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Resenha Critica Filme Kbela

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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO
PARALELA
Sociedade, Ciência e Tecnologia 
PTA – Produção de Textos Acadêmicos
Tâmara Gabriela Leão
					
SALVADOR - BA
2021
Resenha Crítica – Curta-metragem “Kbela” (2015)
O Filme “Kbela” lançado mundialmente na data de 12/09/2015 é dirigido pela cineasta carioca Yasmin Thayná e tem como tema principal a luta das mulheres negras na busca pela aceitação de seus traços culturais como seus cabelos crespos e seus costumes. Ganhador do prêmio de Melhor Curta-metragem da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema, AMAA Awards 2017, todo o filme se abstém das falas e cede lugar a cenas não-ficcionais que denotam uma realidade enraizada e ainda persistente na conjuntura atual como o branqueamento da pele negra, alisamento forçado de seus cabelos crespos, ocultamento de sua cultura, ou seja, tudo aquilo que omite os aspectos da cultura africana não só na sociedade brasileira, mas também em todo o mundo. Indo contra as obras cinematográficas clássicas nas quais as mulheres negras têm seus traços naturais “branqueados” e escondidos para agradar um público acostumado com filmes de características eurocêntricas, Yasmin exalta a beleza da mulher negra e toda a sua naturalidade como uma forma de demonstrar sua luta contra o racismo e o ocultamento da cultura africana no nosso cotidiano. Apesar de ser algo gravado e planejado, sabe-se que, na realidade, todo o curta retrata acontecimentos nada ficcionais mostrando como a parcela negra da sociedade é ignorada e vítima de preconceito, o que contradiz com a diversidade étnica da qual é fornada a sociedade brasileira e com a influência dos costumes africanos na construção da nossa identidade cultural. A atriz Isabel Zuaá foi a responsável por uma das cenas mais marcantes da mulher negra se “vestindo” de uma tintura branca e logo depois, por meio de montagens, se despindo desta, como uma forma simbólica de mostrar que continuarão lutando para que essa atitude não mais seja naturalizada e que suas reais culturas e identidades sejam valorizadas. O filme é um ótimo exemplo para mostrar uma realidade que muitos acreditam ser inexistente pois, com apenas vinte e dois minutos trata de forma completa a presença do racismo em nossa sociedade. Como já descrito, pode ser visto como um filme que trata também de valores feministas com todo o elenco formado por mulheres negras, demonstrando a angústia e o sofrimento das mulheres que são obrigadas a aderir um padrão eurocêntrico imposto pelas antigas nações “dominantes” e a se desfazer de sua originalidade, pondo em risco suas identidades. Tratando um pouco mais da autora Yasmin Thayná, ganhadora do Oscar Africano e responsável pelo sucesso do filme, sempre levou uma vida simples e batalhou para alcançar seus objetivos. Estudante de escolas públicas, sempre participava dos cursos extracurriculares buscando sempre se aperfeiçoar nas áreas que mais gostava e claro, foi isso, juntamente com toda sua vivência, que a levou a dirigir Kbela, curta-metragem genial que com apenas poucos minutos relatou toda a história negra no mundo. Em 2015, criou a plataforma Afroflix, que reúne apenas produções assinadas pelo público negro, como uma forma de valorizar e dar espaço a essa parcela dentro do mundo cinematográfico. Enquanto ainda estava na faculdade escreveu um conto chamado “Mc Kbela” para a Feira Literária das Periferias, que falava sobre uma mulher negra que tinha o costume de alisar seus cabelos crespos, porém tinha desistido do procedimento passando a aceitar seu cabelo natural. Com a apresentação do conto e a admiração dos amigos com ele, foi convencida a transformá-lo em um curta-metragem. Aclamado pelo público, o curta foi um sucesso mundial e até hoje é referência no que tange a apresentação da realidade negra ainda vivenciada, com raízes históricas e coloniais que ainda se fazem sentir nos dias atuais.

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