Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 1O Ano Módulo: Economia Politica Código: ISCED12-ECOCFE001 Total Horas/2o Semestre: 125 Créditos (SNATCA): 5 Número de Temas: 5 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ISCED) Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contém todos os direitos reservados. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Coordenação do Programa de Graduação Rua Dr. Lancerda de Almeida no 211, Ponta-Gea Beira – Moçambique Telefone: 2323323501 Cel: +258 823055839 Fax:23323501 E-mail: isced@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela Coordenação Pelo design e revisão final Direção Académica do ISCED Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e Logística Pela Revisão Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED) Dra Carmen Salato Elaborado Por: Dr. Victor Nuvunga – Licenciado em Economia e Gestão, Universidade Católica de Moçambique. Mestrando em Educação a Distância e eLearning, Universidade Católica de Portugal – Porto. Índice Visão geral 1 Bem-vindo ao Módulo de Economia Política.................................................................... 1 Objectivos do Módulo ............................................................................................. 1 Quem deveria estudar este módulo ....................................................................... 1 Como está estruturado este módulo ...................................................................... 2 Ícones de actividade ................................................................................................ 4 Habilidades de estudo ............................................................................................. 4 Precisa de apoio? ..................................................................................................... 6 Tarefas (avaliação e autoavaliação) ........................................................................ 7 Avaliação ................................................................................................................. 8 Exercícios de Avaliação .......................................................................................... 33 Exercícios do Tema ................................................................................................ 33 Tema 1: A Evolução do Pensamento Económico 11 Introdução ............................................................................................................. 11 Sumário.................................................................................................................. 29 Exercícios de Autoavaliação .................................................................................. 29 Exercícios de Avaliação .......................................................................................... 29 Tema 2: Introdução a Economia 30 Unidade Temática 2.1: A Economia ................................................................................ 30 Introdução ............................................................................................................. 30 Unidade Temática 2.2: Economia Positiva e Normativa ................................................ 33 Introdução ............................................................................................................. 33 Sumário.................................................................................................................. 38 Exercícios de Autoavaliação .................................................................................. 39 Exercícios de Avaliação .......................................................................................... 39 Exercícios de Tema ................................................................................................ 39 Tema 3: Noções de Microeconomia 39 Unidade Temática 3.1: Microeconomia ......................................................................... 40 Introdução ............................................................................................................. 40 Sumário.................................................................................................................. 48 Exercício de Autoavaliação .................................................................................... 48 Exercício de Avaliação ........................................................................................... 49 Exercícios do Tema ................................................................................................ 50 Tema 4: Estrutura De Mercado 52 Introdução ............................................................................................................. 52 Sumário.................................................................................................................. 54 Exercício de Autoavaliação .................................................................................... 55 Exercício de Avaliação ........................................................................................... 55 Exercícios do Tema ................................................................................................ 55 Tema 4: Macroeconomia 58 Unidade Temática 4.1: Medição da Actividade Económica ........................................... 58 Introdução ............................................................................................................. 58 Unidade Temática 4.2: Políticas Económicas ................................................................. 67 Introdução ............................................................................................................. 67 Sumário...................................................................... Erro! Marcador não definido. Exercícios de Autoavaliação .................................................................................. 82 Exercícios de Avaliação .......................................................................................... 82 Exercícios do Tema ................................................................................................ 82 Tema 5: A Globalização e o Desenvolvimento 84 Unidade Temática 5.1: Globalização e Desenvolvimento .............................................. 84 Introdução ............................................................................................................. 84 Unidade Temática 5.2: Descentralização ....................................................................... 91 Introdução ............................................................................................................. 91 Unidade Temática 5.3: Descentralização ....................................................................... 93 Introdução ............................................................................................................. 93 A Pobreza ............................................................................................................... 94 Referências Bibliográficas 98Visão geral Bem-vindo ao Módulo de Economia Política Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Economia Política deverá ser capaz de: Aplicar os conceitos de Economia Política no contexto nacional e internacional; Objectivos Específicos Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos do ISCED e outros como Gestão de Recursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Economia Política, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina/módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada Unidade Temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada Unidade Temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de autoavaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e algumas actividades prácticas incluído estudo de caso. Outros Recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza nas bibliotecas física e virtual do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Autoavaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de autoavaliação para este módulo encontram-se no final de cada Unidade Temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de autoavaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de autoavaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico- Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venham a ser melhoradas. