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EMPREENDEDORISMO

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EMPREENDEDORISMO
PROF.A MA. CRISTIANE F. ALVES
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1. O QUE É EMPREENDEDORISMO? ..........................................................................................................................5
2. EMPREENDEDORISMO: BREVE HISTÓRICO ........................................................................................................ 7
3. EMPREENDEDOR OU ADMINISTRADOR? .............................................................................................................8
4. TIPOS DE EMPREENDEDORES ..............................................................................................................................9
5. O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .................................................................................................................. 11
6. ESPÍRITO EMPREENDEDOR E APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA ............................................................... 14
7. O PROCESSO EMPREENDEDOR ............................................................................................................................ 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 19
CONHECENDO O EMPREENDEDORISMO
PROF.A MA. CRISTIANE F. ALVES 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
EMPREENDEDORISMO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), inicialmente, compreenderemos por que é difícil fazer uma 
caracterização do termo “empreendedorismo”. O tema é abordado sob a luz de diversas 
vertentes teóricas. Depois, conheceremos a origem da palavra “empreendedorismo” e os pontos 
significativos de sua história, mostrando como o termo evoluiu ao longo dos anos.
Abordaremos o empreendedorismo no contexto brasileiro, quando a nossa população 
começa a ficar consciente sobre a importância de se elaborar um plano de negócio, seja para 
empreender fugindo de uma situação de falta de emprego/renda seja para criar empreendimentos 
focados nas oportunidades de mercado. 
Discutiremos, ainda, as diferenças entre empreendedor e administrador embora, para 
ambos, seja importante atingir o sucesso dos negócios. Além disso, explicaremos as diferentes 
formas de empreender.
Trataremos do espírito empreendedor e da aprendizagem empreendedora, passando pelo 
processo empreendedor. Isso se faz necessário, pois uma das principais causas de mortalidade 
nos primeiros cinco anos das empresas é a falta de planejamento, o que ajudaria a concretizar 
uma ideia com menos riscos e incertezas.
Vamos em frente!
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1. O QUE É EMPREENDEDORISMO?
O desenvolvimento do empreendedorismo como disciplina não seguiu um padrão 
semelhante ao de outras disciplinas das ciências humanas. A área apresenta grande variação de 
visões e definições entre autores e pesquisadores. Como Filion (1999) confirma, as definições 
para empreendedorismo são muitas, não havendo consenso entre os estudiosos do tema. 
O empreendedorismo é uma área interdisciplinar entre a Psicologia, Economia, Teoria 
Organizacional, Finanças, Estratégia e Tecnologia Gerencial. Ou seja, o arcabouço teórico de 
todas essas disciplinas vem em auxílio da compreensão do empreendedorismo. E é justamente 
em virtude dessas contribuições que há inúmeras definições para o termo empreendedorismo. 
Afinal, diferentes pesquisadores utilizam os princípios de suas respectivas áreas de interesse 
para construir seu próprio conceito (DOLABELA, 2008). Em suma: o empreendedorismo é um 
fenômeno complexo e heterogêneo (BRUYAT; JULIEN, 2000).
Segundo Filion (1999), as definições de empreendedorismo ditadas por pesquisadores de 
um mesmo campo de estudo apresentam consonância. Por exemplo: os economistas enxergam 
os empreendedores como inovadores e propulsores do desenvolvimento econômico. Já os 
especialistas da área de marketing enxergam os empreendedores como pessoas diferenciadas, 
que identificam oportunidades com foco no consumidor.
O empreendedorismo é, então, um campo de estudo polissêmico, que pode ser observado 
por diversos ângulos. Por conseguinte, para se compreender o universo do empreendedorismo, é 
importante considerar as diversas perspectivas teóricas para não desconsiderar a pluralidade de 
aspectos que constroem e ampliam a visão do fenômeno. E, apesar das características singulares 
do empreendedorismo, obviamente, não se pode escrever um livro sobre o tema sem definir o 
termo empreendedor.
Empreendedorismo, segundo SEBRAE (2009), é
[...] o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço 
necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes 
e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência 
econômica e pessoal (SEBRAE, 2009, p. 15).
Para Kuratko (2016, p. 5), “Empreendedorismo é um processo dinâmico de visão, 
mudança e criação, que exige a aplicação de energia e paixão para a criação e implementação de 
ideias inovadoras e soluções criativas”. O comportamento empreendedor impulsiona o indivíduo 
a catalisar as mudanças do mundo dos negócios, transformando o contexto a partir da inovação. 
Em outros termos: o empreendedor reage à mudança, transformando-a em oportunidade.
Drucker (1998) completa as ideias dos autores anteriores ao afirmar que os empreendedores 
não causam mudanças, mas exploram oportunidades que as mudanças (sociais, econômicas, 
tecnológicas, políticas etc.) criam nos mais diversos contextos. 
Kuratko (2016, p. 3) explica que “Empreendedores são pessoas que reconhecem 
oportunidades onde outros veem caos, contradição e confusão”. Para o empreendedor, uma 
crise econômica pode representar uma oportunidade para iniciar seu negócio uma vez que as 
tendências de mercado são captadas.
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O empreendedorismo, segundo Schumpeter (1982), é um processo de “destruição 
criativa”,por meio do qual são gerados novos bens, serviços, mercados e métodos de produção que 
substituem os produtos e serviços já estabelecidos no mercado. O autor associa o empreendedor 
ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades de negócios, 
isto é, o empreendedor tem a intuição ou a ideia de: (I) criar uma empresa a partir da reprodução 
ou imitação do que outras já fazem com o mínimo de inovação; (II) criar uma empresa, novos 
produtos, processos ou matérias-primas totalmente inovadores; ou (III) desenvolver produtos ou 
serviços seja para um mercado existente seja visando a um novo mercado. 
Os empreendedores são pessoas que se lançam no mercado em busca de novas 
oportunidades de negócio, usando inovação e criatividade e aceitando assumir os riscos e os 
fracassos da empreitada. 
Para Filion (1999, p. 19), o “[...] empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e 
realiza visões”. Isto é, trata-se de alguém que tem uma imagem realista quanto à direção para a 
qual deseja conduzir seu empreendimento. Para Dolabela (2008, p. 25), “[...] o empreendedor é 
alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”.
Apesar de os conceitos apresentados não serem unânimes, podemos notar algumas 
características empreendedoras que gozam de concordância geral entre acadêmicos e praticantes 
do assunto: o empreendedor é visto como uma pessoa que toma iniciativa de abrir um negócio, 
que utiliza recursos de maneira criativa para transformar os contextos social e econômico locais/
nacionais e que aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar. 
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2. EMPREENDEDORISMO: BREVE HISTÓRICO
A palavra “empreendedorismo” advém da tradução do termo inglês entrepreneurship, 
que, por sua vez, deriva da palavra francesa entrepreneur, introduzida no contexto empresarial 
em 1725 pelo economista irlandês Richard Cantillon para se referir a uma pessoa que aproveita 
as oportunidades com o objetivo de obter lucros, assumindo os riscos inerentes. O Quadro 1 
ilustra, a partir de uma perspectiva histórica do empreendedorismo, como se deu a construção 
do conceito.
Idade 
Média
Marco Polo – estabelecimento da rota comercial no Oriente, atuando como intermediário ao assinar 
contratos para comercializar mercadorias.
Idade 
Média O empreendedor era a pessoa que gerenciava grandes projetos de produção e não assumia riscos.
Século 
XVII Pessoa que assumia riscos de lucros (ou prejuízos) em um contrato de valor fixo com o governo.
1725 Richard Cantillon – foi o primeiro a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos) do capitalista (aquele que fornece capital).
1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital.
1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtinham lucros com atividades administrativas.
1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada.
1961 David McCelland – o empreendedor é um indivíduo dinâmico que corre riscos moderados.
1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades.
1975 Albert Shapiro – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracasso.
1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos.
1983 Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida.
1985
Robert Hisrich – o empreendedorismo é um processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o 
tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes 
e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.
Quadro 1 - Fatos relevantes da história do empreendedorismo. Fonte: Adaptado de Hisrich e Peters (2004).
A partir da perspectiva histórica apresentada no Quadro 1, podemos observar que o 
termo “empreendedorismo” passou por várias mudanças ao longo do tempo. O conceito foi se 
moldando ao que o mercado exigia em cada época.
Ainda, a teoria econômica e a comportamentalista foram as principais teorias que 
buscaram compreender o empreendedorismo. Os economistas foram os primeiros a perceber 
a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico, com destaque aos 
autores Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter. 
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Schumpeter foi pioneiro em estabelecer as principais bases econômicas do 
empreendedorismo e a noção do empreendedor como inovador. O conceito de empreendedorismo 
não pode ser completamente entendido sem a contribuição da teoria schumpeteriana.
Para Schumpeter (1949 apud SOUZA NETO, 2017):
[...] o entrepreneur é alguém que faz novas combinações de elementos, 
introduzindo novos produtos e/ou processos, identificando novos mercados de 
consumo ou fontes de suprimento, criando novos tipos de organização. E essa 
definição é, segundo vários autores, ainda hoje, com poucas variações, a que 
parece melhor aplicar-se ao referido termo (SOUZA NETO, 2017, p. 28).
