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contabilidade publica e conformidade na gestao

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Mod 1 - Controlo Interno e Externo.pdf
Contabilidade pública e 
conformidade na gestão
Controle Interno e 
Externo1
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2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe Responsável
José Rafael Corrêa (Conteudista dos módulos de Controle Interno e Externo e Gestão da Folha de Pagamento, 
2021).
Allex Albert Rodrigues, (Conteudista do módulo de Previdência, 2021)
Paulo Eduardo de Oliveira Costa (Curador do conteúdo)
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Curso produzido em Brasília 2021.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1. Conceituando instrumentos de aplicação para a conformidade..... 5
1.1 Conformidade .................................................................................. 6
1.2 Conceitos de accountability ............................................................ 6
1.3 Compliance ...................................................................................... 7
1.4 Controles interno e externo ............................................................ 7
2. Conhecendo o controle interno ..................................................... 8
2.1 Legislação ........................................................................................ 8
2.2 Objetivos do controle interno ....................................................... 10 
2.3 Estruturas e funcionamento do controle interno .......................... 10
3. Integridade e compliance na administração do município ........... 13
3.1 Objetivos do compliance ............................................................... 13
3.2 Formas de implementação ............................................................ 14 
3.3 Benefícios do compliance no município ........................................ 17
4. Atuação do controle externo no município ................................. 19
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
4.1 Instituições que atuam como controle externo ............................ 19
4.2 Atuação do controle externo nos municípios ................................ 21
5. Participação e controle social no município ................................ 22
5.1 Transparência ................................................................................ 22
5.2 Lei de Acesso à Informação ........................................................... 25
5.3 Participação popular e audiências públicas ................................... 29 
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O módulo está estruturado da seguinte maneira:
• Unidade 1: Conceituando instrumentos de aplicação para a conformidade
1.1 Conformidade
1.2 Conceitos de accountability
1.3 Compliance
1.4 Controles interno e externo
• Unidade 2: Conhecendo o controle interno
2.1 Legislação
2.2 Objetivos do controle interno
2.3 Estruturas e funcionamento do controle interno
• Unidade 3: Integridade e compliance na administração do município
3.1. Objetivos do compliance
3.2 Formas de implementação
3.3 Benefícios do compliance no município
• Unidade 4: Atuação do controle externo no município
4.1 Instituições que atuam como controle externo
4.2 Atuação do controle externo nos municípios
• Unidade 5: Participação e controle social no município
5.1 Transparência
5.2 Lei de Acesso à Informação
5.3 Participação popular e audiências públicas
1. Conceituando instrumentos de aplicação para a 
conformidade
Objetivo de aprendizagem
Reconhecer os conceitos de accountability, compliance, controles interno e externo 
associados à conformidade na gestão pública.
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Controle Interno e Externo1
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.1 Conformidade 
O título de nossa capacitação fala em conformidade na gestão, mas afinal: o que é conformidade? 
No Dicio, dicionário on-line de Português, encontramos alguns significados, entre os quais se 
destacam: “sujeição ao que está estabelecido; obediência, conformidade com as leis”, além de 
“qualidade do que se conforma, aceita ou está de acordo com; concordância”. 
Na mesma publicação, tem-se o exemplo “em conformidade com; de modo a aceitar sem 
questionar: estou em conformidade com suas regras”. 
Já a enciclopédia livre Wikipédia define conformidade como “ato de combinar atitudes, crenças 
e comportamentos para agrupar normas”, sendo a condição de “alguém ou grupo de pessoas, 
de alguma coisa ou um ser, ou de um conjunto deles”. A palavra é oriunda do latim (com- junto 
+ formare, de “formar, dar forma”, “o pretendido ou previamente estabelecido por si, por outrem 
ou entre diferentes pessoas ou grupos de pessoas”. 
Em uma gestão municipal entendemos ser fundamental o conceito de conformidade, visto 
que o administrador municipal tem sua rotina de trabalho marcada por decisões pautadas em 
legislações. 
 
Em um primeiro plano, o governo municipal tem legislações herdadas dos anteriores, às quais 
deve obediência. De outra forma, o novo governo assume o mandato com suas crenças, podendo 
propor novas legislações para si e para a sociedade como um todo. 
É importante destacar o papel que os governos locais apresentam quanto à fiscalização, seja nas 
ações do cidadão, seja nas ações dos próprios órgãos, verificando se estão em conformidade 
com leis e planos. 
1.2 Conceitos de accountability 
O termo accountability não tem uma tradução específica para a língua portuguesa, mas pode ser 
relacionado com responsabilização, fiscalização e controle social. 
Destaque h, h, h, h, 
Accountability é um conjunto de mecanismos que permitem que os gestores 
de uma organização prestem contas e sejam responsabilizados pelo resultado 
de suas ações. 
Accountability, segundo o TCU, é a obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham 
confiado recursos, incluídos os órgãos e as entidades públicas, de assumir as responsabilidades 
de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas e de informar a quem lhes 
delegou essas responsabilidades. 
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
E, ainda, obrigação imposta a uma pessoa ou entidade auditada de demonstrar que administrou 
ou controlou os recursos que lhe foram confiados, em conformidade com os termos segundos os 
quais lhe foram entregues. 
Como podemos observar, os dois conceitos se interligam e se completam. Como vimos, as 
administrações municipais devem fiscalizar se as ações (as próprias ou as de terceiros) estão em 
conformidade com a lei. Soma-se a isso que, além da responsabilidade de fiscalizar, há também 
a de prestar contas. 
1.3 Compliance 
Compliance decorre do verbo inglês “to comply”, que significa cumprir. Também é possível 
encontrar a tradução de compliance como “observância”. 
Embora não apresente uma tradução exata para a língua portuguesa, há algumas palavras que se 
aproximam de uma tentativa, a exemplo de “conformidade” e “concordância”. 
A definição técnica de compliance oferecida pelo US Federal Sentencing Guidelines Manual (em 
tradução livre, Manual do Departamento de Justiça Americano) trata do dever das empresas de 
promover uma cultura organizacional que estimule a conduta ética e um compromisso com o 
cumprimento da lei. 
Destaque h, h, h, h, 
Programa de integridade e compliance: conjunto estruturado de diretrizes e 
medidas institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e correção 
de práticas de corrupção, fraudes, subornos, irregularidades, conflitos de 
interesse e desvios éticos e de conduta. 
1.4 Controles interno e externo 
Controle interno 
CONTROLE – Verifica se cada pessoa faz a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo e com os 
recursos certos. 
