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Atividade 3 - Análise de Processo Decisório

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Atividade 3 - Análise de Processo Decisório
Ana Luisa Santos Silva - 11911RIT051
Maria Antônia Machini Costa - 11911RIT011
Vitória Capucci Martins Caminiti - 11911RIT028
Vitória Lopes Coutinho - 11911RIT035
Questão 1 - Descreva uma linha do tempo detalhando os principais acontecimentos na
negociação do Acordo Mercosul – União Europeia, com as seguintes fases: Discussões do
Acordo Quadro (1994-1999), 1a Fase de Negociações (1999-2004), Hiato (2004-2010), 2a
Fase de Negociações (2010-2012), Hiato (2012-2016), 3a Fase de Negociações
(2016-2019), Conclusão e implementação (2019-2021).
● Discussões do Acordo Quadro (1994-1999)
A década de 1990 ficou marcada pelo aumento de discussões e casos de
inter-regionalismo, inclusive com relação ao continente americano e a União Europeia (UE),
sendo que é perceptível que o bloco utilizou disso para prevalecer suas normas e interesses
com aqueles que se relacionou; principalmente através da liderança e afirmação como região
integrada (GREGO, 2021) E quanto ao Mercosul, após a sua institucionalização como
personalidade jurídica internacional, o bloco sul americano buscou, nesse mesmo período, um
processo integrativo e de cooperação, como mostra as três negociações que ocorreram, com a
Organização Mundial do Comércio (OMC), a UE, e sobre a Área de Livre Comércio das
Américas (ALCA) como Grego (2021) demonstra “A literatura relata uma correlação entre o
ritmo das negociações da ALCA entre EUA e países americanos e o interesse da UE nos
acordos de associação com países latino-americanos”. Portanto, o aumento das relações
comerciais internacionais e o inter-regionalismo são a base para o início da de negociações
entre a UE e o Mercosul, bem como o Acordo-Quadro Interinstitucional de Cooperação de
1992 entre as regiões, que antecede ao novo acordo que será debatido (GONÇALVES, 2011)
Assim, era de interesse comum a criação do Acordo-quadro inter-regional de
cooperação (AQIC) entre a União Europeia e o Mercosul, sendo que o debate acerca dele foi
feito internamente nas regiões em 1994 e em dezembro do mesmo ano houve uma declaração
solene comum explicitando a disposição de ambos para o acordo; assim, ele foi firmado no
final do ano seguinte, iniciando a preparação para o início das negociações (GREGO, 2021).
Os principais objetivos do Acordo-Quadro estão voltados para o fortalecimento das relações
inter-regiões, para que assim ocorra o apoio do processo de integração entre UE e Mercosul,
através do alinhamento de regras gerais para negociações no âmbito comercial, econômico, da
cooperação, do diálogo político e outras áreas de interesse comum (GONÇALVES, 2011;
GREGO, 2021). Dessa forma, de maneira resumida
Objetivo comercial deste acordo é a promoção e diversificação das trocas de
bens de produção que devem levar à liberalização e à construção de uma
zona de livre-comércio (art. 4 AQIC). Em matéria econômica, o objetivo é o
crescimento econômico aliado a uma maior capacidade competitiva a nível
global e à promoção do desenvolvimento técnico e científico, da criação de
postos de trabalho e de um aumento no padrão de vida (art. 10 AQIC)." O
objetivo de integração se direciona ao apoio ao processo integrativo no
MERCOSUL, conforme já referido. Por fim, estabelece-se como objetivo a
cooperação interinstitucional, através de contatos periódicos entre as
instituições de ambos os blocos e da criação de uma estrutura institucional
inter-regional (art. 19 AQIC). (GONÇALVES, 2011)
Além disso, o Acordo-quadro de 95 criou alguns órgão sem hierarquia, esses são: o
Conselho de Cooperação que é composta por membros da Comissão Europeia, Conselho
Europeu membros do GMC do Mercosul; a Comissão Mista UE-Mercosul, que deveria
auxiliar na realização de suas funções e é composta por membros da Comissão Europeia e do
Mercosul; e a Subcomissão de Comércio, que objetivava propor ideias para relações
comerciais; e em 2001 irá surgir o Comitê de Negociações Birregionais; além da possibilidade
de encontros adicionais. A primeira reunião de ambos os departamentos do Acordo-quadro
foram no ano de 1996 e, aquela realizada pela Comissão foi focada em aprovar regras de
negociações, e na criação de três grupos com temáticas de bens, serviços e disciplinas
comerciais, que ficaram sob supervisão da Subcomissão; e a reunião desta focou coordenar
diretrizes e regras para os grupos apresentados (GONÇALVES, 2011; GREGO, 2021).
