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ORGANIZADORES: Amanda Gomes Pereira, Ana Caroline Amorim Oliveira, Clodomir Cordeiro de Matos Júnior, Hugo Freitas de Melo, Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa, Josenildo Campos Brussio, Keliane da Silva Viana (in memorian), Laura Rosa Costa Oliveira, Thiago Pereira Lima, Washington Tourinho Júnior. Site do Evento: https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais Canal de Transmissão Ciências Humanas Sociologia CHS: https://www.youtube.com/channel/UCa6QmHxSHXE4rkWtGxpyojw Reitor Vice-Reitor Diretor Conselho Editorial UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Prof. Dr. Natalino Salgado Filho Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira Prof. Dr. Luís Henrique Serra Prof. Dr. Elídio Armando Exposto Guarçoni Prof. Dr. André da Silva Freires Prof. Dr. Jadir Machado Lessa Profª. Dra. Diana Rocha da Silva Profª. Dra. Gisélia Brito dos Santos Prof. Dr. Marcus Túlio Borowiski Lavarda Prof. Dr. Marcos Nicolau Santos da Silva Prof. Dr. Márcio James Soares Guimarães Profª. Dra. Rosane Cláudia Rodrigues Prof. Dr. João Batista Garcia Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas Bibliotecária Suênia Oliveira Mendes Prof. Dr. José Ribamar Ferreira Junior https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais ORGANIZADORES/AS Amanda Gomes Pereira Ana Caroline Amorim Oliveira Clodomir Cordeiro de Matos Júnior Hugo Freitas de Melo Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa Josenildo Campos Brussio Keliane da Silva Viana (in memorian) Laura Rosa Costa Oliveira Thiago Pereira Lima Washington Tourinho Júnior CADERNO DE RESUMOS I JORNADA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS: TERRITORIALIDADES E CULTURAS EM TEMPOS DE RESISTÊNCIAS, 8 A 10 DE SETEMBRO DE 2021 São Luis 2021 Camila Nobre Camila Nobre Luciano Brandão Marques Amanda Gomes Pereira Ana Caroline Amorim Oliveira Clodomir Cordeiro de Matos Júnior Hugo Freitas de Melo Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa Josenildo Campos Brussio Keliane da Silva Viana (in memorian) Laura Rosa Costa Oliveira Thiago Pereira Lima Washington Tourinho Júnior Av. dos Portugueses, 1966 – Vila Bacanga CEP: 65080-805 | São Luís | MA | Brasil Telefone: (98) 3272-8157 www.edufma.ufma.br | edufma@ufma.br EDUFMA | Editora da UFMA Copyright © 2012 by EDUFMA PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E CAPA IDENTIDADE VISUAL REVISÃO Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) J82 Jornada de Ciências Humanas e Sociais (1.: 2021 : São Bernardo, MA). Caderno de resumos [recurso eletrônico] / I Jornada de Ciências Humanas e Sociais: territorialidades e culturas em tempos de resistências, 8 a 10 de setembro de 2021. / Org. Amanda Gomes Pereira ... [et al.]. - São Luís: EDUFMA, 2021. 196 f. Disponível em: https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais/blog/anais ISBN (on-line): 978-65-89823-84-1 1. Ciências Humanas. 2. Ciências Sociais. 3. Cultura - Territorialidades. 4. Conflitos. I. Universidade Federal do Maranhão. II. Título CDU 304: 316.48 Elaborada pela Bibliotecária: Laís Dayane Lima Pereira Maia CRB-13/735 https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais/blog/anais SOBRE A JORNADA A “I Jornada de Ciências Humanas e Sociais: territorialidades e culturas em tempos de (r)existências” surgiu como um sonho da professora Me. Keliane da Silva Viana que, infelizmente, não o pode ver realizado. A profa. Keliane foi discente da primeira turma do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia em 2010 e, após 10 anos de criação do Curso e do Campus, ela, já como docente, projeta a realização deste evento para coroar esta primeira década, destacando agora o seu legado. A Jornada foi realizada no período de 08 a 10 de setembro de 2021, de maneira virtual, através do canal no Youtube (Ciências Humanas Sociologia CHS) do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus São Bernardo - MA. O evento, em sua 1ª edição, nasceu articulando as atividades de estudos e resultados de pesquisas dos Grupos do referido curso, nomeadamente: “Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política”( GPEAEP/CNPQ); “Grupo de Estudos sobre as Cidades e seus Conflitos (Citadinos/CNPQ)”; “Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e Culturas (GEPEMADEC/CNPQ)”; e, “Grupo de Estudos em Gênero e Educação Chitá/Gitã”(CNPQ). A Jornada de Ciências Humanas e Sociais buscou reunir pesquisadores, gestores públicos e lideranças de movimentos sociais do estado do Maranhão, especialmente, da região do Baixo Parnaíba Maranhense e imediações, além de integrar pesquisadores de fora do estado. A I Jornada teve como intuito criar um espaço de discussões e debates sobre pesquisas e temas relacionados às questões ambientais, territoriais, ontológicas, cosmológicas e culturais que envolvem povos e comunidades tradicionais frente à implantação de projetos de desenvolvimento concebidos segundo o modelo socioeconômico hegemônico na sociedade brasileira. A primeira edição do evento teve 577 inscritos, 195 trabalhos recebidos, 04 oficinas, 07 minicursos, 11 simpósios temáticos, 05 mesas redondas e 03 conferências. Espera-se que o conhecimento produzido e ventilado durante o evento possa ser replicado sobre a realidade local e regional, beneficiando direta e indiretamente os cidadãos maranhenses na construção de ambientes mais democráticos e igualitários. In memorian à Keliane da Silva Viana (1991-2021) Profª. Drª. Ana Caroline Amorim Oliveira Comissão Organizadora Sumário Sumário Simpósio Temático 01 Identidade cultural e resistência: a arte como fonte de reflexão. ___________________ 7 Simpósio Temático 02 Religiões, educação e política: (re)configurações históricas, dinâmicas de poder e práticas sociais no Brasil _________________________________________________ 33 Simpósio Temático 03 Cidades, conflitos e narrativas sociais ______________________________________ 48 Simpósio Temático 04 Corpos dissidentes: emoções, afetos e poderes _____________________________ 81 Simpósio Temático 05 Territorialidades e povos indígenas: Histórias e Memórias ______________________ 107 Simpósio Temático 06 Produção espacial, territórios e dinâmicas socioambientais ____________________ 118 Simpósio Temático 07 O uso de pesquisas de campo na elaboração de trabalhos em Ciências Humanas e Sociais: experiências e práticas __________________________________________ 138 Simpósio Temático 08 Imaginário, Simbolismos e Mitos __________________________________________ 149 Simpósio Temático 09 Educação e os desafios e possibilidades no novo modelo de estágio supervisonado obrigatório no ensino remoto _____________________________________________ 166 Simpósio Temático 10 Arte sonora ambiental e seus impactos ____________________________________ 180 Simpósio Temático 11 Turismo e Humanidades: reflexões, conflitos e contextualizações _______________ 183 Simpósio Temático 01 Identidade cultural e resistência: a arte como fonte de reflexão. Coordenadores: - Profª Ma. Claudia Letícia Gonçalves Moraes - Profº Me. Rayron Lennon Costa Sousa 8 REPRESENTATIVIDADE NEGRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA POR MEIO DA LITERATURA Autora: Teresa dos Santos de Brito1 Co-autor : Geovana Coêlho de Souza Lima2 Orientadora: Gleiciane Brandão Carvalho3 Universidade Federal Do Maranhão-UFMA Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia O presente artigo explana profundas reflexões sobre as lutas, anseios, conquistas das mulheres negras na ocupação de espaço, o processo de construção e identificação da criança negra através da literatura infantil. Neste sentido, a metodologia utilizada trata-se de um estudo bibliográfico, no qual em seu primeiro momento será realizado a abordagem do tema já apresentado a cima e, em seguida, será feito um levantamento de três livros literáriosinfantis, A menina Bonita do Laço de fita de Ana Maria machado, As Bonecas da vó Maria, de Mel Duarte e Uma Princesa Diferente? de Cristiane Sousa, fazendo uma abordagem da importância de se trabalhar livros literários que traga protagonistas negros a cena, para que dessa forma consiga trazer a representatividade. Para tanto, o trabalho conta com uma revisão bibliográfica que utiliza alguns autores, como por exemplo: STUART HALL(2019) expõe ideias sobre identidade cultural, LUIZ SILVA e SILVIO ALMEIDA. Entende-se a literatura como um mecanismo necessário para a construção identitária, visto que, através da literatura os alunos irão desenvolver seus primeiros passos no mundo da leitura, e a partir da literatura afro-brasileira as crianças de raças diferentes irão aprender a respeitar e refletir sobre ações preconceituosas, isto é, ela possibilita a criança entrar no mundo da imaginação reconhecendo a realidade da história das pessoas negras e sua cultura. PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infantil; Representatividade; Educação Infantil 1 Teresa os Santos Brito, Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó 2 Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó, Bolsista do Projeto Brinquedoteca Maria Filó-UFMA Campus Codó, Voluntária do Projeto Residência Pedagogica- UFMA Campus Codó. 3 Gleiciane Brandão Carvalho, professora Graduada em Ciências Humanas-Sociologia (UFMA), especialista em Educação (UFMA), mestre em História (UEMA), Pesquisadora no Núcleo de Pesquisa NEAFRICA. 