências, o latifúndio continuou a dominar a 
estrutura fundiária do país, e a elite continuou a defender a manutenção da escravidão. Esses 
fatores contribuíram para a eclosão de rebeliões, pois estas eram sintomas do desajustamento 
social e político que o país passava desde o início do século XIX. Assim, o período regencial foi 
caracterizado pela intranquilidade política, uma vez que as rebeliões ameaçavam os interesses da 
elite. 
Durante a década de 1830, havia uma guerra civil no país. Muitas províncias brasileiras 
foram palco de levantes armados, nos quais fazendeiros, tropas, pequenos proprietários, índios, 
homens livres pobres e escravos lutaram contra a centralização do poder ou contra a pobreza e a 
escravidão. Como exemplo, temos a Cabanagem no Pará, a Balaiada no Maranhão, a Sabinada, a 
Revolta dos Malês e a Cemiterada na Bahia, a Farroupilha no Rio Grande do Sul e a Rusga em Mato 
Grosso. 
Assustados com as rebeliões, o governo regencial criou a Guarda Nacional. A Guarda 
Nacional era uma milícia composta por cidadãos em armas, isto é, os senhores de escravos 
auxiliados pelos seus capangas teriam a responsabilidade de conter as revoltas, cabia a eles a 
manutenção da ordem. 
Foi neste contexto histórico, que aconteceu a Rusga. Esse movimento social ocorrido em 
Mato Grosso, em 1834, teve a sua origem na disputa pelo poder entre os liberais e os 
conservadores. Os conservadores possuíam entre os seus membros muitos portugueses, 
defendiam a centralização e se reuniam na Sociedade Filantrópica. No início do ano de 1834, a 
Província de Mato Grosso tinha na sua presidência, o conservador, Antônio Maria Correa da Costa. 
Os liberais por sua vez, pregavam a descentralização e participavam da Sociedade dos 
Zelosos da Independência. Havia no partido duas facções: os moderados que desejavam afastar os 
portugueses dos cargos públicos e os exaltados, que apoiavam os moderados no tocante aos 
portugueses. Mas as suas reivindicações iam mais além, ou seja, não aceitavam que os Presidentes 
de Província fossem nomeados pela Regência, e em diversas ocasiões chegaram a contestar a 
figura de D. Pedro II e o sistema monárquico. 
Os liberais almejavam o poder e sabiam que a população estava bastante insatisfeita, pois 
viviam em extrema miséria e, além disso, culpavam os conservadores pela sua péssima condição 
social. As camadas populares tinham também muita aversão aos portugueses, pois estes eram 
proprietários de estabelecimentos comerciais e vendiam os seus produtos a preços exorbitantes à 
população. 
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 Na verdade, segundo o Visconde de Taunay em sua obra “A cidade do ouro e das ruínas”, a 
aversão aos portugueses já existia em Mato Grosso desde o período da independência. Na 
Província, havia muitos portugueses, e estes tornaram-se alvos da malquerença, pois dominavam o 
comércio local e, de acordo com a Constituição de 1824, possuíam direito à cidadania, e muitos 
tinham influência política. 
Assim, os liberais, tendo à frente João Poupino Caldas, inflamaram mais ainda o povo contra 
os portugueses, que eram chamados pela população de “brasileiros adotivos” ou de “bicudos”. 
Habitualmente, ouvia-se pelas ruas de Cuiabá a população gritando “embarca bicudo, embarca, 
embarca, canalha vil, que os brasileiros não querem bicudos no seu Brasil.” Entretanto, esse 
sentimento não era específico aos portugueses, na verdade, havia na Província uma aversão aos 
estrangeiros. 
Com o objetivo de derrubar os conservadores do poder e usando esse sentimento de 
xenofobia, o liberal João Poupino Caldas buscou a apoio das camadas populares para a causa do 
Partido Liberal. Para o povo, os liberais representavam a solução para a crise econômica e social. 
Diante da forte crise política, Antônio Maria Correa da Costa foi afastado das suas funções 
de presidente pelo Conselho da Província, que indicou em 28 de maio de 1834, João Poupino 
Caldas, como presidente da Província de Mato Grosso. 
A posse de João Poupino Caldas não trouxe as mudanças esperadas, ocorrendo, com isso, 
uma cisão no partido liberal. O povo por sua vez ficou extremamente descontente e via em 
Poupino Caldas um traidor. Assim, os liberais exaltados contando com o apoio das camadas 
populares saíram às ruas na noite do dia 30 de maio de 1834. Os liberais exaltados, o povo e até 
mesmo alguns soldados da Guarda Nacional se reuniram no Campo do Ourique (antiga Assembleia 
Legislativa do Estado de Mato Grosso), iniciando a Rusga. 
João Poupino Caldas, ao receber a notícia da revolta, pediu ao bispo de Cuiabá, D. José Reis, 
que tentasse conter a fúria popular. O bispo, atendendo ao pedido do governante, foi ao Campo 
do Ourique portando um crucifixo com a intenção de exorcizar o povo. Tal atitude mostrou que o 
religioso não via que a revolta da população tinha as suas raízes nas estruturas sociais e 
econômicas existentes na Província. Apesar de todos os esforços e do seu prestígio social e 
religioso, D. José Reis não foi capaz de conter a fúria popular. 
A população então partiu sob o comando do liberal Antônio Patrício da Silva Manso, 
tomaram o Quartel dos Guardas Municipais, apoderando-se das armas e munições, e por volta da 
meia noite gritavam pelas ruas de Cuiabá, “morte aos bicudos”. À medida que os rebeldes 
avançavam, muitosportugueses e brasileiros abastados foram assassinados. 
A ordem dos “rusguentos” era de saquear a casa dos portugueses e matar cada um que se 
colocasse em seu caminho, levando como troféu a orelha de cada inimigo morto. Segundo alguns 
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relatos, centenas de pessoas foram mortas pela violenta ação que aterrorizou as ruas de Cuiabá. 
Depois de tomar Cuiabá, os rebeldes avançam em direção à Chapada dos Guimarães, Poconé e 
Santo Antônio do Rio Abaixo. O movimento durou de maio a setembro de 1834, e somente foi 
controlado com a posse de Antônio Pedro de Alencastro na presidência da Província. 
Em um primeiro momento, Poupino Caldas quis contornar a situação sem denunciar o 
ocorrido para os órgãos do governo regencial. Contudo, não suportando o estado caótico que se 
instalou na cidade, pediu socorro do governo central, que – de imediato – nomeou Antônio Pedro 
de Alencastro como novo governador da província. Contando com o auxílio da antiga liderança 
liberal, os cabeças do movimento foram presos e mandados para o Rio de Janeiro. 
Apesar de nenhum dos envolvidos sofrer algum tipo de punição das autoridades, o clima de 
disputa política continuava a se desenvolver em Cuiabá. O último capítulo dessa revolta aconteceu 
em 1836, quando João Poupino Caldas – politicamente desprestigiado – resolveu deixar a 
província. No exato dia de sua partida, um misterioso conspirador o alvejou pelas costas com uma 
bala de prata. Na época, esse tipo de projétil era especialmente utilizado para matar alguém que 
fosse considerado traidor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA CONTRA O PARAGUAI E A 
PARTICIPAÇÃO DO MATO GROSSO. 
Durante o Segundo Reinado, a política externa brasileira esteve direcionada para garantir a 
paz interna nos países do Prata, onde tínhamos interesses econômicos a defender, e em assegurar 
a livre navegação da bacia Platina, o acesso mais rápido e seguro para chegar a Província de Mato 
Grosso. 
Buscando atender os seus objetivos, o governo brasileiro promoveu intervenções armadas 
na Argentina e no Uruguai, e ainda levou o Brasil a uma guerra contra a República do Paraguai. 
A Guerra do Paraguai provocou a morte de aproximadamente 130 mil pessoas, e aumentou 
consideravelmente a dívida externa brasileira, pois o Brasil gastou nos campos de batalha 614 mil 
réis, o equivalente a onze vezes o orçamento do governo imperial. 
Os historiadores, até hoje, não chegaram a um consenso sobre a Guerra do Paraguai. Há 
aqueles que defendem que a guerra foi motivada pelos interesses do capitalismo inglês, que usou 
o Brasil, a Argentina e o Uruguai para destruir o Paraguai. Na década de 80 do século XX, os 
trabalhos acadêmicos revelavam que a guerra estava associada ao processo de construção e 
consolidação dos Estados Nacionais do Rio do Prata, e descartavam a participação da Inglaterra no 
aniquilamento do Paraguai. Entretanto, ao se analisar as provas de concursos públicos constata-se, 
que as questões são formuladas baseadas na primeira vertente historiográfica, isto é, aquela que 
relaciona o conflito bélico ao imperialismo inglês. Dessa forma, abordaremos a Guerra do Paraguai 
seguindo este modelo historiográfico. 
 
