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Caderno de Direito Constitucional e Administrativo

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Caderno de Direito Constitucional e Administrativo
AULA 01: Gerações de Direitos – Implementação pelo Poder Judiciário
Direitos humanos fundamentais – óticas filosófica, histórica, sociológica e normativa
1 Perspectiva histórica
Direitos fundamentais são oriundos de um processo histórico. Sérgio Resende de Barros entende que os direitos são produtos históricos; surgem, se desenvolvem a partir de necessidades sociais (direitos humanos, paradoxo da civilização). A partir das relações sociais as pessoas refletem sobre suas necessidades e fixam fins que justificam as relações sociais, e que formam com o tempo valores (vida, saúde, paz, liberdade, que se transformam em deveres. Direitos só são direitos dentro das relações sociais. Os deveres se tornam normativos para com a coletividade.
2 Noções
Direitos do homem: refere-se ao ser humano – Declaração dos Direitos do homem; Direitos humanos: Direitos na ordem internacional; deviram essencialmente dos tratados internacionais. Direitos fundamentais: Jorge Miranda – são aqueles que se encontram positivados na ordem interna de cada Estado. 
3 A liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos 
Benjamin Constant: Distingue a definição de direito para os antigos e para os modernos. A liberdade é analisada em cada momento conforme a sua necessidade.
A liberdade dos antigos mais se aproxima de um regime de deveres; “consistia em exercer coletiva e diretamente várias partes da soberania, ao mesmo tempo em que admitiam como compatível a sujeição do indivíduo à autoridade do conjunto. Todas as ações privadas estavam sob uma vigilância severa. Nada era concedido à independência individual, nem no tocante à religião”. 
4 Nomenclatura 
Karel Vasak (1979) – Idealizador. 
Gerações de direitos é uma nomenclatura de origem francesa. São três gerações: direitos de igualdade, liberdade e fraternidade. Assim tais gerações seguiriam a lógica da Revolução Francesa. Uma geração não exclui nem nega a outra.
5 Didatismo e a ideologia do dado
1º liberdade: 1789 – Declaração dos direitos do homem e do cidadão, França.
2º igualdade (direitos sociais): Constituição de Weimar, Constituição do México (1917)
3º Solidariedade: Carta de Banjul.
Ideologicamente (falsa representação da realidade) foram adotadas essas divisões. Norberto Bobbio criticava essa interpretação dos direitos.
Ideologia do dado: quando não se contesta a informação – crer que algo pura e simplesmente foi dado.
6 O Estado, o indivíduo e a Constituição
O Estado como hoje é conhecido nem sempre existiu; o Estado é assim compreendido a partir de Maquiavel – e isso marca a centralização dos territórios a um poder. O Estado tem a conotação de delimitação territorial.
Na passagem do feudalismo para a idade moderna, começa a se formar uma base territorial que trava relações diferentes de poder. É com a aquisição dos direitos pessoais (fim das relações servis – Revolução Francesa) que se marca esse período.
Revolução Francesa, Inglesa e Americana: todas travam conflitos de uma base populacional em busca de direitos – liberdades. Até então as pessoas não eram livres. É na Rev. Franc. que emerge uma declaração de direitos.
Nos Estados absolutistas existiam concessões de direitos (que poderiam ser revogados a qualquer momento) não se relacionando com os direitos individuais. 
Rousseau: Todo o poder emana do povo, e não de Deus; todos nascem livres e iguais.
A formação das liberdades se dá com as liberdades individuais e os direitos políticos; eles se forma com o liberalismo e a evolução do modo de produção capitalista.
Direitos característicos desse momento: liberdade em geral; liberdade de locomoção, de opinião e de expressão, direito à segurança, direito de propriedade, entendido como liberdade de usar e dispor de seus bens.
Na tradição francesa os direitos fundamentais de primeira geração são: naturais (inatos), abstratos (perntencentes a todo gênero humano), imprescritíveis (não se perdem), inalienáveis (não podem ser transferidos), individuais e universais. Essa geração se caracteriza pela liberdade individual e igualdade formal.
7 A formação dos direitos de igualdade: direitos sociais, econômicos e culturais
Surgem novas relações econômicas, mas inicialmente não há igualdade de condições (igualdade material). Muda a relação entre indivíduo e Estado; o Estado passa a intervir nas relações sociais. 
A primeira positivação dos direitos sociais se dá na Constituição de Weimar (1919), mas tendo precedentes na Constituição mexicana de 1917, na Constituição francesa de 1848.
O papel do Estado muda: exige-se a elaboração de leis que protejam as pessoas. Verifica-se categorias sociais hipossuficientes que necessitam proteção especial.
8 A terceira geração de direitos: os direitos de solidariedade
Surgem após as guerras mundiais. Sua nomenclatura exprime a razão histórica da defesa dos direitos trans-individuais. Direito à paz, ao desenvolvimento humano, ao meio ambiente, ao patrimônio comum da humanidade.
Manuel Gonçalves Ferreira Filho: a gama de direitos da terceira geração tem se ampliado, incluindo-se o direito à autodeterminação dos povos, alimentação básica e tantos outros.
Marcos históricos:
Carta africana de direitos – Banjul 1981 (direito ao desenvolvimento);
Pacto internacional de direitos civis e políticos de 1966 (direito à paz).
9 A implementação dos direitos pelo Poder Judiciário – pressupostos
Relação entre direito e Estado, em especial com o Judiciário. STF atua como guardião da Constituição, a quem cabe promover a implementação dos direitos.
Durante muito tempo se concebeu que ao Judiciário caberia apenas interpretar a lei, não raro deixando-se de implementar a lei – em especial no que concerne às normas de conteúdo programático.
Desde a promulgação da CF/88 a atuação do STF vem se modificando no sentido de ampliar os direitos fundamentais.
Neoconstitucionalismo firma mudança na qualidade do intérprete, que passa a ter o papel de construção de significados da norma. Na teoria alemã, o ato de interpretação e de aplicação são conjuntos.
Quando o Judiciário verifica uma omissão do Executivo na concretização do direito fundamental, tem atuado em políticas públicas. É o que ocorre quando as pessoas recorrem ao Judiciário pleiteando medicamentos.
ADPF 45 altera uma forma de atuação do Judiciário.
Existe uma politização do Judiciário e judicialização da política?
AULA 02: PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO
As relações de poder: O Estado, os direitos e a Constituição
Paulo Bonavides: toda teoria dos direitos fundamentais está necessariamente ligada a uma teoria e concepção de Estado e de Constituição.
Uma relação de poder se dá na medida em que tem choques sociais construídos historicamente.
Dalmo de Abreu Dallari: três posições fundamentais acerca do surgimento do Estado:
> O Estado teria sempre existido;
> O Estado nem sempre teria existido;
> O Estado seria a sociedade política dotada de certas características bem definidas.
Relação de poder dominantes e dominados.
Rousseau – A origem da desigualdade: Afirma que a origem da desigualdade se dá na demarcação d território – propriedade privada.
George Jellinek: Classifica o Estado em diversos períodos históricos: oriental antigo, romanos, idade média e Estado Moderno.
As características do Estado moderno se definem na passagem da Idade Média para a moderna, na região da Europa central, onde houve uma concentração do território sob o julgo de um poder.
Do Estado absoluto ao Estado democrático hoje
O Estado absoluto surge com a formação dos Estados nacionais; relacionada com a monarquia. O monarca concentra todo o poder – é livre da lei e desvinculado dela.
Principais classificações do Estado
Estado absoluto: Surge com a queda do Império Romano, que se fragmenta em vários reinados. Existe uma sobreposição de poderes: vassalagem. Inexistem os direitos modernos.
Estado liberal: Existe uma repartição de poderes, observando-se os direitos e se estabelecendo uma igualdade formal.
Estado de direito – pressupostos: democracia legal (a lei é a expressão davontade geral, do povo), o da igualdade legal (a lei é igual para todos e todos são iguais perante a lei) e o da vinculação legal (somente a lei pode determinar a conduta social do indivíduo).
Estado social: Sec. XX – exigências que surgem com as relações de trabalho. Raymond Carré de Malberg – Sérgio Resende de Barros: evidencia que nem sempre um Estado onde impera a legalidade estrita é um Estado democrático. Busca por direitos sociais, econômicos e políticos. O Estado passa a intervir nas relações sociais para assegurar igualdade material, reformular a separação dos poderes (estando o Executivo mais próximo do cidadão). Funções do Estado: legislar, executar as leis e julgar.
Estado democrático de direito: Robert Dahl – Poliarquia: participação X oposição. Princípio da constitucionalidade: Constituição no centro das relações, e não a lei. Princípio democrático: garante a participação democrática. Sistema de direitos fundamentais; Estado promotor de direitos; justiça social (art. 170 CF/88).
Igualdade, divisão de poderes (art. 2º), legalidade (art. 5º, inc. II), segurança jurídica (art. 5º, inc. XXV).
AULA 03: DEVIDO PROCESSO LEGAL
Conceito
É o escudo da humanidade contra abusos do poder, em que ninguém poderá ser privado da vida, liberdade, propriedade e outros senão por meios pré-estabelecidos pelo direito.
Fontes do Direito
Fontes formais: Lei, costume, doutrina e jurisprudência.
