Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CRIMINALISTICA Corpo de Delito e Vestígios Art 6. I. Logo que tomar conhecimento, o delegado precisa manter o local idôneo até a chegada dos peritos. II. Apreender os objetos que tiveram relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. Art 158. Quando a infração deixar vestígios, será obrigatório/indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. A falta do corpo de delito pode gerar nulidade no processo Elementos sensíveis: percebidos pelos nossos sentidos de maneira empírica Corpo de Delito Direto: sobre vestígios, provas objetivas, verdade quase incontestável Indireto: informação testemunhal, provas subjetivas. · Não adianta a confissão, precisa ter o exame de corpo de delito · Corpo de delito permanente: que se mantem no local como por exemplo um projétil · Corpo de delito temporário ou passageiro: que vai evaporar, se perder Exame de corpo de delito: dar prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: 1- violência domestica e familiar contra a mulher 2- violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. Vestígio (definição dada graças ao pacote anticrime) Art 158 3°: vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente (precisa ser revelado), constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal – pano, pegadas, câmeras, faca, etc. Tudo que é encontrado no local e examinado, que pareça ter relação com a dinâmica do crime; depois de examinado pode se transformar em elemento de prova, individualmente ou associado a outros. Vestígios (classificados apenas depois de uma análise técnica) Vestígio Verdadeiro: diretamente ligado ao fato (deixado pelo autor ou vítima) ex: madeira para abrir, mancha de sangue junto e próximo ao cadáver, resíduo de tiros nas vestes da vítima. Ilusório: está no local, mas sem relação com a dinâmica e não pode ter sido colocado de forma intencional. Ex: rodovia com marcas pneumáticas; sangue derramado de carne; cigarro deixado por populares; e até escorrimento de sangue no corpo produzido no momento que os policiais manusearam indevidamente. Forjado: não faz parte da dinâmica, foi colocado no local intencionalmente, com intuito de alterar a cena do crime. Ex: arma colocada na mão da vitima para simular suicídio, limpeza do sangue no local, visando a eliminação. Vestígios quanto à duração Transitório: desaparecem rapidamente após um lapso de tempo curto, como frenagem na lama, sangue, impressão papilar (tem água e evapora), etc. necessitam de exame rápido. Permanentes: permanecem por tempo indeterminado, num espaço de tempo longo, como em relação aos sinais de arrombamento, vidros quebrados, amolgamento em veículos, etc. Quanto à percepção: Perceptíveis: vestígios identificados pelo sentido humano, por propriedades organolépticas, fios de cabelo, manchas de sangue, impressões digito papilares com sujidades (podem ser latentes) Latentes: imperceptíveis nos sentidos, precisam ser revelados por meios químicos, mecânicos, biológicos, físicos, etc. Quanto à natureza: Manchas orgânicas: sangue suor, espera, lagrima, vomito, leite, colostro, muco, fezes, urina, etc. Manchas Inorgânicas: lama, lodo, ferrugem, tintas, pólvora, pintura, etc Impressões: papilares, dentarias, ungueais, labiais, instrumentais, palmares, plantares, pegadas de calçado, etc. Evidencia A evidencia já foi um vestígio e passou por uma analise técnica e a partir disso foi dito como verdadeiro, diretamente relacionados com o delito investigado, elementos exclusivamente materiais e objetivos. Evidencia é o vestígio que mediante analises, exames e interpretações, se enquadra inequívoca e objetivamente na circunstancia do fato delituoso. Toda evidencia é um indicio, mas o contrário nem sempre é verdadeiro. Indicio: circunstancia conhecida e comprovada que tendo relação com o fato, autorize por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstancias. VESTIGIOS X EVIDENCIAS X INDICIOS · VESTIGIO: material bruto, sem tratamento, recolhido em um local de crime para análise posterior · EVIDENCIA: é o vestígio após as analises, que revela técnica e cientificamente, sua relação com o crime. · INDICIO: expressão utilizada no meio jurídico que significa umas das informações periciais ou não relacionadas com o crime, junto com essa evidencia foram incorporados elementos subjetivos, como remédios, histórico, etc, que permitem junto com as provas objetivas levar a outras circunstancias. O vestígio encaminha; o indicio aponta Cabe aos peritos transformar vestígios em evidencias, enquanto aos policiais reserva-se a tarefa de agregar as evidencias e informações subjetivas, apresentar o indiciado à justiça. Toda evidencia é um indicio, porém, nem todo indicio é uma evidencia. LOCAIS DE CRIME Um local de crime: “área onde ocorreu qualquer fato que reclame providencia da polícia” – Carlos Kehdy “Toda área onde tenha ocorrido a pratica de infração penal, podendo ser uma área interna, externa ou mista” - Alberi Espindula “é a porção do espaço compreendida num raio cuja origem encontra-se o ponto no qual é constatado o fato (delimita o local). Este se entende de modo a abranger todos os lugares em que aparentemente, necessário ou presumidamente, hajam sido praticados pelos criminosos ou atos materiais preliminares ou posteriores à consumação do delito e com este relacionados” – Eraldo Rabelo Classificação quanto: · Posição de pessoas ou coisas: disposição dos vestígios, local mediato, imediato ou relacionado. · Área onde ocorreu o fato ou local em si: ambiente · Natureza do fato: contra pessoa/ patrimônio · Estado ou preservação do local do fato: idôneos e inidôneos Posição de pessoas ou coisas Local Imediato: é aquele onde o fato ocorreu, onde há maior concentração de vestígios Local Mediato: adjacentes ao local do fato, sem raio de distância. Com marcas de pegada, ou instrumentos utilizados. Também é área de interesse pericial e também deve estar isolado. Local Relacionado: sem continuidade geográfica, por exemplo, local de desova do cadáver, ou local onde houve o planejamento do crime. · O exame pericial se interessa autoria, materialidade e circunstância. · Não individualiza a vítima, mas busca informações do autor. · Exame Perinecroscópico é realizado pelo perito no local Quanto a área e ambiente Interno: barreiras físicas, dentro de uma residência Externo: sem barreiras, rua ou calçada Misto: onde parte acontece em lugares com barreiras e outros não Ermo: vazio/calmo, pouco frequentado. Dificilmente encontra testemunhas Concorrido: local movimentado, muito frequentado, com fluxo de pessoas alto Móvel: veiculo Imóvel: residência Isolados: não é conjugado com os vizinhos Contíguos: conjugado com vizinhos, como apto. Quanto a natureza Contra a pessoa: mancha de sangue, envenenamento, arma de fogo Contra dignidade sexual: medicina legal, fluidos corporais Patrimônio: marcas de ferramentas, cabelos e fibras Administração pública: documentos, tintas, fibras Ordem financeira: moeda falsa, contabilidade Ambientais: impacto ambiental e valoração do dano Relação à lei de drogas: identificação, quantificação e classificação de drogas Trânsito: exames toxicológicos, fluidos de freios Fraudes diversas: Combustíveis, remédios, bebidas, insetos. Acidente de trabalho: infortunística Preservação e CPP PM vai ao local, comunica a polícia civil e a policia civil comunica a PC. É necessário que a autoridade policial garanta a preservação para que não se alterem o estado e conservação das coisas no local de crime. A policia deve recolher os vestígios apenas após a saída do perito Quando houver infração a autoridade providenciara imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografia desenho ou esquemas. Os peritos registrarão no laudo as alterações do estado das coisas e discutirão no relatório as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. Preservação de local: integridadee perenidade do local Isolamento: área mediata e área imediata, mais ampla possível para não terem interferências externas. Apartando-se o ambiente mediato, dispensa-se o isolamento do ambiente imediato, já que vai estar dentro já. O isolamento é ditado pelo bom senso do policial ou guarda O isolamento inadequado pode ser levado a questionamentos no futuro Proteção: proteção da área mediata e imediata, inalterando