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Fármacos antitireoidianos

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Fármacos antitireoidianos
• A glândula tireoide tem como função a produção e liberação dos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina) que regulam uma série de processos no organismo como:
· crescimento e desenvolvimento cerebral em recém-nascidos
· metabolismo e modelamento da função e morfologia cardiovasculares
· Síntese e liberação de T3 e T4
• O início do estímulo para a liberação e produção dos hormônios da tireóide ocorre no hipotálamo, que libera TRH = hormônio da liberação da tireotropina, no sistema porta-hipofisário -> estimulando a adeno-hipófise a secretar o hormônio estimulante da tireoide (TSH)
• O TSH chega à tireoide por via sanguínea e estimula a glândula a produzir e secretar seus hormônios
• O aumento da concentração de T3 e T4 na corrente sanguínea 
 leva a um feedback negativo tanto na hipófise quanto no hipotálamo - diminuindo, assim, as liberações de TRH e TSH
• Do mesmo modo, o hormônio hipofisário promove controle da liberação do hormônio hipotalâmico
FISIOLOGIA DA TIREÓIDE
• A glândula tireoide normal secreta quantidades suficientes de hormônios tireoidianos : triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4, tiroxina) -> biologicamente ativos
- para normalizar o crescimento e o desenvolvimento, a temperatura corporal e os níveis energéticos
• Esses hormônios contêm 59% e 65%, respectivamente de iodo como parte essencial da molécula
· Metabolismo do iodeto
• A ingestão diária recomendada de iodeto no adulto é de 150 μg ( aumenta a necessidade = 200 μg durante a gravidez)
• O iodeto, que é ingerido nos alimentos, na água ou a partir de medicamentos é rapidamente absorvido e penetra em um reservatório de líquido extracelular
• A glândula tireoide remove cerca de 75 μg por dia desse reservatório de iodo -> para a síntese hormonal, sendo o restante excretado na urina
• Se houver aumento na ingestão de iodeto verifica-se uma diminuição na captação fracional de iodo pela tireoide = base para o tratamento no hipertireoidismo
· Biossíntese dos hormônios tireoidianos
• Uma vez captado pela glândula tireoide o iodeto sofre uma série de reações enzimáticas que o convertem no hormônio tireoidiano ativo
• A primeira etapa consiste no transporte de iodeto para o interior da glândula tireóide por uma proteína intrínseca da membrana basal das células foliculares = denominada simportador de sódio/iodeto (SNI)
• Na membrana apical da célula uma segunda enzima de transporte de I−, denominada pendrina controla o fluxo de iodeto através da membrana
• Na membrana celular apical o iodeto é oxidado pela tireoide peroxidase a iodo -> nesta forma que ele efetua a rápida iodação de resíduos de tirosina = existentes na molécula de tireoglobulina = formando monoiodotirosina (MIT) e diiodotirosina (DIT)
• Esse processo é denominado organificação do iodeto = ligação do iodo aos residuos de tirosina
• Duas moléculas de DIT = combinam-se no interior da molécula de tireoglobulina para formar L-tiroxina (T4)
• Uma molécula de MIT e uma molécula de DIT = combinam-se para formar T3
• A tiroxina, a T3, a MIT e a DIT são liberadas da tireoglobulina por exocitose e proteólise da tireoglobulina
 na borda coloide apical
• A MIT e a DIT são desiodadas no interior da glândula e o iodo é reutilizado
• Esse processo de proteólise é bloqueado por níveis elevados de iodeto intratireoidiano
• A relação entre T4 e T3 no interior da tireoglobulina é de cerca de 5:1 = a maior parte do hormônio liberado consiste em tiroxina (t4)
• A maior parte da T3 circulante no sangue provém do metabolismo periférico da tiroxina
· Transporte dos hormônios tireoidianos
