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toxina_botulinica_APOSTILA

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Prévia do material em texto

TOXINA BOTULÍNICA
Elaboração
Juliana Bueno Sousa de Almeida
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
ANATOMIA ............................................................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
MÚSCULOS DA FACE ........................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 14
CAPÍTULO 3
ANATOMIA VASCULAR ..................................................................................................................................................................................... 20
CAPÍTULO 4
NEUROANATOMIA .............................................................................................................................................................................................. 26
UNIDADE II
TOXINA BOTULÍNICA ........................................................................................................................................................................................................ 36
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO, ESTRUTURA MOLECULAR E MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................................ 36
CAPÍTULO 2
MARCAS COMERCIAIS, ARMAZENAMENTO, DOSE E DILUIÇÃO ................................................................................................... 40
UNIDADE III
APLICAÇÕES ESTÉTICAS ................................................................................................................................................................................................ 43
CAPÍTULO 1
ANAMNESE E EXAME CLÍNICO .................................................................................................................................................................... 43
CAPÍTULO 2
APLICAÇÕES ......................................................................................................................................................................................................... 54
UNIDADE IV
APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS ...................................................................................................................................................................................... 73
CAPÍTULO 1
BRUXISMO ............................................................................................................................................................................................................. 73
CAPÍTULO 2
APLICAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA PARA O BRUXISMO ............................................................................................................. 85
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................... 93
4
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO 
DE ESTUDOS E PESQUISA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de 
textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam 
tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta 
para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto 
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para 
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma 
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em 
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas 
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para 
a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do 
estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam 
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
6
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESqUISA
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando 
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a 
aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo 
estudado.
7
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, vemos a aplicação tanto estética quanto funcional da toxina 
botulínica como importante ferramenta na odontologia.
Trata-se de uma técnica que, quando bem indicada e bem realizada, traz 
benefícios aos pacientes. Os resultados da toxina botulínica são rápidos, 
aparecem em até 15 dias após a aplicação e podem permanecer entre 4-6 meses. 
Na área estética podemos, de maneira não muito invasiva, resolver problemas 
como linhas de expressão e sorriso gengival, substituindo cirurgias plásticas, 
que são mais invasivas e com maior custo ao paciente. Na área funcional, 
podemos ajudar a melhorar o bruxismo em conjunto com outras técnicas, 
como uso de placas interoclusais. 
Neste curso, vamos abordar a anatomia da face e como a toxina botulínica se 
comporta, bem como seus usos estéticos e funcionais.
Objetivos 
 » Adquirir conhecimentos anátomo-histológicos da face. 
 » Saber o correto diagnóstico, indicações, contraindicações e tempo de 
aplicação da toxina botulínica.
 » Entender os pontos de aplicações, estéticas ou funcionais, e suas doses.
9
UNIDADE IANATOMIA
CAPÍTULO 1
Músculos da face
Os músculos da face são aqueles mais superficiais e responsáveis pela mímica. Eles 
têm inserções em mucosa e cutis e, por esse motivo, realizam a movimentação 
da pele da face onde estãoinseridos, levando às linhas de expressão facial. São 
músculos extremamente finos e delicados, eles não possuem fáscia.
Durante a sua contração, nós vemos a formação de linhas perpendiculares, a 
orientação das fibras musculares. Todos os músculos desse grupo são inervados 
pelo nervo motor facial, e suas funções geralmente são descritas pelo próprio 
nome do músculo. Vamos descrever mais detalhadamente adiante cada músculo, 
sua função e particularidades (MADEIRA, 2004).
Antes de iniciarmos nossos estudos detalhados desses músculos, vamos 
relembrar a anatomia óssea da região da cabeça e do pescoço, já que essas 
estruturas, assim como veias, artérias e nervos, recebem seus nomes pelos 
ossos dessa região.
O crânio constitui o esqueleto da cabeça e pode ser dividido em viscerocrânio 
e neurocrânio.
No viscerocrânio, temos os órgãos de sentido e início do trato digestório. Ele 
é formado por 14 ossos: uma mandíbula e um vômer e os demais ossos aos 
pares maxilares, zigomáticos, nasais, conchas nasais, palatinos e lacrimais. 
A mandíbula é o único osso móvel, que está ligado à maxila pela articulação 
temporomandibular (ATM); os demais ossos estão ligados entre si pelas 
suturas (articulações fibrosas).
O neurocrânio, por sua vez, forma a cavidade onde se aloja o encéfalo. Ele 
é formado pelos pares dos ossos parietais e frontais e por um occipital, um 
etmoide, um frontal e um esfenóide. 
10
UNIDADE I | ANATOMIA
Figura 1. Vista frontal do crânio.
Frontal 
Osso zigomático 
Osso nasal 
Lâmina orbital do osso etmoide 
Pequena asa do osso esfenoide 
Parietal 
Temporal 
Grande asa do osso esfenoide 
Maxila 
Proc. orbital do osso palatino 
Osso lacrimal 
Dentes Vômer 
Mandíbula 
Concha nasal média do osso etmoide 
Concha nasal inferior 
Lâm. perpendicular do osso etmoide 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/bones-cranium-head-skull-individual-their-505306105.
Músculo occipitofrontal
Músculo formado por dois ventres, um occipital e outro frontal, unidos pela 
aponeurose craniana. O ventre frontal é responsável pelas linhas de expressão 
da testa e levantam os supercílios, sua inserção está na pele do supercílio. 
Músculo prócero
Músculo inserido na pele da região da glabela, com feixes no sentido vertical; 
sua contração gera linhas no sentido horizontal. Esse músculo geralmente 
encontra-se com as fibras dos músculos frontal e orbicular entrelaçadas. 
Músculo corrugador do supercílio
Está entre o osso nasal e a extremidade lateral do supercílio, é um músculo 
horizontal; ele é recoberto pelo orbicular do olho e frontal. Sua contração 
causa rugas verticais na glabela juntamente com o músculo prócero.
11
ANATOMIA | UNIDADE I
Figura 2. Glabela.
Glabela 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/frontal-bone-cranium-bones-head-skull-1016955823.
Na figura 2, vemos em destaque o osso frontal, no qual encontra-se esse 
espaço chamado glabela, bem abaixo da testa, entre as sobrancelhas e acima 
do osso nasal. Nessa região, os músculos prócero e corrugador de supercílio 
estão inseridos.
Músculo orbicular do olho
Situa-se ao redor da órbita ocular, inserido basicamente na pele dessa região, 
sobrepondo-se aos músculos próximos, como o frontal e o prócero. Durante 
sua contração, vemos as linhas de expressão em sentido horizontal situadas 
lateralmente à órbita ocular, as quais são popularmente denominadas “pés de 
galinha”. 
Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz
Encontra-se inserido desde a região do processo frontal da maxila, próximo 
ao ângulo do olho, até a o lábio superior, passando e inserindo-se também 
na asa do nariz. Sua contração realiza o levantamento do lábio superior e a 
elevação da asa do nariz. 
12
UNIDADE I | ANATOMIA
Músculo levantador do lábio superior
Têm origem da margem infraorbitária, bem abaixo do forame infraorbitário, 
descendo obliquamente até a margem do lábio superior; suas fibras estão 
posicionadas entre o músculo levantador do lábio superior e a asa do nariz, e 
músculo zigomático menor, quando contraído, realiza a elevação da porção 
intermediária do lábio. Geralmente as fibras desse músculo encontram-se 
entrelaçadas com os músculos citados. 
Músculo zigomático menor
Situa-se ao lado do levantador do lábio superior e medialmente ao músculo 
zigomático maior, percorrendo o osso zigomático até o lábio superior; tem a 
função de levantar o lábio superior; pode encontrar-se ausente ou fusionado 
aos músculos vizinhos. 
Músculo levantador do ângulo da boca
Está inserido na fossa canina e segue até o canto do lábio. É um músculo mais 
curto que os anteriores e, por vezes, suas fibras estão fusionadas. É coberto 
pelo músculo levantador do lábio superior. Sua função é proporcionar a 
elevação do ângulo da boca.
Músculo abaixador do ângulo da boca
Situado desde a base da mandíbula até o ângulo da boca, é um músculo muito 
superficial. Tem aspecto de um triângulo, pois encontra-se entre os músculos 
platisma e abaixador do lábio inferior, este situado desde a região molar até o 
tubérculo mentoniano (base), até o canto do lábio inferior (ápice). Ele realiza 
o abaixamento do ângulo da boca. 
Músculo abaixador do lábio inferior
Tem inserção em cima do músculo abaixador do ângulo da boca, estendendo-se 
até o lábio obliquamente; tem formato quadrilátero e realiza o abaixamento 
do lábio inferior. 
13
ANATOMIA | UNIDADE I
Músculo mentoniano
Eles têm um formato triangular com base inferior, encontram-se inseridos 
com origem óssea na fossa mentoniana, entre os abaixadores do lábio inferior, 
dirigindo-se para frente e fixando-se na cútis do mento; sua contração causa 
aquelas estrias na região mentoniana. 
Músculo platisma
É uma lâmina longa, larga e fina que cobre grande parte da região lateral 
e anterior do pescoço, com inserção na base da mandíbula, estendo-se até 
a clavícula e indo para a região do peitoral. Sua movimentação causa o 
enrugamento da pele onde encontra-se inserido. 
Na figura 3, conseguimos ver os músculos da face e podemos notar como suas 
fibras têm relação muito próxima, muitas vezes fusionadas e entrelaçadas. Sua 
dissecção é bem delicada e fazemos uma separação anatômica desses músculos 
para que o estudo fique mais claro e didático.
Figura 3. Músculos da face.