provas técnicas como materiais estranhos, impedir que toquem em elementos materiais probantes, impedir que outros indivíduos sofram ferimentos, nada deve ser acrescentado retirado ou tocado. Proteção Inalterabilidade das provas técnicas Inicia-se no comparecimento do policial de serviço ao local, termino quando este for desimpedido pelo perito É aí que começa a cadeia de custodia Idoneidade Idôneo: totalmente mantido tal qual foi deixado na ocorrência criminosa Inidôneo: algo mexido Maior parte das vezes se encontram locais inidôneos. Até mesmo necessidade de se prestar socorro médico, mas mesmo assim o exame de corpo de delito será realizado. Mesmo em local inidôneo é possível obter grandes resultados nas analises de vestígios. Local prejudicado parcialmente: singelas modificações que não afetam a elucidação da dinâmica, o mais rotineiro, chuva, vento e tal contribuem para o prejuízo. FASES DE UMA INVESTIGAÇÃO TECNICO PERICIAL 1- Reconhecimento de um vestígio O perito verifica os vestígios, as vezes latentes e o isolamento da cena é feito pela polícia. 2- Registro documental do vestígio O perito observa os vestígios, mostrando a relação com o crime, fotografando/perpetuando todos os vestígios sendo que a única obrigatória é a do cadáver na posição em que foi encontrado. Amarração métrica pode ser usado com trena, scanner e outros para medir o espaço físico. 3- Analises e verificações (obtenção dos dados; avaliação de resultados) Nessa fase, pode realizar testes feacacult para revelar se tem sangue por exemplo e descarta todos os vestígios ilusórios, e passa a chamar os verdadeiros de evidencias. 4- Redação do laudo Deslocamentos: Orientação circular: vai em espiral e garante que não será confundido e mantenha a integridade e não deixe passar nada. Deixando o cadáver por último. Varredura: vai de forma direcionada até o cadáver · Determinar o modo de deslocamento e não passar mais de uma vez no mesmo local. · Coleta e preservação dos vestígios materiais. · Necropsia e sepultamento. Importante lembrar que a busca por objetos pode ser realizada por outras pessoas no ramo policial, apenas não podem analisar os vestígios. Sufocação direta é quanto tapa o nariz e a boca Esganadura é só com as mãos CLASSIFICAÇÃO JURIDICA Vestígios: intrínsecos/biológicos: sêmen, vísceras, sangue, salivas, fezes Extrínsecos: manchas quaisquer, pelos depositados, fibras, minerais, terra, areia, detritos, material orgânico. Homicídio (art. 121 CP) e lesão corporal (art. 129) – sangue e desordem geralmente, vindo da luta corporal anterior ao crime; Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vertigios deixados no crime; estojo/projetil, para comparação balística. Induzimento ao suicídio, auxilio, instigação de suicídio, verificar se a carta deixada foi da pessoa mesmo. Infanticidio (art. 123) e aborto (arts. 124, 125, 126, 127, 128) Estado puerperal – forte emoção muitos hormônios, a mãe age sob efeito incontrolável leva a pena mais leve do homicídio Vestígios: sangue, mecônio (primeira massa fecal), colostro Aborto – consentimento ou sem auxilio de terceiros ou não Sangue, mecônio, colostro, chás e remédios abortivos, instrumentos abortivos, clinicas abortivas Estupro (art. 213) Sangue, sêmen, fluidos corpóreos como suor, preservativos Uso de lanternas forenses para vestígios latentes. Outros vestígios: fibras de roupa, pelos, ipressoes digitais, ossadas Princípios da Criminalística: “DOIDA” 1- Princípio da observação – todo contato deixa uma marca, permitem o perito buscar a autoria, ex: balística (Edmond Locard) 2- Principio da Analise: sempre seguir um método cientifico na perícia, com provas materiais. 3- Principio da interpretação: por mais que dois objetos sejam indistinguíveis, nunca são idênticos. (Kirk) 4- Principio da descrição: o resultado de um exame pericial é constante em relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente perfeita. 5- Principio da documentação: cadeia de custódia – toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no local de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem. Garantir a rastreabilidade, integridade até o descarte.
Compartilhar