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4 Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na Atenção Básica

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Avaliação Multidimensional da 
Pessoa Idosa na Atenção Básica 
Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003): Assegura a atenção 
integral à saúde do idoso, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto 
articulado e contínuo. 
Pacto pela Vida (2006): Define a população idosa como uma das prioridades do SUS. 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (MS, 2006): Prioriza a avaliação da 
Capacidade Funcional como uma estratégia para promoção à saúde da pessoa idosa e 
prevenção de agravos. 
 
Definição: A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na Atenção Básica (AMPI-AB) 
é um processo diagnóstico estruturado de múltiplas dimensões, frequentemente 
interdisciplinar, que serve para determinar as deficiências ou habilidades do ponto de 
vista clínico, psicossocial e funcional, com o objetivo de formular um plano de cuidados, 
coordenado e integrado, a curto, médio e longo prazos, visando especialmente a 
recuperação e/ou a manutenção da capacidade funcional. 
A avaliação multidimensional da pessoa idosa se difere do exame clínico padrão por 
enfatizar a avaliação das capacidades cognitiva e funcional e dos aspectos psicossociais 
da vida das pessoas idosas e por se basear em escalas e testes que permitem quantificar 
o grau de incapacidade. São diversos os instrumentos existentes que colaboram para 
uma avaliação global da pessoa idosa. 
ATENÇÃO: A perda da capacidade de gerir a própria vida ou das atividades de vida diária 
não é normal da velhice ou da idade. 
 
Envelhecimento saudável: Processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade 
funcional que permite o bem-estar na idade avançada (OMS, 2015). 
Capacidade funcional: A interação entre os recursos físicos e mentais do próprio 
indivíduo (a capacidade intrínseca da pessoa) e dos ambientes (físicos e sociais) em que 
este indivíduo está inserido, é essencial para a realização de atividades consideradas 
importantes para si e para sua sobrevivência (BRASIL, 2018). 
Envelhecimento ativo: Processo de otimização da oportunidade de saúde, participação 
e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas 
envelhecem (OMS, 2015). 
“Ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, 
espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer 
parte da força de trabalho (OMS, 2015). 
A AMPI-BA visa: Instrumentalizar as UBSs para qualificação da demanda, planejamento 
e gestão do cuidado. Além de conhecer as necessidades de saúde da população idosa, 
classificando-a segundo o grau de fragilidade. 
A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na Atenção Básica consiste de etapas 
processuais e complementares com a aplicação de questionários e testes. 
Difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação das capacidades cognitiva e 
funcional e dos aspectos psicossociais da vida das pessoas idosas e pela possibilidade de 
utilizar escalas e testes que permitem quantificar o grau de incapacidade. 
 
 
 
O exame clínico: 
Parte integrante da avaliação 
multidimensional da pessoa 
idosa. Sem ele, ainda que se 
detectem as deficiências, 
incapacidades e desvantagens 
do indivíduo, não será 
possível diagnosticar o dano 
ou lesão responsável por elas. 
Estas e outras informações 
pertinentes podem ser 
registradas na Caderneta de 
Saúde da Pessoa Idosa. Vale 
lembrar que a atualização das 
vacinas também compõe a 
avaliação clínica. 
 
 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/27/CADERNETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/27/CADERNETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdf
A cognição: 
Conjunto de capacidades mentais (memória, função executiva, atenção, práxis, 
linguagem, função visuo-espacial e comportamento) que permitem ao indivíduo 
compreender e resolver os problemas do cotidiano. A avaliação cognitiva deve fazer 
parte da avaliação multidimensional, pois auxilia na identificação das principais 
alterações na saúde mental das pessoas idosas. O desempenho físico e social do idoso 
depende da integridade de suas funções cognitivas. 
ATENÇÃO: Se o idoso deixar de realizar uma tarefa que executava rotineiramente, como 
cuidar do próprio dinheiro, pode sugerir o início de demência. 
Perguntas simples são utilizadas para o rastreio do déficit cognitivo. A Caderneta de 
Saúde da Pessoa Idosa contempla as seguintes perguntas para esse fim: 
→ Algum familiar ou amigo(a) falou que você está ficando esquecido(a)? 
→ O esquecimento está piorando nos últimos meses? 
→ O esquecimento está impedindo a realização de alguma atividade do cotidiano? 
ATENÇÃO: A resposta positiva a uma das questões acima sugere a aplicação de outros 
instrumentos de rastreio. 
 