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existir. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre o conhecimento, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor alturapara sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertida, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, Correio electrónico, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e autoavaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta do regulamentado de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 11 Tema 1: A Evolução do Pensamento Económico Introdução No Século XIX, Alfred Marshall disse que a Economia procura estudar os negócios comuns da vida da humanidade. Por negócios comuns, podemos entender as cenas comuns da vida económica. Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e nomos (norma, lei). Pode ser compreendida como “administração da casa”, pois, administrar uma casa é algo bastante comum na vida das pessoas. Portanto, é interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da economia. A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas. A ciência económica se ocupa das questões relativas a satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade. A necessidade humana envolve a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Acreditamos que todas as pessoas sentem necessidade de adquirir certos bens, sentem desejo tanto por alimentos, água e ar. Da mesma forma que uma família precisa satisfazer suas necessidades uma sociedade também precisa fazer o mesmo como transporte, ordem pública. 12 Aliás, precisa definir o que produzir, para quem produzir, quando produzir e quanto produzir para satisfazer as necessidades. Em linhas gerais, a sociedade precisa gerências bem seus recursos que são escassos. A outra ideia por patente na definição da economia é que os recursos são escassos, isto é, os recursos económicos como o trabalho, capital e terra são limitados em todas as sociedades, portanto, as sociedades devem usa-las eficientemente, a fim de produzir bens com valor. A escassez é um problema da sociedade, já que os recursos são escassos, as quantidades de bens e serviços que podem ser produzidas são escassas. Sem a escassez não haveria necessidade de estudar a economia. Objectivos específicos Objectivos de Aprendizagem Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de: Conhecer as principais Escolas do Pensamento Económico: clássica, marxista, neoclássica e keynesiana; Compreender o desenvolvimento da teoria económica; e Ter fundamentos para propor transformações e construir novos conhecimentos. 13 1. Economia Medieval Ou Economia Da Idade Média A Idade Média (500 a 1000 d.c) abriu uma nova era para a humanidade. Uma outra concepção de vida deu a largada com o cristianismo, que floresceu com a queda do Império Romano. Seus ensinamentos, a partir da legalização por um decreto do ano 311, assinado pelo Imperador Constantino, passaram a ser disseminados por toda a Europa. Foi nessa época, segundo Gastaldi (1999), que as igrejas e os mosteiros tornaram-se poderosos. A igreja tornou-se o maior agente de perpetuação da cultura de disseminação do saber e de desenvolvimento administrativo. Como o pensamento cristão condenava a acumulação de capital (riqueza) e a exploração do trabalho, a opção da igreja,então, foi pelo retorno à actividade rural. Diante dessa situação o que de fato aconteceu foi que a igreja, através de seus conventos e mosteiros, acabou tornando-se proprietária de grandes áreas de terra. A terra transformou-se na riqueza por excelência. Nasceu, assim, o regime feudal, caracterizado por propriedades nas quais os senhores e os trabalhadores viveram do produto da terra ou do solo. Neste período embora fosse o rei quem dirigia o Estado, ele não possuía influência ou poder de decisão nos feudos, onde a autoridade máxima era a do senhor da gleba (os proprietários ou arrendatários) e onde labutavam os servos (os trabalhadores). 14 2. Mercantilismo Com a propagação do Novo Mundo (inclusive o Moçambique nas Américas), com o crescimento e o desenvolvimento das cidades, as fisionomias social, política e económica tão profundamente moldadas na Idade Medieval, sofrerem profundas transformações. Novos conceitos surgiram no campo do comércio e da produção. Na mesma proporção em que se enfraquecia o pensamento religioso, operava-se uma forte centralização política, ocorrendo a criação das nações modernas e das monarquias absolutas, germes do capitalismo. A prática mercantilista predominou até o início do século XVII, dando como base fundamental ao comércio o aumento das riquezas. Neste cenário ocorreu uma reacção contra os excessos do absolutismo e das regulamentações. Tivemos então a fase do mercantilismo2 em decorrência do crescimento do capitalismo comercial, representando, com o capitalismo industrializado no início do Século XVIII, a Economia. O mercantilismo foi um regime de nacionalismo económico que fazia da riqueza o principal fim do Estado. Assinalou, na história económica da humanidade, o início da evolução dos Estados modernos e das novas concepções sobre os fatos económicos, notadamente sobre a riqueza. A finalidade principal do Estado, no entender dos mercantilistas, era de se encontrar os meios necessários para que o respectivo país adquirisse a maior quantidade possível de ouro e prata. Os 15 mercantilistas pretendiam disciplinar a indústria e o comércio, de forma a favorecer as exportações em detrimento das importações, ou seja, procuravam manter a balança comercial favorável. 3. Escola Fisiocrata “Fisiocrata” vem de “fisiocracia”, que significa “poder da natureza”. Os fisiocratas não acreditavam que uma nação pudesse se desenvolver mediante, apenas, o acúmulo de metais preciosos e estímulos directos ao comércio; acreditavam ser necessário também o investimento em produção. Não na produção industrial (ou comercial), mas na produção agrícola, pois somente nessa eram possíveis a geração e a ampliação de excedentes. Na Escola Fisiocrata tivemos um grupo de economistas franceses do Século XVIII que combateu as ideias mercantilistas e formulou, pela primeira vez, uma Teoria do Liberalismo Económico. As teses do liberalismo económico foram criadas para combater o mercantilismo. A Teoria Liberal pressupõe a emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma, no qual todos os agentes económicos são movidos por um impulso de crescimento e desenvolvimento económico, que poderia ser entendido como uma ambição ou ganância individual, que no contexto macro traria benefícios para toda a sociedade. ou seja, podemos entender, desde já, que o pensamento fisiocrático é uma resposta direta, ou uma reacção, ao mercantilismo. Os fisiocratas acreditavam que as economias obedeciam a leis naturais. O Quadro Económico proposto por Quesnay influenciou os estudos macroeconómicos e quantitativos na ciência económica. 16 É importante destacarmos ainda a elevada menção que os fisiocratas atribuíam à ordem natural decorrente da estrutura económica francesa por volta de meados do Século XVIII. Tratava-se de uma economia predominantemente agrícola, sendo a terra propriedade de carácter eminentemente senhorial. O capitalismo já se desenhava na agricultura, e existia uma classe bem definida de arrendatários (pessoas que arrendavam as terras dos senhores para trabalhar). Também existiam muitos camponeses (pequenos agricultores) em boa parte do país. Do confronto entre a agricultura capitalista e a camponesa, obtivemos a superioridade da agricultura capitalista em termos da capacidade produtiva. Naturalmente, isso levava à crença de que agricultura baseada na produção capitalista (e não mais no fundamento do feudalismo), baseada na capacidade empresarial dos arrendatários burgueses (lembre-se disso!), constituía a mais avançada e a mais desejável das formas de produção. 