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Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF) e Novo Regime Fiscal(NRF)

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PDF - Módulo 1 - Contexto e Fundamentos da Lei de Responsabilidade Fiscal.pdf
Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal (LRF) e Novo 
Regime Fiscal (NRF)
Contexto e Fundamentos 
da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF)
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2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2020
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe Responsável
Guilherme Mansur (Conteudista, 2020).
Jader de Sousa Nunes (Desenho Instrucional, 2020)
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenação Web, 2020)
Paulo Ivan Rodrigues Vega Junior (Revisão de texto, 2020)
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção e produção gráfica, 2020)
Yan Almeida (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2020.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Contextualização da Lei de Responsabilidade Fiscal ........ 5
1.1 Contexto político, econômico e institucional 
do país antes da LRF ................................................................... 5
1.2. Modelos internacionais de responsabilidade fiscal e 
imposições normativas para o Brasil........................................... 7
Unidade 2: Aplicabilidade, Fundamentos Legais, 
Objeto e Objetivos da LRF ................................................................. 9
2.1. Fundamentos legais e aplicabilidade da LRF ........................ 9
2.2. Objeto e objetivos da LRF .................................................... 9
Unidade 3: Dispositivos da LRF que aprimoraram 
o processo orçamentário ................................................................ 11
3.1. Dispositivos agregados à LDO pelos anexos da LRF ........... 11
3.2. Dispositivos agregados à LOA pelos anexos da LRF ............ 12
Referências ..................................................................................... 13
Sumário
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Unidade 1: Contextualização da Lei de Responsabilidade 
Fiscal
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de compreender os fatores determinantes para a 
inauguração de um novo regime fiscal brasileiro após a redemocratização.
 
1.1 Contexto político, econômico e institucional do país antes 
da LRF
Do ponto de vista político e institucional, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pelo 
restabelecimento da democracia, após 24 anos sob um regime militar, com a promulgação da 
Carta Magna em 1988. Isso caracteriza o Brasil como uma democracia jovem em comparação a 
outras nações.
Do ponto de vista econômico, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pela busca da 
estabilização monetária, do controle inflacionário e da abertura ao mercado internacional.
Neste período, existiram sete planos econômicos (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor, 
Collor II, Real) em oito anos (1986-1994) e, em meados da década de 1980, a inflação chegava à 
incrível marca de 82% ao mês.
A estabilidade econômica só foi alcançada com a implementação do Plano Real em 1994. Mesmo 
assim, a década de 1990 foi marcada pela aceleração da abertura externa e pela crise financeira 
dos estados-membros e dos bancos estaduais e privados, todos socorridos pelo Governo Federal 
a partir de programas específicos.
Na seara internacional, três grandes crises – a do México em 1994, a da Ásia, em 1997 e a 
da Rússia em 1998 – impactaram sobremaneira a economia nacional. A formação de blocos 
econômicos e a acelerada movimentação de recursos a partir dos mercados de capital deram 
ares à atual globalização econômica.
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o Contexto e Fundamentos da 
Lei de Responsabilidade Fiscal 
(LRF)
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Diante deste contexto e na busca de desenvolver sua economia, o Brasil passa a firmar acordos com 
blocos econômicos, fundos e bancos internacionais a fim de se inserir no mercado internacional 
tanto para fazer negócios quanto para captar recursos.
Entretanto, a falta de planejamento e transparência governamental, a fragilidade institucional 
com que se geria a Administração Pública, resultaram em ineficiência, deterioração das contas 
públicas e dezenas de escândalos de corrupção que impediram o Brasil de se inserir como um 
ator relevante no mercado internacional à época.
Destaque h, h, h, h, 
Nesse cenário desafiador, o país se viu obrigado a adotar um conjunto 
de medidas para conter os desmandos na gestão do patrimônio público, 
equilibrar e dar transparência às contas públicas. Entre essas medidas, estava 
a promulgação da Lei Complementar Federal nº 101, de 05 de maio de 2000, a 
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O que foram o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na 
Atividade Bancária (PROES) e o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao 
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER)?
O Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade 
Bancária ou PROES foi o principal programa de privatização do setor bancário 
realizado no Brasil. Foram criadas, com o PROES, duas linhas de crédito voltadas 
à renegociação dos passivos dos bancos estaduais, condicionadas à medidas 
na Administração e no controle acionário.
A primeira previa um financiamento de 100% do total das dívidas caso o banco 
estadual fosse privatizado, transformado em agência de fomento ou extinto. A 
segunda linha de crédito previa um financiamento de 50% do total das dívidas 
caso o Estado optasse pelo saneamento de sua instituição financeira.
A execução do programa pode ser dividida em três etapas: a primeira envolveria 
discussões preliminares entre o Banco Central e diretores dos bancos estaduais, 
a fim de definir a opção entre as alternativas de privatização, transformação 
em agência de fomento, extinção ou saneamento; a etapa seguinte consistia 
no levantamento da situação dos bancos estaduais pela área de fiscalização do 
Banco Central; a terceira etapa, por fim, incluiria a formalização de adesão ao 
PROES, envolvendo a elaboração de contratos e seu encaminhamento para a 
aprovação do Senado Federal.
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Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo O PROES e a Privatização dos 
Bancos Estaduais, de Rafael Brandão.
O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema 
Financeiro Nacional - PROER, lançado em novembro de 1995, foi um programa 
que autorizou o repasse de dinheiro público a bancos privados que estavam 
quebrados. O argumento do governo à época era que, sem a medida, haveria 
um colapso bancário e financeiro no país. Parte da dívida gerada pelo socorro 
até hoje não foi paga.
A implantação do Plano Real, e o consequente fim da hiperinflação, reduziu 
drasticamente os ganhos dos bancos, até então beneficiados pelos altos 
índices. Com a estabilização das moedas, os lucros diminuíram e o governo 
federal decidiu intervir para evitar uma quebradeira generalizada. A oposição 
dizia na época que o Banco Central não tinha competência para executar 
esse tipo de programa e a atuação desrespeitava atribuições constitucionais 
estabelecidas para esse tipo de transação econômica.
No total, foram beneficiados sete bancos: Nacional (R$ 5,9 bilhões), Econômico 
(R$ 5,2 bilhões), Bamerindus (R$ 3,3 bilhões), Mercantil (R$ 530 milhões), 
Banorte (R$ 476 milhões), Pontual (R$ 325 milhões) e Crefisul (R$ 296 milhões).
Vieram a público, durante a execução do PROER, informações sobre fraudes 
contábeis e
operações de crédito irregulares cometidas pelos bancos. (...) 
Reportagens e documentos do próprio BC indicavam a ocorrência de falhas 
desde o final dos anos 1980. Elas envolviam manipulação de dados contábeis, 
contratos superfaturados, além de empréstimos concedidos a empresas falidas 
para inflar o balanço do banco e, assim, maquiar as contas diante dos órgãos 
de controle.