• A T4 e a T3 no plasma ligam-se reversivelmente às proteínas, sobretudo à globulina de ligação da tiroxina (TBG)
• Apenas cerca de 0,04% da quantidade total de T4 e 0,4% de T3 ocorrem na forma livre
• Muitos estados fisiológicos e patológicos, bem como certos fármacos afetam a T4, a T3 e o transporte pela tireoide
• Os níveis efetivos de hormônio livre geralmente permanecem normais, refletindo o controle por retroalimentação
1)iodeto entra na glandula por meio da SNI
2) na membrana apical da glandula o iodeto é convertido em iodo pela peroxidase
3) Na forma de iodo, ele sofre uma iodação de residuos de tirosina (presentes na molecula de tireglobulina), ou seja o iodo se liga as molec de tirosina (MIT E DIT)
4) dentro da moleculo de tireoglobulina DIT-> t4 e MIT-> t3
5) t3, t4, MIT e DIT são liberadas da tireoglobulina por proteólise e exocitose e são liberadas no sangue (t3 e t4 lig a proteinas = TBG)
6)No sangue periférico parte t4 é convertido em t3
OBS: o processo de proteólise é bloqueado por níveis elevados de iodeto intratireoidiano = logo com alta de iodeto intra glandular não há lib de t3 e t4
· Metabolismo periférico dos hormônios tireoidianos
• A principal via do metabolismo periférico da tiroxina (t4) = é a desiodação por três enzimas 5′ desiodinase
• Pode ocorrer desiodação de T4 por monodesiodação do anel externo produzindo 3,5,3′-triiodotironina (T3) que é três a quatro vezes mais potente do que a T4
• Pode ocorrer desiodação do anel interno com produção de 3,3′,5′-triiodotironina (T3 reversa ou rT3) • que é metabolicamente inativa
• A produção diária normal de T4 varia entre 80 e 100 μg e a da T3, entre 30 e 40 μg
• Embora a T3 seja secretada pela tireoide, o metabolismo da T4 em t3 = nos tecidos periféricos é responsável por cerca de 80% da T3 circulante
• Certos fármacos como = amiodarona, os meios de contraste iodados, os betabloqueadores e os corticosteróides, bem como a presença de doença grave ou inanição = inibem a desiogenaze (inibe a conversão periférica de t4 em t3) = resultando em baixos níveis de T3 e níveis elevados de rT3 no soro
· Principais efeitos clínicos dos hormônios tireoidianos
• Crescimento e desenvolvimento desenvolvimento do encéfalo ausência de hormônio tireoidiano durante o período de neurogênese ativa até 6 meses após o parto = resulta em deficiência intelectual irreversível (cretinismo) e é acompanhada de várias alterações morfológicas no encéfalo
• Efeitos termogênicos o hormônio tireoidiano é necessário tanto para a termogênese obrigatória , quanto para a termogênese facultativa ou adaptativa
• Efeitos cardiovasculares pacientes com hipertireoidismo apresentam = taquicardia, aumento do volume sistólico, aumento do índice cardíaco, hipertrofia cardíaca, diminuição da resistência vascular periférica e aumento da pressão de pulso
• Efeitos metabólicos o hormônio tireoidiano estimula a expressão dos receptores hepáticos de LDL e reduz os níveis de apolipoproteína B por meio de vias de receptores não LDL = a hipercolesterolemia constitui um aspecto característico do hipotireoidismo
(principais T4 livre e TSH)
TSH alto e T4 normal por indicar hipotireoidismo subclínico
Distúrbios da função da tireoide 
· Hipofunção da tireóide
• O hipotireoidismo = conhecido como mixedema quando grave = mais comum da função da tireoide
 • hipotireoidismo que resulta da deficiência de iodo = continua sendo problema comum nas áreas não endêmicas = onde o iodo está presente em quantidades suficientes
• A tireoidite autoimune crônica (tireoidite de Hashimoto) é responsável pela maioria dos casos = caracteriza-se por anticorpos circulantes dirigidos contra a peroxidase tireoidiana, algumas vezes, contra a tiroglobulina
