Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CRIMINALISTICA CRIMINALÍSTICA: CONCEITOS, HISTÓRIA, OBJETIVOS, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E POSTULADOS. • A Criminalística versa pela análise de vestígios materiais extrínsecos relativos ao local periciado, relacionando o "modus operandi" aplicado à dinâmica descrita, visando pelo auxílio ao direcionamento interpretativo da fenomenologia criminal inerente ao local do sinistro, oferecendo fundamentação material à instrução penal. • A Criminalística é reconhecidamente regida por leis, métodos e princípios próprios, com plena independência das demais. • A Criminalística, segundo Houck e Siegel, “é uma área da ciência forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades criminais.” • A Ciência Forense é compreendida como o conjunto de todos os conhecimentos científicos e técnicas que são utilizados para desvendar não só crimes, como também variados assuntos legais (cíveis, penais ou administrativos). • É considerada uma área interdisciplinar pois envolve física, Química, biologia, entre outras. • A Ciência Forense possui estreita ligação com a Criminalística. • Alguns autores, como Grazinoli Garrido e Alexandre Giovanelli, tratam a Criminalística como disciplina da Ciência Forense. • A criminalística possui uma conceituação abrangente, na qual são enquadrados todos os aspectos estruturais, funcionais e dinâmicos, assim, é preciso saber que aquela: ✓ enquadra-se como disciplina autônoma, regida por leis, metodologia própria e independente dais demais; ✓ procedimento multidisciplinar, com o crescimento gradativo e paralelo aos conhecimentos de que se vale, como da Toxicologia, Biologia, Química, Física, etc; ✓ fornece as bases para as corretas e mais justas decisões do Juízo; ✓ quanto ao objeto, se traduz em todos os vestígios, que são os materiais, suspeitos ou não, encontrados no local de fato; ✓ sempre que restarem vestígios materiais pelas infrações penais, a criminalística se fará, necessariamente, presente por intermédio dos exames em locais de crime, da análise, interpretação, etc. • O nome Criminalística foi adotado pela primeira vez por Hans Gross, considerado o pai da criminalística. • Evolução histórica ✓ 1563 – João de Barros: desenvolvimento da DATILOSCOPIA, com estudos das linhas papilares; ✓ 1651 – Paolo Zachias: publicou em Roma uma obra intitulada “Questões Médico Legais”, conquistando assim o título de PAI DA MEDICINA LEGAL; ✓ 1809 – a polícia francesa permitiu a inclusão de Eugene François, delinquente “famoso” da época. Para alguns um equívoco, para outros um excelente policial; ✓ 1840 – o italiano Orfila criou a Toxicologia ✓ 1864 – Lombroso, na Itália, propôs o Sistema Antropométrico ✓ 1866 – Allan Pinkerton, nos EUA, colocava em prática a fotografia criminal ✓ 1882 – Alfonso Bertillón criava, na França, o Serviço de Identificação Judicial, ✓ 1893 – Hans Gross – Juiz de instrução e professor de Direito Penal, autor da obra "SYSTEM DER KRIMINALISTIK" - SISTEMA DE CRIMINALÍSTICA, considerado o “PAI DA CRIMINALISTICA”; ✓ 1903 – foi instituído o Sistema Dactiloscópico de VUCETICH no BRASIL; ✓ 2009 – lei federal nº. 12.030 de 17 de setembro - estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza criminal. • Objetivos ✓ A Criminalística é uma ciência que tem por objetivos: ▪ dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal; ▪ verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica do fenômeno; ▪ o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecas; ▪ indicar a autoria do delito, quando possível; ▪ interpretar os elementos que conduzam à identificação do agente; ▪ elaborar a prova técnica, através da indiciologia material. • Princípios fundamentais da perícia criminalística ✓ Princípio da Observação: “Todo contato deixa uma marca”, segundo Locard ✓ Princípio da Análise: “A análise pericial deve sempre seguir o método científico” ✓ Princípio da Interpretação: “Princípio da Individualidade” este princípio preconiza a ideia de que dois objetos podem ser difíceis de serem distinguidos, mas nunca serão idênticos. ✓ Princípio da Descrição: os resultados dos exames periciais devem ser descritos sempre de forma clara, racionalmente dispostos e bem fundamentados em princípios científicos buscando sempre uma linguagem técnica e juridicamente perfeita. ✓ Princípio da Documentação: este princípio é baseado na Cadeia de Custódia da prova material, ou seja, toda amostra deve ser cuidadosamente documentada desde o momento em que aparece no local do crime até sua análise em exames complementares, • Postulados da Criminalística ✓ o conteúdo de um laudo pericial criminalístico é invariante com relação ao perito que o produziu: a criminalística baseia-se em leis naturais, ou seja, leis cientificas com teorias e experiências consagradas, portanto, seja qual o profissional que se utilizar de tais leis para analisar um fenômeno criminalístico, o resultado não poderá depender dele, indivíduo; ✓ as conclusões de uma perícia criminalística são independentes dos meios utilizados para alcançá-las: utilizando-se os meios adequados para se concluir a respeito do fenômeno criminalístico, esta conclusão, quando forem reproduzidos os exames, será constante e independente de se haver utilizados meios mais rápidos, mais precisos, mais modernos ou não; ✓ perícia criminalística é independente do tempo: este postulado decorre da perenidade da verdade, pois a verdade é imutável em relação ao tempo decorrido. PERICIAS E PERITOS • Para se realizar a perícia é necessário que o delito praticado tenha deixado vestígios • Perícias ✓ Perícias são diligências que possuem a finalidade de estabelecer a veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de interesse da justiça por meio de provas. ✓ As perícias podem ser divididas em quatro grupos ▪ exame médico-legal, feito em pessoas vivas ▪ exame de necroscopia, feito sobre cadáveres ▪ exame de exumação, feito em cadáver já sepultado ▪ exames laboratoriais ✓ Qualquer marca, fato, sinal que seja detectado em local onde tenha sido praticado fato delituoso é, em tese, um vestígio. ✓ As perícias devem ser realizadas por peritos oficiais, aqueles concursados (em regra somente um), portadores de diploma de curso superior e que na falta de perito oficial, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior e de preferência na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. ✓ As perícias se materializam por meio dos laudos periciais, mais a frente eu vou falar sobre documentos legais, são muito cobrados nos concursos - os laudos são constituídos de peça escrita, contendo a descrição minuciosa do que foi examinado, as respostas aos quesitos formulados, além de outras provas. É importante também saber, que quando existir divergências entre dois peritos a respeito da mesma matéria, a perícia é denominada contraditória; sendo assim, o magistrado pode aceitar o que julgar conveniente ou nomear um terceiro perito. ✓ “prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados pelo juiz visando à formação do convencimento quanto a atos, fatos e circunstâncias, assim, o termo prova deriva do latim probatio, que significa ensaio, verificação, inspeção, exame, argumento, razão, aprovação ou confirmação.” ✓ A perícia, segundo seu modo de realizar-se, pode ser sobre o fato a analisar (peritia percipiendi) ou sobre uma perícia já realizada (pericia deducendi), o que para alguns constitui-se em um Parecer. ✓ Ou seja, pericia percipiendi é aquela em que o perito é chamado para conferir técnica e cientificamente um fato sob uma óptica quantitativa e qualitativa. Já a pericia deducendi,a análise feita sobre fatos passados com relação aos quais possam existir contestação ou discordância das partes ou do julgador. • Exame de Corpo de Delito ✓ O exame de corpo de delito compreende-se a perícia destinada à comprovação da materialidade das infrações que deixam vestígios. Assim, não se pode falar em exame de corpo de delito quando ausente um vestígio em consequência da prática delituosa. ✓ Considera-se direto quando realizado pelo expert diante do vestígio deixado pela infração penal, por exemplo, a necropsia no cadáver. ✓ Não mais sendo constatado o vestígio em face do tempo decorrido, poderão os experts elaborar laudo indireto, a partir, por exemplo, de atestado do médico particular da vítima que a tenha examinado logo após a ocorrência. ✓ Apesar da obrigatoriedade da perícia determinada pelo art. 158 quando se tratar de crime que deixa vestígios, o Código de Processo Penal - CPP, estabeleceu que, quando o vestígio houver desaparecido, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Esta possibilidade de suprimento não se confunde com o chamado exame indireto. ✓ O art. 158 do CPP, como já mencionei, determina que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Este, por sua vez, refere a possibilidade de suprimento do exame de corpo de delito pela prova testemunhal quando o vestígio houver desaparecido. ✓ O chamado pacote anticrimes, trouxe várias novidades para área de perícia criminal. Entre elas, o conceito legal de cadeia de custódia, o conceito de vestígios e os procedimentos adequados. ▪ NOVIDADES “Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.’ ▪ NOVIDADES “Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.” ▪ NOVIDADES “Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. § 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. § 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. § 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. § 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação.’ Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referidomaterial em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal.” ✓ O CPP prevê que, na falta de perito oficial, poderá a perícia ser realizada por dois peritos não oficiais (peritos leigos), como tal consideradas as pessoas idôneas, portadoras de curso superior preferencialmente na área que constitui o objeto da perícia, que possuam habilitação técnica relacionada à natureza do exame e que, nomeadas pelo Delegado de Polícia ou pelo juiz, prestem o compromisso de bem e fielmente desempenharem a função para a qual encarregados. ✓ Hoje as perícias de natureza criminal estão reguladas pela Lei no 12.030, de 17 de setembro de 2009, estabelecendo como normas gerais que “no exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurada autonomia técnica, científica e funcional, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial”. ✓ São peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área de atuação profissional”. ✓ Os peritos atuam na fase de inquérito policial ou processo judicial, sendo considerados auxiliares da Justiça. ✓ Podemos encontrar perícias divergentes. O juiz ao analisar poderá concordar com um ou com outro, ou nomear um terceiro. ✓ No art. 159, § 3.º, do CPP contém regramento específico, alertando que serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e a indicação de assistentes. Assim, a ausência de notificação destes sujeitos processuais poderá acarretar nulidade processual. ✓ Perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. • Prazo para elaboração do exame e do laudo pericial ✓ O laudo pericial deve ser concluído no prazo de dez dias. ✓ A regra estabelecida pelo Código de Processo Penal é a de que o exame de corpo de delito possa ser feito em qualquer dia e hora, sem restrições quanto aos feriados e períodos noturnos (art. 161). Uma primeira exceção, contudo, existe em relação ao exame interno do cadáver (necropsia ou autópsia), o qual deverá ser feito no mínimo seis horas após a morte. ✓ O tempo de seis horas, baseia-se no fato que se evite que o exame seja realizado com a vítima viva. ✓ Seguindo, o art. 164 menciona que os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. • Lesão corporal e a perícia ✓ Outro ponto importante é a perícia para a identificação de lesão corporal grave. ✓ Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito de lesão corporal grave, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. Cabe lembrar que a falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. • Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal ✓ “nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado”. ✓ Assim, desde que desaparecidos os vestígios, é possível, aplicando-se o art. 167 do CPP, reconhecer a qualificadora do rompimento de obstáculo a partir da prova testemunhal (ou de outras provas). Este é o entendimento dominante, compreendendo o STJ que “para a incidência da qualificadora prevista no art. 155, § 4.