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2021 o TCC Carla pos defesa correcao - pronto 30 07- certo 000

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Prévia do material em texto

Anclivepa-SP 
Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Estado de São Paulo 
 
 
 
 
 
CARLA BEATRIZ BORSARI 
 
 
 
 
 
 CORPO ESTRANHO GASTROINTESTINAL EM CÃO: RELATO DE CASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
 2021 
CARLA BEATRIZ BORSARI 
 
 
 
 
 
 
CORPO ESTRANHO GASTROINTESTINAL EM CÃO: RELATO DE CASO 
 
 
 
Monografia apresentada para Conclusão do 
Curso de Especialização em Cirurgia de tecidos 
moles (Pós-Graduação Lacto Sensu) da 
Anclivepa-SP, 
 
Orientador: Prof. Dra. Valeria Trombini 
Vidotto Lemes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 2021 
 
 
 
 
CARLA BEATRIZ BORSARI 
 
CORPO ESTRANHO GASTROINTESTINAL EM CÃO: RELATO DE CASO 
 
 
 
Monografia apresentada para conclusão do Curso 
de Especialização em Cirurgia de tecidos moles 
(Pós-Graduação Lato Sensu) da Anclivepa-SP. 
 
 
Orientador: Prof. Drª. Valeria Trombini Vidotto 
Lemes 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________ Prof. 
Dr. 
Instituição: 
 
 
______________________________________ Prof. 
Dr. 
Instituição: 
 
 
______________________________________ Prof. 
Dr. 
Instituição: 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Sou grata a Deus, e N. Sra. de Aparecida acima de tudo, por me proporcionar 
perseverança durante toda a minha vida. 
Agradeço à Profª. Drª. Valeria Trombini Vidotto Lemes por todo ensinamento fornecido 
durante a confecção desta monografia, além de ser um modelo profissional a ser seguido. 
Aos meus pais Marcia e Sergio e aos meus irmãos, Luiza e Sergio Jr. que sempre 
estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória, além de sempre 
acreditarem em mim e me apoiarem para que eu me tornasse uma pessoa melhor e mais sábia. 
Ao meu parceiro Leonardo, e aos meus amigos pela ajuda, compreensão e paciência 
demonstrada durante o período do projeto. 
Também quero agradecer à Anclivepa-SP (Associação Nacional dos Clínicos 
Veterinários de Pequenos Animais do Estado de São Paulo), e a todos os professores do meu 
curso pela elevada qualidade do ensino oferecido. 
Aos meus colegas do curso pelas trocas de ideias e ajuda mútua. Juntos conseguimos 
avançar e ultrapassar todos os obstáculos. 
 
 
RESUMO 
 
BORSARI, C.B. Corpo estranho gastrointestinal em cão: relato de caso. [Stranger 
gastrointestinal body in dogs: case related]. 2020. 52 f. Monografia (Curso de Especialização 
em Cirurgia de tecidos moles) – Anclivepa-SP, São Paulo, 2020. 
 
Diversas patologias acometem o sistema gastrointestinal dos animais, e a presença de corpo 
estranho, acarretando transtornos digestivos são frequentes em animais da espécie canina, 
destacando maior frequência em animais mais jovens, devido a sua conduta alimentar. Ao 
ingerirem o material estranho, muitas das vezes ele se aloja no estômago ou intestino, ou ainda 
a associação destes, o que requer diagnóstico imediato, estabilização do paciente, e a 
intervenção cirurgia se torna uma das manobras recomendadas para resolução do mesmo. Os 
sinais clínicos apresentados pelos animais dependem da localização, duração e extensão do 
processo, além da integridade vascular do segmento envolvido, sendo os achados anamnésicos 
mais comuns vomito, apatia, regurgitação, e dor abdominal, podendo também não causar 
sintomatologia no animal. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de ingestão de corpo 
estranho por um cão da raça American Bully, de 7 meses de idade. O tratamento eleito para o 
paciente em questão foi cirúrgico, através das técnicas de enterotomia e gastrotomia. Os 
resultados mostraram que a técnica escolhida para correção da patologia descrita obteve 
sucesso, na resolução do caso. Conclui-se assim que a técnica eleita pela equipe clínica e 
cirúrgica foi adequada para o caso, devido a presença de corpo estranho em estomago e 
intestino, sem comprometimento dos segmentos envolvido, resultando na melhora do paciente. 
 
Palavras-Chave: Corpo estranho. Cirurgia. Canina. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
BORSARI, C.B. Stranger gastrointestinal foreign body in dogs: case report [Corpo estranho 
gastrointestinal em cão: relato de caso]. 2020. 52 f. Monografia (Curso de Especialização em 
Cirurgia de tecidos moles) – Anclivepa-SP, São Paulo, 2020. 
 
Several pathologies affect the animals' gastrointestinal system, and the presence of a foreign 
body, causing digestive disorders are frequent in canine animals, highlighting a higher 
frequency in younger animals, due to their feeding behavior. When ingesting foreign material, 
it is often lodged in the stomach or intestine, or both, which requires immediate diagnosis, 
stabilization of the patient, and surgery intervention becomes one of the recommended 
maneuvers to resolve it. The clinical signs presented by the animals depend on the location, 
duration and extent of the process, in addition to the vascular integrity of the involved segment, 
the most common anamnesis findings being vomiting, apathy, regurgitation, and abdominal 
pain, and may also not cause symptoms in the animal. The aim of this study was to report the 
removal of a foreign body in a 7-month-old American Bully dog diagnosed by ultrasound 
methodology, making it possible to visualize a foreign body in the gastric region and another in 
the duodenal region. The therapy chosen for the patient in question was a surgical procedure, 
using gastrotomy and enterotomy techniques. It is concluded that the technique chosen by the 
clinical and surgical team was adequate for the case, due to the presence of a foreign body in 
the stomach and intestine, without compromising the incomplete segments, it occurs in the 
improvement of the patient. 
 
Keywords: Foreign body. Surgery. Canine. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Representação esquemática do trato gastrointestinal do cão ………………….14 
Figura 2 – Representação esquemática da composição divisão anatômica do estômago .... 16 
Figura 3 – Esquematização do sistema digestório e suas subdivisões................................. 18 
Figura 4 – Imagem de uma lâmina histológica do estômago. Chave vermelha túnica mucosa, 
azul submucosa, verde muscular e preta serosa ................................................. 19 
Figura 5 – Imagem ultrassonográfica, referente a composição da cavidade gástrica em exame 
 ............................................................................................................................ 29 
Figura 6 – Imagem ultrassonográfica, apresentando alteração em espessura da camada 
gástrica ............................................................................................................... 30 
 
 
Figura 7 – Imagem ultrassonográfica do segmento: Duodeno ............................................ 31 
Figura 8 – Imagem ultrassonográfica do segmento: Jejuno ................................................ 32 
Figura 9- Segmento Jejuno, com presença de material amorfo hiperecóico, indicado pela 
seta, sugerido presença de corpo estranho. ........................................................ 33 
Figura 10- Incisão na linha mediana, para acessar cavidade abdominal ............................. 34 
Figura 11- Utilização de aparelho de sucção, para auxílio no esvaziamento do órgão ....... 35 
Figura 12- Retirada do corpo estranho gástrico, com auxílio de uma pinça allis ................ 36 
Figura 13- Gastrorrafia em dois planos de sutura em padrão Cushing ................................ 37 
Figura 14- Jejuno com aspecto de plissamento .................................................................... 38 
Figura 15 – A. Localização do corpo estranho, após incisão longitudinal. B- Ordenhação para 
retirada do corpo estranho ..................................................................................39 
Figura 16- Enterorrafia com ponto simples interrompido, utilizado fio absorvível. ........... 40 
Figura 17 – Celiorrafia com fio não absorvível sintético monofilamentado (nylon) 2-0. ..... 41 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1- Hemograma ............................................................................................................. 27 
Quadro 2 - Perfil Bioquímico ................................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 
 
 
 