Mm. occipitofrontal 
Mm. prócero 
Mm. zigomático maior 
Mm. Orbicular da boca 
Mm. mentoniano 
Mm. temporal 
Mm. zigomático menor 
Mm. levantador do lábio 
superior 
Mm. levantador do lábio 
superior e da asa do nariz Mm. risório 
Mm. bucinador 
Mm. nasal 
Mm. platisma 
Mm. abaixador do ângulo da boca 
Mm. abaixador do 
lábio inferior 
Mm. Orbicular do olho 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/female-head-muscles-anatomy-front-view-197484572.
14
CAPÍTULO 2
Músculos da mastigação
É um grupo de quatro músculos: masseter, temporal, pterigóideo medial e 
pterigóideo lateral. Eles são responsáveis pelos movimentos da mastigação 
em conjunto, elevando a mandíbula e o osso móvel em direção à maxila. São 
inervados pelo nervo trigêmeo, pela sua parte motora (ramo mandibular), o 
nervo mandibular. Assim que cada nervo chega em seu músculo de destino, 
ele passa a receber o nome desse músculo.
O masseter e o temporal são mais superficiais, de fácil manipulação. Os 
músculos pterigóideo medial e pterigóideo lateral, por sua vez, estão situados 
mais profundamente e são de difícil palpação. 
Na figura 4, uma vista lateral, vemos o músculo temporal e o músculo masseter 
em destaque.
Figura 4. Músculos da mastigação.
Mm. masseter 
Mm. temporal 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/female-head-muscles-anatomy-side-view-195282506.
Músculo masseter
Músculo forte, espesso e grande. Tem sua inserção fixa no processo zigomático e 
inserção móvel na base da mandíbula. Ele encobre quase todo ramo mandibular, 
15
ANATOMIA | UNIDADE I
com exceção do côndilo. Ele é dividido em uma porçãosuperficial e outra 
profunda. 
A parte superficial é mais anterior, maior e tem as fibras dispostas mais 
inclinadas; a parte profunda é menor, mais posterior e tem as fibras dispostas 
verticalmente. A separação dessas duas porções é mais visível na parte mais 
profunda; quanto mais superficial, mais difícil de separar as suas fibras.O 
masseter é o principal músculo da mastigação. A parte superficial é mais 
responsável pela elevação da mandíbula, enquanto a parte profunda mantém 
os dentes em oclusão por longos períodos de tempo. 
Figura 5. Músculo masseter feixes profundo e superficial.
Feixe profundo 
Mm. masseter 
Feixe superficial 
Mm. masseter 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/human-facial-muscles-anatomy-side-view-1297587229.
Músculo temporal
O músculo temporal é coberto pela fáscia temporal, que se divide em profunda 
e superficial. A fáscia ainda é revestida pela aponeurose epicraniana de onde 
vem o suprimento sanguíneo e a inervação. A fáscia tem a função de proteger, 
cobrir e também de oferece inserção; outra função é agir como força contrária 
ao masseter que traciona o osso zigomático. 
16
UNIDADE I | ANATOMIA
Esse músculo tem aparência de leque, pois suas três porções (anterior, média 
e posterior) convergem formando um grande tendão para o espaço entre o 
osso zigomático e crânio, inserindo-se no processo coronoide da mandíbula. 
A porção anterior desse músculo é mais espessa, e suas fibras encontram-se 
dispostas mais verticalmente. As fibras vão ficando cada vez mais oblíquas 
em direção posterior, podendo até ficar dispostas horizontalmente na porção 
mais posterior do temporal. A elevação da mandíbula é realizada pelo conjunto 
de todas as porções desse músculo, mas, em maior grau, é feita pela parte 
anterior, por ter fibras mais espessas; enquanto que a parte posterior faz 
sozinha o movimento de retrusão mandibular. 
O temporal tem fibras mais extensas que o masseter, caracterizando-se como 
um músculo mais de movimento do que de força. Sendo assim, nos movimentos 
de fala ou fechamento rápido, suas fibras são mais requisitadas que as do 
masseter. Durante a mastigação, o temporal também é requisitado, mas o 
masseter tem maior função. 
Figura 6. Músculo temporal.
Mm. temporal 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/facial-muscles-289015943.
17
ANATOMIA | UNIDADE I
Músculo pterigóideo medial
É um músculo de anatomia e funções bem parecidas ao masseter, porém em 
tamanho reduzido. Ele tem ação sinérgica ao masseter na elevação da mandíbula; 
é um músculo retangular; tem sua inserção móvel no ramo da mandíbula entre 
o forame da mandíbula e o sulco milo-hióideo, de um lado, e contorno do 
ângulo da mandíbula, de outro; e inserção fixa na fossa pterigóidea. Ele não é 
revestido por uma fáscia, somente por uma lâmina fascial extremamente fina 
separando-o do músculo pterigóideo lateral. Além de elevar a mandíbula, o 
pterigóideo medial têm a função de protrusão mandibular. 
Figura 7. Músculo pterigóideo medial.
Mm. 
pterigóideo 
medial 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/this-3d-illustration-medial-pterygoid-muscles-1662436561.
Músculo pterigoideo lateral
Menor dos quatro músculos da mastigação, é o único com inserção na articulação 
temporomandibular e com disposição horizontal de suas fibras. Tem sua inserção 
fixa na fossa infratemporal, que se divide em duas partes: a inferior, maior, sai 
do processo pterigóide; e a superior, menor, sai do osso esfenóide. Ambas se 
unem e caminham até a fóvea pterigóidea da mandíbula. Uma pequena parte 
da fibras superiores se ligam à articulação temporomandibular pela cápsula 
e pelo disco articular. Essas fibras inseridas no disco oferecem estabilidade 
para ele, evitando deslocamento posterior e um possível descompasso entre 
sua movimentação e a cabeça da mandíbula. 
18
UNIDADE I | ANATOMIA
Figura 8. Músculo pterigóideo lateral.
Mm. 
pterigóideo 
lateral 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/tmj-temporomandibular-joints-healthy-occlusion-
anatomy-1741122230.
Quando ambos os pterigóideos laterais são acionados, um movimento de 
protrusão é rea l izado. Quando há também contração dos músculos 
supra-hioideos, a mandíbula roda e ocorre a abertura da boca também. 
Já quando somente um dos pterigóideos laterais é contraído, ocorre um 
movimento de lateralidade da mandíbula para o lado oposto de onde 
houve contração. 
Figura 9. Músculos pterigoideo medial e lateral em uma vista coronal.
Mm. pterigóideo 
medial 
Mm. pterigóideo 
lateral 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/origins-insertions-head-muscles-cranium-skull-1022239903.
Nas figuras 8 e 9, podemos ver as inserções, no crânio, dos músculos pterigóideos 
medial e lateral.
19
ANATOMIA | UNIDADE I
No pterigoideo medial, vemos sua inserção fixa na fossa pterigoidea; e no 
músculo pterigoideo lateral, vemos sua inserção fixa na fossa intratemporal.
Vale ressaltar que chamamos de inserção fixa onde o músculo está inserido e 
sem deslocamento; é a origem do músculo. E inserção móvel, onde o músculo 
se insere e tem movimentação efetiva (MADEIRA, 2004).
20
CAPÍTULO 3
Anatomia vascular
A anatomia vascular da cabeça e do pescoço é extensa e complexa. Neste 
capítulo, iremos focar apenas nas estruturas responsáveis pela irrigação e 
drenagem venosa dos músculos mencionados anteriormente e nas estruturas 
adjacentes de interesse.
Artérias 
O suprimento sanguíneo da cabeça e do pescoço se dá por meio das artérias 
carótidas comum e vertebral.
A carótida comum vem subindo pelo pescoço e é protegida por músculos por 
quase todo seu comprimento, e também pela bainha carótida, dentro da qual 
ainda correm juntos a veia jugular interna e o nervo vago. Assim que chega 
na cartilagem tireoidea, a carótida comum se bifurca em artéria carótida 
interna e externa.
A artéria carótida interna segue o mesmo caminho da carótida comum e 
penetra no crânio pelo canal carótico. Ela irriga grande parte do cérebro, 
com seus ramos anterior e médio. Uma parte posterior do cérebro tem sua 
irrigação feita pela artéria vertebral.
A artéria carótida externa tem trajeto sinuoso e profundo desde sua bifurcação 
na carótida comum. Ela se divide em seus ramos terminais. Tem relação 
superficial com alguns músculos, passa pelo interior da glândula parótida e 
está envolvida por um plexocarótido de fibras simpáticas pós-ganglionares. 
Os ramos da carótida externa são: artéria tireoidea superior, artéria lingual, 
artéria facial, artéria occipital, artéria auricular posterior, artéria faríngea 
ascendente, artéria temporal superior, artéria maxilar.
Os ramos de maior interesse e estruturas irrigadas para nosso estudo serão 
citados a seguir.
A artéria facial tem seu início no ângulo da mandíbula, logo acima da artéria 
lingual. Ela vai para cima e para frente, passando pela face posterior da 
glândula submandibular, onde libera seus ramos glandulares e a artéria 
palatina ascendente, que caminha para o palato mole. Logo após, perfura a 
fáscia cervical e segue para a base da mandíbula à frente do músculo masseter. 
21
ANATOMIA | UNIDADE I
Quando cruza a mandíbula, ela emite a artéria submentoniana, seguindo a 
mandíbula até o mento. O tronco dessa artéria sobe sinuosamente pela face, 
passando pelos músculos bucinador e zigomático maior, liberando os ramos 
artéria labial inferior e artéria labial superior. Cada um desses ramos acompanha 
a margem do respectivo lábio mais profundamente ao músculo orbicular da 
boca. Os ramos dessas artérias labiais superior e inferior dos lados direito e 
esquerdo anastomosam-se na linha média formando um círculo arterioso. Em 
algumas pessoas, pode aparecer uma segunda artéria labial inferior chamada 
de artéria sublabial. A última parte da artéria facial a ser descrita segue o 
sulco nasolabial até o ângulo medial do olho. Nesse local, ela recebe onome 
de artéria angular, que se anastomosa com ramos provenientes de uma artéria 
da órbita. Ela ainda tem diversos ramos colaterais menores, em sua maioria 
são ramos musculares (MADEIRA, 2004).