4. Escola Clássica A Escola Clássica refere-se a uma linha de pensamento económico com base em Adam Smith e David Ricardo. Foi com esta escola que a Economia adquiriu carácter científico integral à medida que passou a centralizar a abordagem teórica do valor, cuja única fonte original era identificada no trabalho em geral. Além da Teoria do Valor - Trabalho, a Escola Clássica baseou-se nos preceitos filosóficos do liberalismo e do individualismo, e firmou os 17 princípios da livre - concorrência, que exerceu decisiva influência no pensamento revolucionário burguês. Como podemos observar, a Escola Clássica foi uma escola que caracterizou a produção, deixando a procura e o consumo para o segundo plano. Segundo Smith, o objecto da economia é estender bens e riqueza a uma nação. E, nesse sentido, entende Smith (1981) que a riqueza somente pode ser conseguida mediante a posse do valor de troca. Valor de troca, ele é a capacidade de obter riquezas, ou seja, é a faculdade que a posse de determinado objecto oferece de comprar com ele outras mercadorias. Smith também refutou as ideias mercantilistas argumentando que a riqueza é constituída pelos valores de troca, e não pela moeda, na medida em que esta é apenas um meio que permite a circulação de bens. Portanto, para Smith (1981), a verdadeira fonte de riqueza de um país somente pode ser alcançada mediante o trabalho, e essa fonte somente pode ser elevada com: Aumento da produtividade; A extensão de sua especialização; e A acumulação do produto sob a forma de capital. A distribuição do produto nacional, no pensamento clássico, continuou sendo tratada de forma tradicional onde os remunerados seguiam este padrão: Trabalho – salário; Capital – lucro; e 18 Terra – renda. Devemos ainda destacar que a Teoria Clássica é elaborada em função de um equilíbrio automático, que ignora as crises e os ciclos económicos. Desse modo, a oferta deve criar, necessariamente, sua própria procura – Lei de Say, e a soma dos salários e dos ganhos retidos pelos consumidores deve corresponder à quantidade global de bens oferecidos no mercado. Como vimos, o referencial económico e social dessa escola se dava com base nos princípios do liberalismo e do individualismo. Acreditava-se que um sistema de liberdade económica, através de um mecanismo impessoal de mercado – Mão Invisível –, conseguiria harmonizar os interesses individuais. Bem, considerando que sua obra clássica contém vários pressupostos actuais do neoliberalismo económico, podemos afirmar que as ideias de Smith correspondiam aos anseios do poder da burguesia, e, como um liberal, ele defendia: A mais ampla liberdade individual; Direito inalienável à propriedade; A livre iniciativa e a livre concorrência; e A não - intervenção do Estado na economia. Entretanto, para Smith (1981), o Estado deveria ter três funções: Proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes; 19 Proteger, na medida do possível, todo membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquerde seus membros ou oferecer uma perfeita administração da justiça; e Fazer e conservar certas obras públicas, e criar e manter certas instituições públicas, cuja criação e manutenção nunca despertariam o interesse de qualquer indivíduo ou de um grupo de indivíduos, porque o lucro nunca cobriria as despesas que teriam esses indivíduos, embora, quase sempre, tais despesas pudesse beneficiar e reembolsar a sociedade como um todo. Na sua análise histórica e sociológica, Smith acreditava que, embora os indivíduos pudessem agir de forma egoísta e estritamente em proveito próprio, existia uma “mão invisível”, decorrente da providência divina, que levava esses conflitos à harmonia. Assim podemos dizer que a “mão invisível” era o próprio funcionamento sistemático das leis naturais. Adam Smith teve muitos seguidores, dos quais destacamos os seguintes: John Stuart Mill e Jean Baptiste Say. Cabe ressaltar que alguns economistas daquela época rejeitaram a lei formulada por Say e dentre eles podemos destacar: Malthus, Karl Marx e Keynes. Thomas Robert Malthus, estudioso pensador inglês do seu tempo, continua fazendo história ainda nos dias de hoje com a sua famosa tese sobre o crescimento da população. Na sociedade mundial contemporânea os seus seguidores ficaram conhecidos como neomalthusianos. 20 Foi com a obra Ensaio sobre o princípio da população, publicada anonimamente em 1798, que Malthus tornou-se conhecido mundialmente. Das suas ideias, a mais famosa dizia que, enquanto a população tinha tendência a crescer de forma geométrica, os alimentos cresciam de forma aritmética. Embora atraente, é óbvio que, nos dias de hoje, temos certa dificuldade em pensar assim, devido às transformações tecnológicas ocorridas na agricultura e ao sucesso dos métodos de controlo de natalidade. Malthus quanto Ricardo tiveram grande influência de Adam Smith. Na realidade, o inglês Ricardo adquiriu fortuna, desde muito jovem, operando na Bolsa de Valores. Divergiu dos estudos sobre população, de Malthus, por não acreditar que a demanda efectiva seria incapaz de se realizar no mercado. De Ricardo, herdamos o importante estudo sobre a renda da terra. Segundo os seus ensinamentos, a expansão agrícola, ao se dar em terras menos férteis, levava à valorização da terra mais fértil, e nas relações económicas internacionais, à Teoria das Vantagens Comparativas. Ao estudar a produção, Ricardo dedicou-se a tentar entender a formação do valor a partir das horas trabalhadas e sua distribuição. Na concepção ricardiana, a troca das mercadorias estava directamente ligada às quantidades de trabalho relativas que haviam sido utilizadas para sua produção. Era a Teoria do Valo r– Trabalho, que começava a ser explicada com certos detalhes e que Adam Smith não conseguira superar. A importância da contribuição 21 de Ricardo para o entendimento da formação do valor na Economia só veio ser percebida a partir dos estudos de Karl Marx. 5. Escola Marxista O representante maior desta escola foi Karl Marx (1818- 1883). Nascido em Trier, no sul da Alemanha, teve a sua principal obra, O capital, publicada pela primeira vez em 1867. Ao mergulhar nos estudos dos clássicos, Marx avançou nas formulações, e realizou uma leitura das mais completas e ampliadas do processo capitalista. Marx trouxe interpretações consistentes sobre a Teoria do Valor – Trabalho e buscou compreender de forma profunda a realização do capital. As contribuições efetivas de Karl Marx sobre o sistema capitalista estão reunidas nos três volumes da obra O Capital. O volume I foi publicado em vida e os outros dois alguns anos após sua morte. Depois da propagação da teoria formulada por Marx, que ficou conhecida como Marxista, o mundo não foi mais o mesmo. Mesmo nos dias de hoje, com forte presença do neoliberalismo, as teorias elaboradas por Marx são respeitadas, as defesas das suas ideias continuam despertando interesse e sendo estudada. Foi no estudo do processo de acumulação capitalista que Marx observou a génese das crises, ora de superprodução, ora de estagnação, bem como a distribuição da renda. Para ele, o valor da força de trabalho despendido para produzir uma mercadoria era determinado pelo tempo de trabalho empregado na produção da 22 mercadoria. Logo podemos dizer que Marx refere-se a compreensão de um valor social. Marx publicou alguns livros em parceria com o amigo de vida Friedrich Engels, sendo o primeiro A sagrada família, de 1845. O livro Ideologia alemão, escrito por Marx e Engels por volta de 1845 a 1846, só veio a ser publicado em 1932, e é considerado um dos trabalhos mais significativos para a compreensão do materialismo histórico. Outro factor que precisamos destacar é que Karl Marx elaborou uma crítica científica do capitalismo, e este é um dos motivos pelos quais sua obra continua tendo grande repercussão, tornando-se um autor obrigatório a ser lido ainda hoje. Segundo Braga (1997), são inúmeras as evidências históricas da contemporaneidade da teoria económica de Marx. Por exemplo, a Lei Geral da Acumulação Capitalista e a Globalização Financeira. 