FA Fosfatase Alcalina 
ALT Alanina Aminotransferase 
CE Corpos estranhos 
HCL Ácido clorídrico 
ID Intestino delgado 
IG Intestino grosso 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9 
1.1 Objetivos ........................................................................................................................... 10 
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 10 
1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 10 
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 10 
2.1 – Anatomia e Fisiologia do sistema digestório ............................................................... 10 
2.1.1 Esôfago .......................................................................................................................... 12 
2.1.2 Estomago ........................................................................................................................ 12 
2.1.3 Intestino .......................................................................................................................... 13 
2.2 Corpo estranho ................................................................................................................. 16 
2.3 Diagnóstico ........................................................................................................................ 17 
2.4 Técnica cirúrgica .............................................................................................................. 19 
2.4.1 Gastrotomia ................................................................................................................... 19 
2.3.2 Enterotomia ................................................................................................................... 20 
2.4 Prognóstico ........................................................................................................................ 21 
3 RELATO DE CASO ........................................................................................................... 22 
4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 37 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 41 
 
 LISTA DE REFERÊNCIAS ................................................................................................. 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Corpos estranhos (CE) gastrointestinais são quaisquer objetos estranhos ingeridos pelo 
animal que não podem ser digeridos ou que são digeridos muito lentamente, podendo causar 
obstrução em diversas porções do trato digestório, sendo frequentes em animais da espécie 
canina devido ao seu comportamento alimentar que os torna não seletivos em relação a 
alimentação e assim, ingerem qualquer coisa (NELSON & COUTO, 2001; HEDLAND & 
FOSSUM, 2008; GIANELLA et al., 2009; FOSSUM, 2014). 
O aparecimento de sinais clínicos pode variar de horas a semanas após a ingestão do CE 
(GIANELLA et al., 2009; HOBDAY et al., 2014). Porém, ao atender uma ocorrência clínica 
direcionada ao tratamento de vomito agudo ou persistente, a suspeita de CE gástrico ou 
intestinal deve ser considerada. O fator vomito pode se justificar por inúmeras causas, como, 
por exemplo, a obstrução de escoamento, distensão gástrica, irritação de mucosa ou a associação 
destes. 
Quando os objetos ingeridos interrompem a passagem de alimentos e fluidos, nota-se a 
presença de transtornos gastrointestinais, conhecidos como síndrome oclusiva (NELSON & 
COUTO, 2001), que se apresenta com sintomatologia inicial aguda de disfagia ou regurgitação 
em sua maior frequência, além de sinais como náuseas, salivação excessiva, vômitos, 
inapetência, inquietação, depressão, desidratação e angústia respiratória, entre outros podendo 
variar dependendo da duração, localização e tipo de obstrução (parcial ou completa) (FOSSUM, 
2008). 
Tais situações podem ser diagnosticadas por exames imaginológicos. Na 
ultrassonografia as intussuscepções possuem aparência característica, sendo visualizadas várias 
camadas intestinais concêntricas, que correspondem à junção do intussuscepto e 
intussuscepiente, sendo também possível a detecção de problemas retidos em alças plissadas, 
quando presentes (CARVALHO, 2015). 
Tendo em conta os sinais clínicos e alterações analíticas apresentadas frequentemente 
por estes doentes é importante descartar outros possíveis diagnósticos diferenciais, visto a 
amplitude sintomatológica como, por exemplo, parvovírus em casos caninos. (NELSON & 
COUTO, 2010) 
Os CE gastrointestinais são um diagnóstico comum entre os cães que se apresentam em 
estabelecimentos médico veterinários em condições de emergência e, ainda assim, muitas vezes 
representam um desafio diagnóstico (HOBDAY et al., 2014). 
1 
 
 
As radiografias contrastadas e a endoscopia são os métodos confiáveis de se fazer o 
diagnóstico. Entretanto, o diagnóstico pode ser dificultado se o estômago estiver repleto de 
alimentos. (NELSON e COUTO, 1998). A maioria dos CE radiopacos pode ser identificada em 
estudos radiográficos de boa qualidade (FOSSUM, 2007). 
Segundo Radlinsky (2014) em alguns casos, a correção cirúrgica é considerada o 
tratamento de eleição, onde são empregadas técnicas de redução manual ou técnicas cirúrgicas 
como; enterectomia e enteroanastomose, adotando-se medidas para evitar recidivas como a 
realização da enteroenteropexia, dependendo da localização do corpo estranho. 
O prognóstico desta afecção, depende da causa, localização e duração do quadro 
intestinal. Os animais com o intestinal não tratada, apresentam elevada taxa de mortalidade, 
vivendo por poucas semanas ou vindo à óbito dentro de três a quatro dias. O prognóstico se 
agrava com a progressão do quadro, evoluindo para a laceração intestinal e peritonite. O óbito 
decorre de choque hipovolêmico e de distúrbios eletrolíticos e acidobásicos (RADLINSKY, 
2014). 
Segundo Sherding et al (1998) se a barreira da mucosa normal for prejudicada por 
distensão ou isquemia, a permeabilidade poderá aumentar, a migração bacteriana e a absorção 
de toxinas na circulação sistêmica ou na cavidade peritoneal, ou em ambos os locais, gerando 
maiores problemas ao paciente, interferindo negativamente no prognostico. 
1.1 Objetivos 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
Relatar o caso de corpo estranho gastro intestinal e jejuno em canino macho de 7 meses. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
• Analisar o histórico do animal conhecido do animal: regurgitação, hiporexia e apatia; 
• Visualizar o diagnóstico encontrado e as possíveis metodologias para seu tratamento; 
• Observar o tratamento adequado para a origem da sintomatologia. 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Anatomia e Fisiologia do sistema digestório 
 
A função principal do sistema digestório está na degradação do alimento em moléculas 
pequenas, que poderão ser absorvidas pelas células em um processo fisiológico, tendo como 
2resultado a manutenção das exigências energéticas do organismo, e consequentemente 
desenvolvimento do sistema (JUQUEIRA et al., 2013). 
Segundo Ferreira (2007), o sistema digestório, tem seu início na boca, que é composta 
pela língua, e uma variedade de tipos de dentes; como incisivos, caninos, pré-molares e molares, 
totalizando 42 dentes. Além da composição básica, que consiste no estômago, intestino delgado 
(ID), e o intestino grosso (IG), fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Além do trato alimentar 
superior; composto pela boca, dentes e esôfago superior. (CARCIOFI, 2008), conforme 
observa-se na figura 1. 
 
Figura 1: Representação esquemática do trato gastrointestinal do cão. 
 
 
Fonte: KÖNIG e LIEBICH, (2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre a sua funcionalidade, a comida que é ingerida pela boca do cão, é envolvida pela 
saliva, pela ação produtora das glândulas salivares; em seguida é conduzida para processo de 
digestão através do esôfago ao estômago. Ao chegar no estômago, o conteúdo será dissolvido e 
degradado, através da ação dos sucos digestivos oriundos do fígado e do pâncreas. O processo 
digestivo tem seu término no intestino grosso, onde o conteúdo não utilizado e captado fara 
parte das fezes que serão posteriormente excretadas. (FERREIRA, 2007) 
 3 
 
 
Por ser um órgão digestivo, o sistema digestório tem capacidade de assegurar a absorção 
dos nutrientes de que o corpo demanda. Possui função reguladora e protetora e, também tem 
um grande papel de controlar a digestão e a absorção de nutrientes. Assim sendo pode-se dizer 
que a digestão é uma série de eventos, mecânicos, químicos e microbiológicos que visam à 
degradação de compostos alimentares. Os processos mecânicos incluem a mastigação e os 
movimentos peristálticos e têm como objetivo a redução do tamanho de partículas. A 
degradação química é realizada com fluidos ricos em enzimas do estômago, pâncreas e intestino 
delgado. A digestão enzimática direciona à geração de monómeros que são absorvidos junto 
com a água, vitaminas e minerais que são liberados dos alimentos. E os microrganismos que 
estão presentes no intestino grosso produzem enzimas que fazem a digestão química do 
alimento (CASE, CAREY e HIRAKAWA, 2000). 
2.1.1 Esôfago 
 
Segundo Fossum (2008), o esôfago, se trata de um órgão de conformação tubular, de 
estrutura oca, com a função básica de conduzir o alimento da faringe até o estômago, sua 
composição se dá em três porções: cervical, torácica e abdominal. Sua localização anatômica 
efetua-se a esquerda da linha média e após, a partir da bifurcação da traqueia até o estomago. 
Tem como composição de sua parede camadas mucosa, submucosa, muscular e adveticia. 
(FOSSUM, 2008) 
Parte de sua composição se implica em camadas distintas, sendo elas: adventícia, 
muscular, submucosa (contendo nelas glândulas, nervos e vasos sanguíneos) e mucosa 
(POLLARD, et al, 2012). Vale ressaltar que a composição muscular estrutural é diferente nas 
espécies caninas e felinas, enquanto o cão tem toda sua dimensão composta de musculo estriado, 
o gato possui apenas um terço de sua composição com musculatura lisa, localizada no terço 
final. (WASHABAU, 2005) 
2.1.2 Estomago 
 
Sobre o estômago simples no caso de um cão de médio porte, o qual possuiu capacidade 
de aproximadamente 0,7 litros, se apresenta em formato de bolsa e está localizado 
transversalmente entre o esfíncter esofagiano inferior e o piloro (TAMS, 2005). Em sua divisão 
anatômica, há o cardia, fundo, corpo, antro e piloro (figura 2). 
 