Resumo da artéria facial, seus ramos e estruturas vascularizadas por elas:
 » Artéria facial
 › artéria labial inferior: músculos do lábio inferior;
 › artéria labial superior: músculos do lábio superior;
 › artéria angular: ângulo medial do lábio.
A artéria temporal superficial é proveniente da artéria carótida comum externa, 
continuando seu trajeto. Ela se inicia atrás do colo da mandíbula, bem junto 
da parótida, e passa entre a ATM e o meato acústico externo, cruzando o arco 
zigomático em conjunto com o nervo auricolotemporal e a veia temporal 
superficial, chegando na região temporal. Nessa posição, ela passa bem rente à 
pele e à aponeurose epicraniana, onde vai bifurcar em ramos frontal e parietal. 
Outro ramo é a artéria facial transversa, que se inicia no colo da mandíbula, 
passa pelo músculo masseter e termina na bochecha. 
Resumo da artéria temporal superficial, seus ramos e estruturas por eles 
irrigadas: 
 » Artéria temporal superficias:
 › ramo frontal: região temporal – região frontal;
 › ramo parietal: região temporal – região parietal.
22
UNIDADE I | ANATOMIA
A artéria maxilar surge da artéria comum externa, que inicia seu caminho 
dentro da glândula parótida e segue pela fossa infratemporal junto com a veia 
maxilar. Elas contornam o colo da mandíbula até alcançar a fossa infratemporal. 
A artéria maxilar segue seu caminho em contato com o músculo pterigóideo 
lateral e a tuberosidade da maxila e, adiante, cruza a fissura pterigomandibular. 
Seu maior ramo, a artéria meníngea média atravessa o forame espinhoso 
e vai para dentro do crânio. Outro ramo é a artéria alveolar inferior, que 
desce entre o ramo mandibular e o ligamento esfenomandibular, penetra no 
forame da mandíbula junto com o nervo alveolar inferior, seguindo até a 
linha média; os pequenos vasos que saem desse ramo são os ramos dentais e os 
ramos paradentais. Antes de entrar na mandíbula, a artéria alveolar inferior 
libera o ramo milo-hióideo, que segue pelo sulco de mesmo nome e pelo canal 
mandibular. Outro ramo da artéria alveolar inferior é a artéria mentoniana, 
que emerge da mandíbula pelo canal e forame mentoniano. 
Passemos então a descrever os ramos musculares da artéria maxilar. Temos 
a artéria massetérica, que inerva o músculo masseter; a artéria temporal 
profunda posterior, que irriga o músculo temporal; os ramos pterigóideos, 
que irrigam os músculos pterigóideos medial e lateral; a artéria temporal 
profunda superior, que irriga o temporal também; e artéria bucal, que se 
dirige ao bucinador e à bochecha. 
Outro ramo da artéria maxilar é a artéria alveolar posterior, que passa pela 
tuberosidade da maxila e se divide em ramos sobre esse osso; ramos gengivais 
e ramos dentais e paradentais. Outro ramo da artéria maxilar é a artéria 
infraorbital, que alcança o assoalho da órbita pela fissura orbital inferior, 
saindo da órbita pelo forame infraorbital, dando origem aos ramos alveolares 
superiores, aos ramos dentais e aos ramos paradentais. A artéria maxilar se 
chama artéria esfenopalatina quando passa pelo forame de mesmo nome dentro 
da cavidade nasal (MADEIRA, 2004).
Resumo da artéria maxilar, seus ramos e estruturas por eles irrigados:
 » Artéria maxilar: artéria massetérica: músculo masseter:
 › artéria temporal profunda posterior: músculo temporal (face profunda);
 › artéria temporal profunda anterior: músculo temporal (porção mais 
volumosa);
 › ramos pterigóideos: músculos pterigóideos medial e lateral.
23
ANATOMIA | UNIDADE I
Figura 10. Principais artérias da cabeça e do pescoço.
Artéria temporal 
superficial 
Artéria occipital 
Artéria carótida interna 
Artéria carótida externa 
Seio carotídeo 
Artéria vertebral 
Artéria subclávia 
Artéria maxilar 
Artéria facial 
Artéria lingual 
Artéria tireóidea superior 
Artéria carótida comum 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/blood-supply-head-neck-101148208.
Na figura 10, temos as principais artérias da cabeça e pescoço.
Veias
A drenagem sanguínea da cabeça e do pescoço é feita por vasos agrupados 
em: seios da dura-máter, veias cerebrais e cerebelares, veias diplóicas, veias 
emissárias, veias do couro cabeludo, sistema venoso vertebral e veias superficiais 
e profundas da face e do pescoço. Assim como na descrição da irrigação feita 
pelas artérias, iremos citar as veias que drenam as estruturas estudadas neste 
capítulo. 
As veias do couro cabeludo têm conexão em forma de rede entre os ossos do 
crânio e a pele logo acima. As veias principais são a supraorbital, occipital, 
temporal superficial. Elas seguem os ramos da artéria temporal superficial. 
A veia temporal superficial chega à face depois de cruzar o arco zigomático, 
se aprofunda, entra na glândula parótida e recebe as veias maxilares. A veia 
maxilar drena grande parte do sangue de regiões profundas que são irrigadas 
pela artéria maxilar; o plexo pterigóideo também drena sangue dessa região, 
isso acontece porque as artérias e veias maxilares não correm juntamente, 
diferente da maior parte do sistema arteriovenoso, e veias dos músculos 
mastigatórios confluem para esse plexo. As veias alveolares superiores, anterior 
e posterior, e veia alveolar inferior acompanham as artérias de mesmo nome 
e fazem a sua drenagem sanguínea. 
24
UNIDADE I | ANATOMIA
O plexo pterigóideo que drena sangue da região profunda da face une-se à 
veia temporal superficial e, juntos, formam a veia retromandibular, que passa 
pelo interior da glândula parótida em conjunto com a artéria carótida externa. 
No ângulo da mandíbula, essa veia pode aparecer de diversas formas. As veias 
apresentam grande variação anatômica, porém estudaremos a mais comum, 
que aparece na maioria dos indivíduos. A veia retromandibular se bifurca em 
um ramo anterior, que irá se unir à veia facial, formando a veia facial comum; 
e um ramo posterior, que irá se unir à veia auricular posterior, dando origem 
à veia jugular externa. 
A veia facial tem seu início no ramo medial do olho. Nesse local, ela recebe o 
nome de veia angular, com comunicação do seio cavernoso pelas veias oftálmicas 
superior e inferior. Essas são veias sem válvulas, cujo fluxo sanguíneo depende 
da pressão intracraniana. A veia facial percorre a face e glândula submandibular, 
chegando até a veia jugular interna e recebendo suas tributárias, as veia nasal 
externa, labial inferior, submentoniana e palatina externa. A veia facial cruza 
a base da mandíbula e se reúne à veia retromandibular, que dá origem à veia 
facial comum, lançando-se na veia jugular interna juntamente com as veias 
lingual e tireóidea superior, formando o tronco tirolinguofacial. 
A veia lingual recebe as veias dorsais da língua, veia sublingual e veia profunda 
da língua que possuem os mesmos trajetos de suas artérias correspondentes. 
A veia jugular interna emerge do crânio pelo forame jugular, descendo pelo 
pescoço protegido pelo músculo e se unindo à veia subclávia. O ramo posterior 
da veia retromandibular é superficial e se reúne à veia auricular posterior, 
dando origem à veia jugular externa, que desce pelo pescoço e atinge as veias 
jugular interna e subclávia (MADEIRA, 2004).
 » Veias do couro cabeludo: drenam sangue das regiões parietal, frontal, 
occipital e temporal.
 » Plexo pterigóideo: drena sangue da parte profunda da face, músculos 
da mastigação, dentes, palato, cavidade nasal e parte superior, região 
infraorbital e mentoniana.
 » Veia facial: ângulo medial do olho, nariz, lábios, bochecha, áreas 
submentonianas e glândula submandibular.
25
ANATOMIA | UNIDADE I
 » Veia jugular interna: conteúdo da cavidade craniana, faringe, face, 
língua, glândula tireoide, laringe (MADEIRA, 2004).
Figura 11. Drenagem venosa cabeça e pescoço.
V. jugular interna
V. submentoniana
V. facial comumV. profunda da face
 Tronco tirolinguofacial 
V. oftálmica inferior
V. temporal superficial
V. supraorbital
Plexo pterigoideo 
V. tireóidea superior
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/structure-scheme-human-head-muscles-veins-1658213953.
Na figura 11, podemos ver as principais veias e estruturas relacionadas à drenagem 
venosa.
26
CAPÍTULO 4
Neuroanatomia
Existem 12 pares de nervos cranianos, que saem do encéfalo e se projetam 
para cabeça, pescoço, tórax e abdômen. 
Os nervos cranianos emergem do crânio em direção às áreas onde suas 
terminações nervosas inervam por meio de forames e fissuras. Todos os nervos 
originam-se dos núcleos do cérebro. Recebem denominação de acordo com 
a função que têm, por isso vamos detalhar melhor alguns termos anatômicos 
antes de estudar profundamente os nervos de interesse para esta apostila.
Tabela 1. Pares de nervos cranianos.
Nervos cranianos Tipo
1o Nervo (NC-I) Olfatório Sensorial
2o Nervo (NC-II) Ótico Sensorial
3o Nervo (NC-III) Oculomotor Motor
4o Nervo (NC-IV) Troclear Motor
5o Nervo (NC-V) Trigêmeo Misto
6o Nervo (NC-VI) Abducente Motor
7o Nervo (NC-VII) Facial Misto
8o Nervo (NC-VIII) Vestibulococlear Sensorial
9o Nervo (NC-IX) Glossofaríngeo Misto
10o Nervo (NC-X) Vago Misto
11o Nervo (NC-XI) Acessório Motor
12o Nervo (NC-XII) Hipoglosso Motor
Fonte: Elaborado pela autora.