Ademais, é nesse período de 1994-1999 que começa a surgir hesitações quanto ao
Acordo-quadro, como também setores e países apoiando e favoráveis à consolidação; sendo
destacável a atuação dos Estados Ibéricos, o Brasil, o setor agrícola brasileiro, e os setores
industriais de ambas as regiões como atores favoráveis a criação desse acordo. E a Argentina,
a França e o setor agrícola europeu como desfavoráveis à concretização desse acordo-quadro
(GREGO, 2021). Além disso, Nogueira (2020) mostra que teve questões internas da própria
instituição UE que barraram alguns temas, restringindo o que pode ser negociado ou debatido,
e isso ocorreu através da limitação da Comissão Europeia nas negociações com o Mercosul,
além de que a inclusão de um novo tema era burocrático (GREGO, 2021).
Portanto, o Acordo-quadro de 95 prevê mecanismos de diálogo formalizados que
poderiam ser debatidos pelas próprias organizações, podendo assim atuar e reforçar através da
importância do debate político, através do intercâmbio de informações e usos dos meios
diplomáticos; além disso ele reforça o diálogo comercial e econômico, cooperação setorial,
atuação aduaneira, reforçamento e viabilização da integração e a promoção de investimentos,
entre outros. E é nesse período, entre 1994 e 1999 que foi realizado a preparação e
formalidades para as futuras negociações; e, apesar das vontades favoráveis, houve o início da
hesitação e do alinhamento das ideias existentes; e por fim quando em 1999 o Acordo-Quadro
foi ratificado internacionalmente dando início, efetivamente, ao período de negociações para a
área de livre comércio, sendo a primeira delimitada entre os anos de 1999 e 2004
(GONÇALVES, 2011; GREGO, 2021)
● 1a Fase de Negociações (1999-2004)
Diversas reuniões entre comissários e ministros da UE tomaram lugar no primeiro
semestre de 1999, evidenciando o início oficial da negociação acerca do Acordo de
Associação entre o Mercosul e a União Europeia (UE), sendo necessário destacar que, desde
1996, estava havendo a preparação e as formalidades para tal matéria (GREGO, 2021).
Assim, nessa etapa, há a fixação do objetivo de iniciar as discussões para que a parceria fosse
feita sob três pilares, o comercial, o político e o de cooperação (SOARES, 2021). O período
coincidiu com o início da crise econômica na Argentina e com a decisão de tornar o Euro a
moeda oficial do bloco, a qual passaria a circular na forma física um tempo depois. Em
relação a eventos pontuais, têm-se a reunião do Conselho do Mercado Comum, em junho de
1999, onde o Mercosul reforçou seu ânimo em dar sequência às negociações; a primeira
edição das reuniões de cúpula da UE-América Latina; o envio de diplomatas brasileiros aos
países europeus para que fossem tranquilizados em relação à hesitação do Estado Argentino
frente ao acordo; e, também, o início formal do Foro Empresarial União Europeia-Mercosul, o
qual uniu as forças de ambos os setores industriais (GREGO, 2021).
Em 2000, inicia-se de fato a “I Fase de negociações”, na qual há a elaboração de
textos negociadores e troca de ofertas de compromissos tarifários. Ao fim deste período, as
partes consideraram as ofertas de acesso a bens insatisfatórias (GOVERNO FEDERAL,
2019). Já a partir de julho de 2001, deram-se as apresentações de ofertas pelas partes e, em
dezembro deste ano, França veta o início das negociações argumentando que o Acordo
ameaçaria as resoluções da PAC, opinião que não era compartilhada por todos os integrantes
da UE, outros até demonstraram seu entusiasmo com a oportunidade. Em 2002, a organizaçãonão governamental, World Wide Fund for Nature (WWF) passou a pressionar os comissários
da UE para que promovessem a agricultura sustentável na América Latina, e nesse mesmo
ano o Euro entrou em circulação em sua forma física. Mais tarde, em 2004, a organização
Alianza Biodiversidad se manifestou contrária ao Acordo, alegando que o mesmo não
apresentava uma solução sustentável para o Mercosul. A fase descrita nesses parágrafos pode
ser considerada a “fase de fórmula” (Odell, 2010), na qual espera-se que os princípios guias
do processo sejam definidos (GREGO, 2021; SOARES, 2021).