Figura 2: Representação esquematica da composição e divisão anatomica do estômago. 
 4 
 
 
 
 
Fonte: D’ Alkimin (2008). 
 
Referente a sua divisão, o cardia se encontra na ligação do esófago com o estômago, e 
apresenta como função permitir a passagem alimentar e hídrica para o seu interior e impedir o 
refluxo gastroesofágico. O corpo e o fundo realizam a função de armazenamento e dilatação 
para alojar o conteúdo alimentar, além do corpo realizar secreção de enzimas digestivas, 
acompanhado do ácido clorídrico (HCL) (WILLARD 2005). A superfície cranial do fundo 
empurra o lado esquerdo do diafragma. É preenchido por gás, sendo de fácil identificação no 
RX. O fundo deve ser uma divisão funcional verdadeira do estômago; ele deve controlar o 
enchimento de líquidos, enquanto a parte mais distal tritura a ingesta, mistura o suco gástrico e 
retém sólidos. Já o corpo é empurrado contra o lobo esquerdo do fígado e perfaz o terço médio 
do estômago. É sucedido pela parte pilórica, da qual é arbitrariamente distinguido por um plano 
passando através do chanfro angular (dobra aguda no limite ventral da superfície ventral da 
curvatura menor). (GALERA, 2005). 
Já o antro é responsável pela divisão mecânica da porção sólida, e o piloro constitui-se 
em válvula muscular que limita as dimensões das partículas eliminadas até o duodeno e auxilia 
a fim de evitar refluxo gastrointestinal (STURGES, 2001). 
 
2.1.3 Intestino 
 
 5 
 
 
O intestino é a da porção caudal do canal alimentar e se estende, tendo origem no Piloro, 
e finalizando no ânus do animal, sua divisão, consiste em: Intestino Delgado e Intestino Grosso, 
onde o Delgado prolonga-se do Piloro ao Ceco e o Grosso do Ceco ao Ânus. O intestino, 
semelhante aos outros fragmentos do tubo digestório é composto de diversas camadas que são 
a Mucosa, Submucosa, a Camada Muscular e o Peritônio (KÖNIG e LIEBICH, 2016). É no 
Intestino Delgado que ocorre a digestão final e absorção de nutrientes, sendo fundamental para 
a sucção de fluídos e eletrólitos (SILVA, 2009). 
O Intestino Delgado é dividido em três partes, sendo elas: Duodeno, Jejuno e Íleo 
(SILVA, 2009). É representado pela porção mais fixa, iniciando-se no Piloro à direita da linha 
média, continuando dorso cranialmente por uma pequena distância, admite a flexura duodenal, 
e persiste na direita, como Duodeno descendente. Altera-se cranialmente para a flexura do 
duodeno caudal, onde fixa o ligamento Duodenocólico, tal como observa-se na figura 3 
(TRICHEZ, 2018). 
O Duodeno Ascendente percorre o lado esquerdo da raiz do mesentério, no qual dá 
origem a flexura Duodeno Jejunal. Nesta flexura, o Jejuno, fração maior do Intestino Delgado, 
estabelece a formação de incontáveis voltas apertadas, que estabelece a maior porção da massa 
intestinal e envolvem a parte Ventro- Caudal da cavidade abdominal (TRICHEZ, 2018). 
O jejuno ostenta um amplo número de flexuras e ocupa a porção Ventro-Caudal da 
cavidade abdominal. É o fragmento mais extenso e flexível, o oposto do Duodeno que é a parte 
mais imóvel do intestino delgado (FACHADA, 2017). 
A porção terminal e mais curta do intestino delgado é o íleo. Ele é facilmente encontrado 
pelo vaso Antimesentérico que leva o Ceco à condução ao Jejuno. O Íleo encerra na sua abertura 
para a fração inicial do cólon ascendente, também chamado de Orifício Ileocólico (TRICHEZ, 
2018). 
O Intestino Delgado possui quatro camadas: Mucosa, Submucosa, Muscular e Serosa. 
A Mucosa contém uma superfície livre, sendo aveludada devido a presença de incontáveis 
vilosidades intestinais. As células da superfície do Epitélio simples são de dois tipos. Um tipo 
constitui-se de células Colunares que contribuem na absorção, e o outro tipo constitui-se de 
células Caliciformes ou células de Goblet, células estas que fazem a produção de Muco 
(GORJÃO, 2017) 
6 
 
 
Figura 3: Esquematização do sistema digestório e suas subdivisões 
 
 
Fonte: Carciofi (2017). 
 
Segundo Gorjão (2017) o Intestino Delgado tem sua divisão em camadas: Mucosa, 
Submucosa, Muscular e Serosa. A Mucosa compreende uma superfície livre, apresentando 
aspecto aveludada, justificado devido a presença de inúmeras vilosidades intestinais. Sobre as 
células da superfície do Epitélio simples, são divididas e dois tipos. Um tipo de composiçãode 
células Colunares que contribuem na absorção, e o outro tipo composto de células Caliciformes 
ou células de Goblet, que tem por função a produção de Muco. O tecido conjuntivo da 
Submucosa é o alicerce do intestino, que as camadas Mucosa e Muscular. Possui em sua 
estrutura fibras espirais esquerdas e direitas que promovem suporte, permitindo a dilatação 
intestinal. Localizam-se nesta camada os pequenos vasos sanguíneos e linfáticos e o plexo 
nervoso submucoso (GORJÃO, 2017). 
Fachada (2017) mostra que a camada muscular é bastante desenvolvida e responsável 
pela motilidade intestinal. Em casos de lesão intestinal a rápida cicatrização é de 
responsabilidade da camada serosa (figura 4). 
Figura 4: magem de uma lâmina histológica do estômago. Chave vermelha túnica mucosa, azul submucosa, 
verde muscular e preta serosa 
7 
 
 
 
 
Fonte: USP s/d 
 
2.2 Corpo estranho 
 
Corpo estranho (CE) gastrointestinal são quaisquer objetos ingeridos pelo animal que, 
ou são digeridos muito lentamente ou não podem ser digeridos. É comum em cães devido ao 
seu comportamento alimentar e é visto como achado acidental na radiografia abdominal na 
ausência se sinais clínicos (BRENTANO, 2010). A maioria dos corpos estranhos pode ser vista 
como uma densidade em radiografias de boa qualidade desde que eles sejam radiopacos, mas 
isso nem sempre é evidência de que estejam dentro do esôfago. Corpos estranhos esofágicos 
podem ter densidades fracamente demarcadas que parecem muito com lesões pulmonares. 
Normalmente os corpos estranhos são encontrados no trecho cranial da porção torácica, na base 
do coração (aproximadamente 10%) e no diafragma (aproximadamente 85%). (GALERA, 
2005). 
Objetos pontiagudos podem desgastar ou dilacerar a mucosa do esôfago, causando 
irritação e inflamação dos tecidos subjacentes (esofagite) ou hemorragia. Objetos cortantes 
também podem perfurar a parede do esôfago e permitir que bactérias, ingesta e secreções 
contaminem os tecidos periesofageanos. Ocasionalmente objetos afiados perfuram a parede do 
esôfago e um dos grandes vasos da base do coração, causando hemorragia grave para o 
mediastino. Os corpos estranhos podem penetrar a parede do esôfago e estabelecer uma fístula 
com traqueia, brônquios, parênquima pulmonar ou pele (FOSSUM, 2014). 
CE. devem ser removidos, pois causam inflamação crônica na parede gástrica e 
obstrução pilórica ou intestinal. A melhor técnica deve ser escolhida baseada no tamanho, tipo 
8 
 