Neste capítulo, vamos estudar com mais detalhes os nervos: trigêmeo (NC-V) 
e facial (NC-VII). Eles fazem a inervação das estruturas anatômicas do nosso 
maior interesse. Observe os nervos cranianos em destaque na tabela.
27
ANATOMIA | UNIDADE I
Figura 12. Nervos cranianos.
Fibras nervo olfatório (I) 
Nervo óptico (II) 
Nervo oculomotor (III) 
Nervo troclear (IV) 
Nervo trigêmeo (V) 
Nervo abducente (VI) 
Nervo facial (VII) 
Nervo vestibulococlear (VIII) 
Nervo glossofaríngeo (IX) 
Nervo vago (X) 
Nervo acessório (XI) 
Nervo hipoglosso(XII) 
Medula 
Ponte 
Fonte: adaptado de: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/12-cranial-nerves-101696095.
Nervo trigêmeo (NC-V)
O nervo trigêmeo possui três ramos, denominados oftálmico, maxilar e mandibular. 
É um nervo misto, com maioria de fibras sensitivas. A sua parte motora 
encontra-se toda no ramo mandibular. É um nervo com fibras viscerais 
especiais e fibras somáticas gerais. O nervo oftálmico deixa o crânio pela 
fissura orbital superior; o ramo mandibular, pelo forame redondo; e o 
mandibular, pelo forame oval. O gânglio trigeminal é onde encontra-se a 
maior parte dos neurônios deste nervo; é a maior massa ganglionar do nosso 
corpo. Encontra-se na fossa média do crânio em uma depressão próxima à 
parte petrosa do osso temporal chamada depressão trigeminal. 
Figura 13. Nervo trigêmeo.
Ramo oftálmico 
Ramo maxilar 
Ramo mandibular 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/anatomy-trigeminal-nerve-287860874.
28
UNIDADE I | ANATOMIA
Conexões centrais
Os neurônios responsáveis pela sensibilidade exteroceptiva da face (dor, 
temperatura, tato e pressão) e pela sensibilidade proprioceptiva da articulação 
temporomandibular encontram-se dentro do gânglio trigeminal. Os 
prolongamentos periféricos recebem esses impulsos dos três ramos (mandibular, 
maxilar e oftálmico) e os transmitem para o sistema nervoso central, no tronco 
encefálico, onde estão os núcleos sensitivos pelos prolongamentos centrais, 
que constituem a raiz do nervo trigêmeo, localizado entre pedúnculo e a 
ponte cerebelar médio (constituindo a origem aparente do nervo trigêmeo). 
Por sua vez, o caminho feito pelos prolongamentos proprioceptivos, com 
origem muscular, são transmitidos até um grupo de neurônios até o núcleo do 
tracto mesenfálico no tronco encefálico. Os prolongamentos centrais fazem 
sinapses com outro grupo de neurônios chamado núcleo motor. O encontro 
desses axônios formam a porção motora do trigêmeo. 
As conexões centrais desse nervo ainda chegam até o núcleo sensitivo principal 
e o núcleo espinal, que estão em segmentos superiores da medula espinal.
Figura 14. Gânglio trigeminal.
Gânglio 
Trigeminal
.
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/3d-illustration-female-face-trigeminal-nerve-1057508144.
Nervo oftálmico
O nervo oftálmico sai do crânio pela fissura orbital superior e se divide em 
ramos nasociliar, frontal e lacrimal, que são todos sensitivos, e estão dispostos 
nas porções medial, intermedial e lateral do interior da órbita. O nervo 
oftálmico ainda possuí um ramo meníngico, responsável pela inervação da 
dura-máter encefálica. 
29
ANATOMIA | UNIDADE I
O nervo frontal transmite impulsos de uma grande área da fronte e porção ântero-superior 
do couro cabeludo; 
Os nervos nasociliar e lacrimal inervam a cavidade da órbita e da cavidade nasal, o nervo 
lacrimal recebe do nervo maxilar o ramo comunicante do nervo zigomático; este tem fibras 
secretomotoras parassimpáticas que chegam até a glândula lacrimal; essas são fibras pós-
ganglionares do gânglio pterigopalatino. 
Figura 15. Divisão dos três ramos do nervo trigêmeo.
1 – Ramo oftálmico 
2 – Ramo maxilar 
3 – Ramo mandibular 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/trigeminal-nerve-312025781.
Nervo maxilar
O nervo maxilar deixa o crânio pelo forame redondo, com fibras sensitivas 
chegando à fossa pterigopalatina. 
Figura 16. Ramos maxilares.
Ramos
maxilares 
G – Gânglio 
V1 – R. oftálmico 
V2 – R. maxilar 
V3 – R. mandibular 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/trigeminal-nerve-97755599.
30
UNIDADE I | ANATOMIA
Na figura 16, vemos a divisão do nervo trigêmeo; onde está V2, é a representação 
do ramo maxilar e suas outras ramificações.
O nervo palatino, um ramo descendente do nervo maxilar, atravessa o gânglio 
pterigopalatino, sem ter relações com ele. Ainda no gânglio, o nervo palatino 
vai dar os ramos nasais posteriores superiores, que penetram na cavidade 
nasal pelo forame esfenopalatino. Depois o nervo vai se ramificar no nervo 
nasopalatino (medial), que inerva a mucosa da região anterior do palato duro, 
entre canino e incisivo central e mucosa da região anterior do septo nasal.
Depois de passar pelo gânglio pterigomandibular, o ramo nasopalatino desce 
pela fossa pterigopalatina, entra no canal palatino maior e divide-se em três 
ramos, os nasais posteriores inferiores que inervam a porção posterior da 
cavidade nasal e septo e ramos palatino maior e palatino menor. 
O ramo palatino maior sai da cavidade nasal pelo forame palatino maior e 
dividem-se em dois ramos, no minímo. As fibras no paltino maior inervam 
a mucosa do palato duro da região de canino até o limite entre palato duro 
e palato mole, envolvendo gengival lingual de dentes posteriores; algumas 
fibras são parassimpáticas e ajudam na secreção das glândulas palatinas. 
Pelo forame palatino menor saem as fibras do nervo palatino menor, que 
inervam a mucosa mole e glândulas do palato mole. Esse nervo ainda recebe 
fibras gustativas do nervo facial. 
Mais para frente, o nervo maxilar origina , as fibras dos nervos alveolares 
superiores posteriores, que inervam a polpa e o periodonto dos molares 
superiores e revestimento posterior da cavidade do seio maxilar. Esses nervos 
saem pelos pequenos forames alveolares da tuberosidade da maxila em dois a 
três ramos, alguns ramos não têm trajeto intraósseo e são chamados de ramos 
gengivais. 
Em alguns indivíduos, há ausência dos ramos alveolares superiores médios. 
Aí há um plexo formado entre os ramos superiores posteriores e anteriores 
que irão inervar os dentes posteriores e seus tecidos moles. 
Outro ramo do nervo maxilar ainda é o ramo zigomático, que sai pela fissura 
orbital inferior e entra no forame zigomático-orbital, entrando no osso 
zigomático, onde se divide em ramos zigomáticotemporal e zigomáticofacial, 
saindo por forames de mesmo nome e se prolongam na pele na têmpora e 
proeminência zigomática. Ainda há um ramoque se projeta para as glândulas 
lacrimais com fibras parassimpáticas. 
31
ANATOMIA | UNIDADE I
O gânglio pterigopalatino se une ao nervo do canal pterigóideo, que é formado 
por fibras pré-ganglionares parassimpáticas do nervo petroso maior e por 
fibras simpáticas do nervo petroso profundo. As fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas secretomotoras seguem até as glândulas nasais, palatinas, 
faríngeas, do seio maxilar, glândulas bucais e labiais superiores. 
Quando sai pela fissura orbital inferior para dentro da órbita, o nervo maxilar 
passa a ser chamado de nervo infraorbital; ele caminha pelo canal de mesmo 
nome e emite os nervos alveolares superior médio e anterior. Ele emite ramos 
que saem pelo forame infraorbital e inerva parte da mucosa e da pele da face. 
Ainda temos o nervo alveolar médio, que não está presente em todos os 
indivíduos. Ele inerva o periodonto e polpa dos pré-molares, até o primeiro 
molar superior, a mucosa do seio maxilar e o processo zigomático da maxila. 
O nervo infraorbital se ramifica ainda em nervos alveolares superiores 
anteriores, inervando a mucosa da parede interior do seio maxilar; depois 
divide-se em ramos laterais que inervam as polpas dentárias e ramos laterais 
que inervam o periodonto, a papila interdental e o osso alveolar de caninos 
e incisivos. 
Figura 17. Ramos maxilares.
N. alveolar superior
N. maxilar
N. infraorbitário
Ramos dentais
Ramos alveolares 
superiores posteriores
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/this-illustration-represents-fifth-cranial-nerve-1385674268.
32
UNIDADE I | ANATOMIA
Na figura 17, podemos ver os ramos maxilares com a abertura do seio maxilar 
e canal infraorbitário. 
Nervo mandibular
Nessa porção do trigêmeo, temos as fibras motoras deste nervo, mas também 
existem fibras sensitivas. 
As fibras sensitivas fazem parte da maior porção deste nervo. Seus axônios 
estão agrupados no interior gânglio trigeminal; já a parte motora possui 
axônios no interior do tronco encefálico, no núcleo motor do trigêmeo. 
A porção motora pode ser vista medialmente próxima à origem aparente do 
nervo trigêmeo; já abaixo do forame oval, não é possível a distinção das fibras 
sensitivas e motoras. 
