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A queda de Faetonte

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FAETONTE, HELÍADES E CICNO 
AS METAMORFOSES de Ovídio 
(ed. Ediouro, tradução de David Gomes Jardim Junior) 
 
 
ÍNDICE: 
Personagens e genealogias 2 
Resumo dos três relatos em continuum 2 
Faetonte: Situação inicial e final 3 
 Segmentação 4 
 Etiologias 6 
Helíades: Situação inicial e final 6 
 Segmentação 7 
 Metamorfoses e etiologias 7 
Cicno: Situação inicial e final 7 
 Segmentação 7 
 Metamorfoses e etiologias 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERSONAGENS E GENEALOGIAS 
 
Faetonte: filho de Febo e Climene. 
Helíades: filhas de Climene, irmãs de Faetonte e Cicno. 
Cicno: filho de Climene e Esteleno; irmão e amigo de Faetonte. 
Epafo: filho de Júpiter e Io (filha de Inaco) 
Climene: filha de Tétis e Oceano 
Febo: (Apolo) filho de Leto e Júpiter, irmão gêmeo de Artemis, deus do Sol. 
Júpiter: (Zeus) filho de Réia e Saturno, neto de Gaia deus do trovão e soberano do 
universo. 
Aurora: (Eos) Filha de Hipérion e Téia, deusa do amanhecer* 
Horas: uma tríade de irmãs, filhas de Zeus e Temis, equidade justiça e paz, são a 
personificação do tempo. 
Vulcano/Mulcíbero: (Hefasto) filho de Juno (segundo Hesíodo), criado por Tétis, deus 
do fogo e ferreiro dos deuses. 
Tétis: filha de gaia e Urano, esposa de Oceano 
Terra: Gaia, deusa primordial, avó de Júpiter e Netuno. 
Netuno: (Poseidon) filho de Réia e Saturno, irmão de Júpiter, deus dos mares. 
Eridano: Rio Pó. 
Náiades de Hespéria: ninfas de água doce. 
 
* 
 
RESUMO 
 
 Epafo insulta Faetonte dizendo que ele não era de fato filho de Febo. Faetonte, 
ofendido, conta à sua mãe, Climene, as ofensas de Epafo e pede por provas de que ele era 
realmente filho do deus do sol. Climene confirma suas origens celestes e diz que, se ele 
quer provas, para ir ao local onde o Sol nasce, falar com o próprio pai, e assim faz 
Faetonte. 
 Chegando ao Palácio do Sol, Febo logo confirma a paternidade e diz que, se é uma 
prova que o filho quer, que peça qualquer coisa, pois ele promete conceder. Faetonte, 
então, pede para dirigir o carro paterno por um dia. Febo tenta dissuadi-lo de seu pedido, 
alega ser o único capaz de dirigir o carro, que o próprio Júpiter não o conduziria. Ele 
alerta de todos os perigos da travessia e que até ele mesmo, Febo, que sempre dirige o 
carro, muitas vezes sente medo de tamanha altura. E aconselha-o a pedir outra coisa, pois 
ele realmente pretende atender o pedido de Faetonte mesmo que seja esse. O filho, porém, 
mantém sua decisão. 
 Pai e filho dirigem-se ao carro e já era fim da noite, Febo unge o filho com óleo 
divino para que ele não se queime e aconselha com fervor para que ele não solte as rédeas 
de maneira alguma. Ele explica o melhor caminho para fazer uma viagem segura e tenta, 
uma última vez, persuadir Faetonte a mudar de ideia. O filho mantém sua posição, sobe 
no carro e avança pelo caminho, porém seu tamanho, peso e experiência são 
completamente inferiores aos do deus e, assim que os cavalos alados do sol percebem 
isso, começam a correr por outra rota que não a do meio indicada por Febo. Faetonte 
apavorado não consegue ter o controle da situação e, assim, os quadrúpedes primeiro 
correm próximo aos polos, aquecendo diversas constelações que ficavam no frio (como 
as ursas e o Boeiro). Mais tarde, ao passar pelo signo de Escorpião, pensando que seria 
ferido por sua agulha, Faetonte acaba soltando as rédeas em pavor. Assim, os cavalos 
alípedes vão alto, perto do éter, e depois se aproximam da Terra, queimando montes, 
povos, plantações, secando rios e destruindo tudo devido ao calor e ao fogo. 
 Terra, que estava sendo massacrada pelo fogo e pelas queimadas, suplica ajuda a 
Júpiter, que, para controlar a situação, acerta o cocheiro da carroça de Febo com seu raio. 
Assim, consegue deter o fogo com seu fogo, porém Faetonte perde a vida, o carro fica 
despedaçado, os cavalos fogem. Faetonte, desfalecido, rola o abismo. Eridano o acolhe e 
limpa seu corpo queimado, as Náiades enterram-no. Febo fica desolado e durante um dia 
inteiro não teve sol, mas o mundo continuou sendo iluminado pelas chamas daquela 
desgraça. Sua mãe, Climene, também ficou desolada e ao achar seu túmulo, pôs-se a 
chorar sua perda. As Helíades, suas irmãs, sofrem dia e noite por quatro ciclos da lua e 
acabam transformando-se em árvore. Cicno também sofre a desgraça e acaba sendo 
transformado em cisne. Febo, diante de todo o sofrimento, fica sombrio e quer recusar 
seu trabalho de iluminar o mundo, ouvindo súplicas de todos os deuses para não o fazê-
lo, recebendo até desculpas e ordens de Júpiter. Febo acaba, por fim, punindo seus cavalos 
do sol com o aguilhão e o chicote, culpando-os pela morte do filho. 
 