2.1. PARAGUAI: DESENVOLVIMENTO AUTÔNOMO. 
Em 1814, o Paraguai ficou independente e, ao contrário do Brasil que adotou a monarquia, 
fez a sua opção pela República. O governo republicano no Paraguai foi consolidado através de 
ditaduras, que trouxeram desenvolvimento e modernização ao país. Inicialmente, o Paraguai foi 
governado por José Gaspar de Francia, que extinguiu a escravidão, conferiu liberdade religiosa e 
diversificou a agricultura. Durante o seu governo, as terras improdutivas da elite e do clero foram 
confiscadas para a reforma agrária. 
Carlos Lopes deu continuidade à política de desenvolvimento empreendida na gestão 
anterior, com isso, construiu estradas de ferro, linhas telegráficas e estaleiros. Aboliu as restrições 
à navegação internacional nos rios que cruzavam o território paraguaio. Dessa maneira, em 1857, 
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o governo paraguaio permitiu que navios brasileiros chegassem à Província de Mato Grosso 
através da navegação do rio Paraguai (livre navegação da Bacia Platina). 
Após Carlos Lopes, o seu filho, Francisco Solano Lopes assumiu o governo do Paraguai. 
Solano Lopes deu continuidade a uma política econômica voltada para o desenvolvimento 
autônomo do país. Para isso, dinamizou a lavoura de algodão e concedeu isenção de impostos 
alfandegários para máquinas e equipamentos importados. 
O Paraguai despontava como uma nação autossuficiente. Esse modelo de desenvolvimento 
entrava em choque com os interesses econômicos da Inglaterra. Assim, tornou-se estratégico para 
o capitalismo inglês, a destruição do Paraguai. 
 