Ao sair do forame oval, o nervo mandibular recebe o nome dos músculos 
que irá inervar: ramo massetérico, que emite filetes até a articulação 
temporomandibular ajudando na propriocepção; ramo temporal profundo 
anterior; nervo temporal profundo posterior, que também inerva a cápsula 
da articulação pterigomandibular; e também o nervo pterigóideo lateral, que 
é formado por fibras advindas do nervo bucal. 
O nervo pterigóideo medial tem suas fibras formadas também pelo nervo 
tensor do véu palatino e/ou nervo tensor do tímpano. Esses três nervos 
estão agrupados no gânglio óptico, esse gânglio tem ligações funcionais com 
o nervo glossofaríngeo, dessa forma, tem relação apenas anatômicas com o 
nervo trigêmeo. 
Na parte sensitiva temos o nervo auriculotemporal responsável pela sensibilidade 
exteroceptiva de grande parte da região temporal, parte do pavilhão da orelha, 
ATM, meato acústico externo, membrana do tímpano e glândula parótida 
(MADEIRA, 2004).
Outra ramificação do nervo mandibular é o ramo bucal, que é responsável 
pela sensibilidade da mucosa e da pele de bochecha e gengiva vestibular dos 
molares inferiores. 
O nervos alveolar inferior confere sensibilidade aos dentes, periodonto e 
papilas de um lado da mandíbula. E temos também o nervo lingual, que se 
33
ANATOMIA | UNIDADE I
divide em ramos linguais e sublinguais, inervando a língua; são os dois ramos 
sensitivos mais calibrosos do nervo mandibular.
O nervo mentoniano inerva pele do mento, mucosa e pele do lábio inferior, 
além da gengiva vestibular dos dentes anteriores. 
O nervo milo-hióideo é parte do nervo alveolar inferior, sendo sua parte 
motora (cerca de 30%). Ele inerva o músculo milo-hióideo e parte do ventre 
anterior do músculo digástrico. 
Figura 18. Ramo mandibular em um hemiarco.
N.. ngual
N.. cal
N.. man bular
N.. ma etérico
N.. veolar inferior
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/nerve-anatomy-lower-jaw-hand-drawing-1737084197.
Na figura 18, podemos ver o ramo mandibular e seus ramos em um hemiarco.
Essa ramificação maxilar do nervo trigêmeo fornece inervação para os músculos 
mandibulares; tem forte ramo motor.
As terminações nervosas do ramo mandibular do nervo trigêmeo, chegando na 
mandíbula e se distribuindo nos dentes inferiores, são as seguintes, conforme 
a numeração demonstrada na figura 19:
1. incisivos; 
2. canino;
3. pré-molares;
4. molares;
5. nervo alveolar inferior;
6. mandíbula.
34
UNIDADE I | ANATOMIA
Figura 19. Ramo mandibular.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/image-teeth-human-jaw-1-incisors-1677057046.
Nervo facial
O nervo facial tem o ramo petroso maior, que distribui-se pelo território 
do nervo maxilar, com fibras sensitivas e internas do osso temporal. Ele daá 
sensibilidade geral à mucosa nasal. Outro ramo, o nervo da corda do tímpano, 
distribuindo-se pelo nervo mandibular, com fibras aferentes gustatórias nos 
dois terços anteriores da língua; este nervo também tem fibras eferentes 
viscerais parassimpáticas que fazem sinapses com os gânglios submandibular 
e sublingual. 
Quando sai do osso temporal pelo forame estilomastóide, recebe o nome 
de nervo auricular posterior, tendo fibras somente motoras, o qual irá se 
ramificar para os músculos digástrico e estilo-hióideo, recebendo os nomes 
desses músculos. 
Ao chegar na parótida, ele cruza essa glândula e se divide em muitos outros 
ramos terminais (temporais, zigomáticos, bucais, marginal da mandíbula 
e cervical) que inervam os músculos da mímica facial com estes nomes 
(MADEIRA, 2004).
35
ANATOMIA | UNIDADE I
Figura 20. Nervo facial.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/facial-nerve-126428756.
36
UNIDADE IITOXINA BOTULÍNICA
CAPÍTULO 1
Histórico, estrutura molecular e 
mecanismo de ação
Histórico
Justinus Kerner, um físico alemão que viveu de 1786 a 1862, foi um dos 
primeiros cientistas a realizar estudos para investigar as mortes ocorridas 
por envenenamento com alimentos – como as salsichas em conserva, por 
exemplo. Ele realizou experimentos em animais e nele mesmo. Com esses 
estudos, ele concluiu que a causa da doença desenvolvia-se em salsichas 
estragadas em condições anaeróbias, cujos efeitos, nos seres humanos, 
eram a interrupção da transmissão do sinal nervoso tanto periférico como 
autônomo e a letalidade em doses pequenas. Ainda descreveu todos os 
sintomas neurológicos essa substância, e propôs seu uso terapêutico para 
diversas desordens de movimento, porém não conseguiu determinar a 
origem da toxina. 
Foi somente em 1895 que Émile Pierre van Ermengem, microbiologista 
alemão, conseguiu determinar a relação de microorganismos encontrados 
tanto em carne crua como em vítimas de envenenamento que consumiram 
tais carnes. Ele isolou esse agente e o nomeou como Bacillus botulinum, que 
foi renomeado posteriormente anos depois de Clostridium botulinium 
(AZAM et al., 2015).
Estrutura molecular
A toxina botulínica é produzida por algumas bactérias em formato de bastonetes 
como, a Clostridium botulinum, e em algumas cepas de Clostridium butyricuim, 
Clostridium sporogenes e Clostridium baratii, todas são gram-positivas. Existem 
40 subtipos da toxina e estão divididas em 7 sorotipos (A, B, C, D, E, F, G). 
37
TOXINA BOTULÍNICA | UNIDADE II
Figura 21. Clostridium botulinum.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clostridium-botulinum-bacteria-389771695.
A estrutura molecular da toxina é composta por uma cadeia pesada de 100 KDa, 
formada por uma metade C-terminal (ligação) e N-terminal (translocação); e 
uma cadeia leve de 50 KDa, que tem a porção catalítica da molécula. A cadeia 
pesada é responsável pela internalização da molécula na célula, e a cadeia leve 
é responsávelpelo efeito propriamente dito da toxina botulínica (PELLETT 
et al., 2015).
Figura 22. Estrutura da molécula da toxina botulínica.
HC = 100 kDa LC = 50 kDa 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/molecular-structure-botulinum-toxin-typ-neurotoxic-341913602.
Ao lado direito da figura, temos a cadeia leve (LC = light chain); e ao lado 
esquerdo a cadeia pesada (HC = heavy chain).
Mecanismo de ação
Antes de descrever o mecanismo de ação da toxina botulínica, vamos falar da 
junção neuromuscular, local onde há a liberação de neurotransmissores que 
agem para que a contração muscular aconteça.
38
UNIDADE II | TOXINA BOTULÍNICA
A junção neuromuscular é o encontro do axônio motor e da placa motora, 
região da membrana plasmática de uma fibra muscular onde há o encontro 
entre nervo e músculo, desencadeando contração muscular.
A fenda sináptica é formada por um neurônio pré-sináptico, o espaço sináptico 
e célula muscular. 
Na região de encontro entre nervo e músculo, o axônio dilata-se e invagina-se 
na superfície externa da fibra muscular, formando a fenda sináptica primária. 
Um potencial de ação.
A toxina botulínica tem ação na junção neuromuscular, ela se liga a um 
receptor na superfície neural pela cadeia pesada, sendo internalizada por duas 
vias: via vesículas e via célula do sistema nervoso – em condições ácidas, a 
cadeia pesada ajuda a entrada da cadeia leve na célula do sistema nervoso; 
este último processo é mais demorado.
A toxina botulínica impede a ação da acetilcolina, um neurotransmissor 
responsável pela contração muscular. Ocorre a inibição da liberação da 
acetilcolina pelo neurônio para a junção neuromuscular; a toxina botulínica 
impede sua exocitose, clivando ligações peptídicas de uma proteína SNARE 
(Soluble N-ethylmaleimide-sensitivefactorattachmentprotein-Receptor), reponsável 
na fusão da vesícula de acetilcolina à membrana celular e posterior exocitose 
(SPOSITO, 2014).
Figura 23. Exposição da toxina botulínica.
Contração da fibra muscular Contração bloqueada 
Toxina 
Nervo Nervo
Acetilcolina 
Acetilcolina 
Receptor Receptor Toxina 
Processor normal Após injeção de toxina botulínica 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/drug-made-botulin-botulinum-toxin-produced-1474960415.
39
TOXINA BOTULÍNICA | UNIDADE II
Na figura 23, vemos a representação da junção neuromuscular com e sem a 
introdução da toxina botulínica.
Outro mecanismo de ação com efeito antinociceptivo é a diminuição da 
sensibilidade periférica, inibindo o lançamento de marcadores de sinalização 
neuronal (substância P, glutamato, diminuição da expressão do gene c-Fos) 
(AOKI, 2003).
Um estudo comparando a diminuição da sensibilidade dolorosa em pacientes 
recebendo a toxina botulínica em um antebraço e placebo em outro chegou 
à conclusão de que a redução da dor acontece após a aplicação da toxina 
botulínica pela diminuição de tônus muscular e fibras nervosas, com isso 
houve aumento da perfusão, promovendo ambiente metabólito com melhor 
oxigenação, eliminando, assim, substâncias sensibilizantes (VOLLER, 2013).
Outro estudo demonstrou que a toxina também tem efeitos anti-inflamatórios. 
Uma possibilidade relatada pelos autores foi o efeito analgésico da toxina na 
percepção da dor, prevenindo o lançamento de neurotransmissores (SYCHA, 
2006).
40
CAPÍTULO 2
Marcas comerciais, armazenamento, 
dose e diluição
Marcas comerciais e armazenamento
Temos, no mercado, algumas apresentações comerciais, vamos citar neste 
capítulo as mais usadas.
