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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
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SUMARIO 
Capítulo 01 – Introdução e evolução da energia--------------------------------------------------------------------------04 
 
Capítulo 02 - Conservação da energia---------------------------------------------------------------------------------------04 
 
Capítulo 03 - Aspectos históricos, econômicos e legais--------------------------------------------------------------05 
 
Capítulo 04 – Energia--------------------------------------------------------------------------------------------------------------05 
4.1 Conservação de Energia 
4.1.1 Perda 
4.1.2 Desperdício 
 
Capítulo 05 - Evolução das Cargas Elétricas-----------------------------------------------------------------------------06 
 
Capítulo 06 - Distúrbios que afetam a Qualidade de Energia.-------------------------------------------------------07 
 
Capítulo 07 - Condições ideais de operação de um sistema elétrico---------------------------------------------07 
7.1 Condições reais de operação 
 
Capítulo 08 - Critérios de avaliação da qualidade-----------------------------------------------------------------------08 
 
Capítulo 09 - Terminologia básica e definições--------------------------------------------------------------------------09 
9.1 Distúrbio eletromagnético: 
9.2 Interferência eletromagnética (IEM) 
9.3 Compatibilidade eletromagnética (CEM) 
9.4 Nível de emissão 
9.5 Nível de imunidade 
9.6 Nível de compatibilidade 
 
Capítulo 10 – DEFINIÇÕES-------------------------------------------------------------------------------------------------------10 
10.1Componente Fundamental 
10.2 Desequilíbrio ou Desbalanço de Tensão 
10.3 Distorção Harmônica 
10.4 Função Distribuição de Tensão 
10.5 Flutuação de Tensão 
10.6 Limites Adequados da Tensão Medida 
10.7 Limites Precários de Tensão Medida 
10.8 Ponto de Entrega ou de Acoplamento 
10.9 Tensão de Fornecimento 
10.10 Tensão Medida 
10.11 Tensão Medida Máxima e Mínima 
10.12 Tensão Nominal 
10.13 Variação de Tensão 
 
Capítulo 11 - Distúrbios da Rede Elétrica-----------------------------------------------------------------------------------11 
 
11.1 Cintilação ou Flicker: 
11.2 Cunha de Tensão ou Voltage Notch: 
11.3 Interferência Eletromagnética – EMI e EMC: 
11.4 Harmônicos e Interharmônicos: 
 
 
Capítulo 12 - Índices de Qualidade--------------------------------------------------------------------------------------------14 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
3 
 
 
 
Capítulo 13 - O Petróleo como Fonte Primária de Energia------------------------------------------------------------15 
13.1 Por que fazer conservação? 
 
Capítulo 14 - Os Programas de Conservação de Energia no Brasil------------------------------------------------19 
 
Capítulo 15 - PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica--------------------------20 
15.1 O que o PROCEL está fazendo 
15.1.1 Consumo dos eletrodomésticos 
15.1.2 Diagnóstico energético 
15.1.3 Programa de edificações 
15.1.4 Procel nas escolas 
15.1.5 Iluminação pública 
15.1.6 Divulgando o Procel 
15.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica 
 
Capítulo 16 - Programa Interno de Conservação de Energia---------------------------------------------------------22 
 
Capítulo 17 - Conservação de Energia Elétrica – Princípios e Oportunidades de Atuação----------------23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
4 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 01 
Introdução e evolução de energia 
 
A disponibilidade da energia elétrica representa um incremento na qualidade de vida das populações. Num 
primeiro momento em que se implanta um sistema de distribuição de energia elétrica, a população local 
imediatamente passa a constar com inúmeros benefícios, tanto do ponto de vista de maior conforto 
doméstico como de melhores possibilidades de emprego e produção. 
À medida que os benefícios da energia elétrica passam a fazer parte do dia-a-dia das pessoas, é natural 
que inicie-se um processo de discussão quanto à qualidade daquele produto. Numa análise inicial 
preocupa-se com a continuidade do serviço, já que fica evidente que qualquer interrupção do fornecimento 
implicará em transtornos de toda ordem. Não tão evidente, no entanto, é a questão da qualidade da 
energia elétrica como um produto comercial, mesmo que não ocorram interrupções. Isso normalmente só é 
percebido de forma um pouco difusa, através de falhas de funcionamento em alguns equipamentos. 
A questão da qualidade da energia elétrica aparece, portanto a partir do momento em que os consumidores 
constatam interrupções no fornecimento, mas à medida que tais consumidores tornam-se mais sofisticados 
sob o ponto de vista tecnológico, outros fatores começam a ser considerados. Esse trabalho descreve, com 
o título de apresentação, os principais aspectos da Conservação da Energia Elétrica, à luz da legislação 
atual. 
 
CAPÍTULO 02 
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA 
 
 
Quando exigimos das pessoas que moram em nossa casa que apaguem a luz ao sair de um aposento, não 
deixem a televisão ligada à noite enquanto dormem, fechem bem a torneira para que não fique pingando, ou 
ainda, abaixem a chama do gás quando a água ferveu, estamos demonstrando preocupação com o 
desperdício! Desperdício significa que algo útil foi jogado fora sem ter sido aproveitado - foi desperdiçado. 
 
A água da torneira que pinga vai embora pelo ralo e a gente nem percebe. E uma água nova entra na caixa 
d’água, em substituição àquela que foi desperdiçada! Agora pare e pense em quantas vezes você já ouviu 
alguém dizendo esta frase, bastante conhecida: 
“Nada se perde, tudo se transforma.” Essa frase é de Lavoisier, um famoso cientista francês do século 18. 
Podemos entender esta frase, por exemplo, quando colocamos água numa panela e a aquecemos, 
podemos ver que a água vai evaporando e o seu nível na panela vai diminuindo. Isso não significa que a 
água é perdida, mas que está se transformando em vapor d’água! 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
5 
 