Fontes materiais: Necessidade do direito que permite ao intérprete construir a norma.
Fontes históricas: Desenvolvimento histórico que permite compreender a imperatividade decorrente da utilização de termos que designam institutos jurídicos. Ex.: habeas corpus, mandado de segurança, devido processo legal.
Construindo o devido processo legal
Intervenção do Estado – os quatro status de Jellinek
Status passivo: Condição passiva; o homem é oprimido pelo poder por necessidade, a ponto de não perceber que está sendo oprimido.
Status negativo: Afasta o poder, busca a liberdade – fim da necessidade; trata da igualdade meramente formal nas relações de Estado.
Status positivo: É quando chama o Estado para que intervenha positivamente, buscando garantir a igualdade material.
Status ativo: A pessoa participa do poder, dizendo qual intervenção não fere a liberdade e que garante a igualdade material.
Que Estado é esse? Estado democrático de direito: que garante a liberdade e a igualdade material – ideologia constitucional – Estado de intervenção Mérida; equilíbrio entre igualdade e liberdades.
O que é o direito? É a intervenção do Estado sobre a liberdade precedido por normas jurídicas. A finalidade do direito é a justiça.
Quem está no poder? Sistemas de governo (presidencialismo, parlamentarismo e ditadura) que se diferenciam elas formas de divisão das funções (executivo, legislativo e judiciário). 
Devido processo legal
Dever de quem está no poder de seguir os meios pré-estabelecidos pelo direito em todas as suas atividades (seja legislativa, executiva ou judiciária), pois toda e qualquer atividade é uma intervenção na sociedade sobre a liberdade.
Desenvolvimento histórico do devido processo legal
Commom law: Fonte principal do direito é a construção de precedentes. Direito comum a todos. O sistema de precedentes é empírico (acumula conhecimento). O sistema tem uma intervenção estatal de cunho liberal, que é o que busca nas decisões judiciais, buscando a manutenção do status quo: mínima modificação das acomodações naturais da sociedade.
Magna Carta – João sem terá, 1215: Cenário pós-morte de Ricardo Leon Hart. João dava cartas de franquia (concessões de liberdade) para impedir que o povo lhe tirasse do poder. A Magna Carta é o documento base da liberdade até hoje. Originalmente, cabia apenas aos barões até tornar caráter universal.
A independência dos EUA em 1776 se baseou no §12, que proíbe a instituição de impostos sem representação dos contribuintes (princípio basilar do Direito Tributário).
Desenvolvimento histórico no Brasil
~
Dimensões do devido processo legal
Forma e conteúdo: a forma só deve existir na medida exata da necessidade do conteúdo, que, por sua vez, não será aproveitado ao máximo se não atender às suas formas. São indissociáveis. O processo é o meio (forma). Impedir abusos do poder é a finalidade deste meio (conteúdo).
Dimensão procedimental – forma: No Judiciário, garante a ampla defesa, o contraditório, a celeridade, paridade de armas e etc. No legislativo, garante a oralidade do processo legislativo, divisão de debates e votos, participação popular etc. No executivo, garante a legalidade, impessoalidade, publicidade, etc.
Dimensão substancial – conteúdo: Busca garantir a legalidade – premissas do direito justo: racionalidade, razoabilidade e proporcionalidade. Racional-lógico; o meio deve ser capaz d atingir os fins. Razoabilidade entre o meio e o fim de acordo com o ordenamento jurídico. Proporcionalidade – equilíbrio, ponderação para a coexistência d duas necessidades.
Democracia
Governo do povo e para o povo, com observância da vontade consciente da maioria, e respeito aos direitos fundamentais da minoria.
Tipos de democracia
Representativa: Decisões tomadas por representantes no seara político.
Direta: As decisões são tomadas diretamente pelo povo.
Semidireta: As decisões são tomadas em parte pelos representantes, em parte diretamente pelo povo.
Democracia deliberativa – Habermas e Hart
Radicalismo democrático: Busca legitimar a decisão política exercida diretamente pelo povo. O Judiciário não poderia atuar politicamente, apenas garantir o direito/processo democrático.
Substancialistas: Consideram que o Judiciário deve efetivar os direitos fundamentais, garantindo o núcleo essencial, memso que acabe por substituir a função de outro Poder.
Procedimentalistas: Combatem o ativismo, consideram que o Judiciário não pode ser paternalista. O controle do Judciário deve ser tão-somente para garantir os procedimentos democráticos. Desacordos morais razoáveis – temas em que não há certo ou errado, situações que não podem ser ditados pelo Judiciário.
Crítica de Marcelo Neves e Marcelo Bercovici ao procedimentalismo no Brasil: A desjuridificação, no Brasil, não ampliaria o espaço da cidadania, pois, enquanto a Constituição não é concretizada, não há nenhum espaço da cidadania.
AULA 04: DIREITOS E GARANTIAS: DIREITO DE PETIÇÃO, REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS E AÇÃO POPULAR
Direitos humanos
A doutrina aponta sua origem na Antiguidade. Porém a noção moderna dos direitos humanos remonta ao absolutismo – “globalização dos feudos”. Buscava afastar o Estado das relações privadas.
Direito de petição
Origem: Bill of rights – Idade Média – Inglaterra, right of petition, 1689. Conceito: Direito de invocar a proteção do Estado em face de ilegalidade ou abuso de poder. Pode ser exercido para proteger interesses individuais, coletivos ou difusos. É concebido em uma ótica não jurisdicional. 
O direito de petição é assegurado a todos: pessoas físicas, jurídicas, nacionais ou estrangeiros ou mesmo entes despersonalizados e incapazes.
Pode ser exercido independentemente de pagamento de taxas (art. 5º, inc. XXXIV, CF). A CF/88, contudo, não dispõe acerca de custas processuais, que são regulamentadas por norma específica.
Resposta: Lei de processo administrativo federal – 30 dias.
Restrição: A CF não prevê, mas a LEP dispõe que presos em presídio de segurança máxima podem ter restrito seu direito de comunicação com o meio exterior, o que acaba restringindo seu direito de petição.
Ação popular
Origem: Actio popularis – Roma clássica. CF/24. Defende os direitos coletivos. Art. 5º, inc. LXXIII, Lei nº 7.717/1965.
Conceito: Direito constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidade de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias e entidades atatais e pessoas jurídicas subvencionadas pelo dinheiro público.
É uma forma de exercício da soberania popular.
Legitimidade ativa: Cidadão – brasileiro nato ou naturalizado no pleno gozo deseus direitos políticos. Não pode ser exercido por pessoa jurídica. 
Legitimidade passiva: Art. 6º, Lei nº 4.717. REsp 9669. MP deve atuar como fiscal da lei e subsidiariamente como autor (em caso de desistência).
Objeto: Ato ilegal ou lesivo ao patrimônio público. Não cabe ação popular contra lei em tese, nem contra ato jurisdicional.
Competência: Juízo federal ou estadual de primeira instância, sem foro privilegiado.
Processamento:
AULA 11: Habeas Corpus
Coator (impetrado): Qualquer um que ameace ou cerceie a liberdade de locomoção de alguém, por meio de ilegalidade ou abuso de poder.
Cabe HC contra ato de CPI? Sim, pois a CPI tem poder de polícia que autoriza a determinação de prisão. 
Promotor de Justiça pode figurar como autoridade coatora (impetrado) no HC? Sim, porque o promotor tem o poder de requisitar instauração de IP, que, se for ilegal, cabe habeas corpus.
E contra particular, cabe HC? Sim, quando instituições restrinjam a liberdade do indivíduo, ainda que configure crime.
Cabimento do habeas corpus
CF: Violência ou coação à liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
CPP (648) – hipóteses de coação ilegal (rol exemplificativo):
I – quando não houver justa causa: existência de fundamentos fáticos (provas) e jurídicos (previsão legal) p/ medida constritiva à liberdade de locomoção.
Análise de legalidade (fumus boni juris) Todos os atos que restrinjam ou ameacem liberdade exigem justa causa:
• Prisão: em flagrante ou por ordem da autoridade judiciária competente, provisória ou definitiva, civil por dívida (SV 25) e administrativa.
• Instauração de IP (ex: fato atípico, impossibilidade evidente do réu ser o autor,
causa de extinção da punibilidade).
• Indiciamento (ex: identificação datiloscópica e fotográfica – 5º, LVIII e Lei 12.037/09).
• Ação penal
• Sentença condenatória
Cabe HC contra quebra de sigilo bancário e fiscal para fazer prova em processo criminal? STF: admite HC, pois pode gerar coação à liberdade do investigado (HCs 81.294, 84.869 e AI 573.623).
II – Quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina
• Excesso de prazo no cumprimento da PPL.
• Excesso de prazo na prisão provisória.
• Direito à razoável duração do processo (5º, LXXVIII).
• CPP: prazo p/ encerramento (ex: rito ordinário) não é absoluto (razoabilidade). Verificação no caso concreto.
III - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo
• Salvo flagrante delito, transgressão militar ou crime propriamente militar, prisão só pode ser determinada por autoridade judiciária competente (5º, LXI, CF).
IV – Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação
• Ex: cumprimento da pena (é causa de extinção da punibilidade que também gera constrangimento ilegal se não observada – inciso VII); relaxamento da prisão em flagrante, impronúncia, absolvição, fim do prazo da prisão temporária sem liberação.