9 A IMPORTÂNCIA DO FESTIMA DE DÉDOUGOU PARA A MANUTENÇÃO DAS TRADIÇÕES AFRICANAS Francivan Almeida Silva Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão – UEMASUL Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas - NEABI Discente – Licenciatura em História Francivanalmeida777@gmail.com O Festival Internacional de Máscaras e Artes de Dédougou – FESTIMA, é um dos principais eventos culturais de Burkina Faso, e nas últimas três décadas vem mostrando sua influência no campo da manutenção das tradições de máscaras no continente africano. Iniciando seus trabalhos em 1996, após um grupo de jovens estudantes, no ano anterior, perceberem os riscos que esse eixo cultural estava sofrendo diante das influencias modernas, criando assim a Associação de Proteção de Máscaras – ASAMA, que produziria o festival fortalecedor da cultura das máscaras, pois essas manifestações artísticas vem sofrendo mudanças e cada vez mais afastando-se de suas funções anteriores, colocando em risco suas sobrevivências. Também, é preciso ressaltar o constante saque que elas sofrem no continente em favor dos ocidentais amantes de artes, e quando isso ocorre em algumas comunidades a prática é quebrada. Assim como as imposições religiosas ocidentais extremistas que ameaçam a sobrevivências das artes africanas. Devido aos problemas supracitados, este, busca compreender os motivos para o surgimento do FESTIMA de Dédougou e seus objetivos, analisar as contribuições do festival para a proteção das manifestações artísticas locais, além de contribuir para a difusão do conhecimento acerca dos povos ligados ao FESTIMA. Portanto o festival surge com o objetivo de salvaguardar esse patrimônio em perigo somando forças as sociedades tradicionais, como também se posicionando dentro do continente como uma das principais expressões das comunidades ligadas as máscaras, tornando-se referência ao se fala em valorização das tradições artísticas africanas. PALAVRAS-CHAVE: FESTIMA, Máscara, Arte, Salvaguarda. 10 O GRITO DA MANDRÁGORA: BREVES LINEAMENTOS DA FILOSOFIA POLÍTICA DE MAQUIAVEL. Autor: Kevin de Abreu Ferreira Orientador: Professor Doutor Flávio Luiz de Castro Freitas Universidade Federal do Maranhão Bacharel em Psicologia, Licenciando em Filosofia & Mestrando em Cultura e Sociedade. No presente estudo se buscará avaliar a filosofia política e renascentista de Nicolau Maquiavel a luz de sua peça “A Mandrágora”. A partir disso, irá se considerar conceitos centrais ao autor, como “Virtù” e “Fortuna”, assim como seus fundamentos no realismo político e no humanismo cívico, para interrogarmos como podemos pensar “o espelho do príncipe” como um projeto de formação humanista. Considerando a obra “O Príncipe”, podemos considerar que aí há o desenvolvimento de um projeto para a formação da consciência histórica? Podemos pensar na ideia de uma historiografia (ou de crônicas históricas) como constituinte de uma filosofia da história distinta de uma que considera uma história linear do progresso, como a filosofia da história iluminista – uma filosofia da história cíclica, em Maquiavel? Será a partir desses breves lineamentos ensaísticos que se buscará considerar o desenvolvimento do pensamento de Maquiavel enquanto um pensador de seu tempo – a renascença italiana – e algumas de suas principais obras. PALAVRAS-CHAVE: Maquiavel, Filosofia Política, Filosofia renascentista, Realismo Político, Humanismo Cívico. 11 A CONSTRUÇÃO IDENTITARIA DA MULHER NEGRA NO AMBIENTE ESCOLAR. Aurora: Geovana Coêlho de Souza Lima1 Co-autor: Teresa dos Santos de Brito2 Orientadora: Gleiciane Brandão Carvalho3 Universidade Federal Do Maranhão-UFMA Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia O presente artigo expressa a investigação dos registros históricos do território brasileiro, que é compostas por memórias e tradições que relatam as desigualdades raciais. Pela visão da sociedade, a mulher negra é classificada com estereótipos, e através das lutas que mulheres afro-brasileiras criam o movimento feminista negro. Seguindo essa perspectiva, a metodologia aplicada conduz a uma análise bibliográfica que relaciona a mídia social com esfera educacional, retratando como situações preconceituosas do cotidiano interfere de forma negativa no âmbito escolar. Observa-se que, a mídia por exemplo, influencia de forma sutil, e consequentemente os padrões exposto não exaltam a cultura negra, sobretudo, a participação ativa do ser afro-brasileira feminina. Para tanto, o presente artigo utiliza de algumas autoras que auxiliam na escrita e reflexão do assunto abordado. Tais como, RIBEIRO(2018) expõe informações sobre feminismo negro e questões raciais, CAVALLEIRO(2000) faz reflexões sobre a descriminação no ambiente escolar. ARAÚJO(2013) abordar questões de gênero. O entretenimento mais aceitável por muitos anos, eram as telenovelas que apresentavam atrizes negras com papéis que seguiam estereótipos. O ambiente escolar segue essa linha de pensamento, a presença da líder Dandara de Palmares é quase inexistente, no meio escolar seu legado não está evidente nos livros de literatura e didáticos disponíveis na escola. A omissão das memórias de Dandara ocasionar uma série de problemas, o aluno não possui oportunidade de ter acesso a história de uma mulher que contribuiu para obtenção de uma sociedade mais justa e livre. PALAVRAS-CHAVE: Mulher Negra, Desigualdade Racial, ambiente escolar, literatura. 1 Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó, Bolsista do Projeto Brinquedoteca Maria Filó-UFMA Campus Codó, Voluntária do Projeto Residência Pedagogica- UFMA Campus Codó. 2 Teresa os Santos Brito, Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó. 3 Gleiciane Brandão Carvalho, professora Graduada em Ciências Humanas-Sociologia (UFMA), especialista em Educação (UFMA), mestre em História (UEMA), Pesquisadora no Núcleo de Pesquisa NEAFRICA. 12 MEMÓRIA E IDENTIDADE: ABORDAGENS SIGNIFICATIVAS NA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA Joana D’arc Santos da Silva1 O trabalho trata sobre reflexões acerca da memória e identidade cultural no meio da pós-modernidade e suas possíveis relações. Através de reflexões e conceitos, a discursão permeia por estudos de grandes teóricos que contemplam suas análises, tais como Ecléa Bosi (1994), JoelCandau (2001), Maurice Halbwachs (1990), Stuart Hall (2000), Fernando Pinheiro Filho (2004), Michael Pollak (1992) e Kathryn Woodward (2007). A partir disso, pretendemos evidenciar as argumentações bibliográficas dos temas, buscando evidenciar a importância da memória e identidade nesse cenário de concordância entre ambos. Os estudos sobre memórias e identidade ainda se constroem por meio das bases historiográficas que reconstituem o seu passado na atualidade. É imposto que a memória deve não apenas ser entendida como busca de informações sobre o seu passado, mas também para praticar o processo de rememoração. Desta forma, podemos verificar que a identidade e memória estão em sintonia e se relacionam na construção de diversas áreas de significado na vida dos indivíduos em mais diversos grupos culturais e organizações. PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Memória; História; Pós-Modernidade. 1 Mestranda do programa PROCADI em Culturas Africanas, da Diáspora e Povos Indígenas pela Universidade de Pernambuco - Campus Garanhuns (UPE). E-mail: joanna_darck@hotmail.com 13 “NEGROS CONSCIENTIZADOS CANTAM E TOCAM NO PELÔ”: O OLODUM E A “REAFRICANIZAÇÃO” DO CARNAVAL DE SALVADOR- BA (1979-1989) Pedro Paulo Araújo de Jesus Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Graduando em História O Olodum é um grupo cultural e bloco carnavalesco de Salvador-BA criado em 25 de abril de 1979, na localidade do Maciel-Pelourinho. A entidade foi criada para que os moradores do discriminado bairro pudessem também ter uma opção de lazer e sair no Carnaval. Durante a década de 70 e 80, surgiram diversos blocos afro afim de resgatar a ancestralidade negra durante o Carnaval, algo que foi duramente perseguido por diversos anos. Em 1974, é criado na Liberdade, o Ilê Aiyê, pioneiro dos blocos afro na cidade, posteriormente surgem o Olodum e o Malê Debalê (1979). O Olodum desfila com cerca de 800 integrantes em 1980, em um contexto de Ditadura Civil-Militar, perseguição política e ampla divulgação dos ideais da democracia racial no Brasil e principalmente na Bahia. Junto com outros blocos participa da “reafricanização” da festa, trazendo temas e canções sempre fazendo referência ao continente africano e buscando despertar a identidade diaspórica da população afrodescendente soteropolitana. Exemplo disso são os desfiles sobre a Guiné-Bissau (1982), Tanzânia (1984) e principalmente os ocorridos entre 1986 e 1989. Estes procuravam mostrar que civilizações antigas (Egito, Núbia e Etiópia) e países como Cuba tinham raízes negras e deveriam ser valorizadas e preservadas. Para isso utilizavam como base pesquisas históricas e a divulgavam popularmente através dos desfiles carnavalescos e dos LP’s. PALAVRAS-CHAVE: Festa; Identidade; Diáspora 14 EMPODERAMENTO NEGRO EM SALA DE AULA: VISIBILIDADES DE ALUNOS NEGROS ATRAVÉS DA PELÍCULA PANTERA NEGRA Fabiana de Souza Santos Xavier Universidade de Pernambuco-UPE Mestranda do PROCADI As produções cinematograficas são um recurso didático notável para trabalhar diversas temáticas sociais e sua postura dentro de um determinado grupo ou sociedade. Os personagens de negro nas midias audiovisuais na sua maioria, eram representados de forma perjorativa. O Pantera Negra é uma produção cinematográfica tendo como o personagem principal negro e herói, que se tornou um acontecimento que há algumas décadas seria irreal. O lançamento do filme Pantera Negra, a participação de Mônica Rambeau na série WandaVision, a personagem Tempestade do X-Men e entre outros personagens negros e negras mostra algo pouco visto nas produções audiovisuais, um negro/a sendo o herói. O filme Pantera Negra, se destaca por sua abordagem positiva da valorização da cultura africana e a grande representatividade negra no elenco e direção do filme, nos remete uma reflexão social e racial em todo o mundo. Ao utilizar esses personagens em sala de aula, mostramos aos nossos estudantes que a cultura negra pode ser reprentada e apresentada de forma positiva no cinema. PALAVRAS-CHAVE: Audiovisual, Pantera Negra, Representatividade. 