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Aula 2 - Crimes contra a Pessoa - Parte II

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL – 
PARTE ESPECIAL
Crimes contra a Pessoa – Parte II
Livro Eletrônico
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Crimes contra a Pessoa – Parte II
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Sumário
Crimes contra a Pessoa – Parte II................................................................................................ 4
1. Atualização Legislativa – 2020/2021 ..................................................................................... 4
1.1. Lei n. 13.964/2019 ..................................................................................................................... 4
1.2. Lei n. 14.132/2021 ..................................................................................................................... 4
1.3. Lei n. 14.155/2021 ..................................................................................................................... 5
2. Legislação Comentada .............................................................................................................. 6
2.1. Crimes de Periclitação da Vida e da Saúde ......................................................................... 6
2.2. Crime de Rixa ...........................................................................................................................15
2.3. Crimes contra a Honra ...........................................................................................................16
2.4. Crimes contra a Liberdade Individual ............................................................................... 26
3. Sinopse ........................................................................................................................................49
3.1. Perigo de Contágio Venéreo (CP, Art. 130) .........................................................................49
3.2. Perigo de Moléstia Grave (CP, Art. 131) ..............................................................................51
3.3. Perigo para a Vida ou Saúde de Outrem (CP, Art. 132) ................................................... 53
3.4. Abandono de Incapaz (CP, Art. 133) ................................................................................... 54
3.5. Exposição ou Abandono de Recém-Nascido (CP, Art. 134) ............................................ 56
3.6. Omissão de Socorro (CP, Art. 135) ...................................................................................... 58
3.7. Condicionamento de Atendimento Médico-Hospitalar Emergencial (CP, Art. 
135-A) ............................................................................................................................................... 59
3.8. Rixa (CP, Art. 137) ................................................................................................................... 62
3.9. Crimes contra a Honra .......................................................................................................... 63
3.10. Difamação (CP, Art. 139) ......................................................................................................68
3.11. Injúria (CP, Art. 140) .............................................................................................................. 69
3.12. Constrangimento Ilegal (CP, Art. 146) ...............................................................................71
3.13. Ameaça (CP, Art. 147) ........................................................................................................... 73
3.14. Perseguição (CP, Art. 147-A) .............................................................................................. 74
3.15. Sequestro e Cárcere Privado (CP, Art. 148) ..................................................................... 75
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Crimes contra a Pessoa – Parte II
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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3.16. Redução a Condição Análoga à de Escravo (CP, Art. 149) ............................................ 78
3.17. Tráfico de Pessoas (CP, Art. 149-A) ................................................................................... 79
3.18. Violação de Domicílio (CP, Art. 150) .................................................................................. 81
3.19. Violação de Correspondência (CP, Art. 151) .....................................................................83
3.20. Correspondência Comercial (CP, Art. 152) ......................................................................84
3.21. Divulgação de Segredo (CP, Art. 153) ............................................................................... 85
3.22. Violação de Segredo Profissional (CP, Art. 154) ............................................................86
3.23. Violação de Dispositivo Informático (CP, Art. 154-A) ................................................... 87
4. Informativos ..............................................................................................................................89
Questões de Concurso ..................................................................................................................91
Gabarito .......................................................................................................................................... 118
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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CRIMES CONTRA A PESSOA – PARTE II
1. AtuAlizAção legislAtivA – 2020/2021
1.1. lei n. 13.964/2019
Crimes contra a Honra
COMO ERA COMO FICOU
Sem correspondente.
Art. 141, § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em 
quaisquer modalidades das redes sociais da rede 
mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.
A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime) adicionou nova causa de aumento aos crimes con-
tra o patrimônio, quando praticada a conduta em quaisquer modalidades das redes sociais 
da rede mundial de computadores, hipótese em que a pena será aplicada em triplo. Em um 
primeiro momento, o dispositivo havia sido vetado pelo Presidente da República, decisão não 
mantida pelo Congresso Nacional, que decidiu pela derrubada do veto.
1.2. lei n. 14.132/2021
Perseguição
COMO ERA COMO FICOU
Sem 
correspondente.
Perseguição
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, 
ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe 
a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou 
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º. A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:
I – contra criança, adolescente ou idoso;
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos 
do § 2º-A do art. 121 deste Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego 
de arma.
§ 2º. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência.
§ 3º. Somente se procede mediante representação.
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Crimes contra aPessoa – Parte II
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A Lei n. 14.132/21 tipificou o stalking, palavra inglesa utilizada em referência à conduta de 
perseguir alguém. A ocorrência do delito depende da reiteração da perseguição (crime habitu-
al). Portanto, é atípica a conduta quando o ato de perseguir se dá de forma isolada, em evento 
único. O dispositivo tutela a liberdade individual, atingida pelo temor provocado à vítima, que 
não se sente mais segura para livremente locomover-se. Ademais, preocupou-se o legislador 
em garantir o direito à privacidade, comumente afetado pela conduta do perseguidor. A pena 
é de reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, fazendo com que o delito seja de menor 
potencial ofensivo.
1.3. lei n. 14.155/2021
Invasão de Dispositivo Informático
COMO ERA COMO FICOU
Invasão de dispositivo informático
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático 
alheio, conectado ou não à rede de 
computadores, mediante violação 
indevida de mecanismo de segurança 
e com o fim de obter, adulterar ou destruir 
dados ou informações sem autorização 
expressa ou tácita do titular do dispositivo 
ou instalar vulnerabilidades para obter 
vantagem ilícita:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 
(um) ano, e multa.
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a 
um terço se da invasão resulta prejuízo 
econômico.
§ 3º (...)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 
(dois) anos, e multa, se a conduta não 
constitui crime mais grave.
Invasão de dispositivo informático
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático 
de uso alheio, conectado ou não à rede 
de computadores, com o fim de obter, 
adulterar ou destruir dados ou informações 
sem autorização expressa ou tácita do 
usuário do dispositivo ou de instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) 
a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta 
prejuízo econômico.
§ 3º (...)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos, e multa.
A Lei n. 14.155/21 tem por objetivo punir com maior rigor a prática de crimes virtuais. 
Foram promovidas alterações nos artigos 154-A, 155 e 171 do CP e no artigo 70 do CP. No 
dispositivo em estudo, adicionado pela Lei n. 12.737/12 – Lei Carolina Dieckmann -, a nova re-
dação do caput afastou algumas amarras que dificultavam a ocorrência do crime. Antes, para 
que a conduta fosse considerada típica, o invasor tinha de violar indevidamente mecanismo 
de segurança. A lei não amparava quem decidia por não utilizar senha, firewall ou outro meio 
de proteção do dispositivo. A nova redação deu fim à exigência, bastando a conduta de invadir 
para que se faça presente a tipicidade formal. A pena foi aumentada de forma considerável: 
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antes, crime de menor potencial ofensivo, punido com detenção, passou a ser punido com re-
clusão, de um a quatro anos.