* 
 
FAETONTE 
Situação inicial: Faetonte, provocado pela ofensa de Epafo, deseja prova de que seja 
realmente filho de Febo, vai ao Palácio do Sol e, como prova de paternidade, pede para 
dirigir o carro do pai. 
Situação final: Faetonte provoca uma grande desgraça tanto ao éter quanto à Terra e 
morre pelo raio de Júpiter, deixando a Terra em chamas, seus pais em sofrimento e, 
durante um dia, pela tradição, não houve Sol para iluminar o mundo, apenas o fogo 
causado por Faetonte. 
 
 
[Apresentação e Motivação] p.27 - 30 
 É introduzido o filho de Júpiter e, a partir dele, se apresenta Faetonte – ambos têm 
a mesma idade. Epafo faz uma ofensa ao filho de Febo, dizendo que ele apenas supõe ser 
filho do deus do sol, mas que isso era apenas uma mentira de sua mãe Climene. Faetonte 
ofendido e envergonhado, não retruca à ofensa, mas vai questionar sua a mãe sobre suas 
origens celestes e pede provas. Diante disso, Climene confirma sua paternidade sob 
testemunha do sol que brilha e jurando pela sua própria visão. Ela ainda indica que o local 
onde o sol nasce era vizinho à Terra e assim Faetonte parte para encontrar seu Febo e 
pedir prova de ser realmente filho dele. O Palácio do Sol era sustentado de altas colunas 
de ouro e pyropus (liga metálica que lembra fogo), marfim cobrindo a fachada e uma arte 
que superava a beleza do material. Havia o mar e todos os seus deuses (Tritão, Proteu, 
Egeone, Dóris e suas filhas) e a Terra com suas cidades, homens, florestas, rios, animais 
selvagens, ninfas e demais divindades rústicas; e acima disso tinha o céu com os doze 
signos do zodíaco – seis à esquerda e seis à direita das portas do Palácio. 
 
[Faetonte chega ao palácio e pede comprovação de sua paternidade] p.30 
 Ao chegar ao seu destino, Faetonte não consegue contemplar Febo de tão perto 
devido à luminosidade extrema do deus. Febo se encontrava entre os Dias, as Horas, os 
Meses, os Anos e os Séculos. Também estavam presentes a Primavera, o Inverno, o 
Outono e o Verão. De seu trono de esmeralda, Febo avista o visitante e, já confirmando 
ser seu pai, pergunta o que Faetonte estaria procurando por lá. O jovem, então, pede um 
sinal para que saiba que realmente descende do deus que, por sua vez atende o pedido 
jurando conceder ao filho qualquer presente que queira. Faetonte, sem pensar duas vezes, 
pede para dirigir o carro paterno. 
 