 
E a água que escorre pelo ralo, também se transforma? Podemos pensar em termos de utilidade, isto é, a 
água que estava na caixa-d’água era útil, mas, depois que se foi pelo ralo, perdeu sua utilidade. Se 
quisermos utilizar novamente a água que se foi, teremos que pagar à companhia de água e esgoto, para 
que trate mais água e que esta seja enviada pelo encanamento até a nossa caixa-d’água! Ou seja, haverá 
um custo na reutilização da água que já foi utilizada. 
No nosso dia-a-dia, usamos muito a expressão “desperdício de energia”, que se refere ao desperdício dos 
vários tipos de energia, como, por exemplo: 
- Energia térmica: quando deixamos uma geladeira aberta, haverá um custo para que seu interior se esfrie 
novamente. 
- Energia elétrica: banhos de chuveiro elétrico demorados geram enorme consumo de eletricidade, que 
também terá um custo. 
- Energia química: carros mal regulados consomem mais do que o normal, aumentando assim o gasto de 
combustível. 
Todas essas transformações, cuja energia não pode ser reaproveitada, são chamadas de transformações. 
Ou seja, é impossível pegar o frio que sai da geladeira enquanto a porta está aberta e colocá-lo de volta 
dentro da geladeira. É impossível pegar a eletricidade que foi usada no chuveiro elétrico e colocá-la de volta 
no fio. É impossível usar o gás que saiu do escapamento de um automóvel, para encher novamente o 
tanque de gasolina! 
A maioria das transformações de energia são do tipo irreversível. Isso significa quea energia útil se 
transformou num outro tipo de energia e não pode ser reutilizada. Uma pequena parte das transformações 
são do tipo reversível, ou seja, a energia pode ser transformada em outra forma de energia e depois voltar a 
ser o que era. Um sistema que tem essa propriedade é chamado de sistema conservativo . 
 
CAPÍTULO 03 
ASPECTOS HISTÓRICOS, ECONÔMICOS E LEGAIS 
 
A conservação de energia tem sido um importante componente de política econômica, principalmente dos 
países ricos, marcadamente a partir da primeira crise de petróleo, em 1973. Desde então, as razões para se 
conservar energia vêm se modificando, incorporando novas motivações. Desde uma das formas de se 
precaver de oscilações bruscas do mercado internacional do petróleo, passando pelo combate ao 
desperdício, até chegar aos dias atuais, em que necessidade crescente de recursos para investimentos no 
setor energético e a preocupação com o meio ambiente fazem do tema uma constante nas discussões 
sobre desenvolvimento, qualidade de vida e competitividade das nações. 
Na verdade, a conservação de energia abrange todas essas razões. É uma atitude moderna, fundamental 
do ponto de vista estratégico, que diminui, a custos reduzidos, os impactos ambientais, estimula a pesquisa 
e o desenvolvimento tecnológicos, otimiza custos e gera uma mentalidade antidesperdício. Enfim, o uso 
racional de energia significa eficiência. 
Num mundo cada vez mais competitivo, com a demanda crescente de energia, mais do que nunca é precisa 
competência no uso da energia. 
 
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6 
 
 
CAPÍTULO 04 
ENERGIA 
Energia é um insumo fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Ao lado das matérias-primas 
e da mão-de-obra, ela permite a transformação dos materiais e a produção dos bens e serviços, que 
asseguram a subsistência e o conforto dos seres humanos. 
 
4.1 Conservação de Energia 
 
A conservação e a racionalização de energia objetivam: a obtenção de produtos e serviços, com a 
qualidade adequada, através da minimização das perdas e eliminação de desperdícios, bem como o 
desenvolvimento e implementação de tecnologias de menor intensidade energética. 
 
4.1.1 Perda 
 
– Não pode ser eliminada totalmente; 
– Depende da tecnologia adotada; 
– Não pode ser reduzida de imediato; 
– Sua redução depende de avaliação econômica. 
 
4.1.2 Desperdício 
 
– Pode ser eliminado totalmente; 
– Depende apenas do comportamento; 
– Pode ser combatido de imediato; 
– Sua redução não depende de avaliação econômica. 
 
 
CAPÍTULO 05 
EVOLUÇÃO DAS CARGAS ELÉTRICAS 
 
 
Até final da década de 70, vivíamos uma situação bastante diferente da atual no Brasil, no que diz respeito 
ao consumo de energia elétrica. Podíamos claramente generalizar três tipos de consumidores: o 
consumidor residencial (urbano e rural), o de comércio e/ou serviços e o consumidor industrial. Naquela 
época o consumidor residencial, por exemplo, possuía uma carga plenamente resistiva, salvo raras 
exceções. Numa residência típica daquela época, encontrava-se como cargas grandes os chuveiros 
elétricos a resistência, e os ferros de passar roupas à resistência elétrica. O número de equipamentos 
eletrônicos resumia-se, na maioria das residências, a um aparelho de TV. 
 Apesar da existência nas residências de uma carga indutiva-resistiva (o motor do refrigerador), a demanda 
por energia elétrica era consumida por uma carga considerada resistiva. Atualmente, vivemos uma 
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7 
 
 
realidade bastante diferente, onde podemos encontrar comumente consumidores (de diversas classes), 
também residenciais, com cargas comandadas eletronicamente, tais como fornos de microondas, 
computadores e periféricos, diversos aparelhos de TV e de áudio, em uma gama bastante vasta de 
eletrodomésticos. 
Tornou-se comum portanto a existência de cargas eletrônicas, que está cada dia mais presente em nossas 
vidas, lado-a-lado com as cargas elétricas, outrora comandadas sem o recurso da eletrônica. Um claro 
exemplo do emprego da eletrônica em uma área anteriormente dominada por cargas resistivas, são as 
lâmpadas fluorescentes econômicas, que hoje em dia estão substituindo 
gradualmente as lâmpadas incandescentes tradicionais, inclusive com apoio do governo, motivado pela 
recente crise energética. 
As cargas elétricas comandadas eletronicamente possuem uma característica intrínseca que é a não-
linearidade das mesmas, ou seja, não requerem a corrente elétrica constantemente, mas solicitam apenas 
picos de energia em determinados momentos. Dependendo da topologia do conversor eletrônico 
empregado, a corrente de entrada é disparada em determinado período ou ângulo da oscilação senoidal. 
Com isto, as cargas eletrônicas acabam por distorcer a forma de onda (tensão e corrente) que lhe é 
entregue e como conseqüência gerando uma "poluição" na rede de energia elétrica. Esta poluição é 
traduzida por diversos tipos de problemas ou distúrbios, os quais serão devidamente esclarecidos. 
É importante ressaltar que estas mesmas cargas eletro/eletrônicas, além de poluírem a rede elétrica, sofrem 
diretamente com a má qualidade desta energia. Não é difícil observarmos em instalações com um grande 
número de computadores ligados nos mesmos circuitos, alguns desses computadores com problemas de 
funcionamento, aparentemente sem maiores explicações. 
 