● Hiato (2004-2010)
Em 2005, tem-se o fracasso das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das
Américas), caso que fez com que o Mercosul perdesse o interesse em avançar com as
negociações, enquanto a União Europeia (UE) passou a ter outras prioridades, dando início,
assim, à fase de desinteresse mútuo entre 2004 e 2009 (SOARES, 2021). Mais tarde, houve a
reunião de ministros da UE e Mercosul em Viena, no dia 13 de maio de 2006, na qual o bloco
sul-americano revisou suas demandas por cotas e produtos agrícolas e melhorou sua oferta de
serviços, enquanto a União Europeia demandou a liberalização total de um número limitado
de produtos agrícolas e uma lista de produtos do interesse do setor industrial europeu,
demandando também uma melhor proposta na questão do setor automotivo. É neste ano que
ocorre a crise das papeleiras, caso de poluição envolvendo Argentina e Uruguai na fronteira
entre estes, provocando incertezas na parte europeia que temia pela integração do bloco
sul-americano (GREGO, 2021).
É importante salientar o Tratado de Lisboa, concluído em 2007, o qual estabelece a
base constitucional da União Europeia, mesmo ano em que é assinada uma Aliança
Estratégica entre Brasil e UE. Um ano mais tarde, em dezembro de 2008, foi realizada a
segunda reunião de cúpula entre estes dois atores, quando houve a manifestação da intenção
de avançar nas negociações, no tocante à parceria estratégica. Assim, em 2010, tem-se o
relançamento das negociações birregionais na VI Cúpula UE-América Latina, fato
surpreendente tendo em vista a crise bancária de 2008 e seus maus presságios (GOVERNO
FEDERAL, 2019; GREGO; 2021; SOARES; 2021).
● 2a Fase de Negociações (2010-2012) + Hiato (2012-2016)
Após alguns anos de suspensão das negociações entre as partes, e agora, no ano de
2010, às partes negociantes retomaram os pontos que antes debatiam iniciando assim um novo
período das negociações. Sobretudo, o ano em questão era considerado pouco propício para
tal feitoria, já que o cenário era de uma crise econômica global, que foi iniciada em 2008, a
qual acabou trazendo aspectos mais protecionistas aos países. Acerca disso, é válido ressaltar
que, mesmo que os blocos tenham voltado à mesa e aos acordos, e mesmo que houvesse um
progresso considerável dos textos negociadores, as ofertas não foram feitas, levando como
principal consideração a contexto em que se encontrava o âmbito internacional, essas só
vieram a ser levantadas no ano de 2016. (GREGO, 2021; GOVERNO FEDERAL, 2019)
O andamento do ano de 2010-11 pode ser destacado, de certa forma, como o mais
promissor de todos os encontros que vinham sendo realizados para que tais negociações
fossem restabelecidas. Mas devido a todas as razões do contexto econômico global
juntamente com outras insatisfações, contribuíram para que as tentativas foram infrutíferas e
não houvesse nenhuma evolução no processo. Entretanto, pode-se dizer que tal período de
estagnação foi um bom momento para que cada um dos governos envolvidos pudessem
realizar um panorama de temas mais importantes e delicados para outros governos, sendo
possível estabelecer uma certa margem de manobra sem contar que suas ofertas poderiam ser
mais atrativas aos negociadores. (NOGUEIRA, 2020)
Sendo assim, é possível apontar que essa fase de hiato foi um momento muito
importante para que não tivessem grandes e graves consequências, comerciais e econômicas,
durante todo o processo das negociações. Além disso, grande parte da dificuldade de qualquer
avanço nas negociações partiu também da falta de interesse dos governos principais da UE e
também do Brasil e Argentina. Mas é válido ressaltar que mesmo tendo momentos
complicados para as negociações, algumas ações podem ter sido proveitosas para as
negociações seguintes, sendo elas a assinatura da Parceria Estratégica Brasil-UE em 2007,
além de algumas reuniões como as Reuniões de Cúpula Brasil-União Europeia e o Plano de
Ação Conjunta Brasil-União Europeia, entre os anos de 2008-2011. (NOGUEIRA, 2020)
Depois disso, durante os anos de 2012 até 2015 pode-se dizer que houve um certo
hiato entre as negociações, não sendo tomada nenhuma decisão notável. Dessa forma, apenas
no ano de 2016 que ambos os blocos econômicos em questão retomaram a mesa de
negociação de uma forma mais organizada e estruturada, visando progredir no processo que já
vinha se alongando, sendo assim estavam determinados em avançar. (NOGUEIRA, 2020)
● 3a Fase de Negociações (2016-2019)
A última fase do acordo iniciou-se em 2016, quando foram intercambiadas ofertas de
acesso aos mercados de bens, serviços e compras governamentais entre ambas as Partes do
acordo. Entre o final de 2017 e início de 2018 ocorreram novas ofertas, primeiramente por
parte do Mercosul (2017) e posteriormente pela União Europeia (2018). Considerando o
período da terceira fase, entre os anos de 2016 e 2019 foram negociados 22 textos entre as
Partes (GOVERNO FEDERAL, 2019).