As suspeitas foram parar em duas Comissões Parlamentares de Inquérito, 
uma em 1999 e outra em 2001. As duas reconheceram que houve falhas na 
execução do programa e que o Banco Central deveria melhorar a fiscalização 
dos bancos privados. O programa vigorou até 2001, quando da promulgação 
da Lei de Responsabilidade Fiscal, que proibiu aportes de recursos públicos 
para saneamento do Sistema Financeiro Nacional.
Dados retirados da reportagem O que foi o PROER, caso dos anos 90 agora 
desarquivado pelo Supremo, do jornal NEXO.
1.2. Modelos internacionais de responsabilidade fiscal e 
imposições normativas para o Brasil
A LRF teve o estudo de leis e a experiência de diversos outros países e organismos multilaterais como 
base.
https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772005_adf83124319e5fa5b6bfb10d220fef86.pdf
https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772005_adf83124319e5fa5b6bfb10d220fef86.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Responsabilidade_Fiscal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Financeiro_Nacional
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/29/O-que-foi-o-Proer-caso-dos-anos-90-agora-desarquivado-pelo-Supremo
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/29/O-que-foi-o-Proer-caso-dos-anos-90-agora-desarquivado-pelo-Supremo
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Os principais documentos e legislações norteadores da Lei foram o Manual de Boas Práticas 
Orçamentárias do Fundo Monetário Internacional (FMI), as legislações da União Europeia (Tratado 
de Maastricht, 1992) e da Nova Zelândia (Lei de Responsabilidade Fiscal da Nova Zelândia, 1994). Os 
instrumentos de controle fiscal relativos à despesas, dívida e receitas dos Estados Unidos (Budget 
Enforcement Act, 1990) também serviram de inspiração para a elaboração do modelo brasileiro de 
responsabilidade fiscal.
A LRF era parte integrante de um conjunto de medidas que foram apresentadas em 1998, no 
Senado Federal, pelo então Ministro da Fazenda, Pedro Malan, no escopo do Programa de 
Estabilidade Fiscal (PEF).
Destaque h, h, h, h, 
O Programa de Estabilidade Fiscal (PEF) objetivava a drástica e veloz redução 
do déficit público e a estabilização do montante da dívida pública em relação 
ao Produto Interno Bruto (PIB) do país e se pautava em quatro pilares:
1 - Reformas constitucionais e legais da ordem econômica que permitiram a 
implementação do processo de privatizações de empresas públicas.
2 - Acordos de ajuste fiscal com os estados.
3 - Saneamento e privatização dos bancos estaduais.
4 - Aprimoramento dos mecanismos de controle do endividamento de estados, 
municípios e estatais.
Além de regulamentar o artigo 163 da Constituição, a LRF alterou um conjunto de legislações 
anteriores, como a Lei Complementar Federal nº 64, de 18 de maio de 1990, e as Leis Camata I (Lei 
nº 82, de 27 de março de 1995) e II (Lei nº 96, de 31 de maio de 1999).
Submetido à consulta pública, o Projeto de Lei Complementar nº 18-A beneficiou-se de milhares de 
contribuições de especialistas em finanças públicas, da academia e do mercado, até que foi votado 
e aprovado por maioria absoluta das duas casas legislativas e sancionado no dia 4 de maio de 2000, 
transformando-se na Lei Complementar Federal nº 101 ou Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: Aplicabilidade, Fundamentos Legais, Objeto 
e Objetivos da LRF
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar fundamentos legais, objeto e objetivos da 
LRF e quem está obrigado a respeitá-la.
2.1. Fundamentos legais e aplicabilidade da LRF
No Brasil, duas fundamentações legais obrigavam a edição de uma norma de responsabilidade fiscal.
A primeira delas era a própria Constituição Federal de 1988, cujos artigos 163, 165 e 169 tratam da 
competência para legislar sobre Direito Financeiro e determinam à lei complementar a regulamentação 
da matéria de cunho financeiro.
Já a segunda fundamentação legal recai sobre o artigo 30 da Emenda Constitucional nº 19, de 4 de 
junho de 1998, que determinava 180 dias ao Poder Executivo para a apresentação de projeto de lei 
complementar referente ao artigo 163 da Constituição Federal.
Por sua vez, o artigo 24 da Constituição Federal estabeleceu à União, estados e Distrito Federal a 
competência concorrente de legislar sobre Direito Econômico, Tributário e Financeiro. Naturalmente, 
a legislação dos estados-membros não pode contrastar com o regramento federal.
Destaque h, h, h, h, 
No que diz respeito à aplicabilidade, a LRF será aplicada a todos os entes da 
federação e deverá ser cumprida por todos os poderes da União, estados, 
Distrito Federal e municípios, aí incluídos os órgãos que gozam de autonomia 
funcional, como o Ministério Público e a Defensoria Pública.
As empresas estatais dependentes também são submetidas ao regramento da 
LRF e, por isso, devem constar no Orçamento Fiscal e de Seguridade Social do 
Poder Executivo, como se autarquia fossem.
Já as empresas públicas e sociedades de economia mista que não se 
caracterizam pela dependência econômica de recursos do ente controlador 
não são alcançadas pela LRF.
2.2. Objeto e objetivos da LRF
A LRF estabeleceu normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, 
que consiste nos seguintes elementos:
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Ação planejada
Consiste em reforçar o papel da atividade de planejamento e de execução do gasto público a 
partir dos instrumentos já preconizados na CF/88: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Transparência
A transparência será alcançada através do conhecimento e da participação da sociedade, bem 
como da ampla publicidade das receitas e despesas pelo Poder Público.
Prevenção de riscos
Consiste em um conjunto de medidas para que o gestor público atue em caso de detecção de 
desvios em relação aos objetivos e metas traçados. Quando de sua ocorrência, requer-se a 
adoção de providências com vistas à eliminação dos fatores que lhes tenham dado causa.
Garantia de equilíbrio nas contas
A garantia de equilíbrio nas contas se dá via cumprimento de metas de resultados entre receitas 
e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita e a geração de despesas com o 
funcionalismo público, seguridade, dívida, operações de crédito, concessão de garantia e inscrição 
em restos a pagar.
Destaque h, h, h, h, 
É válido salientar que a LRF prevê a participação popular na discussão e 
elaboração dos planos orçamentários. Além disso, serão emitidos relatórios 
periódicos de gestão fiscal e de execução orçamentária, igualmente de acesso 
público e ampla divulgação.
Já as contas dos administradores deverão estar disponíveis, durante todo o 
exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Outra novidade da LRF reside no fato de ela responsabilizar especificamente a parte da gestão 
financeira a partir de um acompanhamento sistemático do desempenho mensal, trimestral, 
anual e plurianual.
Para se avaliar tal desempenho, servirão de referencial:
•	 Controles localizados nos gastos com pessoal, nos limites de endividamento.
•	 Organização do sistema próprio de previdência.
•	 Transferência de recursos constitucionais e voluntários.
•	 Déficit primário.