CAPÍTULO 06 
DISTÚRBIOS QUE AFETAM A QUALIDADE DE ENERGIA. 
 
Antes de analisar os distúrbios que afetam a qualidade da energia elétrica, vamos verificar quais seriam as 
condições ideais de operação de um sistema elétrico. Assim, na falta de critérios específicos para avaliar a 
qualidade de energia, podemos comparar as condições reais de operação com as características de um 
sistema ideal e, a partir daí, estabelecer uma escala quantitativa e classificatória para os desvios 
observados. 
 
 
 
CAPÍTULO 07 
CONDIÇÕES IDEAIS DE OPERAÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO 
 
Por razões que veremos em seguida, um sistema elétrico trifásico ideal deve satisfazer às seguintes 
condições de operação em regime permanente: 
 
1. Tensões e correntes alternadas, com formas senoidais; 
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2. Amplitudes constantes, nos valores nominais; 
3. Freqüência constante, no valor síncrono; 
4. Tensões trifásicas equilibradas; 
5. Fator de potência unitário nas cargas; 
6. Perdas nulas na transmissão e distribuição. 
 
Essas seis condições garantem que o sistema atenderá adequadamente a qualquer carga prevista para 
operar com corrente alternada na freqüência industrial. 
 
7.1 Condições reais de operação 
 
Em um sistema real é impossível satisfazer totalmente as condições ideais descritas anteriormente, pois a 
rede e os equipamentos elétricos estão sempre sujeitos a falhas ou perturbações que deterioram de alguma 
maneira as condições que seriam desejáveis para a operação. Quem determina o grau de confiabilidade 
com que essas condições podem ser atendidas depende, em grande parte, dos sistemas de monitoração e 
controle que estiverem disponíveis no sistema. 
Usando como referência as condições de operação do sistema ideal, podemos adotar como critério para 
avaliar a qualidade da energia elétrica o afastamento que o sistema real experimenta dessas condições 
ideais. Essa abordagem nos permite estabelecer índices que avaliam a deterioração das condições de 
operação, em função dos distúrbios que são impostos ao sistema. 
 
 
CAPÍTULO 08 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE 
 
Assim colocado, o critério de avaliação da qualidade da energia elétrica pode incluir a verificação das 
normas estabelecidas para qualificar e quantificar a deterioração imposta por um distúrbio. Podemos, por 
exemplo, considerar: 
 
a) a continuidade do fornecimento, quantificadaatravés da duração e da freqüência das interrupções 
(índices DEC e FEC) de fornecimento de energia; 
b) o nível de tensão adequado, obtido através do controle dos limites mínimos e máximos de tensão dos 
consumidores, bem como de índice que avalie a freqüência de violação dos mesmos limites para os 
consumidores conectados; 
c) a distorção da forma de onda através da avaliação da presença de frequências harmônicas e de inter-
harmônicas; 
d) a regulação da tensão em torno dos valores nominais, mesmo com cargas variáveis, quantificando a 
amplitude e freqüência das flutuações de tensão; 
e) a freqüência nominal da rede, que atualmente é estabelecida através do balanço de energia entre 
sistema produtor e consumidor; 
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9 
 
 
f) o fator de potência, cujo valor mínimo atual (0.92) é regulamentado através de legislação específica; 
g) o desequilíbrio entre fases, dado como valor percentual dos componentes de seqüência negativa e zero, 
medidos em relação à seqüência positiva. 
 
CAPÍTULO 09 
TERMINOLOGIA BÁSICA E DEFINIÇÕES 
 
No contexto de qualidade de energia é necessário conhecer alguns conceitos básicos extraídos das 
respectivas Normas, bem como de conceitos de Compatibilidade Eletromagnética: 
 
9.1 Distúrbio eletromagnético: 
 
é qualquer fenômeno eletromagnético que pode degradar o desempenho de um dispositivo, equipamento 
ou sistema, e afetar adversamente matéria viva ou inerte. 
 
9.2 Interferência eletromagnética (IEM) 
 
é a degradação do desempenho de um dispositivo, equipamento ou sistema causado por um distúrbio 
eletromagnético. 
 
9.3 Compatibilidade eletromagnética (CEM) 
 
é a capacidade de um equipamento ou sistema operar satisfatoriamente no seu ambiente eletromagnético 
sem impor distúrbios eletromagnéticos intoleráveis em nada nesse ambiente. 
 
9.4 Nível de emissão 
 
é o nível de um determinado distúrbio eletromagnético emitido por um dispositivo, equipamento ou sistema, 
medido de acordo com uma dada especificação. 
 
 
9.5 Nível de imunidade 
 
é o nível máximo de um dado distúrbio eletromagnético, incidente sob certas condições em um dado 
dispositivo, equipamento ou sistema sem que ocorra degradação de operação. 
 
9.6 Nível de compatibilidade 
 
é o nível de distúrbios eletromagnéticos que é usado como referência para a coordenação entre o nível de 
emissão e de imunidade dos equipamentos. 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
10 
 
 
Antes de aprofundarmos a análise sobre os distúrbios e as formas de avaliação, vamos apresentar a 
terminologia específica que será aplicada neste contexto. Os conceitos e definições, aqui apresentados por 
ordem alfabética, podem ser encontrados em documentos oficiais, como a coletânea “Distribuição de 
Energia Elétrica” editada pela Eletrobrás (1985) e na proposta elaborada pela a Comissão de Serviços 
Públicos de Energia (CSPE) [1], da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo que produziu o 
documento "Qualidade do Fornecimento de Energia Elétrica - Indicadores, Padrões e Penalidades" (Jul/97) 
para discussão. Importantes fontes de informação sobre os novos procedimentos de rede podem ser 
encontradas nos sites da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) - http://www.aneel.gov.br e do 
Operador Nacional do Sistema (ONS) - http://www.ons.org.br. 
 