2. legislAção ComentAdA
2.1. Crimes de PeriClitAção dA vidA e dA sAúde
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
2.1.1. Perigo de Contágio Venéreo
Perigo de contágio venéreo
Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio 
de moléstia venérea1-2, de que sabe ou deve saber3 que está contaminado4:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.5
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:6
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.7
§ 2º Somente se procede mediante representação.8
Obs.: � 1. Crime de perigo, a conduta consiste em oferecer risco de contaminação a moléstia 
venérea. Naturalmente, a execução deve se dar por meio de relações sexuais ou qual-
quer ato libidinoso (forma vinculada).
 � 2. Na figura do caput, o delito é compatível tanto com o dolo direto quanto com o dolo 
eventual (sabe ou deve saber). Há quem sustente que deve saber faz referência à prá-
tica do delito na modalidade culposa, mas não é a melhor posição para se adotar em 
concursos públicos. Fique com o dolo eventual.
 � 3. O crime se consuma com a prática da relação sexual ou do ato libidinoso. Portanto, 
prescinde da efetiva contaminação.
 � 4. Caso não esteja contaminado, deve ser reconhecido o crime impossível.
 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. 
Admite transação penal e suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/95, arts. 
61, 74, 76 e 89).
 � 6. Na forma qualificada, o agente tem por objetivo transmitir a moléstia. Caso ocorra, 
de fato, a contaminação, ele será responsabilizado pelo resultado produzido – lesão 
corporal leve, grave, gravíssima, seguida de morte ou, até mesmo, por homicídio.
 � 7. Forma qualificada, é crime de médio potencial ofensivo – ou seja, não é de menor 
potencial ofensivo (Lei n. 9.099/95, art. 61), mas admite suspensão condicional do 
processo (idem, art. 89).
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 � 8. Crime de ação penal pública condicionada à representação, tanto na forma simples 
quanto na qualificada.
2.1.2. Perigo de Contágio de Moléstia Grave
Perigo de contágio de moléstia grave
Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contamina-
do, ato capaz de produzir o contágio:1-2-3-4
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.5
Obs.: � 1. O crime do artigo 131 não se confunde com o do artigo 130, o perigo de contá-
gio venéreo. No delito visto no artigo anterior, por meio de relação sexual ou qualquer 
ato libidinoso, o agente expõe a vítima à contaminação de doença sexualmente trans-
missível. A execução do delito se dá por relação sexual ou qualquer ato libidinoso. 
No crime do artigo 131, a lei fala em moléstia grave, enfermidade que provoque séria 
perturbação à saúde. A execução pode se dar de qualquer forma, desde que, é claro, 
capaz de transmitir a doença.
 � 2. O elemento subjetivo é o dolo direto (com o fim de transmitir). Portanto, não é admi-
tido o dolo eventual.
 � 3. A consumação independe da efetiva transmissão (crime formal). Caso a vítima seja 
contaminada, o agente será responsabilizado pelo mal causado – lesão corporal leve, 
grave, gravíssima, seguida de morte ou, até mesmo, por homicídio.
 � 4. É possível o concurso de crimes entre o perigo de moléstia grave e a epidemia (CP, 
art. 267), desde que a conduta dê causa à epidemia.
 � 5. Crime de médio potencial ofensivo, admite suspensão condicional do processo (Lei 
n. 9.099/95, art. 89).
2.1.3. Perigo para a Vida ou Saúde de Outrem
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:1-2-3
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.4-5
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da 
saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em 
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.6
Obs.: � 1. No artigo 132, o perigo não decorre de transmissão de enfermidades, como nos dois 
artigos anteriores, mas de qualquer conduta que coloque em risco a vida ou a saúde 
de alguém, desde que o fato não constitua crime mais grave – delito expressamente 
subsidiário, como se constata da leitura do preceitosecundário.
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 � 2. O perigo deve ser direto, direcionado a pessoas determinadas – se o perigo expu-
ser um número indeterminado de possíveis vítimas, o delito será de perigo comum 
(CP, arts. 250 a 259). Além disso, o perigo deve ser iminente. Não pode ser um perigo 
futuro, mas algo que ocorrerá em momento imediato seguinte.
 � 3. O elemento subjetivo é o dolo, direto ou eventual. O dispositivo não prevê a modali-
dade culposa.
 � 4. Crime de menor potencial ofensivo, compete ao Juizado Especial Criminal, sob o rito 
sumaríssimo, o processo e julgamento. É compatível com os institutos de não aplica-
ção de pena da Lei n. 9.099/95 – a composição civil dos danos, a transação penal e a 
suspensão condicional do processo.
 � 5. Crime expressamente subsidiário, o delito deve ser reconhecido quando não for 
meio de execução para a prática de crime mais grave (ex.: homicídio).
 � 6. A pena é aumentada de um sexto a um terço o perigo decorre do transporte de pes-
soas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, desde 
que em desacordo com as normas legais – norma penal em branco, cujo complemen-
to pode ser extraído da Lei n. 9.503/97, o Código de Trânsito Brasileiro.
2.1.4. Abandono de Incapaz
Abandono de incapaz
Art. 133. Abandonar1-2 pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade3, 
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono4:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.5
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:6
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta a morte:7
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:8
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima;
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Obs.: � 1. Abandonar significa desamparar, deixar à própria sorte. Não precisa ser, necessa-
riamente, em local diverso do imóvel onde a vítima mora. Exemplo: deixar sozinho 
em casa alguém que, por qualquer motivo, não tenha capacidade de se defender dos 
riscos decorrentes do desamparo.
 � 2. É crime instantâneo, embora de efeitos permanentes. Portanto, a consumação não 
se prolonga no tempo, enquanto persistir a situação de abandono.
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 � 3. O abandono de incapaz é crime próprio. A redação do dispositivo exige a relação de 
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade entre o sujeito ativo e o sujeito passivo.
 � 4. O conceito de incapacidade não é aquele do artigo 4º do Código Civil. A vítima do 
delito é a pessoa que, em determinado contexto, depende de quem a tem sob cuida-
do, guarda, vigilância ou autoridade. Se desamparada, não tem como se defender, por 
conta própria, dos riscos decorrentes da situação de abandono. Exemplo: pessoa gra-
vemente enferma que demanda atenção constante, não sendo possível deixá-la sozi-
nha.
 � 5. Crime de médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do 
processo (Lei n. 9.099/95, art. 89).
 � 6. Forma qualificada do delito, também admite suspensão condicional do processo. 
Crime preterdoloso, a lesão corporal grave ou gravíssima deve decorrer de culpa (CP, 
art. 129, § 1º ou § 2º), embora o abandono seja doloso.
 � 7. Qualificadora do delito, deve ser reconhecida quando, por culpa, a vítima morrer, 
apesar de presente o dolo na conduta antecedente, no abandono. A pena não é com-
patível com institutos de não aplicação de pena.
 � 8. A pena do crime de abandono de incapaz é aumentada, de um terço, em três hipóte-
ses: (1ª) se o abandono ocorre em lugar ermo; (2ª) se o agente é ascendente, descen-
dente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; (3ª) se a vítima é maior de sessenta 
anos.
2.1.5. Exposição ou Abandono de Recém-Nascido
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134. Expor ou abandonar1-2-3 recém-nascido4, para ocultar desonra própria5:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.6
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:7
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:8
Pena – detenção, de dois a seis anos.
Obs.: � 1. O dispositivo traz dois verbos: expor, no sentido de deixar desprotegido, e abando-
nar, quando o recém-nascido fica desassistido.