[Advertência de Febo] p.31 
 Febo se arrepende de ter jurado conceder qualquer pedido do filho, devido 
tamanha imprudência deste de querer algo tão perigoso e diz ser o único pedido que não 
gostaria de conceder. Diante disso, Febo segue um grande discurso para tentar dissuadir 
Faetonte de seu desejo insensato com os seguintes argumentos: dirigir o seu carro não é 
algo para um mortal, somente ele, Febo, é capaz de dirigi-lo, nem o próprio Júpiter 
poderia conduzir o carro; a estrada é externamente íngreme e difícil, os cavalos tem 
dificuldade pela manhã e, quando está no alto, até o próprio deus do sol sente medo; 
dirigir o carro significa enfrentar a rotação dos polos, ciladas e animais ferozes (o Touro, 
o Leão, o Câncer e demais signos); os cavalos que soltam fogo pelas narinas são de difícil 
condução. Por fim, tenta convencê-lode que não querer que Faetonte use o carro é uma 
prova maior do que conceder seu pedido, e suplica para que ele mude de ideia, mas, no 
fim das contas, admite que a decisão é de Faetonte, visto que Febo jurou conceder o que 
este pedisse, mesmo que não concordasse. O filho resiste a advertência do pai e assim é 
apresentado ao carro imponente feito por Vulcano. 
 
[O fim da noite e o conselho de Febo] p.31 - 32 
 Enquanto Faetonte admirava o carro do pai, Aurora escancara as portas púrpuras 
e o átrio coberto de rosa, dispensa as estrelas e ordena que as Horas atrelem os 
quadrúpedes, assim fazem as deusas. Febo unge o rosto do filho com um óleo divino para 
que ele não se queime com as chamas e cinge seus cabelos de raios dando, por fim, seu 
último conselho. O deus do sol pede ao filho para segurar firme as rédeas e não as soltar 
de jeito nenhum, os cavalos se encarregariam de puxar o carro. Também diz para o filho 
evitar os polos e se manter no caminho do meio, que já é o marcado pelas rodas – sem ir 
muito alto no Éter, nem chegar muito perto da Terra – para que assim Céu e Terra recebam 
calores iguais. Por fim, Febo tenta mais uma vez pedir para o filho desistir do seu pedido 
enquanto ainda havia tempo e ele ainda estava em solo seguro, mas Faetonte sobe no 
carro, segura as rédeas e agradece o pai. Os quatro cavalos relincham e se preparam para 
partir. Tétis abre o caminho sem se preocupar com o destino do neto e os cavalos avançam 
cortando as nuvens com as patas arrastando sua carga consigo. Como Faetonte era muito 
leve comparado com Febo, o carro balançava, trepidava e voava nos trilhos. 
 
[Cavalos Saem Da Rota] p.33 
Assim que os quatro cavalos perceberam o carro muito mais leve do que de 
costume, e como Faetonte não sabia como guiar as rédeas, eles saem da rota habitual que 
sempre seguem. Sendo assim, eles se aproximam dos polos, aquecendo e causando 
comoção às constelações glaciais. Já no alto, Faetonte olha a Terra lá em baixo e sente 
muito medo, se arrependendo do pedido que fez ao pai, desejando ter tido uma 
paternidade não celestial. Sem saber o que fazer para enfrentar o resto do caminho, ainda 
segura as rédeas, mas não de maneira firme com deveria. De dentro do carro Faetonte 
avista o Escorpião, ocupando o lugar de dois signos e com a agulha empapada de veneno 
ameaçando feri-lo e, no terror, acaba soltando as rédeas. Os cavalos, sem guia, começam 
a correr desgovernadamente, ora muito perto do alto éter, ora próximo demais da Terra. 
Indo mais baixo que a Lua. 
 
[O Fogo Se Alastra Pela Terra] p.33 - 34 
 Com os cavalos andando baixo demais, as nuvens evaporam com o calor, os 
pontos mais altos da Terra queimam, abrem-se fendas no solo e este desseca devido à 
falta da água, as pastagens embranquecem, as árvores queimam e os pastos secos servem 
de alimento ao fogo. As grandes cidades com suas muralhas e povos desaparecem pelo 
incêndio se tornando cinzas, ardem as florestas junto às montanhas. Faetonte, dentro do 
carro, fica desorientado, sentindo e respirando um calor abrasador que envolve o carro 
numa fumaça quentíssima. Os povos da Etiópia teriam, então, adquirido a cor negra por 
conta de o sangue ter sido atraído a superfície do corpo. As águas secaram, tonando a 
Líbia árida, não restando fontes para as ninfas e mesmo os rios mais antigos não 
conseguiram resistir e as aves morrem torradas. Falta água e os vales estão secos em toda 
parte. O solo se fende em rachaduras profundas fazendo a luz chegar ao Tártaro, 
assustando Hades e sua esposa. O mar se contrai revelando extensões de areia e montes 
que ficavam submersos, os peixes procuram as profundezas e os golfinhos param de 
saltar, o próprio Netuno tentara erguer os braços acima das águas, mas não aguentou o 
calor e o fogo. 
 