Mini Exame do Estado Mental (MEEM): 
Essa é uma das escalas mais comuns para avaliar o estado cognitivo, por sua rapidez e 
facilidade de aplicação. É um instrumento extremamente útil na triagem cognitiva por 
ser simples e de fácil aplicação. Com duração de 5 a 10 minutos é capaz de rastrear todas 
as funções cognitivas, o MEEM permite a quantificação do declínio cognitivo e sugere 
quais funções cognitivas estão comprometidas. 
 
Desenho do relógio → complementação do MEEM: 
Teste válido e confiável para rastrear pessoas com lesões cerebrais. Verifica a habilidade 
visuo-construtiva ou praxia construcional, que é a capacidade de desenhar ou construir 
a partir de um estímulo (no caso, um comando verbal). Independe da linguagem verbal 
e por essa razão é considerada uma prova cognitiva não verbal. 
→ O teste consiste em solicitar à pessoa idosa que desenhe um mostrador de relógio 
com números. Em seguida, solicita-se que sejam acrescentados os ponteiros do 
relógio, de horas e minutos, representando ali um horário específico, como por 
exemplo, 2 horas e 50 minutos. 
Avaliação dos resultados: Se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não 
cabem os números, já há evidência preliminar de uma dificuldade com o planejamento. 
Na negligência unilateral, os números serão colocados apenas na metade do relógio. 
Pacientes com disfunção executiva (lesão frontal) podem apresentar dificuldade para 
colocar os ponteiros. 
Teste de fluência verbal: Consiste em solicitar à pessoa idosa que diga o maior número 
possível de animais em 1(um) minuto. 
Avaliações dos resultados: Escore esperado é de 14 ou 15 animais citados. 
→ Pacientes com demência, além de produzirem escores baixos, tendem a 
interromper a geração de palavras após 20 segundos do teste. 
→ Pacientes deprimidos podem apresentar escores baixos, mas tendem a gerar 
palavras durante todo o minuto. 
 
Questionário PFEFFER: 
É uma escala de 11 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da pessoa idosa 
sobre a capacidade deste em desempenhar determinadas funções. O objetivo do 
questionário é verificar a presença e a severidade de declínio cognitivo. Para a 
progressão da investigação ou encaminhamento de um caso suspeita de demência: 
consultar a Portaria SAS/MS 1.298, de 21 de novembro de 2013. 
 
Avaliação psíquica: humor 
O humor é uma função indispensável para a preservação da autonomia do indivíduo, 
sendo essencial para a realização das atividades de vida diária. 
Depressão e ansiedade são os principais transtornos de humor. A ansiedade pode 
ocorrer de forma isolada, porém, geralmente está associada ou é um dos sintomas da 
depressão. O espectro dos problemas associados ao rebaixamento do humor ou baixa 
motivação varia desde a tristeza isolada até a depressão maior. 
A presença de depressão entre as pessoas idosas tem impacto negativo na saúde, com 
mais comprometimento físico, social e funcional, impactando na cognição e afetando a 
qualidade de vida. É essencial que seja feita a diferença entre tristeza e depressão, uma 
vez que os sintomas depressivos podem ser mais comuns nessa faixa etária ocorrendo, 
com frequência, no contexto de enfermidades agudas ou crônicasacutizadas. 
As perguntas de rastreio para o transtorno de humor na Caderneta de Saúde da 
Pessoa Idosa são: 
→ No último mês, você ficou com desânimo, tristeza ou desesperança? 
→ No último mês, você perdeu o prazer ou interesse em atv anteriormente prazerosas? 
ATENÇÃO: Caso a pessoa responda “sim” a uma das duas questões, deve-se aplicar a 
Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15). 
 
 
 
https://app4.unasus.gov.br/ppuplayer4_idoso/uploads/recursos/SE_UNASUS_0002_IDOSO_AVALIACAO_MULTIDIMENSIONAL/6/assets/lib/docs/u3-caderneta.pdf
https://app4.unasus.gov.br/ppuplayer4_idoso/uploads/recursos/SE_UNASUS_0002_IDOSO_AVALIACAO_MULTIDIMENSIONAL/6/assets/lib/docs/u3-caderneta.pdf
Escala de Depressão Geriátrica (GDS 15): 
A Escala de Depressão Geriátrica é um questionário de 15 perguntas com respostas 
objetivas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a 
última semana. Ela é uma ferramenta útil, de avaliação rápida para facilitar a 
identificação de sintomas depressivos em idosos. 
A cada resposta coincidente com uma conotação negativa some 1 ponto. 
As perguntas não podem ser alteradas, deve-se perguntar exatamente o que consta no 
instrumento. Suspeita-se de depressão se a pontuação for maior ou igual a 6, sendo que 
de 6 a 10 pontos sugere depressão leve e de 11 a 15 pontos, depressão grave. 
 