 � 2. O crime é instantâneo de efeitos permanentes. Portanto, a consumação não se pro-
longa enquanto perdurar a exposição ou abandono.
 � 3. Crime de perigo concreto, a consumação ocorre no instante em que o recém-nasci-
do é submetido a efetivo risco.
 � 4. A qualidade de recém-nascido existe logo após o parto. Não há um limite temporal, 
devendo ser aferida a condição no caso concreto.
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 � 5. Elemento normativo do tipo, a ocultação de honra própria deve ser avaliada pelo 
magistrado ao decidir o caso concreto. Exemplo comumente trazido é o do recém-nas-
cido gerado a partir de relação extraconjugal.
 � 6. Crime de menor ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. Admite 
transação penal e suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/95, arts. 61, 74, 76 
e 89).
 � 7. Forma qualificada do delito, aplicável quando, por culpa (crime preterdoloso), o 
recém-nascido sofre lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (CP, art. 129, § 1º 
ou § 2º). A pena máxima de três anos afasta a competência do Juizado Especial Cri-
minal, mas permanece possível a suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/95, 
art. 89).
 � 8. Também forma qualificada do crime, presente na hipótese em que a vítima, por 
culpa (crime preterdoloso), morre. Não admite suspensão condicional do processo 
(crime de alto potencial ofensivo).
2.1.6. Omissão de Socorro
Omissão de socorro
Art. 135. Deixar de prestar assistência1, quando possível fazê-lo sem risco pessoal2, à 
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave 
e iminente perigo3; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública4:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.5
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de 
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.6
Obs.: � 1. Crime omissivo próprio, quando a conduta de deixar de fazer é descrita no tipo penal. 
Não admite tentativa, afinal, não há meio-termo: se oferecido a assistência, a conduta 
é atípica; se, todavia, oferecida, consuma-se.
 � 2. Pratica o crime quem, podendo prestar assistência, nada faz. Entretanto, não comete 
o crime quem se omite por existir risco pessoal – por exemplo, deixar de prestar assis-
tência em região perigosa.
 � 3. O dispositivo estabelece quem pode ser sujeito passivo do delito: (a) criança aban-
donada ou extraviada; (b) pessoainválida e ao desamparo; (c) pessoa ferida e ao 
desamparo; (d) pessoa em grave e iminente perigo.
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OMISSÃO DE SOCORRO – SUJEITO PASSIVO
 Criança abandonada: é a pessoa com menos de doze anos de idade deixada, 
intencionalmente, ao desamparo. A pessoa que a abandonou pode ser responsabilizada 
por abandono de incapaz (CP, art. 133).
 Criança extraviada: é a pessoa com menos de doze anos perdida, que não sabe 
como retornar ao local onde estaria segura.
 Pessoa inválida e ao desamparo: o inválido é aquele que precisa de assistência nas 
atividades ordinárias do cotidiano. A invalidez, por si só, não é suficiente para que fique 
caracterizado o delito. A pessoa inválida deve estar desamparada, sem ter quem a assista 
em situação em que o auxílio é imprescindível para afastar o perigo.
 Pessoa ferida e ao desamparo: é aquela que sofreu lesão corporal que a impossibilita 
de se afastar da situação de perigo por conta própria, sem assistência.
 Pessoa em grave e iminente perigo: a pessoa não precisa ser inválida ou estar 
ferida. Basta que esteja em situação de perigo grave (ex.: alguém em afogamento).
Obs.: � 4. Quem não pode prestar assistência deve, ao menos, pedir socorro da autorida-
de pública (ex.: ligar para a polícia), sob pena de responder pelo crime de omissão 
de socorro.
 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, 
cujo processo deve correr pelo rito sumaríssimo (Lei n. 9099/95, art. 61, e CPP, art. 394, 
§ 1º, III). É compatível com os institutos de não aplicação de pena da transação penal 
e da suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/95, arts. 74, 76 e 89).
 � 6. O parágrafo único descreve duas causas de aumento de pena: (a) se a vítima sofrer 
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (CP, art. 129, § 1º ou § 2º), a pena deve 
ser aumentada de metade; (b) se morrer, a pena é triplicada.
2.1.7. Condicionamento de Atendimento Médico-Hospitalar Emergencial
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial
Art. 135-A. Exigir1 cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o 
preenchimento prévio de formulários administrativos2, como condição para o atendimento mé-
dico-hospitalar emergencial:3
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.4
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta 
lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.5
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Obs.: � 1. Quando o Código Penal fala em exigir, significa que a vítima não tem opção. Caso 
não se submeta ao que o criminoso quer, algum mal grave será por ela suportado. No 
crime do artigo 135, não atender a exigência tem por consequência o não atendimento 
médico a alguém que necessita de atendimento médico emergencial.
 � 2. O sujeito ativo é o funcionário de hospital particular ou médico que exige, como 
garantia de que os gastos com o atendimento serão pagos, cheque-caução, nota pro-
missória ou qualquer garantia equivalente, bem como o preenchimento de formulário 
administrativo.
CHEQUE-CAUÇÃO
É o cheque entregue em garantia de pagamento de uma dívida – 
caso o crédito não seja honrado, basta que o portador do título 
efetue o saque.
NOTA 
PROMISSÓRIA
Também título de crédito, tem a mesma função do cheque-caução: 
garantir o adimplemento de dívida em hipótese de não pagamento.
QUALQUER 
GARANTIA
De forma genérica, o dispositivo fala em qualquer garantia, dando 
azo à interpretação analógica.
FORMULÁRIO 
ADMINISTRATIVO
Pode ser qualquer documento exigido pelo hospital que demande o 
fornecimento de dados como condição de atendimento.
Obs.: � 3. Crime formal, consuma-se com a exigência da garantia ou do preenchimento do for-
mulário, independentemente da produção de resultado naturalístico. Por ser crime de 
perigo concreto, demanda a comprovação da situação de risco.
 � 4. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. 
É compatível com os institutos de não aplicação de pena da Lei n 9.099/95, arts. 74, 
76 e 89.
 � 5. O parágrafo único traz duas causas de aumento de pena: (a) se a vítima, em decor-
rência da conduta, sofrer lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (CP, art. 129, 
§ 1º ou § 2º), a pena deve ser aumentada até o dobro; (b) se morrer, até o triplo. Note 
que o dispositivo fala em até o dobro ou triplo, dando margem à variação. Como não 
foi estabelecida a fração mínima, devemos considerar a menor existente em nosso 
Código Penal: um sexto.
3.1.8. Maus-Tratos
Maus-tratos
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde1 de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigi-
lância2, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia3, quer privando-a de alimentação 
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abu-
sando de meios de correção ou disciplina4:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.5
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:6
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º Se resulta a morte:7
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(catorze) anos.8
Obs.: � 1. O verbo nuclear é expor, no sentido de deixar desprotegido, sem barreiras que impe-
çam o perigo. A situação de perigo deve ser comprovada (perigo concreto).
 � 2. Crime próprio, o dispositivo exige relação de autoridade, guarda ou vigilância entre o 
sujeito ativo e o sujeito passivo.