15 O PAPEL DA MULHER NO ROMANCE JÚLIA OU A NOVA HELOÍSA DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E EXISTENCIAL DO SER MULHER Lidia Cristina Costa Nunes Mestranda em Cultura e Sociedade lidia.sbvida@gmail.com Universidade Federal do Maranhão Flávio Luiz Castro Freitas Professor doutor f_lcf@hotmail.com Universidade Federal do Maranhão Luciano da Silva Façanha Professor doutor luciano.facanha@ufma.br Universidade Federal do Maranhão O trabalho visa analisar o papel da mulher no romance Júlia ou A nova Heloísa de Jean-Jacques Rousseau; tendo como base, a tese da filósofa francesa Simone de Beauvoir, no seu livro O segundo sexo: fatos e mitos e da norte-americana, historiadora Joan Scott no seu artigo Gênero: Uma Categoria Útil para a Análise Histórica. Enquanto Beauvoir defende que há uma condição feminina, ou seja, uma prática e vivência social, Scott aborda a história das mulheres a partir da perspectiva de gênero. Dessa forma, recorre ao método fenomenológico por buscar esclarecer qual é o papel da mulher no romance Júlia ou A nova Heloísa de Rousseau na perspectiva histórica e existencial do ser mulher. Percebe-se no romance, um pensamento patriarcal em que o poder político, econômico e social está nas mãos dos homens. Ou seja, a personagem Júlia se encontra subordinada à “regra do pai” que é uma convenção social passada de geração a geração, privilegiando os homens, deixando assim, a mulher no segundo plano. PALAVRAS-CHAVE: Júlia ou A nova Heloísa, Jean-Jacques Rousseau, condição feminina, gênero, história das mulheres. mailto:lidia.sbvida@gmail.com mailto:f_lcf@hotmail.com mailto:luciano.facanha@ufma.br 16 MUNDO TECNOLÓGICO, DISTOPIA E VIRTUALIZAÇÃO Orientador: Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas Cecília Eduarda dos Santos Perri1 Nildo Francisco da Silva2 Universidade Federal do Maranhão Mestrandos em Cultura e Sociedade O presente artigo versa sobre a relação entre a tecnologia, o pensamento distópico e o conceito de virtualização a partir de Pierre Lévy. Inicia localizando historicamente a revolução tecnológica e aborda os avanços da tacnologia da informação na sua relação com a sociedade bem como sua incidência no cotidiano dos indivíduos ao passar das margens ao centro da vida. Destaca algumas vantagens e desvantagens destas tecnologias sobre a vida humana e a natureza. Mostrando os produtos tecnológicos como artefatos construídos por atores sociais. E apresenta o discurso distópico como posicionamento crítico de alerta à era digital utilizando como objeto de análise a narrativa apresentada no seriado Black Mirror ao fazer ligação entre as temáticas abordadas na série e o conceito de virtualização pensado por Lévy que entende o virtual como parte da realidade oposta ao atual. Por fim, reflete sobre o acolhimento ativo do mundo virtual pela criação de novos dinamismos. PALAVRAS-CHAVE: tecnologia; distopia; Black Mirror; virtualização. 1 cecilia.eduarda@discente.ufma.br 2 nildo.fs@discente.ufma.br 17 LUNGA, O CANGACEIRO FAMINTO QUEER: RASURAS NA HETERONORMATIVIDADE DO CORPO (ANTI)HERÓI (?) NO FILME BACURAU (2019) Imaíra Pinheiro de Almeida da Silva Universidade Federal do Maranhão Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade Priscilla Monteiro Lima Universidade Federal do Maranhão Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade O filme Bacurau, lançado em 2019, escrito e dirigido pelos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, narra um ataque que um vilarejo no sertão nordestino sofre e que a população, por meio de várias estratégias, tenta “re(ex)(s)istir”. A produção chama atenção pela fusão de fantasia, ficção científica e uma pitada de terror costurando uma realidade distópica (MARQUES, 2019) que transborda críticas sociais. Além disso, a obra é palco de corpos que rasuram preceitos da heteronormatividade, encontrando-sepresente o amor entre pessoas do mesmo gênero e a naturalização do corpo trans. Diante disso, nosso objetivo neste trabalho é refletir sobre um dos aspectos que atravessam o filme que é a produção discursiva que envolve o personagem Lunga enquanto um líder- guerrilheiro-cangaceiro-andrógino-faminto-queer. Para isso, aproximações serão feitas com as obras de Judith Butler (2019), Teresa de Lauretis (1994), Michel Foucault (2019) e Archille Mbembe (2017) com o intuito de percebermos as relações de gênero, os dispositivos de poder e as tecnologias de gênero construindo e confrontando uma política da morte elaborada pelo “cis-tema”. PALAVRAS-CHAVE: Bacurau; relações de gênero; hetenormatividade. 18 YOU’RE A SAP, MR JAP: A CARACTERIZAÇÃO JAPONESA NOS DESENHOS ANIMADOS DO POPEYE Ricardo Emmanuel de Magalhães Júnior UFF – Universidade Federal Fluminense Bacharel em História Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos produziu uma grande variedade de filmes antinazistas com o objetivo de transmitir os discursos de guerra para o grande público. Os desenhos animados seguiram a tendência, os estúdios produziram animações responsáveis por estimular a moral pública, educar e repassar os sentimentos nacionais para os civis e militares. As maiores estrelas da animação participaram desta propaganda política, personagens como Pato Donald, Mickey, Pernalonga e Popeye foram vistos dialogando com temas relacionados à guerra. O Popeye, por sua vez, em um filme de 1942, You’re a sap, mr jap, apresenta para o público uma referência ao ataque militar a Pearl Harbor, realizado pela Marinha Japonesa contra os Estados Unidos em dezembro de 1941. No decorrer do pequeno filme, produzido e exibido poucos meses após o ataque, Popeye é traído por marinheiros japoneses e sofre um ataque surpresa no momento em que assina um tratado de paz entre os dois países. Além de toda a discussão política, é possível observar uma importante característica dos desenhos animados do período, as representações estereotipadas dos japoneses. Os inimigos dos Estados Unidos, nestas animações, foram retratados como fracos e tiveram suas caricaturas com olhos semicerrados, estrutura fina e dentes salientes reforçadas. Desta forma, o desenho pode ser entendido como uma ferramenta para desabafo do sentimento nacional. PALAVRAS-CHAVE: História e Desenhos Animados; Segunda Guerra Mundial; Caracterização Japonesa; Popeye; Pearl Harbor. 19 A ARTE DE TRABALHAR COM MADEIRA: UMA REFLEXÃO SOBRE O OFICIO DE ARTESÃO NO MUNICÍPIO DE CAXAMBU/MG. Autor: Weber Luiz Pereira Moreira, graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG A presente pesquisa tem como intuito a busca por uma história onde o trabalho artesanal seja o objeto de estudo. Este é o caso encontrado nas histórias de vida de dois artesãos Caxambuenses que usam a madeira como matéria prima. Buscamos nos objetos artesanais elementos que caracterizam uma identidade local, compondo um bem patrimonial em pleno desenvolvimento. O tema em questão torna-se pertinente diante da falta de estudos que buscam contar a história do oficio de artesão no município de Caxambu/MG. Os artesanatos tem seu destino e reconhecimento, são vendidos por muitos anos pelo comercio especializado na região, porém falta o mesmo reconhecimento com quem produz, são indivíduos fundamentais nesse nessa cadeia de produção, comumente relacionados como sujeitos alheios ao mercado que ajudam a desenvolver. O artesão detém o conhecimento do saber e a habilidade técnica do fazer, sendo na maioria das vezes autodidata, apresentando um olhar diferenciado sobre a realidade e a materializa em suas obras, são trabalhadores que adaptaram a sua vida entorno do desenvolvimento do trabalho artesanal. Esta pesquisa lida diretamente com esta carente demanda que é o devido reconhecimento e valorização. O Brasil é um país multicultural e o trabalho do artesão é um braço forte da cultura popular que representa uma expressão cultural de características locais, contribuindo efetivamente para uma cultura viva e em transformação. Os artífices de modo geral são representantes do conjunto patrimonial brasileiro. 20 O USO DA NONA ARTE (HISTÓRIAS EM QUADRINHOS) NO COMBATE AO NEONAZISMO. Orientadora: Ana Caroline Amorim Oliveira Universidade Federal do Maranhão/UFMA Antonio Lázaro Da Silva Escorcio Graduando em Ciências Humanas/Sociologia O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre como a nona arte (histórias em quadrinhos) abordaria acerca de assuntos complexos dando ênfase ao nazismo, pensando sobre as obras de dois autores Will Eisner e Art Spiegelman. A metodologia utilizada foi o levantamento biográfico acerca do tema, e com isso um levantamento sobre as obras dos artistas prosseguindo com uma análise qualitativa sobre essas fontes. Will Eisner um renomado quadrinista passa a fazer uma pesquisa documentada sobre o livro “Protocolos dos Sábios do Sião” (1903) um falso documento que foi usado para influenciar o czar russo a tomar parte do discurso antissemita de Hitler, com base em seus estudos cria sua obra “O Complô: a história secreta dos protocolos dos Sábios de Sião” (2005). Nesta obra Eisner conta como foi a fabricação dessa farsa que perdurou durante anos. Já Art Spiegelman, faz uma série de entrevistas ao seu próprio pai Vladek Spiegelman, um dos sobreviventes do Holocausto, e lança a graphic novel “Maus: a história de um sobrevivente” (1991), que conta as experiências e horrores passados por Vladek no holocausto. Com isso, pode-se perceber como a nona arte (histórias em quadrinhos) pode ser uma maneira de levar ao público maior o horror do que de fato foi o nazismo, principalmente, nos dias atuais com essa crescente do Neonazismo. PALAVRAS-CHAVE: Histórias em Quadrinhos; Will Eisner; Holocausto; Neonazismo. 