DEFINIÇÃO DE CONTROLE INTERNO – Segundo o Manual de Integridade Pública e Fortalecimento
da Gestão, da Controladoria Geral da União, controle interno: 
"compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotados 
pela administração governamental para salvaguardar os seus ativos, desenvolver 
a eficiência nas operações, estimular o cumprimento das políticas administrativas 
prescritas e verificar a exatidão e a fidelidade dos dados contábeis e o 
cumprimento da lei." 
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O controle interno é uma salvaguarda para o gestor público municipal, garantindo que suas 
ações de governo estão de acordo com a legislação e atendendo os princípios constitucionais. 
Controle externo 
Por força de lei, o controle externo é exercido pelo legislativo, com auxílio do tribunal de contas, 
tendo por objetivo fiscalizar as ações governamentais. Nesse papel destacamos a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, observando a legalidade e 
legitimidade. 
2. Conhecendo o controle interno 
Objetivo de aprendizagem
Reconhecer o controle interno de um município, bem como a legislação; o que faz o 
controle interno, sua estrutura, funcionamento e fases.
Assista a um vídeo sobre Controle Interno e Externo.
2.1 Legislação
Quando falamos em controle interno, é importante abordar como a legislação o define, a começar 
pela Constituição Federal. 
"Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo 
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do 
Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais 
de Contas dos Municípios, onde houver. 
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois 
terços dos membros da Câmara Municipal. 
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à 
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
[...] 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução 
dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
https://articulateusercontent.com/rise/courses/ApNYcmIPZ0-vcSwxOgvxK5OS6Z59jijl/transcoded-U-Ezc7P6J35E7rOP-CONTROLEINTERNOEEXTERNO1.mp4?v=1
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, 
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades 
da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por 
entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos 
direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de 
qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas 
da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima 
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o 
Tribunal de Contas da União."
- Constituição Federal 
Outra legislação fundamental é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem o controle como um de 
seus pilares. Ela destaca a importância do planejamento para as administrações municipais, bem 
como do equilíbrio das contas públicas, sendo que, com intuito de fiscalizar a implementação das 
ações que visam atender esses dois pontos, traz o controle interno, como vemos a seguir:
"Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de 
Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público 
fiscalizarão o cumprimento desta Lei Complementar, consideradas as normas de 
padronização metodológica editadas pelo conselho de que trata o art. 67, com 
ênfase no que se refere a: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) 
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; 
II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em 
restos a pagar; 
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo 
limite, nos termos dos arts. 22 e 23; 
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos 
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites; 
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as 
restrições constitucionais e as desta Lei Complementar; 
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando 
houver."
- Lei de Responsabilidade Fiscal
Legislação dos tribunais de Contas 
Importante também observar o que preceituam as leis orgânicas e o regimento interno 
do Tribunal de Contas ao qual seu município é jurisdicionado. Como se tratam de órgãos de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
controle externo e trabalham com auxílio dos controles internos municipais, muitas vezes em 
sua legislação trazem regulamentações a serem observadas pelos municípios, em especial pelo 
sistema de controle interno. 
Legislação municipal 
Por fim, mas não menos importante, devemos observar qual regulamentação municipal já existe 
sobre controle interno: a sua lei orgânica, lei de implementação do controle interno no município, 
lei de cargos criados para o controle, bem como decretos, portarias e instruções normativas que 
tratam do tema ou que já foram criadas pela Controladoria do município.
2.2 Objetivos do controle interno 
Importante observarmos o que traz a legislação municipal sobre os objetivos do controle interno 
de sua cidade. Lendo o que determinam a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade 
Fiscal, já podemos tirar alguns objetivos: 
• Avaliar execução de planos, cumprimento de metas e limites;
• Comprovar legalidade dos atos; 
• Fiscalizar a aplicação dos recursos públicos; 
• Receber/ouvir denúncias; 
• Apoiar o controle externo.
2.3 Estruturas e funcionamento do controle interno
Reiteramos a importância de se observar o que diz a legislação municipal sobre o tema, visto que 
ela pode já ter criado uma estrutura de controle interno, com cargos efetivos e/ou comissionados, 
com uma controladoria como órgão central e com controladores setoriais.
Quando falamos em controle interno na administração municipal, não podemos pensar em 
um setor único, isolado das demais áreas do município, pois todos têm a responsabilidade de 
executar suas ações, atendendo à legislação e buscando a eficiência para os serviços públicos.
 
Dessa forma, temos que os municípios devem formar um sistema de controle interno, conforme 
definições a seguir. 
Destaque h, h, h, h, 
Sistema de controle interno 
Conjunto de unidades técnicas, articuladas com base em um órgão central 
de coordenação e orientadas para o desempenho das atribuições de controle 
interno indicados na Constituição e normatizados em cada nível de governo. 
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para coordenar as ações de controle no município, é necessário que tenhamos um órgão central 
de controle interno e, consequentemente, pelo menos uma pessoa que seja responsável pelas 
ações nessa área. No Brasil vamos encontrar exemplos de estruturas como: 
• Secretaria Municipal de Controle Interno; 
• Controladoria Geral do Município. 
Independentemente da estrutura escolhida, é importante que ela tenha autonomia no 
desempenho de suas funções. Quanto à pessoa responsável, também há vários exemplos 
de nomeações,
algumas com cargos efetivos e outras com comissionados, entre os quais se 
destacam: 
• Secretário municipal de Controle Interno; 
• Controlador-geral do município; 
• Agente de controle interno; 
• Controlador. 
Nesses exemplos temos cargos efetivos que, quando criados, devem exigir qualificação 
adequada, bem como definir competências e responsabilidades, garantindo que não haja 
problemas com segregação de função, ou seja, separando as atribuições das autorizações ou 
aprovações de operações. Assim, na implementação da estrutura, é importante observar alguns 
conceitos e competências:
Controles internos são os meios dos quais se utiliza um órgão/setor para evitar erros, 
fraudes e desperdícios. 
Sistema de controle é o funcionamento integrado dos controles internos. 
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade central de controle é o órgão responsável pela coordenação dos sistemas 
de controle. 
Auditoria interna é uma técnica utilizada a fim de certificar-se sobre o funcionamento 
dos controles, bem como do sistema. 
Ouvidoria é um instrumento para permitir ao cidadão requerer informações e 
apresentar denúncias, elogios, reclamações e sugestões referentes aos serviços 
públicos prestados. 
Transparência é assegurar ao cidadão o acesso às informações de dados sobre a 
gestão pública.
Dentro das atividades do controle interno, em alguns municípios, de acordo com a sua estrutura, 
temos ações como auditoria, ouvidoria e transparência.