AUTORIDADE GUARDA VIGILÂNCIA
Decorre de relação de 
poder de uma pessoa 
sobre outra, presente 
nas relações de direito 
privado ou público.
É a relação duradoura 
de vigilância de uma 
pessoa que necessita 
dos cuidados de outra.
É a relação entre uma 
pessoa que precisa de 
assistência e outra que 
a oferece, mas sem o 
rigor da guarda.
Obs.: � 3. A autoridade, guarda ou vigilância deve decorrer de uma das finalidades descritas no 
dispositivo: (a) educação; (b) ensino; (c) tratamento; (d) custódia.
EDUCAÇÃO ENSINO TRATAMENTO CUSTÓDIA
Diz respeito ao 
processo de 
formação do 
indivíduo. Não se 
confunde com o 
ensino, que consiste 
na transmissão 
de conhecimento. 
Exemplo: curador e 
interdito.
Como mencionado, 
é o processo de 
transmissão de 
conhecimento. Ex.: 
professor e aluno.
É o meio para pelo 
qual se busca a cura 
de enfermidade, 
física ou mental. 
É o que se verifica 
na relação entre 
médico e paciente.
É a relação de 
cuidado entre uma 
pessoa legalmente 
impedida de 
locomover-se e 
quem tem o dever 
de preservá-la. Ex.: 
o policial penal e o 
preso.
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Obs.: � 4. Crime de forma vinculada, o dispositivo estabelece a forma como deve se dar a exe-
cução: (a) pela privação de alimentos ou cuidados indispensáveis; (b) pela sujeição a 
trabalho excessivo ou inadequado; (c) pelo abuso dos meios de correção ou disciplina.
MAUS TRATOS – MODOS DE EXECUÇÃO
 Privação de alimentos: consiste em não fornecer alimentação, o que pode ocorrer 
de forma relativa ou absoluta – se relativa, deve ser demonstrado o efetivo risco (perigo 
concreto).
 Cuidados indispensáveis: além da alimentação, as pessoas demandam adequado 
vestuário, tratamento médico e demais cuidados essenciais à preservação da saúde e da 
vida. A execução se dá pela omissão no oferecimento desses cuidados.
 Trabalho excessivo: é o volume de trabalho demasiado a ponto de pôr em risco 
a saúde ou a vida. Não há um conceito objetivo, cabendo ao juiz a análise concreta em 
cada caso.
 Trabalho inadequado: é o trabalho impróprio para determinada pessoa, capaz de 
colocar em perigo concreto sua vida ou saúde.
 Abuso dos meios de correção ou disciplina: a correção é utilizada como sanção; 
a disciplina tem caráter preventivo. Importante destacar que, desde a entrada em vigor 
da Lei n. 13.010/14 (Lei da Palmada ou Lei Menino Bernardo), passou a ser direito da 
criança e do adolescente a educação sem o uso de castigo físico (ECA, art. 18-A).
Obs.: � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Crimi-
nal. São admitidos os institutos de não aplicação de pena da Lei n. 9.099/95 (arts. 
74, 76 e 89).
 � 6. Forma qualificada do delito, deve ser reconhecida quando, por culpa, a vítima sofre 
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (CP, art. 129, § 1º ou § 2º). A pena mínima 
de um ano faz com que seja possível a suspensão condicional do processo (crime de 
médio potencial ofensivo).
 � 7. Forma qualificada do crime, aplicável quando a vítima morrer (crime preterdoloso). 
A pena de quatro a doze anos inviabiliza a incidência de institutos da composição civil 
dos danos, da transação, da suspensão condicional do processo ou do acordo de não 
persecução penal (Lei n. 9.099/95, arts. 74, 76 e 89 e CPP, art. 28-A).
 � 8. Causa de aumento de pena, o parágrafo único faz com que a pena seja aumentada 
de um terço se o crime for praticado contra pessoa menor de catorze anos.
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2.2. Crime de rixA
CAPÍTULO IV
DA RIXA
2.2.1. Rixa
Rixa
Art. 137. Participar de rixa1-2-3, salvo para separar os contendores4:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.5
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato 
da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.6
Obs.: � 1. A rixa é o confronto desorganizado, em que não se consegue identificar lados opos-
tos. Os envolvidos são, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo. Difere, por 
exemplo, de briga entre duas torcidas rivais, quando fica caracterizado o denominado 
crime de multidão, onde, apesar da multiplicidade de envolvidos, é facilmente identifi-
cável a posição no confronto de cada um dos envolvidos.
 � 2. Embora a lei não estabeleça um número mínimo de envolvidos, não é possível a 
rixa com menos de três indivíduos, afinal, se houver apenas dois, podemos identificar 
quem agride quem. Portanto, o artigo 137 do CP é crime plurissubjetivo, que depende 
da presença demais de uma pessoa para que fique caracterizado.
 � 3. A rixa se consuma no instante em que tem início as agressões. A tentativa é possível 
quando existir premeditação (rixa preordenada).
 � 4. Não pratica o delito quem se envolve no confronto com o objetivo de separar os 
envolvidos.
 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. 
Todos os institutos de não aplicação de pena da Lei n. 9.099/95 são compatíveis com 
o delito.
 � 6. Forma qualificada da rixa, deve ser aplicado o disposto no parágrafo único quando 
o confronto resulte em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima ou a morte de 
alguém. Dispositivo de constitucionalidade questionável, pois atribui resultado agra-
vador a todos os envolvidos na rixa, em aparente hipótese de responsabilidade penal 
objetiva.
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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2.3. Crimes ContrA A HonrA
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
OBJETIVA
Diz respeito à forma como o 
indivíduo é visto pela sociedade. É o 
bem jurídico atingido pela calúnia e 
pela difamação.
HONRA SUBJETIVA
É a percepção que o indivíduo tem 
sobre ele próprio. É o bem jurídico 
atingido pela injúria.
A calúnia e a difamação envolvem 
fato. Na calúnia, o fato deve 
ser, necessariamente, falso. Na 
difamação, não importa a veracidade 
para que fique caracterizado o crime. 
Não é dado a ninguém o direito de 
falar da vida alheia. Exceção: quando 
o ofendido for funcionário público 
e a ofensa é relativa ao exercício de 
suas funções.
FATO
É o evento certo, em 
determinado espaço 
temporal. Perguntas 
como quando e onde 
podem ser respondidas.
A injúria não envolve fato. É mera 
ofensa. Pouco importa que a ofensa 
decorra de fato verdadeiro (ex.: 
chamar de corno quem sofreu traição 
conjugal).
Na calúnia, como tese de defesa, 
quem fez a acusação pode afastar 
a tipicidade ao provar que não 
mentiu, que o fato é verdadeiro. 
Na difamação, em regra, não 
importa a veracidade dos fatos, 
exceto na hipótese anteriormente 
mencionada, quando o fato envolve 
funcionário público.
EXCEÇÃO
DA VERDADE
Não é possível, em hipótese 
alguma, exceção da verdade. Como 
dito anteriormente, ainda que a 
ofensa decorra de fato verdadeiro, 
quem a proferiu deve ser punido 
criminalmente pela injúria. Não é 
dado a ninguém o direito de xingar 
outra pessoa.
2.3.1. Calúnia
Calúnia
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 1-2-3-4
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.5-6
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.7
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.8
Exceção da verdade
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:9
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível.