 Em contrapartida, segundo Souza Neto (2017), a teoria econômica não foi capaz de 
criar uma ciência comportamentalista, pois os pesquisadores e estudiosos da área econômica 
se recusavam a aceitar modelos não quantificáveis. “[...] isso acabou por levar o universo do 
empreendedorismo a voltar-se para comportamentalistas - psicólogos e psicanalistas, sociólogos 
e outros especialistas do comportamento humano” (SOUZA NETO, 2017, p. 28), na busca 
de um conhecimento mais aprofundado sobre os traços que constituem a personalidade 
empreendedora. Nessa linha, foi David C. McClelland quem deu início à contribuição das ciências 
do comportamento para o empreendedorismo ao desenvolver um paradigma comportamental 
do perfil do empreendedor.
 É importante destacar que os estudiosos da teoria comportamentalista não se 
contrapuseram à teoria econômica, mas, pelo contrário, ampliaram o debate sobre as características 
dos empreendedores.
Antes de avançarmos nossa discussão acerca do empreendedorismo, é importante 
esclarecer as diferenças e similaridades entre empreendedor e administrador visto que persistem 
algumas dúvidas quanto aos papéis de cada um deles.
3. EMPREENDEDOR OU ADMINISTRADOR?
Para entender a diferença entre um administrador e um empreendedor, precisamos 
compreender o que é administrar. Segundo Maximiano (2018), administrar é o processo de 
planejar, organizar, liderar, fazer executar e controlar o uso de todos os recursos organizacionais 
para atingir os objetivos estabelecidos. Esse modelo processual foi proposto pelo engenheiro 
francês Henri Fayol no início do século XX, com o objetivo de definir o trabalho do administrador. 
O modelo continua atual até hoje e muito utilizado pelas mais diversas organizações. Na prática, 
todas as decisões do processo estão interligadas. 
Os administradores diferem em dois aspectos: o nível que ocupam na hierarquia 
administrativa (que define como os processos administrativos são alcançados) e o conhecimento 
que detêm, o qual se divide em funcional ou geral (DORNELAS, 2018a). No tocante aos níveis, 
o trabalho administrativo pode ser identificado como de supervisão, médio e alto. Desse 
modo, independentemente do nível (estratégico, tático ou operacional) em que se encontra um 
administrador na organização, ele desenvolve as cinco operações do processo administrativo.
 Por sua vez, o empreendedor é o indivíduo que está sempre atento às mudanças do 
ambiente, reage a elas e as explora como uma oportunidade. Ele cria produtos ou serviços 
melhores, superando os existentes no mercado. São pessoas dinâmicas, que cultivam um certo 
inconformismo com a situação atual e que sabem conviver com os riscos e as incertezas envolvidos 
em qualquer decisão. São pessoas dispostas a todos os sacrifíciospara transformar a sua ideia 
em um bom negócio (DEGEN, 2009; DORNELAS, 2018a). O empreendedor também planeja, 
organiza, lidera e controla, porém, de maneira mais visionária (DORNELAS, 2018a).
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Filion (1999, p. 19) complementa que o “[...] empreendedor é uma pessoa criativa, marcada 
pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, e que mantém alto nível de consciência do 
ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios”. Um empreendedor 
está em constante aprendizado a respeito de possíveis oportunidades de negócios e “[...] a tomar 
decisões moderadamente arriscadas, que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um 
papel empreendedor” (FILION, 1999, p. 19). Portanto, “[...] um empreendedor é uma pessoa que 
imagina, desenvolve e realiza visões” (FILION, 1999, p. 19).
Para Dornelas (2018a, p. 26), “[...] quando a organização cresce, os empreendedores 
geralmente têm dificuldades de tomar as decisões” rotineiras de gerenciamento dos negócios, 
“[...] pois se preocupam mais com os aspectos estratégicos, com os quais se sentem mais à 
vontade”. O autor ainda explica que as diferenças entre empreendedor e administrador podem 
ser comparadas em outras cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica; análise 
de oportunidades; comprometimento dos recursos; controle dos recursos; estrutura gerencial.
Enquanto o administrador se volta à organização do conjunto de recursos da organização 
que gerencia, o empreendedor se volta ao desenvolvimento de ações pautadas no planejamento e 
alinhadas com visão de futuro.
Dornelas (2018a) menciona que o que diferencia o empreendedor de sucesso de um 
administrador comum é o constante planejamento a partir da visão de futuro. Talvez esse seja o 
maior paradoxo a ser analisado visto que o ato de planejar é considerado uma das funções básicas 
do administrador.
Portanto, o empreendedor pode ser considerado um administrador completo uma vez que 
incorpora diversas abordagens existentes, sem excluir nenhuma, e interage com o seu ambiente 
para tomar as melhores decisões.
4. TIPOS DE EMPREENDEDORES
Cada ser humano é único em sua essência, da mesma forma como o empreendedor 
também o é. Logo, não existe um tipo de empreendedor ideal e não é possível rotulá-lo. Tornar-
se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer pessoa. A seguir, seguem os tipos de 
empreendedores conforme Dornelas (2015).
- Empreendedor nato (mitológico): geralmente, são imigrantes ou filhos deles. São 
visionários, otimistas e se envolvem profundamente para realizar seus sonhos. Normalmente, 
começaram do nada e logo cedo adquiriram habilidade de negociação e de vendas.
 - Empreendedor que aprende (inesperado): é uma pessoa que, quando menos esperava, 
deparou-se com uma oportunidade de mercado e tomou a decisão de mudar de vida, abrindo um 
negócio. Geralmente, demora um pouco para tomar a decisão de empreender e para se acostumar 
com ela.
Ser empreendedor é mudar um pensamento de rotina para um pensamento 
dinâmico e inovador.
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- Empreendedor serial (cria novos negócios): é uma pessoa apaixonada pelo ato de 
empreender. Não se contenta em estar à frente do seu negócio enquanto ele não se torna uma 
grande corporação; por isso, está sempre em busca de novos negócios. Sua maior habilidade é 
identificar oportunidades e não descansa enquanto não as vê implementadas.
- Empreendedor social: tem como missão de vida construir um mundo melhor para as 
pessoas. Suas características são similares às dos outros empreendedores; a diferença é que ele 
não busca desenvolver um patrimônio próprio: prefere compartilhar seus recursos e contribuir 
para o desenvolvimento das pessoas. 
Esse típico empreendedor social não aufere lucro com a iniciativa, mas pode ser 
remunerado como um funcionário ou associado; mais recentemente, surgiu um 
modelo intermediário, conhecido como setor dois e meio, no qual o empreendedor 
social busca cumprir seu objetivo de mudar e melhorar a sociedade em que vive 
e ainda consegue auferir lucro com a iniciativa (DORNELAS, 2015, p. 16).
No empreendedorismo social, “[...] todo e qualquer problema social é foco de suas 
ações, não importa a área ou o esforço físico e mental necessário para a resolução do problema” 
(SCHNEIDER; BRANCO, 2012, p. 28).
- Empreendedor por necessidade: cria seu próprio negócio em razão de não ter alternativa 
de emprego. Geralmente, não tem acesso à formação e tem poucos recursos para empreender de 
maneira estruturada. Assim, envolve-se em negócios informais e sem planejamento, o que leva 
muitas vezes ao fracasso do empreendimento.
- Empreendedor herdeiro (sucessão familiar): tem a missão de levar à frente o 
negócio de sua família. Muitos já começam cedo a entender como o negócio funciona e a ter 
responsabilidades. Ademais, muitas famílias e os próprios herdeiros têm se preocupado com a 
preparação do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão.
- Empreendedor “normal” (planejado): é aquele que faz a “lição de casa”. Busca 
minimizar os riscos e se preocupa com cada passo do negócio por meio do planejamento de suas 
ações. A utilização do planejamento é uma atividade comum para esses empreendedores, apesar 
de não ser o caso da maioria.
- Empreendedor franquia: as franquias também são uma forma de empreender visto que 
ocorre a abertura de um negócio com a experiência e o suporte operacional de um franqueador 
com uma marca já consolidada.
- Intraempreendedor: o empregado é dotado de características empreendedoras e atua 
no contexto de uma organização existente. São aqueles empregados/trabalhadores que acreditam 
que algo pode ser feito de forma diferente e melhor. Mas, para que surjam os intraempreendedores, 
as organizações devem criar uma estrutura e um clima favorável para explorarem essas 
potencialidades. Desse modo, qualquer trabalhador (diretores, gerente e demais profissionais) 
pode fazer a diferença na organização. 
Uma organização que estimula o intraempreendedorismo procura criar uma cultura 
organizacional que encoraja, estimula e sustenta as ações intraempreendedoras. Em outras 
palavras: cria-se um ambiente de trabalho em que o comportamento empreendedor é desejável, 
viável e cujas iniciativas inovadoras serão encorajadas, suportadas e recompensadas pela 
organização.