Avaliação do suporte social e familiar: 
A dimensão sócio familiar tem um profundo impacto na saúde e na qualidade de vida 
do indivíduo, e deve ser considerada na elaboração do plano de cuidados da pessoa 
idosa. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa lista algumas questões que auxiliam na 
identificação de vulnerabilidades e indicam a necessidade de acionar, por exemplo, a 
rede de Assistência Social. 
ATENÇÃO: 
Aos indicadores de violência domiciliar, abuso e maus tratos contra a pessoa idosa. 
Lesões corporais inexplicadas, descuido com a higiene pessoal, demora na busca de 
atenção médica, discordâncias entre a história da pessoa e a do cuidador, internações 
frequentes por não adesão ao tratamento de doenças crônicas, ausência do familiar na 
consulta ou recusa à visita domiciliar são extremamente sugestivos de violência familiar. 
 
 
Avaliação funcional: 
A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é 
fundamental e determinará não só o comprometimento funcional da pessoa idosa, mas 
sua necessidade de auxílio. 
Entre os diversos aspectos que precisam ser investigados estão: o desempenho da 
pessoa idosa nas atividades de vida diária; sua vulnerabilidade; mobilidade; visão; 
audição; nutrição e continência. 
Representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de desempenhar as 
atividades necessárias para cuidar de si mesma. Caso não seja capaz, deve-se verificar 
se essa necessidade de ajuda é parcial, em maior ou menor grau, ou total. 
 
Atividades e ferramenta a avaliação no desempenho das atividades cotidianas ou 
atividades de vida diária 
→ Atividades da Vida Diária (AVD) → Escala de Katz. 
→ Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) → Escala de Lawton. 
→ Avaliação de vulnerabilidade → VES-13. 
→ Avaliação da mobilidade → Ferramentas para avaliação da mobilidade e da marcha: 
Stand Up And Go, Escala de avaliação do equilíbrio e da marcha de Tinneti 
 
Atividade da vida diária (AVD): 
São relacionadas ao autocuidado e, no caso de limitação de desempenho normalmente 
requerem a presença de um cuidador para auxiliar a pessoa idosa a desempenhá-las. 
São conhecidas também como atividades básicas da vida diária: 
→ Banhar-se. 
→ Vestir-se. 
→ Alimentar-se. 
→ Continência urinária e fecal. 
→ Ir ao banheiro (fazer as necessidades fisiológicas sem auxílio). 
→ Transferir-se de uma cama para uma cadeira e vice-versa. 
 
Escala de Katz: 
Escala mais utilizada para a avaliação das atividades da Vida Diária dos idosos. Os 
pacientes que não são capazes de realizar qualquer das atividades necessitam de um 
apoio em casa, seja familiar ou de um cuidador. 
 
 
Atividades instrumentais da vida diária (AIVD): 
São as atividades relacionadas à participação do idoso em seu entorno social e indicam 
a capacidade de um indivíduo em levar uma vida autônoma dentro da comunidade. 
→ Realizar compras. 
→ Utilizar o telefone. 
→ Preparar refeições. 
→ Manipular medicamentos. 
→ Utilizar meios de transporte. 
→ Cuidar das próprias finanças. 
→ Realizar tarefas domésticas leves e pesadas. 
 
Escala de Lawton: 
Uma das escalas mais utilizadas para a avaliação das atividades instrumentais da Vida 
Diária dos idosos. Os pacientes que não são capazes de realizar qualquer das atividades 
necessitam de um apoio em casa, seja familiar ou de um cuidador. 
 
 
 
A atenção à saúde da pessoa idosa por meio da avaliação da capacidade funcional tem 
demonstrado ser mais significativa nas intervenções terapêuticas do que apenas a 
identificação da presença ou ausência de doenças. 
É o que pode ser observado através do seguinte exemplo: dois idosos que tem o 
diagnóstico de Diabetes Mellitus, um se mantém independente para todas suas AVD e 
outro necessita de ajuda para sair da cama e alimentar-se. Os dois possuem a mesma 
doença de base, mas, seu nível funcional é muito diferente. 
 