- Essas condições são exemplos de hipotireoidismo primário = insuficiência da própria glândula tireoide
• O hipotireoidismo central = ocorre com muito menos frequência = resulta da diminuição da estimulação da tireoide pelo TSH devido à: insuficiência hipofisária (hipotireoidismo secundário) ou hipotalâmica (hipotireoidismo terciário)
• O hipotireoidismo presente ao nascimento = hipotireoidismo congênito = constitui uma importante causa evitável de deficiência intelectual no mundo
• Os sintomas comuns de hipotireoidismo consistem em:
- fadiga, letargia, intolerância ao frio, 
- lentidão mental, depressão
- pele seca
- constipação intestinal
- ligeiro ganho ponderal,retenção de líquido
- dores e rigidez musculares
- menstruações irregulares e infertilidade
• Os sinais comuns incluem:
- bócio (apenas no hipotireoidismo primário = insufic da propria glandula)
- bradicardia
- fase de relaxamento tardia dos reflexos tendíneos profundos
- pele fria e seca
- hipertensão
- edema não depressível e face edemaciada
• A deficiência de hormônio tireoidiano nos primeiros meses de vida provoca problemas alimentares, atraso do crescimento, constipação intestinal e sonolência
• O atraso do desenvolvimento intelectual é irreversível se o distúrbio não for tratado imediatamente
• O hipotireoidismo infantil = compromete o crescimento linear e a maturação óssea
• Como os sinais e os sintomas do hipotireoidismo são inespecíficos = o diagnóstico requer o achado de níveis séricos elevados de TSH e níveis séricos reduzidos ou normais baixos de T4 livre 
- nos casos de hipotireoidismo central = apenas níveis séricos diminuídos de T4 livre
· Hiperfunção da tireóide 
• A tireotoxicose ou hipertireidismo é uma afecção causada por concentrações elevadas de hormônios tireoidianos livres circulantes
• O aumento na produção de hormônios tireoidianos constitui sua causa mais comum = com associação comum da estimulação dos receptores de TSH e aumento da captação de iodo pela glândula tireoide = demonstrado pela medida da captação percentual de I123 ou I131 - no teste de RAIU (captação de iodo radioativo) de 24 h
• A estimulação dos receptores de hormônio estimulante da tireoide é resultado de anticorpos estimuladores dos receptores de TSH na doença de Graves ou de mutações ativadoras somáticas dos receptores de TSH em nódulos de função autônoma ou no bócio tóxico = vai aumentar a captção de iodo 
• A inflamação ou a destruição da tireoide que provocam “extravasamento” excessivo de hormônios tireoidianos ou o aporte exógeno excessivo de hormônio tireoidiano resultam em baixos valores de RAIU de 24 h 
• A expressão hipertireoidismo subclínico é definida em relação a indivíduos que apresentam níveis séricos subnormais de TSH (baixo) e concentrações normais de T4 e T3
Niveis elevados dos hormônios tireoidianos pode levar:
• As arritmias atriais, o excesso de mortalidade cardíaca e a perda óssea têm sido associados a esse perfil de provas da função da tireoide
• A doença de Graves constitui a causa mais comum de tireotoxicose com RAIU elevado responde por 60 a 90% dos casos dependendo da idade e da região geográfica 
• A doença de Graves é um distúrbio autoimune caracterizado por aumento na produção de hormônio tireoidiano bócio difuso e anticorpos IgG que se ligam ao receptor de TSH e o ativam
• Assim como na maioria dos tipos de disfunção da tireoide as mulheres são mais acometidas do que os homens com proporção de 5:1 a 7:1 
• A doença de Graves é mais comum entre 20 e 50 anos de idade mas pode ocorrer em qualquer faixa etária Distúrbios da função da tireoide Hiperfunção da tireoide 
• A doença de Graves costuma estar associada a outras doenças autoimunes 
•Caract doença de graves: 
-A exoftalmia = uma oftalmopatia infiltrativa inflamação do tecido conectivo periorbitário e dos músculos extraoculares mediada por mecanismos autoimunes 