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5. O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
No contexto brasileiro, o movimento do empreendedorismo se fortaleceu em 1990. Antes 
desse período, não se ouvia falar de empreendedorismo, mesmo porque o ambiente político e 
econômico do País não era propício ao desenvolvimento de novos negócios (DORNELAS, 
2018a). Antes dos anos 1990, o empreendedor não encontrava suporte nem informações para 
auxiliá-lo na jornada empreendedora.
Foi com investimento do governo e parceira com algumas entidades (como SEBRAE 
e Sociedade Brasileira para Exportação de Software – SOFTEX) que o empreendedorismo foi 
elevado a outro nível no Brasil.
 A propósito, o SEBRAE criou programas de capacitação empreendedora para dar suporte 
aos pequenos empreendedores, além de diversos outros cursos de capacitação e consultoria. A 
SOFTEX estimulou o empreendedorismo na área de software, proporcionando capacitação em 
gestão e tecnologia, impulsionando, assim, a abertura de novas startups. Além do desenvolvimento 
de startups, as incubadoras ganharam espaço no mercado.
A partir das ações dessas entidades, a sociedade brasileira começou a tomar conhecimento 
da importância da realização do plano de negócios (até então, nada valorizado pelos pequenos 
empresários) e a buscar informação sobre empreendedorismo e programas públicos de incentivo.
Para compreendermos o movimento do empreendedorismo em terras brasileiras, 
devemos olhar para as ações históricas desenvolvidasno País, bem como para aqueles que 
construíram e fizeram parte delas. Para tanto, de acordo com Dornelas (2018a), seguem algumas 
ações históricas do movimento do empreendedorismo no contexto brasileiro.
• Na década de 1990, foram criados os programas SOFTEX e Geração de Novas 
Empresas de Software, Informação e Serviços (GENESIS), que apoiavam atividades de 
empreendedorismo em software, o ensino da disciplina em universidades e a geração de 
novas empresas de software (startups).
• De 1999 a 2002, vigorou o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, que foi 
dirigido à capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores, destinando recursos 
financeiros e operações de crédito para estímulo ao empreendedorismo.
• Os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor, do SEBRAE, são voltados à capacitação 
do empreendedor.
• Nos anos de 1999 e 2000, houve a explosão do movimento de criação de empresas 
pontocom no País, o que motivou o surgimento de diversas empresas startups na Internet, 
desenvolvidas por jovens empreendedores. Atualmente, um novo ciclo de criação de 
startups tem ocorrido no País, com o desenvolvimento de aplicativos, sites de comércio 
eletrônico e redes sociais.
• Destaque para o crescimento do movimento de incubadoras de empresas. Segundo dados 
da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores 
(ANPROTEC), em 2016, cerca de 370 incubadoras de empresas se encontravam em 
atividade no País.
• Repercussão na imprensa nacional dos resultados anuais da pesquisa do Global 
Entrepreneurship Monitor (doravante, GEM).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Mais recentemente, várias escolas estão estruturando programas não só de criação de 
novos negócios, mas também focados em empreendedorismo social e empreendedorismo 
corporativo, além de programas específicos criados por escolas de administração de 
empresas.
• Aumento da quantidade de entidades de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo 
no Brasil.
• A consolidação de programas de apoio à criação de novos negócios, tais como Financiadora 
de Estudos e Projetos (Finep), fundações de amparo à pesquisa, Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES), dentre outros.
• A constatação de que realizar o planejamento do negócio já faz parte do início da jornada 
empreendedora; porém, apesar de muitos empreendedores reconhecerem a importância 
de planejar, muitos não o fazem.
• O desenvolvimento do empreendedorismo nacional também passa pelo crescimento do 
número de franquias.
• A Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016 marcaram uma nova 
fase do empreendedorismo no País uma vez que estimularam novas oportunidades 
empreendedoras.
Em resumo, nos últimos anos, nota-se uma série de iniciativas em prol do empreendedorismo 
no contexto brasileiro. No entanto, o empreendedorismo no contexto brasileiro passou de 
figurante para protagonista após a divulgação do resultado do primeiro relatório executivo do 
GEM 2000. Segundo Dornelas (2018a, p. 19), no relatório, “[...] o Brasil apareceu como o país 
que possuía a melhor relação entre número de habitantes adultos” que iniciaram um “[...] novo 
negócio e o total da população: um em cada oito adultos”. Porém, os números da pesquisa GEM 
também mostraram que, no Brasil, o empreendedorismo por oportunidade era inferior ao de 
empreendedorismo de necessidade. Essa classificação de empreendedorismo (por oportunidade 
e necessidade) é utilizada pelo GEM. 
No entanto, nos últimos anos, tem-se observado uma melhora significativa e até a reversão 
dessa tendência de empreendedorismo por necessidade. Os números mostram que, em 2002, 42% 
dos empreendimentos eram motivados por oportunidades, e 55%, por necessidade. Já em 2018, 
para cada empreendedor por necessidade, havia 1,6 empreendedores por oportunidade no Brasil, 
ou seja, exatamente 61,8% dos empreendedores no País empreenderam por oportunidade (GEM, 
2003). Isso significa que os empreendedores brasileiros estão identificando uma oportunidade de 
negócio viável a ser concretizada para se começar um novo negócio na região onde vivem. 
Contudo, apesar de avanços do empreendedorismo no Brasil, ainda faltam políticas 
públicas para consolidar o empreendedorismo no País, com o objetivo de garantir o surgimento 
e o interesse no desenvolvimento de atividade empreendedora, além da ampliação da educação 
e capacitação empreendedora e maior apoio financeiro, principalmente, às pequenas empresas.
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O GEM é o maior estudo contínuo de abrangência mundial sobre as 
características do empreendedorismo no mundo, inclusive no Brasil. 
O GEM estuda, em nível detalhado, o comportamento dos indivíduos 
com respeito à criação e gerenciamento de novos negócios, incluindo 
comparações globais, relatórios nacionais e tópicos especiais 
baseados nos dados coletados anualmente. Saiba mais em 
http://www.ibqp.org.br/gem/.
O empreendedorismo por necessidade ocorre, porque as pessoas que não 
possuem outra opção de trabalho e de renda buscam o empreendedorismo 
como alternativa de subsistência. Assim, acabam se aventurando na jornada 
empreendedora, criando qualquer tipo de negócio informal que, com pouco 
ou nenhum planejamento, muitas vezes fracassa rapidamente. Esse tipo de 
empreendedorismo muitas vezes não cumpre a sua função social de geração de 
emprego e renda e ainda contribui para as estatísticas de mortalidade de pequenas 
empresas. 
Já o empreendedorismo por oportunidade é o empreendedor visionário que sabe 
aonde quer chegar, que cria um empreendimento a partir de um planejamento, que 
tem em mente o crescimento que deseja buscar para o empreendimento e que 
visa à geração de lucros, empregos e riqueza (DORNELAS, 2018). Nesse caso, o 
empreendedorismo cumpre a sua função de desenvolvimento econômico e social.
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6. ESPÍRITO EMPREENDEDOR E APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA
Será que nascemos empreendedores? É possível aprender a ser empreendedor? Há 
alguns anos, diversas literaturas abordavam o empreendedorismo como uma característica 
inata; no entanto, esse conceito foi modificado à medida que novos estudos e análises sobre 
empreendedorismo foram desenvolvidos. Atualmente, acredita-se que o processo empreendedor 
pode ser ensinado e que é uma habilidade que pode ser aprendida por qualquer pessoa. Dornelas 
(2018a) complementa, afirmando que o sucesso do empreendimento dependerá de uma série de 
fatores internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as 
adversidades que encontra na rotina do empreendimento.
Fabrete (2019) relata que estudos apresentados nos relatórios de empreendedorismo do 
GEM mostram ter havido mudança no perfil do empreendedor: as pessoas, atualmente, estão 
iniciando seus negócios aos 18 anos de idade ao passo que, antigamente, novas empresas eram 
abertas por pessoas com a idade média de 30 anos.
A obra recomendada é O Empreendedor: Empreender 
Como Opção De Carreira, de Ronald Jean Degen, 
2009.
O livro descreve, de maneira didática e objetiva, a 
substancial evolução nos fundamentos da iniciativa 
empresarial, cobrindo todos os aspectos que devem 
ser levados em consideração por aqueles que 
almejam tornar-se empreendedores ou que têm 
interesse em conhecer as atividades inerentes ao 
exercício da livre iniciativa. 
Organizado de forma didática, o livro é dividido 
em quatro partes: (I) apresenta a atividade 
empreendedora como opção de carreira e mostra 
como o futuro empreendedor pode escolher seu 
negócio; (II) orienta o futuro empreendedor no 
planejamento de um empreendimento seguro; (III) descreve como desenvolver, 
organizar, administrar e vender seu negócio; (IV) mostra como o empreendedorismo 
pode ser abordado nas escolastécnicas e universidades e apresenta alguns mitos 
e realidades sobre o empreendedorismo.
Fonte: Livrofácil (2020).