 
e consistência do CE. quando circulares e de superfície lisa, podem ser removidos por vômito 
induzido, 30 minutos após o animal ter fito sua alimentação regular. Em cães, apomorfina pode 
ser usada na dose de 1- 5 mg. CE pequenos e de superfície lisa podem ser recuperados por 
endoscopia ou, ainda, com pinças de apreensão; já aqueles maiores ou de superfície irregular, 
podem causar injúria ao esôfago quando retirados pela boca, devem ser removidos por 
gastrotomia. Deve-se tentar o método conservador antes de se optar pelo cirúrgico sempre que 
possível. (GALERA, 2005). 
Papazoglou, Patsikas & Rallis (2003) classificam a obstrução de CE de 1 a 3, com base 
no grau de obstrução (total ou parcial), localização da obstrução ao longo do trato intestinal 
(proximal ou alto, médio; distal ou baixo e cólon) e quanto as alterações fisiopatológicas 
(simples ou mecânicas versus estrangulantes). 
O grau de obstrução está geralmente relacionado ao tamanho do CE: pequeno irregular 
ou lineares, que podem causar obstrução parcial (com passagem limitada de fluido ou gás), 
enquanto a obstrução completa pode ser atribuída a grandes corpos estranhos circulares. Uma 
obstrução intestinal alta envolve o duodeno ou jejuno superior; uma obstrução intestinal média, 
a região jejunal média; e uma obstrução intestinal baixa, o intestino delgado distal. Os CEs 
geralmente induzem obstruções intestinais simples (ou mecânicos) na qual nenhum 
compromisso no suprimento de sangue da parede intestinal ocorre. Uma obstrução 
estrangulante, que geralmente é completa, envolve comprometimento do suprimento de sangue 
do segmento intestinal envolvido. No entanto, na clínica situações poucas obstruções são 
puramente simples porque quase sempre há alguma forma de comprometimento vascular na 
região afetada da parede intestinal (PAPAZOGLOU, PATSIKAS & RALLIS, 2003). 
 
2.3 Diagnóstico 
 
Para que haja um conclusivo diagnóstico o médico veterinário deve realizar uma boa 
anamnese juntamente com exames laboratoriais, ultrassonográficos e radiográficos 
(RAMALHO, et al. 2015) 
Segundo Gianella et al., (2009) existem relatos onde 90% dos casos de corpos estranhos, 
são diagnosticados com método de radiografias torácicas e abdominais. Desta forma, os sinais 
radiológicos associados a obstrução intestinal envolvem achados de dilatação segmentar das 
alças intestinais com fluido e/ou gás ou irregularidade em sua distribuição, CE visível, retenção 
de ingesta proximamente à lesão, empilhamento de alças intestinais, imagens de nível nas 
radiografias em estação e aumento do líquido peritoneal (HOBDAY et al., 2014). Merece 
atenção a imagem com dimensão da suspeita, em questão ao tamanho do CE, pois CE pequenos 
9 
 
 
e não radiopacos, particularmente no estômago, podem ser difíceis de detectar em radiografias 
simples e pode ser necessário realizar radiografia com contraste positivo, ou outros meios 
diagnósticos, e não puramente ser descartado a suspeita diagnostica. (GIANELLA et al., 2009). 
Os sinais clínicos apresentados pela presença de CE no estômago são: vômito reflexo 
desencadeado apenas quando o CE se localiza no antro pilórico; quando localizado no fundo, 
geralmente não produz sinais clínicos. Se o CE. se deposita na porção pilórica do estômago, o 
esvaziamento gástrico tende a diminuir. CE. geralmente não são detectáveis à palpação 
abdominal. 
O RX é adequado para diagnóstico de CE radiopaco, mas muitos são radiolucentes. Sua 
presença pode ser sugerida por aumento na largura de uma porção localizada do estômago. Gás 
e resto da ingesta frequentemente se acumulam ao redor do CE gástrico, facilitando sua 
localização. O RX contrastado pode ser necessário (TAMS et al., 2003). 
As radiografias realizadas com contraste positivo ou com contraste duplo são 
ferramentas importantes no diagnóstico de CE radiolucentes, entretanto se houver suspeita de 
perfuração, o sulfato de bário está contraindicado e deve usar-se um contraste iodado 
hidrossolúvel (TAMS et al., 2003). 
Deve-se ter em atenção, que as radiografias de tumores pulmonares ou lesões esofágicas 
podem mimetizar perfeitamente as radiografias dos CE esofágicos (FOSSUM, 2007). 
Sendo assim, para atingir um diagnóstico conclusivo podem ser utilizadas outras 
modalidades diagnósticas, como estudos com contraste baritados ou ultrassom abdominal 
(HOBDAY et al., 2014). Os CE radiolucentes podem ser reconhecidos por ultrassom se o 
estômago estiver preenchido de fluido e se for possível obter uma janela acústica apropriada 
(FOSSUM, 2007). No ultrassom, a concentração de fluido ou gás dentro do estômago ou parte 
do trato intestinal é um indicador de obstrução (PAL et al., 2015). 
O diagnóstico de obstrução por CE linear intestinal em cães é de 71%, não sendo comum 
a presença de bolhas de gás cônicas em achado radiográfico em cães. Exame ultrassonográfico 
pode detectar plicatura intestinal, que é considerada diagnóstico para FBs lineares. No entanto, 
FBs lineares são nem sempre visualizado durante este exame. (PAPAZOGLOU, PATSIKAS & 
RALLIS, 2003). 
Segundo Gorjão (2017) outros achados laboratoriais incluem valores elevados de 
hematócrito e proteína, para animais de apresentem desidratação como parte de achado 
anamnésico, podendo ou não estar associada a hipoproteinemia devido as perdas 
gastrointestinais. Pode- se encontrar leucocitose, com desvio a esquerda ou leucopenia 
degenerativa,após episódios de efusão abdominal séptica, indicando a existência de isquemia 
10 
 
 
ou de perfusão intestinal, resultando em peritonite. Além destes podem ser encontrados achados 
laboratoriais como Hiperlactatemia, a Hipocalemia, a Hipocloremia e a Hiponatremia, bem 
como a alcalose ou acidose metabólica. Também pode ocorrer um leve aumento da Alanina 
Aminotransferase (ALT), da Fosfatase Alcalina (ALP), e da Creatinina em casos de obstrução 
intestinal. Achados laboratoriais: variam com a severidade e duração do vômito e devem incluir 
desidratação e desbalanço eletrolítico e ácido-básico. A anormalidade mais comum é acidose 
metabólica, mas alcalose hipocaliêmica também pode ocorrer em animais com obstrução 
pilórica (GALERA, 2005). 
Uma vez localizado um corpo estranho, o médico veterinário responsável deve definir 
entre observar sua evolução ou realizar a remoção. Alguns fatores que condicionam na decisão 
são: tipo de CE, localização anatômica, e condição clínica do animal (BARCELLOS, 2012). 
 
2.4 Técnica cirúrgica 
2.4.1 Gastrotomia 
 
Galera (2005) menciona as indicações da gastrotomia: retirada de corpos estranhos; 
inspeção da mucosa gástrica para verificação de presença de úlceras, neoplasias ou hipertrofias; 
obtenção de material para biópsia; e esvaziamento gástrico. 
Antes do ato cirúrgico deve-se examinar todo o trato gastrointestinal através de exames 
físico, radiológico e gastroscopia, para determinar se estão presentes outras lesões. Deve-se 
avaliar se há desequilíbrio hidroeletrolítico no paciente, o qual deve ser corrigido antes da 
cirurgia. O histórico deve ser considerado. Uma laparatomia exploratória pode indicar uma 
gastrotomia. Antibioticoterapia profilática pode ser instaurada (GALERA, 2005). 
A técnica cirúrgica consiste nas seguintes etapas (GALERA, 2005): 
1. Anestesia; 
2. Colocar o animal em decúbito dorsal. 
3. Antissepsia. 
4. Colocação dos primeiros panos de campo. 
5. Laparotomia mediana; pré-umbilical; em alguns casos, pré-retro umbilical; 
6. Colocação dos segundos panos de campo e de compressas umedecidas ao redor da incisão; 
7. Afastadores para aumentar a exposição do estômago. 
8. Exploração da cavidade abdominal e exposição e isolamento do estômago, através de 2 
suturas de apoio equidistantes ou de pinças Babcock na área menos vascularizada do órgão. 
estruturas abdominais circundantes são afastadas com compressas umedecidas. 
11 
 