As auditorias muitas vezes são feitas por determinações, depois de fatos ocorridos, sendo 
fundamental trabalhar com auditorias preventivas, a partir de um plano de auditoria para a 
gestão municipal. 
Quando falamos em ouvidoria, ressaltamos a importância de implementar no município esse 
importante instrumento, que permite ao cidadão se manifestar quanto às ações da gestão 
municipal, trazendo informações que permitem ao gestor corrigir erros e valorizar acertos. 
Quanto à transparência, é importante destacar que dentro do sistema de controle interno, os 
diversos setores da administração municipal têm a responsabilidade de dar transparência às 
ações – portanto, isso não é uma atribuição apenas do controle interno. 
O controle interno, ao tomar conhecimento de irregularidades – seja por meio de auditorias 
preventivas, a posteriori ou, ainda, via ouvidoria ou outros canais de denúncia do município –, 
deve tomar providências de acordo com a legislação, as quais abrangem comunicações tanto ao 
gestor municipal como a órgãos de controle externo. 
Nas atividades de controle, após verificadas irregularidades, deve-se trabalhar com a criação 
de atos normativos, os quais visem coibir situações que ferem a legislação e os princípios 
constitucionais. 
Os atos normativos do controle interno deixam claro a importância de ele ser preventivo, bem 
como orientativo. É fundamental que todos tenham acesso aos atos normativos e que muitos 
sejam capacitados sobre eles, visando a prevenção. 
Por tudo que vimos, o controle interno demonstra seu papel de relevância na administração 
municipal, sendo preventivo, orientativo e fiscalizador, além de ajudar o gestor a desempenhar 
suas ações de governo com mais segurança e tranquilidade. Vale ressaltar a importância de todos 
os setores dentro do sistema de controle interno, auxiliando na fiscalização, responsabilização e 
transparência.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
3. Integridade e compliance na administração do município
Objetivo de aprendizagem
Reconhecer os princípios, formas de implementação e benefícios de se implementar um 
programa de integridade e compliance no município. 
3.1 Objetivos do compliance 
Programa de integridade e compliance: conjunto estruturado de diretrizes e medidas 
institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e correção de práticas de corrupção, 
fraudes, subornos, irregularidades, conflito de interesse e desvios éticos e de conduta. 
Riscos à integridade: vulnerabilidade que pode favorecer ou facilitar a ocorrência de práticas 
de corrupção, fraudes, subornos, irregularidades, conflito de interesse e/ou desvios éticos e de 
conduta, podendo comprometer os objetivos da instituição. 
Objetivos do Programa de Integridade e Compliance da Administração Pública Municipal: 
• Adotar princípios éticos e normas de conduta;
• Promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, detecção, 
punição e correção de fraudes e atos de corrupção; 
• Motivar o comportamento ético e íntegro por meio de orientações e campanhas referentes 
aos temas da integridade; 
• Incentivar o uso adequado dos canais de denúncia; 
• Fomentar a transparência ativa e o acesso à informação;
• Divulgar conjunto de diretrizes, normativos internos de integridade e ações inter-
relacionadas adotadas com o propósito de prevenir, detectar e corrigir eventuais desvios, 
fraudes, irregularidades, conflitos de interesse e atos de corrupção no âmbito municipal; 
• Estabelecer mecanismos de comunicação, auditoria, monitoramento e avaliação; 
• Fomentar a cultura de controle interno da administração, na busca contínua por sua 
conformidade; 
• Assegurar que sejam atendidos, pelas diversas áreas da organização, os requerimentos e as 
solicitações de órgãos reguladores de controle.
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
3.2 Formas de implementação 
Após abordarmos conceitos e objetivos do compliance, é importante conhecermos os os pilares 
para implementação de um programa de integridade e compliance.
Partindo do princípio de que todos são íntegros, por que temos a necessidade de implementar 
um programa de integridade e compliance? Vejamos alguns motivos do “não compliance”.
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Partindo desse olhar de não termos o compliance em nossas instituições, quais são as 
consequências? Vejamos algumas delas:
Sabendo da importância e dos objetivos do compliance, o motivo pelo qual não o adotamos em 
nossa organização e as consequências que isso pode trazer, vamos entrar na discussão sobre 
como implementar um programa de integridade e compliance no município. 
O primeiro passo é contar com o apoio dos gestores municipais, visto que, se a chamada alta 
administração não estiver convencida da relevância do referido programa para sua gestão e não 
estiver comprometida em apoiá-lo em todas as fases de implementação, dificilmente haverá 
êxito. Porém, quando o gestor está à frente, apoiando o programa, ele será um sucesso.
Não é somente a alta administração que deve estar comprometida, e sim todos que compõem 
a gestão governamental, daí a necessidade de disseminação da cultura de compliance em toda 
a estrutura do governo municipal, de quem está na ponta prestando diretamente o serviço ao 
cidadão àqueles que desempenham as atividades-meio e aos gestores. 
É importante criar um comitê de governança para integridade e compliance, o qual vai auxiliar 
na estruturação e implementação do programa, bem como disseminar a cultura de compliance. 
Outra fase que precisa ser destacada para a implementação do programa é realizar um 
diagnóstico da estrutura governamental, a fim de identificar todos os envolvidos de acordo 
com suas especificidades. Ainda na linha de diagnóstico, é importante levantar toda a legislação 
municipal que discipline condutas dos que fazem parte da administração municipal. 
Ainda quanto à legislação, será necessária a criação de leis, decretos e portarias, visando a 
implementação do programa de integridade e compliance, bem como dando suporte às ações, 
tais como: 
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Ato nomeando o comitê proposto; 
• Regulamentação no município da Lei Anticorrupção; 
• Ato de aprovação do plano de integridade e compliance; 
• Código de conduta ética. 
Na fase de elaboração do plano de integridade e compliance, é necessária uma ampla
discussão 
com todos os setores da gestão municipal, para criar um plano que seja possível implementar e 
que tenha a participação de todos, mesmo que em fases. 
Durante a implementação, outra fase importante é montar as matrizes de riscos, o que vai ajudar 
a identificar onde estão os maiores riscos na administração, sejam financeiros, reputacionais 
ou de sanções legais. Durante a montagem de uma matriz, é importante ouvir todos de uma 
determinada área (por exemplo, saúde), com o intuito de verificar onde estão os maiores riscos 
que necessitam de monitoramento (em seus contratos, em suas obras, na prestação de serviço 
ao cidadão etc.). 
Como podemos observar, precisaremos da participação de todos, o que nos traz outro ponto 
importante quanto à implementação do programa: a capacitação. Necessitamos capacitar todos, 
não só acerca do que é compliance, mas também sobre os regulamentos de manuais do governo 
municipal. Como poderemos cobrar a observância de uma lei se o servidor não conhece ou não 
tem acesso a ela? 