[Terra Pede Piedade] p.34 -35 
 Ardendo em chamas, com as águas afastadas de si, Terra ergue a cabeça febril e 
torturada pelo fogo, das entranhas maternas. Estendendo um braço sob a fronte e descendo 
um pouco mais (ou seja, se afastando do éter), clama a Júpiter dizendo que se era para 
que ela perecesse pelo fogo, que ao menos fosse o fogo de seus raios, e questiona se essa 
era a recompensa por sempre servir e dar bons frutos, por deixar ser arada, por fornecer 
bom alimento para o gado e para a humanidade. Ela tenta pedir piedade para que Júpiter 
acabe com aquele fogo mostrando seu sofrimento, o sofrimento de Netuno, irmão de 
Júpiter e o sofrimento do próprio éter que queimava pelos dois lados. Por fim diz que 
Atlas não aguentaria o peso do mundo em chamas e se terra, mar e éter desaparecessem, 
eles retornariam ao caos. Ao fazer essas colocações, ela não consegue mais suportar o ar 
sufocante e esconde novamente a cabeça. 
 
[Júpiter Intervém] p.35 
 O pai onipotente, sob o testemunho dos deuses superiores e do próprio Febo, para 
por um fim à catástrofe, vai ao monte de onde costuma lançar seus trovões e formar 
nuvens, mas, dessa vez, sem poder formá-las nas às chuvas devido à secura. Dali ele lança 
um raio contra o cocheiro do carro do sol, fazendo com que Faetonte perca a vida e o 
equilíbrio, as rédeas se partam, os cavalos fujam deixando os arreios arrebentados e o 
carro em si fique destruído. O fogo do raio de Júpiter acaba por domar o fogo do carro de 
Febo. 
 
[Desfecho e morte de Faetonte] p.35 
 Ao ser atingido pelo raio, Faetonte cai do carro, já desfalecido, e rola o resto do 
abismo, sendo recebido longe de casa pelo rio Eridano, o qual limpa sua face fumegante. 
As Náiades de Hespéria são as responsáveis por enterrar o corpo e escrevem uma lápide 
contando da sua morte devido a corajoso feito. Febo, em sofrimento, escondeu o rosto e 
por um dia a terra não teve o Sol, mas, sim, o incêndio causado por Faetonte para iluminá-
la. Por fim, Climene, já não tendo mais o que dizer sobre terrível acontecimento, vai em 
busca dos restos do filho e, ao encontrar a lápide que contém seus ossos, a envolve em 
seu peito descoberto e a cobre de lágrimas. 
 
 
Etiologias: 
Cor negra da pele: os povos da Etiópia teriam adquirido essa cor, por conta de o sangue 
ser atraído a superfície do corpo devido ao calor e ao fogo. 
A árida Líbia: devido ao calor as águas foram afastadas do seu território, deixando apenas 
deserto. 
Praias: devido ao calor, os mares se contraíram e se afastaram da costa, deixando uma 
planície de areia onde antes se encontravam as águas. 
Todas essas etiologias foram geradas por conta de o carro ter chegado muito próximo à 
Terra e queimando tudo. 
 
* 
 
HELÍADES 
Situação inicial: as irmãs de Faetonte, desoladas por sua morte, sofrem durante meses 
sua perda sobre a sua sepultura. 
Situação final: as Helíades acabam sendo transformadas em árvores. 
 
 
 
 
 
[Sofrimento Das Helíades] p.36 
 Com a morte do irmão, as Helíades se acostumam – de tanto repetir o ato- a sofrer 
a sua perda, batendo no peito, chamando por Faetonte e chorando durante tempo 
suficiente para que a lua completasse seu ciclo quatro vezes. 
 