2.2. A GUERRA 
Em 1850, Brasil e Paraguai firmaram um tratado, no qual estabeleceram o compromisso de 
defender a independência do Uruguai. Porém, em agosto de 1864, o Brasil ameaçou invadir o 
Uruguai para derrubar o governo de Aguirre. Ao saber da intenção do governo brasileiro, Solano 
Lopes, presidente do Paraguai, informou ao governo imperial que a invasão colocava em risco o 
equilíbrio político do Prata. 
O governo brasileiro ignorou o posicionamento de Solano Lopes, e em setembro de 1864, o 
Brasil invadiu o Uruguai. Diante desta situação, o Paraguai reagiu, e, em novembro deste mesmo 
ano, Solano Lopes aprisionou a navio brasileiro “Marquês de Olinda”, que trazia a bordo o novo 
presidente da Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. A seguir, o governo 
paraguaio declarou guerra ao Brasil. 
No mês seguinte ao aprisionamento do navio brasileiro, Solano Lopes ordenou a invasão da 
Província de Mato Grosso. O ditador paraguaio tinha informações que a província militarmente 
estava indefesa e que as forças militares brasileiras eram precárias. Contando com a participação 
de 9.000 soldados, as forças paraguaias tomaram Corumbá, o Forte de Coimbra, Dourados, 
Miranda e Nioaque. 
 
2.3. REPERCUSSÕES DA GUERRA NA PROVÍNCIA DE MATO GROSSO. 
Segundo a historiadora Luiza Volpato em sua obra Cativos do Sertão, a Guerra da Tríplice 
Aliança alterou substancialmente o cotidiano da Província ao provocar na população o medo, a 
fome e uma violenta epidemia de varíola. 
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Ao tomar conhecimento da tomada de Corumbá pelas tropas de Solano Lopes, a população 
da província teve muito medo, pois os paraguaios eram vistos pelos mato-grossenses como 
bárbaros. 
Assim, acreditando na possibilidade de uma invasão paraguaia a Cuiabá, Augusto Leverger, 
o Barão de Melgaço, organizou uma expedição de homens denominadade “Voluntários 
Cuiabanos”. Essa expedição se dirigiu à Colina de Melgaço para aguardar os paraguaios, 
entretanto, estes não vieram. Ao retornar a Cuiabá, os voluntários foram recebidos como heróis 
pela população. 
A guerra trouxe também muita insegurança com relação aos escravos, pois em 
consequência da falta de soldados, os brancos temiam uma rebelião. Além disso, as autoridades 
policiais eram alertadas sobre os ataques dos negros do quilombo do Rio do Manso, em Chapada 
dos Guimarães. Os negros desse quilombo habitualmente assaltavam sítios e fazendas nas 
imediações de Cuiabá e de Chapada para roubar mulheres. 
O quilombo do Rio do Manso tornou-se também bastante temido devido à presença de 
desertores da guerra. Esses desertores eram soldados que fugiam do acampamento militar, eram 
procurados pela justiça e por segurança refugiavam-se no quilombo do Rio do Manso. 
Outra situação difícil para a população foi o aumento exorbitante do preço dos alimentos. 
Com a tomada de Corumbá e consequentemente com o bloqueio da Bacia Platina, a província 
ficou isolada não recebendo mais mercadorias. A população se viu então privada de muitos 
produtos, como por exemplo, o sal. 
 Para agravar mais ainda a fome da população, em janeiro de 1865, as águas do rio Cuiabá 
transbordaram destruindo as roças de subsistência localizadas nas proximidades das margens do 
rio. A situação somente foi contornada, quando a Bolívia assumiu junto ao governo brasileiro a 
responsabilidade de abastecer de alimentos a Província. 
Em 1867, as forças brasileiras retomaram Corumbá, entretanto, foi durante este 
acontecimento que soldados do Exército brasileiro foram conduzidos a Cuiabá por estarem 
demasiadamente doentes. Ao chegar a Cuiabá, os soldados foram enviados à Santa Casa de 
Misericórdia. O médico atendente não conseguiu, pelos sintomas, diagnosticar a moléstia, e 
somente após o falecimento dos doentes, que os médicos constaram que se tratava da varíola. 
Porém era tarde demais, a enfermidade se propagou pela cidade afetando os seus moradores e 
dizimando uma parcela significativa da população mato-grossense. 
Infelizmente, o poder público não teve tempo de organizar cordões sanitários, e uma das 
alternativas encontradas para conter o surto epidêmico foi construir um cemitério para abrigar as 
vítimas da enfermidade, o Cemitério de Nossa Senhora do Carmo, chamado pelos populares de 
Cae-Cae. 
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2.4. O DESFECHO E AS CONSEQUÊNCIAS DO PÓS-GUERRA. 
Em 1867, com a retomada de Corumbá, as tropas de Solano Lopes começam a perder 
forças, e em 1870, o Brasil derrotou o exército paraguaio. Como resultado do fim da guerra, a 