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Diante dessa mudança de perfil, seria interessante que os cursos nas instituições de ensino 
passassem a abordar conteúdos como:
[...] a identificação e o entendimento das habilidades empreendedoras; a 
identificação e análise de oportunidades; as circunstâncias nas quais ocorrem a 
inovação e o processo empreendedor; a importância do empreendedorismo para 
o desenvolvimento econômico; a preparação e utilização de plano de negócios; 
a identificação de fontes e obtenção de financiamento para o novo negócio; e o 
gerenciamento e crescimento da empresa (DORNELAS, 2018a, p. 31).
Se esse fosse o caso, teríamos uma base universal de ementa do curso de empreendedorismo, 
que ajudaria na formação de melhores empresários, melhores empreendimentos e geração de 
riqueza ao País.
Além disso, para empreender, não basta possuir habilidades técnicas e administrativas. 
É necessário ter também habilidades empreendedoras e traçar uma estratégia para desenvolvê-
las. “Sem as habilidades empreendedoras bem desenvolvidas”, você pode não reconhecer 
oportunidades e “[...] não se realizar como empreendedor” (DORNELAS, 2018b, p. 33).
Habilidades Técnicas Habilidades Administrativas
Habilidades Empreendedoras 
Pessoais
- Redação
- Expressão oral
- Monitoramento do ambiente
- Administração comercial e 
técnica
- Tecnologia
interpessoal
- Capacidade de ouvir
- Capacidade de organizar
- Construção de rede de 
relacionamento
- Estilo administrativo
- Treinamento
- Capacidade de trabalho em 
equipe
- Planejamento e estabelecimento 
de metas
- Capacidade de tomar decisões
- Relações humanas
- Marketing
- Finanças
- Contabilidade
- Administração
- Controle
- Negociação
- Lançamento de 
empreendimentos
- Administração do crescimento
- Controle interno e de 
disciplina
- Capacidade de correr riscos
- Inovação
- Orientação para mudanças
- Persistência
- Liderança visionária
- Habilidade para administrar 
mudanças
Quadro 2 – Habilidades necessárias aos empreendedores. Fonte: Hisrich e Peters (2004).
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À medida que um novo empreendimento cresce, talvez surja a necessidade de mais 
habilidades administrativas, técnicas e empreendedoras. Portanto, o empreendedor está em 
constante aprendizado, tanto para aperfeiçoar o novo empreendimento quanto para as mudanças 
no ambiente do dia a dia e fora dele, no sentido de ser capaz de reconhecer e potencializar 
oportunidades. 
7. O PROCESSO EMPREENDEDOR
A decisão de empreender não acontece do nada; tudo nasce de uma ideia, que pode vir 
a se tornar uma oportunidade de negócio ou não. A oportunidade para criar algo novo surge 
de mudanças (sociais, econômicas, tecnológicas etc.) ou da interação desses fatores (Figura 1). 
Uma oportunidade pode ser explorada por meio da criação de um novo produto ou serviço, 
abertura de novos mercados, novos métodos de produção e formas de organização. Por isso, o 
empreendedor precisa estudar e compreender as mudanças do contexto em que vive, o qual é 
palco para que emerjam novas oportunidades. 
Figura 1 – Aspectos que influenciam a oportunidade. Fonte: Adaptado de Baron e Shane (2007).
Cameron Herold, em uma palestra no TED Talks, estimula o 
desenvolvimento de uma educação que ajude crianças e adultos a 
amadurecerem como futuros empreendedores. A palestra intitula-
se Vamos educar as crianças para serem empreendedoras e está 
disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=nx3GuO41Jyg .
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Por exemplo, o crescimento da população idosa no Brasil pode ser uma condição favorável 
para criar produtos, serviços, matérias-primas, métodos de produção e formas de organização. 
Uma única mudança no contexto social é capaz de gerar inúmeras oportunidades de negócio. 
Novas ideias passíveis de serem transformadas em oportunidade podem estar mais próximas 
do que você imagina. O problema é que poucas pessoas prestam atenção aos acontecimentos ao 
redor de maneira criativa.
O empreendedorismo é um processo iniciado “[...] com o reconhecimento do potencial 
para algo novo nas mentes de um ou mais indivíduos que, se optarem por desenvolver essas 
oportunidades, se tornarão empreendedores” (BARON; SHANE, 2007).
Para compreendermos como funciona o processo empreendedor, utilizar-nos-emos 
do modelo de Baron e Shane (2007), composto de seis etapas. Cada etapa recebe influência de 
variáveis individuais, grupais e sociais (Figura 2).
Figura 2 – O empreendedorismo como processo: algumas fases importantes. Fonte: Baron e Shane (2007).
Os autores citados estruturam o processo empreendedor em etapas. Porém, não se trata 
de um processo linear e temporalmente ordenado; pelo contrário, o processo empreendedor é 
dinâmico uma vez que é influenciado por diversos fatores, e o empreendedor pode avançar ou 
voltar etapas quantas vezes forem necessárias.
Em questão de dias ou semanas, a ideia pode ser amadurecida até se tornar a solução de 
uma situação real (pode ser que leve meses ou anos, é claro). É valido ressaltar que o fato de o 
empreendedor ter uma ideia viável de ser concretizada, decidir prosseguir com ela e reunir todos 
os recursos necessários não significa que vai dar certo. Afinal, o empreendedor pode perder o 
timing e não ser mais interessante que aquela ideia seja transformada em oportunidade.
 A possibilidade de o empreendedor precisar voltar uma ou duas etapas durante o processo 
de empreender sempre pode ocorrer, pois essas etapas são influenciadas por variáveis de nível 
individual, grupal e social, que alteram o resultado.
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Contudo, para os empreendedores por necessidade, o processo de empreender é muito 
mais intuitivo e sem planejamento; ou seja, a maioria dos empreendedores por necessidade inicia 
seu empreendimento sem um plano de negócios. Já para os empreendedores por oportunidade, o 
processo de empreender recebe muito mais atenção, pois todas as fases são colocadas no papel e 
analisadas cuidadosamente para se minimizarem armadilhas e erros típicos de início de negócio.
Imagine que você pretenda viajar sozinho para um destino turístico qualquer. Para que 
essa viagem aconteça, é preciso fazer um cuidadoso planejamento. É necessário escolher o local a 
ser visitado, o tempo de estada, quanto dinheiro levar, comprar passagens, reservar hotel, arrumar 
as malas, dentre tantas outras coisas. Pense: se, para uma viagem, precisamos fazer tudo isso, 
imagine para se iniciar um empreendimento! 
Empreender, muitas vezes, é uma viagem para um lugar desconhecido. Nessa viagem 
ao mundo dos empreendedores, o plano de negócio será o mapa do percurso, pois será ele que 
orientará a busca de informações detalhadas sobre o mercado, produtos e serviços a serem 
oferecidos, possíveis clientes, tipo de concorrência, fornecedores e pontos fortes e fracos do 
negócio. Contribui, assim, para a identificação da viabilidade da ideia e da gestão da empresa.
Independentemente do tamanho do empreendimento que realizaremos, o fato é que 
precisamos elaborar um plano de negócio para respondermos às questões: Onde estou agora? 
Para onde estou indo? Como chegarei lá? 
Um dos objetivos do plano de negócios é minimizar as possibilidades de fracasso quando 
da implantação prática de uma ideia. Entretanto, fazer um plano de negócio não garante o sucesso 
do negócio, mas pode diminuir os impactos dos obstáculos que venham a surgir.
O plano de negócio é uma ferramenta que auxilia o empreendedor a pensar sobre o futuro 
do negócio. A elaboração de um plano de negócio é uma oportunidade para o empreendedor 
analisar e refletir sobre todas as facetas da nova empresa, produtoou serviço, fornecendo 
uma visão integrada do empreendimento. Essa ferramenta permite ao empreendedor saber a 
situação real do seu empreendimento no presente e visualizar o futuro. E claro que somente um 
planejamento bem estruturado torna isso possível.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
À guisa de conclusão, a definição de empreendedorismo tem sido abordada em diversas 
áreas, como Economia, Psicologia, Sociologia etc. O empreendedorismo é um campo polissêmico 
e que, como tal, pode ser observado de diversos ângulos. Por isso, não existe uma definição única 
de empreendedorismo, um único tipo de empreendedor e um modelo único de empreender.
 Conhecemos a história do movimento empreendedor, desde a sua concepção na pessoa 
de Marco Polo (na busca por novos mercados) até a sua concepção atual. Entendemos como o 
empreendedorismo se desenvolveu no Brasil e como algumas ações o impulsionaram. Vimos que 
houve um crescimento da proporção de empreendedores brasileiros que estão iniciando alguma 
atividade empreendedora por reconhecerem oportunidades de mercado. Contudo, considerável 
porcentagem de brasileiros ainda empreende por necessidade, pois possui poucas opções de 
trabalho e renda.
Estudamos as diferenças entre empreendedores e administradores no contexto 
organizacional. Além disso, apesar da busca constante do empreendedor por novas oportunidades, 
nem sempre ele abre uma nova empresa. Existem os empreendedores que trabalham para donos 
de empresas, bem como existem os empreendedores donos de seus próprios negócios.