º, I, do Código Penal, é necessária a comprovação do rompimento de obstáculo, por laudo pericial, salvo em caso de desaparecimento dos vestígios, quando a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.” ✓ “no caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato”. ✓ Com a finalidade de efetuar a comparação, pode ser utilizado qualquer documento licitamente obtido, desde que comprovada sua autenticidade, o que pode ocorrer: por meio do reconhecimento do acusado de que a grafia lhe pertence; por meio de reconhecimento judicial, como por exemplo o documento produzido em processo cível reconhecidamente escrito pelo acusado; e por qualquer outro meio de prova hábil à afirmação da autoria do texto ou assinatura sob comparação. ✓ A obrigatoriedade do exame a que alude o art. 175 do CPP (exame nos instrumentos empregados para a prática da infração) depende da hipótese concreta. Por exemplo, a hipótese de um homicídio provocado por arma de fogo. DOCUMENTOS CRIMINALÍSTICOS • no universo de peças técnicas, teríamos o laudo pericial - oficial ou não, o parecer técnico - com fins de atendimento à Justiça ou não, e o relatório técnico. • o laudo é escrito em que um perito ou um árbitro emite seu parecer e responde a todos os quesitos que lhe foram propostos pelo juiz e pelas partes interessadas. • Já o parecer do louvado ou árbitro; seria uma peça escrita, fundamentada, em que os peritos expõem as observações e estudos que fizeram e consignam as conclusões da perícia. • É o exame de caráter técnico e especializado. • parecer seria a opinião. • O relatório seria a descrição minuciosa de fatos de administração pública ou de sociedade. • Laudo Pericial ✓ O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado de uma perícia. Nele deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames levado a efeito pelos peritos. Ou seja, é um documento técnico-formal que exprime o resultado do trabalho do perito. ✓ Um exame pericial deve se pautar pela mais completa constatação do fato, análise e interpretação e, como resultado final, a opinião de natureza técnico- científica sobre os fatos examinados. ✓ Laudo Pericial Criminal (Laudo Oficial) ▪ O autor destaca que o laudo pericial com destino à Justiça Criminal tem como suporte uma série de formalidades e de regulamentos emanados ▪ A principal característica do laudo pericial criminal é que todas as partes integrantes do processo dele se utilizam, pois é uma peça técnica-pericial única, determinada a partir do artigo 159 do CPP (Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por um perito oficial). ▪ Em razão de ser uma prestação jurisdicional emanada do Estado, reveste-se da oficialidade e publicidade ✓ Laudo Pericial Cível ▪ Quanto ao laudo pericial cível, esse tem destinação mais restrita, pois visa esclarecer dúvidas levantadas pelo magistrado que esteja apreciando um processo. ▪ O exame pericial cível poderá envolver o trabalho autônomo de três profissionais (peritos) para atuarem sobre um mesmo fato, sendo um nomeado pelo juiz e os outros dois pelas partes envolvidas no processo. ▪ O autor, menciona que esse exame pericial realizado pelo chamado “perito do juízo” deve seguir - do ponto de vista técnico-científico. • Parecer Técnico ✓ O Parecer técnico é um pronunciamento por escrito de uma opinião técnica sobre determinada situação que exija conhecimentos específicos. ✓ O parecer é, então, a resposta da questão referente a assunto médico-legal ou pericial, suscitadora de dúvidas em relatório pertinente ao mesmo, feitapor uma das ou pelas partes a profissional de Medicina< Perícia ou a uma comissão científica. ✓ O parecer técnico diferencia-se do relatório pericial em razão de ser um documento consequente de uma análise sobre determinado fato específico, contendo a respectiva emissão de opinião técnica sobre aquele caso estudado. ✓ O parecer técnico sempre terá um objetivo específico a se dedicar, excluindo os elementos que não tenham relação o objeto de análise. • Relatório Técnico ✓ Esse documento é diferente do parecer técnico em virtude do parecer conter a análise e opinião sobre o objeto do exame, e o relatório é apenas um relato da ação desenvolvida. ✓ é muito comum o relatório técnico em função dos exames complementares. CADEIA DE CUSTÓDIA • A cadeia de custódia inicia-se no local de crime, onde o perito criminal analisa o local e procede à prova pericial. • A legislação brasileira, conforme explico na aula sobre Perícia, trouxe o conceito legal de cadeia de custódia através do chamado "Pacote Anticrime". • Por mais que os avanços tecnológico e científico venham contribuindo com as ciências forenses para melhorar a capacidade de reunir evidências utilizadas na solução em processos criminais ou civis, estes avanços, por si só, não representam garantia que estas evidências serão aceitas como prova pericial pela