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Desvendando os aspectos Funcionais dos procedimentos de Harmonização Orofacial O Funcional da HOF Cirurgiã-Dentista formada pela UFRJ • Especialista em Prótese Dentária • Acupunturista e Pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa • Terapeuta Neural Odontológica • Pós-graduada em Harmonização Orofacial • Pós-graduada em DTM, Dor Crônica e Distúrbios do Sono • Pós-graduada em Implantodontia • ThetaHealer ® e Access Consciousness Bars® practioner • Prof. de Harmonização Orofacial Funcional • Prof. de Terapia Neural Dra. Juliana Varão Índice O Sistema Estomatognático ..........................................6 Como tratar o Sistema Estomatognático com Toxina Botulínica ........................12 Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico .......................15 Drenagem Linfática .......................................................30 Referências Bibliográficas ..............................................33 Canais de Comunicação ................................................37 Produzi este material com muito carinho, para uma Classe que está sempre em cresci- mento e evolução. Seria impossível separar o aspecto funcio- nal do aspecto estético na Ciência da Odon- tologia, no entanto, vale a pena relembrar aqui quais funções podemos e devemos tra- balhar rotineiramente, utilizando alguns ma- teriais específicos como a toxina botulínica e o ácido hialurônico; que nos possibilitarão excelentes resultados funcionais e benefícios estéticos consequentemente, provocando a melhora no organismo, na autoestima e no bem-estar dos pacientes. Desde 2014 ministrando aulas de HOF (toxina, preenchimento, fios, bichectomia e redução de gordura submentual, MD Codes, fibrinoterapia) e Terapia Neural, com o Prof. Joel Alves, acompanhando os pós-operató- rios, observávamos que as queixas estéticas estavam sempre relacionadas a outras ques- tões mais profundas, emocionais (psicosso- máticas) ou físicas (relacionadas a perdas de substâncias e estruturas). Sendo assim, sempre orientávamos os alunos quanto à real causa do problema em questão, física ou emocional (através da Te- rapia Neural) antes de realizar o tratamento. Neste e-book, eu fiz um resumo dos as- pectos funcionais de diversos procedimentos realizados em Harmonização Orofacial. Juliana Varão A graduação de Odontologia é ini- ciada no estudo de todo o corpo hu- mano em seus aspectos anatômicos, fisiológicos, bioquímicos, embrioló- gicos, histológicos, genéticos, pato- lógicos, farmacologia aplicada, etc. Obviamente um ser humano jamais poderia ser segmentado de maneira real no estudo de uma profissão tão importante para a sua saúde. Em um segundo momento, a gra- duação passa a ser baseada no estu- do detalhado do Sistema estomatog- nático, tido como a área de atuação do cirurgião-dentista, em todos es- tes aspectos que antes eram vistos de uma forma generalizada em todo o corpo. O Sistema Estomatognático O Sistema Estomatognático 7 Localiza-se na região craniofacial. Seus limites aproximados estão em um plano frontal nos processos mastoides, e em dois planos horizontais, um passa superiormente ao rebordo infraorbitário e o outro abaixo do osso hioide. O Sistema Estomatognático O Sistema Estomatognático 8 • Lábios; • Língua; • Dentes; • Gengiva; • Bochechas; • Orofaringe • Glândulas salivares; • Soalho de toda a boca; • Freios lingual e labiais; • Maxilares; • Gânglios linfáticos; • Seios paranasais; • A.T.M. • Ossos da base do crânio, maxila, mandíbula, hioide • Músculos orofaciais e relacionados; • Pele do território orofacial. O Sistema Estomatognático é composto por: O Sistema Estomatognático 9 O que é o Sistema Estomatognático? O Sistema Estomatognático é uma unidade anátomo-funcional formado por estruturas da face, cabeça e pescoço, estáticas (passivas) e dinâmicas (ativas): ›Estáticas (passivas): Osso maxila (e todas as suas partes), mandíbula, ATM, arcos dentários, ossos da base do crânio e hióide. ›Dinâmicas (ativas): unidades neuromusculares