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza
• 5º, LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Hipóteses de fiança: 322/324, CPP.
VI – Quando o processo for manifestamente nulo.
Ex: incompetência, falta de citação. Consequência: processo é renovado desde a fase viciada. 
VII – quando extinta a punibilidade: qualquer causa de extinção (107, CP) impede a análise do mérito.
Exceções discutidas – Não cabe HC:
• Durante Estado de Sítio (art. 138 e 139, CF)?
» HC nunca é suspenso. Apenas limita-se o direito de liberdade e o campo do HC se restringe (possibilidade jurídica do pedido).
• Contra pena de multa (não pode mais ser convertida em PPL) – S. 693, STF.
» S. 695, STF: não cabe HC se já extinta a PPL.
» E os efeitos de reincidência e maus antecedentes pela condenação criminal, que podem gerar consequências futuras?
AULA 12: ADIN por omissão e Mandado de Injunção
Lei 13.300/2016. A omsisão constitucional é, sem dúvida, um nó gordio na tripartição das funções do poder.
A tripartição das funções do poder tem como objetivo proteger os direitos fundamentais, impedindo os abusos do poder. Um mecanismo a serviço dos seres hbumanos, não o contrário.
O mecanismo deve ser protegido, mas não pode virar fim em si mesmo.
Mas como fazer quando este sistema não atende sua finalidade? Como agir diante das omissões daqueles que recebem a determinação constitucional de efetivar direitos fundamentais?
Ada Pellegrini Grinover:
O juiz atual tem que ser ativo, sim! Claro que tem que ter limites, que são a razoabilidade, a motivação, não pode se substituir ao administrador. Mas o juiz tem que ser ativo porque o Judiciário é protagonista do Estado de Direito. Ele é construtor do Estado de Direito e, se os outros poderes se omitem como acontece muitas vezes com as políticas públicas porque a administração não faz o que deveria fazer, a posteriori o juiz tem que intervir. O Judiciário está assumindo esse papel por omissão dos outros poderes. Entrevista concedida ao ConJur em 12 de julho de 2016.
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - legitimados: (os mesmos da ADIN)
1. Presidente da República
2. Mesa do Senado Federal
3. Mesa da Câmara dos Deputados
4. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do distrito federal
5. Governador de Estado ou do Distrito Federal
Legitimidade passiva: órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato normativo exigido pela CF.
Competência STF.
Procedimento:
> Atuação do PGR;
> Desnecessária a atuação do advogado geral da União, pois inexiste ato normativo a defender (ADI 23-2-SP)
> Perde o objeto se o ato normativo é feito, ou se revogada a norma constitucional que exigia.
Art. 103, § 2º: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
Efeitos da decisão
> Declara a norma 
> Não há pronúncia de nulidade;
> Eficácia erga omnes e efeito vinculante.
Proposta de José Afonso da Silva durante a assembleia constituinte era que a decisão fosse normativa, mas com prazo para o poder competente legislar. Após o prazo, não cumprido, valeria a norma feita pela sentença. Não foi aceito.
Mandado de Injunção - Lei 13.300 de 2016
Garantia Constitucional: Limitações impostas ao poder público. Visam efetivar os direitos fundamentais, por isso acabam por serem erroneamente confundidos com os próprios.
Momento:
Art. 2º: Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
Legitimidade:
Art. 3º: São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2 o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.
Obrigatório indicar, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica ou poder que ele integra ou está vinculado (art. 4º).
Decisão:
Art. 8o: Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; (dispensável se já deixou de cumprir outros prazos estipulados por MI)
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.
Efeitos:
Art. 9o: A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1o: Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício dodireito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2o: Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei.
Norma superveniente
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Visa atender direitos e interesses metaindividuais (art. 81, parágrafo único, CDC).
Direitos individuais homogêneos: Em certos casos, são tratados coletivamente. São titularizados por um grupo determinável, não havendo vínculo organizacional entre os indivíduos. Com relação a esses direitos cabem tutelas individuais, como também cabe tutela coletiva para fins de segurança jurídica, uniformidade das decisões e para fins de celeridade.
Direitos coletivos: Seus titulares são determináveis, muito embora não precisem ser necessariamente determinados. Deve haver a possibilidade de determinação. Seu objeto, interesse ou direito é divisível; pode-se precisar o tipo e o tamanho da lesão que afetou cada um dos indivíduos. Pertencem a um grupo, categoria ou classe; tem vinculo que os diferencia do restante da sociedade.
Direitos difusos: Tem seus titulares indetermináveis - não é possível precisar o número de pessoas afetadas, por mais que possa se estimar. Ex.: população de um estado. O direito é indivisível - não cabe a apropriação exclusiva por parte de quem quer que seja; são de todos e de ninguém ao mesmo tempo. Quando alguém é lesado, todos são lesados. Ex.: Meio ambiente.
Tais direitos e interesses não são excludentes.
Origem
Ação Popular: Foi a primeira ação específica para atender interesses transindividuais. CF/34, posteriormente regulamentada em lei em 1965. Restrita ao patrimônio público (direito difuso), mas teve ampliação de objeto com a Constituição de 1988. Outros tipos de tutelas/direitos não eram protegidos no seara coletivo até então.
CPC: Trás uma série de normas que tutelam direitos coletivos. O CPC/1975 tem um caráter individualista, voltado para as causas individuais - e não coletivas. Incompatível com a tutela dos interesses individuais homogêneos, difusos e coletivos.
Lei de política nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981): Traz a possibilidade do MP (com legitimidade ativa) para propor ações de responsabilidade por práticas de danos ao meio ambiente. No entanto, carecia de instrumentos para proteção de outros tipos de interesses transindividuais; não era claro, ademais, se era possível utilização de ação própria para a tutela de outros interesse que não previstas nessa lei.
> Lei de Ação Civil Pública - Lei nº ... de 1985: Trouxe rpoteção para uma série de interesses metaindividuais, previstos em seu rol.
> Constituição Federal de 1988: trouxe ao MP a legitimação para agir em defesa de todo e qualquer interesse metaindividual, ampliando ainda mais a proteção dos interesses difusos e coletivos.
> Legislação esparsa: Código de Defesa do Consumidor art. 90.
Conceito de ação civil pública
> Hugo Nigro Mazini: É a ação de objeto não penal proposta pelo MP. Ver LC 40/81, que estabelece normas gerais para o MP dos estados. Além da ACP, existe a ação coletiva para tutelar interesses transindividuais.
> Motauri Siocheti de Souza: A ação não penal proposta pelos legitimiados art. 5º da Lei de Ação Civil Pública com o escopo de tutelar interesses difusos e/ou coletivos. Diferencia ação civil pública (conjunto de princípios processuais que adapta o processo civil comum quando necessário à proteção dos interesses coletivos) relativamente à ação coletiva (gênero à qual pertence a ACP, a ação popular, o MS e MS coletivo).
Dano moral coletivo é a lesão na esfera moral de uma comunidade, ou seja, a violação de valores coletivos atingidos injustificadamente do ponto de vista jurídico. Resp 1.180.078 e 1.178.294 – condenação no dano moral coletivo independente da reparação do dano.
Aplicação da Lei de Ação Civil Pública
> Art. 1º: Voltada à tutela de direitos difusos e coletivos de qualquer natureza. Rol meramente exemplificativo. Não dispõe, contudo, com relação à proteção de interesses individuais homogêneos.
Objeto: Art. 3º da Lei de Ação Civil Pública.
Legitimidade ativa para a propositura da ACP
Ministério Público: Legitimidade ampla - interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos (especificamente com relação a direitos sociais e direitos indisponíveis). Art. 5º, §1º da Lei de ACP: atuação do Ministério Público como fiscal da lei (ordem pública no CPC/15).
Defensoria Pública: Inicialmente não estava prevista na LACP como legitimada - foi inserida em 2007. Lei Orgânica da Defensoria Pública - Lei Complementar nº 80 de 1994: prevê a ACP e qualquer ação capaz de propiciar a tutela de interesses difusos e coletivos quando houver possibilidade de beneficiar pessoas hiposuficientes. Art. 134 CF/88. ADI 3943 - alega a inconstitucionalidade da legitimidade da DP para a propositura de ACP considerando sua missão institucional.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios - entes federativos: Podem propor ACP relativamente a qualquer interesse. Eles tem, no entanto, limitação territorial; podem atuar desde que haja dano aos seus representados. O Município, p. ex., só pode atuar em prol dos seus munícipes, ainda que em outro lugar do país. A União age sempre que houver dano com repercussão nacional. 
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista: As fundações podem ser públicas ou privadas. A discussão que surge é se as ACPs podem ser propostas por fundações públicas apenas ou por todas os tipos de fundações - mesmo aquelas privadas criadas por entes públicos. Mas como a lei não faz restrição ao tipo de fundação que pode propor ACP, entende-se que todas as fundações podem propor, sobretudo se o objeto da fundação for a promoção de interesses difusos e coletivos. 
Entidades e órgãos da administração pública direta e/ou indireta: Tem legitimidade para promover ACP, ainda que não haja personalidade jurídica - como os órgãos, pois a lei lhes confere personalidade judiciária (espécie de personalidade que serve apenas para fins processuais). Mas as entidades e órgãos só são admitidos como legitimados desde que sejam atuantes na defesa e proteção dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Associação civil: Abrange sindicatos e partidos políticos (por terem natureza associativa). O requisito especial é a constituição há pelo menos um ano nos termos da lei civil. O STJ já entendeu que cabe completar o prazo durante o trâmite da ação.