justiça. • Para Saferstein, cadeia de custódia é "uma lista de todas as pessoas que estiveram de posse de um item de evidência". • A finalidade da cadeia de custódia é assegurar a idoneidade dos objetos e bens apreendidos, a fim de evitar qualquer tipo de dúvida quanto à sua origem e caminho percorrido durante a investigação criminal e o respectivo processo judicial. • A prova material do processo foi, incontestavelmente, um vestígio quando do início dos procedimentos periciais. • Cadeia de custódia externa ✓ Refere-se a todas as etapas envolvidas desde a custódia do local do crime (locais de crime, objetos, vítimas, suspeitos etc.) ou autos de apreensões dos “elementos de prova” realizadas por policiais, até o momento em que os vestígios coletados ou apreendidos chegam ao centro de custódia dos órgãos periciais. ▪ Custódia do local do crime ▪ Busca dos vestígios ▪ Fixação dos vestígios ▪ Coleta dos vestígios ▪ Acondicionamento dos vestígios ▪ Transporte e entrega dos vestígios • Cadeia de custódia interna ✓ Relacionam-se as etapas compreendidas desde a entrada dos vestígios no centro de custódia do órgão pericial até a devolução dos mesmos juntamente com o laudo pericial, e daí retornando ao órgão que requisitou a perícia. 1- Conferência e recepção dos elementos de prova 2- Classificação e distribuição dos elementos de prova 3- Análise pericial dos elementos de prova 4- Coleta e Acondicionamento de material para contraprova; por ex.: ▪ A amostra bruta ou fração útil da mesma, e/ou DNA extraído, devem ser preservados para contraprova. As amostras devem ser armazenadas adequadamente com o objetivo de evitar a degradação; ▪ A armazenagem das amostras deve ser definida com a ajuda da SENASP, através de consulta ao poder judiciário, tendo em vista a falta de normas, tanto em nível federal quanto estadual, sobre o prazo mínimo de armazenagem; ▪ A cadeia de custódia deve ser o mais curta possível, a fim de evitar a possibilidade de troca de amostras ou de degradação do material; ▪ Os laboratórios devem manter um sistema documentado de controle de vestígios, evidências e/ou amostras, que assegure sua integridade; ▪ Recomenda-se que os técnicos e/ou peritos que trabalhem em exames de DNA forense disponibilizem uma alíquota do seu próprio material genético para genotipagem e sequenciamento de DNA mitocondrial, quando este for de uso no âmbito do laboratório. 5- Devolução dos remanescentes dos elementos de prova e laudo pericial Um dos aspectos mais desafiadores da prática forense é a manutenção da cadeia de custódia durante todas as suas fases, com ênfase ao acondicionamento, transporte e entrega da amostra, pois está se refere ao decurso de tempo em que a evidência e manuseada, incluindo-se também aí cada pessoa que a manuseou. ✓ Assim, é imperativo que a evidência seja tratada pelo mínimo de pessoas necessárias para a conclusão da análise forense. ✓ A documentação requerida para os vestígios questionados colhidos em local de crime ou para as evidências conhecidas (padrão), geralmente colhidas no interior dos laboratórios forenses, deve incluir anotações permanentes sobre: • Data e hora da coleta • Nome da pessoa (s) que coletou (aram) a evidência • Listagem descritiva do item ou itens coletados • Identificação única para cada item coletado • Localização de cada item (documentação escrita, croqui, medições, fotográficas ou uma combinação delas). CLASSIFICAÇÃO DOS LOCAIS DE CRIMES • Para um bom exame pericial os peritos devem exercitar a: ✓ Paciência: ter calma na busca dos vestígios, sem eliminar etapas do processo para não perder informações importantes; ✓ Perseverança: Em determinadas situações é possível que não alcancemos a plenitude do exame com completo esclarecimento e convencimento próprio acerca dos fatos, no entanto, se formos perseverantes na busca de vestígios, via de regra, chegaremos a um resultado satisfatório. ✓ Atenção: primordial para um diagnóstico correto da cena do crime, pois um pequeno detalhe aparentemente insignificante poderá configurar-se um vestígio que será o ponto chave para iniciarmos a montagem do quebra-cabeça. Em perícia não se poder descartar nada em antes analisar sua veracidade e correlação com a cena do crime. • A cadeia de custódia inicia-se no local de crime • o Local de Crime é toda a área onde tenha ocorrido um fato que, pela sua natureza, assuma a configuração