CAPÍTULO 10 
DEFINIÇÕES 
 
10.1 Componente Fundamental 
 
é a componente senoidal, na freqüência nominal da rede, de um sinal de tensão ou corrente. 
 
10.2 Desequilíbrio ou Desbalanço de Tensão 
 
é o desvio, em sistemas trifásicos, nos módulos e/ou ângulos das tensões em relação à condição 
equilibrada que é caracterizada pela igualdade dos módulos e defasagem de 120°entre si. 
10.3 Distorção Harmônica 
 
é a distorção na forma do sinal de tensão ou corrente alternada causada por harmônicos, que são 
componentes senoidais, com freqüências iguais a múltiplos inteiros da freqüência do sistema. 
 
10.4 Função Distribuição de Tensão 
 
é uma função que apresenta a distribuição estatística de ocorrências de níveis de tensão, obtidas através 
de medição apropriada (constante de tempo < 90s), considerando intervalos de amplitude iguais a 1% da 
tensão nominal. Objetiva identificar a quantidade de ocorrências de níveis de tensão fora dos limites 
adequados ou fora dos limites precários. 
 
10.5 Flutuação de Tensão 
 
é uma série de variações regulares ou irregulares no valor eficaz ou na amplitude da tensão, que muitas 
vezes causa o efeito de cintilação (¨flicker¨), que é a impressão visual resultante das variações do fluxo 
luminoso das lâmpadas. 
 
10.6 Limites Adequados da Tensão Medida 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
11 
 
 
 
são os limites admissíveis de variação da tensão medida, para as condições permanentes de 
funcionamento do sistema. 
 
10.7 Limites Precários de Tensão Medida 
 
são os limites admissíveis de variação da tensão medida, para condições provisórias de funcionamento do 
sistema. 
 
10.8 Ponto de Entrega ou de Acoplamento 
 
é a fronteira entre as instalações da concessionária e as do consumidor. 
 
10.9 Tensão de Fornecimento 
 
é a tensão eficaz fixada pela concessionária, em contrato de fornecimento de energia elétrica. 
 
10.10 Tensão Medida 
 
é a média das tensões eficazes obtidas por medição, em um intervalo de tempo de 10 minutos, no ponto de 
entrega de um consumidor. 
 
10.11Tensão Medida Máxima e Mínima 
 
são, respectivamente, os valores máximo e mínimo de um conjunto de tensões eficazes medidas, obtidas 
seqüencialmente, em um período pré-determinado, segundo procedimento específico vigente. 
 
10.12 Tensão Nominal 
 
é a tensão eficaz fixada como base para um sistema de energia elétrica. 
10.13 Variação de Tensão 
 
é o aumento ou redução do valor eficaz ou da amplitude de tensão, durante um dado intervalo de tempo. 
 
CAPÍTULO 11 
DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA 
 
Diversos aspectos permitem a avaliação da qualidade do fornecimento de energia elétrica, entre eles 
podemos citar a continuidade do fornecimento, nível de tensão, oscilações de tensão, desequilíbrios, 
distorções harmônicas de tensão e interferência em sistemas de comunicações. Dentro dos distúrbios 
 CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS 
 
12 
 
 
referentes às oscilações de tensão, tem-se os distúrbios tipo impulso, oscilações transitórias, variações no 
valor eficaz (de curta ou longa duração), desequilíbrio de tensão e distorções na forma de onda. 
Estes distúrbios representam desvios em regime da forma de onda, em relação a onda teórica puramente 
senoidal. Na seqüência são apresentadas algumas definições clássicas dos distúrbios mais freqüentes. 
 
11.1 Cintilação ou Flicker: 
 
O fenômeno de cintilação luminosa, ou efeito flicker é basicamente constatado através da impressão visual 
resultante das variações do fluxo luminoso de lâmpadas, principalmente as do tipo incandescentes. Entre as 
causas do fenômeno são citadas cargas com ciclo variável, cuja freqüência de operação produz uma 
modulação da magnitude da tensão da rede na faixa de 0 a 30 Hz. 
Nessa faixa de freqüências, o olho humano é extremamente sensível às variações da emissão luminosa das 
lâmpadas, sendo que a máxima sensibilidade do olho é em torno de 10 Hz. 
 
Como a variação da potência elétrica associada ao fenômeno de cintilação é bastante baixa (da ordem de 
0,3% da potência nominal da lâmpada) pode-se suspeitar que o efeito de cintilação também possa ser 
provocado pela simples variação do conteúdo harmônico de uma carga do tipo não-linear. Nesse caso, o 
fenômeno ocorreria mesmo sendo a tensão fundamental constante. 
 
11.2 Cunha de Tensão ou Voltage Notch: 
 
Cunha de Tensão ou Notching representa o afundamento abrupto da tensão que ocorre em cada 
alternância,podendo ou não cair a zero ou mudar de sinal. É causada basicamente por conversores de 
energia trifásicos que proporcionam curto-circuito momentâneo entre fases, por exemplo, na comutação 
entre braços de um retificador de onda completa a diodos. 
 