 
9. Rotacionar o estômago a 90º par que a incisão fique paralela à parede abdominal. 
10. Incisão paralela e equidistante às duas curvaturas, em duas etapas. 
a) Iniciar na camada seromuscular, aprofundando até a mucosa com bisturi; hemorragia 
pode ocorrer quando a incisão atinge a porção mais profunda do leito seromuscular e a 
ligadura dos vasos será mais fácil se a mucosa estiver íntegra pois, quando incisada, tem a 
tendência de se dobrar sobre as outras camadas da parede gástrica. 
b) Faz-se uma incisão na mucosa com lâmina de bisturi ampliando-a com tesoura em 
direção às pinças. 
11. Inspeção do órgão e/ou retirada do C.E. 
12. Troca de luvas; desprezar material contaminado (compressas, instrumental cirúrgico). 
13. Sutura. 
2.3.2 Enterotomia 
 
Enterotomia é uma incisão no intestino, e enterostomia é a remoção de um segmento do 
intestino. Ressecção intestinal e anastomose é uma enterostomia com restabelecimento da 
continuidade entre as extremidades divididas. Enteroenteropexia ou plicatura intestinal é a 
fixação cirúrgica de um segmento intestinal para outro; enteropexia é a fixação de um segmento 
intestinal para a parede do corpo ou outra alça de intestino. 
A cirurgia do intestino delgado é mais frequentemente indicada para obstrução 
gastrointestinal (ou seja, corpos estranhos, lesões). Outras indicações incluem trauma (i.e., 
perfuração, isquemia), mau posicionamento, infecção e procedimentos de diagnóstico ou de 
suporte (ou seja, biópsia, cultura, citologia, tubos de alimentação). A ressecção e a anastomose 
intestinais são indicadas em pacientes com intussuscepção irredutível, estenose do lúmen 
intestinal, lesões graves que comprometam o tecido ou neoplasias intestinais. (GALERA, 2005). 
Galera (2005) descreve o procedimento cirúrgico de enterotomia: 
Colocar o animal em decúbito dorsal, celiotomia mediana, geralmente pré-umbilical. 
A alça intestinal que contém o corpo estranho é tracionada para fora do abdômen e 
isolada com compressas. Realiza-se o “ordenhamento” da alça intestinal. Colocam-se 
pinças intestinais atraumáticas (clampes intestinais) cranial e caudalmente ao local a 
ser incisado. A parede intestinal é incisada longitudinalmente, no lado 
antimesentérico, e no tecido sadio imediatamente caudal ao corpo estranho. A incisão 
deve ter o tamanho suficiente para a retirada do corpo estranho sem causar mais 
comprometimento ao tecido. Posteriormente sutura-se a parede intestinal com pontos 
simples interrompidos que atravessam todas as camadas da parede intestinal, usando 
fio de sutura absorvível sintético 3-0 a 4-0. A agulha é inserida na parte serosa, 
atravessando a mucosa, para garantir a inclusão da submucosa. Depois é reinserida na 
mucosa, chegando à serosa, na borda oposta. Deve-se ter a cautela de evitar a eversão 
da mucosa, buscando-se produzir um bom alinhamento. Pode-se realizar a 
omentopexia. Procede-se a celiorrafia plano a plano. (p.120-121) 
 
12 
 
 
Para a realização da enterectomia e enteroanastomose, o veterinário deve: 
Avaliar a quantidade de intestino a sofrer ressecção. Na maioria dos pacientes, a área 
afetada pode ser tracionada para fora do abdômen. Em casos de intussuscepção, 
sempre é válido tentar reduzi-la. Realiza-se um leve “ordenhamento” na porção da 
alça intestinal a ser retirada. O intestino é liberado de sua ligação com o mesentério 
através de transecção e ligaduras (fio sintético absorvível 3-0 ou 4-0). Aplique um ou 
dois clampes intestinais (ou os dedos) em cada extremidade que irá ser seccionada. As 
pinças devem ser colocadas de maneira que o suprimento sanguíneo da anastomose 
não seja impedido, e o mais próximo possível da linha de corte, para evitar 
extravasamento de conteúdo intestinal (GALERA, 2005, p.121). 
 
 
2.5 Prognóstico 
 
O prognóstico varia conforme tamanho, conteúdo e grau de acometimento do corpo 
estranho no animal (BIRCHARD e SHERDING, 2003). O prognostico é variável, normalmente 
favorável em casos no qual o órgão relacionado não tiver sido lesionado, e o corpo estranho ter 
sido retirado, caso ao contrário o prognóstico será reservado (FOSSUN, 2005). 
Fossum (2014) afirma que a remoção de CE é essencial para o prognóstico do animal. 
O prognostico é bom se a perfuração não tiver ocorrido; no entanto, é reservado se a perfuração 
resultou em mediastinite ou piotórax (ou ambos). Necrose isquêmica ou perfuração do esôfago 
podem ocorrer após a remoção do corpo estranho. Normalmente, o extravasamento de saliva e 
de ingesta para o mediastino ou cavidade pleural causa inflamação grave, infecção e morte. 
Mas deve-se ter em mente que o prognóstico depende da causa, localização, grau de 
obstrução e duração destas. Os animais não tratados morrem dentro de três a quatro dias ou 
podem viver por algumas semanas. Aqueles que morrem de forma aguda geralmente têm 
obstruções altas ou enterotoxemia. O óbito se deve à hipovolemia e aos desequilíbrios 
eletrolítico e acidobásico. A sobrevida de animais é variada, podendo sobreviver desde dias até 
semanas. Os melhores prognósticos são de obstruções distais, parciais, com vascularização 
preservada e com ingestão adequada de líquidos mantida pelo animal. O prognóstico piora com 
perfuração do intestino e peritonite (RADLINSKY, 2014). 
O prognóstico é bom se for evitada a peritonite e as ressecções extensas. A mortalidade 
é maior nos animais com uma maior duração de sinais clínicos, CE linear, ou necessidadede 
mais do que uma incisão gastrointestinal (HAYES, 2009). Obstrução crônica, 
comprometimento maior do intestino, tempo de cirurgia mais longo, aumento do risco de 
contaminação e múltiplas incisões necessárias para remover CE lineares, faz a associação direta 
entre a ingestão desses materiais com os piores prognósticos observados. Nos casos em que se 
opta pela não realização de procedimento cirúrgico, o prognóstico torna-se reservado, porque 
13 
 
 
os animais podem morrer de choque hipovolêmico ou endotóxico, septicemia, peritonite ou 
inanição (RADLINSKY, 2014). 
 
 
3 RELATO DE CASO 
 
 
No dia 17 de agosto de 2020, foi atendido na Clínica Veterinária BorsariVet um animal 
da espécie canina, sexo masculino, raça American Bully, de 18,2 kg de corporal com 7 meses 
de idade, com histórico de inúmeros episódios de regurgitação de coloração enegrecida, além 
de apatia. Tutor negou a existência de doenças anteriores 
O animal alimentava-se basicamente de ração, morava em casa e não possuía acesso à 
rua. Ao exame físico o animal apresentava estado geral prostrado, com temperatura de 38,5 °C, 
levemente desidratado, e mucosas normocoradas. Frequência cardíaca de 120 batimentos por 
minuto e frequência respiratória de 10 movimentos por minuto. 
Foram solicitados exames, como hemograma completo (quadro 1) e perfil sérico 
bioquímicos (quadro 2), realizados na própria Clínica, e avaliados como dentro do parâmetro 
de normalidade e exame de imagem: ultrassonografia abdominal. 
O quadro 1 mostra os resultados do hemograma completo realizado na Clínica, cujos 
resultados saíram na mesma data da coleta. 
Quadro 1: Hemograma 
ERITROGRAMA RESULTADOS VALOR DE REFERÊNCIA 
Eritroblasto 0/100% (Até 1%) 
Hematócrito 42% (37,0 a 55,0 %) 
Hematimetria 6,2 x 106 /mL (5,5 a 7,0 X 106 /uL) 
Hemoglobinometria 13,5 g/dL (12,0 a 18,0 g/dl) 
VCM 67,74 fL (60,0 a 77,0 fL) 
HCM 21,77 pg (19,0 a 24,0 pg) 
CHCM 32,14 g/dL (31,0 a 36,0 %) 
Proteinas Plas. Totais 8.6 g/dL (5,5 a 8,0 g/dL) 
14 
 