-O bócio uninodular/multinodular tóxico responde por 10 a 40% dos casos de hipertireoidismo mais comum em pacientes idosos 
• Observa-se um baixo valor de RAIU na tireoidite destrutiva e na tireotoxicose em pacientes em uso de doses excessivas de hormônio tireoidiano
• Os sinais e sintomas de tireotoxicose provêm, em sua maioria da: produção excessiva de calor, do aumento da atividade motora e do aumento de sensibilidade às catecolaminas produzidas pelo sistema nervoso simpático 
- A pele apresenta-se ruborizada, quente e úmida os músculos são fracos e trêmulos a frequência cardíaca é rápida, o batimento cardíaco, forte, e os pulsos arteriais proeminentes e pulsáteis
- O aumento no consumo de energia leva a um aumento do apetite e, se a ingestão for insuficiente, à perda de peso 
- Podem ocorrer insônia, dificuldade de permanecer quieto ansiedade e apreensão, intolerância ao calor e aumento da frequência das evacuações
- Em pacientes idosos pode-se verificar a presença de angina, arritmias e insuficiência cardíaca 
• Os pacientes idosos podem apresentar menos manifestações de estimulação do sistema nervoso simpático e sintomas reduzidos em comparação com indivíduos mais jovens condição designada “hipertireoidismo apático” 
• Alguns indivíduos podem exibir debilitação muscular extensa em consequência da miopatia tireoidiana 
• A forma mais grave de hipertireoidismo é a tempestade tireoidiana
Fármacos usados no hipertireoidismo
 Tioamidas
• Esta classe de fármacos consiste na principal opção para combate ao hipertireoidismo propiltiouracila (PTU) e metimazol (também chamado de tiamazol) são os principais fármacos em uso 
• Os dois têm vários mecanismos de ação o principal deles é o bloqueio da tireoperoxidase (TPO) com consequente interrupção da organificação do iodo
· Mecanismo de ação
• Os fármacos antitireoidianos inibem a formação dos hormônios da tireoide ao interferir na incorporação do iodo aos resíduos de tirosila da tiroglobulina inibem o acoplamento desses resíduos de iodotirosila para formar as iodotironinas 
• Acredita-se que esses fármacos inibam a enzima peroxidase
• A inibição da síntese hormonal resulta em depleção das reservas de tiroglobulina iodada à medida que a proteína é hidrolisada e os hormônios são liberados na circulação
• Além de bloquear a síntese hormonal a propiltiouracila inibe parcialmente a desiodação periférica da T4 em T3 o metimazol não exerce esse efeito 
• O que fornece uma base racional para a preferência da propiltiouracila aos demais fármacos antitireoidianos no tratamento dos estados graves de hipertireoidismo ou da tempestade tireoidiana
• Como é a síntese de T3 e T4 que é diminuída por esses fármacos é preciso que haja um período de até 4 semanas para início dos efeitos para que os níveis desses hormônios voltem às concentrações consideradas normais 
• A PTU, além de inibir a TPO também atua diminuindo a desiodinação periférica de T4 e T3 fazendo com que o nível do segundo também diminua 
• Esses fármacos não bloqueiam a captação do iodo pela glândula 
• As tioamidas tiamazol e propiltiouracila constituem os principais fármacos utilizados no tratamento da tireotoxicose 
• O tiamazol (metimazol) é cerca de dez vezes mais potente do que a propiltiouracila = fármaco de escolha em adultos e crianças
 • A propiltiouracila deve ser reservada primeiro trimestre de gravidez e tempestade tireoidiana reações adversas ao metimazol = também inibe conversão periférica de t4 = reduz a gravidade 
· Farmacocinética:
• A propiltiouracila é rapidamente absorvida e atinge níveis séricos máximos depois de 1 h 
• A biodisponibilidade de 50 a 80% = pode ser decorrente de sua absorção incompleta ou de um acentuado efeito de primeira passagem no fígado 