21 O EXÍLIO NA LITERATURA CABO-VERDIANA – DA ACEITAÇÃO À RECUSA IMPLACÁVEL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BALTASAR LOPES E OVÍDIO MARTINS Adrianne Gonçalves Carvalho Universidade Federal do Maranhão/PGLetras Mestranda Na literatura cabo-verdiana, duas fases têm grande destaque: a geração claridosa e a geração antievasionista. A primeira, confrontada pelo dilema entre permanecer na terra ou partir para novos lugares, abraça, pela voz de diversos eu líricos, o exílio como a única solução possível para os problemas sociais e climáticos enfrentados pelos ilhéus. A segunda fase, por sua vez, como o próprio nome sugere, assumiu uma recusa total à diáspora enfrentada por grande parte dos habitantes locais, os quais ainda muito jovens tinham que sair de sua terra natal em busca de melhores condições de vida em países como Portugal ou Brasil. Essa realidade está retratada pela produção poética de dois grandes autores cabo-verdianos do século XX, Baltasar Lopes, representante da geração claridosa, e Ovídio Martins, um dos líderes da era antievasionista. Cada um vê a permanência da terra de uma forma diferente, enquanto para Lopes o exílio é visto com gratidão, para Martins a saída obrigatória de sua terra-mãe é vista como inaceitável. Neste trabalho, a partir de autores como Nauss (2016), Hall (2013) e Tuan (2013), buscamos analisar como a relação com o espaço interfere na aceitação ou recusa do iminente exílio e a postura dos eu líricos em sua relação de afetividade com a terra cabo-verdiana. PALAVRAS-CHAVE: Exílio, literatura cabo-verdiana, poesia. 22 ENTRE O SIMBÓLICO E O SAGRADO: A AMO-POETA QUE ENALTECE OS TAMBORES, MATRACAS E MARACÁS DO MARANHÃO Larissa Emanuele da Silva Rodrigues de Oliveira1 Alexandra Araujo Monteiro2 PGLB-UFMA Mestrandas Este trabalho propõe uma análise literária de algumas das composições que são interpretadas pelo artista maranhense, José de Ribamar Viana (1947-2016), conhecido pelo nome artístico Papete, músico percussionista, compositor, intérprete e pesquisador. Entre as composições escolhidas paraa análise destacamos: “Mimoso”, “Catirina”, “Boi da lua” e “Sobrados”. Para tanto, a pergunta que norteia a pesquisa é: de que maneira Papete aborda a cultura maranhense em suas composições? Os nossos objetivos específicos se distribuem da seguinte forma: analisar as composições de Papete; destacar os elementos culturais e artísticos que o artista desenvolve em suas músicas; e mostrar as contribuições de Papete para a poesia oral do Bumba Meu boi do Maranhão. A relevância dessa pesquisa se concentra na possibilidade de acrescentar um novo olhar a uma brincadeira junina que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no ano de 2019, e ressaltar as contribuições de Papete para a cultura maranhense. Como suporte teórico, utilizamos os trabalhos de Reis (2008), que faz um percurso pela história e pelos elementos do Bumba Meu boi; Zumthor (1997), que se debruça sobre a presença da voz e dos elementos da poesia oral; Papete (2015), que desenvolveu um projeto de catalogação dos senhores cantadores, amos e poetas do Maranhão, bem como sobre a história do Bumba Meu Boi, entre outros autores. PALAVRAS-CHAVE: Papete, Poesia oral, música. 1 Graduada em Letras Português pela UFMA- Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacabal. Mestranda pela mesma universidade no PGLB-UFMA (Programa de Pós-Graduação em Letras de Bacabal). Email: lemanuele17@ gmail.com. 2 Graduada em Letras Português pela UFMA- Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacabal. Mestranda pela mesma universidade no PGLB-UFMA (Programa de Pós-Graduação em Letras de Bacabal). Email: alexandraaraujo450@ gmail.com. mailto:lemanuele17@gmail.com mailto:lemanuele17@gmail.com mailto:alexandraaraujo450@gmail.com mailto:alexandraaraujo450@gmail.com 23 RADIOLA SERRA ALTA: MÚSICA COMO DESCONSTRUÇÃO DE ESTANDARTES E REAFIRMAÇÃO DE IDENTIDADES Brennan Cavalcanti Maciel Modesto Universidade Federal de Pernambuco Mestrando em Filosofia O grupo pernambucano Radiola Serra Alta é oriundo de Triunfo, no sertão do estado e se propõe à unir elementos da música eletrônica, como o uso ostensivo de sintetizadores e estilos musicais bastante característicos do nordeste brasileiro, marcados por figuras rítmicas e uso instrumentos bastante peculiares e, não raro, um distanciamento do que se considera tradicionalmente como “música”, o velho chavão de “harmonia, melodia e ritmo”. Em sua composição, o grupo extrapola o âmbito musical; utilizando de elementos da cultura popular em sua caracterização física; no seu “travestir-se”, no seu “brincar de caretas”; que são figuras folclóricas peculiares ao desenvolvimento da cidade de Triunfo. Nossa tese é de que, para além da união entre elementos musicais de origem estrangeira e rudimentos característicos da cultura local; como já fizemos no mangue beat, com a antena fincada no mangue. A produção do grupo chega à reafirmação de subjetividades dissidentes, possibilita uma compreensão de mundo que parta do mundo da vida, para lembrar a fenomenologia, enquanto ambiente de experiência; se dispõe positivamente quanto à disputa entre existir e não existir; na disputa sobre o ser ou não ser ou ainda sobre o afirmar-se ou negar-se diante de um mundo que enfatiza e propicia a todo momento o apagamento de raízes e a pobreza de experiências, como já apontara Adorno. PALAVRAS-CHAVE: Política, Música, Identidades, Regionalismo. 24 REFLEXÃO EM MEIO AO CAOS: GRINDCORE, A VERTENTE MAIS POLÍTICA DA ANTIMÚSICA Brennan Cavalcanti Maciel Modesto Universidade Federal de Pernambuco Mestrando em Filosofia Arte e política não se separam. Ao menos, não num âmbito macrocósmico. Quando os frankfurtianos apontam para uma arte voltada à reprodução técnica; que perde sua aura, e, por assim dizer, torna-se e esgota-se no caráter de mera mercadoria. Em nenhum momento defendem que seus entrelaces com a política deixam de existir. Ora, estavam conscientes de que para além do deleite ou do desconforto potencialmente causado pela obra de arte, existe certo potencial no que tange aos rumos que a sociedade tomará num futuro. Por um lado, pode assumir uma linha “reativa”, que reafirme todos os estandartes e tradições da sociedade e de sua história – marcada por opressões de gênero, classe ou raça; pela deslegitimação de modos de viver não ortodoxos e pelo apagamento de grupos minoritários em geral. No caminho contrário, pode transmutar-se, assumindo o engajamento com a transformação da realidade enquanto razão de ser. Por meio de ruídos, urros e dissonâncias; mesclando entre passagens velozes e extremamente lentas; em suma, pela desconstrução dos padrões estéticos, pela subversão daquilo que seria “música” e assunção de sua negação enquanto definição do gênero; passa a ser vincular de maneira mais intensa à política. Em meio às heranças distintas e contrastantes do punk, do hardcore e do metal, o grindcore desponta enquanto um mensageiro do progressismo político; um ambiente, embora ruidoso, propício ao debate, à resistência e ao florescimento e fortalecimento do antifascismo. PALAVRAS-CHAVE: Política; Música; Antimúsica; Antifascismo. 25 CONDIÇÃO AGREGADA E RESISTÊNCIA NA FICÇÃO DE MILTON HATOUM Rayniere Felipe Alvarenga de Sousa Universidade Federal do Pará Especialista em Docência do Ensino Superior, Mestrando em Lingüística e Teoria Literária Carlos Augusto Nascimento Sarmento-Pantoja Universidade Federal do Pará Doutor em Teoria Literária Nas bordas da história existem relatos paralelos que podem desempenhar funcionalidade central na construção das tramas. Assim, as entrelinhas passaram a desempenhar um interesse na constituição das narrativas. Isso pode ser percebido a partir da intensidade de discursos oriundos da necessidade de reclamação do direito de voz de grupos oprimidos e/ou subalternizados, diante das relações estabelecidas em torno do poder. Sobre isso, trata-se da condição agregada e da resistência como categorias epistemologicamente possíveis no romance Cinzas do Norte ([2005] 2010), de Milton Hatoum. Personagens representados pela empregada doméstica Naiá (de origem indígena), por Ranulfo (inimigo do trabalho) e por um dos narradores, Olavo, figuram no cerne das discussões propostas por esse estudo. Portanto, objetiva-se investigar as diferentes configurações dos sujeitos agregados – o que pode enveredar-se para uma postura submissa ou resistente. Por essas motivações, as leituras de Gayatri Spivak ([1985] 2010), de Alfredo Bosi (1996) e de Ellen Spielmann (2000) funcionam como instrumentais de trabalho. Sem contar nas argumentações da pesquisadora Tânia Sarmento-Pantoja (2012) que se mostram basilares para as formulações em torno da noção agregada como uma condição no romance de Milton Hatoum. Acredita-se, de antemão, que essa ocorrência é expressa pelos posicionamentos dos personagens mencionados nas tramas. PALAVRAS-CHAVE: Condição agregada. Alteridade. Subalternidade. Resistência. Milton Hatoum. 26 ESTIGMAS DE GÊNERO E A REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NEGRA NO CINEMA BRASILEIRO: UM OLHAR SOBRE O FILME QUE HORAS ELA VOLTA? Pamela Lorena Silva Machado Universidade Federal do Maranhão, UFMA, campus VII Orientadora: Prof.ª Dr.ª Jascira da Silva Lima Universidade Federal do Maranhão, UFMA, campus VII Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Francilene Brito da Silva Universidade Federal do Piauí - UFPI O presente estudo tem como objetivo investigar como os estigmas do gênero no cinema brasileiro interferem na construção da identidade da mulher negra. A metodologia utilizada baseia-se em uma estratégia qualitativa de pesquisa, onde, segundo Oliveira (2007, p.117) busca-se “descrever a complexidade de uma hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo, permitir em maior grau de profundidade a interpretação das particularidadesdos comprometidos ou atitudes dos indivíduos”. O cinema tem a capacidade e as habilidades de apresentar papeis e imagens que reforçam comportamentos racistas e machistas observáveis na sociedade brasileira como, por exemplo, os estigmas da mulher negra. A figura da protagonista do filme “Que horas ela volta?” (2015) exibe o estereótipo da “mãe preta”, que interseccionaliza explicitamente dois marcadores de desigualdade social da mulher, quais sejam os preconceitos de raça e gênero, que influenciam na construção de identidade do sujeito subalterno por propagar padrões e discursos que inferiorizam a posição da mulher negra na sociedade. O filme estrutura-se como pano de fundo para a discussão de questões sociais presentes no país, como a estigmatização da mulher negra, o racismo e o machismo. PALAVRAS-CHAVE: Mulher Negra. Estigma. Sujeito Subalterno. Cinema Brasileiro. 