6. Escola Neoclássica Podemos dizer que o desenvolvimento deste pensamento foi evidenciado em 1870, ano que marcou a mundialização das relações económicas, e estendeu-se até 1929, quando uma grande crise atingiu as economias dos países, colocando em suspende os pressupostos da Ciência Económica dos clássicos. Isso mesmo a Escola Neoclássica foi uma extensão da Escola Marginalista, por buscar a integração da Teoria do Valor com a Teoria do Custo de Produção. Uma maior optimização dos recursos 23 devido à escassez passou a ser objectivada. Destacamos como sendo da Escola Neoclássica: Vilfredo Pareto: político, sociólogo e economista italiano, que formulou a famosa teoria do bem-estar social, influenciado pelos princípios do equilíbrio geral. Sua principal obra, Manual de Política Económica, foi publicada em 1906. Pareto influenciou a análise atual onde se discute o grau de satisfação dos indivíduos, ao aperfeiçoar a teoria de Walras. De acordo com Brue, o estado ótimo de Pareto implica em: uma distribuição ideal de bens entre os consumidores; uma alocação ideal técnica de recursos e quantidades ideais de produção (BRUE, 2006, p. 394). Léon Walras: demonstrou em suas formulações a interdependência entre os preços, quando na busca pelo equilíbrio geral macroeconómico da economia. Pertenceu a Escola Matemática de Lausanne (PINHO; VASCONCELLOS, 2003, p. 36-37). Alfred Marshall: nascido em Bermondsey, um subúrbio de Londres, em 26 de julho de 1842. Filho de William Marshall e Rebeca Oliver, cresceu no bairro londrino de Clapham. Estudou em Cambridge, onde se dedicou à matemática, à física e, posteriormente, à economia. Morreu em julho de 1924, aos 81 anos. Foi um dos mais influentes economistas de seu tempo. Em seu livro, Princípios de Economia (Principles of Economics) procurou reunir num todo coerente as teorias da oferta e da demanda, da utilidade marginal e dos custos de produção, tornando-se o manual de economia mais adotado na Inglaterra por um longo período. 24 7. Escola Keynesiana O ponto de partida do pensamento de John Maynard Keynes é que o sistema capitalista tem um carácter profundamente instável. Ou seja, a operação da “mão invisível”, ao contrário do que afirmavam os economistas clássicos, não produz a harmonia no mercado. Em momentos de crises, argumenta Keynes, a intervenção do Estado pode gerar demanda, mediante os investimentos, com vistas a garantir níveis elevados de emprego. O pensamento de Keynes comandou as bases do capitalismo mundial entre a década de 1940 e final dos anos 70. A análise keynesiana veio opor-se aos postulados das economiasClássica e Neoclássica, que tinham na Lei de Say3 a sua pedra angular. Os pensadores que mais contribuíram para a concepção e divulgação dessa Lei, passada como um dos princípios inquestionáveis da Economia Política Clássica, foram os economistas Jean Say, David Ricardo e Stuart Mill. Introdutoriamente, a Lei de Say estabeleceu que toda produção encontra uma demanda, ou seja, que toda a renda (lucros, juros, salários) é inteiramente gasta na compra de mercadorias e serviços, e, portanto, não pode haver um excesso de produção ou renda em relação à demanda ou às despesas efectivamente realizadas. Observando a Lei de Say, muitos economistas deduziram que o seu princípio é válido para uma economia de produtores simples, de troca, de escambo, na qual cada família seria proprietária de seus 3 Diz que a soma dos valores de tudo aquilo que é produzido é sempre equivalente à soma dos valores empregados como factores na produção. Fonte: Lacombe (2004). 25 meios de produção e trocaria apenas o excedente de bens que ela mesma produz, mas não consome. Exactamente nesta Lei, o dinheiro é visto apenas como um meio de troca, sendo gasto imediatamente. Para Say, ninguém teria interesse em conservá-lo (atribuindo-lhe reserva de valor). Para Ricardo, o fato de ninguém querer conservá-lo se deve ao fato de o dinheiro servir apenas para aquisição de bens de consumo ou bens de produção, para a criação de bens de consumo no futuro. Assim podemos afirmar que dentro da filosofia de Say os produtores ou possuidores de dinheiro não tinham interesse em mantê-lo em suas mãos mais que o necessário e a demanda seria ilimitada. Significa que sempre existirá uma demanda por um ou outro tipo de produto ou seja, ainda que ocorra excesso de produção, isso acontece apenas para certos tipos de mercadoria e em carácter temporário. Esse argumento de que a demanda é ilimitada é essencial para os clássicos e neoclássicos, pois assegura a inexistência de um excesso de produção em relação à demanda. Isso significa que tudo o que for produzido é, naturalmente, vendido. Todo o poder de compra da sociedade é sempre utilizado. Diante do que vimos até aqui, fica entendido que toda a renda ganha é sempre gasta no processo produtivo, sinalizando a inexistência de entesouramento. Ou seja, na Lei de Say, inexiste entesouramento do dinheiro. Nenhum indivíduo, ao auferir uma renda, deixa de usá-la inteiramente. Uma parte dela é utilizada para o consumo pessoal, enquanto a outra parte é poupada. Cuidado: 26 aqui, poupança, deve ser dito, não significa entesouramento para a Lei de Say. A poupança será sempre utilizada. Ou o indivíduo a emprega para acumular capital ou a empresta para outro, que deve imediatamente fazer uso dela. Assim podemos dizer que tudo que é ganho deve ser gasto. E se parte não é, outra pessoa o faz, recebendo o dinheiro por empréstimo. Considerando que o volume dos meios de produção e da força de trabalho é regulado pela produção, temos que a economia tende a operar com pleno emprego de recursos (ou plena capacidade de produção). Nesse caso, os recursos empregados se deslocariam para outro ramo da actividade no qual existisse demanda suficiente para absorver uma produção adicional, assegurando, desta forma, uma taxa de lucro compensatória. Os economistas adeptos da Lei de Say encaravam o desemprego como uma pequena anormalidade do sistema capitalista, que tinha a sua origem na intervenção estatal e na associação dos trabalhadores sindicais. Indicavam que também umas das causas do desemprego eram os altos salários pagos. Então, para corrigir o desemprego, os salários deveriam ser flexíveis. Baseados na Lei de Say, os gastos públicos não exerciam qualquer efeito positivo sobre a economia e, em especial, sobre o crescimento económico. Acreditavam, que os gastos do Estado poderiam ser um obstáculo para o crescimento económico, visto 27 que transferiam fundos de acumulação para utilizá-los em actividades improdutivas. O pensamento de Keynes é a própria negação do pensamento clássico. Ao contrário de Ricardo e Say, Keynes entendeu que, para a sobrevivência do capitalismo, era necessária uma acção efectiva do Estado na regulação das crises do capital. Keynes pode ser considerado como o retrato do indivíduo liberal de seu tempo. Detinha um carácter profundamente individualista, mas percebia os problemas sociais de sua época. É considerado o mais célebre economista do Século XX, pioneiro da Macroeconomia. As obras de Keynes mostram que suas preocupações estavam sempre ligadas a questões práticas e políticas de conjuntura. Não parecia interessado em reconstruir a teoria económica a partir da análise do valor, mas em verificar por que as teses marginalistas, nas quais fora educado, conduziam a políticas inconsistentes. Em 1930, escreveu Tratado sobre a moeda, e em 1936 a sua principal obra, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Foi esta última que mais contestou a Teoria Marginalista, Neoclássica ou Clássica. A Teoria Geral abalou profundamente os pressupostos do liberalismo económico, mostrando a inexistência do princípio do equilíbrio automático na economia capitalista. Até então, nos meios marginalistas, a economia de mercado encontrava naturalmente seu equilíbrio, numa situação em