Pertinência temática
É exigida também para os legitimados da ACP - semelhante à ADC. Para a propositura da ADC deve se demonstrar relação entre o objeto do processo e a finalidade institucional do legitimado. Exida por lei para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de econ mista, entidades e órgãos da administração pública direta e indireta, bem como para as associações civis. Para a associação civil, excetuam-se os partidos políticos, que tem natureza associativa, mas tem uma legitimação ampla, uma vez que tem um amplo programa de atuação.
Características da legitimação
> Concorrente: Todos os legitimados podem propor ACP sobre o mesmo assunto, com a ressalva que o MP deve propor (princípio da obrigatoriedade) quando figurar útil para a defesa dos direitos coletivos e difusos. 
> Disjuntiva: Quando um ingressa com a ação, todos os outros perdem o direito de propor.
Natureza da legitimação
Existem correntes doutrinárias sustentando naturezas diversas para a legitimação ativa da ACP. Há quem sustente que se trata de legitimação ordinária, como também tem quem sustente se tratarde legitimação extraordinária.
Ordinária: É a comum, todos tem, para ingressar diante de um direito próprio.
Extraordinária: Defesa de direito alheio em nome próprio.
Legitimação passiva
Podem ser réus quaisquer pessoas físicas ou jurídicas (de direito público ou privado) e também entes despersonalizados que tenham personalidade judiciária (massa falida e espólio, p. ex.).
Desistência da ACP
Art. 5º, §3º da Lei de ACP (transcrever).
Em caso de desistência o MP ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa. Todos os legitimados podem desistir, mas o MP deve apresentar fundamentação para a desistência (a indisponibilidade da ação para o MP é válido para a ação penal e não para a ação civil pública).
Quando o legitimado ativo desiste de maneira infundada, o MP tem o dever de assumir o polo ativo (caso entenda que a desistência foi infundada). Para os outros legitimados assumir o polo ativo é facultativo. Se ninguém assumir e o MP entender que não merece prosperar a ação, então o MP de maneira fundamentada deverá requerer a extinção do processo.
Formas de transação na ACP
Termo ou compromisso de ajustamento de conduta (art. 5º, § 6º). Deve-se tomar todas as providências necessárias para prevenir, reparar ou indenizar o dano. Busca sanar o problema que envolver direitos difusos e coletivos no caso concreto. Não há concessão. Partes: Órgãos públicos e interessado (praticante do dano). Muitas vezes o compromisso de ajustamento de conduta substitui a propositura da ACP.
Acordo judicial: É possível o compromisso durante a ação judicial. O autor e réu. Também não se fala em transação, mas se admite o compromisso de reparar, ressarcir ou evitar o prejuízo.
Coletas de elementos para a propositura da Ação Civil Pública
> Instrumentos do particular: É possível que qualquer interessado (inclusive pessoa física) represente ao Ministério Público para que este ingresse com a ACP. No caso de servidor público, ele deve necessariamente representar ao Ministério Público.
> Inquérito civil: Privativo do MP, onde pode requisitar (ordenar) documentos e diligências, notificar a oitiva do diligenciado, bem como outros poderes investigatórios (oitiva de testemunhas, inspeções, diligências, perícias, etc). Não é necessário/obrigatório para a propositura da ACP.
Competência
Varia de acordo com o interesse involvido. Interesse difuso e/ou coletivo (art. 2 LACP) foro do local do dano - competência sempre absoluta. Exceção: ECA - art. 209: local da ação danosa. 
Se o dano ou ação danosa se verificar em mais de uma comarca a regra será a prevenção. No caso de interesse individual homogêneo aplica-se a regra do artigo 93 do CDC: a competência é a do foro do local do dano, mas não há competência absoluta e sim relativa, conforme entende boa parte da doutrina. Art. 92: dano regional ou nacional - a competência desloca para o foro da capital da unidade federativa do dano.
Coisa julgada
CPC: É descrita como a eficácia qeu torna imutável e indiscutível o discutido no dispositivo da sentença, impossibilitando a sua rediscussão pelas mesmas partes. No que concerne ao processo coletivo, contudo, a coisa julgada não tem eficácia interpartes. Assim, se classifica a coisa julgada conforme o interesse e o resultado do processo (eventum lidis).
> Interesse difuso procedente: eficácia erga omnes - tudo o que for decidido na ACP será transportado para as ações de liquidação individuais.
> Interesse difuso improcedente: Eficácia erga omnes - a ACP não poderá mais ser proposta. Ações individuais, contudo, poderão ser propostas.
> Interesse difusos improcedente por falta de provas: inter partes - pode-se propor nova ACP desde que surjam ou se apresentem novas provas.
> Interesses coletivos: seguem as mesmas regras dos interesses difusos, com a mudança do nome ultra partes em vez de erga omnes. 
> Interesses individuais homogêneos: Se julgados procedentes, a eficácia é erga omnes; se julgado improcedente, a eficácia é inter partes.
COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL
Garantias constitucionais
Limitações impostas ao poder público. Confundem=se com os próprios direitos fundamentais. Determinações e procedimentos mediante os quais os direitos inerentes à pessoa humana obtêm uma tutela concreta. (Rosah Russomano)
Garantias das relações jurídicas:
• Art. 5º, XXXVI: A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direito adquirido: é o direito que já se incorporou ao patrimônio sa pessoa, já é de sua propriedade já constitui um bem, que deve ser protegido contra qualquer ataque exterior, que ouse ofendê- lo ou turbá-lo” De Plácido e Silva.
Ato jurídico perfeito: é aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou (LINDB art. 6º, §1º).
Coisa julgada: Decisão judicial que não cabe mais recurso.
a COISA julgada consagra um tipo de garantia contra a função legiferante do estado, agindo este assim no exercício da função legislativa usual como da função reformadora (Ayres Britto). Na concepção deste autor a coisa julgada umpede as emedas à Constituição.
Paulo ROberto de Oliveira Lima: A coisa julgada é uma das múltiplas facetas do princípio da irretroatividade da lei.
Princípio da irretroatividade da lei:
Maria Helena Diniz: A lei, em regra, só diz respeito a comportamentos futuros (irretroativos), mas pode se referir a condutas passadas (retroatividade); não podem ser princípios absolutos (escolher um e impedir que outro seja possível).
Gio Battista Hugo: Um direito garantido contra um poder se deve igualmente reputar garantido contra os outros.
Imutabilidade da sentença e de seus efeitos
Dinamarco: Elemento imunizador dos efeitos que a sentença projeta para fora do processo e sobre a vida exterior dos litigantes, sua utlidade consiste em assegurar estabilidade a esses efeitos, impedindo que voltem a ser questionados depois de definitivamente estabelecidos por senteção não mais sujeita a recurso. Ela tem, acima de tudo, o significado político-institucional de assegurar a firmeza das situações jurídicas, tanto que engida em garantia constitucional.
Enrico Túlio Liebman: Uma situação de absoluta firmeza qt aos dtos e obções q os envolvem ou não Esse status, q transcede a vida do processo e atinge a das pessoas, consiste na rigorosa intangibilidade das situações jdcas criadas ou declaradas, de modo q nada poderá ser feito por elas próprias, nem por outro juiz, nem pelo próprio legislador, q venha a contrariar o q foi declarado.
Coisa julgada material: Imutabilidade dos efeitos substanciais (materiais) da sentença de mérito transitada em julgado - direito do vencedor a obter dos órgãos jurisdicionais a observância do que tiver sido julgado (Konrad Hellwig).
Coisa julgada formal: transito em julgado propriamente dito - decisão q já ñ cabe Mais nenhuma via processoal. É um fenômeno interno do processo - preclusão (extinção de uma faculdade dou poder no processo).
Dinamarco: Coisa julgada formal e material são dois aspectos do mesmo fenômeno de imutabilidade.
Limites da imutabilidade
Subjetivos: as partes envolvidas na lide - não atinge terceiro;
Objetivos: A matéria - dentro da petição inicial: o pedido e as causas de pedir.
A proteção à coisa julgada é decorrência da segurança jurídica.
MÓDULO II
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Conceito de Direito Administrativo
Subjetivo: Sustenta que Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina os atos do Poder Executivo. Porém, muito se critica esse conceito, pois é sabido que a atividade administrativa não é exercida apelas pelo Executivo - os outros poderes também podem exercê-lo em função atípica.
Objetivo: O Direito Administrativo é o ramo do direito público que disciplina o exercício da função administrativas por parte das pessoas, órgãos e agentes do Estado.
Direito público lida com a relação de supremacia do Estado em relação ao particular.
Princípio da indisponibilidade do interesse público
O poder público não detem o interesse; o interesse é da coletividade. Assim o Poder Públiconão pode dispor do interesse da maneira que bem entender.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS - ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
> Legalidade > Impessoalidade > Moralidade > Publicidade > Eficiência
Legalidade
Decorrência do Estado de Direito. O objetivo é garantir a concretização da vontade geral. Abrange todas as espécies normativas do art. 59 da CF, e inclui os decretos regulamentares e decretos autônomos (art. 84, inc. Vi, CF), ambos que vinculam a administração pública ainda que tenham caráter infra legal.