Esta última fase do acordo foi caracterizada pela retomada do fôlego nas negociações
entre Mercosul e União Europeia, principalmente devido à atualização das ofertas
supracitadas, além da apresentação de listas de condicionalidade que cada uma das partes
tinha como exigências para que as ofertas apresentadas tivessem validade. O Mercosul, por
exemplo, apresentava como condicionalidade que os cronogramas de desgravação deveriam
incidir não apenas sobre os direitos ad valorem, mas também sobre tarifas específicas, e
outras medidas técnicas. A União Europeia, por outro lado, tinha como condição para
validade de sua oferta a eliminação dos direitos sobre exportações que ainda vigoravam sobre
alguns países membros do Mercosul (BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO,
2020).
Entre os fatores que possibilitaram o êxito desta última etapa do processo do acordo,
podemos citar que, no caso do Mercosul, havia uma convergência de visões de cunho mais
liberal nas equipes econômicas de dois grandes representantes do grupo, Argentina e Brasil, o
que contribuiu para a melhorias das ofertas de liberalização e também para a retirada de
condições que possuíam um caráter mais protecionista. Para a União Europeia, a emergência
da guerra comercial que ameaçava o comércio bilateral com os principais parceiros da UE
(Estados Unidos e China), o esfriamento do comércio internacional e o interesse em recuperar
mais protagonismo no cenário internacional foram fatores decisivos para o sucesso da
parceria (BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO, 2020).
● Conclusão e implementação (2019-2021)
Após o fim da 3ª fase, em junho de 2019 houve a conclusão do acordo entre Mercosul
e União Europeia, após mais de 20 anos desde o surgimento da ideia da parceria entre os
blocos econômicos. Contudo, a partir de 2019 ocorreram mudanças políticas em ambas as
partes: no Mercosul, o Brasil teve uma mudança de governo, que se iniciou logo em 2019;
Argentina e Uruguai estavam no último ano de mandato dos seus governos. Nestes dois
últimos países, a mudança de orientação política que ocorreu posteriormente tornaram a
ratificação do Acordo mais difícil na Argentina e mais provável no Uruguai. No caso da
União Europeia, o anúncio da conclusão do processo se deu logo após a mudança dos
ocupantes dos postos-chave na Comissão Europeia. Além disso, pressões dos lobbies do setor
agrícola e de partidos ambientalistas também sugerem que o caminho para a ratificaçãoe
efetiva implementação do acordo será repleta de obstáculos (BANCO INTERAMERICANO
DE DESAROLLO, 2020).
Quanto ao processo existente para a implementação efetiva do acordo, existem
procedimentos padrões necessários para seu acontecimento, são eles: I - Revisão; II -
Tradução para todos os idiomas oficiais das partes signatárias; III - Assinatura; IV -
Aprovação Congressual no âmbito do Mercosul; V - Aprovação parlamentar no âmbito da
União Europeia; VI - Vigência provisória (onde o acordo entra em vigor provisoriamente,
após ratificação pelos membros do Mercosul e a aprovação pelo Parlamento Europeu, até a
aprovação dos temas que possuem competência mista nos parlamentos nacionais dos Estados
Partes da UE); VII - Competência mista (temas que precisam ser aprovados pelos Parlamentos
de cada Estado-Membro da UE, como tópicos relacionados à investimentos ou cooperação);
VIII - Vigência plena; IX - Prazo (todo o processo poderá levar anos para a entrada efetiva em
vigor do Acordo) (BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO, 2020).
No caso em questão - e considerando os problemas mencionados anteriormente que
constituem obstáculos para a implementação do Acordo - segundo o relatório do Banco
Interamericano de Desarollo, até o ano de 2020 não houve disponibilização da cláusula de
vigência do Acordo no documento MRE (2019 - A). O documento do governo brasileiro
afirmava que “tudo indica que, uma vez ratificado pela União Europeia, o Acordo poderá
entrar em vigor para os sócios do Mercosul individualmente, à medida que cada um deles
concluir seu processo de ratificação” (BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO,
2020).