• A maior parte da dose ingerida de propiltiouracila é excretada pelos rins na forma de glicuronídio inativo em 24 h
• O metimazol é totalmente absorvido acumula-se rapidamente na glândula tireóide 
• A excreção é mais lenta que a da propiltiouracila 65 a 70% de uma dose são recuperados na urina em 48 h 
• A meia-vida plasmática curta desses agentes 1,5 h para a propiltiouracila e 6 h para o metimazol = exerce pouca influência sobre a duração da ação antitireoidiana s = ambos os fármacos são acumulados pela glândula tireóide Tioamidas
• No caso da propiltiouracila administrar o fármaco a cada 6 a 8 h visto que uma dose única de 100 mg pode inibir 60% da organificação do iodo durante 7 h 
• Como a administração de uma dose única de 30 mg de metimazol exerce um efeito antitireoidiano por mais de 24 h o uso de uma dose única diária mostra-se efetivo no tratamento do hipertireoidismo leve a moderado
• Ambas as tioamidas atravessam a barreira placentária e concentram-se na tireóide do feto exigindo cautela no uso desses fármacos durante a gravidez 
•Em razão do risco de hipotireoidismo fetal são classificadas como fármaco da categoria D para a gravidez 	Comment by Eduarda Muzzi: pesquisar categoria D
• A propiltiouracila é preferível ao metimazol durante a gravidez ela se liga mais fortemente às proteínas e atravessa a placenta com menos facilidade
· Farmacodinâmica 
•Atuam através de múltiplos mecanismos: 
- a principal ação consiste em impedir a síntese hormonal ao inibir as reações catalisadas pela tireóide peroxidase e ao bloquear a organificação do iodo esses fármacos bloqueiam o acoplamento das iodotirosinas não bloqueiam a captação de iodeto pela glândula
• a propiltiouracila e (em menor grau) o metimazol inibem a desiodação periférica da T4 e T3 como a síntese dos hormônios é afetada mais do que a sua liberação o início de ação desses agentes é lento exigindo 3 a 4 semanas para que ocorra depleção das reservas de T4
• Os fármacos antitireoidianos são usados no tratamento do hipertireoidismo nas seguintes maneiras
· como tratamento definitivo para controlar o distúrbio quando se espera uma remissão espontânea da doença de Graves 
· em associação com iodo radioativo para acelerar a recuperação enquanto se aguardam os efeitos da radiação 
· para controlar o distúrbio na preparação para tratamento cirúrgico
· Usos terapêuticos 
• O metimazol constitui o fármaco de escolha para a doença de Graves 
• Efetivo, administrado em dose diária única possibilita uma melhor adesão do paciente e é menos tóxico do que a propiltiouracila 
• A dose inicial habitual de metimazol é de 15 a 40 mg/ dia 
• A dose inicial habitual de propiltiouracila é de 100 mg a cada 8 h
 • Uma vez alcançado o estado de eutireoidismo que ocorre habitualmente em 12 semanas a dose do fármaco antitireoidiano pode ser reduzida, mas não interrompida para que não ocorra exacerbação da doença de Graves
· Toxicidade 
• Ocorrem reações adversas às tioamidas em 3 a 12% dos pacientes tratados 
• As reações são observadas, em sua maioria em uma fase precoce = náuseas e desconforto gastrintestinal
• Pode ocorrer sensação alterada do paladar ou do olfato -> metimazol
• O efeito adverso mais comum = exantema pruriginoso maculopapular (4 a 6%) algumas vezes acompanhado de sinais sistêmicos, como febre 
• A hepatite (mais comum com a propiltiouracila) e a icterícia colestática (mais comum com o metimazol) podem ser fatais
• A complicação mais perigosa consiste em agranulocitose contagem de granulócitos < 500 células/mm3 (neutropenia) - infreqüente porém potencialmente fatal 
- Ocorre em 0,1 a 0,5% dos pacientes em uso de tioamidas o risco pode aumentar em pacientes de idade mais avançada e naqueles que recebem terapia com altas doses de metimazol > 40 mg/dia 