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Unidade 3: Dispositivos da LRF que aprimoraram o 
processo orçamentário
Objetivo de aprendizagem:
Ao final
dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos da LRF que levaram ao 
aperfeiçoamento do processo orçamentário brasileiro.
3.1. Dispositivos agregados à LDO pelos anexos da LRF
A LRF procurou aperfeiçoar a sistemática traçada pela norma constitucional, atribuindo novas e 
importantes funções ao orçamento e à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou funções como:
•	 Dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas.
•	 Estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de 
arrecadação da receita inferior ao esperado.
•	 Dispor sobre o controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas 
financiados pelo orçamento.
•	 Quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do montante 
da dívida e das despesas com juros.
•	 Disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
•	 Estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter continuado.
Além disso, a principal inovação da LRF em relação à LDO foi a previsão do Anexo de Metas 
Fiscais e do Anexo de Riscos Fiscais:
Anexo de Metas Fiscais Anexo de Riscos Fiscais
Demonstra como será a condução da 
política fiscal nos próximos exercícios e 
avalia o desempenho fiscal dos exercícios 
anteriores. 
Tem por objetivo avaliar os passivos 
contingentes e outros riscos capazes de 
afetar as contas públicas.
Destaque h, h, h, h, 
Segundo a LRF, a limitação de empenho ocorrerá nos seguintes casos:
•	Quando se verifica, no fim de um bimestre, que a realização da receita poderá 
não ser suficiente para o cumprimento das metas de resultado primário ou 
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. Nesse caso, os Poderes e 
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação 
financeira nos 30 dias subsequentes. Essa limitação acontecerá por ato próprio 
e nos montantes necessários, segundo os critérios fixados no art. 9 da LRF.
•	Quando se verifica, no fim de um quadrimestre, que a dívida consolidada de 
um ente da federação ultrapassou o respectivo limite. Nesse caso, ela deverá 
ser reconduzida ao limite até o término dos 3 quadrimestres subsequentes. 
Também é obrigatório que o excedente seja reduzido em pelo menos 25% 
(vinte e cinco por cento) no primeiro quadrimestre.
3.2. Dispositivos agregados à LOA pelos anexos da LRF
Na mesma esteira de inovações trazidas pela LRF à LDO, a LOA também teve suas funções 
ampliadas para além daquelas previstas na Constituição Federal. Entre as principais, destaca-se 
a inclusão dos seguintes anexos:
Demonstrativo da compatibilidade
Demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas 
constantes do Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Demonstrativo regionalizado
Demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de renúncias de 
receitas.
Reserva de contingência
Reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita 
corrente líquida, serão estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), destinada ao 
atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
Destaque h, h, h, h, 
Outros destaques da LOA inseridos pela Lei de Responsabilidade Fiscal foram 
os seguintes:
•	O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na LOA e (...) 
a atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não 
poderá superar a variação do índice de preços previsto na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias ou em legislação específica.
•	Proibição de consignar, na LOA, crédito com finalidade imprecisa ou com 
dotação ilimitada.
•	Investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja 
previsto no Plano Plurianual não poderá ser incluído.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
•	Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, o Poder Executivo 
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal 
de desembolso (art. 8º).
•	Os pagamentos de sentenças judiciais deverão identificar os respectivos 
beneficiados, de forma a evidenciar a ordem cronológica da sua ocorrência.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Publicado 
em 05/10/1988.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016, alterou o Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, modificou o regime e dispõe 
sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de 
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal. Diário Oficial da 
União.
BRASIL. Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, estabeleceu normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Lei Federal nº 9.995, de 25 de julho de 2000. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração 
da lei orçamentária de 2001 e dá outras providências. Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2001. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Nota Técnica nº 23, de maio de 2017. Repercussões da Emenda Constitucional nº 95/2016 
no Processo Orçamentário. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos 
Deputados.
BRASIL. Estudo Técnico nº 26, 22 de dezembro de 2016. Novo Regime Fiscal - Emenda 
Constitucional 95/2016 Comentada. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da 
Câmara dos Deputados.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resolução nº 03, de 26 de 
agosto de 2019. Estimativas Populacionais para os Municípios e para as Unidades da Federação 
brasileiros em 01.07.2019. Diário Oficial da União.
BRASIL. Artigos - Responsabilidade Fiscal e Dívida Pública Federal. Secretaria do Tesouro Nacional 
(STN).
CRUZ, Flávio da. (Coord.). Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada: Lei Complementar nº 101, 
de 4 de maio de 2000. São Paulo: Atlas, 2000.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://legis.senado.leg.br/norma/540698/publicacao/15655553
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9995.htm
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/et26-2016-novo-regime-fiscal-emenda-constitucional-95-2016-comentada
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/et26-2016-novo-regime-fiscal-emenda-constitucional-95-2016-comentada
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/sobre
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
CRUZ NETO, Nilo. Lei de Responsabilidade Fiscal. 
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Atlas, 2010.
KHAIR, Amir Antônio. Lei de Responsabilidade Fiscal: guia de orientação para as prefeituras. 
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NASCIMENTO, Edson Ronaldo. DEBUS, Ilvo. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional (STN), 2001.
OLIVEIRA, Weder de. Curso de Responsabilidade Fiscal: direito, orçamento e finanças públicas. 
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PERNAMBUCO. Infosocial nº 069//2015. Limite Prudencial de Despesa de Pessoal. 
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RIBAS, Paulo Henrique. GELBECKE, Daniel Barreto. OLIVEIRA, Ester dos Santos. Lei de 
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http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
https://portal.tcu.gov.br/data/files/42/A2/FA/FE/BCEDF510F0C95CE52A2818A8/EC%2095%20-%20Novo%20Regime%20Fiscal%20-%20As%20diversas%20interpretações.pdf
		Unidade 1: Contextualização da Lei de Responsabilidade Fiscal
		Referências
		3.2. Dispositivos agregados à LOA pelos anexos da LRF
		3.1. Dispositivos agregados à LDO pelos anexos da LRF
		Unidade 3: Dispositivos da LRF que aprimoraram o processo orçamentário
		2.1. Fundamentos legais e aplicabilidade da LRF
		Unidade 2: Aplicabilidade, Fundamentos Legais, Objeto e Objetivos da LRF
		1.2. Modelos internacionais de responsabilidade fiscal e imposições normativas para o Brasil
		1.1 Contexto político, econômico e institucional do país antes da LRF
		2.2. Objeto e objetivos da LRF
PDF - Módulo 2 - Receita Despesa e Transferências Voluntárias.pdf
Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal (LRF) e Novo 
Regime Fiscal (NRF)
Receita, Despesa e 
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Enap, 2020
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe Responsável
Guilherme Mansur (Conteudista, 2020).
Jader de Sousa Nunes (Desenho Instrucional, 2020)
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenação Web, 2020)
Paulo Ivan Rodrigues Vega Junior (Revisão de texto, 2020)
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção e produção gráfica, 2020)
Yan Almeida (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2020.