Para garantir o acesso a legislações e comunicados da administração municipal, é fundamental 
uma boa comunicação interna, que promova o acesso de todos por meio de linguagem clara. 
Os canais de comunicação devem ser ampliados, garantindo assim que as informações sempre 
cheguem a todos, adequando-as à forma e à demanda de cada setor ou colaborador. 
Quando todos se sentirem parte do programa, vão sentir também a necessidade de comunicar o 
que perceberem e o que não está em conformidade com as determinações legais. Para isso, será 
necessário a implementação de um canal de denúncias, de forma que todos se sintam à vontade 
para fazer suas manifestações, e não constrangidos ou coagidos. 
A partir do momento em que o programa ganha corpo dentro do governo municipal, vai se 
chegar à necessidade da interação com o público externo, em especial com seus fornecedores. 
Quando são apontadas irregularidades em contratos com terceiros, temos a necessidade de 
ouvir e tomar providências.
Dessa forma, é fundamental que se trabalhe a gestão de terceiros, preparando a legislação e 
estabelecendo formas de relacionamento e penalidades. Fundamental também adequar as 
licitações e os contratos, visando garantir que a administração municipal não tenha perdas, em 
caso de não atendimento ao contrato. Outra regulamentação imprescindível é sobre a forma 
de fazermos visitas aos nossos terceiros, para conhecer a empresa contratada e verificar o 
atendimento às exigências do contrato e da legislação. 
Para podermos avaliar nosso plano de integridade e compliance, bem como as ações de governo, 
devemos criar métricas e indicadores, além de sempre monitorar e avaliar nossas ações. 
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Visando auxiliar na implementação do programa, apresentamos uma proposta de plano de 
implantação do programa de integridade e compliance, conforme as fases a seguir.
3.3 Benefícios do compliance no município 
Já vimos o que é compliance, seus objetivos e forma de implementar um programa, mas quais são 
as vantagens para o gestor público municipal ao tomar essa ação? A seguir poderemos observar 
algumas delas:
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Uma das vantagens é mitigar riscos e práticas de atos ilícitos. Quem nunca ouviu falar de práticas 
de atos ilícitos em administrações públicas e privadas? Durante a implementação do programa de 
integridade e compliance, montamos uma matriz de risco visando mitigá-los e, por consequência, 
evitar que aconteça a prática de atos ilícitos. Vamos normatizar ações, como exemplo: o servidor 
público ou cargo comissionado do governo municipal pode receber brindes? Tais normatizações, 
criadas por meio do programa, vão mitigar os riscos e a prática de atos ilícitos. 
Quando o programa evita que aconteçam atos como fraudes e corrupção, estão sendo evitadas 
penalidades para o gestor, o que lhe traz tranquilidade para o desempenho de suas funções. 
Quando o compliance determina ações como montagem de matriz de riscos, elaboração de 
regulamentos de conduta, auditoria e canal de denúncias, ele consegue antecipar-se à fiscalização 
dos órgãos de controle externo. 
É a partir do momento no qual a administração apresenta regras de conduta e de relacionamento 
com terceiros que apresentamos mais credibilidade junto a fornecedores. Por outro lado, a 
valorização do compliance dentro de um governo municipal confere mais credibilidade à gestão 
perante o cidadão. 
No decorrer da implementação do plano, vamos melhorando o ambiente de trabalho, a partir 
do momento em que todos conhecem o que é compliance, são capacitados sobre as legislações 
que lhe afetam, ajudam a identificar os riscos e têm um canal de denúncia para se manifestar. 
Todos os tópicos do programa vão ajudar na regulamentação e implementação da lei nº 
12.846/2013 (Lei Anticorrupção) dentro do município. Essa lei traz, por exemplo, a possibilidade 
de acordo de leniência, sendo que, para sua realização, é fundamental que a administração 
municipal tenha o programa de compliance (e principalmente a empresa). 
Enfim, são inúmeras as vantagens da implementação do programa de integridade e compliance 
na gestão municipal, o que traz o desafio de implementar, mas com a certeza de colher resultados.
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
4. Atuação do controle externo no município 
Objetivo de aprendizagem
Reconhecer quem faz parte do controle externo, sua atuação e a relação com o município. 
4.1. Instituições que atuam como controle externo 
Já falamos do controle interno dos municípios, seus objetivos, formas de atuação e, 
principalmente, a relevância para os gestores municipais. Entre suas funções está a de auxiliar 
o controle externo – mas quem é o controle externo? Para identificar essas instituições, vamos 
primeiro verificar quem a legislação determina como responsáveis pelo controle externo dos 
municípios. 
"Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo 
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do 
Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais 
de Contas dos Municípios, onde houver. 
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois 
terços dos membros da Câmara Municipal. 
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à 
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de 
seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações 
e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas 
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público; 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, 
a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo 
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, 
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório; 
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
IV - realizar, por iniciativa
própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas 
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no 
inciso II; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital 
social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado 
constitutivo; 
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante 
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao 
Distrito Federal ou a Município; 
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer 
de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados 
de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a 
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo 
Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas 
cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, 
não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a 
respeito. 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão 
eficácia de título executivo. 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, 
relatório de suas atividades. 
 Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à 
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do 
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de 
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros."
- O Controle na Constituição Federal
 
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
"Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além 
das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais 
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas."
- O Controle na Lei de Responsabilidade Fiscal
"Art. 4° O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e privativa, em todo 
o território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência. 
Art. 5° A jurisdição do Tribunal abrange: [...] 
VII - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela 
União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, 
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. 
- O Controle na Lei de Responsabilidade Fiscal
Como podemos observar, a Constituição determina que o controle externo no município seja 
exercido pelo poder legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. Apresentamos também o 
artigo 71, da Constituição Federal, que elenca as competências da fiscalização do legislativo, em 
parceira com o TCU, para termos como base, mas é importante olhar a Lei Orgânica do Município, 
a fim de verificar o que ela disciplina sobre essa matéria.
Já o artigo 56 da Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o Tribunal de Contas (do Estado 
ou do Município, a depender de cada jurisdição) emitirá parecer prévio sobre as contas do chefe 
do poder executivo. 
Na mesma direção, quanto a entes que fiscalizam os municípios, temos o Tribunal de Contas da 
União, que em seu artigo quarto pontua que sua jurisdição se dá em todo o território nacional, 
englobando no artigo quinto, inciso VI, os municípios. 
Além destes, temos também a Controladoria Geral da União, que realiza auditorias em municípios 
dos recursos recebidos da União. Já a Controladoria-Geral do Estado fiscaliza os repasses de 
recursos estaduais. 