que movimentam as estáticas, são os músculos mastigatórios, supra e infra-hioideos, ligamentos, língua, lábios e bochecha. Essas estruturas estáticas e di- nâmicas atuam em conjunto, har- moniosamente e controladas pelo SNC (Sistema nervoso central) realizando as seguintes funções estomatognáticas: 1. Comer 2. Succionar, 3. Respirar, 4. Deglutir, 5. Falar, 6. Mastigar 7. Sorrir 8. Beijar 9. Expressar sentimentos. (Brito, D.O.) (Tanigute, C. C.) O Sistema Estomatognático 10 Como todo sistema, ele tem características próprias, mas depende do fun- cionamento de outros sistemas, e está intimamente ligado a eles, como o nervoso, o circulatório, o endócrino, e todos em geral, porque não constitui uma unidade separada do resto do organismo, mas se integra estritamente a ele. Tanto nos estados de saúde como nos de enfermidade, o sistema es- tomatognático pode influir sobre o funcionamento de outros sistemas como o digestivo, respiratório, metabólico-endócrino etc. (C.R. Douglas) Há uma estreita relação anatomofuncional entre o sistema mastigatório, a região cervical e a ATM. Costa et al.2011 Qualquer desordem de uma dessas estruturas desencadeia um desequilíbrio generalizado. (Bianchini E.M.G.) DALL’MAGRO A. K. et al. 2015 / Radlanski, Ralf J. A face. 2016 O Sistema Estomatognático 11 A Dinâmica Funcional do Envelhecimento do Sistema Estomatognático A observação do envelhecimento além da estética nos faz enxergar a sua dinâmica de evolução seja fisiológica ou patológica (acelerada por danos ao organismo). A perda de volume e “beleza” dos tecidos gera e é gerada por diversos fa- tores. A perda óssea, perda de volume dos compartimentos de gordura, per- da de elasticidade da pele, perda de força contrátil muscular, perda de água nos tecidos, perda de eficácia linfática, perda de irrigação sanguínea, redu- ção de turnover celular, perda de elementos dentários e/ou desgaste oclusal dos mesmos gerando diminuição da DVO, dentre outros. Temos a nossa disposição inúmeros, na verdade quase infinitos, produtos e substâncias que podemos utilizar para determinadas questões funcionais com as quais nos deparamos em nossa área de atuação, o sistema estomatognático. O correto diagnóstico com uma boa conduta no planejamento e tratamen- to, por si só, já alcançam uma melhora no quadro, e consequentemente na harmonia facial; e aqui vamos eleger dois produtos que são muito utilizados, normalmente, de maneira superficial, para estética, mas que são de exce- lente escolha para utilização terapêutica nos consultórios odontológicos: a Toxina Botulínica e o Ácido Hialurônico. Como tratar o Sistema Estomatognático com Toxina Botulínica Como tratar o Sistema Estomatognático com Toxina Botulínica 13 Como tratar o Sistema Estomatognático com Toxina Botulínica A utilização da Toxina provoca: • Relaxamento muscular – tem ação sobre os músculos estriados e sobre o reflexo de estiramento. • Ação antinociceptiva – bloqueio da liberação de peptídeos relacionados com a dor. • Relaxamento de terminais do SNA – Ação sobre as glândulas salivares, sudoríparas e lacrimais. • Efeitos diretos e indiretos sobre o SNC. A Toxina, no tratamento da dor atua de algumas formas, a mais conhe- cida é inibindo diretamente o nociceptor, através da inibição de liberação dos neuropeptídios glutamato, CGRP (relacionado ao gene da calcitonina) e substância P; responsáveis pela neurotransmissão e/ou sensibilização perifé- rica e central da via de dor. COLHADO, BOEING, ORTEGA. 