de delito ✓ Quanto ao ambiente: ▪ Local interno: quando o fato ocorre no interior de um prédio ou dentro de um terreno cercado; ▪ Local externo: é aquele ocorrido em logradouro público, via pública ou dentro de um terreno baldio sem obstáculos; ▪ Locais Relacionados: são duas ou mais áreas que tenham implicação com um mesmo crime. ✓ Quanto à natureza do fato criminoso: ▪ Local de Homicídio ▪ Local de Suicídio ▪ Local de Crime de Trânsito ▪ Local de Arrombamento ▪ Local de Incêndio ▪ Local de Explosão ▪ Local de Dano ▪ Local de crime contra o Meio Ambiente ✓ Quanto à preservação: ▪ Local idôneo (preservado ou não violado): é aquele no qual os Peritos encontram os vestígios da mesma forma que foram deixados na ação delituosa, ou seja, não sofreram quaisquer alterações após a consumação do fato. ▪ Local inidôneo (não preservado ou violado): é aquele que, quando da chegada dos peritos, encontra-se alterado o estado das coisas, ou seja, sofreu alguma alteração após a ocorrência do fato, sendo chamado também de local violado. ✓ Quanto à disposição dos vestígios: ▪ Local imediato - é considerado o local propriamente dito, ou seja, o local onde ocorreu o fato e comumente se encontra o corpo da vítima. ▪ Local mediato – compreende as adjacências da área reservada ao ambiente imediato, ou seja, toda a área além da demarcada como área imediata. Nesta área é comum a constatação de marcas de pegadas, rastros de veículos, coisas ou objetos caídos quando de luta corporal, instrumentos utilizados na prática do crime etc. ▪ Local relacionado – é aquele que tem relação do mesmo fato em outros locais, por exemplo, em outros locais são encontrados objetos que tenham relação com o fato ocorrido naquela área. • O isolamento, que vamos aprofundar mais em Perícia e Peritos, e a consequente preservação do local de infração penal é uma garantia que o perito terá de encontrar a cena do crime conforme fora deixada pelo(s) infrator(es) e vítima(s) e, com isso,ter condições técnicas de analisar todos os vestígios. VESTÍGIOS, EVIDÊNCIAS E INDÍCIOS • Os peritos criminais, ao examinarem um local de crime, estarão procurando todos os tipos de objetos, marcas, ou sinais sensíveis que possam ter relação com o fato investigado. Todos esses elementos, individualmente, são chamados de vestígios. • vestígio é todo objeto ou material bruto constatado e/ou recolhido em um local de crime para análise posterior. • Todos os vestígios encontrados em um local de crime, num primeiro momento, são importantes e necessários para elucidar os fatos, ou seja, na prática, o vestígio é assim chamado, para definir qualquer informação concreta que possa ter, ou não, alguma relação com o crime. • Vestígios, evidências e indícios não são palavras sinônimas • Há algumas classificações doutrinárias que acho interessante abordamos. Os vestígios podem ser: ✓ vestígios verdadeiros: é uma depuração total dos elementos encontrados no local do crime, pois somente o são aqueles produzidos diretamente pelos atores da infração e, ainda, que sejam produto direto das ações do cometimento do delito em si; ✓ vestígios ilusórios: é todo elemento encontrado no local do crime que não esteja relacionado às ações dos atores da infração e desde que a sua produção não tenha ocorrido de maneira intencional. A presença deste tipo de vestígio é devida principalmente pela falta de isolamento e preservação do local; ✓ vestígios forjados: todo elemento encontrado no local do crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjunto dos elementos originais produzidos pelos atores da infração. Para os peritos criminais, sempre será mais difícil a constatação e análise de um vestígio ilusório ou forjado, pois terão que adicionar outros exames e análises para que possam chegar a conclusão de que se trata de situações não relacionadas diretamente à ação dos atores da infração; ✓ vestígios propositais: são produzidos com o objetivo de indicar uma qualidade, uma condição, um aviso, uma advertência. Como exemplos têm-se marca de indústria, distintivo de sócio, figura de um crânio humano com duas tíbias cruzadas como sinal de perigo, as placas e sinais de trânsito; ✓ vestígios acidentais: são produzidos involuntariamente pelo agente. São exemplos as impressões digitais, as manchas de material orgânico, pêlos, cinzas, fibras, sinais de luta, a posição do corpo; ✓ vestígios