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Unidade 1: Receita Pública ............................................................... 5
1.1. Dispositivos relacionados à efetiva previsão, arrecadação e 
publicidade da receita pública .................................................... 5
1.2. Isenção de tributos e renúncia de receita ............................ 6
1.3. A “Regra de Ouro”................................................................ 6
Unidade 2: Despesa Pública .............................................................. 7
2.1. Regras para criação, expansão ou aperfeiçoamento do gasto 
governamental ............................................................................ 7
2.2. Despesas referentes a pessoal e seguridade social ............. 8
2.3. Mecanismos de correção no descontrole das despesas com 
pessoal ...................................................................................... 10
Unidade 3: Transferências Voluntárias e Recursos ao Setor Privado 11
3.1. Transferências voluntárias entre os entes federados ......... 11
3.2. Destinação de recursos públicos ao setor privado ............. 12
Referências ..................................................................................... 13
Sumário
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Unidade 1: Receita Pública
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos da LRF relacionados à efetiva 
previsão, arrecadação e publicidade da receita pública.
1.1. Dispositivos relacionados à efetiva previsão, arrecadação e 
publicidade da receita pública
As principais receitas públicas advêm da cobrança de tributos à população e às empresas. A 
LRF estabelece dispositivos relacionados à efetiva previsão, arrecadação e publicidade de tais 
receitas, cujos requisitos são necessários à responsabilidade na gestão fiscal.
Esses dispositivos estabelecem que a instituição, previsão e arrecadação de todos os tributos 
pelo ente da federação são preponderantes para a responsabilidade na gestão fiscal. Além disso, 
no tocante às receitas:
Destaque h, h, h, h, 
• São vedadas as transferências voluntárias para aqueles que não instituem e 
efetivamente arrecadam os tributos de sua competência.
 
•	As previsões de receita serão acompanhadas de: demonstrativo de sua 
evolução nos últimos três anos, projeção para os dois anos seguintes àquele a 
que se referirem e metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
•	Na previsão de receita, calculam-se as receitas de operações de crédito 
contraídas para financiar despesas de capital. Nesse caso, as receitas de 
operações de crédito não poderão ser superiores às despesas de capital.
•	Haverá metas bimestrais de arrecadação, medidas de combate à evasão e 
à sonegação, cobrança da dívida ativa e controle da evolução do montante de 
crédito tributário cobrado.
M
ód
ul
o Receita, Despesa e 
Transferências Voluntárias2
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O descumprimento desses dispositivos terá como consequência a imediata suspensão das 
transferências voluntárias ao ente público que se mostrar negligente nessa questão.
1.2. Isenção de tributos e renúncia de receita
A LRF também aborda as normas relativas aos cuidados que se deve ter com as renúncias fiscais. 
Nesse sentido, a lei procurou dificultar a renúncia de receita, garantindo, assim, maior nível de 
arrecadação, eliminando a pressão dos contribuintes que visam obter benefícios fiscais sobre o 
Executivo e impondo restrições à guerra fiscal entre municípios.
Nesse sentido, a norma estipula que a concessão ou ampliação de incentivo (Renúncia de 
Receitas) deve estar prevista na LDO, além de:
Destaque h, h, h, h, 
• Ser acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que iniciou sua vigência e nos dois seguintes.
• Prever que a renúncia de receita não afetará o cumprimento das Metas 
Fiscais.
• Prever medidas compensadoras nos exercícios seguintes.
1.3. A “Regra de Ouro”
Destaque h, h, h, h, 
A “Regra de Ouro” do Orçamento está prevista na Constituição Federal e é 
um mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas 
correntes, como salários, benefícios de aposentadoria, contas de luz
e outros 
custeios da máquina pública.
A LRF reforçou as premissas da “Regra de Ouro” a partir de dispositivos específicos. Ela inclui o 
atendimento à “Regra de Ouro” como uma das condições para que entes da federação possam 
formalizar seus pleitos, perante o Ministério da Fazenda, com vistas à realização de operações 
de crédito.
Assim, a LRF impôs a obrigatoriedade de constituição de reserva específica na Lei Orçamentária 
para o exercício seguinte, caso a “Regra de Ouro” não seja atendida no montante equivalente ao 
excesso identificado.
E, além disso, a referida Lei definiu que o Relatório Resumido da Execução Orçamentária referente 
ao último bimestre do exercício deve ser acompanhado de demonstrativo do atendimento da 
“Regra de Ouro”.
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
É válido salientar que, quando a Regra de Ouro é descumprida, os gestores e o presidente da 
República ficam sujeitos a serem enquadrados em crime de responsabilidade.
Este Painel da “Regra de Ouro” permite acompanhar, com dados atualizados, 
o cumprimento da “Regra de Ouro” pelo governo federal.
Unidade 2: Despesa Pública
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos da LRF relacionados à efetiva 
previsão, arrecadação e publicidade da receita pública.
2.1. Regras para criação, expansão ou aperfeiçoamento do 
gasto governamental
A LRF prevê critérios a serem observados para a criação e expansão da despesa pública, além 
de dispositivos referentes às despesas de caráter continuado e às despesas com pessoal e 
seguridade social.
Destaque h, h, h, h, 
A criação, a expansão ou a implementação de despesa de caráter continuado 
só será possível mediante acompanhamento de:
• Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva 
entrar em vigor e nos dois subsequentes.
• Declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação 
orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária Anual (LOA) e compatibilidade 
com o Plano Plurianual (PPA) e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Segundo a LRF, considera-se:
Adequada com a lei orçamentária anual
A despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, 
de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no 
programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício.
https://www.tesourotransparente.gov.br/visualizacao/painel-da-regra-de-ouro
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Compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias
A despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses 
instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.
Destaque h, h, h, h, 
A LRF também instituiu o conceito de despesa obrigatória de caráter 
continuado como sendo a despesa corrente derivada de lei, medida provisória 
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de 
sua execução por um período superior a dois exercícios.
Para a execução dessas despesas, o ente federativo fica obrigado a adotar um conjunto de medidas 
preventivas a fim de não comprometer o equilíbrio fiscal, tais como demonstrar a origem dos 
recursos para seu custeio e comprovar que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas 
de resultados fiscais.
As exceções à apresentação de estimativa de impacto orçamentário-financeiro ocorrem quando 
a despesa for destinada ao serviço da dívida e ao reajustamento de remuneração de pessoal.
2.2. Despesas referentes a pessoal e seguridade social
A despesa com pessoal é o somatório dos gastos do ente da federação com os ativos, os inativos 
e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares 
e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e 
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive 
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como 
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Destaque h, h, h, h, 
ASegundo a LRF, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração 
e em cada ente da federação, não poderá exceder os percentuais da receita 
corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinquenta por cento).
II - Estados: 60% (sessenta por cento).
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
Excluem-se da despesa total de pessoal:
• Indenização por demissão de servidores ou empregados.