que todos os que desejassem trabalhar por uma remuneração correspondente à sua produtividade poderiam fazê-lo. 28 A questão da produção e do emprego foi demasiadamente avaliada por Keynes. Ele concluiu que o factor responsável pela alteração do volume de emprego é a procura de mão-de-obra, e não a sua oferta, como pensavam os neoclássicos. Logo, o desemprego é o resultado de uma demanda insuficiente de bens e serviços, e somente pode ser resolvido por meio de investimentos. O investimento, para Keynes, é o factor dinâmico na economia, capaz de assegurar o pleno emprego e influenciar a demanda. Ao contrário da tradição clássica e neoclássica, Keynes enfatiza acentuadamente o papel do Estado na economia, e destaca que as mudanças no sistema produtivo não poderiam ocorrer sem a acção efectiva do poder público. O grande eixo da análise de Keynes sobre a intervenção do Estado na economia é a superação da crise, no curto prazo, durante a própria crise, possibilitando o aumento dos investimentos através de uma política de aumento da demanda. O aumento das despesas em obras públicas, graças ao multiplicador, provocaria o aquecimento da economia, que se espalharia para os demais sectores. Contudo é através dos investimentos privados, visto como eixo central de toda economia, que promovemos a elevação do nível de emprego, aumentamos a renda e o crescimento económico. Nesse sentido, é do Estado a responsabilidade de activar o investimento e de assegurar a alocação dos recursos. Keynes estava convencido da importância da acção do Estado na economia, e toda a acção governamental deveria estar pautada na busca de reduzir os efeitos da crise de acumulação de capitais, que, de qualquer forma, promoveria a queima de certa quantidade de capital. 29 Sumário O pensamento económico foi evoluído ao longo dos tempos, o que reflecte nas diferentes teorias abordadas, nomeadamente: O Mercantilismo, A Escola Fisiocrata, A Escolas Clássica, Keynesiana, Marxista,, de entre outras. Exercícios de Autoavaliação 1. Faça um quadro síntese das principais escolas do pensamento económico. 2. Fale sobre a importância da Escola Fisiocrata para a economia. 3. Pesquise sobre o significado do pensamento keynesiano na actualidade. 4. Apresente as principais ideias da Escola Marxista. Exercícios de Avaliação 1. Faça um quadro síntese das principais escolas do pensamento económico. 2.Fale sobre a importância da Escola Fisiocrata para a economia. 3. Pesquise sobre o significado do pensamento keynesiano na actualidade. 4. Apresente as principais ideias da Escola Marxista. 30 Tema 2: Introdução a Economia Unidade Temática 2.1: A Economia Unidade Temática 2.2: A Economia Normativa e Positiva Unidade Temática 1.1: Os Campos da Economia Unidade Temática 1.1: Exercícios do Tema Unidade Temática 2.1: A Economia Introdução Segundo Mankiw (2005) a Economia pode ser descrita como aquele que administra um lar. A Economia surgiu como ciência a partir de 1776, com a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações. Antes disso, a Economia não passava de um pequeno ramo da Filosofia Social e do Direito. Com o Mercantilismo e a Fisiocracia, as ideias econômicas começam a ter um pequeno desenvolvimento. Objectivos específicos Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de: Identificar todos os discursos dentro das escolas de pensamento económico existentes; Relacionar a economia com as demais ciências; Entender o funcionamento da economia tendo em conta o modo de produção; e Discutir os permanentes desafios que surgem o tempo todo. Seguindo o modelo das demais ciências sociais, a Economia enquanto ciência deriva da vontade de usar métodos mais empíricos à semelhança 31 das ciências naturais, com a exigência de estabelecer hipóteses e fazer predições que possam ser testadas com dados empíricos, onde os resultados são passíveis de serem demonstrados e repetidos, através da reprodução das mesmas condições da experiência. No entanto, à semelhança das outras ciências sociais, pode ser difícil os economistas conduzirem certos experimentos formais devido a questões práticas envolvendo a subjetividade humana. A expressão Economia Política tem origem no grego: oikonomika e politeia. Antonie Montchrétien foi quem primeiro utilizou a expressão em 1615, em sua obra "Tracté de l'Economie Politique", se referindo ao estudo das relações de produção, especialmente entre as três classes principais da sociedade capitalista ou burguesa: capitalistas, proletários e latifundiários e onde ele afirma que: "a ciência da aquisição da riqueza é comum ao Estado e a família" e entendia que não deveria ser separado o adjetivo política do substantivo economia (Marcelo, B & Netto, J, 2008). Actualmente o termo economia política é utilizado comumente para referir-se a estudos interdisciplinares que se apoiam na economia, sociologia, direito e ciências políticas para entender como as instituições e os contornos políticos influenciam a conduta dos mercados. Dentro da ciência política, o termo se refere principalmente às teorias liberais e marxistas, que estudam as relações entre a economia e o poder político dentro dos Estados. Os maiores representantes da Economia Política Clássica foram Adam Smith e David Ricardo. No Século XIX, Alfred Marshall disse que a Economia procura estudar os negócios comuns da vida da humanidade. Por negócios comuns, podemos entender as cenas comuns da vida económica. 32 Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e nomos (norma, lei). Pode ser compreendida como “administração da casa”, pois, administrar uma casa é algo bastante comum na vida das pessoas. Portanto, é interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da economia. A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas. A ciência económica se ocupa das questões relativas a satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade. A necessidade humana envolve a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Acreditamos que todas as pessoas sentem necessidade de adquirir certos bens, sentem desejo tanto por alimentos, água e ar. Da mesma forma que uma família precisa satisfazer suas necessidades uma sociedade também precisa fazer o mesmo como transporte, ordem pública. Aliás, precisa definir o que produzir, para quem produzir, quando produzir e quanto produzir para satisfazer as necessidades. Em linhas gerais, a sociedade precisa gerências bem seus recursos que são escassos. A outra ideia por patente na definição da economia é que os recursos são escassos, isto é, os recursos económicos como o trabalho, capital e terra são limitados em todas as sociedades, portanto, as sociedades devem usa- las eficientemente, a fim de produzir bens com valor. A escassez é um problema da sociedade, já que os recursos são escassos, as quantidades de bens e serviços que podem ser produzidas são escassas. Sem a escassez não haveria necessidade de estudar a economia. 33 Sumário Economia pode ser descrita como aquele que administra um lar. A Economia surgiu como ciência a partir de 1776, com a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações. Exercícios de Autoavaliação 1. Distinga bens livres dos económicos Exercícios de Avaliação 1. O que entendes por economia? 2. Discuta sobre os sistemas económicos existentes. 3. Distinga bens livres dos económicos Exercícios do Tema 1. O que entendes por economia? 2. Discuta sobre os sistemas económicos existentes. 3. Distinga bens livres dos económicos Unidade Temática 2.2: Economia Positiva e Normativa Introdução A economia pode ser classificada quanto aos resultados em Economia Positiva e Economia Normativa. 