[Início Da Transformação] p.36 
 Uma das irmãs, a mais velha (Faetusa), reclama que suas pernas estavam 
dormentes quando tentou se prostrar no chão e a partir daí, uma segunda irmã (Lampetia), 
também tentando se prostrar, é detida por raízes que surgiram de repente e a terceira, 
quando foi tentar arrancar os cabelos, acaba arrancando folhas de si própria. E assim elas 
foram se transformando em árvores. 
 
[Climene Tenta Intervir E Fim Da Metamorfose] p.36 
 Vendo as filhas sendo transformadas, a mãe não consegue ficar apenas assistindo 
e vai, uma a uma, enchendo as filhas de beijos e tenta em vão arrancar as cascas que 
envolviam seus troncos, mas, ao fazer isso, quebra os frágeis ramos e deles gotejam 
sangue, pois o corpo das moças estava lacerado na árvore. Pedindo piedade à mãe, para 
que não as machuquem mais, elas se tornam madeira por completo. A seiva (lagrimas) 
dessa madeira é o âmbar.Metamorfose: Metamorfose vegetal, as helíades se transformam em árvores do âmbar, 
possivelmente por se lamentarem demais pela perda do irmão. Progressão – Faetusa 
sente as pernas entorpecerem ao tentar se prostrar, Lampetia, ao tentar fazer o mesmo é 
impedida por raízes que surgem repentinamente e a terceira, ao tentar arrancar os cabelos, 
arranca folhas. As pernas vão se transformando em troncos e os braços se tornam ramos 
e aos poucos o corpo todo: da virilha ao ventre, depois o peito, os brações e as mãos são 
envolvidos por uma casca deixando apenas a boca livre. Seus corpos estavam lacerados 
ao tronco e depois de soltar um último clamor à mãe, todas se tornam madeira. 
 
Etiologia: âmbar surge da seiva das árvores nas quais as helíades se transformaram, sendo 
suas lágrimas por Faetonte. 
 
* 
 
 
CICNO 
Situação inicial: Cicno sofre a perda do irmão à margem do rio Eridano e perto das 
florestas onde suas irmãs se tornaram pavores e ele próprio se transforma em cisne. 
Situação final: Febo lamenta a morte do filho, não quer mais dirigir o carro da luz e pune 
os cavalos pela morte do filho. 
 
 
[Lamento e Metamorfose] p.36 
 Cicno é apresentando como filho de Estaleno. Ele era muito unido à Faetonte tanto 
pelo sangue materno, quanto pela amizade. Vai às margens do Eridano, próximo da 
floresta aumentada por suas irmãs, se lamentar da morte do irmão e, de repente, começa 
a se transformar em ave. Como ave, prefere buscar abrigo nos pântanos e lagos por ter 
visto o que aconteceu com o irmão e por não confiar nos céus nem em Júpiter - que 
injustamente lançou o raio contra o seu irmão e amigo. 
 
[O Luto de Febo] p.36 - 37 
 O pai de Faetonte fica sombrio com a morte do filho e se recusa a cumprir sua 
função, alegando que sempre o fez e, em seu destino sem descanso, nunca obteve 
recompensa. Quer então que algum outro deus tome o seu lugar. Sugere que o próprio 
Júpiter o faça, pelo menos assim estaria com as mãos ocupadas e não poderia tirar a vida 
de outros filhos com seu raio e conhecendo a força dos cavalos igníficos então perceberia 
que Faetonte não merecia a morte. Todos os deuses lhe pedem para que desista de 
mergulhar o mundo em escuridão por conta disso. Júpiter se desculpa pelos raios e, como 
rei, suplica e ameaça para que Febo volte a dar luz ao mundo. Por fim, Febo junta os 
cavalos ainda assustados e os castiga com aguilhão e chicote, culpando-os pela morte do 
filho. 
 
Metamorfose: metamorfose animal que ocorre com Cicno, possivelmente por se 
lamentar demais. Progressão – voz enfraquece, surgem penas onde eram cabelos, o 
pescoço se alonga, uma membrana liga seus dedos que se avermelham, o corpo se cobre 
de uma plumagem e sua boca ganha um bico sem ponta. 
 
Etiologia: Cisnes seriam então uma ave de lagos e pântanos, pois, temeroso do fogo, sem 
confiar nos céus nem em Júpiter, preferiu habitar as águas, inimigas das chamas. 
 
* * *

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