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Incentivo à demissão voluntária.
• Despesa para a convocação extraordinária do Congresso Nacional, em caso de
urgência ou interesse público relevante.
• Despesa decorrente de decisão judicial e de competência anterior.
• Despesa com pessoal, do Distrito Federal e dos estados do Amapá e Roraima,
custeadas com recursos transferidos pela União.
• Despesa com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas
por recursos provenientes:
o Da arrecadação de contribuições dos segurados.
o Da compensação financeira de que trata o § 9° do art. 201 da Constituição
Federal.
o Das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal
finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem 
como seu superávit financeiro.
No que tange aos limites individualizados por ente público, a seguinte tabela explicita até quanto 
cada órgão poderá gastar de seu orçamento com pessoal:
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.3. Mecanismos de correção no descontrole das despesas com 
pessoal
Segundo a LRF, é tornado nulo de pleno direito o ato que provoque aumento de despesa com 
pessoal, que não respeite o limite estabelecido e que não atenda aos requisitos legais.
Destaque h, h, h, h, 
Para isso, a verificação do cumprimento dos limites da despesa com pessoal 
será realizada ao final de cada quadrimestre, e, caso constatado que a despesa 
total com pessoal excede a 95% do total permitido, fica vedado ao ente 
federativo:
I - Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração 
a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação 
legal ou contratual.
II - Criação de cargo, emprego ou função.
III - Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa.
IV - Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a 
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou 
falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança.
V - Contratação de hora extra, salvo no caso da convocação extraordinária do 
Congresso Nacional em caso de urgência ou interesse público relevante.
Se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites previstos pela Lei, o percentual excedente 
deverá ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo, pelo menos, um terço no primeiro 
deles.
Destaque h, h, h, h, 
A forma como os entes federativos reduzirão as despesas são as seguintes:
• Redução em, pelo menos, vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança.
• Exoneração dos servidores não estáveis.
Ainda, segundo a LRF, se as medidas anteriores não forem suficientes para 
assegurar o cumprimento Lei, o servidor estável poderá perder o cargo.
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Vale ressaltar que os contratos de terceirização que visem a substituição de servidores também são 
contabilizados como despesa de pessoal.
A LRF prevê ainda que caso o órgão ou poder não alcance a redução das despesas com pessoal no 
prazo estabelecido, o ente não poderá receber transferências voluntárias, obter garantia direta ou 
indireta de outro ente, nem contratar operações de crédito.
Unidade 3: Transferências Voluntárias e Recursos ao 
Setor Privado
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos legais relacionados às 
transferências voluntárias entre os entes federativos.
3.1. Transferências voluntárias entre os entes federados
A LRF estabeleceu uma nova forma de relação ou cooperação entre os entes federativos trazendo 
o instituto da transferência voluntária.
Destaque h, h, h, h, 
Por transferência voluntária, entende-se a entrega de recursos correntes 
ou de capital a outro ente da federação, a título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal 
ou os destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a realização da transferência voluntária, é preciso:
 Existir dotação orçamentária específica.
 Que se cumpram as disposições da LDO sobre a matéria.
 Comprovação pelo beneficiário de que se acha em dia quanto ao pagamento 
de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, assim como 
quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos.
 Que o beneficiário demonstre o cumprimento dos limites constitucionais relativos 
à educação e à saúde, a observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, 
de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em restos a 
pagar e de despesa total com pessoal.
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 Previsão orçamentária de contrapartida que não pode ser destinada ao pagamento 
de despesa de pessoal.
Destaque h, h, h, h, 
Vale assinalar que não se aplica a sanção de suspensão de transferência 
voluntária quando esta for relativa à ações de educação, saúde e assistência 
social.
3.2. Destinação de recursos públicos ao setor privado
A LRF também disciplinou e restringiu as transferências de recursos públicos para o setor privado.
Destaque h, h, h, h, 
Segundo a LRF, a destinação de recursos para cobrir, direta ou indiretamente, 
necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas ocorrerá tão 
somente se:
• Autorizada por lei específica.
• Atendidas as condições estabelecidas na LDO.
• Estiver prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.
O artigo 28 da LRF também proibiu expressamente a destinação de recursos públicos a instituições 
do Sistema Financeiro Nacional (SFN), ainda que mediante a concessão de empréstimos de 
recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.
O objetivo foi impedir o que ocorreu na década de 90 com o PROER (O Programa de Estímulo à 
Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), que destinou bilhões de 
reais a bancos privados. A LRF estabelece que somente será possível empregar recursos públicos 
nessas instituições mediante lei autorizativa específica.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
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em 05/10/1988.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016, alterou o Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, modificou o regime e dispõe 
sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de 
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal. Diário Oficial da 
União.
BRASIL. Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, estabeleceu normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Lei Federal nº 9.995, de 25 de julho de 2000. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração 
da lei orçamentária de 2001 e dá outras providências. Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2001. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Nota Técnica nº 23, de maio de 2017. Repercussões da Emenda Constitucional nº 95/2016 
no Processo Orçamentário. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos 
Deputados.
BRASIL. Estudo Técnico nº 26, 22 de dezembro de 2016. Novo Regime Fiscal - Emenda 
Constitucional 95/2016 Comentada. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da 
Câmara dos Deputados.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resolução nº 03, de 26 de 
agosto de 2019. Estimativas Populacionais para os Municípios e para as Unidades da Federação 
brasileiros em 01.07.2019. Diário Oficial da União.
BRASIL. Artigos - Responsabilidade Fiscal e Dívida Pública Federal. Secretaria do Tesouro Nacional 
(STN).
CRUZ, Flávio da. (Coord.). Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada: Lei Complementar nº 101, 
de 4 de maio de 2000. São Paulo: Atlas, 2000.
CRUZ NETO, Nilo. Lei de Responsabilidade Fiscal. 
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Atlas, 2010.
KHAIR, Amir Antônio. Lei de Responsabilidade Fiscal: guia de orientação para as prefeituras. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://legis.senado.leg.br/norma/540698/publicacao/15655553
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9995.htm
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/et26-2016-novo-regime-fiscal-emenda-constitucional-95-2016-comentada
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/et26-2016-novo-regime-fiscal-emenda-constitucional-95-2016-comentada
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
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http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/sobre
http://www.lrf.com.br/
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
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NASCIMENTO, Edson Ronaldo. DEBUS, Ilvo. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional (STN), 2001.
OLIVEIRA, Weder de. Curso de Responsabilidade Fiscal: direito, orçamento e finanças públicas. 
Belo Horizonte: Fórum, 2015, v.1, 1136p.
PERNAMBUCO. Infosocial nº 069//2015. Limite Prudencial de Despesa de Pessoal. 
PETTER, Lafayete Josué. Direito Financeiro. Doutrina, jurisprudência e questões de concursos. 4. 