34 Objectivos específicos Objectivos de Aprendizagem Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de: Distinguir a análise normativa da positiva Aplicar os conceitos de análise normativa e positiva 1. Economia positiva A parte da ciência económica que se interessa pela descrição, usando metodologia da teoria de certos aspectos como elas são e como se apresentam e ela divide-se em: Economia Descritiva: trata da identificação do fato económico. É a partir dos levantamentos descritivos sobre a conduta dos agentes económicos que se inicia o complexo de conhecimento sistematizado da realidade no campo da economia positiva. È a tarefa de levantamento e descrição dos fatos que se dedica a economia descritiva; é através dela que a realidade começa a ser submetida a um criterioso tratamento no sentido de que possam se 35 analisados as relações básicas que se estabelecem entre os diversos agentes que compõem o quadro da actividade económica. Teoria Económica: a teoria económica é o compartimento central da economia, compete-lhe dar ordenamento lógico aos levantamentos sistematizados fornecidos pela economia descritiva, produzindo generalizações que sejam capazes de ligar aos fatos entre si, desvendar cadeias de acções manifestadas e estabelecer relações que identifiquem os graus de dependência de um fenómeno em relação a outro. Surgiram então em decorrência conjunto de princípios, de teorias, de modelos e de leis fundamentadas nas descrições apresentadas. A teoria económica adopta duas posições distintas na apresentação e análise do fenómeno económico, estas posições são conhecidas como microeconomia e macroeconomia. A microeconomia é aquela parte da teoria económica que estuda o comportamento das unidades, tais como os consumidores, as indústrias e empresas, e suas inter-relações. A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e actuar sobre o nível da actividade económica de um determinado país ou de um conjunto de países. 36 2. Economia Normativa Esta não se preocupa coma realidade mas sim com as formas consideradas óptimas de servir. A preocupação é emitir o juízo de valor, propor novas situações de organização. Política Económica: os desenvolvimentos elaborados no compartimento da teoria económica, tem a finalidade de servir a política económica. Nesse terceiro compartimento é que serão utilizados os princípios, as teorias, os modelos e as leis. A utilização terá a finalidade de conduzir adequadamente a acção económica com vistas a objectivos pré-determinados. Quando empregamos a expressão política económica governamental estamos nos referindo as acções práticas desenvolvidas pelo governo com a finalidade de condicionar, balizar e conduzir o sistema económico no sentido de que sejam alcançados um ou mais objectivos politicamente estabelecidos. 3. Bens e Serviços Podemos dizer, de forma global, que bem é tudo aquilo que permite satisfazer às necessidades humanas. Os bens podem ser: Bens livres: aqueles cuja quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum esforço na natureza. Por exemplo: a luz solar, o ar, o mar. Esses bens não possuem preços. Bens económicos: são relativamente escassos, têm valor no mercado, e supõem a ocorrência de esforço humano para obtê-lo. Por exemplo: um carro, um computador etc. Os bens económicos são classificados em dois grupos: 37 Bens materiais Como o próprio nome já diz são todos aqueles de natureza material, que podem ser armazenados e são tangíveis, tais como roupas, alimentos, livros, televisão etc. Serviços Consideramos aqui tudo que é intangível. Por exemplo, serviço de um médico, consultoria de um economista ou serviço de um advogado, que acabam no mesmo momento de produção e não podem ser armazenados. Os bens materiais classificam-se em: Bens de consumo: são aqueles usados directamente para a satisfação das necessidades humanas. Estes bens podem ser: de consumo durável, tais como: carros, móveis, electrodomésticos; e de consumo não durável, como, por exemplo, gasolina, alimentos, cigarro. Bens de capital: são todos os bens utilizados no processo produtivo, ou seja, bens de capital, que permitem produzir outros bens. Por exemplo: equipamentos, computadores, edifícios, instalações etc. Tanto os bens de consumo quanto os bens de capital são classificados como: 38 Bens finais São bens acabados, pois já passaram por todas as etapas de transformação possíveis. Bens intermediários Consistem nos bens que ainda estão inacabados, que precisam ser transformados para atingir a sua finalidade principal. Por exemplo: aço, vidro e borracha usados na produção de carros. Os bens podem ser classificados, ainda, em: Bens públicos: São bens não exclusivos e não disputáveis. Referem-se ao conjunto de bens fornecidos pelo sector público, tais como: transporte, segurança e justiça. Bens privados: são bens exclusivos e disputáveis. São produzidos e possuídos privadamente, como, por exemplo: televisão, carro, computador etc. Podemos dizer então que bem é tudo o que tem utilidade para satisfazer uma necessidade ou suprir uma carência, enquanto o serviço implica numa actividade intangível que proporciona um benefício sem resultar na posse de algo. Sumário Economia positiva parte da ciência económica que se interessa pela descrição, usando metodologia da teoria de certos aspectos como elas são e como se apresentam Economia Normativa não se preocupa com a realidade mas sim com as formas consideradas óptimas de servir. A preocupação é emitir o juízo de valor, propor novas situações de organização. 39 Exercícios de Autoavaliação 2. O que entendes por economia? 3. Distinga a análise normativa da positiva. 4. Explique os diferentes tipos de bens e serviços. Exercícios de Avaliação 1. O que entendes por economia? 2. Distinga a análise normativa da positiva. 3. Explique os diferentes tipos de bens e serviços. Exercícios de Tema 1. O que entendes por economia? 2. Distinga a análise normativa da positiva. 3. Explique os diferentes tipos de bens e serviços. Tema 3: Noções de Microeconomia Unidade Temática 3.1: Microeconomia Unidade Temática 3.2: Modelo da Procura e Oferta Unidade Temática 3.3: Estrutura de Mercados Exercícios do Tema 40 Unidade Temática 3.1: Microeconomia Introdução O Principal problema da Economia é a Escassez, ou seja, como as pessoas, alocam os seus recursos excassos para satisfazer as suas necessidades. A economia de divide em dois grandes partes: A Microeconomia e a Macroeconomia. Microeconomia Trata das escolhas dos indivíduos quanto à afectação dos recursos escassos que têm disponíveis, a afectação das coisas. Estuda os fundamentos das escolhas económicas de cada indivíduo e a sua evolução com a alteração dos preços das coisas. Estuda como os recursos escassos são alocados para uma quantidade de fins; Estuda-se o comportamento individual (das pessoas, empresas ou grupos homogêneos); Serve como base para o estudo da economia como um todo; Na Macroeconomia, se considera a evolução dos chamados grandes agregados econômicos – PIB, inflação, desemprego, exportações etc. A Microeconomia, por sua vez, adota como princípio organizador dos dados sociais que observa o comportamento racional das pessoas, definido de forma restrita como sendo a otimização das escolhas, feita por cada indivíduo, para alcançar seus objetivos, supostamente muito claros e indubitáveis para cada um. 41 Objectivos específicos Objectivos de Aprendizagem Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de: Entender e aplicar o modelo de procura e oferta; Conhecer a estrutura de mercados; Entender como se formam as curvas de demanda e oferta, no caso de uma economia de concorrência perfeita, e a formação do preço de equilíbrio; Identificar a formação do monopólio e do oligopólio numa economia de concorrência imperfeita. 1. Procura e Oferta A relação entre oferta e demanda demonstra as forças que agem na alocação dos recursos escassos; Assim, em economias de mercado, tanto demandantes quanto ofertantes irão alocar recursos da maneira mais eficiente possível; Demanda/Procura É quantidade de produtos que compradores desejam e podem adquirir a diversos níveis de preço. Lei da Procura A procura de um determinado produto é definida como o agregado das intenções de aquisição desse produto por parte dos consumidores. A quantidade procurada de um bem aumenta quando o preço desce, e desce quando o preço aumenta. Lei de Demanda: Existe uma relação inversa/negativa entre preço e quantidade demandada. Quando o preço aumenta a quantidade demandada diminui e vice-versa. 