 
 
Figura 3: Afundamento de tensão. 
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13 
 
 
 
 
 
Figura 4: Limites de tolerância das oscilações de tensão. 
11.3 Interferência Eletromagnética – EMI e EMC: 
 
A interferência eletromagnética é um fenômeno presente no ambiente (ar) e nos cabos existentes em uma 
instalação. Trata-se de um sinal (ruído) de alta freqüência que quando é irradiado através do meio (ar) é 
chamado de EMI e que quando propagado através dos cabos elétricos e de RF é chamado de EMC. 
Estes ruídos (EMI e EMC) são devidos também à circulação dos componentes harmônicos, gerados pelos 
conversores de potência chaveados que operam em alta freqüência, e que interferem na operação 
adequada de outros equipamentos conectados a mesma rede. 
Em centrais de telecomunicações este tipo de distúrbio é bastante preocupante, pois a alimentação da 
central de comutação e alguns equipamentos de transmissão (rádios, multiplex, modens, etc) é feita em 
corrente contínua (-48Vdc). Esta alimentação é proveniente de retificadores com bateria(s) operando em 
paralelo. Atualmente estes retificadores têm como topologia o chaveamento dos transistores de potência 
(MOSFETs, IGBTs, etc) em alta frequência (alguns kHz), que geram também EMI e EMC. 
Estes equipamentos devem possui uma blindagem eficaz contra estes fenômenos, pois caso os mesmos 
propaguem-se, seja pelo meio ar, seja pelo meio dos cabos elétricos, interferirá em outros equipamentos da 
central telefônica, gerando consequências indesejadas. Para homologação destes produtos no Brasil e 
habilitação dos mesmos para comercialização, se faz necessário diversos testes e ensaios em laboratórios 
capacitados, inclusive com câmara semi-anecóica e equipamentos e antenas capazes de varrer toda gama 
de freqüências. Para estes testes existem Normas Técnicas da antiga TELEBRÁS, sendo inclusive baseada 
na Norma Européia CISPRR. 
 
11.4 Harmônicos e Interharmônicos: 
 
Os interharmônicos (harmônicos não múltiplos de 60 Hz) costumam originar-se em cargas com formas de 
corrente não periódicas em 60 Hz (por exemplo, cicloconversores e fornos a arco). Os harmônicos são 
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originados por cargas eletrônicas que consomem correntes periódicas de 60 Hz não senoidais (por 
exemplo, um retificador trifásico de onda completa a diodos). 
As distorções harmônicas são um tipo específico de energia “suja” (poluída ou contaminada) que, 
diferentemente dos transientes de corrente e tensão, estão presentes de forma contínua, associadas ao 
crescente número de acionamentos estáticos (inversores de freqüência, variadores de velocidade, etc.), 
fontes chaveadas, e outros dispositivos eletrônicos de acionamento (lâmpadas eletrônicas, por 
exemplo). 
 
CAPÍTULO 12 
ÍNDICES DE QUALIDADE 
 
Após a privatização da maioria das concessionárias de energia elétrica, a ANEEL criou o conceito de 
consumidor livre, com direito de comprar energia de qualquer concessionária, e não apenas daquela cuja 
concessão cobre a área onde o consumidor está instalado. Entretanto, num primeiro momento os 
consumidores livres eram aqueles cujas demandas eram superiores a 10 MW. 
Desde 8 de julho de 2000, são livres todos aqueles consumidores de energia elétrica com demandas acima 
de 3 MW, e alimentados com tensão igual ou superior a 69 kV. Ainda são poucos os que exercem este 
direito. Existem apenas 2 casos no Brasil de consumidores que trocaram de concessionária: Volkswagen 
(Taubaté/SP) e Carbocloro (Cubatão/SP). Este número promete continuar pequeno devido ao imenso 
esforço que as concessionárias estão dispendendo para manter seus clientes. 
Ainda que por outras circunstâncias (oferta quase igual a demanda) não se possa esperar expressivas 
reduções de preços da energia por conta desta liberalização, é certo que o novo ambiente deve estimular 
inovações tecnológicas redutoras de custo, com grande destaque para a qualidade da energia. Muitas 
empresas já desejam acompanhar as curvas de tensão, de transientes e de correntes harmônicas no ponto 
de entrega de suas concessionárias. No ambiente de livre mercado, cresceu muito em importância a 
qualidade da energia entregue, e este acompanhamento. 
As quedas de tensão são de tipicamente 0,5 à 30 ciclos e as interrupções de normalmente 2 segundos à 5 
segundos. As interrupções são normalmente causadas por manutenção na linha. As quedas de tensão são 
normalmente causadas por falhas na alimentação ou pela partida de cargas muito grandes como motores. 
As falhas na alimentação são causadas tipicamente por alguma sobrecarga momentânea (por exemplo, 
algum curto-circuito na linha causado por um galho ou dois fios que se tocaram devido ao vento). 
As concessionárias utilizam dispositivos que tentam reconectar o circuito rapidamente. Durante este 
período, ocorre uma queda de tensão ou uma interrupção na alimentação. Alguns sistemas rearmam muito 
rapidamente (de 2 a 3 ciclos), enquanto outros levam muito mais tempo (de 20 ciclos até 5 segundos). Não 
é incomum que o sistema rearme e desarme várias vezes até a causa do curto-circuito ser sanada. Estas 
falhas na alimentação podem abranger uma área muito grande atingindo diversos circuitos de distribuiçao. 
Partida de motores ou cargas grandes faz com que aumente muito o esforço sobre o sistema. Impedâncias 
dimensionadas para o funcionamento em modo contínuo, são normalmente muito altas para estes casos, 
causando quedas de tensão. Infelizmente, devido a queda de tensão, o fator de potência dos motores 
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diminui muito diminuindo o torque de partida fazendo com que o período do arranque fique bem maior e, 
portanto, aumentando a gravidade da queda de tensão. 
O desempenho das concessionárias quanto à continuidade do serviço prestado de energia elétrica 
é medido pela ANEEL com base em indicadores específicos, denominados de DEC e FEC. O DEC 
(Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) indica o número de horas em média que 
um consumidor fica sem energia elétrica durante um período, geralmente mensal. Já o FEC (Freqüência 
Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) indica quantas vezes, em média, houve interrupção 
na unidade consumidora (residência, comércio, indústria etc). 
 
 
O DEC pode ser calculado por: 
 
 
onde: 
 
i = número de interrupções, de 1 a n 
T(i) = tempo de duração de cada interrupção do conjunto de consumidores considerados, em horas 
Ca(i) = número de consumidores do conjunto considerado, atingido nas interrupções 
Cs = número total de consumidores do conjunto considerado. 
 
O FEC pode ser calculado por: 
 
 
Os componentes da equação são os mesmos do cálculo da DEC. As metas de DEC e FEC a serem 
observadas pelas concessionárias estão definidas em Resolução específica da ANEEL. Essas metas 
também estão sendo publicadas mensalmente na conta de energia elétrica do consumidor. 
 