 
Fibrinogênio -----mg/dL (150 a 300 g/dL) 
Plaquetometria 3000.000/mm³ (175.000 a 500.000 mm3 
Reticulócito ------% (< 1 ) 
Reticulócito (absoluto) -------- (< 80.000) 
(fim) 
LEUCOGRAMA RESULTADOS VALOR DE REFERÊNCIA 
Leucometria 13.000 (6.000-17.000/mm³) 
Neutrófilos 84 (55 a 80%) 10.920 (3.000-11.800/mm³) 
Mielócitos 0 (0 a 0%) 0 (0 a 0 / mm³) 
Metamielócitos 0 (0 a 0%) 0 (0 a 0 / mm³) 
Bastões 0 (0 a 2%) 0 (0 a 300 / mm³) 
Segmentados 84 (52 a 77%) 10.920 (3.000-11.800/mm³) 
Eosinófilos 1 (1 a 10%) 130 (100 a 750/mm³) 
Linfócitos Típicos 14 (5 a 45%) 1.820 (1.000 a 4.800/mm³) 
Monócitos 1 (1 a 8%) 130 (100 a 1.350/mm³) 
Basófilos 0 (Raros%) 0 (Raros%) 
Fonte: Fonte própria 
 
No quadro 2, tem-se o perfil bioquímico do cão de 7 meses. 
Quadro 2:Perfil Bioquímico 
 Resultado Referência 
Ureia 22.0 mg/dL (10 – 50 mg/dL) 
Creatinina 0.5 mg/dL (0.5 – 1.8 mg/dL) 
Fosfatase Alcalina 165.0 U/L (23 – 212 U/L) 
15 
 
 
ALT 47.0 U/L (10 – 100 U/L) 
Fonte: Fonte própria 
 
Exame ultrassonográfico foi solicitado, onde foi encontrado fígado de dimensões 
aumentada, parênquima com ecotextura homogênea e ecogenicidade reduzida, vasos hepáticos 
com calibres preservados e trajetos mantidos, sugerindo processo toxêmico; baço de dimensões 
aumentadas, contornos regulares, parênquima homogêneo e ecogenicidade habitual, a 
considerar organomegalia, esplenomegalia a esclarecer; estômago em acentuada repleção, 
preenchido por conteúdo luminal anecóico e material amorfo, produtor de sombreamento 
acústico, ocupando cerca de 3,00 cm x 4,50 cm, porém tal dimensionamento ficou prejudicado 
em função natureza amorfa, as paredes espessadas (até 0,50 cm) (figura 5). 
16 
 
 
Figura 5: Imagem ultrassonografica, referente a composição da cavidade gástrica em exame 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Observa-se na figura 6, característica de camadas prejudicada, sugerindo estase, tendo 
como consequência processo de gastrite e possível corpo estranho. 
 
Figura 6: Imagem ultrassonografica, apresentando alteração em espessura da camada gástrica 
17 
 
 
 
. Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Alças intestinais de distribuição habitual, conteúdo anecóico e gasoso, paredes 
espessadas e estratificação parietal preservada, apresentando duodeno com espessura de até 
0,47 cm, conforme figura 7. 
 
Figura 7: Imagem ultrassonografica do segmento: Duodeno 
18 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Sobre o segmento jejuno, o qual se apresentou com espessura de até 0,43 cm, conforme 
figura 8. 
Figura 8: Imagem ultrassonografica do segmento: Jejuno. 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
19 
 
 
 
Foi notado atividade peristáltica diminuída nos segmentos passíveis de avaliação, E foi 
possível encontrar processo compatível com a presença de material amorfo hiperecóico 
ocupando cerca de 2,71 cm x 1,57 cm, produtor de sombreamento acústico em segmento de 
intestino delgado, sugerindo a presença de corpo estranho (figura 9). 
 
Figura 9: Segmento Jejuno, com presença de material amorfo hiperecóico, indicado pela seta, sugerido presença 
de corpo estranho. 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
Após a conclusão do diagnostico final de corpo estranho e relatado ao tutor, o mesmo 
expôs o hábito do animal de ingerir materiais que não podem ser digeridos; como panos, 
chinelo, entre outros, mas que recentemente não havia observado tal episódio, porém que estava 
obstante de casa há alguns dias, e que o episódio teria coerência. 
A critério clínico, e o quadro clínico do paciente foi estabilizado; com a realização de 
equilíbrio eletrolítico atrás de fluidoterapia intravenosa, antibióticoterapia profilática, controle 
e profilaxia da dor; o animal foi encaminhado para procedimento cirúrgico de laparotomia 
exploratória, direcionada á gastrotomia e enterotomia para a retirada dos corpos estranhos 
sugeridos em imagem ultrassonográfica, associado aos sinais clínicos. 
Para a realização da cirurgia, o animal foi submetido a um jejum alimentar de 12 horas 
e hídrico 6 horas. Antes do procedimento cirúrgico realizou-se o acesso endovenoso na veia 
20 
 
 
Cefálica. Foi realizado assim uma fluidoterapia com ringer lactato 10 mls/kg/h, além da 
administração de antibioticoterapia com ceftriaxona via intravenosa a 30 mg/kg. Após este 
momento foi administrada ao animal a medicação pré-anestésica (MPA) utilizando metadona 4 
mg, por via intramuscular. Para indução anestésica foi utilizado Propofol® 70 mg, pela via 
endovenosa. 
Após a intubação endotraqueal com sonda número 7.0 com cuff foi realizada e a 
anestesia foi mantida com Isofluorano 2% em Oxigênio a 100% pela via inalatória utilizando o 
sistema de circuito circular e respiração espontânea, devidamente monitorado. 
O procedimento cirúrgico iniciou-se com a realização de ampla Tricotomia da região 
abdominal, antissepsia prévia com Degermante Clorexidine 2%, antissepsia definitiva com 
álcool 70%, e com animal posicionado em decúbito dorsal. 
Iniciou a laparotomia inicial com a incisão na linha mediana, desde o apêndice xifóide 
até a cicatriz umbilical, conforme figura 10. 
 
 
Figura 10: Incisão na linha mediana, para acessar cavidade abdominal. 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
 
Primeiramente o estômago foi imobilizado, e dois pontos de fixação temporários foram 
colocados com intenção de delimitar a incisão e manter o órgão fixo. 
21 
 
 
A incisão foi realizada junto à região compreendida entre a curvatura maior e menor, do 
estômago, próximo à metade das superfícies parietal e visceral, em uma delgada faixa 
aproximadamente equidistante das duas curvaturas que é relativamente livre de grandes vasos 
sanguíneos, sendo o sítio de escolha a cirurgia de forma segura,realizando a gastrotomia. Em 
seguida foi utilizado para esvaziamento do estômago, aspirador cirúrgico devidamente 
preparado para o procedimento (figura 11). 
 
Figura 11: Utilização de aparelho de sucção, para auxilio no esvaziamento do órgão. 
 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
Após esvaziado a cavidade gástrica, foi obtido uma melhor visualização do interior do 
órgão, além da diminuição na capacidade de contaminação do sitio cirúrgico. O corpo estranho 
de formato irregular foi então localizado e retirado, com auxílio de uma pinça Allis, como 
visualizado na Figura 12. 
 
Figura 12: Retirada do corpos estranho gástrico, com auxílio de uma pinça Allis. 
22 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Então o estômago foi ocluído, em dois planos de sutura, num padrão seromuscular 
invertido, ambos em padrão Cushing, com emprego de fio monofilamentar sintético 
inabsorvivel (Nylon), 2-0. (Figura 13). 
 
Figura 13: Gastrorrafia em dois planos de sutura em padrão Cushing. 
 
23 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Em seguida foi estendida a incisão para região retro umbilical da pele, do subcutâneo, e 
os músculos reto, transverso e oblíquo do abdômen, para laparotomia ampla, e localização da 
suspeita de corpo estranho intestinal. 
O intestino e todas as suas porções foram expostas, possibilitando-se assim a extensa 
visualização do segmento intestinal procurado e encontrado, confirmando localização jejunal e 
processo encontrado em exame ultrassonográfico, ele foi exteriorizado e isolado. 
O segmento acometido foi encontrado com aspecto de plissamento/pregueamento 
intestinal, visualizado comumente em corpos estranhos lineares, com ênfase encontrado na 
espécie felina, e justificado pelo arrastado caudalmente por meio de ondas peristálticas, a fim 
de evoluir o conteúdo (figura 14). 
 