Entre os temas que compõem o acordo Mercosul - União Europeia, pode-se citar:
● Cláusula de integração regional
● Comércio de bens
● Regras de origem
● Aduanas e facilitação de comércio
● Barreiras técnicas
● Medidas sanitárias e fitossanitárias
● Defesa comercial (antidumping, subsídios e medidas compensatórias)
● Salvaguardas bilaterais
● Serviços e estabelecimento
● Compras governamentais
● Movimento de capitais e pagamentos correntes
● Concorrência
● Subsídios
● Empresas estatais
● Comércio e desenvolvimento sustentável
● Propriedade intelectual
● Transparência
● Pequena e média empresa
● Solução de controvérsias
● Anexo sobre vinhos e destilados
● Diálogos regulatórios (BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO,
2020)
Questão 2 - Para cada fase acima, descreva os principais atores que participaram da
discussão de propostas e apresenta informações sobre o processo de negociação e sobre
as formas de decisão. (Quem tomou as decisões? Quem contribuiu para a negociação?
Quais são as tensões entre atores? Quem são os atores com poder de veto?)
● Discussões do Acordo Quadro (1994-1999)
Os primeiros atores a serem destacados a atuação entre os anos de 1994 e 1999 são as
próprias organizações internacionais e seus órgãos internos, além dos próprios países
membros, sendo que alguns se destacaram ou pela opinião favorável ou como oposição ao
acordo (GREGO, 2021). Sendo destacável, no âmbito do Mercosul a atuação do Grupo
Mercado Comum (GMC), que inclusive compõe parte da comissão e conselho existente
dentro dos procedimentos do Acordo-quadro e o Brasil e Argentina como países com mais
destaque; e quanto a UE, os principais atores são a Comissão Europeia e o Conselho Europeu,
que também compõem os órgãos supracitados do Acordo-quadro de 95, e quanto aos países,
os com maior destaque inicial são o espanhol e português de forma favorável e o francês
como opositor (GREGO, 2021).
Quanto à atuação dos países Ibéricos como atores que insistiram na criação desse
acordo, por exemplo a Espanha sugere a criação de uma cúpula UE-América Latina na
reunião de 1996 e o forte posicionamento potuguês enquanto foi presidente da Comissão
Europeia. Além disso, o Brasil também foi um ator favorável e manteve a coesão do Mercosul
durante o processo de negociações; ainda sobre os sul americanos, a Argentina apesar de
favorável em diversos momentos, no anos finais do século 20, mas principalmente no início
dos anos 2000 se viu como uma posição defensiva para proteger sua economia muito afetada
pela crise desses anos. Ademais, o posicionamento da OMC foi fundamental para a tomada de
decisão da UE, além de mudanças internas da própria organização internacional, por exemplo,
que em 1997 recomendou-se não serem feitos novos compromissos de acordos, mas
concluírem aqueles já iniciados, e ao mesmo tempo a UE debateu com o Mercosul fortalecer
no quesito multilateral do acordo (GREGO, 2021).
No que tange a setores internos das regiões, tiveram alguns mais favoráveis a
concretização desse acordo, como exemplo o setor agrícola brasileiro que viu o potencial do
mercado europeu e deu seu apoio, como expõe o Nogueira (2020) "entidades setoriais
agrícolas decidiram patrocinar a criação do Instituto dos Estudos do Comércio e Negociações
Comerciais (ICONE), que fomentou pesquisas e análises técnicas para que o agronegócio
defendesse seus interesses junto ao governo”; enquanto que a Argentina via com ressalva o
interesse europeu na agricultura dos países mercossulinos; e alguns países europeus também
se viram contrários a essa cooperação do setor comercial agrícola, principalmente a França,
pois vai contra a proteção do próprio setor europeu (PAC). Já quanto ao setor industrial,
ambas as regiões apoiaram e deram suporte inicial para que o acordo se concretizar, sendo o
exemplo mais claro de organização o Foro Empresarial União Europeia-Mercosul o Mercosul
(MEBF), este foi criado para fazer um garantir um setor industrial a favor da liberalização do
comércio (GREGO, 2021).