A legalidade prevista no art. 5º inc II da CF é aplicável ao particular; o cidadão pode fazer tudo o que a Lei não proibir.
A legalidade prevista no art. 37 é aplicável aos agentes públicos – só podem fazer o que a lei autoriza. Vinculação positiva.
Impessoalidade
Tem o sentido de que o agente público só pode atuar para satisfazer interesse público - não pode agir para satisfazer interesse particular (próprio ou alheio) a não ser que esse interesse coincida com o interesse público. A doutrina aponta algumas vertentes:
a) Finalidade: Perseguindo o interesse público, o agente só pode agir de acordo com a finalidade prevista em lei apra o ato adm, sob pena de desvio de finalidade.
b) Imputação (teoria do órgão): A atividade administrativa é atribuída à pessoa jurídica e não à pessoa do agente. Assim, o agente não pode se valer da administração pública para se autopromover (art. 37, §1o, CF).
c) Isonomia ou igualdade: A administração pública deve tratar todos da mesma maneira, sem distinções pessoais. Proíbe discriminações e privilégios.
Moralidade - Lei de Processo Administrativo Federal - Lei nº 9.784
Dita que deve haver um respeito não apenas à lei como também à moral administrativa. Moralidade administrativa: padrões de conduta moralmente adequados a um administrador íntegro; comportamentos socialmente esperados - padrões de ética, boa fé e decoro (decência). Di Pietro: a administração pública só pode agir para atingir finalidade lícitas e morais; por vezes o adm age para atingir finalidade irregulares. Ex.: Cargos em comissão. A inobservância da moralidade pode gerar responsabilidade civil e criminal.
Publicidade
Os atos da Administração Pública devem necessariamente ser públicos - existe um dever de divulgação dos atos da Administração. Os destinatários do ato devem ter a possibilidade de conhecê-lo (para poder cumpri-lo). Visa dar transparência à Administração e possibilitar a sua fiscalização. Sua concretização é prevista em lei; geralmente no Diário Oficial, ou em jornal de grande circulação, rádio local, cartaz (edital).
Mas existe a possibilidade excepcional de sigilo, quer pode vir sempre que for necessária a proteção da segurança da sociedade e do Estado e a proteção da intimidade. Ex.: Inquérito Policial em caso de violência sexual. Lei de Acesso à Informação - Lei 12527 de 2011: Classificação de docuentos em secretos, ultra secretos e reservados, prevendo um prazo de sigilo num prazo máximo de 25 anos prorrogáveis por mais 25.
Há uma relação do princípio da publicidade com vários direitos (art. 5o inc. XXXIII, XXXIV e XXXV). Distinção entre publicidade e a propaganda (art. 37, §1º). A publicidade é obrigatória e a propaganda é facultativa. 
Eficiência (EC 19/98)
A Administração Pública deve buscar o melhor resultado com os meios disponíveis, agindo com economia, qualidade, produtividade, rapidez, profissionalismo. Deve buscar os melhores fins com os meios que dispõe porque os meios são públicos. Consequências: Exigência da avaliaçaõ de desempenho dos servidores públicos durante o estágio probatório e avaliação periódica. Exige-se uma Lei Complementar para a regulamentação dessa avaliação, mas ela ainda não foi editada. O direito à razoável duração do processo também se aplica à Administração Pública. Por mais que haja eficiência, no entanto, deve sempre se observar a legalidade administrativa. 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
1) Continuidade do serviço público: A Adm não pode parar uma vez que provê bens essenciais ao indivíduo.
2) Razoabilidade e/ou proporcionalidade: O administrador não pode agir de maneira irracional; deve haver adequação entre meios e fins. Ex.: exigência de conhecimentos equivalentes à função exercida em concurso publico.
3) Controle judicial dos atos administrativos: Decorre da inafastabilidade da prestação jurisdicional (art. 5, inc. V, CF).
4) Segurança jurídica: Vedação ao ataque do ato jurídico perfeito (CF) e vedação à interpretação retroativa (LEi de Processo Adminsitrativo Federal). 
A HIPERTROFIA DO PODER EXECUTIVO
Hipertrofia é o aumento do tamanho de um órgão em consequência do aumento de suas funções. A mais comum é a hipertrofia muscular. 
Apropriando-se do termo próprio das ciências biológicas, analisaremos o inchado do Poder Executivo que se desenvolver desproporcionalmente em relação aos demais órgãos do Poder.
Rubens Beçak: Nesse equilíbrio idealizado, no mínimo instável, o fato é que o Executivo, quer pela forma de escolha de seu titular, quer porque dominava a Administração, quer porque a responsabilidade pela utilização dos recursos públicos era sua, tinha desde cedo presentes fatores que só poderiam mesmo tê-lo feito predominar.
Questão polêmica atual
Ao passar a articulação do governo ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) a presidente Dilma Rousseff (PT) entregou a chefia do governo? Endente-se que houve uma forma de parlamentalismo.
A hipertrofia do Executivo é um fenômeno causado pelo desenvolvimento prático do poder. O Poder Executivo acumula funções, principalmente em decorrência do ônus e bônus da governança, que sobre ele recaem. As determinações constitucionais e as teorias doutrinárias, na realidade fática do exercício do poder, nem sempre se desenvolvem como desejado.
É preciso analisar toda a estrutura do Poder para compreender suas distorções.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
1) Conceitos
a) Residual ou negativista: A Administração é a atividade ou função do Estado não compreendida nas funções Legislativa e Judiciária. Não diz, contudo, o que inclui a Administração Pública. Conceito considerado incompleto.
b) Subjetivo ou formal ou orgânico: A Administração Pública refere-se às pessoas e órgãos administrativos. É subjetivo porque lida com sujeitos; orgânicos porque lida com órgãos e formal porque lida com a forma da Administração - define-a pelo seu aspecto organizacional. Diferencia:
> Administração em sentido amplo: A Administração Pública abrange os órgãos governamentais (órgãos que tem a função de dirigir, de traçar planos e metas;agem com soberania e autonomia política, com maior discricionariedade em suas ações. Referem-se ao Governo) e órgãos adminsitrativos (são os que executam os planos governamentais, dentro de uma hierarquia e com uma maior vinculação).
> Administração em sentido estrito: São os órgãos administrativos que executam as decisões governamentais.
c) Objetivo ou material ou funcional: A Administração Pública é a função ou a atividade administrativa - que é o exercício de executar as leis no interesse público sob o regime jurídico público. Não lida com pessoas e órgãos e sim com a função administrativa, e por isso denomina-se objetivo - objeto da Administração. A doutrina costuma diferenciar:
> Administração em sentido amplo: Abrange função política ou de governo (eleição de metas, escolha de diretrizes, elaboração de planos governamentais) e função administrativa (execução dos planos governamentais).
> Administração em sentido estrito: Apenas a função administrativa. 
Maria Silvia Zanela Di Pietro: Função administrativa é a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve sob regime jurídico de direito público para a consecução dos interesses píblicos. Abrangeria funções de fomento, de polícia (restrição de determinados direitos em prol do interesse público) e o serviço público.
Alguns doutrinadores consideram função administrativa a intervenção do Estado no domínio econômico.
2) Desconcentração
Repartição de funções entre vários órgãos na mesma pessoa jurídica (ou administração).O Estado é composto por uma série de órgãos e pessoas que desempenham diversas funções. Esses órgãos necessariamente funcionam de acordo com uma hierarquia. Tipos (segundo Celso Antônio Bandeira de Mello):
a) Em relação à matéria: É a repartição em vários órgãos na mesma pessoa jurídica por um critério material (relativo ao objeto específico a ser tratado). Ex.: A União tem um Ministério da Justiça, da Educação, da Saúde, etc. 
b) Em relação ao grau: Divide a Administração Pública de acordo com escalões. Níveis diferentes de responsabilidade decisória. Ex.: Diretor de divisão, chefe de sessão, encarregado do setor, etc. 
c) Critério territorial: Estabelecimento de órgãos dentro de um determinado território. Ex.: Delegacias de polícia - separadas por distritos. 
A desconcentração não ocorre somente na Administração direta; pode ocorrer em qualquer pessoa jurídica (de direito público).
3) ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Conceito legal (Decreto-Lei 200 de 1967 - rege a Administração Publica Federal): Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. 
De acordo com esse conceito, a Administração Pública só estaria presente no âmbito federal e na esfera do Poder Executivo.
Composição: Administração direta é aquela composta pelas pessoas jurídicas de natureza política com os seus órgãos integrantes. São eles os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Todas essas pessoas jurídicas são divididas em órgãos.
Órgãos: São núcleos de competências estatais que tem cargos exercidos por agentes públicos. Os órgãos não tem personalidade jurídica, mas pode ter personalidade judiciária. Da mesma forma, não tem atuação em nome próprio; os atos são sempre da pessoa jurídica, ainda que sejam praticados por agentes dentro de um órgão. São criados e extintos sempre mediante lei (art. 61, §1º, e). Pode ter sua organização e funcionamento alterados mediante decreto, desde que isso não implique em aumento de despesas (art. 84, inc. VI, CF – decreto autônomo). 