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Obs.: � 1. A calúnia tem por conduta a falsa imputação a alguém de fato definidocomo crime. 
Portanto, o sujeito ativo sabe que está mentindo em relação ao fato, quando inventa 
crime que não existiu, ou à autoria, se o crime existiu, mas o acusado não teve envol-
vimento. Não ocorre o delito quando quem acusa não sabe que está mentindo – caso 
contrário, ninguém teria coragem de registrar ocorrência policial, pois eventual senten-
ça absolutória faria com que ficasse caracterizada a calúnia.
 � 2. Se o agente leva a falsa imputação à autoridade pública, dando causa à instauração 
de inquérito policial ou de alguns outros procedimentos (veja o art. 339 do CP), o crime 
será o de denunciação caluniosa, e não o de calúnia.
 � 3. A falsa imputação deve consistir em prática de crime (ou delito). Se a acusação con-
figurar contravenção penal, o crime será o de difamação (CP, art. 139).
INFRAÇÃO PENAL
(Gênero)
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples 
ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
CRIME
(Espécie)
É sinônimo de delito. A definição pode ser 
extraída da primeira parte do artigo 1º da 
Lei de Introdução ao Código Penal (DL n. 
3.914/41), acima transcrito.
CONTRAVENÇÃO PENAL
(Espécie)
Ao lado do crime, é espécie de infração 
penal. A definição está na segunda parte 
do dispositivo acima transcrito. Não se 
confunde com os crimes de menor potencial 
ofensivo, delitos cuja pena máxima não 
excede dois anos (Lei n. 9.099/95, art. 61).
Quando a lei fala em infração penal, devemos considerar crimes (ou delitos) e contravenções. 
Exemplo: no crime de lavagem de dinheiro, a artigo 1º da Lei n. 9.613/98 usa a expressão 
infração penal, o que nos faz concluir pela possibilidade de lavagem de dinheiro de crimes 
e de contravenções. No artigo 138 do CP, no entanto, o texto legal menciona apenas 
crime, não sendo possível a ampliação a contravenções penais, afinal, é vedada a analogia 
in malam partem.
Obs.: � 4. Por ter por bem jurídico tutelado a honra objetiva, a calúnia se consuma no instan-
te em que terceiro toma ciência da falsa imputação. A tentativa é possível quando o 
crime é praticado por meio escrito. Exemplo: enviado um e-mail com a falsa imputa-
ção, o servidor de destino bloqueia a mensagem, que não alcança seus destinatários.
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 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, 
desde que não esteja presente causa de aumento de pena do artigo 141 do CP, quando 
a pena passa a ser potencialmente superior a dois anos (Lei n. 9.099/95, art. 89).
 � 6. Em regra, crime de ação penal privada.
 � 7. Também é punido pelo crime de calúnia quem, sabendo ser falsa a imputação (dolo 
direto), a propala, transmitindo-a verbalmente, ou a divulga, quando a repassa por 
outros meios (ex.: por gestos). Como se constata da leitura do dispositivo, não é com-
patível com o dolo eventual.
 � 8. A calúnia é o único crime contra a honra que pode ser praticado em relação a pes-
soas mortas.
 � 9. A exceção da verdade é a possibilidade dada ao querelado de provar que a imputa-
ção por ele feita é verdadeira. Ou seja, que o querelante praticou, de fato, um crime. Na 
calúnia, a exceção da verdade é regra, afastada somente nas hipóteses descritas no § 
3º do artigo 138 do CP.
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível;
Nos crimes de ação penal privada, a lei confere à vítima o direito de decidir por dar ou 
não início à persecução penal. Sabendo disso, imagine a seguinte situação: João foi vítima 
de crime de ação penal privada, mas decidiu não oferecer queixa-crime contra o ofensor, 
Ricardo. Antônio, ao tomar ciência do ocorrido, divulgou o fato criminoso praticado por 
Ricardo contra João. Ricardo, então, ajuizou queixa-crime contra Antônio. No exemplo, 
pode Antônio se defender por meio de exceção da verdade? Não, afinal, isso forçaria a 
apuração dos fatos, algo rejeitado por João, a vítima, quem detém legitimidade para dar 
início à ação penal contra Ricardo. Pensar de forma diversa resultaria em desrespeito à 
decisão do ofendido.
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
Não é admitida exceção da verdade quando o fato for imputado contra o Presidente da 
República ou contra chefe de governo estrangeiro. Em relação ao Presidente, a exceção 
da verdade para provar crime por ele praticado violaria o disposto na Constituição Federal, 
que atribui ao STF o processo e julgamento após admissão da acusação por dois terços 
da Câmara dos Deputados (CF, art. 102, I, “b”, e 86, caput). Quanto ao chefe de governo 
estrangeiro, a exceção da verdade iria de encontro às imunidades diplomáticas.
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível.
Seja o crime de ação penal pública ou privada – embora o dispositivo mencione apenas a 
pública -, aceitar a exceção da verdade quando existente sentença absolutória faria com 
que os fatos voltassem a ser discutidos, em inegável afronta à coisa julgada.
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Crimes contra a Pessoa – Parte II
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2.3.2. Difamação
Difamação
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:1-2
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.3
Exceção da verdade
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.4
Obs.: � 1. Na difamação, também há atribuição de fato, como ocorre na calúnia (CP, art. 138), 
mas é irrelevante a veracidade do relato – exceto na hipótese do parágrafo único. Ade-
mais, o fato não pode caracterizar crime, quando o delito será o do artigo 138 do CP. No 
entanto, se a acusação consistir em contravenção penal, o agente deverá ser respon-
sabilizado pela difamação, afinal, é inegável o teor ofensivo do fato imputado.
 � 2. Como tem por bem jurídico tutelado a honra objetiva, a consumação da difamação 
ocorre no instante em que terceiro toma ciência do fato ofensivo. A tentativa é possível 
quando executado o delito por meio escrito (ex.: carta, e-mail etc.).
 � 3. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, 
devendo ser processado sob o rito sumaríssimo. É compatível com os institutos de 
não imposição de pena da Lei n. 9.099/95 – composição civil dos danos, transação 
penal e suspensão condicional do processo. Em regra, crime de ação penal privada.
 � 4. Em regra, a difamação não admite exceção da verdade. É irrelevante discutir sobre a 
veracidade do fato ofensivo à reputação imputado. Contudo, há uma exceção: quando 
o fato for atribuído a funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício de suas 
funções, hipótese em que há interesse público em apurar a veracidade do relato. Exem-
plo: afirmar que o funcionário público utiliza veículo pertencente à administração públi-
ca, em horário de expediente, para seus encontros amorosos em motéis.
2.3.3. Injúria
Injúria
Art. 140. Injuriar alguém,ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:1-2
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.3
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:4
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes:5
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Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, 
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:6
Pena – reclusão de um a três anos e multa.
Obs.: � 1. Na injúria, não há fato, mas ofensa à dignidade ou ao decoro. Por essa razão, não é 
admitida, em hipótese alguma, exceção da verdade, ainda que a ofensa decorra de fato 
verdadeiro. Entenda:
 � a) Se digo que alguém é ladrão, não atribuo fato.