27 AO RITMO DO QUILOMBO URBANO: CULTURA, POLÍTICA E ENGAJAMENTO MILITANTE Wherlyshe Sousa de Morais1 Universidade Federal de Alagoas Mestrando Sociologia A presente pesquisa em desenvolvimento no PPGS UFAL, pretende enfocar formas de articulação entre cultura e política, a partir da análise do universo histórico e social do Movimento de Hip- Hop Organizado no Maranhão Quilombo Urbano, cujo partícipes são, em sua maioria, jovens negros oriundos de bairros periféricos da cidade de São Luís - Maranhão. Ao longo da pesquisa, espera-se refletir sobre se e como, através do Quilombo Urbano, seria possível descrever lutas por direitos sociais, além da tentativa de entendimento das lógicas de engajamento militante, que pressupõe a pesquisa sobre engajamento militante ou militantismo encontra-se em estágio ainda incipiente nas ciências sociais brasileiras (KUNRATH, RUSKOWSKI, 2016). O conjunto das ciências sociais nos norteiam no campo da pesquisa dos fenômenos sociais, porém, dentro desta perspectiva, encontra- se embrionário. A partir deste panorama de investigação a problemática principal é o entendimento do ingresso, permanência e defecção dos sujeitos nos movimentos sociais, o que constitui fator importantíssimo para entender a lógica das mutações e reconfigurações dos movimentos sociais a partir dos sujeitos. Metodologicamente, este campo da pesquisa será baseado na realização de entrevistas com militantes, reconstituição de carreiras e trajetórias de vida. Assim, a pesquisa visa ampliar o olhar sobre o objeto a partir de uma abordagem teórica inovadora e tentar compreender as lógicas simultaneamente individuais e coletivas que permitem interpretar o Quilombo Urbano como movimento social com demandas e questões coletivas. PALAVRAS-CHAVE: Direitos. Luta. Engajamento. 1 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós Graduação em Sociologia, Mestrado em Sociologia. E-mail: wwmoraisr@hotmail.com. 28 TRAMAS DO COCO DE RODA DAS ALAGOAS: ENTRE O TRABALHO, O CANTO E A MORADIA NO POVOADO FERNANDES, ARAPIRACA Larissa Gabriela Gouveia dos Santos1 Fernando de Jesus Rodrigues2 Beatriz Medeiros de Melo3 Pretende-se discutir como o trabalho nas plantações de fumo e o processo de construção coletiva da moradia dos trabalhadores têm estado entrelaçados aos cantos e a formação do coco de roda no povoado Fernandes, localizado na zona rural da cidade de Arapiraca, Alagoas. Destacamos como os cantos de trabalho camponeses foram constantemente ecoados em diferentes etapas do longo processo de trabalho, desde as plantações até os salões de destalação de fumo, sofrendo ressignificações entre o início do século XX e o início do séc. XXI. Tais hábitos estéticos foram levados para outros espaços e processos coletivos como os mutirões de construção de casas de taipa, moradia comum para as pessoas do povoado. Argumentamos que as pisadas no barro para a consolidação do reboco das paredes desenvolveram os sapateados, aperfeiçoados no coco de roda como dança. Propomos compreender como as citadas manifestações se interligam e moldaram uma tradição estética de canto e dança que tem se tornado uma atração cultural contemporânea. Reconstruímos a trajetória da família Rosa, subsidiada por etnografia e história de vida. Recorremos também a documentários que registraram momentos da dinâmica da população no povoado e depoimentos de um importante mestre de coco de roda. PALAVRAS-CHAVE: Plantações de fumo. Destalação de fumo. Cantos de trabalho. Construção de casas de taipa. Coco de roda. 1 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Discente do Mestrado em Sociologia, santoslarissag@gmail.com. 2 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Professor Associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), fernando.rodrigues@ics.ufal.br. 3 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Professora do Mestrado Acadêmico em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), beatriz.melo@ifal.edu.br. 29 BUMBA-MEU-BOI MARANHENSE: TRADIÇÃO, MOBILI ZAÇÃO SOCIAL E MANUTENÇÃO DA CULTURA POPULAR. Gláucia Mayra da Silva Leal Orientador: Adalberto Luiz de Oliveira Rizzo Universidade Federal do Maranhão Bacharela e licencianda em Ciências Sociais O presente trabalho busca demonstrar como o Bumba-meu-boi, expressão artística e cultural do povo maranhense, tem representado ao longo de sua história um importante fator de mobilização social no bairro da Liberdade, localizado em São Luís, titulado recentemente como Quilombo Urbano, por sua população ser oriunda de comunidades negras rurais do interior do estado, especialmente de municípios da Baixada Maranhense. O bumba-meu-boi é uma manifestação da cultura popular que envolve arte, performance e simbolismo, com significados relacionados à religiosidade marcante no estado do Maranhão. Durante a produção deste trabalho foi possível observar que Apolônio Melônio e Leonardo Martins, amos (líderes) do Boi da Floresta e Boi da Liberdade, apresentam trajetórias semelhantes no que diz respeito às suas idades, histórias de vida, amor pelo bumba-meu-boi e na transmissão de seus conhecimentos à comunidade local. Como modo de resistência e manutenção desta tradição num cenário político em que o interesse econômico prevalece, esses grupos de Bumba- meu-boi do bairro da Liberdade têm se organizado através de estratégias internas e externas para “botar o boi na rua”, criando formas de mobilização da comunidade por direitos de cidadania e acesso à serviços. Assim, podemos afirmar que a arte e a cultura do Bumba-meu-boi tem constituído uma forma de resistência, mobilização social e de manutenção do legado deixado por esses Mestres à cultura do Maranhão. PALAVRAS-CHAVE: Cultura popular, tradição do bumba-meu-boi, direitos e cidadania, Bairro da Liberdade 30 A ARTE DE SAMPLEAR: RACIONAIS MC’S COMO UMA FOTOGRAFIA DA MÚSICA NEGRA 1990-2014 Diego Vinicios Mendes Nunes Universidade Federal do Maranhão Licenciando em Ciências Sociais Samplear é um verbo transitivo direto, que significa: utilizar, colar, retomar, referenciar registros sonoros já existentes com o objetivo de elaborar algo novo (uma nova composição, como se trata em música). Ferramenta musical bastante explorada, não à toa, pelo rap e suas vertentes; revestida, além disso, de um desejo inabalável de demonstrar influências musicais simbólicas - no sentido mesmo antropológico do termo – bem como “demarcar um território” de um gênero musical. Nesse sentido, demostraremos, aqui, como os Racionais MC’s construiu e beneficiou-se desse recurso, e, além do mais, o que isso nos apresenta, no sentido etnomusicológico da reflexão, sobre a contribuição musical do grupo na época. Há, diga-se de passagem, a observação de uma ideia presente como central nessa discussão: a de que este movimento dos Racionais – o de samplear - apresenta uma espécie de fotografia sonora da música negra da época. Para digerirmos melhor esta ideia, teremos que fazer um certo passeio auditivo nas produçõesprincipais, tais como, os dois EPs: Holocausto Urbano (1990) e Escolha o seu Caminho (1992); e os quatros álbuns de estúdio: Raio X Brasil (1993), Sobrevivendo no Inferno (1997), Nada como um Dia após Outro Dia (2002) e Cores e Valores (2014). Parece, no primeiro momento, um tanto ousado tal percurso, mas, antes de tudo, precisamos evidenciar que tal exercício de escuta musical busca somente levantar tanto uma discursão sobre a arte de samplear dentro de nossa literatura sobre o rap, quanto mobilizar o instrumental teórico-metodológico da Antropologia e Sociologia da Música. PALAVRAS-CHAVE: Etnomusicologia; Arte de samplear; Sociologia da Música; Rap 31 CENSURA E REPRESSÃO NAS COLÔNIAS PORTUGUESAS: O DISCURSO DO GRUPO CABO-VERDIANO CLARIDADE E A RESISTÊNCIA AO SALAZARISMO (1947-1966) Orientadora: Profª. Drª. Tatiana Raquel Reis Silva Universidade Estadual do Maranhão Igor Santos Carneiro1 A revista literária Claridade (1936-1966) foi fundada em Cabo Verde, por personalidades relevantes do arquipélago, sendo eles: Jorge Barbosa (1902-1971), Baltasar Lopes (1907-1990) e Manuel Lopes (1907-2005). A Claridade, surgiu em um problemático contexto marcado pelo colonialismo e ditadura salazarista (1933-1974) e, para o cabo-verdiano Brito Semedo (1995), significou um distanciamento dos modelos literários metropolitanos, sendo a fase moderna da literatura cabo-verdiana atribuída ao grupo claridoso. Nas páginas da revista de artes e letras o grupo procurou enfatizar as problemáticas do povo local, tais como a fome, censura e a pobreza. O recorte temporal do trabalho coincide com o momento em que o sistema colonial português, segundo Patrícia Villen (2013), estaria entrando em uma profunda crise, e o regime salazarista em busca de manter sob seu controle os territórios africanos acabou por potencializar os mecanismos de opressão. A Claridade, por meio das suas produções literárias, fortaleceu o sentimento de pertença ao território e procurou produzir uma narrativa de denúncia que destoava do autoritarismo de Salazar. PALAVRAS-CHAVE: cabo-verde, claridade, ditadura, literatura. 