- A reação é rapidamente reversível quando se interrompe o fármaco pode ser necessário instituir uma antibioticoterapia de amplo espectro para as infecções que ocorrem como complicação 
• A sensibilidade cruzada entre a propiltiouracila e o metimazol é de cerca de 50% não se recomenda substituir os fármacos em pacientes com reações graves
 Iodetos 
• Antes da introdução das tioamidas, os iodetos eram os principais agentes antitireoidianos 
• Hoje, são raramente utilizados como terapia única
• O excesso de iodo provoca (satura a glândula) a inibição da organificação e da liberação de T3 e T4 por bloquear a degradação da tireoglobulina diminui o tamanho e a vascularização da tireóide 
• A melhora no quadro do paciente é notada em poucos dias mas, em indivíduos sensíveis, pode piorar o quadro de hipertireoidismo
· Efeitos colaterais 
são raros e reversíveis com a suspensão da medicação 
• A desvantagem em se utilizar o iodeto é que as reservas tireoideanas de iodo ficam elevadas o que inviabiliza a utilização de iodo radioativo durante o período necessário para a diminuição dessas reservas possibilitando sua captação
 Iodo radioativo 
• O I131 constitui o único isótopo empregado no tratamento da tireotoxicose
• Administrado por via oral , é rapidamente absorvido, concentrado pela tireóide e incorporado nos folículos de armazenamento
• O efeito terapêutico depende da emissão de raios β com meia-vida efetiva de 5 dias
· Mecanismo de ação:
• Poucas semanas após a sua administração = ocorre destruição do parênquima tireoidiano = evidenciada pelo intumescimento e necrose do epitélio = desorganização dos folículos, edema e infiltração por leucócitos
• As vantagens do iodo radioativo são sua administração fácil, eficácia, baixo custo e ausência de dor
• Temor quanto possibilidade de lesão genética induzida por irradiação leucemia e neoplasia não foi corroborado depois de mais de 50 anos de experiência clínica com o iodo radioativo
• Não se deve administrar iodo radioativo = a mulheres grávidas ou mães durante a lactação - ele atravessa a placenta, destruindo a glândula tireóide do feto, além de ser secretado no leite materno
 Agentes bloqueadores dos adrenorreceptores
• Os betabloqueadores sem atividade simpaticomimética intrínseca 
• metoprolol, propranolol, atenolol = constituem adjuvantes terapêuticos efetivos no tratamento da tireotoxicose, muitos desses sintomas simulam aqueles associados à estimulação simpática
• O propranolol tem sido o betabloqueador mais amplamente estudado e utilizado na terapia da tireotoxicose
• Os betabloqueadores produzem melhoras clínicas nos sintomas do hipertireoidismo, não alteram os níveis dos hormônios tireoidianos 
• o propranolol acima de 160 mg/dia inibe a conversão periférica de T4 em T3
Fármacos utilizados no hipotireoidismo
• O hipotireoidismo é uma síndrome causada pela deficiência dos hormônios tireoidianos = manifesta-se por uma diminuição reversível de todas as funções corporais
• Nos lactentes e crianças ocorre acentuado retardo do crescimento e do desenvolvimento = resultando em nanismo e retardamento mental irreversível
• Pode ocorrer hipotireoidismo com ou sem aumento de tamanho da tireóide (bócio)
• O diagnóstico laboratorial de hipotireoidismo no adulto é estabelecido pela combinação de baixos níveis de tiroxina livre e elevação dos níveis séricos de TSH
• A causa atual mais comum de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto = distúrbio imunológico observado em indivíduos geneticamente predispostos
• Há evidências de imunidade humoral presença de anticorpos antitireoidianos e sensibilização dos linfócitos a antígenos tireoidianos