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LAPORTA, Taís. ALVARENGA, Darlan. Um Teto para os Gastos Públicos. Portal de Notícias 
G1 - Economia. Disponível em: http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-
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RIBAS, Paulo Henrique. GELBECKE, Daniel Barreto. OLIVEIRA, Ester dos Santos. Lei de 
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VOLPE, Ricardo. Emenda Constitucional nº 095: as diversas interpretações. Consultoria de 
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http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/0/EntendendoLRF.pdf
http://www.scge.pe.gov.br/?page_id=781
http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
https://portal.tcu.gov.br/data/files/42/A2/FA/FE/BCEDF510F0C95CE52A2818A8/EC%2095%20-%20Novo%20Regime%20Fiscal%20-%20As%20diversas%20interpretações.pdf
		Unidade 1: Receita Pública
		Referências
		3.2. Destinação de recursos públicos ao setor privado
		3.1. Transferências voluntárias entre os entes federados
		Unidade 3: Transferências Voluntárias e Recursos ao Setor Privado
		2.3. Mecanismos de correção no descontrole das despesas com pessoal
		2.1. Regras para criação, expansão ou aperfeiçoamento do gasto governamental
		Unidade 2: Despesa Pública
		1.3. A “Regra de Ouro”
		1.2. Isenção de tributos e renúncia de receita
		1.1. Dispositivos relacionados à efetiva previsão, arrecadação e publicidade da receita pública
		2.2. Despesas referentes a pessoal e seguridade social
PDF - Módulo 3 - Dívida Pública e Gestão Patrimonial.pdf
Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal (LRF) e Novo 
Regime Fiscal (NRF)
Dívida Pública e Gestão 
Patrimonial3
M
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Enap, 2020
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Carlos Eduardo dos Santos
Equipe Responsável
Guilherme Mansur (Conteudista, 2020).
Jader de Sousa Nunes (Desenho Instrucional, 2020)
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenação Web, 2020)
Paulo Ivan Rodrigues Vega Junior (Revisão de texto, 2020)
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção e produção gráfica, 2020)
Yan Almeida (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2020.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Dívida Pública e Gestão Patrimonial na LRF ..................... 5
1.1.Fundamentos da dívida pública ............................................ 5
1.2. Aplicações, limites e mecanismos de correção .................... 6
1.3. Regras da LRF na gestão patrimonial ................................... 7
Referências ....................................................................................... 8
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Dívida Pública e Gestão Patrimonial na LRF
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos da LRF relacionados aos 
conceitos-chave referentes à dívida pública brasileira.
1.1. Fundamentos da dívida pública
De acordo como ordenamento jurídico brasileiro, a dívida pública consolidada ou fundada é o 
montante total das obrigações financeiras do ente da federação, assumidas em virtude de leis, 
contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito para amortização em 
prazo superior a doze meses.
Além do conceito de dívida pública consolidada, a LRF também estabelece as definições de 
dívida pública mobiliária, operações de crédito, concessão de garantia e refinanciamento da 
dívida mobiliária. Veja:
Dívida pública mobiliária
Dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do 
Brasil, estados e municípios.
Operações de crédito
Compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de 
título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda 
a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive 
com o uso de derivativos financeiros.
Concessão de garantia
Compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da 
federação ou entidade a ele vinculada.
M
ód
ul
o Dívida Pública e Gestão 
Patrimonial3
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Refinanciamento da dívida mobiliária
Emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
É importante destacar que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a competência para 
fixar os limites globais para o montante de endividamento consolidado da União, estados, Distrito 
Federal e municípios é do Senado Federal. Esta previsão foi reafirmada no artigo 30 da LRF.
No caso dos estados e do Distrito Federal, o limite da Dívida Consolidada Líquida (DCL) em 
relação à Receita Corrente Líquida (RCL) é de 200%, ao passo que no caso dos municípios é de 
120% (Resolução do Senado Federal n° 40, de 21/12/2001). Já os limites da Dívida Consolidada 
Líquida (DCL) da União não foram regulamentados pelo Senado Federal até o momento.
De fato, o endividamento do setor público brasileiro está no cerne da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF). Apenas entre os anos de 1994 e 2000, após a implantação do Plano Real, a dívida 
líquida consolidada do país saltou de 23% do PIB para 50%, conforme dados do Banco Central do 
Brasil à época.
1.2. Aplicações, limites e mecanismos de correção
De acordo com a LRF, se a dívida consolidada de um ente da federação ultrapassar o respectivo 
limite ao final de um quadrimestre, deverá ser por ele reconduzida até o término dos três 
subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
Destaque h, h, h, h, 
Saliente-se que, perdurando o excesso, o ente que nele houver incorrido ficará 
proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, ressalvado o 
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
O ente também deverá obter resultado primário necessário à recondução da 
dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho.
Segundo a LRF, ainda pode ocorrer a suspensão do direito de receber 
transferências voluntárias.
Se os limites da dívida forem ultrapassados, a LRF estabelece, ainda, que ficarão vedadas:
 As operações de crédito entre instituição financeira estatal e o respectivo ente 
controlador, sendo este o beneficiário. Dessa forma, estão vedadas as operações 
envolvendo os bancos estaduais e os respectivos governos.
 Antecipações de receita de tributo ou tributação, antes da ocorrência do seu fato 
gerador.
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 A antecipação de valores por empresa estatal, com exceção de lucros e dividendos.
 A assunção de qualquer modalidade de compromisso com fornecedores, inclusive 
para pagamento a posteriori, sem autorização orçamentária, exceção feita às empresas 
estatais.
Destaque h, h, h, h, 
Com vistas ao ano eleitoral, o dispositivo legal prevê especificamente que se o 
excesso do montante da dívida ocorrer no primeiro quadrimestre do referido 
ano, a sanção (proibição de operações de crédito) dá-se de imediato, sem 
prazo para ajuste.
Ainda segundo a LRF, nenhuma despesa poderá ser contraída nos dois últimos 
quadrimestres do mandato de qualquer titular de Poder ou órgão, sem 
adequada e suficiente disponibilidade de recursos para o seu atendimento, 
dentro do exercício financeiro ou, em caso de valores a serem pagos no 
exercício seguinte, sem que existam recursos em caixa para tal finalidade.
1.3. Regras da LRF na gestão patrimonial
Os dispositivos abordados pela LRF referentes à gestão patrimonial se fundam a partir de três 
aspectos:
•	 A disponibilidade de caixa.
•	 A preservação do patrimônio público.
•	 O controle de empresas pelo poder público.
A intenção da Lei, ao se referir a esses aspectos, é evitar a dilapidação do patrimônio público. 
Deste modo, a destinação dos recursos decorrentes da alienação de bens patrimoniais
móveis e 
imóveis é de suma importância e deve passar a ser considerada no planejamento orçamentário 
e de equilíbrio fiscal de cada entidade do governo.
