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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: • Possíveis causas: → Deposição de dentina secundária; → Trauma; → Medicação; → Tratamento endodôntico (limpeza incorreta); → Curativo com óxido de zinco e eugenol (eugenol pode escurecer o dente). • Existem medidas para prevenção e redução das pigmentações extrínsecas: → Diagnosticar o fator causador; → Profilaxia profissional e manutenção da higiene oral; → Redução de ingestão de alimentos pigmentados; → Evitar fumo. → Fluorose; → Hipoplasia do esmalte; → Amelogênese imperfeita; → Dentinogênese imperfeita. OBS: Geralmente, a hipoplasia aparece no dente análogo. Mas também há casos em que não aparece. Em alguns casos, só é visível quando o dente está desidratado. Amelogênese e Hipoplasia. → Pré-eruptivas: 1. Icterícia; 2. Eritroblastose fetal; 3. Porfira congênita; 4. Por tetraciclinas. → Pós-eruptivas: 1. Hemorragia pulpar; 2. Necrose pulpar; 3. Materiais (óxido de zinco e eugenol, materiais endodônticos, amálgama); 4. Iatrogenias; 5. Escurecimento fisiológico; 6. Trauma + calcificação distrófica da polpa. Manchamento por tetraciclina – Grau 1 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Manchamento por tetraciclina – Grau II Manchamento por tetraciclina – Grau III Manchamento po tetraciclina – Grau IV Fatores, como: • Diagnóstico da alteração de cor – o que levou ao escurecimento daquele dente; • Indicação ou não de clarear; • Seleção da técnica e do agente clareador; • Expectativa do paciente. OBS: Não se deve prometer ao paciente que o resultado será bem sucedido, pois isso é algo que não da para saber. Indicações para clareamento: • Dentes naturalmente amarelados ou escurecidos; • Dentes manchados ou escurecidos por corantes da dieta, fumo... • Dentes moderadamente manchados por tetraciclina (tipo I e II); • Dentes com alteração de cor por traumatismo; • Dentes escurecidos pela perda parcial de esmalte por conta da idade (processo fisiológico); • Dentes com alteração intrínseca de cor provocada por doença sistêmica como sarampo, eritroblastose fetal... Agentes clareadores: • Peróxido de Hidrogênio; • Peróxido de Carbamida; • Perborato de Sódio (utilizado para claremento não vital – dentes que passaram por tratamento endodôntico) Apresentações: . – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: Neutralizante serve para neutralizar a ação cáustica do agente clareador. Recomendações importantes: • Sempre ler a bula dos agentes (pois cada fabricante apresenta as suas recomendações); • Ficar atento a materiais no mercado que prometem clarear os dentes, mas não clareiam: carvão ativado, enxaguantes bucais com dióxido de titânio (clareador fake – pigmenta de branco) e as luzes/laser (tal equipamento não ajuda em nada no processo de clareamento do dente e ainda pode causar problemas, como a irritação da polpa, em decorrência do aquecimento gerado pelo laser). Mecanismo de ação do agente clareador: • O oxigênio em baixo peso molecular acessa o esmalte e a dentina, quebrando os pigmentos (que são cadeias complexas) em moléculas menores e mais claras que serão eliminadas por difusão, e no fim tem-se o dente clareado (todo esse processo trata-se de uma reação de oxirredução). • O peróxido de carbamida é uma substância que se dissocia em peróxido de hidrogênio e ureia. As vantagens de se utilizar o peróxido de carbamida, são: → Possui menor quantidade de peróxido de hidrogênio como resultado da dissociação e a ureia mantém o pH neutro, diminuindo a perda mineral. → Por conta da menor perca mineral, consequentemente haverá menor sensibilidade. Porém, o peróxido de carbamida pode agir de forma mais lenta. Técnicas de clareamento: • Caseiro supervisionado; • Consultório; • Mista (caseiro + consultório); • Não supervisionado (over the counter) – não é indicado. • Imediata; • Mediata (walking bleaching); • Mista. Dentes vitalizados: • Pode-se utilizar o Peróxido de Carbamida 10-22% ou Peróxido de Hidrogênio 4 – 10%; • As moldeiras são confeccionadas para que o paciente leve para casa e coloque o gel clareador. As moldeiras são confeccionadas em acetato, em uma plastificadora elétrica à vacuo. • É feito a moldagem com o alginato e depois o vazamento com o gesso. O gesso deve ser bem cortado e ficar em formato de ferradura (remover a parte de língua e do palato) para utilizar uma única placa de acetato para as duas arcadas. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • A máquina aquece a placa de acetato. A medida que a placa esquenta, forma-se uma “barriguinha”. Quando essa barriguinha fica bem grandinha, significa que a placa está no ponto para descer em direção aos modelos e formar as moldeiras. • Quando a bandeja desce, o vácuo puxa o acetato, encaixando a placa perfeitamente no modelo de gesso, criando a moldeira. • A moldeira deve ser bem cortada, de um tamanho que fique com 3 milímetros de altura em cada dente (entre a cervical e o limite da moldeira). Isso deve ser feito para que o gel clareador não escape. • As placas devem ser testadas na boca do paciente, para verificar se o encaixe está correto: → Deve haver um vedamento da plaquinha; → A placa deve promover uma área isquêmica (para assegurar que está realmente presa); → E para realizar ajustes, pode-se utilizar tesoura e/ou discos de lixa. • Instruções de uso para o clareamento caseiro supervisionado: 1. Tempo de tratamento: mínimo de 2 semanas e máximo de 6 semanas; 2. Regime diário: → 4 horas (para o peróxido de carbamida 10-22%); → 1 hora (Peróxido de hidrogênio 4- 10%). 3. Mostrar para o paciente como carregar a moldeira; 4. Passar instruções para cuidados com a higiene oral; 5. Tempo de uso deve está bem certinho; 6. Devem ser realizados retornos periódicos (para acompanhar os resultados e prosseguir com o tratamento); 7. Cuidados com a alimentação (buscar diminuir a frequência no consumo de alguns alimentos (como vinho, café) para garantir melhores resultados. Para aplicar o gel na moldeira: • Carregar a moldeira posicionando a seringa do clareador em cada vestibular na placa e aplicar uma pequena gota, que irá se espalhar na vestibular de cada dente ao encaixar a moldeira na boca. Pode-se apertar a placa para garantir que o gel se espalhe. Passo a passo: 1. Moldagem com o alginato – o molde deve apresentar cópia adequada dos dentes e margens gengivais; 2. Vazamento do gesso – tomar cuidado para não formar bolhas (utilizar vibrador); 3. Criação da moldeira individual em plastificadora a vácuo, utilizando placa de acetato (quando a placa estiver aquecida haverá formação do abaulamento (barriguinha), que significa que já pode baixar a placa para conformar o molde); 4. Recorte da moldeira – em formato de ferradura. A moldeira deverá cobrir todos os dentes e opcionalmente poderá ser recortada para aliviar as papilas; 5. Prova da moldeira e uso do gel – verificar se não há áreas que machuquem o tecido mole ou se a moldeira está muito solta ou apertada; 6. O paciente deverá utilizar o gel diariamente de acordo com os períodos indicados (de acordo com o fabricante do produto). Moldeiras pré-carregadas: • São moldeiras individuais e pré-carregadas com gel clareador. As moldeiras devem ser colocadas na boca e devem ser realizados movimentos de sucção para que a moldeira possa impressionar todos os dentes. Após a adaptação do gel, a moldeira éretirada. • Essas moldeiras são termo-ativadas – com o aquecimento na boca do paciente, ela começa a se moldar aos dentes. • Deve ser utilizada de 30 a 60 minutos por dia (de acordo com o dentista). • Há um risco de essas moldeiras não se adaptarem muito bem e ocorrer o extravasamento do agente clareador, o que pode causar queimaduras à gengiva do paciente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Utilizar Peróxido de Hidrogênio 35 – 38%; • São concentrações maiores e por isso precisa ser realizado em consultório; • É possível observar resultados mais rápidos, mas também podem causar mais sensibilidade; 1. Primeiro passo é a profilaxia – para retirar biofilme; 2. Realizar seleção e registro de cor – foto inicial antes do clareamento; 3. Utilizar óculos e afastador labial (para não queimar nenhuma mucosa); Afastador labial da FGM. 4. Proteção dos tecidos moles com a barreira gengival (com a cor bem chamativa para que seja possível observar se está bem aplicado e recobrindo bem a gengiva do paciente); Também pode ser utilizadas para cobrir alguma trinca. 