Temos, por fim, o Ministério Público, que, cumprindo sua função de defender o interesse do 
cidadão, também atua como controle das gestões municipais. 
4.2. Atuação do controle externo nos municípios 
Os tribunais de Contas atuam na fiscalização das ações das administrações municipais de várias 
formas. 
Atualmente, a maioria deles recebe de seus jurisdicionados informações sobre os atos de gestão, 
variando a cada corte de contas o que é solicitado. São enviados dados eletronicamente, alguns 
de forma mensal, outros bimestralmente, contendo informações como: 
• Atos de pessoal, concursos, admissões, afastamentos, demissões; 
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Atos de licitações; 
• Atos de contratos; 
• Orçamento; 
• Execução orçamentária; 
• Contabilidade; 
• Obras; 
• Tributário. 
É importante verificar se o município do qual é gestor está em dia com essas informações e saber 
qual a periodicidade e os dados enviados. 
Os tribunais são responsáveis também por emitir certidão dos municípios referentes à aplicação 
dos limites constitucionais, como saúde e ensino, bem como acerca do limite de despesa com 
pessoal e, ainda, sobre a dívida fundada do município e a relação da receita corrente com a 
despesa corrente. 
Quando o município ultrapassa o limite prudencial das despesas com pessoal, os tribunais 
também são responsáveis por alertá-lo. 
No parecer prévio das contas municipais é realizada uma análise da gestão a cada ano, na qual 
são verificados itens como: 
• Limite constitucional da aplicação dos 15% mínimos em saúde; 
• Limite constitucional da aplicação dos 25% mínimos em ensino; 
• Aplicação dos limites do Fundeb (70% e 90%); 
• Limite das despesas com pessoal da LRF; 
• Cumprimento do artigo 42 da LRF; 
• Situação do equilíbrio orçamentário e financeiro; 
• Execução dos planos (ensino, saúde etc.); 
• Outras análises de gestão. 
Os tribunais promovem ainda auditorias nos municípios, as quais podem ser de rotina ou 
oriundas de denúncias. 
5. Participação e controle social no município 
Objetivo de aprendizagem
Conhecer as formas de integração com a população, por meio do portal da transparência, 
das responsabilidades da lei de acesso à informação, da realização de audiências públicas 
e da relação com entidades civis, como observatórios sociais. 
5.1 Transparência 
23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Por tratarmos de gestões governamentais e, consequentemente, recursos públicos, isso já nos 
leva à necessidade de transparência das ações realizadas com tais recursos. Porém, por muitos 
anos as informações da aplicação dos recursos públicos eram repassadas aos órgãos fiscalizadores 
apenas quando solicitadas. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal veio mudar isso. Apesar de já existirem algumas experiências 
anteriores na área de transparência, foi com ela que tomou corpo a transparência na gestão 
pública. A lei de gestão fiscal responsável trouxe como um de seus pilares a transparência, seja 
na obrigatoriedade de os administradores implementarem uma série de novos relatórios, seja 
em artigos específicos sobre transparência, os quais foram reforçados pelas leis complementares 
nº 131/2009 e nº 156/2016, como veremos a seguir. 
Lei de Responsabilidade Fiscal 
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, 
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes 
orçamentárias;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido 
da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses 
documentos. 
§ 1º A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 156, de 2016) 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante 
os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias 
e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009)
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em 
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária 
e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 156, de 2016) 
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que 
atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da 
União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 
2009). (Vide Decreto nº 7.185, de 2010) 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas 
informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade, 
formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União, 
os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. 
(Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) 
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério 
da Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem definidos em instrução 
específica deste órgão, as informações necessárias para a constituição do registro 
eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de 
que trata o § 4o do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) 
§ 4º A inobservância do disposto  nos §§ 2o e 3o ensejará as penalidades 
previstas  no § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
§ 5º Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos os efeitos, a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla 
divulgação a que se refere o caput. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 
2016) 
§ 6º Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações 
públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem 
utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e 
gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 156, de 2016) 
Art. 48-A.  Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os 
entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso 
a informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009) 
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer 
da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização 
mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem 
fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do 
pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído 
pela Lei Complementar nº 131, de 2009)
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das 
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. (Incluído pela 
Lei Complementar nº 131, de 2009)
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, 
durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico 
responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade.
- Lei de Responsabilidade Fiscal
A LRF determina a obrigatoriedade da publicação no site do município de seus planos, lei 
de diretrizes orçamentárias e orçamento, ou seja, de todo o planejamento orçamentário 
do município. Mesmo levando em conta que boa parte da população tem dificuldade 
de compreender a forma de apresentação desses documentos, muitos já conseguem ter 
informações de valores que vão para educação, saúde e outras ações de governo, sempre 
dependendo do nível de detalhamento utilizado nas peças orçamentárias de cada município. 
A gestão municipal tem, ainda, obrigação de publicar em seu site suas prestações de contas bem 
como o parecer prévio emitido anualmente pelo Tribunal de Contas, conforme já tratamos. 
Como mencionado, a LRF trouxe uma série de novos relatórios, os quais foram divididos em 
dois grupos: Relatório Resumido da Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal. Ambos 
também devem ser publicados no site do município. 
A LRF aponta também a obrigatoriedade de publicar, em tempo real no portal, informações sobre 
a execução orçamentária e financeira.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art2
25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Destaque h, h, h, h, 
Mas que informações são essas? Vejamos algumas: 
• Informações da receita lançada e recebida; 
• Informações da despesa – empenhos; 
• Informações do que foi adquirido – bem ou serviço; 
• Informação da pessoa física ou jurídica que foi contratada; 
• Informações sobre o processo licitatório realizado. 
A transparência é garantida na LRF também por meio da realização de audiências públicas. 
Tais publicações não devem ser publicadas em diversos lugares no site do município, e sim em 
um local denominado “portal da transparência”, para que as pessoas as encontrem com mais 
facilidade. O portal deve trazer as informações em dados abertos e acessíveis.
 
A Lei Complementar nº 101/200 pontua que a transparência será assegurada por meio da adoção 
de sistema integrado de administração financeira e controle, o qual atenda a um padrão mínimo 
de qualidade estabelecido pelo poder executivo da União. Para regulamentar esse dispositivo, 
foi publicado o Decreto nº 10.540/2020, que trata do sistema único e suas exigências.