2009 / (Sposito, 2010) (Alves, J. 2014) / JUNQUEIRA & CARNEIRO 2009 Como tratar o Sistema Estomatognático com Toxina Botulínica 14 Também atua normalizando a hiperatividade muscular; Reduz a excessi- va atividade do fuso muscular; pelo fluxo neuronal retrógrado para o SNC; e em outros neurotransmissores e neuropeptídios, o que explica a sua ação anti-inflamatória eanalgésica. DALL’MAGRO A. K., 2015 A Toxina pode ser aplicada em adultos de quaisquer idades, salvo as condições contra-indicativas. Sua aplicação pode ser realizada a partir dos 2 anos de idade, em caso de extrema necessidade e em centros hospitalares especializados. BAUMANN, 2003 Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 16 Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico O Ácido Hialurônico, basicamente HIDRATA, pois é altamente hidrofílico e estimula a ativação de mais de 100 genes, funciona também como mio- modulador, e estimula bastante a elasticidades dos tecidos, é um polissa- carídeo (glicosaminoglicano) presente nos tecidos do corpo, como pele e cartilagem, e é o maior componente da matriz extracelular na maioria dos tecidos, sob condições fisiológicas se liga à água e incha quando em forma de gel, resultando em contornos de tecido mais lisos e mais cheios. O ácido Hialurônico é um polímero de alto peso molecular (≥ 105 Da) que consiste em dissacarídeos repetidos de N-acetilglicosamina e ácido glicurônico, com vários milhares de moléculas de açúcar na sua estrutura. FATIN A.; AWARTANI; DIMITRIS; TATAKIS A viscosidade das soluções de áci- do hialurônico aumenta com concen- trações maiores e suas característica própria reológicas o tornam um lu- brificante ideal no reino biomédico, além disso tem alta biocompatibili- dade. A Modificação química cross- -link (reticulação) do ácido hialurô- nico resulta em um material que se degrada mais lentamente (devido à diminuição da do ácido hialurônico são usadas como preenchimentos, são fabricadas a partir de fontes bac- terianas ou animais, e seus efeitos clínicos duram média 6-12 meses. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 17 Sendo assim, a utilização dessas duas substâncias como neuromodulado- res (toxina) e miomoduladores fornecem à odontologia uma perspectiva po- tencializada de tratamentos terapêuticos direcionados às causas físicas do dano e queixa do paciente, com resultados mais seguros e, inexoravelmente, consequências estéticas, em sua extensa área de atuação, o Sistema Estomatognático. Os músculos esqueléticos têm uma grande diferença em relação aos mús- culos miméticos (da face), incluídos no Sistema Estomatognático, pois os miméticos não têm tendões (exceto pelos esfinctéricos) e se inserem na pele, ou seja, a elasticidade da pele e do tecido conjuntivo é a fonte primária do componente elástico da relação comprimento-tensão destes músculos. A perda de elasticidade da pele no envelhecimento altera a relação com- primento-tensão para a musculatura mimética, pois a capacidade do mús- culo de retornar ao repouso após a contração e manter a posição de repou- so da pele é diminuído. Além disso, a perda de elasticidade, juntamente com a diminuição de volume no compartimento de gordura e massa óssea, leva à flacidez da pele, que alonga ainda mais o músculo facial em um efeito dominó. Prejudicando assim o funcionamento harmônico e e ideal de todo o Sistema. O sistemas de polias fixas biomecânicas alteram o ângulo de ação dos músculos, e o sistema de alavancas aumentam sua mecânica e vantagem, aumentando a força muscular ou deslocamento. DE MAIO. M. 2018 Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 18 Sistema de “polias” e seu envelhecimento provocando danos ao funciona- mento ideal da musculatura da mímica facial, do sistema estomatognático. EnvelhecimentoJuventude Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 19 Na Terapêutica da Odontologia já se usa há bastante tempo a toxina botu- línica como neuromodulador para diversas condições de: • Dor orofacial crônica, • Cefaleia temporal, • Distonia craniana e cervical, • Distonia oromandibular, • DTMs, • Hipertrofia dos músculos mastigatórios e relacionados, • Deslocamento de disco, • Espasticidade, • Dor pós-herpética, • Limitação de movimentos mandibulares, • Bruxismo e apertamento, • Ronco, • Sialorréia, • Assimetrias faciais e mastigatórias, • Respiradores bucais, • Paralisias faciais, • Sorriso gengival, • Liberação de vetor de crescimento ósseo, etc. Diferença entre DISTONIA e ESPASTICIDADE DISTONIA Normalmente de origem central Movimentos Involuntários torcionais e repetitivos Acomete músculos de contração normalmente voluntária Pode ser focal, segmentar ou generalizada ESPASTICIDADE Normalmente de origem periférica Perda do Comando Central ou medu- lar, que inibe a excitação excessiva É a hiperexcitabilidade de certos grupos musculares Como um contratura persistente, deformante Shilpa et al. 2014 / ANVISA. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 20 Na mastigação temos a atividade dos seguintes músculos: • Elevadores- masseter, temporal e pterigóideo medial e • Protrusor-pterigóideo lateral. Podemos lançar mão da Toxina Botulínica nos MM. Mastigatórios em diversos casos, dentre eles: • Hipertrofia mastigatória • Hipercontratilidade bilateral ou unilateral: ›Dificultando o desenvolvimento natural ósseo em seu vetor de crescimento, ›Gerando assimetria óssea em fase de crescimento, ›Dificultando a movimentação fisiológica do côndilo da ATM, ›Dificultando a mastigação. • Temporal – amenizar a cefaleia secundária relacionada à DTM; para liberar a movimentação do processo coronóide em aplicação conjunta com masseter (em DTMs precisamos aplicar nos dois músculos para não exacerbar a sua atividade contrátil por compensação). Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 21 Músculos da Mímica Facial: Podemos utilizar a toxina botulínica nos mm. para: • Mentual – liberar o crescimento ântero-inferior mandibular; liberar as fibras antagonistas do orbicular dos lábios; aliviar pressão sobre a região para o tratamento ortopédico-facial e ortodôntico, relaxamento do platisma. • Abaixador do lábio inferior – liberar tração sobre lábio inf. facilitando tratamento ortodôntico e fonoaudiológico, facilitar o selamento labial. • Abaixador do ângulo da boca- auxiliar em reabilitações dentárias, inclusive no aumento de DVO, aumentar e elevar o canto do corredor bucal, prevenir acúmulo de saliva na comissura e queilite angular, corrigir assimetria muscular do sorriso, ajustar determinados fonemas. • Risório – ajustar o corredor bucal extenso e assimetria muscular do sorriso • Orbicular dos lábios- aumentar o selamento labial, auxilia tratamento ortodôntico no posicionamento labial, auxiliar no abandono do cigarro. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 22 Músculos da Mímica Facial: Podemos utilizar a toxina botulínica nos mm. para: OBS.: Modíolo é uma região de encontro muscular altamente importante na reabilitação oral e planejamento de prótese dentária. • Depressor do septo nasal – melhorar a respiração dos respiradores bucais em tratamentos de ortopedia/ ortodontia/ reabilitação oral. Redução do sorriso gengival. • Elevador do lábio superior e ELSA– Reduzir o sorriso gengival, aumentar o selamento labial. • Platisma – Prevenir a tração de todo o terço inferior da face no sentido inferior, trazendo todo o conjunto tecidual e prejudicando assim as atividades funcionais da musculatura elevadora. Liberar o antagonista temporal em casos de DTMs (os dois precisam ser aplicados na mesma sessão). Modíolo Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 23 Músculos da Mímica Facial: Podemos utilizar a toxina botulínica nos mm. para: • Frontal- Auxiliar no relaxamento de toda a musculatura envolvida na cefaleia secundária da DTM, em casos mais severos, sendo o temporal o músculo mais forte da mastigação, suas fibras se entrelaçam com fibras do frontal na porção supraorbicularlateral. Como a musculatura representa um sistema integrado, aplicando no fron- tal, por pura sensatez fisiológica e morfofuncional, para que não ocorra um efeito anti-estético, sendo este impedido de ser corrigido devido ao proto- colo de não aplicação da toxina por um período menor que 3 meses, é reco- mendado que se aplique no prócero e nos corrugadores. O efeito anti-esté- tico que pode ocorrer é o efeito de “sombreamento” por conta da contração natural destes músculos exacerbada devido à paralisação do frontal, semelhante ao “sinofris” (confluências das sobrancelhas), mais conhecido como “monocelha”. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 24 Podemos utilizar a toxina nas Glândulas salivares: Para a redução de produção de saliva, e consequente redução em seu vo- lume estrutural. Melhora a mastigação, fonação e bem-estar social. É importante frisar que o uso da Toxina Botulínica exige intervalos entre as aplicações, de pelo menos 3 meses, para que não ocorra a imunização. Sendo assim, como o cirurgião-dentista é um profissional que tem por obrigação cuidar da saúde e do bem-estar do paciente, é mister observar esses intervalos caso o paciente tenha o costume, ou pretensão de realizar a aplicação com profissionais de outras áreas para outros fins, como pura- mente estéticos ou em glândulas sudoríparas. Para a segurança do mesmo, durante tratamentos funcionais, devem ser completamente interrompidas estas aplicações estéticas com dermatologis- tas, cirurgiões-plásticos e etc, para que não ocorra o “efeito vacina”, até 3 meses após o fim do tratamento. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 25 Podemos lançar mão do Ácido Hialurônico em casos de: • Reposicionamento tecidual • Masseter- Hipotrofia muscular (sem comprometimento neural) com prevenção à hipotonia (uma das causas pode ser a perda de elementos dentários posteriores) no ângulo da mandíbula; Ou para reduzir a força contrátil em casos de bruxismo, apertamento, tórus mandibular e excesso de crescimento ósseo horizontal vestibular posterior. • Temporal- Lipodistrofia com intuito de reestabelecer o amortecimento (polia), na contração exacerbada e dolorida; • Lubrificação da ATM (artrocentese e viscossuplementação). Vale a pena ressaltar que o uso de ácido hialurônico como miomodulador visa melhorar o efeito contrátil natural do músculo. Caso o músculo esteja enfraquecido, por perda de tecido muscular, de su- porte de gordura (polia) e alavanca (ósseo), ou ainda alongamento de com- primento ente a origem e a inserção, consequentemente falhando em sua funcionalidade no sistema estomatognático, devemos aplicar o AH justaósseo para melhorar o fulcro e assim reabilitar o músculo em sua atividade contrátil. Caso o músculo esteja em hipercontratilidade, por encurtamento do com- primento entre origem e inserção, ou por excesso de atividade muscular, devemos aplicar o miomodulador no próprio músculo, para dificultar a sua contração, sem alterar o seu sistema neurotransmissor. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 26 Podemos lançar mão do Ácido Hialurônico nos seguintes mm. em casos de: • Mentual – Reduzir a contratilidade excessiva liberando o lábio e a força exercida pelo mesmo sobre os dentes, OU Aumentar a eficácia da contratilidade facilitando o selamento labial e a sucção. • Abaixador do lábio inferior – Reduzir sua contratilidade e facilitar o selamento labial, OU aumentar dando mais harmonia ao sorriso evidenciando a incisal dos incisivos inferiores. • Abaixador do ângulo da boca – Reduzir a sua contratilidade para elevar o modíolo, crucial em reabilitações dentárias, melhorar a dinâmica contrátil do orbicular, e aliviar a contração do zigomático antagonista, OU aumentar a eficácia contrátil caso o zigomático eleve a comissura além do ideal. • Orbicular dos lábios – Liberação da hipercontratilidade, liberando a força exercida sobre os dentes; lubrificação tecidual com prevenção de perda funcional. • Lábios – vedamento labial, aproximação de proporção áurea em relação aos dentes, amortecimento anterior dos elementos dentários, ajuste de fonemas, prevenção de ressecamento dos elementos anteriores e gengiva, auxílio no tratamento de respiradores bucais com o selamento labial e melhora na sucção. • Zigomático menor – Redução da hipercontratilidade no sorriso gengival, OU aumento do fulcro contrátil para aumentar a amplitude do sorriso. • Zigomático maior – Redução na hipercontratilidade da rima do sorriso, OU aumento no fulcro para eleva-lá. • Levantador do lábio superior e ELSA – Redução do sorriso gengival, OU elevação do sorriso Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 27 Podemos lançar mão do Ácido Hialurônico em base óssea (supraperiosteal) em casos de: • Arco zigomático – devolver ou melhorar o fulcro e a alavanca de contração dos músculos zigomático maior e menor, melhorando o sorriso e sua simetria; pós tratamento de paralisia facial com algumas sequelas na eficácia contrátil. Em região mais lateral para o masseter, em casos de perda dentária posterior e consequente perda na força muscular; • Mento – Compensar a perda de massa óssea, como alavanca na capacidade contrátil do músculo e sua função de elevar os lábios, dando selamento labial adequado. • Espícula nasal- aumento na distância do lábio superior à columela e ponta do nariz, melhorando a respiração em respiradores bucais e o design do sorriso. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 28 Podemos lançar mão do Ácido Hialurônico em base óssea (supraperiosteal) em casos de: • Pré-maxila – Reestruturação de base e fulcro para toda a musculatura responsável pela dinâmica perioral superior e sua eficácia no sistema estomatognático, fonação, mastigação, otimização da respiração nasal (dificultando a bucal) e sucção. • Mandíbula – Em ângulo podemos melhorar o fulcro de contração massetérica, e reposicionar tecido melhorando também a contração platismal e sua dinâmica. Na borda externa da mandíbula também alteramos fulcro e alavanca de masseter, assim como de platisma, melhorando a capacidade contrátil e permanência de todo o conjunto superficial de terço inferior, pertencente ao sistema estomatognático em seu posicionamento ideal, reduzindo também a velocidade de reabsorção óssea, exceto se houver patologia associada. Como tratar o Sistema Estomatognático com Ácido Hialurônico 29 Podemos lançar mão do ácido hialurônico em: Black spaces de Papilas interdentais, para aumentar o seu volume, tanto em altura como em espessura, retomando a saúde do periodonto por evitar impactação alimentar, proteção do espaço biológico, melhorar a fala e fonemas, etc Drenagem Linfática Drenagem Linfática 31 Drenagem Linfática E não poderia deixar de mencionar... A Drenagem linfática é sempre essencial para melhorar o funcionamento de todo o sistema estomatognático, fluxo hídrico mantém não somente a saúde dos tecidos, mas masteriza a distribuição nutricional dos mesmos. Anatomia Netter - 2ª Ed. - 1984 Drenagem Linfática 32 Linfonodos e vasos linfáticos a partir da língua (visão sagital) 1. Linf. Submentonianos 2. Linf. Submandibulares 3. Linf. Cervicais Profundos 4. Linf. Júgulo-digástrico 5. Linf. Júgulo-omo-hióideo (visão frontal) 1. Linf. Submandibulares 2. Linf. Cervicais Profundos 3. Linf. Júgulo-digástrico 4. Linfonodo Júgulo-omo-hióideo Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas 34 Referências Bibliográficas 1. Liard, Ruiz Latarjet. Anatomia Humana, Editora Médica Panamericana, 2° Edição,São Paulo, 1996. 2. Guyton. Fisiologia Humana, Guanabara Koogan, 6° Edição, Rio de Janeiro, 1984. 3. Godoy, José Maria Pereira. Drenagem linfática manual: novo conceito 4. Netter. Atlas de Anatomia Humana. 2016 5. Maciocia. Giovani. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. 1996 6. Bocci, Velio. Ozone, a new medical drug. 2005 7. C. R.Douglas.; Tratado de Fisiologia Aplicado à Saúde; 5 º edição; Guanabara Koogan 8. Tanigute CC. 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Como todos os outros siste- mas do organismo, ele também só funciona bem quando todas as suas peças estão em plena harmonia funcional. “Inteligência é a Habilidade de se adaptar às mudanças” Stephen Hawking Canais de Comunicação Canais de Comunicação 38 Aguardo você, com seus comentários e suas dúvidas! Inscreva-se nos nossos canais de comunicação Para estarmos sempre juntos e discutindo temas super importantes e pertinentes para o crescimento da nossa Odontologia e Harmonização Orofacial Funcional. Super bjs Dra. Juliana Varão Desvendando os aspectos Funcionais dos procedimentos de Harmonização Orofacial O Funcional da HOF Juliana Varão no Youtube: Juliana Varão no Facebook: Juliana Varão no Instagram:
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