Aprendemos que cabe ao empreendedor buscar se capacitar para entender melhor como 
gerir o seu negócio e a sua equipe. Além disso, o Brasil é um País de empreendedores, mas, em 
sua maioria, empreendedores por necessidade – o que leva à elevada mortalidade de empresas 
antes ainda de seus dois primeiros anos de existência. Em virtude da falta de estímulo à educação 
empreendedora, esse potencial não é explorado.
Por fim, parte do sucesso de um empreendimento depende do processo empreendedor, 
ou seja, da elaboração de um plano de negócios, no qual as estratégias para o desenvolvimento 
e crescimento do futuro empreendimento serão criadas e precisarão estar de acordo com a 
realidade e contexto do negócio.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 21
1. MITOS SOBRE EMPREENDEDORES ......................................................................................................................22
2. AS CARACTERÍSTICAS E O PERFIL DO EMPREENDEDOR .................................................................................23
3. COMPETÊNCIAS DO EMPREENDEDOR ................................................................................................................25
4. AUTOCONHECIMENTO E CRIATIVIDADE .............................................................................................................27
5. TÉCNICAS PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE .............................................................................................29
6. EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ...............................................................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................35
CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES
PROF.A MA. CRISTIANE F. ALVES 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
EMPREENDEDORISMO
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INTRODUÇÃO
O sucesso de um empreendimento inovador não depende de “mágica” e, sim, de uma 
série de fatores e condições – tanto pessoais como do negócio – que o empreendedor deve levar 
em consideração antes de iniciá-lo.
Diz-se que a visão empreendedora já nasce com o indivíduo, não sendo construída. No 
entanto, temos convicção de que o empreendedorismo pode ser desenvolvido, e esse potencial 
empresarial é uma qualidade muito comum entre a população em geral.
Antes de iniciar qualquer tipo de atividade de risco no ramo de negócios, é fundamental 
identificar seu potencial empreendedor, desenvolver habilidades empreendedoras, desenvolver 
suas características de comportamento empreendedor e identificar oportunidades e recursos.
Os problemas que afligem ou desafiam os empresários são ilimitados. Eles variam desde 
motivação pessoal, família, empregados e sócios até fornecedores e impostos. Dentre os problemas 
mais pontuais que os novos empresários enfrentam, podemos destacar os atrasos nos processos 
de licença e outras aprovações governamentais, pois nem sempre o empresário está ciente das 
regras e regulamentos, e os atrasos acabam sendo inevitáveis, acarretando perdas desnecessárias.
Uma série de problemas é de competência da administração, e um dos mais difíceis é o 
de pessoal, contratação, treinamento e supervisão. Um erro comum entre os novos empresários é 
contratar alguém sem conhecimento prévio do que exatamente será contratado para fazer.
O treinamento de novos empregados é um item de alto custo, que os proprietários de 
negócios muitas vezes não percebem claramente. Administrar significa conseguir que os outros 
façam as coisas de forma organizada e estejam motivados a fazê-lo. Embora isso possa ser 
demorado e levar anos para se aprender, os resultados são significativos e positivos.
Por tudo isso, é essencial conhecer as características dos empreendedores e como isso 
pode ajudar na melhor gestão das organizações. Há muitos mitos que costumam ser exaltados 
nas trajetórias de empreendedores de sucesso, os quais, quando desmistificados, revelam uma 
realidade muito diferente. 
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1. MITOS SOBRE EMPREENDEDORES
A proliferação de literaturas dedicadas ao tema faz com que surjam alguns mitos em 
torno do empreendedor, transportando-o para um “[...] reino fabuloso e até mesmo [...] irreal” 
(SOUZA NETO, 2017, pp. 57-58). Segundo Degen (2009), histórias de heróis e sucesso são 
contadas avidamente nas revistas de negócios. Souza Neto (2017) arremata, afirmando que essas 
“Narrativas que ressaltam trajetórias de empreendedores de sucesso” são tão comuns na literatura 
de negócio, que “[...] contribuem para sustentar essa perspectiva, criando um imaginário de poder 
e de sucesso vinculado ao empreendedor” (SOUZA NETO, 2017, p. 58). 
Tudo isso confere uma visão romântica ao empreendedor, uma visão que desconsidera 
as dificuldades e glorifica o sucesso, sobressaindo-se aspectos que tornam o empreendedor 
um personagem especial dentre os demais atores da sociedade (SOUZA NETO, 2017). E, 
para arrematar, os próprios empreendedores (os “heróis desses mitos”) contribuem com essas 
narrativas quando relatam apenas seu sucesso, omitindo suas dificuldades (DEGEN, 2009).
Muitas pessoas acreditam nisso e se encantam com “[...] os mitos de como heróis tiveram 
sucesso e fizeram fortuna”, sonhando “[...] um dia conseguir imitá-los e ter sucesso igual” 
(DEGEN, 2009, p. 421). 
Esse panorama torna cada vez mais difícil distinguir o que é mito e o que é realidade 
sobre os empreendedores. Para tanto, recorrendo a Degen (2009) e Dornelas (2016), listamos a 
seguir alguns mitos e a realidade que os contradiz.
- Mito: empreendedores são natos, nascem para o sucesso.
Alguns empreendedores nascem com certo nível de inteligência, mas acumulam 
habilidades, experiências e contatos com o passar do tempo. Qualquer pessoa pode desenvolver 
e aprimorar habilidades e competências para ser um empreendedor.
- Mito: qualquer pessoa pode começar um negócio.
Qualquer pessoa pode iniciar um negócio, porém, o ponto crucial é sobreviver e prosperar 
no mercado. Muitas pequenasempresas fecham antes de completarem cinco anos. 
- Mito: os empreendedores precisam de muito dinheiro para iniciar seu negócio.
Dependendo do setor, não é necessário muito dinheiro para iniciar um negócio. A maioria 
dos empreendedores inicia seu negócio utilizando suas economias. 
- Mito: as mulheres têm as mesmas probabilidades de serem empreendedoras que os 
homens.
Segundo estatísticas, as mulheres têm menor probabilidade de iniciar um negócio quando 
comparadas aos homens. Isso se dá em razão do interesse, falta de acesso a recursos financeiros e 
a oportunidades de negócio e capital humano.
- Mito: empreendedores devem ser jovens e cheios de energia.
A faixa etária não é uma barreira para quem deseja empreender. O importante é a 
pessoa ter conhecimento e experiências para reconhecer oportunidades de negócios de sucesso 
sustentado.
- Mito: a maioria dos novos negócios se inicia em setores de alta tecnologia e rápido 
crescimento.
A maioria dos novos negócios se inicia em setores comuns e pouco sofisticados, pois os 
empreendedores escolhem os setores nos quais detêm conhecimento e nos quais é fácil iniciar.
- Mito: empreendedores são pessoas isoladas e solitárias.
Os empreendedores são ótimos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem um 
excelente relacionamento interpessoal.
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- Mito: empreendedores são jogadores.
Os empreendedores, sozinhos ou em conjunto, assumem riscos calculados e evitam riscos 
desnecessários.
- Mito: há tantas receitas para o sucesso dos empreendedores quanto há autores e 
livros sobre o tema.
“O sucesso do empreendedor depende de seu esforço em conhecer, observar e analisar 
o negócio antes de iniciá-lo” (DEGEN, 2009, p. 426). Quanto mais conhecimento e experiência 
no setor o empreendedor tiver antes de iniciar o negócio, maiores serão suas chances de sucesso.
- Mito: o novo negócio típico é inovador e com crescimento rápido.
Os novos negócios típicos são comuns ou similares aos produtos ou serviços existentes no 
mercado, pouco inovadores e sem barreira à entrada de novos concorrentes. Além disso, segundo 
Degen (2009, p. 423), “Iniciar um novo negócio não é rápido, indolor, linear, coletivo ou um 
processo compreensivo e abrangente”.
Após todo o exposto, como podemos notar, a realidade do empreendedorismo é muito 
diferente dos mitos que tendem a ser exacerbados pela literatura de negócios. Boa parte dos 
empreendedores é de pessoas comuns, que, por necessidade, iniciaram seu próprio negócio. 
Poucos o fizeram por reconhecerem uma oportunidade de negócio.
2. AS CARACTERÍSTICAS E O PERFIL DO EMPREENDEDOR
Não existe um perfil empresarial ideal, que abarque todas as características do 
empreendedor de sucesso. Os empreendedores provêm das experiências educacionais, 
situações familiares, vivências profissionais variadas e características psicológicas e emocionais, 
diferenciando-se, portanto, um do outro (HISRICH; PETERS, 2004). Porém, é possível identificar 
um conjunto de características que contribuem para a condução de um negócio de sucesso.