Província de Mato Grosso passou por muitas transformações, pois a reabertura da bacia Platina 
permitiu que Mato Grosso participasse do capitalismo internacional através da exportação de 
produtos do extrativismo vegetal e da pecuária, e da importação de produtos industrializados. 
Segundo a historiadora Edil Pedroso em sua obra “O cotidiano dos viajantes nos caminhos fluviais 
de Mato Grosso” (1870-1930), nesse período, o trânsito de embarcações brasileiras e estrangeiras 
pelo rio Paraguai tornaram-se corriqueiras, pois a navegação da bacia Platina passou a ser o 
principal caminho por todos aqueles que queriam chegar e sair da Província de Mato Grosso. 
A navegação do Prata promoveu o surgimento de uma burguesia comercial, proprietária de 
Casas de Comércio, que surgiram principalmente nas cidades portuárias como Cuiabá, Cáceres, 
Corumbá, Porto Murtinho, Bela vista e Ponta Porã. As casas de comércio negociavam diversos 
artigos importados como tecidos, móveis e brinquedos, e ao mesmo tempo comercializavam os 
produtos mato-grossenses. 
Assim, a livre navegação da bacia Platina representou para a Mato Grosso uma alternativa 
de superar a debilidade econômica. Além disso, juntamente com as mercadorias, ideias vindas de 
outros centros eram consumidas. Por exemplo, os cuiabanos passaram a confeccionar os seus 
trajes e a decorar as suas residências seguindo os padrões de Buenos Aires e Montevideo. 
Outra mudança provocada pela guerra foi o aumento territorial da Província, pois ao 
término da guerra, a Argentina e o Brasil tomaram posse de áreas territoriais do Paraguai, para ser 
mais preciso, o Paraguai perdeu 150 mil Km² de seu território. A guerra exterminou a população 
guarani; ao iniciar o conflito armado o país contava aproximadamente com 800 mil habitantes, 
quando terminou, restavam 200 mil. 
A sua economia, que anteriormente era próspera, estava agora totalmente debilitada, o seu 
parque industrial foi totalmente destruído, as riquezas do extrativismo vegetal foram cedidas a 
empresas estrangeiras, as terras públicas usadas pelos camponeses foram vendidas a ingleses, 
holandeses e aos norte-americanos. Diante da terrível conjuntura, muitos paraguaios migraram 
para a Província de Mato Grosso em busca de esperança, de uma vida melhor. 
Em Mato Grosso, muitos desses paraguaios foram tratados pela população e até mesmo 
pelas autoridades governamentais como a escória da sociedade. Para os agentes da imigração, as 
paraguaias eram mulheres perdidas, de baixa espécie, consideradas as fezes da sociedade mato-
grossense. 
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3. A ECONOMIA MATO-GROSSENSE APÓS A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA 
CONTRA O PARAGUAI. 
A reabertura da bacia Platina, após o término da Guerra do Paraguai, possibilitou a 
integração de Mato Grosso ao capitalismo internacional, por meio do grande comércio. As 
mercadorias importadas pelas casas comerciais vinham principalmente da Europa. A importação 
era diversificada: tecidos, adornos pessoais (chapéus, luvas, leques, meias, sapatos), adornos de 
casa (abajures, lustres, espelhos, baixelas, mobiliários, instrumentos musicais), alimentos 
(bacalhau, azeitona, bebidas – especialmente vinho português e espanhol, cervejas, licores, 
champagne, biscoitos, chocolate, trigo, temperos secos, chás), máquinas a vapor, ferramentas, 
remédios e outros produtos. 
De Mato Grosso para o exterior, eram exportados produtos em estado bruto (matérias-
primas sem nenhuma transformação industrial), tais como: couros secos, sebos, crinas, penas de 
aves, cascos de animais, látex manufaturado, erva-mate seca e triturada e poaia ensacada. Esses 
produtos eram exportados para a Europa e Estados Unidos pelas casas de comércio regional. 
Apenas a erva-mate, sob o controle empresarial da Companhia Mate Laranjeira, mantinha estreita 
relação com as indústrias argentinas, para o beneficiamento da produção. 
Essa movimentação estimulada pela abertura da navegação, pelo rio Paraguai, foi 
responsável pela definição da economia mato-grossense, atraindo capital internacional e 
estimulando os investimentos dos habitantes da Província. 
Muitos imigrantes entraram em Mato Grosso e ali permaneceram, constituindo famílias e 
investindo na região. Escolheram morar nas cidades portuárias: Corumbá, Cáceres e Cuiabá, onde 
montaram estabelecimentos comerciais. Considerando que o comércio ganhara um cunho 
internacional, faziam-se necessários postos ou agências bancárias, através dos quais as diferentes 
moedas eram negociadas. Assim, as casas comerciais mato-grossenses faziam o papel de bancos, a 
fim de sustentar os seus negócios. 
 