CAPÍTULO 13 
O PETRÓLEO COMO FONTE PRIMÁRIA DE ENERGIA 
 
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A civilização desenvolveu-se graças ao consumo de materiais e energia presentes na Terra. Antigamente, 
os seres humanos utilizavam animais, plantas, rios, vento etc. para gerar calor, luz e energia que servissem 
à iluminação, ao preparo de alimentos, à agricultura, ao transporte etc. Isso ocorria porque apenas a 
energia solar não era suficiente para servir a civilização da época. 
Na Era Moderna, James Watt aprimorou, revolucionariamente, o motor movido a vapor, contribuindosatisfatoriamente para que fosse utilizado na indústria. Com essa inovação, o ser humano adquiriu uma 
forma de energia muito mais potente que a do Sol. As linhas de produção foram mecanizadas e os meios de 
transporte foram motorizados com a energia do carvão mineral. 
No século XX, o petróleo substituiu o carvão mineral em vários setores, como energia química alternativa. 
Ambos os materiais provém de recursos subterrâneos. Entretanto, o petróleo, encontrado na natureza em 
estado líquido, é muito mais útil que o carvão mineral encontrado em estado sólido. Os automóveis foram 
desenvolvidos, os aviões inventados e, finalmente, apareceram as naves espaciais. A energia elétrica, que 
surgiu no século XIX, iluminou a noite em todo o mundo. 
Posteriormente, a eletricidade passou a ser utilizada amplamente como fonte de energia para vários tipos 
de aparelhos. Até a década de 1960, a energia elétrica era gerada, principalmente, em usinas hidrelétricas, 
que usam a força do fluxo dos rios; e termelétricas, que geram energia a partir da queima de carvão e 
petróleo. As principais usinas elétricas brasileiras são hidrelétricas, devido ao seu relevo privilegiado. Em 
geral, uma energia hidrelétrica, que em parte é derivada da energia solar que faz evaporar a água, 
ocasionando as chuvas que enchem nossos rios, tem seu potencial limitado. 
No Brasil, desde a década de 1970, vêm sendo utilizados carros movidos a álcool. O álcool é fabricado a 
partir da fermentação da cana de açúcar. A plantação de cana, como toda produção agrícola, é uma forma 
de captar a energia solar. Entretanto, apesar de ser uma forma de energia renovável, a utilização do álcool 
é limitada como fonte alternativa de combustível. 
As plantas realizam a fotossíntese, capturando o CO2 atmosférico para criar seu corpo físico, ou seja, sua 
biomassa, com o auxílio da energia solar. Há muito tempo, quando essa biomassa das plantas foi 
acumulada em bacias sedimentares e isolada do oxigênio atmosférico, formaram-se jazidas de carvão 
mineral. A partir do acúmulo de plânctons no fundo do mar, formaram-se jazidas de petróleo. Nesse sentido, 
a energia química presente no petróleo e no carvão mineral corresponde ao saldo da energia solar, 
“depositada” desde o longínquo passado. 
O petróleo e o carvão mineral, denominados combustíveis fósseis, são fontes de energia que se esgotarão. 
A civilização moderna vem gastando essa herança do passado como um “filho desnaturado”. Quando os 
combustíveis fósseis serão esgotados? Se a tendência de consumo energético se mantiver e a tecnologia 
de mineração for a mesma, o petróleo esgotar-se-á até 2060. 
Os Estados Unidos possuem a maior reserva mundial de petróleo, porém não consomem seu petróleo, 
importando-o de outros países, como a Arábia Saudita. Conseqüentemente, após o esgotamento das 
reservas petrolíferas dos outros países, o pouco petróleo restante no mundo 
será em grande parte dos norte-americanos. A produção nacional de petróleo do Brasil cobre cerca de 50% 
do consumo nacional. 
Cerca de 80% é produzido no Estado do Rio de Janeiro. O Brasil não é um país exportador de petróleo, 
mas um bom produtor. Entretanto, sob o ponto de vista geológico, prevê-se que, no território nacional, não 
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haja descoberta de grandes jazidas. Quando o petróleo do Oriente Médio esgotar, o do Brasil já haverá 
esgotado. De qualquer forma, o esgotamento do petróleo mundial ocorrerá num futuro próximo. Três fatores 
podem amenizar a escassez do petróleo: 
 
1) desenvolvimento de fontes alternativas da energia; 
2) inovação revolucionária na tecnologia de extração de petróleo; 
3) redução drástica do consumo. 
 