O empreendedor precisa ter visão: ele deve conseguir enxergar o que as outras pessoas 
não veem, imaginar como será o seu empreendimento a longo prazo e acreditar nele. Ele precisa 
ter habilidades, determinação para implementar o seu negócio e não permitir que a insegurança 
o atrapalhe a lidar com as adversidades. Um empreendedor não deve ter medo de correr riscos; 
deve seguir em frente, saber quando tomar uma decisão e saber lidar com a pressão.
E mais: os empreendedores são inovadores, superam as adversidades, agregam valor a 
seus produtos e serviços, fazem a diferença, percebem necessidades e desejos do consumidor, 
exploram ao máximo as oportunidades que encontram, estão sempre aprendendo com seus erros 
e buscam fazer melhor do que a última vez.
Além de todas essas características, também se pode dizer que os empreendedores são 
determinados, dinâmicos e atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos com uma 
vontade ímpar de fazer acontecer. São dedicados e comprometidos, otimistas e apaixonados 
pelo que fazem, dedicando-se ao seu negócio 24 horas por dia e sete dias por semana. Ademais, 
encontram energia para continuar mesmo quando se deparam com problemas. São independentes 
e constroem seu próprio futuro; por isso, buscam liberdade, traçam o seu caminho e geram 
empregos. Desejam a riqueza, pois acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos 
negócios. São naturalmente líderes, pois sabem valorizar, estimular e recompensar os seus 
funcionários, além de conseguirem formar boas equipes. São cordiais e possuem uma ampla 
rede de contatos que os auxilia no ambiente externo da empresa junto a clientes, fornecedores e 
entidades de classe. São organizados, planejadores e vivem em busca de novos conhecimentos, 
pois sabem que, quanto maiores forem o seu conhecimento e aprendizado, maiores serão as 
chances de sucesso no negócio. Eles assumem riscos calculados e se sentem satisfeitos quando os 
superam.
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Os empreendedores não somente criam valor para si mesmos, mas geram valor para 
a sociedade e para a economia do País ao desenvolverem produtos ou serviços e ao criarem 
modelos de negócio, tecnologias ou novos recursos.
Segundo Julien (2010), a trajetória do indivíduo, o ambiente familiar na infância, a 
educação, os valores pessoais e a experiência profissional prévia são elementos que devem ser 
considerados na formação do perfil do empreendedor. Além de todas essas características, 
também podemos dizer que os empreendedores:
- Possuem bons relacionamentos: “uma pessoa bem-relacionada tem grandes chances de 
ser bem-sucedida” (TAJRA, 2019, p. 41). Quando o empreendedor tem uma boa rede de contatos, 
aumentam as oportunidades, as vantagens em negociações e há mais credibilidade no mercado.
- São inovadores: o empreendedor está sempre buscando “[...] novas formas de fazer as 
coisas e, dentro dessa busca, rompe com paradigmas, aceitos quase como lei pela maioria das 
pessoas” (BIAGIO, 2012, p. 17).
- São criativos: a criatividade tem relação direta com a capacidade de inovar e de criar 
soluções para determinados problemas (TAJRA, 2019). A chave da criatividade está em ser 
inovador. Para aprimorá-la, o empreendedor deve buscar soluções e modelos alternativos. 
Dornelas (2016) argumenta que as três principais características dos empreendedores de 
sucesso, encontradas em qualquer literatura de empreendedorismo, são:
• Ter iniciativa para criar um negócio e ter paixão pelo que faz.
• Transformar o ambiente social e econômico onde vive.
• Aceitar assumir os riscos calculados.
Muitas dessas características apresentadas podem ser identificadas em pessoas com 
perfil empreendedor; porém, isso não significa que todos os empreendedores possuem todas as 
características citadas já que algumas características podem ser desenvolvidas ao longo do tempo. 
Outras são inatas ou despertadas pela vontade do indivíduo de iniciar um negócio. Em outras 
palavras, não se nasce empreendedor: torna-se um, pois o indivíduo adquire os traços de ser 
empreendedor gradualmente (JULIEN, 2010).
A literatura sobre o empreendedorismo apresenta uma vasta lista de características 
dos empreendedores por diferentes visões de mundo, no entanto, há pouca variação dessas 
características. De modo geral, podemos afirmar que existem muitas semelhanças entre os 
conceitos. Isso confirma, mais uma vez, que não há um modelo único de empreendedor. Portanto, 
qualquer pessoa pode tornar-se empreendedora.
Por fim, é importante ressaltar que, no nosso País, temos dificuldade para caracterizar o 
perfil ideal do empreendedor brasileiro. Isso porque o Brasil é um País de diversidade, tanto no 
que se refere aos ambientes cultural, institucional e social quanto às características dos sujeitos 
considerados empreendedores.
SegundoDrucker (1998), “O trabalho específico do empreendedorismo numa 
empresa de negócios é fazer os negócios de hoje capazes de fazer o futuro, 
transformando-se em um negócio diferente”. E continua: “Empreendedorismo não 
é nem ciência, nem arte. É uma prática”.
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3. COMPETÊNCIAS DO EMPREENDEDOR
Em grande medida, a performance do empreendedor está associada a características 
pessoais, como iniciativa, empatia e capacidade de adaptação e de persuasão. Goleman (2005) 
agrupou as competências emocionais em quatro grandes grupos e, dentro de cada um dos grupos, 
há um conjunto de competências específicas.
1. Autoconsciência:
• Autoconsciência emocional – Essa competência permite reconhecer e compreender 
os diferentes estados de espírito e a forma como eles afetam o desempenho social e 
profissional e as relações com os outros.
• Autoavaliação rigorosa – Trata-se da capacidade de avaliar, de forma realista, as suas 
forças, mas também as suas fraquezas.
• Autoconfiança – Competência que permite valorizar devidamente os seus pontos fortes e 
as capacidades mais distintivas.
2. Autogestão:
• Autocontrole – Capacidade para manter as emoções sob controle.
• Inspirar confiança – A confiança se conquista por meio de comportamentos que revelam 
integridade, honestidade, confiabilidade e autenticidade.
• Responsabilidade - Capacidade para se autogerir de modo responsável (ser organizado e 
cuidadoso no trabalho).
• Adaptabilidade – Competência revelada pela abertura a novas ideias e abordagens, 
flexibilidade na resposta à mudança e tolerância à ambiguidade.
• Orientação para o êxito - Otimismo, necessidade de autoaperfeiçoamento e de alcance de 
um padrão interno de excelência; persistência.
• Iniciativa - Prontidão para aproveitar as oportunidades e inclinação para exceder 
objetivos; proatividade.
3. Consciência social:
• Empatia – Capacidade para perceber os sentimentos e perspectivas dos outros, interesse 
ativo pelas suas preocupações, sensibilidade às suas especificidades.
• Consciência organizacional - Capacidade para ler a realidade organizacional, construir 
redes de decisão e ter consciência das correntes sociais e políticas da organização.
• Orientação para o cliente - Capacidade para antecipar, reconhecer e ir ao encontro das 
necessidades dos clientes.
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4. Competências sociais:
• Liderança visionária - Capacidade para inspirar e guiar os indivíduos ou grupos em torno 
de uma visão convincente.
• Influência - Capacidade para persuadir os outros a partir dos métodos mais adequados a 
cada situação.
• Desenvolver os outros - Capacidade para identificar necessidades/oportunidades de 
desenvolvimento dos outros e para agir de forma a promover o alargamento das suas 
competências.
• Comunicação - Ser bom ouvinte e ser capaz de comunicar de modo claro e convincente.
• Catalisador da mudança – Capacidade para promover e incentivar a mudança dentro 
da organização, contribuindo ativamente para a eliminação das resistências por parte da 
equipe que lidera.
• Gestão de conflitos - Capacidade para gerir os conflitos emergentes na organização.
• Criar laços – Competência que permite a criação e o desenvolvimento de redes de relações 
interpessoais.
• Espírito de equipe e cooperação – Capacidade de colaborar eficazmente com os outros, 
conseguindo criar sinergia de grupo na execução de objetivos comuns.
É certo que o desenvolvimento desse conjunto de competências é desejável para 
qualquer pessoa, mas, no caso do empreendedor, será decisivo para o seu sucesso. E o profundo 
conhecimento de si próprio(a) é condição prévia ao bom desenvolvimento dessas características. 
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4. AUTOCONHECIMENTO E CRIATIVIDADE
Uma das principais características do empreendedor é o conhecimento que ele tem de 
si próprio. Isso significa que o empreendedor consegue perceber que não é rentável desperdiçar 
esforços em áreas e/ou atividades nas quais não tem competências.
Figura 1 – Ideia. Fonte: Emperifa (2020).
 
A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é o conhecimento dos seus pontos fortes, 
dos seus valores e objetivos e das formas concretas de alcançar o que pretende.
De todas as características do empreendedor, uma das essenciais e que mais facilmente 
podemos desenvolver é a criatividade. Embora todos tenhamos talentos criativos, falta-nos, 
muitas vezes, confiança na nossa própria criatividade. O termo criatividade tem um significado 
que vai muito além de possuir um talento artístico. É, sim, a capacidade de utilizar a imaginação 
para criar ideias.