5. Para fazer a manipulação, é sempre muito importante ler a bula do produto. Mas, geralmente é: Ficar atento durante a aplicação, com relação ao tempo e para não deixar o paciente se queimar. Além disso, deve-se estourar as bolhas que se formam ao longo do tempo, oriundas da decomposição do peróxido de hidrogênio. Se não tiver o afastador labial, pode-se utilizar uma gaze para afastar a língua. Ficar de olho no paciente para ele não mexer a boca e acabar tocando no gel, podendo ocasionar alguma queimadura. • A FGM sugere a proporção de 21 :7 (27 de gel clareador para 7 de espessante) para as duas arcadas); • Geralmente 15:5 já serve para todos os dentes. Depende de cada caso! • Deve-se manipular vigorosamente por 40 segundos até obter um gel viscoso e firme; • Tempo de tratamento: no máximo 3 sessões com intervalo de 1 semana. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Bolhas que se formam. • Utilizar o sugador com a ponta cortada; • Esse sugador cortado deve ser utilizado apenas para remover o gel e outro sugador com a ponta normal para sugar a saliva/água (não pode usar o mesmo sugador, para não tocar o sugador com gel na saliva do paciente); • Após a remoção, pode-se fazer um polimento e aplicação de flúor neutro e incolor por 4 minutos (atualmente o polimento não é realizado, não há tanta necessidade); OBS: Não utilizar um flúor acidulado, pois pode aumentar a sensibilidade do paciente. • A barreira gengival é removida com uma sonda exploradora. • Utiliza-se o caseiro supervisionado (1 a 3 semanas) + o de consultório (1 sessão) = proporção. Agentes dessensibilizantes: Protocolo que pode ser realizado para diminuir a sensibilidade. • São agentes que possuem em sua composição o , que possui ação obliteradora mecânica dos túbulos dentinários, impedindo que haja a movimentação de líquido e que haja sensibilidade; • E há também agentes dessenbilizantes com em sua composição, que possuem ação neural, impedindo a recepção de estímulo de dor. Agentes clareadores com manipulação diferente: • Whiteness HP Blue – duas seringas que se enroscam. A manipulação ocorre manualmente ao empurrar alternadamente cada seringa (jogando e misturando o gel e o espessante de um lado para o outro). • Whitness HP AutoMixx: possui uma ponta de automanipulação que mistura o material no momento da aplicação dentro da ponteira. Nesses exemplos, a aplicação se torna bem mais fácil por conta do uso da ponteira. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto A forma de aplicação vai depender de cada fabricante! Dentes não-vitais: Causas do escurecimento: • Necrose; • Curativo com eugenol (IRM e Pulposan que possuem eugenol em sua composição); • Quando a guta-percha está alta (deve ficar bem abaixo da coroa). Máximo de sessões: • Máximo de 3 sessões para todas as técnicas. O que deve ser observado? • Qualidade da obturação; • Lesões periapicaais; • Fraturas radiculares. • Utilizar peróxido de hidrogênio 35-38%; • Pode-se utilizar perborato de sódio ou peróxido de carbamida 37% • Utilizar peróxido de hidrogênio 35%, perborato de sódio ou peróxido de carbamida 37%. Depois que a guta-percha está bem reduzida, pode-se fazer o tampão cervical. O tampão pode ser confeccionado com: • Hidróxido de cálcio PA + Coltosol; • Hidróxido de cálcio PA + CIV (ionômero de vidro); • Hidróxido de cálcio PA + Resina composta; • Apenas Coltosol; • Apenas CIV; • Apenas Resina composta. Essa barreira pode ser confeccionada na diagonal. • Na técnica imediata – depois de expor o tampão cervical, aplica-se o peróxido de hidrogênio na vestibular e por dentro. Após deixar o tempo preconizado, remove todo o material e fecha com restauração provisória; • Na técnica mediata – após expor o tampão cervical, coloca-se o peróxido de carbamida 37% em gel ou perborato de sódio dentro. Em seguida, coloca-se um algodão sobre o agente e realiza a restauração provisória (com coltosol/CIV/resina). OBS: Lembrar de sempre realizar o ajuste oclusal nesses dentes (verificar MIH, protrusão e lateralidade). OBS: Também fazer sempre o registro de cor antes e depois do procedimento. É importante fazer um tampão cervical para proteger o tratamento endodôntico. Com um cursor ou stop é possível ver o tamanho da coroa. É preciso que haja um espaço de 3 mm sobrando acima da guta percha. A guta percha não pode ficar perto da coroa. Deve-se remover a guta-percha até ficar no tamanho ideal. A radiografia pode ajudar a calcular a quantidade que deve ser retirada. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Na técnica mista: abre o dente, deve possuir o tampão, realiza-se a técnica de consultório e por fim deixa o agente clareador dentro da cavidade. O paciente vai pra casa e retorna na outra semana. • Retornos semanais (3 semanas no máximo); • Trocas do curativo (semanal); • Manutenção do tampão (verificar se está íntrego para que o gel não entre e prejudique o tratamento endodôntico). • Deixar hidróxido de cálcio PA 7 dias e restauração provisória (pois o agente clareador pode causar perda da adesão e também para evitar que haja instabilidade de cor – é necessário um tempo para estabilizar a cor); • Restauração final: decorridos 7 a 14 dias. OBS: É importante aguardar esse tempo para restaurar o dente, para que haja a estabilização da cor e eliminação do oxigênio residual que pode prejudicar a adesão. Efetividade do clareamento: • O ideal é que o resultado consiga deixar até 3 cores mais claras. Quando não houve erro no diagnóstico inicial e não houve erro no produto (validade, acondicionamento) e: 1. Após o limite de sessões o dente não clareou – pode ser que chegou no ponto de saturação do dente (ele não consegue clarear mais); 2. O clareamento caseiro não está alterando a cor – pode- se realizar técnica de consultório antes do limite de 6 semanas e avaliar a reação do dente (se não reagir, é porque já chegou no ponto de saturação); • Anualmente deve-se realizar 1 semana de clareamento caseiro ou 1 sessão de consultório (é o ideal); • É importante utilizar um produto de baixa concentração. Observações: • Os caninos possuem menos esmalte e mais dentina visível – por isso, naturalmente apresentam uma cor mais amarelada; • Osdentes inferiores possuem menos volume e menos esmalte, e também tendem a ser mais amarelados; • Regra geral: incisivos inferiores clareiam mais rápido do que os caninos e a arcada inferior. Assim como, pode haver mais sensibilidade nos inferiores (mas isso é bem relativo); • Paciente mais jovem terá mais facilidade para clarear (poros mais abertos); • Paciente adulto terá mais dificuldade para clarear (por conta da dentina reacional); A técnica mediata gera um resultado melhor, mas pode ser arriscada: • Alguns pacientes podem apresentar uma falha na junção esmalte/cemento, essa falha pode expor a dentina e com isso, o gel clareador pode causar uma reabsorção óssea e radicular, promovendo uma separação da coroa da raiz. Peróxido de Carbamida: Preferencialmente deve-se utilizar na concentração mais baixa de 10%, para diminuir a probabilidade de sensibilidade. Se houver pressa em clarear o dente, pode utilizar na concentração de 16%. Se o paciente fez o clareamento e sentiu muita sensibilidade, é necessário voltar para a concentração de 10%. Não há regra para a escolha da concentração do agente clareador, isso irá depender de vários fatores: • Idade, sensibilidade, permeabilidade, presença de trincas, resseção gengival, pressa do paciente etc. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Antes a idade mínima era de 18 anos para clarear. Hoje permite-se clarear a partir de 16 anos (mas há o risco de ocorrerem alguns danos a longo prazo). → Por conta disso, é aconselhável usar menor concentração e técnica caseira supervisionada nesses pacientes com 16 anos, para diminuir os efeitos adversos. Referências: Aula teórica de Tópicos Integradores II. Faculdade Maurício de Nassau, , Professora Isabela Dantas, Odontologia, 2021.
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