5.2 Lei de Acesso à Informação 
Sem dúvidas, a Lei de Reponsabilidade Fiscal trouxe à tona a discussão acerca da necessidade de 
melhoria da transparência na gestão pública. Na sua esteira, a Lei Complementar nº 131/2009, 
chamada de Lei da Transparência, que altera e complementa a LRF, pontuou novas exigências 
no que se refere ao acesso de informações de gestões municipais. Como ambas tratavam da 
publicação de dados dos sistemas da gestão governamental e trabalhavam com a transparência 
ativa, chegou-se à conclusão que era necessário evoluir ainda mais no que tange à transparência 
e ao acesso à informação. 
Assim, para tratar não apenas da transparência, mas também regulamentar o direito do cidadão 
ao acesso à informação das gestões públicas, foi aprovada a Lei nº 12.527/2011, conhecida
como 
Lei de Acesso à Informação. 
Para entender as obrigações da gestão municipal, bem como os direitos dos cidadãos, no que se 
refere ao acesso à informação, é importante lermos alguns artigos da referida lei. 
"Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e 
procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: 
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua 
divulgação; 
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e 
integridade; e 
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua 
disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. 
O artigo 6º, deixa claro os objetivos da LAI, primeiro garantir a que as gestões 
sejam transparentes, segundo assegurar que as informações disponibilizadas 
sejam autenticas e integras, por fim quer garantir que as informações que forem 
consideradas sigilosas e ou pessoal sejam protegidas. 
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, 
os direitos de obter: 
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como 
sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; 
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados 
por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; 
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada 
decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse 
vínculo já tenha cessado; 
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; 
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as 
relativas à sua política, organização e serviços; 
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de 
recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e 
VII - informação relativa: 
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e 
ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; 
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas 
realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de 
contas relativas a exercícios anteriores. 
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações 
referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos 
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela 
parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de 
certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. 
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas 
utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será 
assegurado com a edição do ato decisório respectivo. 
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos 
órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não fundamentada, sujeitará o 
responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. 
27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado 
requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para 
apurar o desaparecimento da respectiva documentação. 
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela 
guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o 
fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação". 
- Lei nº 12.527/2011
O artigo sétimo traz algumas informações que são direito do cidadão obter. Inicia determinando 
que os órgãos públicos orientem e informem o cidadão sobre a forma de se acessar as informações, 
bem como o local que elas estão disponíveis para buscar o acesso. Em seguida detalha uma série 
de informações que devem estar disponíveis ao cidadão, ao mesmo tempo também descreve 
dados que podem ser sigilosos e por consequência não serem divulgados. 
"Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente 
de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas 
competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas 
ou custodiadas. 
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante: 
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do 
poder público, em local com condições apropriadas para: 
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; 
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; 
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e 
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação 
popular ou a outras formas de divulgação. 
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações 
aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, 
devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da 
informação requerida. 
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso 
imediato à informação disponível. 
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta 
no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não 
superior a 20 (vinte) dias: 
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, 
mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento 
da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o 
próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. 
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou 
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade 
de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe 
indicada a autoridade competente para sua apreciação. 
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo 
nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública 
consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor 
necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. 
(Vide Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) 
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo 
aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento 
próprio ou da família, declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 
1983. 
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja 
manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta 
de cópia, com certificação de que esta confere com o original. 
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá 
solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução 
seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento 
original. 
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de 
acesso, por certidão ou cópia.
- Lei nº 12.527/2011 
É fundamental a leitura por completo da Lei nº 12527/2011 que pode ser acessada clicando 
aqui. 
A partir da leitura da Lei, é possível verificar se existe a regulamentação no seu município da 
referida legislação. Caso haja, o gestor precisa avaliar a necessidade de alteração, bem como 
verificar se estão sendo cumpridas as exigências. Caso não exista, deve ser elaborada a legislação 
municipal que tratará da matéria. 
Entre as providências que devem ser tomadas, devemos verificar como está o site do município,
conforme identificação a seguir.
Esta logo usual tem o intuito de padronizar os sites de forma a facilitar o acesso à informação 
quando o cidadão entra na página da internet de qualquer ente governamental. 
Nas prefeituras também devem ser identificados o local onde o cidadão pode buscar orientação 
quanto ao acesso à informação, trâmites e protocolo de documentos, além de requerimentos. 
Esse local deve ser identificado na regulamentação municipal da Lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14129.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14129.htm#art55
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7115.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7115.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O município pode criar uma Comissão de Avaliação de Informações (CAI), com objetivo de 
orientar a população e informar sobre a tramitação dos pedidos. Além disso, terá competência 
para receber os pedidos, encaminhar aos responsáveis das áreas e depois enviar a resposta ao 
cidadão. 
A forma de apresentação do pedido de acesso à informação também deve constar do regulamento, 
detalhando se vai utilizar formulário e quais informações o mesmo conterá. 
Outras informações também devem ser regulamentadas, como se vai haver algum custo em caso 
de necessidade de cópia de documentos, assim como informação de prazos e da tramitação dos 
pedidos. 
 
5.3 Participação popular e audiências públicas 
 
Um dos objetivos da transparência e do acesso à informação é termos uma maior participação 
popular nas gestões municipais. 
Como já mencionamos, as leis complementares nº 101/2000, nº 131/2009 e nº 156/2016 
trouxeram a participação popular por meio de audiências públicas, como detalharemos a seguir. 
"Art. 9º 
§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo 
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, 
em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou 
equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. 
Art. 48 
§ 1o A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 156, de 2016)
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante 
os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias 
e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009) 
A legislação traz audiências públicas em dois momentos importantes para a 
gestão municipal: 1. No planejamento orçamentário; 2. Na avaliação das metas. 
1. No planejamento orçamentário, temos três audiências distintas, uma 
com referência ao Plano Plurianual – PPA, outra referente à Lei de diretrizes 
Orçamentárias – LDO, e ainda outra na Lei Orçamentária Anual – LOA. Importante 
a população ter conhecimento das diretrizes dos Planos, bem como das previsões 
de receita e despesa para cada exercício. 
2. Na avaliação das metas, temos três audiências por exercício, sempre ao final 
de cada quadrimestre. Importante acompanhar os números da arrecadação e da 
despesa realizadas a cada quadrimestre. 
- Lei de Responsabilidade Fiscal
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art166
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art166
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art166
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp131.htm#art1
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Não é somente no que diz respeito ao planejamento orçamentário e à execução orçamentária 
e financeira que realizamos audiências. Durante a elaboração de planos nas áreas de saúde, 
educação e plano diretor também pode ser utilizado esse instrumento de participação popular. 