● 1a Fase de Negociações (1999-2004) e Hiato (2004-2010)
Na primeira fase de negociação (1999-2004) e no hiato que se seguiu (2004-2010)
nota-se a presença de diversos atores, sendo apresentados os principais, como os Blocos
Regionais (Mercosul e União Europeia (UE)); os Estados Nacionais, destacando-se o Brasil,
Argentina, Espanha, França, Irlanda, Bélgica e Alemanha; os setores industrial e agrícola de
ambas as regiões, ressaltando o Foro Empresarial União Europeia-Mercosul (ou
MercosurEuropean Union Business Forum) para o primeiro e a Federação Nacional de
Sindicatos de Trabalhadores Agrícolas no caso do segundo na França; indivíduos, se tratando
de representantes dos Estados ou dos próprios blocos, como o secretário geral de Assuntos
Migratórios e Consulares da Espanha, Javier Elorza, os presidentes Lula da Silva (BRA) e
Mujica (URU), o presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso e o presidente do
Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ressaltando que esta categoria de autores agiu,
principalmente, por meio de discursos públicos; e, por fim, o processo também contou com
ONGs nesse período (mesmo que suas ações tenham sido mais intensas em 2019 e 2020),
como a WWF e a Alianza Biodiversidad (GOVERNO FEDERAL, 2019; GREGO; 2021;
SOARES; 2021).
Em suma, quem tomou as decisões nesse período foram os representantes dos Estados
Nacionais integrantes desses blocos e os representantes próprios destes. Porém, deve-se
salientar que os sindicatos dos setores citados contribuíram para as negociações, tendo em
vista que pressionaram seus representantes, buscando não ser prejudicados e garantir seus
interesses; por outro lado, as ONGs também podem ter contribuído para a pauta, mas os
efeitos foram mais imprecisos, já que não têm mecanismos de pressão muito incisivos
(GOVERNO FEDERAL, 2019; GREGO; 2021; SOARES; 2021).
Foram encontradas tensões no período entre aqueles que apoiaram e incentivaram o
Acordo entre a União Europeia e o Mercosul, como o Brasil, a Espanha, a Alemanha e o
Uruguai e os Estados com forte atividade agrícola e receio quanto à parceria, destacando a
França, Bélgica e Irlanda ou até a Argentina que presenciava uma crise. A principal das
tensões acreditamos que tenha se dado dentro desses últimos países, entre os setores que
seriam prejudicados com a cooperação(agrícola, muito ligado ao PAC no caso da Europa, e
industrial, ainda que em menor escala) e aqueles dentro do Governo e outras áreas que viam
uma oportunidade na aproximação (GOVERNO FEDERAL, 2019; GREGO; 2021; SOARES;
2021).
Levando em consideração as estruturas dos respectivos blocos, conclui-se que os
Estados-parte possuem poder de veto, como evidenciado em 2001, quando França vetou as
negociações. No caso da União Europeia, têm-se o Conselho da UE, o qual deve autorizar
para que negociações comecem e é composto por ministros de cada Estado membro, variando
de ministro de acordo com o assunto tratado. Quando se trata de assuntos sensíveis, como a
política externa, é necessária a unanimidade, ou seja, o voto favorável de todos os países
(assim, nota-se a possibilidade de veto). Por outro lado, têm-se também o Parlamento
Europeu, responsável por aprovar o que foi assinado pelo Conselho e adotar a nova
legislação, enquanto a Comissão Europeia é o órgão executivo da UE, é politicamente
independente e é responsável pela elaboração de propostas de novos atos legislativos
europeus e pela execução das decisões tomadas pelos dois anteriores (GREGO, 2021; UNIÃO
EUROPEIA, 2021).
Já em relação ao Mercosul e suas estruturas internas, têm-se o Conselho do Mercado
Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do Mercosul
(CCM) como órgãos decisórios. O primeiro é responsável por conduzir politicamente o
processo de integração, o segundo cuida do funcionamento cotidiano do bloco e o terceiro se
dedica à administração dos instrumentos comuns de política comercial, além disso, no
Mercosul, cada Estado parte tem um voto e as decisões são tomadas por consenso na presença
de todas as partes, evidenciando a possibilidade de veto (MERCOSUL, 2021).
● 2a Fase de Negociações (2010-2012) + Hiato (2012-2016)
Pode-se dizer que durante todo o processo de negociação teve alguns atores
considerados mais protagonistas, sendo esses influentes nos resultados das negociações. Posto
isto, será destacado aqui os mais ativos nesse processo tendo como início o ano de 2010.