A invenção de uma forma de energia alternativa eficiente é algo extremamente difícil, portanto não há 
nenhuma previsão nesse sentido antes de 2060. A inovação da tecnologia de extração é algo tão difícil 
quanto à criação de uma forma de energia alternativa. 
Quando a perfuração do poço atinge o lençol petrolífero, ele jorra espontaneamente. Esse tipo de extração, 
conhecido como primeira recuperação, é de baixo custo, porém extraise apenas 5% da reserva total. Com o 
tempo, a pressão subterrânea diminui e o petróleo não jorra mais espontaneamente. Quando chega nesse 
estágio, é necessário perfurar um outro poço e injetar água sob alta pressão para extrair o restante da 
reserva. O custo desse método é mais alto, podendo-se extrair cerca de 30% da reserva total. 
A Bacia de Campos no Rio de Janeiro, a maior do Brasil, encontra-se atualmente nesse estágio. Mesmo 
assim, 2/3 desse petróleo permanecerão no subsolo como uma reserva irrecuperável. Se o ser humano 
conseguir desenvolver uma técnica que possibilite a extração desse tipo de reserva, o consumo de petróleo 
poderá ser prolongado por até mais cem anos. Essa tecnologia é denominada terceira recuperação. 
Existem, por exemplo, certas bactérias primitivas que podem sobreviver e proliferar dentro de jazidas, 
consumindo parte do petróleo e transformando-o em gás. Com o auxílio desse gás biológico, a pressão 
subterrânea do campo petrolífero pode ser reativada, possibilitando a extração do restante da reserva. 
Entretanto, atualmente, não há previsão para o funcionamento desse tipo de tecnologia. A última alternativa 
é a redução drástica do consumo do petróleo. Isso também é algo difícil. Simplesmente diminuindo o 
consumo, a civilização enfrentaria uma crise financeira e social. 
Nos últimos vinte anos, o consumo de gasolina pelos automóveis diminuiu 50%, porém, isso ainda não é o 
suficiente. É necessária, pelo menos, uma reforma fundamental no sistema de transportes e o uso 
econômico e eficiente do combustível. Obviamente, o carvão mineral não poderia substituir o petróleo 
devido ao seu alto custo e à poluição. O problema da energia não tem, assim, uma solução concreta. O 
tempo está se esgotando e o problema se agravando. A civilização enfrenta grandes dificuldades nesse 
sentido, porém esse fato parece não estar sendo bem considerado. 
As tecnologias que deveriam ter sido desenvolvidas até o final do século XX, tais como a do reator nuclear 
de plutônio, da usina espacial de energia solar e do reator de fusão nuclear de hidrogênio, estão longe de 
se tornarem utilizáveis. Se não houver, então, meios para se prolongar o uso do petróleo até a obtenção de 
uma forma de energia alternativa, a civilização correrá o risco de um desmoronamento. 
A situação da energia do futuro é realmente crítica. Desde o passado, a civilização desenvolveu-se 
consumindo muita energia, sem se importar com o desperdício. Neste século XXI, o ser humano terá de se 
tornar mais eficaz e mais econômico, consumindo menos e evitando desperdícios para que a utilização das 
formas de energia seja mais qualitativa que quantitativa. 
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13.1 Por que fazer conservação? 
 
A conservação de recursos naturais, quer seja de fontes de energia não renováveis, quer seja de água, 
torna-se imprescindível, pois: 
 
– essas fontes são limitadas, ou seja, um dia virão a acabar; 
– a medida que o custo dos combustíveis e água vai aumentando, elevando o preço dos outros bens de 
consumo e alimento; 
– é necessário preservar os recursos naturais para as novas gerações. 
A proteção do meio ambiente, nesta época de mudanças por vezes assustadoras, precisa ser encarada 
como prioridade, a fim de garantir a sobrevivência da humanidade. A geração, distribuição e o uso da 
energia, assim como todas as formas de atividade econômica e social, podem causar impactos negativos ao 
meio ambiente. 
O processamento da energia implica, necessariamente, na exploração de recursos naturais e emissão de 
rejeitos no meio ambiente.Os rejeitos das atividades industriais e agrícolas, despejados nos solos, nas 
águas e no ar, modificam a paisageme o clima, afetam os ecossistemas, a fauna e a flora. Quanto maior o 
nível de atividade econômica, maior tende a ser o uso da energia e maiores os impactos ambientais deste 
uso. 
A eficiência energética pode trazer muitos benefícios, pois: 
 
– aumenta a segurança no abastecimento de energia; 
– contribui para a eficiência econômica; 
– melhora a proteção ambiental; 
– diminui a energia necessária por unidade de produto econômico, aumentando a eficiência da economia e 
garantindo que a mesma produção possa ser obtida com menos energia e, portanto, com menor uso de 
recursos naturais e menores danos ambientais. 
 
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CAPÍTULO 14 
OS PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL 
 
No Brasil, durante muito tempo, a Conservação de Energia foi vista como uma necessidade “patriótica”: 
poupar energia significava poupar investimentos na expansão da oferta, na sua maioria feitos pelo Estado, 
permitindo o redirecionamento dos recursos poupados para áreas prioritárias como, por exemplo, a saúde, a 
educação e a habitação. Essa visão limitada da questão energética fez com que o esforço empreendido 
pela sociedade brasileira em busca de uma maior eficiência no uso da energia fosse pouco expressivo. 
A situação agora é outra. Apesar da instabilidade político-administrativa, a economia brasileira dá sinais de 
recuperação. As indústrias registram seus primeiros balanços positivos, os investidores estrangeiros 
procuram novamente oportunidades no país. Enfim, parece haver luz no fim do túnel. O momento é 
importante para refletir sobre a forma com que deve ser conduzido essa retomada, de modo a evitar a 
repetição dos erros cometidos no passado. 
É nesse contexto que se deve situar a conservação e o uso racional de energia. Os estudos realizados 
pelos organismos com atuação nessa área indicam que, com medidas de racionalização, pode-se reduzir 
em até 30 % o acréscimo da demanda de energia no Brasil sem qualquer prejuízo ao desenvolvimento 
nacional. Essa ação representa uma poupança de divisas da ordem de US$ 30 bilhões graças à redução 
dos investimentos na expansão da oferta. 
Para a implantação dessas medidas, serão necessários investimentos em máquinas, equipamentos e 
serviços, que representam um enorme mercado a ser explorado pela iniciativa privada. É aí exatamente que 
reside a grande oportunidade: o uso racional e a conservação de energia, além de seus benefícios diretos 
para o Estado e para os consumidores, colocam-se como opção importante para a realização de negócios 
nos setores produtores de bens de capital e nas empresas prestadoras de serviços das áreas de 
engenharia e arquitetura. 
Com essa perspectiva, abre-se novo espaço para a discussão das oportunidades de atuação nesse campo. 
A indústria nacional já tem acesso a praticamente todas as tecnologias poupadoras de energia disponíveis 
no mundo, assim como as empresas de serviços têm conhecimento dos mais sofisticados métodos de 
projeto e avaliação de instalações. Trata-se agora de viabilizar os instrumentos necessários à realização 
desses negócios e definir claramente o papel de cada um dos atores envolvidos. 
Dentre esses instrumentos, alguns merecem destaque especial, tais como a política tarifária e os 
mecanismos de financiamento. É necessário ter uma política realista e consistente dos preços de energia, 
permitindo que os investimentos realizados pelos consumidores, visando o aumento da eficiência no uso, 
possam ser amortizados em prazos condizentes com a realidade econômica. Quanto aos financiamentos, 
devem ser implementados sistemas que vinculem seu pagamento ao resultado efetivo dos projetos, os 
performance contracts, muito difundidos nos países mais desenvolvidos. 
Para que tudo isso se torne realidade, serão necessárias mais que boas intenções. Ao setor privado cabe 
um posicionamento mais agressivo sobre essas importantes questões. Ao Estado, não só ao Poder 
Executivo como igualmente ao Legislativo, cabe criar as condições para que a necessária reformulação do 
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setor energético venha a se concretizar nessa direção, garantindo que a retomada do desenvolvimento seja 
feita sem traumas e com a participação de toda a sociedade. 
CAPÍTULO 15 
 