 � b) Para explicar o porquê afirmei que alguém é ladrão, tenho, necessariamente, de 
fazer incursão em algum fato. Exemplo: afirmei que fulano é ladrão porque, no dia 21 de 
março, ele praticou um roubo na lotérica do bairro.
 � c) Portanto, veja que o termo ofensivo ladrão não comporta questionamentos que 
podem ser feitos em relação ao fato (quando, como, onde).
 � 2. Por atentar contra a honra subjetiva, a injúria se consuma no instante em que a 
vítima toma ciência da ofensa. A tentativa é possível quando praticado o delito por 
escrito (carta, e-mail etc.).
INJÚRIA IMEDIATA INJÚRIA MEDIATA
A ofensa é proferida na presença da 
vítima. No crime de desacato (CP, art. 
331), a ofensa deve se dar na presença do 
funcionário público.
A vítima não está presente quando a 
ofensa é proferida, mas toma ciência do 
ocorrido por intermédio de terceiro. Fica 
caracterizado o delito de injúria.
Obs.: � 3. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, 
compatível com a composição civil dos danos, a transação penal e a suspensão con-
dicional do processo (Lei n. 9.099/95, arts. 61, 74, 76 e 89). Em regra, crime de ação 
penal privada.
 � 4. O § 1º descreve duas hipóteses de perdão judicial, quando a punibilidade será decla-
rada extinta (CP, art. 107, IX): (1ª) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria; (2ª) no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
INJÚRIA APÓS PROVOCAÇÃO RETORSÃO IMEDIATA
O legislador decidiu não punir a injúria 
decorrente de provocação reprovável por 
parte da vítima. Note que o dispositivo 
fala em diretamente, o que faz com que 
se conclua que a provocação deve ser na 
presença de quem profere a ofensa.
A retorsão imediata é a injúria respondida 
com outra injúria. O perdão judicial alcança 
apenas quem se defende, e não quem 
primeiro ofendeu.
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Crimes contra a Pessoa – Parte II
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Obs.: � 5. É possível a prática do crime de injúria pelo emprego de violência ou vias de fato 
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes, humilhan-
tes. Basta imaginar o exemplo em que, com o objetivo de ridicularizar a vítima, e não 
de lesioná-la, o agente desfere leve tapa em seu rosto. A injúria real, expressão adota-
da em referência ao § 2º, consiste em forma qualificada do delito, punida com pena 
máxima de um ano. Portanto, o delito permanece de menor potencial ofensivo, de 
competência do Juizado Especial Criminal (Lei n. 9.099/95, art. 61). Além da pena 
pelo crime de injúria, o agente também responde pela pena correspondente à violência 
(lesão corporal, homicídio etc.).
 � 6. Forma qualificada do delito, faz da injúria crime de médio potencial ofensivo – a 
competência deixa de ser do Juizado Especial Criminal, mas admite suspensão condi-
cional do processo (Lei n. 9.099/95, arts. 61 e 89). O dispositivo é aplicável quando a 
injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem 
ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
INJÚRIA RACIAL (CP, ART. 140, § 3º) RACISMO (LEI N. 7.716/89)
Forma qualificada do crime de injúria, 
deve ser reconhecida quando a ofensa 
tem por elemento formador característica 
relacionada a raça ou cor. Foi o que 
aconteceu com o jogador de futebol Aranha, 
em 2014, quando torcedores do time rival 
o chamaram de macaco. A ofensa deve ser 
dirigida a pessoa ou pessoas determinadas, 
o que não acontece no crime de racismo.
No crime de racismo, não se trata de 
mera ofensa, mas de negativa de acesso 
a determinado direito ou oportunidade 
em razão de raça, cor, etnia, religião ou 
procedência nacional. Exemplo: recusar 
acesso a estabelecimento comercial, negando-
se a servir, atender ou receber o cliente por 
ser natural de um determinado país.
2.3.4. Disposições Comuns – Crimes contra a Honra
Disposições comuns
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos 
crimes é cometido:1
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da 
difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no 
caso de injúria.
§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena 
em dobro.2
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§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da 
rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.3
Obs.: � 1. O artigo 141 prevê causas de aumento aplicáveis a todos os crimes contra a honra – 
a calúnia, a difamação e a injúria. A pena é aumentada um terço, sem variação, quando 
presente hipótese listada no dispositivo.
Crime contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro.
Condutas criminosas praticadas contra o Chefe do Poder Executivo Federal ou contra 
chefe de governo estrangeiro transcendem a pessoa que ocupa o cargo. É a razão para o 
aumento de pena. Em relação ao Presidente da República, atenção ao disposto nos artigos 
1º, 2º e 26 da Lei n. 7.170/83, a Lei de Segurança Nacional, quando a imputação por crime 
do Código Penal deverá ser afastada, prevalecendo a norma especial.
Art. 1º. Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:
I – a integridade territorial e a soberania nacional;
II – o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;
III – a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
Art. 2º Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal 
Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Lei:
I – a motivação e os objetivos do agente;II – a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior.
Art. 26. Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara 
dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime 
ou fato ofensivo à reputação.
Pena – reclusão, de 1 a 4 anos.
Contra o funcionário público, em razão de suas funções.
A causa de aumento é aplicável somente quando houver relação de causalidade entre 
a ofensa e o exercício da função pública. Se relacionada à vida particular do ofendido, a 
pena não deve ser aumentada. A respeito do tema, atenção à Súmula 714 do STF, que 
trata sobre a ação penal quando praticado crime contra a honra de funcionário público: 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de 
servidor público em razão do exercício de suas funções.
Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, 
da difamação ou da injúria.
A pena é aumentada quando o crime contra a honra for praticado na presença de várias 
pessoas, ampliando o potencial lesivo da conduta. A pena também será aumentada 
quando utilizado meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Contra pessoa maior de sessenta anos ou portadora de deficiência, exceto no 
caso de injúria.
A pena é aumentada quando praticado crime contra a honra contra pessoa maior de 
sessenta anos (leia-se, a partir de sessenta) ou portadora de deficiência, salvo no caso de 
injúria. O porquê da ressalva: o artigo 140, § 3º, que qualifica o delito nessas duas situações.
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Obs.: � 2. A pena da calúnia, da difamação ou da injúria é aumentada em dobro quando prati-
cado o delito mediante paga (recebimento anterior à conduta) ou promessa de recom-
pensa (recebimento posterior). Em observância ao teor da redação do dispositivo, a 
causa de aumento é aplicável a quem pratica o delito, mas não a quem pagou ou pro-
meteu a recompensa.
 � 3. Essa nova causa de aumento foi adicionada ao Código Penal pela Lei n. 13.964/19, 
o Pacote Anticrime. Inicialmente, o dispositivo havia sido vetado pelo Presidente da 
República. No entanto, houve a derrubada do veto pelo Congresso Nacional. Atualmen-
te, o § 2º do artigo 141 do CP está em vigor, fazendo com que a pena seja aplicada em 
triplo quando o crime contra a honra for cometido ou divulgado em quais modalida-
des das redes sociais da rede mundial de computadores (ex.: Instagram, Twitter etc.). 
Essa majorante é modalidade especial daquela prevista no inciso III (meio que facilite 
a divulgação).