3.1. PRODUTOS DO EXTRATIVISMOVEGETAL 
3.1.1. Poaia: 
Também conhecida como Ipeca ou Ipecacuanha. Planta com o formato de um arbusto de 
aproximadamente 45 cm de altura tem a sua raiz utilizada, devido as suas propriedades 
medicinais. A poaia destacou-se na economia de Mato Grosso, a partir de 1860, logo na segunda 
metade do século XIX, período em que ocorreu a Revolução Industrial na Europa. 
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A extração se dava na região oeste de Mato Grosso onde ela é nativa. Através do 
arrendamento de terras devolutas, empresários nacionais e estrangeiros extraiam a sua raiz 
sempre no período das chuvas. A seguir, esse produto do extrativismo vegetal, era destinado ao 
mercado externo, mais especificamente à Europa, para atender às necessidades das indústrias 
farmacêuticas. 
No Brasil, começou a ser consumida somente a partir da década de 1940, com o 
desenvolvimento industrial promovido pelo governo Vargas. No século XIX, a poaia era escoada 
para a Europa através da Bacia Platina, sendo que a mão de obra utilizada para sua extração era 
assalariada, mas baseada na produção e os trabalhadores recebiam tratamento escravista. 
 
3.1.2. Borracha: 
O auge da extração do látex em Mato Grosso se deu a partir de 1870 com o avanço da 
industrialização. Na Província, o látex podia ser extraído tanto da seringueira, localizada na região 
norte (vale Amazônico), como da mangabeira, encontrada às margens dos Rios da Bacia Platina. 
Ao contrário da poaia, a borracha era sempre extraída no período das secas, uma vez que se 
o látex malhasse, ele não poderia ser coagulado (processo pelo qual ele passava antes de ser 
transportado). O mercado consumidor da borracha era a Europa, e seu escoamento no século XIX 
ocorreu através da Bacia Platina. No século XX, o produto era escoado através da estrada de ferro 
Madeira-Mamoré até o porto de Manaus. 
A mão de obra utilizada na sua extração era assalariada, baseada na produção e com o 
tratamento escravista. A produção de borracha era realizada principalmente pelos nordestinos, 
que vieram trabalhar na extração da borracha com a promessa de uma vida melhor. 
A decadência da produção ocorreu a partir de 1912, quando os ingleses levaram mudas da 
seringueira para a Ásia. O plantio obteve sucesso, e não demorou para que os asiáticos se 
tornassem os maiores produtores mundiais da extração do látex. 
O governo brasileiro tentou reverter a situação, criando o “Plano de Defesa da Borracha”. 
Para isso, tomou algumas medidas, como o incentivo a plantação de árvores e a isenção dos 
impostos para a importação de equipamentos que facilitassem a extração do látex. Porém, estas 
iniciativas não foram suficientes para colocar o Brasil novamente como líder mundial na produção 
de látex. Durante o Governo de Getúlio Vargas, com os incentivos dados à indústria nacional, o 
látex passou a atender o mercado interno. 
 
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3.1.3. Erva-Mate: 
A erva-mate é um produto do extrativismo vegetal rico em cálcio, magnésio, sódio, potássio 
e ferro. Encontrada na região sul do Mato Grosso, era utilizada para descansar os músculos, 
atenuar a fome, tinha função diurética e, segundo os médicos, poder afrodisíaco. 
Em 1870, após a Guerra do Paraguai, Tomás Laranjeira, empresário de visão, que tinha sido 
Secretário do Governo Imperial, usou da sua influência política para arrendar as terras do sul, ricas 
em ervais. Com o arrendamento concedido, Tomas Laranjeira funda a Companhia Mate Laranjeira. 
A empresa teve grande desenvolvimento, com a sua receita chegando a ser seis vezes mais 
que o valor da renda do governo estadual. Por isso, se dizia que a Mate Laranjeira era um “Estado 
dentro de outro Estado”. 
A mão de obra utilizada era principalmente dos paraguaios, que estavam desempregados 
devido à guerra e entravam em Mato Grosso para trabalhar por qualquer salário. Os trabalhadores 
da erva-mate eram chamados de “mineros” e eram assalariados, recebiam conforme a produção, 
porém o tratamento era do tipo escravista. 
Para a repressão daqueles que não queriam trabalhar quase como escravos existia a polícia 
particular da companhia que se denominavam “comitiveros”. Isso, demonstra o poder dos seus 
proprietários, uma vez que, segundo a legislação, somente o Estado podia constituir força policial. 
A produção da erva-mate voltava-se principalmente para o mercado externo, sendo a 
Argentina o principal comprador. Em 1902, a companhia passou por grandes dificuldades 
financeiras. Um dos seus acionistas, o Banco Rio e Mato Grosso, faliu e colocou as suas ações à 
venda. O comprador foi Francisco Mendes, empresário argentino. Tal fato levou a empresa a 
mudar a sua razão social, e passou a ser chamada de Laranjeira, Mendes e Cia. 
Nesse momento, Tomás Laranjeira ficou responsável pela extração em Mato Grosso e 
Francisco Mendes, pela sua industrialização, distribuição e venda na Argentina. A decadência da 
empresa ocorreu na década de 1930, quando Getúlio Vargas estimulou a produção de erva-mate 
no sul. O governo estadual também não concedeu um novo arrendamento de terras, alegando que 
as terras usadas pela Cia Mate Laranjeira seriam usadas para promover a colonização no sul de 
Mato Grosso. Além disso, a decadência da Companhia estava também associada à produção da 
erva-mate em Corrientes e Missiones, assim, a empresa perdeu o seu maior comprador. 
 
 
 
 
 
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4. O FIM DO IMPÉRIO EM MATO GROSSO. 
 O Partido Republicano Mato-grossense foi fundado em 12 de agosto de 1888. Para maior 
divulgação do ideário, os republicanos fundaram o jornal A República de curta duração. 
 Os mato-grossenses, a exemplo do que ocorreu em quase todo o Brasil, acolheram com 
surpresa a notícia da Proclamação da República. Logo no início do novo regime, o presidente 
Marechal Deodoro da Fonseca estabeleceu um governo provisório, tanto no Rio de Janeiro quanto 
nos demais estados. 
 A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889, mas a notícia só chegou em Mato 
Grosso no mês de dezembro. Junto com ela, chegou o nome da pessoa escolhida para ser o 
primeiro presidente do Estado – General Antônio Maria Coelho, um dos militares atuantes na 
Guerra do Paraguai. Logo após a sua nomeação, criou a Bandeira de Mato Grosso, por meio do 
Decreto nº 2, de 31 de janeiro de 1890. 
 O General Antônio Maria Coelho filiou-se ao Partido Nacional Republicano em Mato Grosso. 
A oposição ao seu governo era feita pelo Partido Republicano, que forçou a sua renúncia. O Partido 
Republicano também fazia oposição a Deodoro da Fonseca e apoiava o vice-presidente Floriano 
Peixoto. 
 Quando foi aprovada a primeira Constituição de Mato Grosso, em 1891, foram eleitos 
Manuel José Murtinho, como Presidente do Estado e Generoso Paes Leme de Souza Ponce, como 
Vice-Presidente do Estado, ambos do Partido Republicano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. OS PRESIDENTES DE PROVÍNCIA E SUAS REALIZAÇÕES. 
O primeiro presidente da Província foi José Saturnino da Costa, que governou de 1825 a 
1828. Após o seu governo, houve 66 trocas do mandatário da Província. Alguns governaram mais 
de uma vez e poucos, um tempo considerável, de alguns anos. Nos 64 anos do Período Imperial 
(1825-1889), Mato Grosso teve 51 presidentes diferentes. 
Os principais presidentes foram: 
 Augusto João Manoel Leverger (Primeiro governo: Fev. 1851 – Abril 1857) – Assumiu a 
chefia do governo provincial por cinco vezes. Comandou a defesa da capital durante a 
Guerra do Paraguai. Grande pesquisador, deixou 36 obras sobre a história e geografia 
de Mato Grosso. 
 Rufino Ernesto Gustavo Galvão (Dez. 1879 - Maio 1881) – Criou o Liceu Cuiabano, 
instituição que prestou relevantes serviços à educação e à cultura de Mato Grosso. 
 José Maria de Alencastro (Maio 1881 – Março 1883) – Promoveu construções e 
melhorias nos serviços de abastecimento de água de Cuiabá. Construiu o primeiro 
jardim público de Cuiabá, atual Praça Alencastro. 
 Floriano Peixoto – Um dos consolidadores da República no Brasil. Governou Mato 
Grosso de 13/10/1884 a 05/10/1885. 
 Manuel Almeida Gama Lobo Coelho D’Eça (Maio 1883 – Out. 1884) – Concluiu a 
construção do Arsenal de Guerra. Auxiliou a expedição científica de Karl Von den 
Steinen, que explorou as cabeceiras do rio Xingu em 1884. 
 João Galdino Pimentel (Nov. 1885 – Nov. 1886) – Em seu governo ocorreu a pacificação 
dos índios Bororo. 
 