Destaque h, h, h, h, 
A LRF vedou, portanto:
• A aplicação das disponibilidades de caixa em títulos da dívida pública estadual 
e municipal, em ações e outros papéis relativos às empresas controladas 
pelo respectivo ente da federação, bem como em empréstimos, de qualquer 
natureza, aos segurados e ao poder público, inclusive a suas empresas 
controladas.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• A alienação de patrimônio público para, com o produto da venda (receita 
de capital), financiar a despesa corrente, a menos que haja lei destinando 
os recursos aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores 
públicos.
Como vemos, a única possibilidade de utilização do produto da alienação de bens e direitos em 
despesas correntes é com os regimes de previdência social e, assim mesmo, se autorizada por 
lei.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Publicado 
em 05/10/1988.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016, alterou o Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, modificou o regime e dispõe 
sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de 
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal. Diário Oficial da 
União.
BRASIL. Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, estabeleceu normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Lei Federal nº 9.995, de 25 de julho de 2000. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração 
da lei orçamentária de 2001 e dá outras providências. Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2001. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Nota Técnica nº 23, de maio de 2017. Repercussões da Emenda Constitucional nº 95/2016 
no Processo Orçamentário. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos 
Deputados.
BRASIL. Estudo Técnico nº 26, 22 de dezembro de 2016. Novo Regime Fiscal - Emenda 
Constitucional 95/2016 Comentada. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da 
Câmara dos Deputados.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resolução nº 03, de 26 de 
agosto de 2019. Estimativas Populacionais para os Municípios e para as Unidades da Federação 
brasileiros em 01.07.2019. Diário Oficial da União.
BRASIL. Artigos - Responsabilidade Fiscal e Dívida Pública Federal. Secretaria do Tesouro Nacional 
(STN).
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https://legis.senado.leg.br/norma/540698/publicacao/15655553
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9995.htm
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2017/nt23-2017-repercussoes-da-emenda-constitucional-no-95-2016-no-processo-orcamentario
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/et26-2016-novo-regime-fiscal-emenda-constitucional-95-2016-comentada
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http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-26-de-agosto-de-2019-212912652
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/sobre
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
CRUZ, Flávio da. (Coord.). Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada: Lei Complementar nº 101, 
de 4 de maio de 2000. São Paulo: Atlas, 2000.
CRUZ NETO, Nilo. Lei de Responsabilidade Fiscal. 
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Atlas, 2010.
KHAIR, Amir Antônio. Lei de Responsabilidade Fiscal: guia de orientação para as prefeituras. 
Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; BNDES, 2000.
NASCIMENTO, Edson Ronaldo. DEBUS, Ilvo. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional (STN), 2001.
OLIVEIRA, Weder de. Curso de Responsabilidade Fiscal: direito, orçamento e finanças públicas. 
Belo Horizonte: Fórum, 2015, v.1, 1136p.
PERNAMBUCO. Infosocial nº 069//2015. Limite Prudencial de Despesa de Pessoal. 
PETTER, Lafayete Josué. Direito Financeiro. Doutrina, jurisprudência e questões de concursos. 4. 
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LAPORTA, Taís. ALVARENGA, Darlan. Um Teto para os Gastos Públicos. Portal de Notícias 
G1 - Economia. Disponível em: http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-
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RIBAS, Paulo Henrique. GELBECKE, Daniel Barreto. OLIVEIRA, Ester dos Santos. Lei de 
Responsabilidade Fiscal. Paraná: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná 
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Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2001. 
VOLPE, Ricardo. Emenda Constitucional nº 095: as diversas interpretações. Consultoria de 
Orçamento e Fiscalização Financeira (CONOF) da Câmara dos Deputados.
http://www.lrf.com.br/
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/0/EntendendoLRF.pdf
http://www.scge.pe.gov.br/?page_id=781
http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
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http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241-umtetoparaosgastospblicos/
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/Livros%20Curso%20Serviços%20Públicos/Módulo%20IV/Lei%20de%20Responsabilidade%20Fiscal/Livro_Lei%20de%20Responsabilidade.pdf
https://portal.tcu.gov.br/data/files/42/A2/FA/FE/BCEDF510F0C95CE52A2818A8/EC%2095%20-%20Novo%20Regime%20Fiscal%20-%20As%20diversas%20interpretações.pdf
		Unidade 1: Dívida Pública e Gestão Patrimonial na LRF
		Referências
		1.3. Regras da LRF na gestão patrimonial
		1.2. Aplicações, limites e mecanismos de correção
		1.1.	Fundamentos da dívida pública
PDF - Módulo 4 - Transparência Controle e Fiscalização da Gestão Fiscal.pdf
Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal (LRF) e Novo 
Regime Fiscal (NRF)
Transparência, Controle 
e Fiscalização da Gestão 
Fiscal
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Enap, 2020
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe Responsável
Guilherme Mansur (Conteudista, 2020).
Jader de Sousa Nunes (Desenho Instrucional, 2020)
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenação Web, 2020)
Paulo Ivan Rodrigues Vega Junior (Revisão de texto, 2020)
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção e produção gráfica, 2020)
Yan Almeida (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2020.
3Enap Fundação Escola
Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Transparência, Controle e Fiscalização na LRF ................. 5
1.1. Instrumentos de transparência previstos na LRF ................. 5
1.2. Sanções institucionais e pessoais decorrentes do 
descumprimento da LRF ............................................................. 7
Referências ....................................................................................... 9
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Transparência, Controle e Fiscalização na LRF
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos relacionados à transparência, 
controle e fiscalização da LRF.
1.1. Instrumentos de transparência previstos na LRF
Destaque h, h, h, h, 
A LRF estabeleceu uma série de instrumentos de transparência da gestão 
fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos 
de acesso público. São eles:
• Os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias.
• As prestações de contas e o respectivo parecer prévio.
• O Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão 
Fiscal 
• As versões simplificadas desses documentos.
A Lei também determina que sejam fixados prazos, a fim de que estados e municípios 
encaminhem suas contas ao governo federal, tendo em vista a consolidação dos correspondentes 
demonstrativos contábeis, por esfera de governo e nacionalmente (municípios até 30 de abril, 
com cópia ao Executivo estadual; estados, até 31 de maio).
Um dos instrumentos de transparência previstos na Constituição Federal é o Relatório Resumido 
da Execução Orçamentária (RREO). O RREO deverá ser publicado pelo Poder Executivo até trinta 
dias após o encerramento de cada bimestre e abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público. 
Ele será composto por balanço orçamentário e de demonstrativos de execução.
M
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ul
o Transparência, Controle e 
Fiscalização da Gestão Fiscal4
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) deverá ser acompanhado pela Receita 
Corrente Líquida (executada e prevista), receitas e despesas previdenciárias, resultado nominal 
e primário, despesa de juros e restos a pagar.
Já o Relatório da Gestão Fiscal (RGF) será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos, e assinado 
pelo Chefe do Poder Executivo, membros da Mesa Diretora do Poder Legislativo, membros do 
Conselho de Administração do Poder Judiciário, Chefe do Ministério Público e publicado até 
trinta dias após o encerramento do período a que corresponder.