A criatividade é uma característica inata a todos os seres humanos. Cabe a cada um de 
nós desenvolver essa capacidade. Antes de tudo, você deve estar atento ao que se passa à sua 
volta: o desenvolvimento da capacidade criativa, tal como qualquer outra competência, exige 
concentração e atenção. Comece por ver o mundo que construiu à sua volta: a sua casa, o seu 
trabalho e as suas relações sociais são expressões criativas que foram criadas por você mesmo. 
Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas é o primeiro passo para desenvolver 
a sua capacidade de criar de forma consciente.
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Muitos empreendedores de sucesso que conhecemos usaram os obstáculos como força 
para impulsionar sua criatividade. Hoje, possuem negócios de sucesso. 
O argentino Federico Vega tinha o sonho de criar um negócio que gerasse 
impacto real no mercado. E foi no Brasil que ele encontrou essa oportunidade: 
após analisar os gargalos do transporte de carga por aqui, decidiu investir numa 
forma de tornar nosso sistema logístico mais eficiente.
Se o problema da logística no Brasil é complexo, a solução também não viria de 
forma fácil. Vega conta que buscou investimento para sua ideia com diversos 
investidores, no Brasil e no exterior, sem sucesso. ‘Falei com vários investidores, 
muitos deles mais de uma vez. Chegou um momento que eles nem me atendiam 
mais. Recebi mais de 200 negativas, teve investidor que me disse ‘não’ umas 20 
vezes’, lembra o CEO.
Após algumas negociações, incluindo uma com seu ex-chefe, a situação começou 
a melhorar. A CargoX, uma startup que funciona como o Uber dos caminhões, 
começou a operar efetivamente no início deste ano e tem um escritório em 
São Paulo, outro no Mato Grosso e mais um na Argentina A empresa recebeu 
recentemente um grande aporte liderado pelo banco Goldman Sachs, totalizando 
35 milhões de reais. Com isso, a startup recebeu até agora 49 milhões de reais em 
investimento, desde o início do projeto (FONSECA, 2016).
Criatividade e inovação são dois conceitos completamente diferentes, mas que se 
complementam. “Enquanto a criatividade é o processo de gerar novas ideias e pensar em coisas 
novas, a inovação é o processo de transformar ideias em produtos, processos ou serviços que 
tenham valor para a sociedade” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 129). Portanto, inovação é a 
consolidação da ideia criativa. 
A base do processo de inovação é a criatividade, pois, sem a geração de ideias, não há 
como inovar. Por outro lado, para promover a inovação, é necessário desenvolver a capacidade 
criativa dos envolvidos no processo.
No entanto, no mundo dos negócios, para que uma ideia seja considerada inovadora, ela 
precisa gerar valor para o mercado; caso contrário, será apenas uma curiosidade ou uma invenção. 
Vale frisar que nem todas as ideias serão inovação (MARIANO; MAYER, 2011). Assim, quanto 
mais ideias você tiver, maiores são as chances de encontrar uma grande ideia que atinja sucesso 
no mercado. Então, continue praticando. A seguir, veremos algumas técnicas para desenvolver a 
criatividade.
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5. TÉCNICAS PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE 
De onde surgem as ideias? Uma ideia não surge no nada. Geralmente, as ideias surgem 
a partir da base de conhecimento do empreendedor. Sendo assim, quanto mais instrução e 
conhecimento ele tiver, maior será a probabilidade de o empreendedor ter ideias inovadoras. 
A busca por solucionar um problema pode ser um estímulo à geração de novas ideias, 
“[...] pois quando o indivíduo tenta solucioná-lo, seu cérebro o força a pensar em inúmeras 
possibilidades, que geram uma diversificação de novas ideias e estimulam a criatividade pessoal” 
(FABRETE, 2019, p. 58). As ideias também surgem de perspectivas e de visões abrangentes, 
experiências de trabalhos anteriores, redes de relacionamento, hobbies etc.
Além disso, é interessante frequentar feiras, exposições, museus, ler jornais, blogs, revistas 
ou qualquer outro meio que possa gerar conhecimento sobre o segmento desejado. Busque olhar 
ao seu redor de forma questionadora, sair do senso comum, quebrar padrões habituais quanto à 
forma de pensar e olhar para um produto ou serviço, tentando enxergar novas funcionalidades 
a ele. Tudo isso ajuda a gerar novas ideias: quanto mais você praticar, melhores serão a sua 
perspectiva e a habilidade de gerar ideias.
Novas ideias podem estar mais próximas do que você imagina. O problema é que poucas 
pessoas prestam atenção ao que acontece ao redor de forma criativa. Mas, para isso, existem 
algumas técnicas que podem colaborar para o desenvolvimento da criatividade.
• Brainstorm: a técnica da “tempestade de ideias” é um processo que permite gerar um 
conjunto de ideias, associações e conceitos livres e aleatórios que, se vistos de fora, 
poderão parecer sem nexo. Contudo, e por se tratar de uma técnica na qual as ideias fluem 
sem qualquer censura, o brainstorm permite bons resultados em termos de criatividade. 
A velocidade do processo permite ultrapassar o circuito lógico do hemisfério esquerdo 
do nosso cérebro, permitindo o surgimento de ideias imaginativas vindas do hemisfério 
direito – o lado criativo. Desse processo, nascem muitas vezes soluções para problemas ou 
produtos/ serviços especialmente inovadores.
• Potencializar o surgimento de ideias: essa estratégia consiste em reunir o máximo de 
informação possível sobre determinado problema (por meio de leitura ou conversas com 
outras pessoas entendidas no assunto, por exemplo). Depois, dever-se-á pensar sobre esse 
tema durante o tempo que for necessário para o surgimento de uma ideia. A solução 
encontrada é razoável? Em caso afirmativo, experimente-a. Caso contrário, continue 
a pensar. Se resultar, ótimo! Se não, recomece o processo até que surja uma ideia. O 
importante é aprender a não colocar obstáculos à sua mente.
• Estimular o lado criativo do cérebro: existem técnicas que permitem “desligar” o lado 
lógico do cérebro, permitindo o livre trabalho do nosso lado criativo. Uma dessas formas 
é escrever ou desenhar algo com a mão não dominante, deixando o instinto conduzir os 
músculos. O que disso resultar é um produto do seu lado criativo. Outra possibilidade é 
fechar os olhos e desenhar o que você visualiza em sua mente. Poderá, ainda, escrever os 
seus pensamentos diariamente à medida que eles vão surgindo. As ideias deverão fluir 
livremente, procurando não fazer qualquer juízo de valor. Quanto mais praticar essa 
técnica, mais facilidade terá para deixar fluir as suas ideias, pensar de forma abstrata e 
tomar decisões. A sua mente estará progressivamente mais aberta a novas ideias e menos 
preconceituosa.
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• Relaxe e medite: o pensamento lógico gera ondas beta no cérebro enquanto a meditação 
e o relaxamento produzem ondas alfa, as quais têm muitos efeitos positivos e, dentre eles, 
o pensamento criativo. Existem técnicas de respiração que ajudam a libertar a mente e 
a mudar a atividade cerebral de ondas beta para alfa. Ouvir melodias simples e suaves 
também ajuda a mudar a frequência das ondas cerebrais.
• Faça qualquer coisa fora de contexto: ser criativo é estar aberto a novos pensamentos 
e experiências. Tente quebrar algumas rotinas, fazendo algo que nunca fez, algo simples 
(como alterar a rota para o emprego ou sentar-se num diferente lugar à mesa). Você ficará 
surpreendido com o efeito criativo que as pequenas mudanças conseguem provocar.
• Uma experiência interessante pode ser pedir a ajuda de uma criança ou de um familiar 
mais velho durante a resolução de um problema particularmente difícil. A criança 
(sem o constrangimento do conhecimento) e a pessoa mais velha (com a sabedoria 
da experiência) poderão trazer algo de novo ao problema e novas perspectivas, que se 
poderão revelar bastante úteis e inspiradoras.
Por fim, é importante ressaltar que, no que diz respeito à geração de novas ideias, devem-
se considerar todas, desde as mais viáveis até às mais absurdas, pois o que para um empreendedor 
pode soar absurdo, para outro pode se apresentar como uma nova perspectiva ou análise, fazendo 
com que essa ideia se torne a ideal.
É possível inovar vendendo pipoca? Há como se diferenciar no 
mercado vendendo um produto tão simplório para ganhar o coração 
de seus clientes? 
Assista ao vídeo Os Pipoqueiros Mais Famosos do Brasil, de 2014, 
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=i13iYWJP1lo.
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Questionário de autoavaliação do perfil empreendedor
Dornelas (2018a) desenvolveu um questionário em que avalia ambiente, atitude e 
knowhow de um empreendedor. Vamos averiguar se você é um empreendedor em 
potencial? Lembre-se: todos podem ser empreendedores desde que trabalhem e 
se dediquem para isso. As habilidades empreendedoras podem ser aprendidas.
Instruções: responda ao questionário de maneira sincera. Atribua nota de 1 a 5 
para cada uma das características a seguir e escreva a nota na última coluna. 
Some as notas obtidas para todas as características.