Botox®, da empresa Allergan, é a toxina onabotulínica tipo A, com frascos de 
50U, 100U e 200U. Em sua composição, ainda há albumina humana e cloreto 
de sódio. Sua apresentação é em um frasco com pó seco, a vácuo, que precisa 
ser reconstituído com soro fisiológico estéril. Seu armazenamento deve ser 
feito em geladeira ou em freezer em temperatura de 2°C a 8°C antes da diluição; 
após diluição, deve-se armazenar somente em geladeira em temperatura de 
2°C a 8°C e não mais ser congelado. A toxina tem seu efeito aumentado por 
antibióticos aminoglicosídeos ou por outras drogas que alterem a transmissão 
neuromuscular (agentes bloqueadores musculares, por exemplo) (ALLERGAN, 
s.d.; KANE; SATTLER, 2016).
Figura 24. Botox®, Allergan.
Fonte: elaborada pela própria autora.
Xeomin®, fabricado pela Merz Pharmaceuticals, é a toxina incobotulínica 
tipo A. Existem apenas frascos com 100U. Em sua composição há sacarose e 
41
TOXINA BOTULÍNICA | UNIDADE II
albumina humana; apresenta-se em pó liofilizado, que deve ser reconstituído 
com soro fisiológico estéril. Seu armazenamento, antes da diluição, pode ser 
feito em temperatura ambiente e em geladeira a temperatura de 2°C a 8°C; 
após diluição, deve ser mantido em geladeira a temperatura de 2°C a 8°C. Tem 
também efeito potencializado com uso de antibióticos aminoglicosídeos ou 
outras drogas que alterem a transmissão neuromuscular (BIOLAB SANUS, 
s.d.; KANE; SATTLER, 2016).
Prosigne®, da marca Cristália, é toxina botulínica tipo A, em frascos de 
50U e 100U. Ainda contém gelatina, dextrana e sacarose; também está na 
forma de pó liofilizado, devendo ser reconstituído com soro estéril. Deve 
ser armazenado em geladeira de temperatura de 2°C a 8°C antes e após a 
diluição – o fabricante recomenda seu uso até quatro horas após a diluição. 
O efeito da toxina botulínica pode ser potencializado por antibióticos 
aminoglicosídicos (amicacina, gentamicina, estreptomicina); ciclosporina; 
cloroquina e hidroxicloroquina; D-penicilamina ou quaisquer outras substâncias 
que interfiram com a transmissão neuromuscular (–CRISTÁLIA, s.d.; KANE; 
SATTLER, 2016).
Botulift®, do laboratório químico farmacêutico Bergamo Ltda., é toxina 
botulínica tipo A, em frascos de 50U, 100U, 150U e 200U. Há em sua composição 
albumina humana, cloreto de sódio e água; apresenta-se em pó liofilizado, 
devendo ser reconstituído com soro fisiológico. Deve ser mantido, antes e 
após diluição, em geladeira na temperatura de 2°C a 8°, evitando-se agitação. 
Tem interação medicamentosa com antibióticos aminoglicosídicos, assim 
como outros medicamentos que tenham interferência com a transmissão 
neuromuscular (BOTULIFT, s.d.; KANE; SATTLER, 2016).
Dysport®, da Ipsen, é toxina botulínica tipo A, disponível em frascos de 300U 
e 500U. Há albumina e lactose em sua fórmula; apresenta-se em pó liofilizado, 
que é diluído em soro fisiológico estéril. Deve ser mantido em geladeira a 
temperatura de 2°C a 8C°, não podendo ser congelado. O fabricante recomenda 
o uso em até 24 horas após diluição. Pode ter seu efeito potencializado por 
fármacos que atuam na transmissão neuromuscular (IPSEN, s.d.).
42
UNIDADE II | TOXINA BOTULÍNICA
Figura 25. Botox® e Dysport®.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/chiang-mai-thailand-march-15th-2019-1455513182.
Monobloc, da Solstice Neurosciences, LLC, é toxina rimabotulínica tipo B, com 
preparação de 2500U/ml, 5000U/ml, 10000U/ml. Contém albumina humana, 
cloreto de sódio e succinato de sódio em sua composição. Este produto vem 
pronto para uso, mas pode ser reconstituída com algum soro fisiológico e, 
nesse caso, deve ser usado em até 4 horas após diluição. Deve ser mantida em 
geladeira a temperatura de 2°C a 8°C, não podendo ser agitado ou congelado. 
É indicada somente para o tratamento de distonia cervical e sialorreia crônica 
( SOLSTICE NEUROSCIENCES, s.d.; KANE; SATTLER, 2016).
Dose e diluição
A unidade de medida da toxina botulínica é definida pela DL50 (dose letal) e, 
é medida em Unidades Biológicas (U). O DL50 indica uma dose que, quando 
injetada em uma espécie de ratos (swiss-webster pesando entre 18-20g), mata 
50% do grupo desses indivíduos (SPOSITO, 2014).
Cada produto tem a sua potência biológica específica; não existe uma equivalência 
exata de doses entre as marcas comerciais. Na literatura, há uma correlação 
aproximada de doses entre as marcas, na proporção de 1U:1U entre Botox® e 
Xeomin®;e relação de 1U de Botox® para 2,5U de Dysport®. (SPOSITO, 2014; 
KANE; SATTLER, 2016).
43
UNIDADE IIIAPLICAÇÕES ESTÉTICAS
Nesta unidade, vamos estudar as aplicações estéticas da toxina botulínica na 
face, suas indicações, contraindicações, exames clínicos, anamnese, riscos e 
benefícios.
CAPÍTULO 1
Anamnese e exame clínico
A consulta inicial com o paciente é de extrema importância para o sucesso do 
tratamento. O cirurgião-dentista precisa ter ótima comunicação com o paciente 
para saber entender quais são suas reais expectativas, precisa entender qual 
sua queixa principal, explicar qual o prognóstico bem como saber explicar os 
riscos e benefícios da aplicação da toxina botulínica.
Vamos dividir essa primeira consulta em: anamnese e exame clínico. 
Anamnese
É a conversa entre o profissional de saúde e o paciente; o dentista precisa 
fazer perguntas sobre:
 » Estado de saúde geral do paciente: não é aconselhável fazer aplicação 
com toxina botulínica em mulheres gestantes ou em período de lactação por 
não haver dados suficientes na literatura médica dos risco para feto e bebê.
 » Medicamentos em uso: há medicamentos que potencializam o efeito da 
toxina, como aminoglicosídeos, e medicamentos com efeitos na condução 
do estímulo neuromuscular. Há também medicamentos que favorecem o 
aumento de sangramento, como ácido acetilsalicílico (AAS) e anticoagulantes; 
e medicamentos que reduzem o efeito da toxina, como aminoquinolina 
(KANE; SATTLER, 2016).
44
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
 » Uso de citrato de zinco e fitase para aumentar o efeito da toxina 
botulínica: estudos relatam maior tempo de efeito da toxina botulínica 
quando o paciente faz uso dessas substâncias antes e após a aplicação. 
É relatado que pacientes com altos níveis de zinco no organismo 
conseguem manter por tempos mais prolongados os efeitos da 
toxina botulínica; a fitase proporciona maior absorção do zinco. 
Recomenda-se uso de 2 cápsulas por dia, 4 dias antes de fazer 
a aplicação da toxina botulínica e 2 cápsulas também no dia da 
aplicação. Temos uma fórmula de sugestão (fitase 3000ui; citrato 
de zinco 50mg) (KOSHY et al., 2012).
 » Alergias conhecidas aos componentes da toxina botulínica. 
 » Histórico de procedimentos estéticos na face: se o paciente já 
realizou o tratamento com toxina botulínica, há quanto tempo foi 
feito, quanto tempo durou, saber a marca comercial também é uma 
informação importante, se realizou lifting facial, alguma cirurgia 
no local etc.
 » Queixa principal: o que mais incomoda o paciente, qual o resultado 
que ele espera do tratamento. 
Essa anamnese tem como objetivo não um diagnóstico de uma doença, mas 
sim saber as expectativas e desejos do paciente, fato muito importante nos 
tratamentos estéticos. Nesse momento, é preciso que o dentista estabeleça 
uma relação de confiança com o paciente, explicando o prognóstico após a 
aplicação da toxina botulínica. Muitas vezes os pacientes têm expectativas 
irreais, e o tratamento pode até ser não aconselhável. 
Exame clínico
O profissional irá examinar a região onde a toxina será aplicada. Fotografias 
iniciais são importantes recursos para posterior análise da efetividade do 
tratamento. É importante ter fotografias em repouso e em movimentos, de 
frente e de lado dos músculos que serão afetados. 
Durante o exame clínico, o dentista deve notar e mostrar ao paciente as marcas 
de expressão, se aparecem somente em movimento ou em repouso também; 
45
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
nesse último caso, muitas vezes as rugas não desaparecem por completo logo 
na primeira aplicação e o paciente deve ser avisado. 
Outro fato importante é verificar regiões de edema, que devem ser evitadas 
ou se aguardar a completa remissão para aplicar a toxina botulínica a fim 
de não ocorrer diluição do produto e baixa eficácia do tratamento (KANE; 
SATTLER, 2016).
Figura 26. Análise das expressões faciais.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/stressed-young-woman-confused-about-facial-1289545006.
Na figura 26, podemos ver um exemplo de rugas de mímica – marcas de 
expressão da região da testa (músculo frontal) e da glabela (prócero).
Guia de aplicação
Nesta parte, vamos estudar sobre o guia de conduta do cirurgião-dentista 
desde a consulta inicial até as possíveis complicações decorrentes da aplicação 
da toxina botulínica.
Como já relatado anteriormente, devemos fazer uma consulta inicial minuciosa 
para saber os desejos do paciente e ter um exame clínico e uma documentação 
fotográfica completa.
Outro fato importante é obter um consentimento informado do tratamento 
assinado pelo paciente. Nele deve constar qual tratamento será realizado bem 
como seus riscos e benefícios, como segue o modelo a seguir:
46
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
Tabela 2. Termo de consentimento informado.