Classificação doutrinária (Hely Lopes Meireles):
a) Quanto à posição na estrutura estatal: 
> Independente: É aquele que tem origem na CF e se subordina apenas a ela. Ex.: Presidência da república. 
> Autônomos: Aqueles dotados de autonomia para o planejamento e coordenação. Ex.: Ministérios.
> Superiores: Aqueles que efetuam a direção e o controle do planejamento dos órgãos autônomos. Ex.: Divisões, departamentos, etc.
> Subalternos: Aqueles que executam o serviço. Ex.: Sessões. 
b) Quanto a estrutura:
> Simples ou unitários: Dotados de um único centro de competências. Ex.: Presidência da República.
> Compostos: Constituídos de vários órgãos menores, cada um deles com a mesma função. Ex.: Secretaria de segurança pública que se divide em várias delegacias de polícia.
c) Quanto a atuação funcional:
> Singulares ou unipessoais: Aqueles em que as decisões são tomadas por uma única pessoa que é o titular do órgão. Ex.: Presidência da República, Prefeitura Municipal, etc. 
> Colegiados ou pluripessoais: São aqueles em que as decisões são tomadas coletivamente por maioria. Ex.: Comissões de licitação, tribunais administrativos, etc. 
4) Poder hierárquico (ou princípio hierárquico)
É o poder do superior em relação ao subordinado. Tem por objetivo organizar o funcionamento da Administração Pública. O superior tem algumas prerrogativas que se presumem, que existem independentemente de previsão legal. São elas:
a) Dar ordens; b) Fiscalizar o cumprimento da ordem; c) Rever o ato praticado pelo subordinado; d) Delegar e avocar competências.
Administração indireta
Conceito: Conjunto de pessoas jurídicas criado ou mantido pelo Estado para o exercício de funções estabelecidas em lei.
Funções: 
a) Prestação de serviço público - art. 175 CF/88.
b) Exploração de atividade econômica - art. 173 CF/88. De maneira geral o Estado não pode explorar atividade econômica. Mas a CF em alguns casos determina expressamente: Exploração de petróleo (art. 177 CF), ou quando necessário para a segurança nacional ou relevante interesse coletivo - p. ex. produção de material bélico. 
Composição: Autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.
Tutela: Não há hierarquia entre elas; há apenas tutela ou supervisão ministerial. Em geral existe autonomia para as entidades da administração indireta; mas existe certo poder de controle - tutela, que é o poder de controle exercido pela administração direta a indireta nos exatos limites legais. Tipos de controle:
a) Controle político: Envolve a nomeação e destituição do dirigente de uma pessoa jurídica.
b) Controle financeiro: Prestação de contas
c) Controle administrativo: Controle de legalidade e de mérito; ocorre na forma do recurso hirarquico impróprio (Hely Lopes Meireles).
AUTARQUIA
Conceito: A origem etimológica da palavra significa "autogoverno". Decreto-Lei 200 de 1967: Autarquia é o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Características: 
a) Sempre pessoa jurídica de direito público criada por lei específica, de iniciativa do chefe do poder executivo. A personalidade decorre da lei; não há necessidade de registro e constituição.
b) Desempenha somente atividade administrativa – não legisla, pois não possui atividade política.
c) Autonomia: 
d) Objeto: Atividade administrativa e não política ou econômica.
e) Atos e contratos: Sempre contratos e atos administrativos - regime jurídico de direito pública. Necessidade de licitação.
f) Patrimônio: Próprio e bens públicos (imprescritíveis, impenhoráveis e inalienáveis).
g) Regime de pessoal: Regime estatutário.
h) Responsabilidade civil: Objetiva e direta (art. 37, §6º, CF/88); mas é possível responsabilidade subsidiária da Administração Direta.
i) Prerrogativas: Imunidade tributária (art. 150, § 2º), tem a possibilidade de executar fiscal seus créditos, seus débitos prescrevem, suas ações não prescrevem, enfim... Todas as prerrogativas que a Administração tem.
Classificação
> Quanto ao âmbito: Pode ser federal, estadual, distrital ou municipal. Qualquer ente federativo pode criar a sua própria autarquia.
> Quanto à capacidade administrativa: territorial ou de serviço.
> Quanto ao regime jurídico: Pode ser comum ou especial. È comum quando segue o regime jurídico administrativo; é especial quando tem regime jurídico próprio, com maior autonomia (p. ex. dirigentes tem mandato fixo). Ex.: Universidades públicas (Súmula 47 STF), Banco Central e agências reguladoras. A OAB é considerada uma autarquia de regime especial; mas decisão recente do STF considera como serviço independente de natureza especial, não se submetendo ao controle da Administração Pública, mas tendo algumas prerrogativas. Entidade de natureza sui generis. ADi 3026.
FUNDAÇÕES
Conceito: Pessoas jurídicas criadas pela destinação do patrimônio a uma determinada finalidade.
Tipos:
a) Fundação de Direito Público
– Nomenclatura: Fundações públicas ou autarquias fundacionais.
– Características e regime: Tem o mesmo regime das autarquias (por isso o nome). 
b) Fundação de Direito Privado criada p/ Estado
– Nomenclatura: Fundações públicas de direito privado ou fundações governamentais.
– PJD? - São pessoas jurídicas de direito privado.
– Criação/Extinção: Autorizada por lei. A personalidade jurídica só vem com o registro da escritura pública no cartório, como no Direito Privado.
– Autonomia:Também tem autonomia administrativa e financeria.
– Objeto: Função administrativa ou função sem fins lucrativos de caráter social. Ex.: TV Cultura em SP.
– Contratos: Devem sempre passar por licitação, uma vez que a Lei de Licitações (Lei nº 8.666) não faz distinção.
– Patrimônio: Próprio mas os bens são privados, exceto se prestar serviço público.
– Regime de pessoal: Contratual (CLT) (RESP 659039 STF).
– Responsabilidade Civil: Objetiva (serviço público) ou subjetiva (serviço privado)
– Prerrogativas: Imunidade tributária.
Fiscalização por parte do Ministério Público: Promotoria ou curadoria de fundações, criado pelo MP, que fiscaliza se o patrimônio está sendo utilizado da maneira que a Lei dispõe. Nas autarquias fundacionais não há fiscalização em razão da natureza autárquica. A doutrina considera que não é necessário porque já existe a fiscalização da Administração Direta, e o DL 200 prevê que não se aplicam regras de direito privado (Código Civil) para as fundações privadas.
EMPRESAS ESTATAIS
Tipos: Empresas públicas e sociedades de economia mista.
Características comuns:
- São pessoas jurídicas de direito privado com controle estatal.
- Sua criação e extinção são autorizadas por lei e providenciadas nos termos da lei civil, conforme o tipo societário.
- Objeto: Prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica.
- Contratos: Para as atividades fins, são públicos; para as atividades meios, deve seguir licitação.
- Regime de pessoal: CLT.
- Responsabilidade civil: Objetiva se presta serviço público, subjetiva se não presta.
- Imunidade tributária: aplica-se por entendimento do Supremo (RESP 407099)
Diferenças:
- Capital social: Na emrpesa pública é 100% público, e na sociedade de economia mista é público e privado, com controle acionário pelo Estado.
- Forma societária: Livre para empresa pública e vinculada para a sociedade de economia mista, onde só se admite sociedade anônima.
- Competência: Justiça Federal para as empresas públicas e estadual para as sociedades de economia mista.
ATOS ADMINISTRATIVOS
“Antes o Estado atuava por meio de atos materiais diretamente oriundos da vontade ilimitada do soberano. Foi apenas com a sujeição da Administração Pública à legalidade que se tornou possível a construção de uma Teoria dos Atos Administrativos, essencial para juridicizar e intermediar a mera vontade do Estado e a sua execução material, propiciando seu controle” Alexandre Santos de Aragão
Atos administrativos são espécies do gênero "atos jurídicos".
Manifestações unilaterais de vontade destinadas a produzir efeitos jurídicos (criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações).
Conceito de ato administrativo: Toda manifestação unilateral de vontade no exercício de função administrativa que tenha por fim imediato criar, modificar ou extinguir direitos ou obrigações. Pelo ato administrativo a Administração Pública de per se modifica a esfera jurídica de outrem (aplicando-lhe uma multa, proibindo determinada construção, concedendo aposentadoria, interditando estabelecimento, convocando para prestar serviço militar, etc.). Alexandre Santos de Aragão.
Diferença entre fato administrativo e ato administrativo
• Fato – atividade pública material. Ex.: operação cirúrgica ocorrida no hospital público, as atividades concretas da realização de uma obra pública, aula em escola pública, etc.
• Ato – a manifestação da vontade unilateral, concreta, impessoal, objetiva, na execução das finalidades outorgadas pela lei e pela constituição. Ex.: licitação, multa, auto de apreensão, etc.
Em geral, um fato administrativo é precedido por um ato.
Manifestação de vontade bilateral não é ato administrativo, mas sim um contrato administrativo.
O ato administrativo é unilateral, mesmo que eventualmente seja condicionado a uma aceitação do particular, como, p. ex., em concessão de benefícios, em que não se pode obrigar a pesoa a recebê-los. Ex.: autorização para o exercício de atividades econômicas, autorização de uso de bem público, etc. 
Todos os que exercem funções administrativas praticam atos administrativos.