 
Avaliação de vulnerabilidade → VES-13 
O VES-13 é um instrumento simples e eficaz, capaz de identificar a pessoa idosa 
vulnerável residente na comunidade, com base na idade, autopercepção da saúde, 
presença de limitações físicas e incapacidades. O questionário pode ser aplicado por 
qualquer membro da equipe e respondido pelo paciente ou pelos familiares/ cuidadores 
(dispensando a observação direta do paciente), exames complementares ou outras 
escalas diagnósticas. 
Cada item recebe uma determinada pontuação e o somatório final pode variar de 0 a 10 
pontos. Se a pontuação for ≥ 3, há risco de 4,2 vezes maior de declínio funcional ou 
morte em dois anos, quando comparado com pessoas com pontuação ≤ 2, 
independentemente do sexo e do número ou tipo de comorbidades presentes. 
 
Avaliação da mobilidade: 
A grande propensão da pessoa idosa à instabilidade postural e à alteração da marcha 
aumenta o risco de quedas e, por essa razão, equilíbrio e marcha devem ser sempre 
avaliados. As alterações na mobilidade e quedas podem ocorrer por disfunções motoras, 
de senso percepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. A dinâmica do aparelho locomotor 
sofre alterações com redução na amplitude dos movimentos, modifica a marcha, que 
fica com passos mais curtos, lentos e pouca elevação dos pés. A amplitude de 
movimentos dos braços também diminui, ficando mais próximos do corpo. 
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa verifica se há histórico de quedas, através das 
seguintes perguntas: 
 
 
Ferramentas para avaliação da mobilidade e da marcha: Stand Up And Go 
O teste Get up and Go (Levante e Ande) é um teste prático e útil da avaliação do 
equilíbrio e que pode ser realizado em qualquer ambiente. Para realizar o teste, oriente 
o idoso para que: 
Levante sem usar as mãos de uma cadeira que não deve ter braços: 
→ Fique de pé por um momento. 
→ Caminhe 2.8 metros em direção de uma parede. 
→ Retorne sem tocar na parede. 
→ Caminhe de volta para a cadeira. 
→ Dê a volta no corpo. 
→ Sente na cadeira. 
Escala de avaliação do equilíbrio e da marcha de Tinneti 
A avaliação do equilíbrio e da marcha de Tinnetti realizado através de protocolo de Mary 
Tinneti, proposto em 1986. Em 2003, esse teste foi adaptado para ser utilizado na 
população brasileira recebendo o nome de POMA-Brasil. 
Para o teste de equilíbrio, a pessoa idosa deve estar sentada em uma cadeira sem 
braços. Devem ser executadas alguns movimentos, como levantar e sentar da cadeira. 
A forma como os movimentos são executados tem uma pontuação específica. Quanto 
menor a pontuação maior o problema. 
Para o teste da marcha, a pessoa idosa deve estar em pé, caminhar no passo normal, 
depois voltar com passos rápidos, mas com segurança,usando o suporte habitual, se for 
o caso (bengala e/ou andador). Da mesma forma, quanto menor a pontuação maior o 
problema. 
 
Avaliação dos sistemas sensoriais: 
A diminuição da acuidade da visão e da audição, em conjunto ou isoladamente, 
impactam na cognição e na estabilidade postural e, quase invariavelmente, levam ao 
isolamento social da pessoa idosa. Por isso, a necessidade de se avaliar esses sistemas. 
Uma identificação inicial sobre deficiências já estabelecidas é realizada na seção de 
Dados Pessoais na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa. 
 