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 
Eu,____________________________________________________________, portador do RG ______________________ 
serei atendido/a pelo cirurgião-dentista ________________________________________________ CRO ____________, 
tenho queixa de ______________________________________________________.
Marca toxina botulínica: _________________ 
Lote: ___________ Validade: __________________
Estou ciente de que o tratamento será realizado com a aplicação de Toxina Botulínica tipo A.
Atesto não ter recebido toxina botulínica nos últimos 2 meses e estou ciente de que não poderei receber toxina 
novamente nos próximos 2 meses a contar desta aplicação.
Atesto também não ter recebido vacina antitetânica nos últimos 6 (seis) meses e que não tenho alergia a lactose, 
albumina ou à toxina botulínica.
Estou ciente ainda de que:
 » A toxina botulínica tem efeito inicial entre o terceiro e o quarto dia após a aplicação.
 » Seu efeito máximo ocorre após 15 dias da presente data.
 » O efeito da toxina botulínica dura, em média, 4 meses.
 » Alguns riscos podem ocorrem após aplicação: assimetria temporária por acometer músculos indesejados, dor de 
cabeça, dor ou formigamento no local, dificuldade ao mastigar, dificuldade no fechamento dos lábios, boca seca, 
lacrimejamento.
Autorizo a documentação fotográfica.
Afirmo ter compreendido o diagnóstico e tratamento escolhido, assim como os riscos citados,
Assim sendo, autorizo o tratamento conforme explicado acima e por mim aceito.
Declaro estar ciente e assino o presente termo de consentimento.
[Cidade], ____ de ____________________de 20 .
____________________________________________________
Assinatura do paciente
Fonte: Elaborado pela autora.
Depois obtido o termo de consentimento assinado, o próximo passo é fazer 
a diluição da toxina botulínica.
A diluição da toxina botulínica é um passo muito importante e precisa ser 
feito com muita atenção, cuidado e delicadeza. A toxina é uma substância 
muito instável, variações de temperatura e muita agitação podem diminuir o 
tempo de ação esperado.
47
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
Deve ser usada uma seringa de 5ml ou 10ml para colocar o soro fisiológico 
estéril; o profissional deve estar muito atento para não incorporar ar ao soro. 
Após essa etapa, basta coloca o soro dentro do frasco da toxina botulínica, 
frasco que está com vácuo, ou seja, há grande pressão dentro dele. Se o 
cirurgião-dentista colocar o soro sem segurar o êmbolo com força, isso irá 
promover grande agitação e bolhas que podem até mesmo tornar inativa a 
ação da toxina. Para isso não acontecer, deve-se estar segurando o êmbolo com 
certa força e então perfurar o frasco da toxina botulínica, deixando pingar o 
soro na lateral do recipiente – é um processo demorado, pois o soro deve ser 
gotejado com delicadeza.
Como mencionado anteriormente, há frascos de toxina botulínica de 50U, 
100U, 150U, 200U (mais comuns no dia a dia, dasmarcas Botox®, Prosigne®, 
Xeomin®); de 300U e 500U, da marca comercial Dysport®; e 2.500U, 5.000U, 
10.000U, da Monobloc®. Para simplificar, vamos ensinar a diluição de 100U, 
de 300U e de 500U,das respectivas marcas.
Outro fator importante é a escolha da seringa. Usamos seringas de 1ml. Essas 
seringas podem apresentar 5 ou 10 riscos impressos a cada 0,1ml.
Pode ser feita a diluição com 2ml de soro fisiológico, indicado para quando o 
profissional está começando a aplicar e ainda não tem total destreza manual; 
e também com 1ml de soro fisiológico, quando se tem mais prática.
Veja, na figura 27, as diferentes combinações para diluições de 100U das 
marcas Botox®, Prosigne®, Xeomin®. Relembrando que as toxinas botulínicas 
não apresentam correspondência das suas unidades de medida com a a potência 
do produto.
Figura 27. Diluição toxina botulínica 100U em 2ml de soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 10.
0,5U 
5U
50U 
Seringa de 1ml, subdividida
em 10, frasco de 100U de 
toxina botulínica e 2ml de
soro fisiológico 
Fonte: Elaborado pela autora.
48
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
Na figura 27, podemos ver a diluição de 100U de toxina botulínica em 2ml de 
soro fisiológico estéril, em uma seringa de 1ml subdividida em 10 marcas. Cada 
marcação na seringa corresponde a 0,5U de toxina botulínica, a seringa cheia 
tem 50U. Quando fazemos a diluição dessa forma, temos mais controle sobre 
a quantidade aplicada, especialmente quando o profissional está iniciando os 
atendimentos com a toxina botulínica. 
Figura 28. Diluição de toxina botulínica 100U em 1ml de soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 10.
Seringa de 1ml, subdividida
em 10, frasco de 100U de 
toxina botulínica e 1ml de 
soro fisiológico 
1U 
10U 
100U 
Fonte: Elaborado pela autora.
Já na figura 28, vemos a diluição de 100U de toxina botulínica em 1ml de 
soro fisiológico estéril, em uma seringa de 1ml subdividida em 10 marcas. 
A cada marcação na seringa, temos 1U de toxina botulínica; a seringa cheia 
apresenta 100U de toxina botulínica. Com essa diluição, cada “risquinho” da 
seringa tem 1U. Pode-se utilizá-la quando o profissional tem mais experiência 
e habilidade manual com a seringa.
Nas imagens seguintes, vamos ver as diluições de toxina botulínica em seringas 
de 1ml, mas subdivididas em 5 marcas. Vamos apresentar essa diluição para 
dar mais diversidade quando o aluno for adquirir a seringa de 1ml, que pode 
ser encontrada subdividida em 10 ou em 5, dependendo da localidade.
49
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
Figura 29. Diluição de toxina botulínica 100U em 2ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 5.
Seringa de 1ml, subdividida 
em 5, frasco de 100U de
toxina botulínica e 2ml de soro 
fisiológico 
1U 
5U
50U 
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 29, observamos a diluição sendo feita em seringas de 1ml, mas com 
a subdivisão de 5 marcas a cada 0,1ml. Mantivemos 100U de toxina botulínica 
e a diluímos em 2ml de soro fisiológico estéril. Dessa forma, a cada marca na 
seringa, há 1U de toxina botulínica, e a seringa cheia apresenta 50U. 
Figura 30. Diluição de toxina botulínica 100U em 1ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 5.
Seringa de 1ml, subdividida em
5, frasco de 100U de toxina 
botulínica e 1ml de soro 
fisiológico 
100U 
2U
10U
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 30, vemos a diluição de 100U de toxina botulínica em 1ml de soro 
fisiológico estéril, em seringas de 1ml subdivididas em 5 marcas. A cada 
marca da seringa, há 2U de toxina botulínica. Essa diluição deve ser feita por 
profissionais com muita experiência e habilidade manual com a seringa, pois 
a cada “risquinho” já será aplicada uma grande quantidade de toxina botulínica 
para alguns procedimentos estéticos, por exemplo. 
Veja, na figura 31, as diferentes combinações mais usuais e as práticas que 
podemos encontrar para diluições de 300U e 500U de Dysport®. Relembrando 
50
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
que as toxinas botulínicas não apresentam correspondência das suas unidades 
de medida com a potência do produto.
Figura 31. Diluição de toxina botulínica 300U em 1ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 10.
Seringa de 1ml, subdividida em
10, frasco de 300U de toxina 
botulínica e 1ml de soro 
fisiológico 
300U 
3U
30U 
Fonte: Elaborado pela autora.
Na representação da figura 31, vemos a diluição de 300U da toxina botulínica 
Dysport® em 1 ml de soro fisiológico. Com isso, a cada marca na seringa, há 
3U da toxina botulínica, e 300U na seringa cheia. 
Figura 32. Diluição de toxina botulínica 500U em 1ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 10.
Seringa de 1ml, subdividida em 
10, frasco de 500U de toxina 
botulínica e 1ml de soro 
fisiológico 
5U
50U 
500U 
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 32, vemos a diluição de 500U de Dysport® em 1ml de soro fisiológico, 
em uma seringa de 1ml subdividida em 10 marcas. A cada marca, há 5U de 
toxina botulínica, e 500U na seringa cheia. 
51
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
Figura 33. Diluição de toxina botulínica 300U em 1ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 5.
Seringa de 1ml, subdividida em 
5, frasco de 300U de toxina 
botulínica e 1ml de soro 
fisiológico 
6U
30U 
300U 
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 33, vemos a diluição de 300U de Dysport® em 1ml de soro fisiológico 
estéril, em seringa de 1ml subdividida em 5 marcas por 0,1ml. A cada marca, 
há 6U de toxina botulínica, e 300U na seringa completa. 
Figura 34. Diluição de toxina botulínica 500U em 1ml soro fisiológico, em seringa 1ml subdividida em 5.
Seringa de 1ml, subdividida em
5, frasco de 500U de toxina 
botulínica e 1ml de soro
fisiológico 
500U 
10U 
50U
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 34, vemos a diluição de 500U de Dysport® em 1ml de soro fisiológico, 
em uma seringa de 1ml subdividida em 5 marcas. A cada marca, há 10U de 
toxina botulínica, e 500U na seringa completa (LUPOSELI; MACHADO, 2019).
Geralmente, o profissional começa a usar uma marca comercial e se mantém 
com ela porque acaba conhecendo como ela se comporta, quanto tempo 
demora para começar a fazer efeito, quanto tempo demora para que esses 
efeitos acabem etc.
52
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
É muito difícil ficar trocando de marca comercial, em especial em relação ao 
Dysport®, que tem um comportamento diferente em relação a outras marcas, 
desde sua unidade de medida até seu comportamento biológico.