1 Graduando em história pela Universidade Estadual do Maranhão, bolsista de iniciação científica Pibic-UEMA. 32 DESCOLONIZE-SE Sunshine Cristina de Castro Reis Santos Universidade Federal do Maranhão Graduanda do Curso de Turismo O presente artigo aborda o processo de construção da exposição, Descolonize-se. Inspirada na obra Pele negra máscaras brancas de Frantz Fanon e tendo como base teórica o pensamento de Grada Kimloba, selecionada para compor a programação cultural do Sesc- Maranhão 2021. Buscamos refletir sobre o processo de embranquecimento e suas reconfigurações de apagamento da população negra, seja ele estético, acadêmico ou artístico. Um corpo negro sempre tem que lutar contra os moldes universais que negam o acesso a espaços que sistematicamente violam o seu direito a existência. Apresentamos um (r)existir fora da projeção de subordinação idealizada pela branquitude, que rompe com as máscaras para produzir uma arte insurgente “não para ninar a casa grande”, mas como objetivo de contribuir para construção de um olhar interseccional e emancipatório, que ressignifique as narrativas hegemônicas presente no coletivo imagético que forjaram a identidade brasileira, através de uma série de imagens questionamos os padrões estabelecidos como símbolos nacionais. Salientando que a miscigenação tanto utilizada como cartão postal do turismo brasileiro não pode mais ser vista com romantização, mas precisa evidenciar as violências sistêmicas, sobretudo as promovidas as mulheres negras. PALAVRAS-CHAVE: Descolonização. Fotografia. Mulheres negras. Simpósio Temático 02 Religiões, educação e política: (re)configurações históricas, dinâmicas de poder e práticas sociais no Brasil Coordenadores: - Prof. Dr.º Hugo Freitas de Melo - Prof. Dr. Wheriston Silva Neris 34 CATOLICISMO E UNIVERSIDADE: A ENTRADA DA IGREJA CATÓLICA NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO Hugo Freitas de Melo Este trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos resultados obtidos com a conclusão da minha tese de doutorado, cujo recorte empírico sublinha a atuação da Igreja Católica no processo de formação do Ensino Superior brasileiro entre as décadas de 1940 e 1970. Particularmente, o foco incide sobre os aspectos sócio-históricos e as transformações estruturais que desembocaram em vultosos investimentos realizados pela instituição eclesiástica na montagem do aparato universitário religioso, concretizado na criação das Pontifícias Universidades Católicas (PUCs). Calcado em documentos raros e num volumoso material bibliográfico, o trabalho evidencia três importantes dimensões de análise. Primeiro, a valorização adquirida pela figura dos “intelectuais” num momento de centralidade da Educação e Ciência na formação de mão-de-obra qualificada para a ocupação dos postos do funcionalismo estatal e dos organismos culturais eclesiásticos. Em seguida, a entrada da Igreja no espaço de formação da intelligentsia brasileira como estratégia de lutas simbólicas pela reafirmação de sua dominação política junto aos estratos sociais dominantes e aos grupos dirigentes que comandavam os rumos da nação no período pós-Vargas. Por fim, a distribuição geopolítica das PUCs no território brasileiro, evidenciando-se a hegemonia do eixo Sul-Sudeste, onde se concentram as principais cidades que polarizam a disputa política nacional. Como resultado, tem-se a emergência da estruturação da Educação Superior católica alicerçada em torno do centro de gravidade política do país, cujo efeito de homologia revela a imbricação entre o espaço de produção intelectual e a esfera do poder político. PALAVRAS-CHAVE: Catolicismo; Universidade; Intelectuais. 35 OS “PRÍNCIPES” DA IGREJA CATÓLICA DO NORTE DO BRASIL REUNIDOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO (1919) Vágner Hugo Calazans Silva1 Prof. Dr. Carlos André Silva de Moura2 O presente trabalho versa sobre as relações estabelecidas entre a Igreja Católica em Pernambuco e o Estado republicano brasileiro, após a Proclamação da República em 1889, e a separação oficial em 1890, com o fim do padroado e os problemas decorrentes da secularização e laicização das instituições civis. Nosso principal objetivo é analisar três eventos religiosos: a sagração episcopal de dois bispos pernambucanos, a reunião dos bispos das províncias eclesiásticas do Norte do Brasil e a coroação canônica de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife, que sucederam durante o mês de setembro em 1919. Para tanto, analisamos como se deu o processo de Restauração Católica, compreendendo algumas ações de apoio da Igreja Católica ao novo governo, bem como a reação sofrida pela instituição por causa dessas estreitas relações políticas com o novo Estado. No decorrer do trabalho se pretende mostrar como arcebispos metropolitanos e bispos diocesanos adaptavam as orientações que recebiam da Santa Sé, conforme seus interesses com base nas particularidades locais, seja no combate as práticas consideradas desviantes do modelo de catolicismo almejado ou mesmo no que se refere a criação das novas jurisdições eclesiásticas. Ao longo do trabalho utilizamos os conceitos e abordagens da História Cultural das Religiões, as fontes são periódicos que circulavam pelo Estado de Pernambuco e que estão disponibilizados na Coleção Digital de Jornais e Revistas da Biblioteca Nacional. PALAVRAS-CHAVE: Arquidiocese de Olinda e Recife, Episcopado, Igreja Católica, Pernambuco, Restauração Católica. 1 Graduando do Curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade de Pernambuco (UPE) – Campus Mata Norte, membro do Laboratório de Estudos da História das Religiões (LEHR) e bolsista PIBIC/CNPq 2020-2021. E-mail: vagner.calazans@upe.br 2 Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade de Pernambuco (UPE) – Campus Mata Norte e Coordenador do Laboratório de Estudos da História das Religiões(LEHR). E-mail: carlos.andre@upe.br 36 MOVIMENTO DE FÉ OU PROJETO DE PODER? O PROJETO CIVILIZACIONAL DOS CATÓLICOS NICOLETANOS PARA A BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE (1955-1969)1 Claudeilson Pinheiro Pessoa2 Prof. Dr. Alessandra Furtado3 Este trabalho analisa o projeto civilizacional dos Missionários Católicos Canadenses Nicoletanos que vieram das dioceses de Nicolet, Sherbrook e Saint- Hyacinthe na Baixada Ocidental Maranhense no período da chegada dos primeiros missionários em 1955 até o ano de 1969 quando encerram-se estas primeiras missões com a justificativa de terem atingido os seus objetivos de fortalecimento do catolicismo na região. Desse modo, a pesquisa apoia-se na seleção de documentos como livros de tombo, estatutos das instituições confessionais, relatórios anuais das missões, além de fotografias. Além disso, utiliza-se de entrevistas semiestruturadas e conversas informais, com pessoas que se envolveram diretamente nos empreendimentos missionários e nas ações e instituições administradas por estas missões religiosas no período escolhido para o estudo. Com relação à abordagem teórico- metodológica a pesquisa pauta-se na Nova História Cultural apoiando-se principalmente nos seguintes autores: Certeau (1996), Chartier, (2002); Nas concepções de Pierre Bourdieu (1989) (1996) (2001) (2007) e Norbert Elias (1996); (2011); e na perspectiva Decolonial com base no pensamento de Aníbal Quijano (2014), Maria Lugones (2014), Walter Mignolo (2016), além de autores da Sociologia da Religião: Montes (2005); Queiroz (1985); Micelli (2001) e Ferretti (2012). As análises permitiram evidenciar a existência de um conjunto de práticas evangelizadoras e civilizacionais desenvolvidas pelos missionários canadenses por meio do enfrentamento do protestantismo, do espiritismo e das religiões de matriz africana no interior do Maranhão na segunda metade do século XX, além da garantia da ocupação de espaços de poder por parte de agentes do catolicismo em plena laicidade do estado brasileiro. PALAVRAS-CHAVE: Nicoletanos; Baixada Ocidental Maranhense; Projeto Civilizacional 1 Este estudo faz parte da pesquisa de Tese de Doutorado intitulada “Nous sommes venus pour servir et civilisier: o Projeto Civilizacional dos Missionários Católicos Nicoletanos para a Baixada Ocidental Maranhense (1955-1965)” (PPGE-UFGD) 2 Orientadora. 3 Cientista Social e Doutorando em Educação (Linha Educação, Memória e Sociedade) pela Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD. Bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Maranhão (FAPEMA). Professor do IFMA – Campus Pinheiro. (claudeilson.pessoa@ifma.edu.br) 37 A SALVAÇÃO POR INTERMÉDIO DAS “BOAS OBRAS”: A ASSISTÊNCIA AOS DESVALIDOS PELA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA EM SÃO LUÍS - MA DURANTE O SÉCULO XIX Ana Caroline Silva Caldas1 Orientadora: Profª. Drª. Elizabeth Sousa Abrantes Universidade Estadual do Maranhão, Departamento de História e Geografia/UEMA Em finais do século XV e início do XVI surgem as confrarias, impulsionadas pelas noções cristãs que exaltavam as boas obras (isto é, a caridade), notadamente a Santa Casa de Misericórdia portuguesa, responsável por uma gama de atos caritativos em Portugal e ultramar. Com sua expansão, a instituição se estabeleceu em diversos lugares do Brasil, e dentre eles, em São Luís do Maranhão, provavelmente pelo ano de 1623. Crescendo em influência na cidade durante o século XIX, foi responsável pelo cuidado de igrejas, hospitais, cemitérios, asilo e Roda dos Expostos. Apesar da grande importância da irmandade no auxílio aos desvalidos, o caráter elitista se fazia presente internamente, uma vez que para ser membro era necessário ser homem abastado em fazenda, saber ler, escrever e cantar. Após o aceite, o novo integrante deveria cumprir exigências, como contribuições mensais e anuidades. Durante seu apogeu em São Luís, a Santa Casa de Misericórdia suscitou elogios e desavenças por parte da imprensa e sociedade maranhense, em especial a classe abastada, preocupada em manter o status que garantiria além do grande cortejo fúnebre, a porta de entrada para o céu. A mercê da pobreza, o(a) morador(a) da São Luís durante o século XIX encontrava dois dilemas: a dependência da caridade em um sistema que romantizou a relação entre pobreza e salvação através da figura do benfeitor, e a conformação de sua condição. PALAVRAS-CHAVE: Assistência, Salvação, Santa Casa de Misericórdia do Maranhão. 