42 Não devemos confundir procura com aquisição, pois a procura somente traduz a intenção de aquisição. Para um dado preço existe uma quantidade procurada, mas essa procura só se traduzira em aquisição se existir quantidade suficiente de bens no mercado, equivalente ou superior à quantidade procurada. No caso de não existirem bens em quantidade suficiente, parte da procura ficara por satisfazer. Curva de Procura A figura mostra a relação entre o preço e quantidade de um determinado bem ou serviço, onde P representa o preço e a variável Q representa quantidade. A lei da procura é representada pela linha D. Neste caso é uma recta, por mera simplificação, embora o gráfico da procura real tenda a ser uma curva – por isso que se usa a expressão curva da procura como sinonimo de lei da procura. O curva da procura apresenta o declive negativo, isto é, as variáveis apresentam uma relação inversa ou seja quando uma desce outra sobe, vice-versa. 43 Determinantes da Procura A curva de procura descreve as combinações de preçose quantidades procuradas quando todos os restantes factores que podem influenciar a procura se mantêm constantes (principio de certeris paribus). Esses factores podem ser: Rendimento do consumidor; Moda Preços de bens substitutos. Quando ocorrem variações nos preços, mantendo-se o resto constante, o que se verifica é a própria lei da procura em acção, isto é, movimento ao longo da curva. As possíveis causas para esta alteração de comportamento podem ser as seguintes: Aumento do número de consumidores, consequentemente a quantidade demandada aumentou; Variação dos gostos dos consumidores, no sentido do produto em causa ser agora mais atractivo (moda); 44 Aumento do rendimento médio dos consumidores; Variações nos preços de produtos relacionados, esses podem ser bens substitutos ou bens complementares. Gostos e expectativas Vão causar deslocamento da curva de demanda, podendo aumentar (deslocamento para a direita e para cima) ou diminuir a quantidade demandada (deslocamento para a esquerda e para baixo). Número de consumidores Relação positiva: Aumenta do número de consumidores, consequentemente a quantidade demandada aumenta, a curva de demanda se desloca para a direita e para cima. 45 Se diminui o número de consumidores a curva de demanda se desloca para a esquerda e para baixo. Quadro de Resumo Variável Mudança na variável causa... Preço Movimento ao longo da curva de demanda Renda Deslocamento da curva Preço de bem complementar Deslocamento da curva Preço de bem substituto Deslocamento da curva Gostos e Expectativas Deslocamento da curva Número de compradores Deslocamento da curva Oferta É a quantidade de produtos que vendedores desejam e podem produzir para vender a diversos níveis de preço. Lei de Oferta: Existe uma relação direta/positiva entre preço e quantidade ofertada. Quando o preço aumenta a quantidade ofertada aumenta e vice-versa. Lei da Oferta A lei da oferta relaciona a quantidades oferecidas de um produto com o preço do produto, e pode ser enunciada da seguinte forma: a quantidade oferecida de um produto aumenta quando o preço aumenta, vice-versa. Não devemos confundir a oferta com vendas. A oferta apenas traduz as intenções de venda. Para um dado preço existe uma quantidade oferecida, esta oferta se traduzirá em vendas se existir uma procura suficiente. No caso de não existir procura suficiente, parte da procura ficara por vender. 46 Curva da Oferta Da mesma forma que a anterior esta lei demonstra a quantidade de um dado produto que serão vendidas a um preço determinado. Esta curva, porém, tem tendência ascendente. Quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada. Determinantes da Oferta Que fatores determinam a quantidade de sorvete que você quer e pode vender? Por que a curva de oferta é deste jeito? Por que ela pode mudar? Preço de mercado Preço dos insumos ou Quantidade disponível de insumos Tecnologia mais produtiva Expectativa Número de produtores 47 Causas que conduziram para esta alteração de comportamento da curva da oferta, podem ser as seguintes: Diminuição dos custos de produção. Desta forma pode-se produzir os mesmos produtos a um preço mais baixo, as empresas poderão colocar maior quantidades desses produtos a venda, e mesmo assim obter lucros suficientes á sua actividade. Condições climatéricas favoráveis que se traduzem em maiores níveis de produção para os mesmos custos. 2. Equilíbrio do Mercado Ponto de equilíbrio É o ponto em que “a quantidade do bem que os compradores desejam e podem comprar é exatamente igual à quantidade que os vendedores desejam e podem vender.” Quando Oferta e demanda são iguais (quando as curvas se tocam) se diz que a economia para aquele bem está em equilíbrio; Neste ponto a economia atinge seu ponto mais eficiente: A quantidade que é demandada é igual à ofertada; Neste caso hipotéticos todos (demandantes e ofertantes) estão satisfeitos; 48 Sumário A Microeconomia trata das decisões tomadas por pequenas unidades econômicas. A Microeconomia está fortemente baseada no uso de teorias e modelos. A Microeconomia trata de questões positivas e análise normativa. O preço de mercado é estabelecido pela interação de compradores e vendedores. Exercício de Autoavaliação 1. Na Economia o principal problema é: a) Alocação de recursos b) Escassez c) Consumo d) Custo de Produção 2. Indique abaixo o que não é um factor de produção: a) Terra b) Empréstimo bancário c) Capital d) Trabalho 3. Macroeconomia lida com: a) As atividades das unidades individuais. b) O comportamento da indústria eletrônica. c) O comportamento das empresas. d) Nível de emprego, produção e inflação nacional 4. Microeconomia não se preocupa com o comportamento de: a) Produção nacional b) Empresas. c) Indústrias. d) Consumidores. 5. Qual das seguintes é consistente com a lei da oferta? a) Como o preço de calculadoras cai, a um aumento na demanda de calculadoras, ceteris paribus. b) Como o preço de calculadoras a descer, o fornecimento de calculadoras aumenta, ceteris paribus. c) Com o preço de calculadoras a aumentar, a quantidade ofertada de calculadoras diminui, ceteris paribus. 49 Exercício de Avaliação 1. Qual das seguintes é uma afirmação normativa? a) O mais rico de 10 por cento da população teve um maior aumento percentual da renda nos últimos 10 anos do que os 10 por cento. b) A inflação está subindo. c) A proporção de renda das pessoas pago em impostos é maior sob este governo que sob a anterior. d) A desigualdade na distribuição de renda é um problema mais grave do que o desemprego. 2. A "lei da demanda" implica que: a) Quando os preços caem, a demanda aumenta. b) Quando os preços caem, a quantidade demandada aumenta. c) Quando os preços sobem, a demanda diminui. d) Quando os preços sobem, a quantidade demandada aumenta. 3. A quantidade demandada de Pepsi diminuiu. A melhor explicação para isso é que: a) o preço da Coca-Cola aumentou. b) o preço do Pepsi aumentou. c) Publicidade da Pepsi não é tão eficaz como no passado. d) Consumidores Pepsi tiveram um aumento na renda. 4. Quando a redução no preço de um bem faz com que a demanda por um outro bom para diminuir, os produtos são: a) Substitutos. b) Complementar. c) Normal. d) Inferior. 5. Qual dos seguintes não irá causar um deslocamento da curva de demanda por bíblias sagradas? a) A variação no preço dos discos compactos. b) Uma mudança na riqueza. c) Uma mudança no resultado. 6. Qual das seguintes é consistente com a lei da oferta? d) Como o preço de calculadoras cai, a um aumento na demanda de calculadoras, ceteris paribus. e) Como o preço de calculadoras a descer, o fornecimento de calculadoras aumenta, ceteris paribus. f) Com o preço de calculadoras a aumentar, a quantidade ofertada de calculadoras diminui, ceteris paribus. 