Depois de feita a diluição, é preciso fazer a antissepsia do local onde a aplicação 
será feita com algodão ou gaze e clorexidina a 2%; caso a paciente esteja usando 
maquiagem, é importante limpar a pele previamente com demaquilante ou 
água micelar.
Com a pele limpa, deve-se aplicar um anestésico tópico contendo prilocaína, 
lidocaína etc. Na figura 35, há duas opções de marcas comerciais. Uma delas é 
o Dermomax®, com lidocaína a 4%, e Medicaína®, com prilocaína e lidocaína 
a 5%. É importante aguardar de 30 a 40 minutos, dependendo da indicação 
de cada fabricante, para que a pomada faça efeito antes de se aplicar a toxina 
botulínica, para melhor sensação anestésica.
Figura 35. Anestésicos tópicos.
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Então fazemos o registro fotográfico, em repouso e em movimento, nos 
planos frontal e sagital. Em seguida, fazemos as demarcações dos pontos a 
serem aplicados com lápis de maquiagem branco, a fim de termos controle 
das quantidades e dos locais que irão receber a toxina botulínica. Depois de 
feitas as demarcações, devem novamente ser tiradas fotografias para registro. 
53
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
Por fim, fazemos a aplicação no músculo-alvo. As aplicações serão explicadas 
nas unidades seguintes.
Terminado o procedimento, damos ao paciente orientações de como cuidar 
na região. Essas orientações podem ser feitas por escrito, impressas em papel 
ou enviadas por e-mail.
O paciente não deve fazer esforços físicos intensos por um dia, a fim de manter 
a toxina no local de aplicação. Ele deve aplicar gelo na região para evitar 
hematomas e diminuir a dor pós-operatória; também não deve manipular 
a região onde houveaplicação, de forma a evitar qualquer infecção, e não 
abaixar a cabeça por até quatro horas.
Figura 36. Mesa organizada para aplicação de toxina botulínica.
 
Fonte: elaborada pela autora (2020).
Na figura 36, vemos uma bancada organizada com todo o material necessário 
para aplicação de toxina botulínica: substância para limpeza da pele (água 
micelar), algodão, soro fisiológico, seringa de 5ml, agulha, pomadas anestésicas, 
a própria toxina botulínica, seringas de 1ml e agulhas para aplicação na pele.
O paciente deve retornar ao consultório após 7 dias e novamente após 14 dias 
para controle dos resultados e novo registro fotográfico.
54
CAPÍTULO 2
Aplicações
Músculo frontal
O músculo frontal, na verdade occipitofrontal, é aquele formado por dois 
ventres um occipital e outro frontal (aqui vamos falar somente desse ventre 
mais anterior) unidos pela aponeurose craniana. 
O ventre frontal que é responsável pelas linhas de expressão da testa e levantam 
os supercílios está inserido na pele do supercílio. Essa é uma das aplicações 
mais comuns da toxina botulínica, quanto mais ativo esse músculo mais marcas 
de expressão temos. No dia a dia, usamos o músculo frontal para demonstrar 
espanto, surpresa, susto, medo, desdém (quando subimos a sobrancelha). 
Com a aplicação da toxina botulínica, suavizamos essas linhas de expressão 
e parecemos mais jovens.
Em alguns casos, podemos ver essas rugas mesmo com o paciente em repouso, o 
que nos mostra que talvez seja preciso usar mais unidades de toxina botulínica 
para suavizá-las; ou, ainda, que devemos avisar ao paciente sobre a possível 
necessidade de mais de uma aplicação para o resultado desejado.
Veja, a seguir, o protocolo básico para todos os pacientes.
1. Fazer a remoção de maquiagem (caso o paciente esteja usando), 
antissepsia com clorexidina 2%.
2. Demarcar com lápis as regiões a serem aplicadas; no músculo frontal, 
por ser extenso e fino, espalhar diversos pontos em forma de M ou W ao 
longo da superfície, com poucas unidades em cada ponto. Esses pontos 
devem estar entre as linhas imaginárias passando entre as pupilas. 
Deve-se escolher essa forma de distribuição para que todo o músculo 
receba a toxina. 
3. Usar, como padrão, em cada ponto, 2U de toxina botulínica tipo 
Botox® ou 5U Dysport®. Essas unidades podem sofrer alterações. 
Caso seja a segunda aplicação do paciente e ele desejar que o músculo 
fique mais paralisado, por exemplo, ou se o paciente já tem rugas 
mesmo em repouso, deve-se colocar mais toxina botulínica a fim de 
obter resultados satisfatórios. Vale lembrar-se de que, na dúvida, 
55
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
é melhor errar para menos, ou seja, colocar menos unidade para 
evitar que o paciente fique com aparência muito paralisada, uma 
vez que o efeito da toxina botulínica pode durar até quatro meses, 
causando desconforto ao paciente. 
4. Deve-se apagar, a cada ponto aplicado, a marcação com gaze ou algodão 
embebido em clorexidina 2% para não aplicar novamente na mesma 
região e para limpar o sangue que possa sair.
5. Notar as marcações em forma de M ou W dos pontos escolhidos para 
a aplicação, de modo a conseguir boa dispersão em pequenas doses 
por todo o músculo.
Na figura 37, podemos ver a adequada posição de penetração da agulha: 
somente a ponta e num ângulo de 45º em relação a pele. Uma pequena pápula 
irá se formar após a aplicação, essa pápula tende a desaparecer rapidamente, 
no mesmo dia da aplicação.
Figura 37. Pontos em M ou W do músculo frontal.
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/botulinum-toxin-neurotoxic-protein-produced-by-1321979243.
Alguns pacientes podem ter o desejo de arquear as sobrancelhas com a 
toxina botulínica. Quanto mais caída a sobrancelha mais sensação de 
cansaço e de aspecto envelhecido. Devemos estar atentos para o desenho da 
sobrancelha do paciente. Ademais, se, por acaso, houver micropigmentação 
a sobrancelha terá um comprimento diminuído e, portanto, o ponto 
de aplicação para deixá-la arqueada deve ser repensado. Esse ponto é 
56
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
escolhido entre as pupilas onde se deseja fazer o desenho de arqueada, 
logo acima das sobrancelhas; assim, quanto mais alto, mais arqueada irá 
ficar. Outro aspecto a ser considerado são as diferenças entre os lados 
direito e esquerdo. Às vezes, um lado é mais alto que o outro, com a 
toxina botulínica podemos corrigir isso. Usa-se 2U de toxina botulínica 
tipo Botox® ou 5U Dysport®.(KANE; SATTLER, 2016).
Figura 38. Pontos para arquear sobrancelhas.
* * * *
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/smiling-excited-woman-finger-gesture-great-1438977743.
Figura 39. Comparativo da testa.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/girl-forehead-wrinkles-before-after-procedures-1343058893.
Glabela
Glabela é o espaço entre as sobrancelhas, abaixo da testa e acima do nariz, faz 
parte do osso frontal e é um ponto antropométrico importante sinalizando 
a parte mais acentuada da face. É usado nos traçados para tratamentos 
ortodônticos. Os músculos presentes nessa região são o: prócero, corrugador 
do supercílio e orbicular do olho (ventre orbital) (MADEIRA, 2004).
57
APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
O prócero – músculo pequeno, vertical – encontra-se entre os olhos e é vizinho 
aos músculos frontal e orbicular dos olhos. Ele está inserido no osso nasal e 
na pele do supercílio. A contração dele causa o tracionamento da pele para 
baixo. (MADEIRA, 2004)
Figura 40. Músculo prócero.
Músculo prócero 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/human-anatomy-face-9873529.
O corrugador do supercílio é um músculo horizontal que tem origem no osso 
frontal e estende-se até a extremidade lateral do supercílio; é recoberto pelos 
músculos orbicular do olho e frontal. 
Figura 41. Músculo corrugador de supercílio.
Frontal 
Corrugador de supercílio 
Orbicular do olho 
Temporal 
Prócero 
Nasal 
Osso frontal 
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/muscles-bones-face-detailed-bright-anatomy-796680076.
58
UNIDADE III | APLICAÇÕES ESTÉTICAS
O músculo orbicular do olho (ventre orbital) passa a frente do músculo 
corrugador do supercílio em direção medial à pele da fronte, quando em ação 
causa o tracionamento da parte medial dos supercílios para o centro e para 
baixo. 
Figura 42. Músculo orbicular do olho.
orbicular do 
olho
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/human-anatomy-face-jawcheek-nose-muscular-616949141.
A contração desses três músculos causa rugas também na região da glabela. 
As linhas de expressão nessa região se apresentam verticais e causam aspecto 
de braveza. 
Veja o protocolo de aplicação.
1. Fazer a remoção de maquiagem (caso o paciente esteja usando), antissepsia 
com clorexidina 2%.
2. Demarcar com lápis as regiões a serem aplicadas; pedir para o paciente 
franzir a testa; e marcar a região onde as rugas ocorrem, em torno de dois 
a três pontos – é uma região geralmente bem dolorida. A injeção deve ser 
aplicada verticalmente, com metade do comprimento da agulha.
3. Usar, como padrão, em cada ponto, 2U de toxina botulínica tipo Botox® 
ou 5U Dysport®. Essas unidades podem sofrer alterações; quanto mais 
aprofundada a ruga na região, maior a dose.
4. Deve-se apagar, a cada ponto aplicado, a marcação com gaze ou algodão 
embebido em clorexidina 2% para não aplicar novamente na mesma região 
e para limpar o sangue que possa sair.
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APLICAÇÕES ESTÉTICAS | UNIDADE III
Figura 43. Pontos de aplicação na glabela.
* *
Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/botulinum-toxin-neurotoxic-protein-produced-by-1321979228.
Músculo orbicular do olho
O músculo orbicular do olho está situado ao redor da órbita ocular, passando 
dos limites ósseos dessa, é um músculo com sua inserção quase que somente na 
pele exceto por dois pontos: na maxila e no osso lacrimal. Ele recobre outros 
músculos

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