Características Ex
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In
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Nota
5 4 3 2 1
Comprometimento e determinação
1. Proatividade na tomada de decisão
2. Tenacidade, obstinação
3. Disciplina, dedicação
4. Persistência em resolver problemas
5. Disposição ao sacrifício para atingir metas
6. Imersão total nas atividades que desenvolve
Obsessão pelas oportunidades
7. Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos 
clientes
8. É dirigido pelo mercado (market driven)
9. Obsessão em criar valor e satisfazer os clientes
Tolerância ao risco, ambiguidades e incertezas
10. Tomar riscos calculados (analisa tudo antes de agir)
11. Procura minimizar os riscos
12. Tolerância às incertezas e falta de estrutura
13. Tolerância ao stress e conflitos
14. Hábil em resolver problemas e integrar soluções
Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação
15. Não convencional, cabeça aberta, pensador
16. Não se conforma com o status quo
17. Hábil em adaptar-se a novas situações
18. Não tem medo de falhar
19. Hábil em definir conceitos e detalhar ideias
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Motivação e superação
20. Orientação a metas e resultados
21. Dirigido pela necessidade de crescer e atingir 
melhores resultados
22. Não se preocupa com status e poder
23. Autoconfiança
24. Ciente de suas fraquezas e forças
25. Tem senso de humor e procura estar animado
Liderança
26. Tem iniciativa
27. Poder de autocontrole
28. Transmite integridade e confiabilidade
29. É paciente e sabe ouvir
30. Sabe construir times e trabalhar em equipe
TOTAL
Quadro 1 – Questionário de autoavaliação do perfil empreendedor. Fonte: Dornelas (2018a).
Análise do desempenho:
120 a 150 pontos: você provavelmente já é um empreendedor, possui as 
características comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar no 
mundo dos negócios.
90 a 119 pontos: você possui muitas características empreendedorase, às 
vezes, comporta-se como um; porém, você pode melhorar ainda mais se equilibrar 
os pontos ainda fracos com os já fortes.
60 a 89 pontos: você ainda não é muito empreendedor e, provavelmente, 
comporta-se na maior parte do tempo como um administrador, e não como um 
“fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras, 
procure analisar seus principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para 
eliminá-los. 
Menos de 59 pontos: você não é empreendedor e, se continuar a agir 
assim, dificilmente será um. Isso não significa que você não tenha qualidades, 
mas apenas que prefere seguir a ser seguido. Se você pretende ter um negócio 
próprio, reavalie sua carreira e seus objetivos pessoais.
Com base no resultado do questionário de autoavaliação do perfil do 
empreendedor, você pode criar um plano de estratégia. Primeiro, identifique seus 
pontos fortes e fracos. Analise o que precisa e pode ser melhorado, descreva de 
que maneira você pretende realizar essa melhoria e quais os meios e métodos 
você vai utilizar. Quais serão os prazos necessários para poder atingir os seus 
objetivos?
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6. EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
O intraempreendedorismo vem da palavra inglesa entrepreneur, que significa 
“empreendedor interno”. Esse termo surgiu em 1985, com Gifford Pinchot III, empreendedor, 
autor e cofundador da Universidade Pinchot (FABRETE, 2019). 
O empreendedorismo não precisa necessariamente ser aplicado à abertura de um novo 
negócio; é possível empreender em um negócio já existente. Ou seja, “[...] o empreendedor é 
aquele que assume riscos e inova continuamente, mesmo que não possua sua própria empresa, 
o chamado intraempreendedor” (FABRETE, 2019, p. 16). O intraempreendedor é o indivíduo 
que, embora não seja dono da empresa, direciona sua energia e dedica-se a promover mudanças 
e melhorias dentro de uma organização.
Com a globalização e o aumento da concorrência, o tema intraempreendedorismo passou 
a despertar interesse no mundo empresarial, pois muitas empresas se viram obrigadas a serem 
inovadoras. Ocorre que, para isso, elas precisam de funcionários que também sejam inovadores.
Geralmente, são organizações que possuem estruturas flexíveis, proativas, inovadoras, 
possuem visão de médio e longo prazos e abrem espaço para seus funcionários empreenderem de 
maneira controlada, calculando os riscos em prol do desenvolvimento organizacional. Segundo 
Fabrete (2019), os funcionários empreendedores:
[...] são ambiciosos, hábeis comunicadores, focados em resultados, líderes 
natos, excelentes vendedores de suas ideias, possuem alta capacidade gerencial, 
possuem diversas habilidades técnicas, possuem autonomia moderada, têm 
atitudes de dono da empresa, são apaixonados pelo que fazem, são proativos, são 
focados no cliente (FABRETE, 2019).
Google, Apple, 3M, Toyota, Microsoft, Procter & Gamble, Starbucks e Samsung 
são exemplos de organizações com características inovadoras e proativas, que estimulam o 
intraempreendedorismo.
O espírito do empreendedor corporativo somente pode florescer em uma empresa com 
características empreendedoras e se o indivíduo tiver iniciativa pessoal de empreender. “Quando 
isso ocorre, o intraempreendedorismo tornar-se uma verdadeira conjunção de forças e um 
poderoso estimulante para se construir um novo papel para as pessoas na organização, bem 
como um novo papel para as empresas” (HASHIMOTO, 2013). 
Ainda de acordo com Hashimoto (2013), para uma empresa criar uma cultura 
empreendedora, ela deve: (a) abrir passagem para o espírito empreendedor, dando oportunidades 
reais e concretas de maneira que os potenciais empreendedores internos possam ser aproveitados 
e estimulados; (b) adequar seus processos para incentivar a criatividade, atitude, inovação e 
iniciativa pessoal dos funcionários; (c) utilizar um sistema de avaliação baseado numa abordagem 
proativa e fundamentado em metas e resultados a atingir; (d) valorizar o empreendedorismo, 
cultivar hábitos, crenças e ideias; (e) estimular o intraempreendedorismo por meio de programas 
de treinamento e ações gerenciais, além de valorizar o espírito empreendedor por meio de 
programas de remuneração e incentivos financeiros, recompensas financeiras e simbólicas aos 
empreendedores internos, entre outros incentivos e premiações; (f) transformar o trabalho 
individual e isolado em uma atividade social e grupal; (g) delegar responsabilidades administrativas 
aos intraempreendedores de maneira que eles tenham cada vez mais autonomia e liberdade de 
ação em suas atividades.
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Além de inserir todos esses elementos para criar uma cultura empreendedora, Hashimoto 
(2013) pontua que a empresa deve introduzir o empowerment. O empowerment ocorre quando a 
empresa ou grandes líderes delegam poder a suas equipes.
Uma organização intraempreendedora promove a distribuição livre do poder 
para todos os níveis hierárquicos, dependendo de quão empreendedores são 
ou, em outras palavras, de quão responsáveis demonstram ser ao receber essa 
delegação para conduzir suas iniciativas próprias. A distribuição do poder 
envolve a capacidade de reconhecer um problema e identificar a autoridade, o 
desejo de contribuir para a sua solução e o poder de realizar algo a respeito, 
e assumir a responsabilidade sobre os resultados decorrentes de suas decisões 
(HASHIMOTO, 2013, p. 101).
Quando um poder é bem distribuído dentre os líderes ou gestores, isso gera um clima de 
comprometimento/envolvimento de todos e minimiza, ou até zera, o desequilíbrio de poder que 
ocorre dentro das organizações. Além disso, organizações que promovem a distribuição de poder 
dão oportunidade para as pessoas aumentarem a produtividade, aprimorarem a qualidade de seu 
trabalho e alinharem seus interesses pessoais aos organizacionais.
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos que existem muitos mitos sobre o empreendedorismo, o que se dá em razão 
de uma visão romântica sobre o assunto, criada pelas literaturas de negócios e até mesmo pelo 
próprio empreendedor.
Ser empreendedor é um grande desafio. Encontram-se, na literatura sobre 
empreendedorismo, várias listagens das características pessoais de um empreendedor, o qual, 
muitas vezes, se sobressai às características do negócio. Obviamente, para ser empreendedor, a 
pessoa precisa ter um sonho e um plano para conduzir esse sonho à realidade.
O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado 
de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. 
O empreendedor transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da 
comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação 
e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no a transformar uma ideia 
simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado.
Assumir riscos é a primeira e uma das maiores qualidades do verdadeiro empreendedor. 
Arriscar conscientemente é ter coragem de enfrentar desafios, de tentar um novo empreendimento, 
de buscar, por si só, os melhores caminhos. É ter autodeterminação. Os riscos fazem parte de 
qualquer atividade, e é preciso aprender a lidar com eles.
Identificar oportunidades: ficar atento e perceber, no momento certo, as oportunidades 
que o mercado oferece, reunindo as condições propícias para a realização de um bom negócio, 
são outra marca importante do empresário bem-sucedido. Ele é um indivíduo curioso e atento a 
informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
Conhecimento, organização e independência. Quanto maior o domínio de um empresário 
sobre um ramo de negócio, maior será sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir

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