O Judiciário pratica ato administrativo quando, p. ex., o desembargador presidente de um Tribunal de Justiça homologa o resultado de um concurso.
E o Legislativo o faz quando, p. ex., concede férias aos servidores da própria casa legislativa.
E particulares também, quando no exercício de funções administrativas. Ex.: Empresa particular concessionária de serviço público de energia elétrica pode sancionar administrativamente pessoa que comete ligação clandestina.
Devido processo legal: os atos administrativos, como qualquer ato do poder público, tem formas pré-estabelecidas pelo direito e devem seguir as premissas de racionalidade, razoabilidade e proporcionalidade.
ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
1. Agente: Aquele que realiza o ato administrativo; deve ser uma pessoa física com atribuição e competência determinada por lei. Teoria dos poderes implícitos: quem dá os fins, dá os meios. Se o agente não for competente para praticar o ato, o ato será inválido.
"A primeira condição de legalidade é a competência do agente. Não há, em direito administrativo, competência geral ou universal: a lei preceitua, em relação a cada função pública, a forma e o momento do exercício da atribuição do cargo. Não é competente quem quer, mas que pode, somente segundo a norma de direito. A competência é sempre um elemento vinculado, objetivamente fixado pelo legislador". Caio Tácito.
“Na prática e de acordo com a visão mais atualizada do princípio da legalidade, e ressalvados os casos de reserva legal absoluta, as leis não são tão detalhistas assim, sendo muitas vezes atribuídas competências de forma geral, e comumente ainda por regulamentos administrativos organizativos ou regimentos internos. (...) Seria fora de senso prático exigir que cada uma dessas competências estivesse prevista na lei. A competência tem que estar contemplada no ordenamento jurídico, mas não necessariamente em uma regra de lei específica.” Alexandre Santos de Aragão.
Teoria da aparência: Se quem praticou o ato sequer tinha vínculos funcionais com a Administração Pública, ou se, posteriormente, descobre-se algum vício em sua investidura, tornando-a nula, mas mesmo assim, essa pessoa tinha a aparência de possuir tais vínuculos, será considerado agente de fato, e os atos por ele praticados serão considerados nulos em respeito á boa-fé dos administrados que com ele lidaram. Alexandre Santos Aragão. 
Ex.: Funcionário que continua trabalhando após a sua aposentadoria.
2. Forma: Decorrência do devido processo legal. Enquanto os atos jurídicos de direito privado têm forma em princípio livre, os atos administrativos são sempre estabelecidos em lei, em regra, por escrito.
Na verdade, a única forma geral prescrita pela lei é ser o ato escrito (podendo ter exceções, como o apito do guarda de trânsito), de resto, só se exige outra formalidade se a lei determinar.
Lei 9784/99 – Regulamenta o Processo Administrativo
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1 o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
O excesso de forma não é condizente com o devido processo legal.
Princípio do paralelismo das formas: A modificação ou o desfazimento dos atos administrativos deve seguir a forma do ato originário.
3. Finalidade: Todo ato administrativo deve ter por finalidade o atingimento de fim público, tal como definido em regra jurídica ou decorrente da ponderação dos valores jurídicos envolvidos concretamente em cada decisão administrativa.
Teoria do desvio de poder ou desvio de finalidade: Todo ato administrativo deve atender à finalidade expressa ou implícita na norma atributiva da competência, e, caso não a atenda, estar-se-á diante do vício conhecido como desvio de poder.
4. Motivo: São as circunstâncias de fato e de direito que determinam ou autorizam a prática do atoadministrativo. O que gera o ato.
Pode ser um motivo vinculado pela lei, p. ex., a aposentadoria do servidor público.
Pode ser discricionário, p. ex., em um tombamento de uma edificação como patrimônio histórico-cultural.
Teoria dos motivos determinantes: A veracidade do motivo é condição de validade do ato administrativo. Antes dizia-se que não era necessário motivar atos discricionários. Hoje já não cabe mais essa afirmação; todos os atos, mesmo os discricionários, devem ser motivados. E o motivo deve ser procedente, ou o ato pode ser invalidado pelo vício do motivo.
Lei 9.784 de 1999: art. 50, §1º.: A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Não é necessária, porém, em casos óbvios, como a determinação de uma juntada de petição ao processo. Mas essas exceções devem ser analisadas sempre com cautela.
5. Objeto: É a mdança que o ato efetua no mundo jurídico (criação, modificação ou extinção de direitos ou obrigações). Ex.: em uma desapropriação, o objeto é a aquisição da propriedade pelo Estado.
O motivo é o pressuposto da incidência da norma jurídica, enquanto o objeto é a consequência jurídica dessa incidência (Alexandre Santos Aragão). Ex.: Identificando um bem de elevado valor histórico (motivo), para protegê-lo (finalidade), a administração deve, através do ato administrativo de tombamento, estabelecer uma série de restrições ao direito de propriedade do seu titular (objeto).
Mérito do ato administrativo
Discricionariedade X vinculação X arbitrariedade
> Ato discricionário é aquele em que existe um espaço de escolha permitido pelo direito ao administrador. Ex.: abrir ou não licitações nos casos de dispensa por baixo do valor de contrato (art. 24, incs. I e II da Lei 8.666 de 1993).
> Ato vinculado é aquele em que não existem quaisquer margens de escolha ao administrador. Ex.: aposentadoria compulsória aos 70 anos (art. 40, §1º, inc. II, da CF/88).
> Ato arbitrário é aquele em que o administrador abusou do seu poder, agindo fora da margem de sua discricionariedade, ou em desrespeito à prescrição legal.
Princípio da juridicidade
Evolução do princípio da legalidade que não implica em um abandono.
Segundo Marcelo Lamy, "tornou-se quase ilusão querermos continuar a buscar o direito como um sistema lógico hierárquico e coeso".
Para Alexandre Santos Aragão, é a "submissão dos atos estatais a um padrão amplo e englobante de legalidade, cujos critérios não seriam apenas a lei estrita, mas também os princípios gerais de Direito e, sobretudo, os princípios, objetivos e valores constitucionais. É a visão de que a administração não deve obediência apenas à lei, mas ao Direito como um todo".
O espaço (limitado) de escolha da atuação do administrador recebe o nome de "mérito administrativo", e o critério de escolha é chamado de "juízo de conveniência e oportunidade".
Ponto delicado é o controle judicial do mérito administrativo. Já foi completamente afastado, hoje é realizado, principalmente em atenção ao princípio da juridicidade, em análise dos princípios, objetivos e valores constitucionais (com a frequente utilização de técnicas de ponderação, como a feita pela regra da proporcionalidade).
Atributos do ato administrativo
São aqueles que revestem o ato de supremacia estatal. São eles:
1. A presunção de legitimidade: Decorrência do princípio da juridicidade; presume-se, de forma relativa, que os atos administrativos são legítimos. Ex.: Art. 19, inc. II, da CF, que estabelece que um ente político não pode recursar fé aos documentos públicos dos demais entes. Consequências da presunção da legitimidade:
Os atos administrativos podem ser imediatamente executados.
O ônus da prova da legalidade é de quem alega (presunção relativa), ou seja, não cabe à administração ficar comprovando a legalidade de seus atos ou que os fatos que motivaram realmente ocorreram, mas a quem alega.
Obs.: Em decorrência do devido processo legal, essa afirmação deve ser vista com cuidado, pois os atos do Poder Público devem ser motivados e atender a exigênciascomo a clareza, a boa informação aos interessados, etc., não bastando meras afirmações vagas.
2. Imperatividade
Os atos sãocoercitivos, ou seja, a vontade da administração ública se impõe aos particulares, diferente das relações prviadas que de regra as obrigações são frutos de acordos de vontades. Por decorrerem diretamente da lei, os atos administrativos criam obrigações indendentemente da vontade de seus destinatários.
3. Autoexecutoriedade
É a possibilidade dos atos administrativos serem passíveis de execução direta pela própria Administração Pública, independentemente de ordem juridicial.
Só não terá a autoexecutoriedade quando a lei ou a constituição vedar.
Ex.: A quebra dos sigilos que somente podem ser determinadas pelo juiz competente. Obs.: Não exclui o respeito à ampla defesa e ao contraditório.
Classificação dos atos administrativos
1.Quanto á situação jurídica gerada:
a) Normativos: Aqueles que não possuem destinatários específicos, são normas gerais e abstratas, assim como leis. Ex.: Portaria que regulamenta critérios de promoção dos serivdores.
b) Concretos: Materializam a vontade da norma, dando-lhe cumprimento, com destinatário específico. Ex.: ato administrativo que confere a promoção ao servidor.
2. Quanto à vontade formadora:
a) Simples: Resulta da vontade de um único órgão (mesmo que seja colegiado).
b) Complexos (um único ato): Conjugação da vontade de mais de um órgão. Ex.: Decreto do presidente que presise ser referendado por ministro de Estado.
c) Compostos (dois atos, um principal): Resulta da vontade de um único órgão, mas depende de anuência prévia ou homologação de outro. Ex.: Prévia aprovação pelo Senado da nomeação do Procurador Geral da República.