perceptíveis: são aqueles que podem ser diretamente captados pelos sentidos humanos (tato, visão, paladar, audição e olfato), sem a utilização de qualquer artifício ou aparelho, como manchas de sangue, sinais de arrastamento, armas eventualmente deixadas no local; ✓ vestígios latentes: necessitam da utilização de técnicas ou aparelhos especiais para serem observados, como manchas esperma, resíduos provenientes de disparos de arma de fogo, impressões digitais, etc; ✓ vestígios perenes: são aqueles que não desaparecem com o tempo, sendo destruídos somente por evento natural incomum e de grandes proporções. Como exemplos, as ossadas, os danos decorrentes de acidentes automobilísticos, mossas, projéteis; ✓ vestígios persistentes: permanecem indeléveis por um longo tempo, permitindo sua análise posteriormente. Como exemplos, manchas de sangue em tecidos, pêlos, fibras, etc. • A idoneidade dos vestígios é fator primordial no contexto de uma perícia, uma vez que poderemos comprometer todo o trabalho e, com isso, estarmos prejudicando o conjunto da investigação criminal e do processo judicial posterior. • “Art. 239 – Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.” • Dependendo do tipo de delito, os locais de crimes poderão ter conteúdo variado de vestígios, como, por exemplo, nos crimes contra a pessoa, que possuem evidências específicas, relacionadas à vítima. Já nos crimes contra o patrimônio, os vestígios apresentados relacionam-se à coisa. • A importância dos vestígios não se encontra adstrita somente ao que eles representam, mas, é de vital importância, também, as posições em que se encontram e suas possíveis relações com outros vestígios, que podem não serem analisados de imediato. • Em um local de crime, as manchas de sangue podem variar em volume, tamanho, quantidade, forma de preservação, ligação com outros objetos. • Um dos principais vestígios encontrados são as manchas de sangue. PRINCIPAIS VESTÍGIOS ENCONTRADOS EM LOCAIS DE CRIME CONTRA A PESSOA E EM LOCAIS DE CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO • Os mais comuns, encontrados em locais dos crimes contra pessoa são: ✓ desconhecidos, drogas, etc; ✓ pegadas e marcas de ferramentas; ✓ fluidos corporais (sangue, esperma, saliva, vômito); ✓ cabelo e pelos; ✓ armas ou evidência, furos de bala, cartuchos); ✓ agendas telefônicas, documentos eletrônicas e identificadores de chamadas); ✓ sinais de luta; ✓ sinais de violência; ✓ tipos de ferimentos. • Já nos crimes contra o patrimônio, podemos encontrar um ou outro vestígio que mencionei acima, por isso vamos estudar em conjunto. Entretanto, nos crimes contra o patrimônio, como o próprio nome sugere, são os delitos praticados cuja intenção do autor era a de obter vantagem ilícita pecuniária ou patrimonial, por intermédio da apropriação de objetos, bens ou valores. • Eis os vestígios, mais comuns, encontrados em locais de crime contra o patrimônio: ✓ impressões digitais; ✓ ferramentas e suas marcas de arrombamento; ✓ cartuchos deflagrados; ✓ vestígios biológicos; ✓ marcas de escaladas; ✓ pegadas e marcas de pneus; ✓ marcas de objetos furtados; ✓ depoimentos de pessoas. ✓ móveis e objetos desarrumados; ✓ Imagens de circuito de TV; ✓ vidros quebrados; ✓ objetos abandonados; • Em um local de crime contra pessoa, as manchas de sangue podem variar em volume, tamanho, quantidade, forma de preservação, ligação com outros objetos. • Quando se verifica a presença de sangue num local de crime, dois aspectos podem ser caracterizados: ✓ O sangue se encontra em estado líquido; ✓ O sangue já se apresenta seco, sob forma de crostas. • No primeiro caso, recolhe-se o que for possível, por meio de um conta-gotas ou outro instrumento, e coloca-se num tubo de ensaio adicionando-se soro fisiológico, depois deve encaminhar para o laboratório. • Já se tratando de sangue seco, remove-se com cuidado a crosta, colocando-a num recipiente plástico, podendo, se necessário, diluí-lo com soro fisiológico. • Manchas por projeção - é quando a projeção do sangue se verifica tão somente pela ação da gravidade, variando seu formato de acordo com a altura da projeção e o suporte atingido. Vejamos duas situações: ✓ Gotas - assim temos: ▪ forma circular = pequena altura (5 a 10 cm); ▪ forma estrelada, bordos irregulares = altura de aproximadamente 40 cm; ▪ forma estrelada, bordos denteados, gotas