 
 
 
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6. EXERCÍCIOS. 
 
 
1. (CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Pelo Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o atual estado de 
Mato Grosso, assim como praticamente todo o Centro-Oeste e o Norte do país, pertencia ao 
reino espanhol. Entre os séculos XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga 
medida oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a capitania de Mato 
Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, 
oficializou-se a incorporação do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu 
ao esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em relação ao restante 
do país. Esse isolamento é gradativamente superado ao longo do período republicano. 
Considerando essas informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea, 
julgue os itens subsequentes. 
O declínio da mineração está na raiz do empobrecimento da região mato-grossense, ao longo 
do século XIX, o que foi decisivo para o crescente isolamento da área em relação ao restante 
do Brasil. 
Comentários 
Certo. A mineração era a base da atividade econômica de Mato Grosso. O ouro era o produto de 
exportação mato-grossense. Com o declínio da mineração, houve um empobrecimento da região, 
que não tinha outros produtos para exportação e para fomentar o comércio com outras regiões do 
Brasil e exterior. A isso se somava o fato da distância de Mato Grosso das demais regiões do Brasil 
e as dificuldades de acesso e comunicação. Esses fatores levaram ao crescente isolamento da área 
em relação ao restante do Brasil. 
 
2. (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR) 
“Viva a Constituição brasileira 
Viva D. Pedro II 
Morram os bicudos pés de chumbo” 
Os gritos dos revoltosos ecoavam pelas ruas.... 
 