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) deverá conter um 
balanço orçamentário e um demonstrativo de execuções, tal como delineado 
pela norma:
"I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a 
previsão atualizada;
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, 
a despesa liquidada e o saldo;
II - demonstrativos da execução das:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a 
previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada 
no exercício e a previsão a realizar;
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, 
discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada 
e liquidada, no bimestre e no exercício;
c) despesas, por função e subfunção."
Já o Relatório da Gestão Fiscal (RGF) deverá conter comparativos e 
demonstrativos, conforme artigo 55 da LRF:
"I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos 
seguintes montantes:
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;
b) dívidas consolidada e mobiliária;
c) concessão de garantias;
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado 
qualquer dos limites;
III - demonstrativos, no último quadrimestre:
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
1) liquidadas;
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das 
condições do inciso II do art. 41;
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da 
disponibilidade de caixa;
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos 
foram cancelados."
Destaque h, h, h, h, 
A fiscalização da gestão fiscal compete ao Poder Legislativo diretamente ou 
com o auxílio dos Tribunais de Contas, ao sistema de controle interno de cada 
Poder e do Ministério Público.
Por sua vez, o acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da 
política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados pelo conselho 
de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas 
de governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da 
sociedade.
1.2. Sanções institucionais e pessoais decorrentes do 
descumprimento da LRF
Um conjunto de sanções de ordem administrativa, penal e civil estão previstas face ao 
descumprimento da LRF pelos agentes públicos. Entre elas, está a suspensão das transferências 
voluntárias para o governo que não instituir, prever e arrecadar impostos de sua competência.
No caso de limites de despesas com pessoal, se as regras da LRF não forem cumpridas e enquanto 
não for feito o ajuste, ficam suspensas:
•	 Transferências voluntárias,
•	 Obtenção de garantias,
•	 Contratação de operações de crédito, exceto para refinanciamento da dívida e 
redução de despesas com pessoal.
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Ainda no que se refere aos limites de despesas com pessoal, é nulo de pleno direito o ato que:
•	 Não atender ao mecanismo de compensação (aumento permanente da receita 
ou redução permanente de despesa).
•	 Não atender ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com 
pessoal inativo.
•	 Aumentar despesa de pessoal 180 dias antes do final do mandato.
No caso de limites para o estoque da dívida, vencido o prazo de retorno ao limite máximo e 
enquanto perdurar o excesso, o órgão ou ente federativo fica impedido de receber transferências 
voluntárias da União ou do Estado.
Para as operações de crédito irregulares, enquanto não forem cumpridos os mecanismos de 
correção de desvios (cancelamento da operação ou constituição de reserva), ficam proibidos:
•	 O recebimento de transferências voluntárias.
•	 A obtenção de garantias.
•	 A contratação de novas operações de crédito, exceto para refinanciamento da 
dívida e redução das despesas com pessoal.
Na concessão de garantias, caso não sejam obedecidos os mecanismos de correção e seus 
prazos, o ente cuja dívida tiver sido honrada pela União ou Estado, terá suspenso o acesso a 
novos créditos ou financiamentos até a liquidação da dívida.
Destaque h, h, h, h, 
Além das sanções institucionais, há as sanções pessoais que preveem que os 
governantes poderão ser responsabilizados pessoalmente e punidos com a 
perda de cargo, inabilitação para exercício de emprego público, prisão e multa.
As penalidades alcançam todos os responsáveis, dos Três Poderes da União, 
estados e municípios, e todo cidadão é parte legítima para denunciar, ao 
respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público, o 
descumprimento das prescrições estabelecidas na LFR.
As sanções pessoais recairão diretamente sobre o agente administrativo, importando em:
•	 Cassação de mandato.
•	 Multa de 30% dos vencimentos anuais.
•	 Inabilitação para o exercício da função pública.
•	 Detenção, que poderá variar entre 6 meses e 4 anos.
9Enap Fundação Escola
Nacional de Administração Pública
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Publicado 
em 05/10/1988.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016, alterou o Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, modificou o regime e dispõe 
sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de 
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal. Diário Oficial da 
União.
BRASIL. Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, estabeleceu normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Lei Federal nº 9.995, de 25 de julho de 2000. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração 
da lei orçamentária de 2001 e dá outras providências. Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2001. 
Diário Oficial da União.
BRASIL. Nota Técnica nº 23, de maio de 2017. Repercussões da Emenda Constitucional nº 95/2016 
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Deputados.
BRASIL. Estudo Técnico nº 26, 22 de dezembro de 2016. Novo Regime Fiscal - Emenda 
Constitucional 95/2016 Comentada. Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da 
Câmara dos Deputados.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resolução nº 03, de 26 de 
agosto de 2019. Estimativas Populacionais para os Municípios e para as Unidades da Federação 
brasileiros em 01.07.2019. Diário Oficial da União.
BRASIL. Artigos - Responsabilidade Fiscal e Dívida Pública Federal. Secretaria do Tesouro Nacional 
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de 4 de maio de 2000. São Paulo: Atlas, 2000.
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10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
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https://portal.tcu.gov.br/data/files/42/A2/FA/FE/BCEDF510F0C95CE52A2818A8/EC%2095%20-%20Novo%20Regime%20Fiscal%20-%20As%20diversas%20interpretações.pdf
		Unidade 1: Transparência, Controle e Fiscalização na LRF
		Referências
		1.1.	Instrumentos de transparência previstos na LRF
		1.2.	Sanções institucionais e pessoais decorrentes do descumprimento da LRF
PDF - Módulo 5 - Emenda Constitucional nº95_2016 - Novo Regime Fiscal.pdf
Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal (LRF) e Novo 
Regime Fiscal (NRF)
Emenda Constitucional 
nº95/2016 – Novo Regime 
Fiscal
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2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2020
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe Responsável
Guilherme Mansur (Conteudista, 2020).
Jader de Sousa Nunes (Desenho Instrucional, 2020)
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenação Web, 2020)
Paulo Ivan Rodrigues Vega Junior (Revisão de texto, 2020)
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção e produção gráfica, 2020)
Yan Almeida (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2020.
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Unidade 1: Novo Regime Fiscal ou “Lei do Teto de Gastos” ............... 5
1.1. Um Novo Regime Fiscal ........................................................ 5
1.2. Concepção, Abrangência e Aplicação do NRF ...................... 8
1.3. Polêmicas em torno da adoção da EC95/2016: ................. 10
Referências ..................................................................................... 13
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Novo Regime Fiscal ou “Lei do Teto de Gastos”
 
Objetivo de aprendizagem:
Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os dispositivos relacionados à Emenda 
Constitucional nº 95/2016, conhecida como o Novo Regime Fiscal (NRF) ou “Lei do Teto de 
Gastos”.
1.1. Um Novo Regime Fiscal
A Emenda Constitucional 95/2016, também conhecida como Lei do Teto de Gastos, inaugurou

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