satélites = altura superior a 125 cm; ▪ Gotículas = sangue caído de considerável altura (2 m ou mais). • Manchas por escorrimento - apresenta sob forma de poças, charco ou filetes decorrente da grande perda sanguínea. A origem do sangue pode ser dos ferimentos ou das cavidades naturais, estando a vítima imóvel; • Manchas por contato - quando a vítima ou criminoso apresentam as mãos, pés ou calçados ensanguentados, ao contatarem com diversos tipos de suportes, vão produzindo impressões as quais são úteis para uma análise da dinâmica do fato; • Manchas por impregnação - geralmente, quando há grande sangramento, peças do vestuário, toalhas, panos, etc., ficam embebidas de sangue, o que permite uma pesquisa mais minuciosa do crime; • Manchas por limpeza - são decorrentes da tentativa do criminoso retirar o sangue das mão, da armae de objetos que tenham sido atingidos. • Manchas de esperma: locais de crime de natureza sexual ✓ nas roupas de cama; ✓ nas vestes da vitima ou do suspeito; ✓ no ambiente vaginal; ✓ no reto; ✓ em outros pontos ou objetos, de acordo com a tipicidade da área. ✓ Sinais de probabilidade na verificação de mancha de esperma: ▪ cristais de Florence: junta-se reagente de Florence (lugol) + extrato da mancha. Formam-se cristais de Florence, de formato romboédrico, cor marrom-amarelado. Não são específicos do esperma humano, podendo ser originados de esperma animal; ▪ cristais de Barbeiro: formação de cristais pela ação do ácido pícrico, em reação aquecida, com aspecto de agulhas grossas, de cor amarelada. Podem também se apresentar sob forma de dois cones reunidos pela base. A produção é abundante; ▪ fosfatase ácida: técnica altamente discutida quanto à sua validade, entretanto é adotada em vários laboratórios. Consiste do emprego de um reagente como o fosfato de monofenil e a técnica é de Boucherie. A alta concentração de fosfatase ácida presente no tecido é a que, em grau de probabilidade, identifica a mancha como sendo esperma. • Manchas de urina: A exemplo das manchas de fezes, são comumente verificadas nos locais de crimes contra o patrimônio. • Manchas de vômito: Oferecem especial interesse nos casos de envenenamento. • Manchas de saliva: As manchas de saliva têm coloração variada que vão desde amareladas a esbranquiçadas ou acinzentadas, de contornos mal definidos e não oferecem fluorescência à luz ultravioleta. • Fibras e Pelos: a doutrina faz a distinção de fibra vegetal e de pelo da seguinte forma: coloca-se o fio a ser pesquisado num tubo de ensaio com 1 cm de água, 2 gotas de alfanaftol e 1cc de ácido sulfúrico. Se a fibra for vegetal, ela se dissolve e o líquido toma a cor violeta escura, se for pelo, não há essa coloração. ✓ Para fecharmos esta parte - das manchas e pelos, a coleta dos materiais biológicos pode ser separada da seguinte forma: ▪ Da Coleta de Amostras Biológicas em Suportes Móveis - quando possível, o suporte sobre o qual se encontra a amostra biológica será coletado na sua totalidade. A coleta do suporte será feita de modo a preservar eventuais impressões papilares. ▪ Da Coleta de Amostras Biológicas em Suportes Imóveis Não- Absorventes - a coleta de material biológico seco sobre superfícies não- absorventes será feita com suabe umedecido em água destilada estéril. ▪ Da Coleta de Amostras Biológicas em Suportes Imóveis Absorventes - superfícies absorventes, como carpetes, cortinas, sofás, estofados, almofadas, colchões, entre outros, contendo amostras biológicas, serão recortadas. Amostras biológicas em materiais que não possam ser recortados tais como paredes e portas, poderão ser coletadas por raspagem com lâmina estéril ou com o uso de suabe umedecido. ▪ Da Coleta de Amostras Biológicas Líquidas - coleta de material biológico líquido será feita com seringa nova e estéril, ou dependendo da quantidade recomenda-se que a coleta de material biológico úmido será feita com suabe seco. Se o líquido tratar-se de urina, será coletado o maior volume possível, dada a escassez de células neste material. No caso de fezes e vômitos devem ser coletados com auxilio de espátulas descartáveis e acondicionados em pote coletor universal. ▪ Da Coleta de Amostras de Pelos e Cabelos - sejam as amostras individuais ou em tufos, se misturadas com fluidos e tecidos corpóreos, os pelos ou cabelos devem ser separados dos componentes da mistura que os contém.
Compartilhar