• À exceção do hipotireoidismo causado por fármacos pode ser tratado, em alguns casos, mediante remoção do agente responsável
• A estratégia geral de terapia é a de reposição
• A preparação mais satisfatória é a levotiroxina = disponível em preparações tanto comerciais quanto genéricas
• O tratamento com levotiroxina associada a liotironina = não foi constatado ser o superior a levotiroxina como única medicação
 HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
· Farmacocinética
• A tiroxina é mais bem absorvida no duodeno e no íleo - a absorção é modificada por fatores intraluminais: como alimentos, fármacos e flora intestinal
• A biodisponibilidade oral das preparações atuais de L-tiroxina é, em média, de 80%
• A absorção de T4 e de T3 = pode estar comprometida no mixedema grave com íleo
• Os fármacos que induzem as enzimas microssômicas hepáticas aumentam o metabolismo da T4 e da T3
rifampicina
fenobarbital
carbamazepina
fenitoína
inibidores da protease
• Para o tratamento do hipotireoidismo há duas alternativas de fármacos:-
- liotironina = t3
- levotiroxina = t4 
• Esses fármacos têm farmacocinética e farmacodinâmica bastante diferentes
· Mecanismo de ação
• Os aspectos farmacocinéticos justificam a escolha da levotiroxina = primeira opção na reposição hormonal do hipotireoidismo
• A administração de liotironina apesar de mais potente e ter maior biodisponibilidade = teria de ser por repetidas doses diárias e de difícil monitoramento
• A administração do pró-hormônio faz com que ocorra certo controle do próprio organismo na desiodinação = na conversão do T4 para o T3 ativo
• Por serem preparações de hormôniosnativos, a liotironina e a levotiroxina praticamente não apresentam efeitos colaterais. Exceto que a elevada potencia da liotironina a torna não recomendável para utilização em pacientes com cardiopatias
• Os efeitos da tireóide sobre os processos metabólicos parecem ser mediados pela ativação dos receptores nucleares ,levando à formação aumentada de RNA e síntese subseqüente de proteínas, com formação aumentada de Na+/K+ ATPase
• A ação da tireóide manifesta-se in vivo, com um intervalo de tempo de várias horas ou dias após a sua administração
• Receptores hormônios tireoidianos encontrados em grande número, na maioria dos tecidos sensíveis a esses hormônios : hipófise, fígado, rim, coração, músculo esquelético, pulmão e intestino
· Terapia de reposição com hormônio tireoidiano no hipotireoidismo
• A tiroxina ou Levotiroxina (L-t4) = é o hormônio de escolha para a terapia de reposição com hormônio tireoidiano = em virtude de sua potência consistente e duração de ação prolongada
• A dose de reposição diária média de L-T4 no adulto é de 1,7 μg/kg de peso corporal - a dosagem deve basear-se na massa corporal sem gordura.
• A terapia tem por objetivo = normalizar os níveis séricos de TSH (no hipotireoidismo primário) ou de T4 livre (no hipotireoidismo secundário ou terciário) e aliviar os sintomas do hipotireoidismo
• No hipotireoidismo primário = é suficiente acompanhar os níveis de TSH sem determinação da T4 livre
• Um paciente com hipotireoidismo primário leve irá obter níveis normais de TSH com uma dose de reposição substancialmente menor do que a dose de reposição integral, com o declínio da função tireoidiana endógena
será necessário aumentar a dose
· Efeitos adversos do hormônio tireoidiano
• Em geral, os efeitos adversos do hormônio tireoidiano só ocorrem com tratamento excessivo e assemelham-se às consequências do hipertireoidismo
• O excesso de hormônio tireoidiano = pode aumentar o risco de fibrilação atrial, particularmente no idoso e também pode aumentar o risco de osteoporose, sobretudo em mulheres na pós-menopausa

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