3. Quanto à exequibilidade
a) Perfeitos (inexistentes são nulos): Contêm os cinco elementos da sua formação (agente, forma, finalidade, motivo e objeto) o que fazem o ato ser existente. Caso um desses elementos estejam ausência o ato é inexistente - salvo no caso de agente aparente.
b) Válidos: São aqueles que além de perfeitos (existentes) estão em conformidade com o Direito, portanto são válidos. Em alguns casos são inválidos mas podem ser convalidados.
c) Eficazes: São aqueles que estão aptos a produzir efeitos, pois não estão sujeitos a prazos, condições suspensivas, publicação ou ato controador de outra autoridade.
4. Quanto ao âmbito de repercussão:
a) Externos: Visam a produção de efeitos sobre os particulares, fora da administração.
b) Internos: Objetivam a produçaõ de efeitos jurídicos apenas no interior da máquina administrativa. Tem como escopo apenas a organização interna da administração e a orientação dos seus servidores, mesmo que eventualmente gerem efeitos colaterais (como a modificação da autoridade a ser impetrada num mandado de segurança).
Desfazimento dos atos administrativos
1. Revogação
Supressão, pela Administração Pública, motivada por questões de conveniência e oportunidade, de ato administrativo válido. De forma geral, a revogação é feita pelo próprio agente que a praticou, ou por seu superior hierárquico. 
Limites da revogação:
a) Vinculação legal: Se a autoridade não tinha discricionariedade para não fazer, também não tem para revogar.
b) Direito adquirido eventualmente gerado deve ser respeitado.
c) Atos já consumados. Ex.: Desapropriação que já se concretizou.
d) A coisa julgada administrativa: Esgotado o processo administrativo, a decisão deve ser respeitada por segurança jurídica e confiança do cidadão.
e) Manutenção do status quo (segurança jurídica): O motivo de revogação deve ser posterior ao da prática e suficiente para justificar.
2. Invalidação
É a extinção do ato administrativo por ser contrário ao direito. Pode ser feito pela própria administração, de ofício ou quando provocada, ou pelo Poder Judiciário, quando provocado. 
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seuspróprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
3. Cassação
Modalidade punitiva de extinção do ato administrativo, que ocorre quando o particular por ele beneficiado descumpre um dos requisitos que condicionaram a expedição do ato
Ex.: cassação da licença para construir por inobservância do projeto submetido pelo particular e aprovado pela Administração Pública.
4. Decaimento
Extinção do ato administrativo pela perda do suporte normativo (alteração superveniente da lei) ou pela perda do seu suporte fático (motivo deixa de existir). 
Discussão doutrinária sobre a necessidade de um novo ato administrativo para declarar o decaimento ou não.
Em tese, em caso de prejuízo do administrado, até para propiciar sua ampla defesa e contraditório, seria necessário o novo ato.
SERVIÇO PÚBLICO
Função administrativa: Maria Silvia Zanella Di Pietro - atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve sob o regime jurídico de Direito público para a consecução dos interesses coletivos. Não se resume a atividade estatal no âmbito da administração pública
Atividade estatal
- Atividades de fomento: São aquelas em que o Estado estimula a atividade privada;
- Intervenção no domínio econômico: A maior parte da doutrina considera que não é função administrativa, mas deve observar o interesse coletivo.
- Política administrativa
- Serviço público
Porque todas essas funções não podem ser consideradas serviço público?
Conceitos de serviço público
> Serviço público em sentido amplo: Abrange todas as atividades do Estado. Isso é lastreado na chamada "Escola do Serviço Público", formada na França no início do séc. XX, época em que se discutia o caso Blanco. Naquele país, existem duas jurisdições: a administrativa e a judiciária. A administrativa, em síntese, julga os casos envolvendo a administração pública. Como elas tem funções diversas, pode surgir um conflito de competência, razão pela qual existe o Tribunal de Conflitos. No caso da Agnes Blanco, as duas jurisdições se declararam incompetentes para julgar. A competência, por fim, foi decidida pelo tribunal administrativo. Leon Duguit: considera que o direito administrativo é um complexo de normas referente ao serviço público.
Roger Bonnard: Serviço púiblico seria a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado.
Gaston Jeze: Serviço público é a atividade ou organização que abrange a atividade material exercida pelo Estado para a satisfação de necessidades coletivas com submissão a regime exorbitante do direito comum.
Doutrina brasileira sobre o serviço público
- Mario Masagão
- José Cretella Júnior 
- Edmir Netto de Araújo
Serviço público em sentido estrito
Abrange apenas a atividade da Administração Pública ou apenas parte dela. Essa noção exclui a atividade legislativa e jurisdicional, e também a exploração da atividade econômica e atividade de fomento.
Poder de polícia: restrição de condutas privadas.
Doutrina brasileira sobre o serviço público
- Mario Masagão
- José Cretella Júnior Toda atividade que o Estado exerce 
- Edmir Netto de Araújo
Serviço público em sentido estrito
Abrange apenas a atividade da Administração Pública ou apenas parte dela. Essa noção exclui a atividade legislativa e jurisdicional, e também a exploração da atividade econômica e atividade de fomento.
Poder de polícia: restrição de condutas privadas.
Elementos do serviço público - doutrina clássica
a) Elemento subjetivo: É o serviço prestado pelo Estado, e, portanto, público.
b) Elemento objetivo: Prestação de atividades que atendem a um interesse coletivo
c) Elemento formal: é a submissão total ou parcial ao regime jurídico de direito público.
Problema: crise na noção de serviço público
Vem com a noção de Estado social. O Estado...
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
CONCEITO
É a obrigação estatal de reparar os danos causados a terceiros (conceito sintético).
Conceito doutrinário: Maria Silva Zanella Di Pietro - responsabilidade extra contratual do Estado corresponde à obrigação de reparar danos a terceiros em decorrencia de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, líticits ou ilíticos, imputáveis aos agentes públicos. Há uma série de situações que legitimam o Estado a reparar os danos. 
Responsabilidade é a obrigação de reparar o dano.
ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL:
Contratual: Responsabilidade pelo descumprimento de um contrato. Lei de Licitações e Contratos Administrativo - Lei nº 8.666.
Extra contratual: Ocorre quando o estado pratica ato lesivo fora de atividade contratual.
TEORIAS QUE JUSTIFICAM E EMBASAM A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da Irresponsabilidade estatal: Época em que o estad agia sem responder pelsos seus atos. Baseava-se na lógica absolutista de organização do poder. A partir da transição da idade média para a idade moderna, o estado se torna absoluto, o que significava que o rei poderia exercer suas funções de maneira ilimitada, com base no direito divino. Na ideia de Estado de direito, não se fala em irresponsabilidade Estatal. 
Teoria civilista (ou teoria da responsabildade civil subjetiva): toma emprestado conceitos do direito civil. 
> Atos de império x atos de gestão: O Estado responde desde que haja a culpa de alguém. Atos de império: Envolvem o uso de prerrogativas públicas: soberania, supremacia da Aministratção em face do particular. Quando a Adminitração age nssas prrrogavas la pratica atos de império, o Estado não responde, porque verifica-se o direito administrativo puro - aquele que exorbita do drito comum prqu age em prol de todos. Situações em que o Estado responde: atos de gestão - são aqueles que envolvem adm de bens e serviços, atuação de estado em igualdade com o particular (sem prrrogativas de regime jurídico público, mas em regime jurídico de direito privado), há, então, responsabilidade estatal, desde que seja possível provar que o funcionário agiu com culpa. Essa teoria foi importante porque foi o início da responsabilização. A dificuldade reside em diferenciar atos de império de atos de gestão. Era preciso identificar o funcionário público para demonstrar a culpa. Isso gerou grande injustiça. Ainda que o agente atuasse com abuso de poder, se estivesse agindo com prerrogativas públicas, não haveria indenização. 
> Culpa civil: Abandonou-se a ideia de separar atos de império de atos de gestão para fins de responsabilidade civil do Estado. Adota-se para todos os atos do Estado a lógica do direito privado: Havendo ação ou omissão, dano, nexo causal e culpa, pode-se falar em responsabilidade. Mas essa teoria era ainda ruim porque exigia a comprovação da culpa. 
Teoria publicista: Elementos próprios do direito público. 
> Culpa administrativa: Culpa administrativa ou acidente de serviço; substitui a lógica da culpa civil. Cabe a resp civil do Estado mesmo que o agente não seja identificado: a vítima deve provar a conduta, dano, nexo causal e a culpa anônima do serviço. Demonstra que o serviço público não funcionou, funcionou mal ou funcionou atrasado. Afirma-se que o serviço público é defeituoso quando tenha havido um serviço abaixo dos padrões razoáveis exigíveis. Importa na prestação defeituosa do serviço. Ainda é subjetiva, mas a culpa é anônima inerente ao serviço. 
> Teoria do risco: Considera que o Estado é mais forte jurídica e economicamente em relação aos particulares, e que a ação estatal, embora benéfica a todos, gera também um risco a todos, razão pela qual o estado deve assumir uma maior responsabilidade. Amplia ainda mais a responsabilidade estatal.
DISTINÇÕES NA TEORIA DO RISCO
>> Teoria do risco integral: O Estado responde em todas as situações, não prevendo-se excludente de responsabilidade.
>> Teoria do risco administrativo: O Estado responde independentemente de culpa, mas admitem-se excludentes de responsabilidade civil - teoria que é hoje adotada no Brasil. 
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