“Na escuridão da noite apenas se ouvia o barulho dos machados e das alavancas arrombando 
portas...” 
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Os trechos acima fazem referência à “Rusga”, movimento político-social que eclodiu em 30 
de maio de 1834, em Cuiabá. 
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente essa rebelião: 
A) liderada por negros libertos e brancos pobres, influenciada pelo ideário positivista, a 
revolta exigia a imediata abolição da escravidão e o congelamento dos preços de aluguéis e 
alimentos; 
B) representou os interesses dos partidários da Junta Governativa de Vila Bela que 
promoveram a separação da região do resto do Brasil, pois não aceitavam a independência 
proclamada por D. Pedro I; 
C) articulado pela Sociedade dos Zelosos da Independência, o movimento tinha, inicialmente, 
objetivos políticos moderados, mas assumiu um caráter violento na medida em que grupos 
radicais exigiam a expulsão dos portugueses; 
D) obteve grande apoio das camadas médias urbanas e da burguesia manufatureira que, 
influenciadas pelo liberalismo, defendiam a imediata proclamação da República; 
E) refletiu a ação do Partido Brasileiro, pois os proprietários rurais de Mato Grosso defendiam 
o fortalecimento do poder imperial, contrariando a orientação federalista do Nordeste. 
Comentários 
A Rusga foi um movimento articulado pela Sociedade dos Zelosos da Independência. De tendência 
liberal, os membros da entidade defendiam a autonomia política das províncias e a reforma das 
antigas práticas instauradas durante a colonização. Do outro lado, estavam os portugueses que 
defendiam uma estrutura política centralizada e a manutenção dos privilégios que desfrutavam 
antes da independência. 
O movimento se radicalizou com grupos que exigiam a expulsão dos portugueses. Em maio de 
1834, os rusguentos promoveram um levante em Cuiabá, Chapada e Rio Abaixo (Santo Antônio do 
Leverger) e promoveram o assassinato de centenas de portugueses, bem como o saque aos seus 
estabelecimentos comerciais. 
Gabarito: C 
3. (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato Grosso durante a Regência, pode-se 
afirmar. 
A) Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo político que desejava o retorno de 
Dom Pedro I e a volta do Brasil à condição de colônia. 
B) Havia uma forte articulação dos revoltosos com movimentos semelhantes que se 
desenvolviam no Pará, na Bahia e no Rio Grande do Sul. 
C) Foi um movimento popular, tendo sido plural em suas reivindicações, como a defesa da 
abolição da escravatura. 
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D) Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas, desejavam, com a Rusga, expulsar da 
província e exterminar o poder dos grandes comerciantes, proprietários de terras e de 
escravos. 
E) Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência, composta por elementos da 
elite burocrática, profissionais liberais e componentes da Guarda Nacional. 
Comentários 
A Rusga foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência, composta por liberais 
moderados e exaltados (radicais), membros da elite burocrática, profissionais liberais e 
componentes da Guarda Nacional. 
Gabarito: E 
4. (FUNCAB/SESP MT/2014 – PERITO OFICIAL CRIMINAL) 
Dos tempos do Império à sua divisão político-administrativa nos anos 1970, a região 
pertencente ao estado do Mato Grosso foi marcada por períodos de prosperidade e declínio 
econômico. 
É correto afirmar que: 
A) a descobertado ouro, no século XIX, provocou grande procura pela região, 
desconcentrando a economia das atividades agrícola e pastoril. 
B) a exploração da borracha na Amazônia, iniciada em fins do século XIX, em nada contribuiu 
para alterar o panorama da economia mato-grossense. 
C) a crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato Grosso, onde também 
foi explorada a erva-mate nativa em fins do século XIX. 
D) a Guerra do Paraguai não afetou a economia da região, em fase de grande prosperidade 
desde a Independência do Brasil, apesar da diminuição da população ativa. 
E) a política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a criação de Brasília não 
trouxeram desenvolvimento econômico para a região, que permaneceu ainda, por décadas, 
isolada do restante do país. 
Comentários 
A) Incorreto. O ouro foi descoberto no século XVIII e não no século XIX, como afirma a assertiva. 
Antes da descoberta do ouro, não havia na região outras atividades econômicas, como a 
agricultura e a criação de gado, pois esta não era habitada pelos colonizadores. 
B) Incorreto. A exploração da borracha da Amazônia no Mato Grosso constituiu um importante 
ramo da economia entre 1870-1913. Essa atividade econômica contribui para o desenvolvimento e 
incremento do comércio, a migração de trabalhadores de outras regiões do Brasil e para o 
surgimento de novas cidades na Amazônia mato-grossense. 
C) Correto. A crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato Grosso, onde 
também foi explorada a erva-mate nativa em fins do século XIX. 
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D) Incorreto. A Guerra do Paraguai afetou a economia da região. O Paraguai bloqueou a Bacia 
Platina, o que prejudicou sobremaneira o comércio exterior de Mato Grosso e a sua comunicação 
com o restante do Brasil. 
E) Incorreto. A política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a criação de Brasília 
trouxeram desenvolvimento econômico para o Mato Grosso, contribuindo para integração da 
região ao restante do país. 
Gabarito: C 
5. (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR) 
“Diversos projetos de colonização foram implantados em toda a Amazônia Legal na década 
de 1970, tendo ocorrido a maior concentração em Mato Grosso, onde, já nos primeiros anos 
do processo, foram implementados mais de 80 projetos da iniciativa particular, além de 14 
projetos oficiais para resolver situações emergenciais de conflito. O estado de Mato Grosso 
tornou-se área de atração para milhares de pessoas que migraram de diferentes regiões do 
país em busca de trabalho, oportunidades de adquirir terras e de realizar seus projetos de 
vida”. 
MORENO, Gislaene; HIGA, Tereza C. S.; MAITELLI, Gilda T Geografia de Mato Grosso. Cuiabá: 
Entrelinhas, 2009. p.64. 
O texto das autoras demonstra que: 
A) O crescimento populacional em Mato Grosso foi um processo homogêneo que aconteceu 
tanto no campo como na cidade. 
B) O ritmo de crescimento da população de uma determinada área vincula-se às causas de 
ordem biológica. 
C) A migração constituiu o principal componente do crescimento populacional de Mato 
Grosso. 
D) As variações na dinâmica demográfica, particularmente no que se refere ao crescimento, à 
distribuição e à densidade, aceleraram a partir dos anos 1990. 
E) A intensa urbanização em Mato Grosso nada tem a ver com as políticas e estratégias 
governamentais nas décadas de 1970 e 1980. 
Comentários 
Mato Grosso é um Estado de imigrantes. Ao longo da segunda metade do século XX, milhares de 
pessoas migraram para o Estado por meio de projetos de colonização públicos e privados. Os 
migrantes vinham em busca de terras e trabalho. A migração constituiu-se no principal 
componente do crescimento populacional de Mato Grosso. 
Gabarito: C 
6. (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) 
O processo de colonização do estado de Mato Grosso se fortaleceu a partir: 
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A) da regulamentação da posse da terra. 
B) da implantação de rodovias e ferrovias no Estado. 
C) da década de 1970, com a implantação dos projetos oficiais de colonização. 
D) do plano de metas, a fim de possibilitar melhor administração e exploração econômica. 
E) da proposta de desenvolvimento sustentável e equidade social. 
Comentários 
O processo de colonização do Estado de Mato Grosso se fortaleceu a partir da década de 1970, 
com a implantação dos projetos oficiais de colonização pelo Governo Federal, como o PIN, 
POLONOROESTE, POLAMAZÔNIA e POLOCENTRO. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POLITEC-MT - História e Geografia - 2021 (Pré-Edital)
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1. (CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Pelo Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o atual estado de 
Mato Grosso, assim como praticamente todo o Centro-Oeste e o Norte do país, pertencia ao 
reino espanhol. Entre os séculos XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga 
medida oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a capitania de Mato 
Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, 
oficializou-se a incorporação do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu 
ao esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em relação ao restante 
do país. Esse isolamento é gradativamente superado ao longo do período republicano. 
Considerando essas informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea, 
julgue os itens subsequentes. 
O declínio da mineração está na raiz do empobrecimento da região mato-grossense, ao longo 
do século XIX, o que foi decisivo para o crescente isolamento da área em relação ao restante 
do Brasil. 
 