1 Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), bolsista pelo Programa institucional de bolsas de iniciação científica (PIBIC) pela agência de fomento CNPq, Cursa História - Licenciatura, email: anacaroline233@gmail.com mailto:anacaroline233@gmail.com 38 SER CANDOMBLECISTA E ESTAR NA ESCOLA: RELAÇÕES ENTRE FÉ E SILENCIAMENTO José Luiz Xavier Filho1 A escola tem por objetivo e função ser um espaço de acolhimentos, direito, democrático, diverso e plural. É no espaço escolar em que se aprende valores que se levam para toda uma vida, quer seja socialmente ou academicamente. Dado o fato de que a escola deve respeitar todas as religiões, ela não pode favorecer uma em detrimento de outra. Desse modo, é vedado a gestão, coordenação, professoras e professores de uma escola laica deixarem que a sua fé influencie as suas decisões enquanto pessoas públicas. Este trabalho tem por objetivo um estudo de caso realizado numa escola de rede pública do ensino fundamental dos anos finais, onde os alunos e alunas candomblecistas/umbandistas/juremeiras tinham seus direitos e liberdade de fé e crença tolhidas dentro da escola, o que gerava um ambiente propicio a propagação da intolerância religiosa. Abordaremos também os meios que foram utilizados na luta e combate ao preconceito junto aos estudantes e docentes dessa mesma instituição. PALAVRAS-CHAVE: Religiões de Matrizes Africana. Educação. Intolerância Religiosa. 1 Graduado em História (UPE), graduando em Sociologia (UNIFAVENI), especialista em Ensino de História (UNIFAVENI) e em História e Cultura Afro-Brasileira (IPEMIG), mestrando em Culturas Africanas, da Diáspora, e dos Povos Indígenas (UPE), professor de História do quadro efetivo da rede municipal de ensino do município da Lagoa dos Gatos – PE, ID Lattes: http://lattes.cnpq.br/4762429040202808, e-mail: jlxfilho@hotmail.com. http://lattes.cnpq.br/4762429040202808 mailto:jlxfilho@hotmail.com 39 A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NO LIVRO DIDÁTICO DE SOCIOLOGIA Thiago da Conceição Dias Universidade Federal do Maranhão/Bacabal Graduando do Curso de Ciências Humanas Bolsista PIBIC E-mail:thiago.dias29@yahoo.com.br Orientador: Prof. Dr. Wheriston Silva Neris Professor Adjunto de Sociologia do Curso de Ciências Humanas da UFMA- Bacabal E-mail: wheristoneris@yahoo.com.br O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa monográfica que teve como objetivo analisar no livro didático de sociologia a construção discursiva e imagética da cultura africana e afro-brasileira que tornou-se obrigatória a partir da Lei federal nº 10.639/03 na educação básica. A proposta do estudo busca problematizar e desnaturalizar as concepções estereotipadas que conferem aos povos africanos e afro-brasileiros uma pretensa inferioridade. Ao abordar as religiões afro-brasileira, um dos maiores legado cultural dos povos africanos ao Brasil, o debate é limitante e superficial no âmbito da formação da cultura nacional. Neste sentido, há muito ainda a ser feito para o debate da intolerância religiosa, bem com o racismo brasileiro. Como metodologia optou-se pelo estudo de caso, que é um tipo de pesquisa que, segundo Severino (2013), faz descrição de um caso considerado representativo de um conjunto de casos análogos. O trabalho está divido em dois momentos: a primeira etapa se configura com aporte bibliográfico e documental desenvolvida sob a perspectiva qualitativa. A base teórica contou com autores: Fanon (2008), Guimarães (2003), Stuart Hall (2011), Costae Silva (2003), Candau (2008), Geertz (2008), Libâneo (1998), Freire (1996), entre outros que foram imprescindíveis para este trabalho. O segundo momento se configura como pesquisa de campo e análise do livro didático de sociologia de uma escola estadual do município de Bacabal-MA. Conclui-se com esse estudo a necessidade de ressignificação de textos e de imagens acerca das religiões de matrizes africana nos livros didáticos. PALAVRAS-CHAVE: Sociologia, Cultura Africana, Educação, Intolerância Religiosa. 40 REPRODUÇÃO E RESISTÊNCIA DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NO ESPAÇO ESCOLAR Edinéia Silva Alves1 Universidade Federal do Maranhão - MA Mestranda em Sociologia - UFMA O presente estudo apresenta resultados de uma investigação acerca do espaço escolar enquanto um lugar de reprodução e resistências das desigualdades sociais. Com objetivo de analisar como as relações estabelecidas entre escola, comunidade, alunos e família dos educandos contribuem na superação das desigualdades sociais. Os sujeitos participantes dessa investigação foram (40) quarenta estudantes do 9º ano do ensino fundamental maior de uma escola pública localizada na zona rural do município de São Bernardo-MA. O percurso metodológico adotado para a coleta de dados consiste na aplicação de questionários com questões abertas, direcionados para a captação de informações que auxiliassem na construção da análise da temática. A análise tornou visível as disparidades sociais existentes no ambiente escolar, evidenciando a necessidade de promover atividades que priorizem o diálogo entre os alunos, pais e a comunidade. Pois, o processo de ensino-aprendizagem dever ser desenvolvido coletivamente, na prática diária, através da apreensão dos conteúdos curriculares e na vivência com os sujeitos. Para que, seja construído um espaço voltado para a formação do cidadão crítico, reflexivo, que possibilite a superação das desigualdades sociais. PALAVRAS-CHAVE: Espaço Escola. Lugar de Reprodução. Resistências das Desigualdades. 1 Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-Graduação em Sociologia - Mestrado em Sociologia. E-mail: edineia.silva@discente.ufma.br mailto:edineia.silva@discente.ufma.br 41 EDUCAÇÃO, INTERAÇÕES E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: UMA ANÁLISE SOBRE AS CRIANÇAS INDÍGENAS APINAYÉ E AS ESCOLAS DA CIDADE. Autor: Mércia Cristina Borges dos Anjos 1 Co-autor: Wellington da Silva Conceição Universidade Federal do Maranhão Mestranda em Sociologia – PPGS/UFMA O trabalho é fruto de problematizações relativas à educação de crianças indígenas Apinayé matriculadas nas escolas muncipais de Tocantinópolis (TO). A pesquisa, ainda em desenvolvimento, tem como principal objetivo: Analisar o quantitativo de crianças indígenas Apinayé matriculadas nas escolas municipais de Tocantinópolis (TO) e compreender como ocorrem as interações dos povos indígenas com os não indígenas nas instituições municipais de ensino. A discussão ampara-se em estudos anteriores que discutem as interações e representações sociais sobre os povos indígenas Apinayé e os não indígenas em contexto urbano, considerando a existência de estigmas decorrentes dessas interações. A análise está embasada em bibliografia concernente à temática e nas informações fornecidas pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Tocantinópolis – SEMEC. Os dados já obtidos e analisados até o momento, nos revelam a existência de um quantitativo de crianças indígenas matriculadas nas escolas urbanas, o que nos direciona para a investigação sobre os critérios utilizados pelas famílias indígenas na escolha dessas escolas em lugar das escolas das terras indígenas. PALAVRAS-CHAVE: Crianças Indígenas, Educação, Interações, Representações Sociais. 42 POLÍTICAS COMPENSATÓRIAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR PARA ESTUDANTES INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO: ANÁLISE SOB O PONTO DE VISTA DA FORMULAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COTAS Verissa Einstein Soares do Amaral - Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp Francisco Rodolfo Furtado Vieira - Especialista em Direito pela Escola Superior da Magistratura do Trabalho – ESMATRA A pesquisa foi iniciada com o objetivo de analisar e aprofundar a temática do direito ao ingresso de estudantes indígenas através das cotas para indígenas na Universidade Federal do Maranhão – UFMA. O problema de pesquisa levou em consideração as políticas compensatórias para uma participação ativa e adequada nas práticas sociais dos cursos oferecidos pela Universidade Federal do Maranhão para povos indígenas, buscando entender como é o acesso por meio das políticas públicas de cotas, a presença e a participação social dos indígenas na UFMA. Na pesquisa, buscamos conhecer e compreender as características das políticas de cotas instituídas na UFMA, e dialogar com autores que já trabalharam com essa temática. Ao investigar as políticas indigenistas de cotas voltadas para a educação no ensino superior na UFMA, identificamos os princípios que norteiam a formulação das políticas compensatórias para indígenas, as características e estratégias de construção e implementação das políticas compensatórias para indígenas na UFMA, frutos da Lei de Cotas Nº 12.711/2012. Quanto a metodologia, trabalhamos com pesquisas bibliográficas, utilizando os conceitos de justiça social, minorias nacionais e ações afirmativas e outras categorias. A pesquisa está em andamento, tendo verificado tais resultados: o constante problema da universidade em identificar quem é indígena e não indígenas, sendo a autodeclaração critério insuficiente; a implementação de comissão de verificação e sua pouca eficácia; dificuldade para encontrar ingressantes das cotas para indígenas, sendo a ausência um dado importante para a pesquisa e a carência de políticas de permanência para estudantes indígenas, são alguns dos resultados parciais. PALAVRAS-CHAVE: Direito. Políticas compensatórias. Povos indígenas. Lei de Cotas Nº 12.711/2012. 