Acuidade visual: 
O processo natural de envelhecimento associa-se a uma redução da acuidade visual 
devido às alterações fisiológicas das lentes oculares, déficit de campo visual e doenças 
de retina. 
Ao avaliar essa função, pergunte à pessoa idosa se ela sente dificuldade ao ler, assistir 
televisão, dirigir ou para executar qualquer outra atividade da vida cotidiana. Aqueles 
que responderem afirmativamente devem ser avaliados com o uso do Cartão de Jaeger 
ou com o Teste de Snellen. Quando possível, esse paciente deve ser encaminhado para 
avaliação oftalmológica. 
Acuidade aditiva: 
A presbiacusia é uma das causas mais comuns relacionadas ao declínio na acuidade 
auditiva das pessoas idosas e, geralmente, está associada a diminuição da função do 
sistema vestibular = controle do equilíbrio. Muitas vezes, o idoso pode não perceber 
essa perda e, por essa razão, não falar sobre ela. Para auxiliar nessa verificação pode-se 
utilizar o Teste do Sussurro. 
Já o exame otoscópico é essencial para evidenciar rolhas de cerúmen ou otites. A 
obstrução por cerúmen contribui para a perda auditiva e a sua remoção pode melhorar 
em muito a audição. A remoção deve ser feita antes da avaliação da perda auditiva. 
→ Teste do Sussurro: 
Para avaliar a acuidade auditiva por meio do Teste do Sussurro, o examinador deve ficar 
fora do campo visual da pessoa idosa, a uma distância de aproximadamente 
33cm. Posicionado, o examinador deve “sussurrar”, ou seja, falar bem baixo uma 
questão breve e simples como por exemplo → qual o seu nome? 
O sussurro deve ser feito em cada ouvido. Se a pessoa idosa não responder, deve-se 
examinar seu conduto auditivo para afastar a possibilidade de cerume ser a causa da 
diminuição da acuidade auditiva. Se não identificar obstáculo nos condutos auditivos 
externos, deve-se solicitar audiometria em ambulatório especializado. 
 
 
Avaliação dos sistemas sensoriais: 
A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método 
simples, rápido, de baixo custo e com boa predição para doenças futuras, mortalidade 
e incapacidade funcional, podendo ser usada como triagem, tanto para diagnóstico 
quanto para o monitoramento de doenças. Nos procedimentos de diagnóstico e 
acompanhamento do estado nutricional de idosos, o critério prioritário é a classificação 
do Índice de Massa Corporal (IMC), recomendado pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS), considerando os pontos de corte diferentes daqueles utilizados para adultos. 
Calculo do IMC em idosos: A diferença nos pontos de corte do IMC em idosos se deve 
às alterações fisiológicas nos idosos: 
→ O declínio da altura é observado com o 
avançar da idade, em decorrência da 
compressão vertebral, mudanças nos 
discos intervertebrais, perda do tônus 
muscular e alterações posturais. 
 
→ O peso pode diminuir com a idade, 
porém, com variações segundo o sexo. 
Essa diminuição está relacionada à 
redução do conteúdo da água corporal 
e da massa muscular, sendo mais 
evidente no sexo masculino. 
É muito importante identificar se a pessoa idosa apresentou perda de peso não 
intencional de, no mínimo, 4,5kg ou de 5% do seu peso corporal no último ano. Essa 
perda pode ser um indicativo de algum problema de saúde, alteração no estado de 
ânimo, ou reflexo de negligência sofrida, e, portanto, sua causa precisa ser investigada. 
 
Avaliação das contingências urinarias e fecais: 
As pessoas idosas nem sempre referem perda espontânea de urina e fezes na avaliação 
clínica, ou por vergonha, ou por acharem ser normal do processo de envelhecimento. 
Apesar disso, a incontinência tem grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas 
idosas, causando, geralmente, grande constrangimento e induzindo ao isolamento 
social e à depressão. Caso haja diagnóstico de incontinência urinária ou fecal, é 
importante o registro na seção de “diagnósticos e internações prévios” na Caderneta de 
Saúde da Pessoa Idosa. 
Para detectar incontinências: 
→ Deve-se estar atento ao odor de ureia, típico da incontinência urinária (IU), ou ao 
uso de qualquer tipo de proteção, como absorventes, panos, etc. 
 
→ Questionar sobre a presença de perda involuntária de urina ao longo da consulta, de 
forma explícita. 
 
→ Se a resposta for afirmativa, deve-se investigar as possíveis causas, muitas das quais 
reversíveis, como restrição de mobilidade, retenção urinária, infecção e efeito 
medicamentoso. 
 
 
Pontuação final do questionário multidimensional: 
Classifica as pessoas idosas em três categorias de funcionalidade: 
IDOSO SAUDÁVEL = 0 A 5 PONTOS = INDEPENDENTES: Promoção de saúde e prevenção 
de agravos (cuidados de baixa complexidade). Podem ser atendidos na UBS e 
eventualmente na Atenção Especializada (consultas e exames). 
IDOSO PRÉ-FRÁGIL = 6 A 10 PONTOS = MAIOR RISCO DE FRAGILIZAÇÃO E PERDA 
FUNCIONAL: Promoção de saúde, prevenção de agravos (cuidados de baixa e média 
complexidade). Podem ser atendidos na UBS e eventualmente na Atenção Especializada 
(consultas, exames diagnósticos e tratamentos, incluindo reabilitação). 
IDOSO FRÁGIL = IGUAL OU MAIOR QUE 11 PONTOS = DEPENDENTES: Promoção de 
saúde, prevenção de agravos (cuidados de média e alta complexidade), incluindo 
cuidados paliativos e reabilitação. Podem ser encaminhados para as Unidades de 
Referência em Saúde do Idoso ou outros pontos da atenção especializada e atenção 
hospitalar, porém, não devem perder o vínculo com a UBS → gestora do cuidado! 
 