Exclusão do crime
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:1
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívo-
ca a intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação 
que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem 
lhe dá publicidade.2
Obs.: � 1. O dispositivo traz hipóteses de exclusão do delito na injúria e na difamação, não apli-
cáveis à calúnia. A decisão do legislador em trazer a exceção se deu, provavelmente, 
em razão do interesse público em apurar a prática de crimes.
A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
O inciso I busca assegurar a imunidade judiciária das partes em suas alegações em juízo. Na discussão de 
uma causa, é aceitável que, ao sustentar alguma tese, as partes imputem fato desonroso ou se ofendam 
mutuamente. Todavia, para que seja reconhecida a excludente da ilicitude, tem de existir relação de 
causalidade entre a ofensa e o exercício da defesa.
A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar
Não se pode tolher o direito de criticar produção literária, artística ou científica de forma desfavorável, desde 
que, é claro, não sirva como meio para quem busca injuriar ou difamar alguém. O dispositivo preserva a 
liberdade de expressão quando empregada de forma honesta.
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O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste 
no cumprimento de dever do ofício.
Em algumas atribuições, o funcionário público pode se ver obrigado, no exercício das funções, a difamar ou 
injuriar alguém. Basta imaginar o exemplo do oficial de justiça que, em sua certidão, relata que o destinatário 
de um mandado estava, no momento da diligência, embriagado, ou o membro do Ministério Público que, ao 
oferecer denúncia, afirma que o réu é ladrão. É obvio, a exclusão da ilicitude é aplicável somente quando a 
conduta for praticada no contexto do exercício da função pública.
Obs.: � 2. A excludente da ilicitude não se estende a terceiros. Portanto, responde pela difama-
ção ou injúria quem, ao tomar ciência da certidão do oficial de justiça (último exemplo), 
dá publicidade ao fato ou à ofensa.
Retratação
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difa-
mação, fica isento de pena.1
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, 
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.2
Obs.: � 1. Ocorre a retratação quando, antes da sentença, o agente admite estar equivocado a 
respeito do fato imputado ao querelante (vítima). Não é possível na injúria, afinal, não 
há como se retratar de mera ofensa, quando já atingida a honra subjetiva. Trata-se de 
causa de extinção da punibilidade, nos termos do artigo 107, VI, do CP.
RENÚNCIA RETRATAÇÃO
Ambas são causa de extinção da punibilidade (CP, art. 107, V e VI).
A renúncia é unilateral e 
extraprocessual. Antes de recebida 
a queixa-crime, o querelante pode 
renunciar, expressa ou tacitamente, 
ao direito de propor ação penal 
contra o sujeito ativo (querelado).
Na calúnia e na difamação, oferecida a queixa-
crime, mas antes de proferida sentença, o 
querelado pode se retratar do fato atribuído 
ao querelante. Nos crimes de competência 
originária dos tribunais, a retratação deve ser 
anterior ao acórdão.
Obs.: � 2. Se assim desejar o ofendido (querelante), a retratação deve se dar no mesmo meio 
utilizado para a prática do crime, quando cometido por meio de comunicação (jornal, 
televisão etc.).
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem 
se julga ofendido pode pedir explicações em juízo1-2-3. Aquele que se recusa a dá-las ou, a cri-
tério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa4.
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Obs.: � 1. É possível exigir, em juízo, que alguém explique declaração feita, caso exista dúvida 
sobre a ocorrência de crime contra a honra. O requerimento também é possível quando 
não se sabe ao certo quem foi a vítima. Exemplo: afirmar que uma determinada empre-
sa não tem sucesso porque há um sócio passando a mão nos lucros, mas sem definir 
a qual deles a imputação faz referência.
 � 2. O procedimento não é condição de procedibilidade para o oferecimento de queixa-
-crime pela prática de crime contra a honra. Portanto, é facultativo. Evidentemente, o 
requerimento deve ser feito antes do oferecimento da queixa-crime, afinal, não faria 
sentido sua propositura quando existe ação penal em trâmite para aferir o que, de fato, 
aconteceu.
 � 3. O juiz não julga as explicações. Não há tentativa de conciliação ou produção de 
provas, afinal, não se trata de ação penal pela prática de delito contra a honra, mas de 
simples pedido de explicação.
 � 4. O juiz não profere sentença de mérito ao final do procedimento, que tem por único 
objetivo oportunizar a manifestação do possível autor de crime contra a honra. No 
entanto, na hipótese de recusa em explicar, o dispositivo afirma que o requerido res-
ponde pela ofensa. Isso não significa, contudo, que haverá a condenação, se ajuizada 
queixa-crime.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo 
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso 
I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso 
II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.1
Obs.: � 1. Em regra, os crimes contra a honra são de ação penal privada. As exceções estão 
dispostas no artigo 145, caput e parágrafo único.
AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
REGRA
Ação penal privada na calúnia, na difamação e na injúria. Portanto, depende do 
oferecimento de queixa-crime, pela vítima ou por quem a represente (CPP, art. 30), para 
que tenha início a persecução penal contra o ofensor.
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AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
EXCEÇÕES
1. Ação penal pública incondicionada
Na injúria real, se da violência resulta lesão corporal (CP, art. 129). Se tiver por resultado 
apenas vias de fato (LCP, art. 21), a ação penal será privada.
2. Ação penal pública condicionada à representação
Na injúria qualificada do artigo 140, § 3º – se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora 
de deficiência.
Se praticado crime contra a honra contra do Presidente da República ou de chefe de 
governo estrangeiro, a ação penal será pública e dependerá de representação do Ministro 
da Justiça. O parágrafo único do artigo 145 fala em requisição (ordem, determinação), 
mas a expressão deve ser interpretada como representação, afinal, não existe relação 
de hierarquia entre o Ministro da Justiça (e Segurança Pública) e o Ministério Público.
3. Ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação
Hipótese sui generis, é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por 
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. É o 
teor da Súmula 714 do STF.
2.4. Crimes ContrA A liberdAde individuAl
2.4.1. Crimes contra a Liberdade Pessoal
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
CAPÍTULO VI
CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
CRIMES CONTRA 
A LIBERDADE 
PESSOAL
SEÇÃO II
CRIMES CONTRA A 
INVIOLABILIDADE 
DO DOMICÍLIO
SEÇÃO III
CRIMES CONTRA A 
INVIOLABILIDADE DE 
CORRESPONDÊNCIA
SEÇÃO IV
CRIMES CONTRA A 
INVIOLABILIDADE 
DOS SEGREDOS
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Constrangimento Ilegal
Constrangimento ilegal
Art. 146. Constranger1 alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe ha-
ver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência2, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda3-4:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.5
Aumento de pena
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, 
se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.6
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.7
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:8
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu repre-
sentante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.
Obs.: � 1. No artigo 146 do CP, o verbo constranger é utilizado no sentido de coagir, obrigar, 
forçar alguém a algo.
CONSTRANGER COMO VERBO NUCLEAR
Há delitos do Código Penal em que o constrangimento funciona como elemento 
constitutivo do tipo penal. Para tais hipóteses, o crime em estudo é afastado (art. 146), 
devendo o agente ser responsabilizado apenas pelo delito mais grave.