2. (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR) 
“Viva a Constituição brasileira 
Viva D. Pedro II 
Morram os bicudos pés de chumbo” 
Os gritos dos revoltosos ecoavam pelas ruas.... 
 
“Na escuridão da noite apenas se ouvia o barulho dos machados e das alavancas arrombando 
portas...” 
Os trechos acima fazem referência à “Rusga”, movimento político-social que eclodiu em 30 
de maio de 1834, em Cuiabá. 
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente essa rebelião: 
A) liderada por negros libertos e brancos pobres, influenciada pelo ideário positivista, a 
revolta exigia a imediata abolição da escravidão e o congelamento dos preços de aluguéis e 
alimentos; 
B) representou os interesses dos partidários da Junta Governativa de Vila Bela que 
promoveram a separação da região do resto do Brasil, pois não aceitavam a independência 
proclamada por D. Pedro I; 
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C) articulado pela Sociedade dos Zelosos da Independência, o movimento tinha, inicialmente, 
objetivos políticos moderados, mas assumiu um caráter violento na medidaem que grupos 
radicais exigiam a expulsão dos portugueses; 
D) obteve grande apoio das camadas médias urbanas e da burguesia manufatureira que, 
influenciadas pelo liberalismo, defendiam a imediata proclamação da República; 
E) refletiu a ação do Partido Brasileiro, pois os proprietários rurais de Mato Grosso defendiam 
o fortalecimento do poder imperial, contrariando a orientação federalista do Nordeste. 
 
3. (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) 
Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato Grosso durante a Regência, pode-se 
afirmar. 
A) Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo político que desejava o retorno de 
Dom Pedro I e a volta do Brasil à condição de colônia. 
B) Havia uma forte articulação dos revoltosos com movimentos semelhantes que se 
desenvolviam no Pará, na Bahia e no Rio Grande do Sul. 
C) Foi um movimento popular, tendo sido plural em suas reivindicações, como a defesa da 
abolição da escravatura. 
D) Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas, desejavam, com a Rusga, expulsar da 
província e exterminar o poder dos grandes comerciantes, proprietários de terras e de 
escravos. 
E) Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência, composta por elementos da 
elite burocrática, profissionais liberais e componentes da Guarda Nacional. 
 
4. (FUNCAB/SESP MT/2014 – PERITO OFICIAL CRIMINAL) 
Dos tempos do Império à sua divisão político-administrativa nos anos 1970, a região 
pertencente ao estado do Mato Grosso foi marcada por períodos de prosperidade e declínio 
econômico. 
É correto afirmar que: 
A) a descoberta do ouro, no século XIX, provocou grande procura pela região, 
desconcentrando a economia das atividades agrícola e pastoril. 
B) a exploração da borracha na Amazônia, iniciada em fins do século XIX, em nada contribuiu 
para alterar o panorama da economia mato-grossense. 
C) a crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato Grosso, onde também 
foi explorada a erva-mate nativa em fins do século XIX. 
D) a Guerra do Paraguai não afetou a economia da região, em fase de grande prosperidade 
desde a Independência do Brasil, apesar da diminuição da população ativa. 
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E) a política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a criação de Brasília não 
trouxeram desenvolvimento econômico para a região, que permaneceu ainda, por décadas, 
isolada do restante do país. 
 
5. (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR) 
“Diversos projetos de colonização foram implantados em toda a Amazônia Legal na década 
de 1970, tendo ocorrido a maior concentração em Mato Grosso, onde, já nos primeiros anos 
do processo, foram implementados mais de 80 projetos da iniciativa particular, além de 14 
projetos oficiais para resolver situações emergenciais de conflito. O estado de Mato Grosso 
tornou-se área de atração para milhares de pessoas que migraram de diferentes regiões do 
país em busca de trabalho, oportunidades de adquirir terras e de realizar seus projetos de 
vida”. 
MORENO, Gislaene; HIGA, Tereza C. S.; MAITELLI, Gilda T Geografia de Mato Grosso. Cuiabá: 
Entrelinhas, 2009. p.64. 
O texto das autoras demonstra que: 
A) O crescimento populacional em Mato Grosso foi um processo homogêneo que aconteceu 
tanto no campo como na cidade. 
B) O ritmo de crescimento da população de uma determinada área vincula-se às causas de 
ordem biológica. 
C) A migração constituiu o principal componente do crescimento populacional de Mato 
Grosso. 
D) As variações na dinâmica demográfica, particularmente no que se refere ao crescimento, à 
distribuição e à densidade, aceleraram a partir dos anos 1990. 
E) A intensa urbanização em Mato Grosso nada tem a ver com as políticas e estratégias 
governamentais nas décadas de 1970 e 1980. 
 
6. (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) 
O processo de colonização do estado de Mato Grosso se fortaleceu a partir: 
A) da regulamentação da posse da terra. 
B) da implantação de rodovias e ferrovias no Estado. 
C) da década de 1970, com a implantação dos projetos oficiais de colonização. 
D) do plano de metas, a fim de possibilitar melhor administração e exploração econômica. 
E) da proposta de desenvolvimento sustentável e equidade social. 
 
 
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1. Discursiva 
2. Alternativa C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Alternativa E 
4. Alternativa C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Alternativa C 
6. Alternativa C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 
 Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou 
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre 
consultá-la. Não se esqueça, também, dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para 
alcançá-los. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em 
rastejar”. Encontro você na nossa próxima aula. 
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso. 
 
 Até logo... 
 
 Prof. Sérgio Henrique Lima Reis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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