Resultados da AMPI-AB: 
Tem como objetivo garantir o vínculo entre idoso / equipe UBS / RAS. 
→ Programa Municipal de Atendimento ao Idoso – PROMAI. 
 
→ Ambulatório Municipal de Fisioterapia. 
 
→ Programa Melhor em Casa. 
 
→ Ambulatório Médico de Especialidades – AME. 
 
O Plano de Cuidados Específico corresponde às ações propostas pela equipe da Unidade 
Básica de Saúde no acompanhamento do idoso com alterações, em algum item 
específico da AMPI/AB → formulação de um Projeto Terapêutico Singular (PTS). 
 
Reaplicação da AMPI-AB: Baseada na classificação da funcionalidade: 
0 - 5 pontos: repetir após 12 meses. 
6 - 10 pontos: repetir após 6 meses. 
≥ 11 pontos: encaminhamento para a atenção especializada específica à saúde da 
pessoa idosa. Após o retorno do cuidado para a UBS realizar a AMPI-AB após 6 meses. 
 
Sinais de alerta: 
→ Multimorbidades (>ou = 5 diagnósticos). 
→ Polifarmácia (5 ou mais medicamentos/dia). 
→ Internações recentes (+ de 2 internações último ano). 
→ Incontinência urinária e fecal. 
→ Quedas recorrentes (2 ou mais no último ano). 
→ Alteração da marcha e do equilíbrio. 
→ Comprometimento cognitivo (memória/humor). 
→ Comprometimento sensorial (visão/audição). 
→ Dificuldades de comunicação. 
→ Perda de peso não intencional. 
→ 2 ou mais quedas no último ano. 
→ Morar sozinho(a)/insuficiência familiar. 
→ Autocuidado negligenciado. 
→ Redução da participação social e comunitária. 
→ Suspeitas de violência/maus-tratos. 
 
 
 
Projeto terapêutico singular: 
Coordenado e integrado. Possui metas a curto, médio e longo prazo e visa a recuperação 
e/ou a manutenção da capacidade funcional. Etapas: 
1. Diagnóstico (clínico, funcional e situacional): Avalia os fatores orgânicos, sociais e 
psicológicos do idoso, permitindo que se alcance uma conclusão sobre os riscos e 
insuficiências. 
 
2. Definição de metas: Para definir as metas e ações, considera-se, inicialmente, a 
complexidadesituacional (a capacidade funcional, o suporte social e familiar e a 
autonomia). 
 
3. Divisão de responsabilidades: Escolher um profissional de referência (pode ser 
qualquer membro da equipe) → estratégia para favorecer a continuidade e 
articulação entre formulação, ações e reavaliações. 
 
4. Reavaliação: Instrumento dinâmico e deverá ser rediscutido periodicamente (a 
cada 6 meses) com a Equipe de Trabalho do Programa, com possibilidades de 
alterações no decorrer do tempo. 
 
Resumindo → etapas da AMPI-AB: 
1. Coleta de dados de identificação. 
2. Aplicação de Questionário Multidimensional. 
3. Aplicação de Questionário de Dados Sociais. 
4. Aplicação de Testes de Rastreamento. 
5. Conclusão da Avaliação e elaboração do Projeto terapêutico Singular (PTS). 
 
Objetivo da AMPI-AB: Gerenciamento do Cuidado da Pessoa Idosa 
→ Possibilita a identificação das demandas e dos serviços. 
 
→ Planeja juntamente com idosos, familiares e cuidadores, a utilização desses serviços. 
 
→ Coordena a prestação dos serviços que são necessários. 
 
→ Estabelece uma comunicação entre todos os envolvidos favorecendo o cuidado 
integrado. 
 
→ Coordena a qualidade do cuidado prestado, verificando sobre a utilização dos 
recursos, do estabelecimento e da utilização de protocolos e analisando as respostas 
obtidas.

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