Outra forma importante de participação popular se dá por meio da existência de conselhos. No 
município, há diversos conselhos, como da educação, saúde, meio ambiente, assistência social, 
idoso, criança e adolescente. Neles, é apresentada, discutida, aprovada ou não a prestação de 
contas de recursos públicos, a exemplo do Fundeb. Além dessa parte de gestão, os cidadãos que 
participam do conselho discutem e aprovam ou não políticas públicas em sua área de atuação. 
Conforme já tratamos anteriormente, no controle interno ou na Lei de Acesso à Informação, o 
cidadão tem à disposição um instrumento importante para se manifestar, a Ouvidoria, um local 
onde é possível apresentar críticas, denúncias, bem como fazer elogios por ações governamentais 
bem-sucedidas. 
 
Além de manifestações diretas do cidadão, isoladamente, temos também a participação popular 
por meio dos observatórios municipais, os quais, com voluntários, permitem o exercício da 
cidadania, auxiliando na fiscalização da gestão de recursos públicos.
Mod 2 - Gestão de folha de pagamento.pdf
Contabilidade pública e 
conformidade na gestão
Gestão de folha de 
pagamento2
M
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2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe Responsável
José Rafael Corrêa (Conteudista dos módulos de Controle Interno e Externo e Gestão da Folha de Pagamento, 
2021).
Allex Albert Rodrigues, (Conteudista do módulo de Previdência, 2021)
Paulo Eduardo de Oliveira Costa (Curador do conteúdo)
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Curso produzido em Brasília 2021.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1. Despesa com pessoal .................................................................... 5
1.1 Limites legais ................................................................................... 5
1.2 Receitas utilizadas no cálculo ....................................................... 11
1.3 Detalhando a despesa com pessoal .............................................. 14
2. Impactos das leis complementares nº 173/20 e nº 178/21 .......... 15
2.1 Limites da LC 173 para a ampliação de despesa com pessoal ....... 15
2.2 Alterações da LC 178 na aplicação da LRF na despesa com pessoal..18
3. Gerenciando a folha de pagamento ............................................ 24
3.1. Detalhando a folha de pagamento ............................................... 24
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O módulo está estruturado da seguinte maneira:
• Unidade 1: Despesa com pessoal
1.1 Limites legais
1.2 Receitas utilizadas no cálculo
1.3 Detalhando a despesa com pessoal
• Unidade 2: Impactos das leis complementares nº 173/20 e nº 178/21
2.1 Limites da LC 173 para a ampliação de despesa com pessoal
2.2 Alterações da LC 178 na aplicação da LRF na despesa com pessoal
• Unidade 3: Gerenciando a folha de pagamento
3.1 Detalhando a folha de pagamento
1. Despesa com pessoal
Objetivo de aprendizagem
Conhecer o que é considerada despesa de pessoal, qual receita pode ser utilizada 
para o pagamento da folha, os limites impostos pela Constituição Federal e a Lei de 
Responsabilidade Fiscal.
Assista a um vídeo sobre Gestão da Folha de Pagamento.
1.1 Limites legais 
A despesa com pessoal sempre foi um assunto polêmico, porém muito necessário para uma 
boa gestão governamental. Em meados da década de 90, toda a discussão apontava para uma 
necessidade de se ter limites para a despesa com pessoal nas administrações públicas. Após 
muita discussão, em 1995 foi aprovada a chamada “Lei Camata”, Lei Complementar nº 82, de 27 
de março de 1995. O texto aprovado trazia o seguinte limite para os municípios: 
"Art. 1º As despesas totais com pessoal ativo e inativo da administração direta 
e indireta, inclusive fundações, empresas públicas
e sociedades de economia 
mista, pagas com receitas correntes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, não poderão, em cada exercício financeiro, exceder: 
[...] 
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o
Gestão de folha de pagamento2
https://articulateusercontent.com/rise/courses/_6dVpn8cQqEqG7b61WbTKjNxj-yCdPTY/transcoded-jWnIth06oi0o6Fqy-GESTAODEFOLHADEPAGAMENTO1.mp4?v=1
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
III - no caso do Distrito Federal e dos Municípios, a sessenta por cento das 
respectivas receitas correntes." 
Podemos observar que a despesa de pessoal de um município, apurada anualmente, não podia 
ultrapassar 60% das receitas correntes arrecadadas no exercício. Importante destacar que, com 
referência à receita, a Lei trazia como base para o cálculo a receita corrente. Sendo que mais à 
frente passa a usar o termo receita corrente líquida, porém sem detalhar o que seria excluído. 
Já quando falamos da despesa, não temos um detalhamento do que seria considerado despesa 
com pessoal, nem tampouco havia alguma separação de limite entre os poderes, Executivo e 
Legislativo, no caso dos municípios. 
A Lei também trouxe a forma de recomposição aos limites, no caso de algum município o 
excedesse, conforme podemos ler a seguir: 
"§ 1º Se as despesas de que trata este artigo excederem, no exercício da 
publicação desta Lei Complementar, aos limites nele fixados, deverão retornar 
àqueles limites no prazo máximo de três exercícios financeiros, a contar daquele 
em que esta Lei Complementar entrar em vigor, à razão de um terço do excedente 
por exercício." 
O município que excedesse ao limite teria três anos para voltar a ficar dentro do percentual 
delimitado na lei, sendo que na sua trajetória de recuperação deveria reduzir um terço a cada 
exercício. 
E se, no caso, o limite fosse ultrapassado e não conseguisse ser recuperado dentro do prazo 
determinado, o que aconteceria? A lei também trouxe regramento para esses casos, conforme 
segue: 
"§ 3º Sempre que o demonstrativo de que trata o parágrafo anterior, no que 
tange à despesa acumulada até o mês, indicar o descumprimento dos limites 
fixados nesta Lei Complementar, ficarão vedadas, até que a situação se regularize, 
quaisquer revisões, reajustes ou adequações de remuneração que impliquem 
aumento de despesas.” 
As penalidades impostas eram todas voltadas a coibir qualquer aumento na despesa com pessoal, 
vedando reajustes, revisões ou qualquer outra forma de adequação de remuneração. 
A legislação trouxe ainda mais discussão sobre o tema; de um lado, alguns colocam as dificuldades 
de se cumprir a lei; do outro, um grupo entende que a lei deveria ser ainda mais rígida. No final 
dos anos 90, essa discussão ganha mais força, quando da discussão da Lei de Responsabilidade 
Fiscal, e passa a ser tratada como uma lei de gestão responsável. 
A seguir vamos tratar da Lei de Responsabilidade Fiscal e, em especial, dos dispositivos que 
disciplinam sobre o gasto de pessoal nos municípios. 
Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF 
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Já no parágrafo 1º do artigo 1º, é mencionado que uma gestão fiscal responsável deverá obedecer 
a limites e condições para a geração de despesa com pessoal. Esta preocupação na lei com o 
tema fica evidente quando observamos que a mesma tem uma seção específica “Da Despesa 
com Pessoal”, conforme a seguir: 
"Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa 
total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os 
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, 
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer 
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, 
subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, 
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem 
como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de 
previdência. 
§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem 
à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como 
"Outras Despesas de Pessoal". 
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês 
em referência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, adotando-se o 
regime de competência, independentemente de empenho. (Redação dada pela 
Lei Complementar nº 178, de 2021) 
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a remuneração 
bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução para 
atendimento ao disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal. (Incluído 
pela Lei Complementar nº 178, de 2021). 
Diferente do que vimos na Lei Camata, a LRF, no seu artigo 18, traz o detalhamento do que se 
considera despesa com pessoal. Logo no início do artigo, ela já deixa claro que entram no cálculo 
as despesas com ativos, inativos e pensionistas, assunto que sempre gerou muita discussão. Logo 
mais vamos ver quando podemos excluir do cálculo os gastos com inativos e pensionistas. O 
caput do artigo 18 tenta detalhar ao máximo o que entra em despesa de pessoal, todas as formas 
remuneratórias, benefícios e as contribuições previdenciárias. 
Outro tema polêmico que a LRF já tenta definir é sobre as despesas com pessoal que são 
terceirizadas, trazendo no parágrafo 1º do artigo que essas despesas se enquadram em outras 
despesas com pessoal. 
Já no parágrafo 3º do mesmo artigo é mencionado o período utilizado na apuração, que deve 
considerar sempre o mês de referência e os últimos 11. 
Ficando no tema do que se considera, ou não, como despesas com pessoal, o artigo 19 vem trazer 
algumas exclusões da base de cálculo, conforme disciplinam os parágrafos 1º e 2º, que seguem: 
"§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão 
computadas as despesas: 
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
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II - relativas a incentivos à demissão voluntária; 
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da 
Constituição; 
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da 
apuração a que se refere o § 2o do art. 18; 
V - ...; 
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade 
gestora única ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal, quanto 
à parcela custeada por recursos provenientes: (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 178, de 2021) 
a) da arrecadação de contribuições dos segurados; 
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição; 
c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime 
de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder Executivo federal 
responsável pela orientação, pela supervisão e pelo acompanhamento dos 
regimes próprios de previdência social dos servidores públicos. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 178, de 2021) 
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal 
decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder 
ou órgão referido no art. 20. 
O primeiro bloco de exclusões se refere à saída de servidores ou empregados por demissão, 
através de plano de demissão voluntária ou não. Temos também a exclusão de despesas com 
pessoal que tenham origem em decisões judiciais da competência de período anterior ao de 
apuração. 
Por fim, temos as exclusões das despesas com inativos e pensionistas,
quando estas forem 
custeadas com recursos da arrecadação de contribuições previdenciárias, ou de compensação 
financeira ou ainda das transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime de 
previdência. 
"Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa 
total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, 
não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir 
discriminados [...]: 
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). 
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os 
seguintes percentuais: 
[...]        
III - na esfera municipal: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art57%C2%A76ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art57%C2%A76ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art249
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art201%C2%A79
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do 
Município, quando houver; 
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo."
Assim como na Lei Camata, a LRF traz o limite que o município não poderá exceder em relação 
à receita corrente líquida com despesa com pessoal, sendo que o teto é o mesmo, 60%. Mas 
a LC nº 101/200 foi mais além e definiu um percentual para o Poder Executivo (54%) e outro 
para o Legislativo (6%). Ela traz ainda um limite chamado de prudencial, que é 95% do limite 
estabelecido no artigo 19 e detalhado no artigo 20, ficando desta forma: 51,3% para o Poder 
Executivo e 5,7% para o Poder Legislativo. 
"Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar nº 173, 
de 2020) 
I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda: 
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no inciso 
XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição Federal; e (Incluído 
pela Lei Complementar nº 173, de 2020) 
[...] 
II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e 
oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido 
no art. 20; (Redação dada pela Lei Complementar nº 173, de 2020)"
Com vistas a controlar as despesas com pessoal, a LRF determina que atos que provoquem 
aumento desse tipo de despesa venham acompanhados de estimativas de impacto orçamentário 
e financeiro, bem como devem demonstrar que estão adequados à lei orçamentária anual e 
serem compatíveis com o plano plurianual. 
Na linha de uma gestão responsável, traz uma vedação que se edite ato de que resulte aumento 
da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular 
de Poder. 
"Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 
20 será realizada ao final de cada quadrimestre. 
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, 
ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas 
previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois 
quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-
se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da 
Constituição." 
No que se refere à periodicidade de apuração do limite, o artigo 22 estabelece que vai ser 
quadrimestralmente, sendo que aos municípios com menos de 50 mil habitantes é facultado 
fazer a apuração semestral, de acordo com o artigo 63. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37xiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37xiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A74
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para quem ultrapassar o limite, o prazo para ajustar é bem menor do que o da Lei Camata, pois 
os governos terão de se adequar em dois quadrimestres, sendo obrigatório reduzir pelo menos 
um terço no primeiro. 
"Art. 22. Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa 
e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 
que houver incorrido no excesso: 
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a 
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal 
ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; 
II - criação de cargo, emprego ou função; 
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; 
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer 
título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de 
servidores das áreas de educação, saúde e segurança; 
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do 
§ 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. 
A LRF traz também um limite prudencial, que vai ser 51,3% para o Poder Executivo e 5,7% para 
o Poder Legislativo. Sempre priorizando uma gestão fiscal responsável com o equilíbrio das 
contas públicas, o referido artigo da lei traz uma série de vedações no que se refere a gastos com 
folha de pagamento, quando for ultrapassado o limite prudencial. Fazer o acompanhamento 
quadrimestral ou semestral é importante, dependendo do tamanho e da opção do município 
para tomar as providências, caso o limite seja ultrapassado. Além do acompanhamento interno, 
os Tribunais de Contas também fazem esse acompanhamento e emitem alertas, conforme 
estabelecido no inciso II do parágrafo 1º do artigo 59 da LRF. 
"Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 
20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas 
previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois 
quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, 
entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição. 
§ 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá 
ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos 
valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5) 
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação 
dos vencimentos à nova carga horária. (Vide ADIN 2.238-5) 
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquanto perdurar o 
excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não poderá: (Redação dada pela 
Lei Complementar nº 178, de 2021) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37x
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art57%C2%A76ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art57%C2%A76ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A73i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16

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