 Extorsão (CP, art. 158);
 Atentado contra a liberdade do trabalho (CP, art. 197);
 Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta (CP, 
art. 198);
 Atentado contra a liberdade de associação (CP, art. 199);
 Estupro (CP, art. 213);
 Assédio sexual (CP, art. 216-A).
Obs.: � 2. São meios de execução do delito: (a) a violência; (b) a grave ameaça; (c) qualquer 
meio que reduza a capacidade de resistência da vítima (violência imprópria).
VIOLÊNCIA
Própria: é o emprego de força física 
contra o corpo da vítima (vias de fato 
ou lesão corporal).
Imprópria: consiste em meio que 
inviabilize resistência da vítima. 
Exemplo: drogá-la.
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Obs.: � 3. O criminoso constrange a vítima: (a) a não fazer o que a lei permite (ex.: transitar 
em determinada via); (b) a fazer o que a lei não manda (ex.: membro de facção crimi-
nosa que exige dos moradores apresentação de identidade). O constrangimento ilegal 
afronta diretamente o artigo 5º, II, da CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
 � 4. Crime material, consuma-se quando a vítima faz ou deixa de fazer algo em virtu-
de da coação empregada pelo agente. A tentativa é possível: basta que a vítima não 
cumpra a imposição do criminoso.
 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. A 
pena deve ser aplicada caso não fique caracterizado crime mais grave (subsidiarieda-
de tácita).A multa é pena alternativa, não cumulativa (ou), exceto na hipótese do § 1º.
 � 6. Causa de aumento de pena aplicável para a execução do delito: (a) se reúnem mais 
de três pessoas; (b) há emprego de arma.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL – Aumento de Pena
Concurso de mais de três pessoas
A majorante é aplicável quando o crime for 
cometido por, no mínimo, quatro pessoas. 
O número coincide com aquele exigido, 
no passado, para a existência de uma 
quadrilha (CP, art. 288).
Emprego de arma
O dispositivo não especifica se a arma é 
de fogo ou branca, própria ou imprópria. 
Portanto, a causa de aumento de pena deve 
ser aplicável em todas as hipóteses, seja qual 
for a arma (faca, bastão, arma de fogo etc.).
A incidência da causa de aumento tem duas consequências:
1. A multa é aplicada cumulativamente à pena privativa de liberdade;
2. A pena privativa de liberdade é aplicada em dobro.
Obs.: � 7. O § 2º estabelece situação de concurso material obrigatório, quando o agente res-
ponderá tanto pelo constrangimento ilegal quanto pela lesão corporal (CP, art. 129).
 � 8. Há divergência quanto à natureza jurídica do § 3º. Uns entendem que a tipicidade é 
excluída. Outros, contudo, sustentam ser causa especial de exclusão da ilicitude. Em 
concursos públicos, as bancas não podem exigir uma ou outra como correta.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL – EXCLUSÃO DO CRIME
Intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida. A excludente 
envolve o clássico exemplo da testemunha de jeová que se recusa à transfusão de sangue, 
quando o médico, mesmo contra a vontade do paciente, realiza o procedimento para 
salvar-lhe a vida.
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL – EXCLUSÃO DO CRIME
Coação exercida para impedir suicídio. Naturalmente, não pratica o delito de 
constrangimento ilegal quem intervém para evitar que alguém tire a própria vida, ainda 
que o suicídio não seja crime – não confunda com o delito do artigo 122 do CP, que tipifica 
a participação em suicídio.
Ameaça
Ameaça
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal injusto e grave:1-2-3
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.4-5
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.6
Obs.: � 1. O delito consiste em atemorizar a vítima, fazendo-a acreditar que sofrerá mal injusto 
e grave. O mal injusto não precisa ser, necessariamente, ilícito. Basta que não exista 
um justo motivo para que a vítima o suporte. O mal prometido deve ser grave, capaz 
de provocar sérios danos. Evidentemente, deve ser algo verossímil, que o agente real-
mente possa cumprir.
 � 2. Crime de forma livre, admite qualquer meio de execução, inclusive gestos – por 
exemplo, simular arma de fogo com a mão, dando a entender que efetuará disparos 
contra a vítima.
 � 3. Crime formal, a consumação independe de efetiva intimidação. Basta que a vítima 
tome conhecimento. A tentativa é possível, desde que a ameaça não seja verbal.
 � 4. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. 
É compatível com os institutos de não aplicação de pena da Lei n. 9.099/95 (arts. 74, 
76 e 89).
 � 5. Delito de subsidiariedade tácita, a pena é aplicável quando a ameaça não for empre-
gada para a prática de crime mais grave (roubo, extorsão, estupro etc.).
 � 6. Crime de ação penal pública condicionada à representação, ainda que praticado 
contra mulher em contexto de violência doméstica e familiar (Lei n. 11.340/06). A 
Súmula 542 do STJ é aplicada apenas na hipótese de lesão corporal leve ou lesão cor-
poral culposa (CP, art. 129, caput e § 6º).
Perseguição
Perseguição1-2
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a in-
tegridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer 
forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.3-4
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Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.5
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:6
I – contra criança, adolescente ou idoso;
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 
121 deste Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.7
§ 3º Somente se procede mediante representação.8
Obs.: � 1. Artigo adicionado ao Código Penal por meio da Lei n. 14.132, em vigor desde o dia 
1º de abril de 2021. Por se tratar de novatio legis incriminadora, não retroage a fatos 
anteriores. A nova lei revogou a contravenção de molestamento (LCP, art. 65).
 � 2. A conduta é conhecida em inglês por stalking, expressão também popular em nosso 
país. O legislador optou por palavra do vernáculo.
 � 3. O crime consiste em perseguir alguém, de forma habitual (reiteradamente). Pode 
ser praticado por qualquer meio (forma livre), até mesmo pela internet. A perseguição 
deve se dar no contexto de, pelo menos, uma das seguintes condutas: (a) ameaçando 
a integridade física ou psicológica da vítima; (b) restringindo a capacidade de locomo-
ção da vítima; ou (c) invadindo ou perturbando, de qualquer forma, a esfera de liberda-
de ou privacidade da vítima.
 � 4. Por se tratar de crime habitual, cuja existência depende da reiteração da conduta, 
não admite tentativa.
 � 5. Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, 
salvo se presente causa de aumento de pena do § 1º.
 � 6. A pena do crime de perseguição é aumentada de metade quando: (a) praticado 
contra criança, adolescente ou idoso; (b) praticado contra mulher por razões da condi-
ção de sexo feminino, nos termos do artigo 121, § 2º-A, do CP, que trata do feminicídio; 
(c) mediante o concurso de duas ou mais pessoas; ou (d) com o emprego de arma 
(própria, imprópria, de fogo ou branca).
 � 7. O § 2º impõe o concurso material obrigatório de crimes quando houver emprego de 
violência (lesão corporal, homicídio etc.).
 � 8. Crime de ação penal pública condicionada à representação, ainda que praticado em 
situação de violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n. 11.340/06).
Sequestro e Cárcere Privado
Sequestro e cárcere privado
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: 1-2-3
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Crimes contra a Pessoa – Parte II
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Pena – reclusão, de um a três anos.4
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:5
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 
60 (sessenta) anos;
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura

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