 
 
 
 
Figura 14: Jejuno com aspecto de plissamento. 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Foi então realizado técnica de enterotomia, pela incisão longitudinal com a lâmina de 
bisturi 24, na fronteira enteromesentérica distal ao corpo estranho, respeitando os critérios de 
24 
 
 
rotina de avaliação da viabilidade intestinal. O corpo estranho foi encontrado e retirado 
completamente por ordenhação sendo desnecessária a utilização de técnicas como enterostomia, 
resseção ou anastomose. (Figura 15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15: A- Localização do corpo estranho, após incisão longitudinal. B- Ordenhação para retirada do corpo 
estranho. 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Para enterorrafia foi utilizado ponto simples interrompido com fio absorvível (monocryl 
PGC poliglecaprone) - 2.0. Finalizada a síntese, realizou-se o teste de distensão intestinal com 
solução salina estéril, para averiguar se existia algum vazamento, resultando em negativo, desta 
forma positivando a enterorrafia, conforme figura 16. 
Figura 16: Enterorrafia com ponto simples interrompido, utilizado fio absorvível. 
25 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Após a retirada dos corpos estranhos, realizou-se a síntese abdominal. Iniciando pela 
musculatura, em seguida o subcutâneo, utilizando fio absorvível sintético monofilamentado 
(poliglecaprone) 2- 0; na musculatura foram realizadas suturas do tipo simples contínuas, onde 
a redução do espaço morto foi realizada com o mesmo fio. Na síntese da pele foi utilizado fio 
não absorvível sintético monofilamentado (nylon) 2-0, em padrão Donatti (figura 17). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Celiorrafia com fio não absorvível sintético monofilamentado (nylon) 2-0. 
26 
 
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Após o procedimento cirúrgico o animal obteve uma rápida recuperação anestésica e 
clínica, permanecendo internado por 2 dias, onde nas primeiras 4 horas o animal ficou restrito 
a toda e qualquer tipo de alimentação. 
No pós-operatório imediato o animal recebeu fluidoterapia intravenosa na taxa de 4 
ml/kg/hr com solução de ringer lactato. Foram administrados também Maxicam® subcutâneo 
na dose 0,1 mg/kg, Ranitidina intravenosa lenta na dose de 2 mg/kg e uma ampola de glicose 
10% na dose de 10 ml, combinado a fluidoterapia. Foi continuada a terapia antibiótica com 
Ceftriaxona a cada 12 horas, via intravenosa, Metronidazol na dose de 25 mg/kg, via intravenosa 
e Enrofloxacino na dose de 5 mg/kg a cada 12 horas, via subcutânea. Foi realizada, ainda, a 
administração ondansetrona na dose de 1mg/kg, via intravenosa lenta, Citrato de Maropitant na 
dose de 1,0 mg/ kg, via subcutânea e Omeprazol na dose de 1 mg/kg, a cada 24 horas por dois 
dias, via oral. Após dois dias, o animal recebeu alta, com a prescrição de 
Metronidazol via oral a cada 12 horas, Rifamicina tópica três vezes ao dia sobre as bordas da 
sutura e Omeprazol via oral uma vez ao dia. Sugeriu-se a proprietária do animal que fornecesse 
dieta pastosa a ele por 7 dias. 
Quinze dias após o procedimento cirúrgico o animal retornou para a retirada dos pontos, 
com processo de cicatrização efetivo e animal em estado de energético, relatado pelo tutor ser 
o seu estado “normal”. 
27 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
4 DISCUSSÃO 
 
 
Muitas das vezes os proprietários não presenciam o ato do animal ingerindo o objeto, 
com chances de se tornar um corpo estranho, desde forma acabam não levando ou até 
demorando para levar o animal ao atendimento médico veterinário, devido a não existência de 
sinais clínicos, ou como relatado a amplicidade de sinais clínicos sugerirem diagnósticos 
diferenciais amplos, a preocupação muitas vezes acaba não sendo bem direcionada. Porém, 
quando existe a demora para o atendimento e diagnostico as taxas de mortalidade aumentam, 
assim como no caso relatado. O estudo de Fossum (2014), sugere que tais corpos estranhos, 
podem estabelecer diversos problemas no animal, como uma fístula com traqueia, brônquios, 
parênquima pulmonar ou pele, que podem, quando não tratados corretamente, acarretar em 
problemas mais graves. 
Segundo Pierezan (2016) a ingestão e a retenção de corpos estranhos são comumente 
encontradas na rotina clínica médica de pequenos animais, sendo ainda mais frequente em 
animais jovens, assim como o do caso descrito. 
A incidência de corpos estranhos gastrointestinais de forma geral, segundo Hayes 
(2009), pode chegar a 30% em cães e a 48% em gatos. Não há uma pré-disposição de raça ou 
de sexo para ingestão e/ou obstrução causada por corpo estranho, mas a ocorrência é mais 
comum em animais jovens devido ao seu comportamento. Segundo Mudado et al. (2012), isto 
ocorre devido sua falta de seletividade sobre a sua alimentação. Tal incidência é compatível ao 
cão atendido na clínica por ter ingerido corpo estranho, no caso um macho com 7 meses. 
A Clínica Veterinária BorsariVet não contava com aparelho de radiografia fixo, somente 
móvel dependendo da disponibilidade do profissional no dia requerido. No dia no caso relatado 
o profissional não pode prestar o atendimento, e dessa forma não foi possível realizá-lo. Mas, 
apesar do exame radiológico não ter sido feito, conseguiu-se chegar a um diagnóstico com a 
ultrassonografia, associado a uma boa anamnese, e exame físico. Diante disso, pode-se concluir 
que a presença de todos os meios diagnósticos não é necessária para determinar a afecção 
causada pela presença de corpo estranho. 
Segundo Fossum (2015) a metodologia ultrassonografia é uma ferramenta de escolha 
para diagnóstico de corpos estranhos em trato gastrointestinal podendo eliminar a necessidade 
de utilizar exames radiográficos contrastados, por permitir a avaliação da motilidade do trato 
gastrointestinal, espessura e arquitetura de paredes e com menor precisão, o conteúdo luminal. 
29 
 
 
Em um levantamento sobre ingestão de corpo estranho em cães, o exame 
ultrassonográfico permitiu o diagnóstico em 7/9 (77%)dos casos, sendo muitas vezes a escolha 
mais apropriada, como encontrado; onde o tutor não havia relatado a ingestão de materiais 
inapropriados (TYRRELL & BECK, 2006). 
No caso relado a ultrassonografia foi utilizado como exame de triagem, com objetivo da 
eliminação de diagnósticos diferenciais, onde o diagnóstico definitivo de corpo estranho foi 
elucidado, e o mesmo encaminhado à cirurgia. 
A remoção de corpo estranho linear, devido à extensão da área afetada pelo tamanho que 
o corpo estranho acaba por acometer no trato gastrointestinal do animal, demanda uma 
abordagem cirúrgica mais complexa do paciente, incluindo associações entre técnicas e 
exigindo sempre um estudo minucioso por parte do veterinário cirurgião que, munido dos 
exames de imagem, decidirá pela melhor técnica a ser adotada. Sendo assim, a remoção de 
corpo estranho linear pode requerer gastrotomia e muitas enterotomias (FOSSUM, 2014; 
OLIVEIRA, 2012). 
A sintomatologia clínica e tratamento desta afecção variam conforme o material, 
tamanho e forma do corpo estranho ingerido e sua localização no trato gastrointestinal do 
animal. O animal do estudo apresentava regurgitação, considerado o principal sinal clínico em 
casos de obstrução por CE (PATIL et al., 2010), além de apatia que coincide com achados na 
literatura (MUDADO et al., 2012). 
Importantes implicações para a cirurgia dependem do nível em que a obstrução ocorre, 
do tipo de corpo estranho envolvido e do grau de oclusão do trato gastrintestinal (BRESCIANI 
et al., 1999). 
Sobre escolha da técnica depende da viabilidade e grau de lesão do órgão acometido 
(HELDLUNG, 2002). No caso relatado, a técnica de escolha foi a gastrotomia e a enterotomia 
pelo fato de não haver comprometimento, e lesão na parede dos respectivos órgãos, resultando 
desta forma em um prognóstico mais favorável. 
Sobre o corpo estranho encontrado em região estomacal, fosse de tamanho pequeno e 
liso poderia ser extraído por vomito induzido, enquanto um corpo estranho grande deve ser 
retirado através da gastrotomia. Neste caso, de acordo com os exames realizados, pode-se 
constatar a premodinância de material medindo 2,71 cm x 1,57 cm. Como havia a presença 
multifocal de corpo estranho no trato gastrointestinal, a indução de vômito não se tornaria 
método efetivo para resolução da integridade do caso do animal referido, sendo neste caso 
indicado laparotomia exploratório para avaliação das partes envolvidas. O tempo de preparo 
para o presente procedimento ocorreu no espaço de 12 horas, com um hídrico de 06 horas. 
30 
 