43 BABAÇU, TERRA E ESCOLA: VINCULAÇÃO DE LUTAS PELO DIREITO A EDUCAÇÃO NO ASSENTAMENTO DE SÃO MANOEL, MUNICÍPIO DE LAGO DO JUNCO – MA Jessé Lima da Silva1 Orientação: Franklin Plessmann de Carvalho2 Co-orientação: Mayka Danielle Brito Amaral3 Nos mais de 500 anos de colonização do Brasil, a terra encontra-se sobre o domínio da elite agrária e do capital que concentra latifúndios e não tem possibilitado o desenvolvimento social do país. Em contraponto, compete articular as demandas por terra, trabalho e educação, evidenciando a necessidade de uma educação e uma escola que estejam vinculadas à realidade dos trabalhadores que vivem e se reconstroem no campo. Os caminhos metodológicos para reconstrução histórica da luta e compreensão da escola como direito a educação do assentamento de São Manoel, Lago do Junco-MA, vem no intuito de perceber como os sujeitos que compõe aquele espaço foram entendendo que a luta por escola é reafirmar o direito a educação e uma necessidade de existência com diferentes formas para estruturar ou principiar a escolaridade fora dos ideais urbanos, enquanto política pública. O percurso de investigação e apreciação dos resultados, tomando a parte esta fração do contexto, agora frente as vivencias experimentadas neste momento pandêmico com diversas restrições sociais, serão adotados os registros em diários de campo, entrevistas semiestruturadas e consulta aos documentos existentes na busca por uma apreensão da organização destas lutas. Considerando a realidade atual onde se acentua uma crise estrutural do sistema capitalista e influencia significativamente as mais variadas dimensões da sociedade, mostra a necessidade de investigação de uma realidade que rompe com uma realidade de submissão, se reconstruindo na luta pela libertação do babaçu, terra e por escola como expressão da luta por educação, uma nova educação, a Educação do Campo. PALAVRAS-CHAVE: Luta Pela Terra, Escola;Educação; Educação do Campo; e Política Pública. 1 Graduação em Educação do Campo/UFMA. Mestrando em Educação do Campo/UFRB. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FABESB. Email: jessesilvasm@gmail.com 2 Doutorado em Antopologia. Professor da UFRB, Programa de Pós-graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação do Campo. Email franklinpcarvalho@ufrb.edu.br 3 Doutorado Geografia. Professora da UFMA, Curso de Ciências Humanas-Sociologia. Email mayka.amaral@ ufma.br mailto:jessesilvasm@gmail.com mailto:franklinpcarvalho@ufrb.edu.br mailto:mayka.amaral@ufma.br mailto:mayka.amaral@ufma.br 44 RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS EXPRESSAM SEU CULTO DE FORMA LIVRE ASSIM COMO AS RELIGIÕES DE MATRIZES CRISTÃS? Jonas da Fonseca Santos 1 Lays Lopes Carvalho2 Nady Jakelle Queiroz Dias3 Natália dos Santos Alves4 O estudo da sociedade contemporânea nos mostra como a religião foi importante para a construção de suas instituições civilizatórias, em sua forma política, na ética e na moral, na construção de pensamento, direitos, deveres e cidadania (COULANGES, 2004). Fica evidente ao longo da história a relação entre religião e Estado, na visão de Marshall (1967). Cumpre ao Estado ter que servir como agente transformador na vida do cidadão. Porém, no Brasil, que estabelece leis que asseguram a laicidade, os direitos e deveres de expressões religiosas têm de fato sido exercidos? Desta forma, este artigo esboça a discussão acerca de como a religião tem sido vivida e exercida de acordo com as garantias legais, no que tange a liberdade de culto, de expressão em locais públicos e privados e manifestações culturais, sobretudo das religiões de matrizes africanas. Com base nos estudos de Vagner Gonçalves da Silva (2005) acerca das práticas religiosas afro-brasileiras e sua influência no cotidiano da sociedade, construímos um caminho por relatos de adeptos de religiões de matrizes africanas e cristãs a fim de compreender como desfrutam da liberdade de um Estado laico. PALAVRAS-CHAVE: Liberdade religiosa, Estado laico, Cidadania. 1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: jonas.fsantos@ gmail.com; 2 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: layslopesc@ gmail.com 3 ³ Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: nadyjakelle@ hotmail.com 4 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: natalia.alves. lua@gmail.com 45 LIBERDADE DE EXPRESSÃO FRENTE À LIBERDADE RELIGIOSA: UMA ANÁLISE SOBRE AS NARRATIVAS DE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS DOS RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA NO BRASIL Orientador(a): Mara Eduarda Sousa de Alencar1 Autor(a): Italo Diêgo Sousa de Alencar2 Universidade CEUMA – UniCEUMA Graduando em Direito O presente trabalho tem por objetivo analisar as violações aos direitos humanos dos religiosos de matriz africana no Brasil, demonstrando que a liberdade de expressão vem sendo constantemente utilizada para legitimar discursos que violam a liberdade religiosa. Inicialmente, cumpre destacar que a palavra liberdade expressa o conjunto das liberdades tuteladas pelos diversos estatutos de direitos humanos. Em um sentido amplo, liberdade significa um complexo instituto jurídico que possui como fundamentação a própria natureza humana. Nas últimas décadas, muito se discutiu sobre supostas situações de conflito entre a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, dois direitos fundamentais de extrema relevância no Estado Democrático de Direito e que são essenciais para a promoção do princípio da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, é necessário examinar as hipotéticas situações de conflito entre tais direitos evidenciando as violações aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana dos religiosos de matriz africana no Brasil. Constata-se, que uma ofensa a símbolos ou ideias religiosas não necessariamente prejudicam a liberdade de religião, pois estão sob a proteção da liberdade de expressão, inclusive, pode até representar em um certo sentido uma complementariedade entre ambos. Contudo, os discursos de ódio, especialmente, aqueles veiculados através dos meios de comunicação de massa, representam uma grave violação aos direitos humanos e, consequentemente, a dignidade da pessoa humana, demonstrando assim, um abuso da liberdade de expressão. Portanto, cria-se a partir daí uma estigmatização de grupos através do ataque a símbolos constituintes da sua identidade. PALAVRAS-CHAVE: Liberdade. Religiões africanas. Direitos humanos. Resistência. 1 Psicóloga Clínica. Bacharel em Psicologia pela Universidade CEUMA. E-mail: mara.eduarda.alencar@gmail. com. 2 Graduando em Direito pela Universidade CEUMA e pesquisador do Núcleo de Estudos em Municipalidades e Direito (NEMUD). E-mail: italodiegosousadealencar@gmail.com. 46 A IMPRENSA FEMININA NO BRASIL: UMA FERRAMENTA PARA A EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL E MORAL DA MULHER NO SÉCULO XIX Valéria Eulina Pires Pereira Mestranda em Cultura e Sociedade - UFMA valeria.ppereira58@yahoo.com Universidade Federal do Maranhão Orientador: Prof. Dr. Ricieri Carlini Zorzal (UFMA) ricieri.zorzal@ufma.br O estudo em comento tem como esteio principal a origem e trajetória da imprensa feminina e feminista no Brasil durante o século XIX e concomitantemente destacando O Jornal das Senhoras (1852-1855) um dos primeiros jornais direcionado para o público feminino escrito por uma mulher, a escritora, jornalista, professora e pioneira do feminismo na Argentina, Uruguai e Brasil Joana Paula Manso de Noronha (1819 – 1875) que se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro por alguns anos. Para tanto, realizar-se-á uma pesquisa sobre a imprensa brasileira que teve início em 1808, com a chegada da corte no território brasileiro; a origem e trajetória da imprensa feminina e feminista no Brasil e por fim a condição da mulher no século XIX, compreendendo como os textos publicados no jornal em questão contribuíram para a emancipação intelectual e moral da mulher. A abordagem da pesquisa é de cunho qualitativo com levantamento bibliográfico acerca dos assuntos sobre feminismo, gênero e a imprensa brasileira. PALAVRAS-CHAVE: O Jornal das senhoras, Imprensa, Feminismo, Joana Mando de Noronha 47 UM JOGO MARCADO: A RELAÇÃO ENTRE A IMPRENSA E O PODER EM TERESINA (1971-1975) Carlos Alberto de Melo Silva Mota Universidade Federal do Piauí Mestre em História do Brasil O presente trabalho tem por objetivo o estudo de periódicos que circulavam na cidade de Teresina, na primeira metade da década de 1970. Esse período remete ao primeiro mandato de Alberto Silva no governo do Piauí. Desde sua posse, o governador ressaltou a importância de aproximar-se dos diversos meios de comunicação, para que estes vigorassem durante o seu governo. Contudo, não podemos desconectar essa aproximação, entre o poder estatal e esses meios, da estrutura política autoritária em pauta no país, sobretudo a censura. Assim, analisamos a execução duma política econômica associada a uma imprensa burocratizada, tal leitura permite constatar uma série de pautas jornalísticas intimamente ligadas ao plano de governo. Compreendemos que parte dos jornalistas e donos de jornal optaram por estar do lado do poder, assim tornando-se tanto agentes como “vítimas” de uma autocensura. Analisamos, portanto, as pautas políticas nos jornais teresinenses O Dia, O Estado e Estado do Piauí, situados na imprensa oficial e suscetíveis a todas as regras da censura. Esse trabalho tem como principais interlocuções Arendt (2005), Benjamin (2013), Darnton (2016), Fico (2008), Fontineles (2015), Kushnir (2012), Ridenti (2014) e Smith (2000). PALAVRAS-CHAVE: História; Política; Imprensa; Piauí. Simpósio Temático 03 Cidades, conflitos e narrativas sociais Coordenadores: - Prof. Dr. Clodomir Cordeiro de Matos Júnior - Profª. Dr.ª. Tatiana Colasante - Me.
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