Alguns atores defensores da política agrícola, da União Europeia, foram a França, Irlanda,
Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Finlândia, Eslováquia, Eslovênia, Grécia, Hungria, Polónia,
Chipre, Itália, Lituânia, Portugal e Romênia. (GREGO, 2021)
Ainda, além dos países pertencentes à UE, outros atores também tiveram uma forte
influência frente às negociações, dentre esses autores podemos citar países como o Brasil,
Uruguai, o Paraguai e a Espanha. A Espanha prospectou a retomada das negociações fazendo
uso de sua presidência pró-tempore na União Europeia visando convencer a Argentina das
importâncias e o impacto das negociações na história. (GREGO, 2021)
No que tange às tensões entre esses atores, é possível destacar primeiramente que a
volta à mesa de negociações, que se dava num período conturbado, não agradava a todos
países europeus. A UE tinha seus ideias e boas motivações para poder voltar com tudo aos
acordos, já que suas exportações estavam crescendo cada vez mais, entretanto, países como a
Grécia e Irlanda não achavam o momento propício para tal retomada, principalmente pelo fato
de os mesmo, no momento, estarem dependendo de resgates fiscais da UE. (GREGO, 2021)
Logo mais adiante, outros sete países expressaram suas insatisfações com essa
possível retomada anunciada pela Comissão Europeia e entre eles citou a Áustria, Finlândia,
França, Grécia, Hungria, Irlanda e Polônia, além disso é válido ressaltar que esses países
opositores tinham a França como líder. Para expressarem suas oposições ao Acordo que vinha
sendo negociado, eles fizeram circular uma carta aberta visando mandar um recado aos
agricultores europeus. Um fato interessante é que o número de opositores dessa rodada
aumentaram em relação aos da primeira fase das negociações, aumentando de 15 para 28.
(GREGO, 2021)
Somado a todas as reclamações da oposição, mais alguns países se juntaram ao clube
de insatisfações, expondo suas reclamações argumentando que o Acordo Mercosul-UE
implicaria em concessões adicionais às que já foram feitas em 2008 e dessa forma era
necessário um maior estudo da Comissão. Dentre os novos países reclamantes, pode-se citar a
Bélgica, Chipre, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Portugal, Romênia, Eslovênia e Eslováquia.
Ademais, na segunda fase das negociações, os países da UE que possuíam o protecionismo
agrícola eram considerados obstáculos nesse período de negociações. Somado a isto, no que
tange às tensões no Mercosul, é válido trazer a retirada do Paraguai do bloco no ano de 2012,
devido a violações da cláusula democrática. Por fim, a respeito do poder de veto, os atores
que detêm de tal façanha podem ser considerados os mesmo que os da primeira fase.
(GREGO, 2021)
● 3a Fase de Negociações (2016-2019) + Conclusão e implementação (2019-2021)
A terceira fase de negociações, iniciada em 2016 e concluída em 2019, teve como
atores principais países europeus e sul-americanos, organizações não-governamentais e os
próprios blocos econômicos, cada um com suas perspectivas e opiniões acerca do Acordo.
Nesse sentido, entre os atores que buscaram contribuir positivamente para a conclusão do
Acordo, pode-se citar Brasil, Uruguai, Paraguai e Espanha. Além destes, houve participação
ativa da Comissão da União Europeia e do Conselho Europeu. Uma das principais
problemáticas desta fase se refere às tensões relacionadas ao meio ambiente, onde a França se
destacou como principal opositora do acordo, além de organizações não-governamentais
como Greenpeace, Amnesty International e Ecologistas en Acción. (GREGO, 2021)
Uma das principais tensões da 3ª fase de negociação se refere ao surgimento do debate
sobre mudanças climáticas, com o início das queimadas na Amazônia no ano de 2019. A
França se mostrou protagonista na oposição ao Acordo devido à negligência brasileira quanto
à questão do desmatamento. Emmanuel Macron, então presidente da França, solicitou a
discussão do tema na Cúpula do G7, onde Jair Bolsonaro foi acusado pelo francês de mentir
sobre comprometimentos de proteção ambiental na reunião do G20 em junho de 2019. Outros
atores não demonstraram oposição ao Acordo, mas demonstraram preocupação com a
situação, como é o caso do Reino Unido e da Alemanha. (GREGO, 2021)
Além dos países mencionados, organizações não governamentais também haviam se
posicionado contra o Acordo anteriormente, desde 2002. No período da terceira fase, ocorreu
a intensificação de manifestações de organizações ambientais, após o anúncio da finalização
do texto base do Acordo em 2019. Uma confederação de mais de 300 grupos ecológicos na
Espanha, chamado “Ecologistas en Acción” manifestou sua oposição em 2019, tendo como
argumento o uso de agrotóxicos na produção agrícola sul-americana, o aumento no uso de
combustíveis fósseis no transporte de longa distância dos produtos, o desmatamento e os
direitos humanos de pequenos produtores e povos indígenas. Ademais, o Greenpeace e a
Amnesty International também se mostraram contra, o primeiro por questões ambientais e o
último devido à insuficiência de incentivos para melhoria das condições de trabalho dos
trabalhadores rurais no Mercosul. (GREGO, 2021)
Além disso, como abordado na primeira questão da atividade, as mudanças políticas
ocorridas em países do Mercosul a partir do ano de 2019, a mudança dos ocupantes de
postos-chave na Comissão Europeia e a pressão dos lobbies do setor agrícola também
representaram obstáculos para a conclusão da terceira fase e ainda representam para o
processo de implementação do acordo.