 
Uma das tentativas para retirar o objeto estranho, é por meio de técnica de endoscopia, 
com ênfase em corpos estranhos localizado em complexo digestivo alto, composto por esôfago, 
estomago e duodeno e se ele estiver fixado por um intervalo menor que dois a três dias, 
principalmente se o corpo estranho presente for de algodão ou tecido (HALL, 2004). Neste caso, 
optou-se pela laparotomia devido ao histórico de ingestão do corpo estranho ter corrido há 
algum tempo transcorrido. 
Segundo Fachada (2017), corpos estranhos intestinais somente são possíveis de remover 
por técnica endoscópica os que estão localizados no Duodeno Proximal ou em casos de Corpo 
Estranho Linear, fixado no Piloro. Lembrando que a endoscopia também tem funcionalidade de 
exame complementar de diagnóstico e é utilizada para avaliar a mucosa e lúmen esofágico, 
estômago e intestinas, no segmento de intestino delgado. 
Corpos estranhos podem ocorrer no estômago e no intestino delgado, intercorrentemente 
e, portanto, deve-se explorar completamente todo o trato intestinal sempre que se fizer uma 
cirurgia para remover um corpo estranho gástrico (BOJRAB, 1996). 
Quando fluxo intestinal é interrompido por um processo obstrutivo, há 
consequentemente distensão do lúmen intestinal e consequentemente alteração dos mecanismos 
de absorção, resultando na perda de fluídos, além de edema da parede intestinal e formação de 
transudado na cavidade peritoneal sendo causados inicialmente pelo vômito. Em fases mais 
avançadas há edema e ingurgitamento da alça atingida resultando no aumento da pressão 
venosa, enfarte da parede intestinal e possível hemorragia para lúmen, direcionando a uma 
possível hipovolemia (VASCONCELOS, 2014). 
Segundo Vasconcelos (2014), também pode ocorrer alterações no fluxo intestinal, com 
o aumento do peristaltismo no segmento proximal e diminuição no segmento distal a obstrução. 
Em obstruções intestinais há acúmulo de gases, sendo estes, ar deglutido, gases orgânicos 
resultantes da fermentação e dióxido de carbono resultante da neutralização do bicarbonato. 
Além da aglomeração de fluídos intestinais resultantes do aumento das secreções do trato 
gastrointestinal, biliar e pâncreas, da acumulação dos fluidos ingeridos e da diminuição da 
absorção intestinal (FACHADA, 2017). Todos estes fatores poderão levar conduzir ao aumento 
da pressão intraluminal, levando ao processo de isquemia e hipóxia dos tecidos, resultando na 
perda da função protetora da mucosa (VASCONCELOS, 2014). 
Em etapas mais elevadas, ocorre a necrose das camadas intestinais, levando a perfuração 
da parede com consequente peritonite, agravando rapidamente para toxemia e choque e 
resultando ao óbito do animal (VASCONCELOS, 2014). No caso relatado foi possível intervir 
antes que o processo se agravasse de tal modo, e devido a presença de processo obstrutivo 
31 
 
 
apenas parcial, as consequências mais críticas foram evitadas, desta forma não comprometendo 
a viabilidade da alça intestinal envolvida no processo relatado. 
Para Ellisson (2008), quando há a presença de corpo estranho linear, enterotomias 
múltiplas são necessárias para a remoção completa do corpo estranho linear, mas no presente 
relato apenas uma enterotomia foi necessária para a remoção que se mostrou eficiente. Alguns 
fatores como a correta realização da técnica, a inspeção de todo o trato gastrointestinal e a 
utilização de materiais e instrumentos adequados, torna o procedimento e a recuperação ainda 
mais eficazes. 
Segundo Oliveira (2013) a sutura de uma gastrotomia pode ser realizada em plano único 
ou em dois planos, onde em dois planos favorece a menor chances de deiscência de pontos. A 
indicação é uma primeira camada com padrão de sutura Lembert ou Cushing aplicada na 
mucosa e submucosa, e uma segunda camada com padrão de sutura Cushing aplicada na 
muscular e serosa. No caso relatado foi utilizado dois planos de sutura, em padrões ambos 
Cushing. 
Segundo Fossum (2014) a melhor opção para o fechamento da cavidade gástrica é o 
material absorvível, pois o não absorvível penetra no lúmen do estômago podendo levar a 
ocorrência de úlceras ao longo da linha de sutura 
Já na enterotomia o indicado é exteriorizar e isolar, com compressas, a porção intestinal 
acometida. Incisar verticalmente todas as camadas intestinais e após fazer a retirada do corpo 
estranho. A indicação de síntese é com padrão de sutura interrompido com fio absorvível 
(OLIVEIRA, 2013). No presente caso, foi realizado a técnica conforme descrito pelo autor. 
Após a síntese é indicado realizar uma técnica com utilização de uma seringa com agulha 
preenchida com solução salina estéril, que é inserida próxima a região do intestino que foi 
incisionada, com a pretensão de assegurar a efetividade da sutura realizada. Caso haja 
vazamento da solução, pode ser adicionado suturas no local (FOSSUM, 2014), sendo essa 
técnica realizada na enterotomias descrita no caso descrito. 
Segundo Willard (2010) se, além de não ocorrer peritonite séptica grave, não houver 
necessidade de uma extração intestinal maciça, o prognóstico do paciente é considerado bom. 
Neste paciente, apenas inflamação intestinal foi encontrada, sem necrose em nenhuma porção, 
dessa forma, não foi necessária remoção de parte ou partes do intestino. Devido a isso, a 
realizaçãoapropriada da técnica e cuidados pós-operatórios adequados, sua recuperação foi de 
grande êxito. 
Desta forma, o caso aqui relatado seguiu em conformidade com o que indica a literatura 
especializada sobretudo no tocante à conduta clínica e à terapêutica cirúrgica, adaptando-se 
32 
 
 
apenas às particularidades do caso como o posicionamento do corpo estranho linear ao longo 
do trato gastrointestinal e os compartimentos acometidos, assim como o estado geral do animal, 
etc. 
Para Mudado et al. (2012), há uma relação mais específica entre o tempo do 
acometimento e o atendimento do animal. Quanto mais tarde o animal vem a ser atendido, maior 
é a probabilidade de o animal ir a óbito, já que os sintomas tendem a se agravar e o quadro geral 
de saúde do animal piora com processos inflamatórios. Assim, o caso aqui relatado, apesar da 
extensão peculiar do corpo estanho, o atendimento relativamente rápido devido aos tutores já 
desconfiarem da ingestão, visualizando, inclusive, parte do corpo estranho na região oral do 
animal, foi importante para sua recuperação e para o bom prognóstico do caso. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
1. A ocorrência de corpos estranho na medicina veterinária se dá com mais frequência na 
espécie canina, quando comparados a espécie felina. 
 
2. A frequência em animais mais jovens, é realidade, justificada pela ação curiosa e de maior 
atividade destes, além da falta de seletividade. 
 
3. Os sinais clínicos relacionados à patologia são similares na maioria dos casos quando 
utilizado método comparativo caso a caso, havendo exceções dependendo da localização, e 
comprometimento do corpo estranho, ainda ocorrendo casos sem sintomatologia específica. 
 
4. O tratamento no caso de corpo estranho gástrico e intestinal, tem resolução majoritariamente 
cirurgicamente. 
 
5. Sobre técnicas cirúrgicas eleitas, existe dependência de grande relevância caso a caso, 
obedecendo regras, como viabilidade do segmento envolvido. 
 
6. Sobre a utilização de técnicas endoscópicas para o caso em específico, foi descartado devido 
a presença de corpo estranho intestinal, além do gástrico. 
 
33 
 
 
7. O prognóstico varia conforme tamanho, conteúdo e grau de acometimento do corpo estranho 
no animal. Deve-se ressaltar que o mesmo poderá vir relacionado as possíveis alterações que 
o corpo estranho causará dentro do trato do animal. 
 
 
 
 
 
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