50 Exercícios do Tema 1. Na Economia o principal problema é: e) Alocação de recursos f) Escassez g) Consumo h) Custo de Produção 2. Indique abaixo o que não é um factor de produção: e) Terra f) Empréstimo bancário g) Capital h) Trabalho 3. Macroeconomia lida com: e) As atividades das unidades individuais. f) O comportamento da indústria eletrônica. g) O comportamento das empresas. h) Nível de emprego, produção e inflação nacional 4. Microeconomia não se preocupa com o comportamento de: e) Produção nacional f) Empresas. g) Indústrias. h) Consumidores. 5. Qual das seguintes é uma afirmação normativa? e) O mais rico de 10 por cento da população teve um maior aumento percentual da renda nos últimos 10 anos do que os 10 por cento. f) A inflação está subindo.g) A proporção de renda das pessoas pago em impostos é maior sob este governo que sob a anterior. h) A desigualdade na distribuição de renda é um problema mais grave do que o desemprego. 6. A "lei da demanda" implica que: e) Quando os preços caem, a demanda aumenta. f) Quando os preços caem, a quantidade demandada aumenta. g) Quando os preços sobem, a demanda diminui. h) Quando os preços sobem, a quantidade demandada aumenta. 7. A quantidade demandada de Pepsi diminuiu. A melhor explicação para isso é que: e) o preço da Coca-Cola aumentou. f) o preço do Pepsi aumentou. 51 g) Publicidade da Pepsi não é tão eficaz como no passado. h) Consumidores Pepsi tiveram um aumento na renda. 8. Quando a redução no preço de um bem faz com que a demanda por um outro bom para diminuir, os produtos são: e) Substitutos. f) Complementar. g) Normal. h) Inferior. 9. Qual dos seguintes não irá causar um deslocamento da curva de demanda por bíblias sagradas? d) A variação no preço dos discos compactos. e) Uma mudança na riqueza. f) Uma mudança no resultado. 10. Qual das seguintes é consistente com a lei da oferta? g) Como o preço de calculadoras cai, a um aumento na demanda de calculadoras, ceteris paribus. h) Como o preço de calculadoras a descer, o fornecimento de calculadoras aumenta, ceteris paribus. i) Com o preço de calculadoras a aumentar, a quantidade ofertada de calculadoras diminui, ceteris paribus. j) Com o preço de calculadoras a aumentar, a aumento na quantidade ofertada de calculadoras, ceteris paribus. 11. O preço de chips de computador utilizados no fabrico de computadores pessoais tem caído. Isto levará a __________ computadores pessoais. a) Um aumento na oferta de b) Um aumento na quantidade fornecida de c) Uma diminuição na quantidade fornecida de d) Uma redução no fornecimento de 12. Equilíbrio de mercado existe quando _____________ pelo preço em vigor. a) Quantidade demandada é igual a quantidade ofertada b) Quantidade demandada é maior do que a quantidade ofertada c) Quantidade ofertada é maior do que a quantidade demandada d) Quantidade demandada é menor do que a quantidade ofertada 52 Tema 4: Estrutura De Mercado Introdução O comportamento de ofertantes e demandantes no mercado não é uniforme. Em decorrência da própria dinâmica da economia capitalista, o poder dos diferentes agentes económicos é também diferenciado. Veremos a seguir as características básicas dos principais tipos de mercado. Objectivos específicos Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de: Conhecer os diferentes tipos de mercardos; Classificar as formas de mercado. Identificar as falhas de mercado 1. Concorrência perfeita Grande número de consumidores e ofertantes, tornando o mercado pulverizado de tal forma que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o comportamento dos demais agentes; Perfeito conhecimento do mercado, a começar pelo preço, por parte dos que o integram; Perfeita mobilidade de recursos; Ausência de entraves ao ingresso de novas empresas; Homogeneidade de produtos. 2. Concorrência monopolística: Grande número de empresas; Fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado; 53 Pouca diferenciação dos produtos. Cada concorrente estabelece um produto único e ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem, publicidade. A diferença é subjectiva. 3. Oligopólio Pequeno número de empresas controla a quase totalidade do mercado; Forte bloqueio à entrada de concorrentes; Concorrência pela diferenciação de produtos; Tendência à concentração de capitais através de fusões; Tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços. 4. Monopólio Existência de uma única empresa produtora de bens e serviços para os quais, no curto prazo, não existem substitutos próximos; Barreiras legais, tecnológicas e económicas ao ingresso de concorrentes no mercado; Dimensões do mercado estabelecidas pela empresa viam determinação prévia do volume de produção e dos preços desejáveis; O lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela estabelecido. 5. Monopsônio Uma única empresa compradora de determinado produto; Preço determinado pelo comprador. 6. Oligopsônio Poucas empresas compradoras; Preço do produto determinado pelos demandantes; Grande dificuldade de entrada no mercado para novos compradores. 54 O mercado também cria algumas imperfeições que impedem o que se poderia chamar de seu comportamento “natural”. Essas imperfeições estão relacionadas ao poder de mercado e formas de atingi-lo ou mantê-lo. É o caso do truste, dumping e cartel. O truste é o tipo de estrutura em que várias empresas, já detendo a maior parte do mercado, combinam-se ou fundem- se para assegurar esse controle, estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro. O dumping se caracteriza pela venda de produtos a preços mais baixos que os custos, com a finalidade de eliminar concorrentes e conquistar fatias maiores de mercado. Cartel é um grupo de empresas independentes que formalizam um acordo para sua actuação coordenada, com vistas a interesses comuns. O tipo mais comum de cartel é o de empresas que produzem artigos semelhantes, de forma a constituir um monopólio de mercado. Sumário Forma Barreiras de Entrada para Vendedores Quantidade de Vendedores Barreiras de Entrada para Compradores Quantidade de Compradores Competição perfeita Não há Muitos Não há Muitas Monopólio Existe Um Não há Muitas Competição Monopolística Não há Muitos Não há Muitas Oligopólio Existe Poucos Não há Muitas Monopsônio Não há Muitos Existem Um 55 Exercício de Autoavaliação 1. Caracterize, em uma tabela, as diferentes estruturas de mercado 2. Explique o que é dumping e cartel. Exercício de Avaliação 1. Caracterize, em uma tabela, as diferentes estruturas de mercado 2. Explique o que é dumping e cartel. Exercícios do Tema 1. Caracterize, em uma tabela, as diferentes estruturas de mercado 2. Explique o que é dumping e cartel. Assinale a alternativa correta. 1. O monopólio é uma situação de mercado em que: a) Existem poucos vendedores de uma mercadoria para a qual não há substitutos próximos; b) Existem muitos vendedores de uma mercadoria para a qual não há substitutos próximos; c) Existe apenas um vendedor de uma mercadoria para a qual há substitutos próximos; d) Existe apenas um vendedor de uma mercadoria para a qual não há substitutos próximos; 2. Estrutura de mercado em que existem muitas empresas vendendo produtos diferenciados que são substitutos próximos entre si: a) Monopólio; b) Concorrência monopolística c) Concorrência perfeita; d) Oligopólio; e) Nenhuma das alternativas anteriores. 3. Em um mercado de concorrência perfeita: a) Existe um número tão grande de compradores e de vendedores, sendo cada um deles tão pequeno em relação ao mercado, que nenhum deles consegue, isoladamente, afetar o preço de mercado; b) Os produtos colocados pelas empresas no mercado são homogêneos (idênticos) sendo, portanto, perfeitos substitutos entre si; c) Existe livre entrada e saída das empresas; d) Existe transparência de mercado; e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 56 4. A concorrência monopolística é uma estrutura mercadológica em que há: a) Muitas empresas vendendo um produto homogêneo; b) Poucas empresas vendendo um produto diferenciado; c) Poucas empresas vendendo um produto homogêneo; d) Muitas empresas vendendo um produto diferenciado; e) Nenhuma das alternativas anteriores. 5. Para que um monopólio exista é preciso que existam obstáculos ao ingresso de firmas
Compartilhar