Questão 3 - Analisando as respostas acima, comente as suas impressões sobre atores
com poder de veto, sobre o nível de centralização do poder de decisão e sobre os
interesses em discussão. Faça comentários sobre o que mudou entre as três fases de
negociação e os elementos que, na sua opinião, possibilitaram a conclusão das
negociações em 2019e os elementos atualmente em debate sobre o Acordo.
Acerca dos atores com poder de veto, considerando as estruturas de cada bloco,
explicitadas anteriormente no trabalho, as quais dão poder de veto aos integrantes ao
demandar unanimidade em algumas questões, como em situações sobre política externa na
UE, notamos que os países membros possuem esse poder. Por exemplo, a França estava com
receio de que o acordo pudesse impactar negativamente o país, logo ela demonstrou esse
sentimento antes do início das negociações e vetando-as de dar prosseguimento durante a
primeira fase. Portanto, percebe-se uma tendência democrática nas tomadas de decisões que
envolvem os blocos, no entanto, também expõem uma certa dificuldade de atingir
unanimidade. Além disso, apesar dos blocos contarem com estruturas específicas para a
tomada de decisões, os Estados demonstraram que possuem o poder de decisão, tornando
difícil e demorada a conclusão do acordo e, assim, evidenciando a descentralização das ações
decisórias.
Como já demonstrado na linha do tempo, os temas abarcados pelo Acordo são
variados, abrangendo diversas temáticas e, logo, diferentes grupos e seus respectivos
interesses, tornando compreensível as hesitações e esforços que tomaram a maior parte do
tempo dedicado às negociações. É importante ressaltar que as medidas discutidas, em sua
maioria, habitam na esfera econômica, tendo como principal temática o setor agrícola e suas
ambições, o qual se destacou durante o processo tanto por parte europeia quanto por parte
sul-americana.
Na primeira fase das negociações, havia entusiasmo em ambas as partes, com exceção
daqueles já declarados desfavoráveis como a França, contando com a presença de ofertas, as
quais não foram aceitas. Já na segunda fase, foi possível notar uma maior estagnação do
processo, não havendo nenhuma oferta e contando com a mudança interna do Mercosul
devido à retirada do Paraguai do bloco. Além disso, pode-se considerar o momento histórico e
econômico, a crise global que se instalou no ano de 2008, que foi um fator que influenciou
muito as tomadas de decisões e o ânimo dos negociadores.
Por fim, na terceira fase, houveram apresentações de ofertas com condicionalidades
entre ambas as partes, além de uma mudança com relação ao principal impasse para a
conclusão do acordo: a preocupação acerca do meio ambiente, desencadeada pelo início das
queimadas no Brasil e protagonizada pela França como principal opositor. Além disso,
mudanças nos governos sul-americanos, com o aumento de governos mais liberais facilitou o
processo de liberalização do Acordo e diminuição do protecionismo.
Quanto aos elementos que possibilitaram a conclusão do acordo em 2019, pode ser
destacado o posicionamento liberal entre os novos representantes dos dois maiores países do
bloco sul-americano, Argentina e Brasil, o qual contribuiu para que as ofertas fossem refeitas
e melhoradas, priorizando a liberalização e deixando o protecionismo de lado. Já para a União
Europeia a questão da guerra comercial entre EUA e China cooperou para a conclusão do
Acordo, assim como a busca pela retomada do protagonismo no âmbito internacional e de um
comércio internacional mais ativo. No entanto, a ratificação efetiva do Acordo deve ser
relacionada aos lobbies do setor agrícola, muito fortes na Europa e ao fortalecimento dos
partidos ambientalistas nos últimos tempos, elementos que provocam debate e incertezas
quanto à cooperação agora concluída. Por fim, para alcançar a vigência plena, estima-se que
sejam necessários alguns anos para efetivação concreta do processo.
REFERÊNCIAS
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