PROCEL – PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
 
O PROCEL é uma iniciativa conjunta do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Indústria e do 
Comércio, que conta com o apoio da Eletrobras, das concessionárias de energia elétrica, de setores da 
indústria, do comércio, de centros de pesquisa, universidades, empresas de engenharia, etc. Seu principal 
objetivo é a racionalização do uso da energia elétrica, que começa com a eliminação dos desperdícios. 
 Para isso, desde 86, o PROCEL está desenvolvendo mais de 100 projetos em todas as frentes. A meta é 
alcançar, até o ano 2010, 88 bilhões de kWh em energia conservada, o correspondente a uma economia de 
US$ 25 bilhões. Desenvolvimento tecnológico implica pesquisa, desenvolvimento, e transferência de 
tecnologia para a melhoria da qualidade de vida. Segurança energética visa garantir energia na quantidade 
e no tempo necessários. 
Eficiência econômica significa produzir e distribuir os bens e serviços da economia com o melhor uso 
possível dos insumos necessários à produção e distribuição dos produtos. A energia é um dos insumos 
básicos das atividades econômicas, assim a eficiência econômica passa pela eficiência energética. 
 
15.1 O que o PROCEL está fazendo 
 
15.1.1 Consumo dos eletrodomésticos 
 
Programa que tem como objetivo tornar obrigatória a fixação de etiquetas, mostrando o consumo de 
eletricidade de cada aparelho. O conhecimento do consumo irá influenciar o público na hora da compra, 
estimulando-o a escolher os aparelhos mais eficientes, já que eletricidade será paga por toda a vida do 
equipamento. Hoje, já são obrigatórias as etiquetas nos refrigeradores de uma e duas portas. 
Com o tempo, todos os aparelhos eletrodomésticos serão etiquetados. As tabelas de consumo são 
divulgadas através dos Manuais do PROCEL, à disposição do público nas concessionárias de energia. 
 
 
1.5.1.2 Diagnóstico energético 
 
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Os diagnósticos auxiliam os consumidores industriais e comerciais a utilizarem energia de forma mais 
eficaz. Os desperdícios são identificados por pessoal especializado, que propõe os ajustes 
necessários à redução de consumo. Cerca de 2.400 diagnósticos estão sendo realizados pelas 
concessionárias de eletricidade, para diversos consumidores espalhados por todo o país. Na maioria dos 
casos, medidas simples, de pouco ou nenhum custo, têm resultados expressivos, podendo representar uma 
grande economia. 
 
15.1.3 Programa de edificações 
 
Estabelece padrões para que os prédios consumam menos energia. Através deste programa, 
o Procel tem feito a avaliação de projetos e materiais, estudado a arquitetura bioclimática e a legislação 
pertinente. Atualmente, com um bom planejamento, é possível construir um edifício que consuma 45% 
menos energia do que outro, com as mesmas características. Grandes áreas envidraçadas, por exemplo, 
não são recomendáveis. No manual do Procel para prédios públicos e comerciais, encontram-se 
informações para a conservação de energia em edificações. 
 
 
15.1.4 Procel nas escolas 
 
O Procel sabe que a educação para o consumo racional de energia começa pela base. Por 
isso, com a colaboração da Companhia Paulista de Força e Luz, desenvolveu o projeto que ensina a 
conservar eletricidade através de palestras educativas para alunos de 1º grau. Prevê-se o atendimento de 
900.000 estudantes a curto prazo. 
 
15.1.5 Iluminação pública 
 
A conservação também é obtida através da substituiçãodas lâmpadas existentes por lâmpadas mais 
eficientes, de menor consumo energético. Cerca de 230 mil lâmpadas incandescentes já 
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foram substituídas por lâmpadas a vapor de mercúrio e de sódio alta pressão, resultando numa economia 
de mais de 84 milhões de kWh de energia. 
 
15.1.6 Divulgando o Procel 
 
Para conscientizar a sociedade da importância da conservação de energia, as campanhas publicitárias 
esclarecem os procedimentos da conservação e convocam a participação do público. Mais 
de 5 milhões de manuais específicos, com informações dirigidas aos diferentes tipos de usuários, já foram 
produzidos e distribuídos pelo Procel. 
 
 
15.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica 
 
O PROCEL realiza um poderoso papel de proteção ambiental no Brasil: os Programas de Eficiência 
Energética do Procel permitem atender ao crescimento da demanda de energia elétrica, sem que a oferta 
seja ampliada na mesma proporção. Uma parte da demanda por eletricidade passa a ser atendida pelo que 
se pode chamar de energia “virtual” obtida através dos programas do PROCEL. Isto porque eles permitem 
fazer mais coisas com a mesma energia, aumentando a eficiência energética de lâmpadas, motores, 
eletrodomésticos e também a eficiência de prédios públicos. 
Há ainda programas para gerenciar a demanda de energia e diminuir as perdas na transmissão e 
distribuição, aumentando a efetividade da oferta. A partir do momento em que a sociedade usar a energia 
elétrica de forma mais eficiente, usinas, linhas de transmissão e redes de distribuição, que teriam de ser 
construídas para atender ao crescimento da demanda, poderão ser evitadas, ou adiadas. 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 16 
PROGRAMA INTERNO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 
 
 
A energia é um insumo fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social de um país. 
Portanto, seu suprimento seguro e contínuo é uma questão estratégica da maior importância para toda a 
sociedade. Os diversos aspectos ligados a essa questão têm sido debatidos por especialistas, 
pesquisadores e entidades não-governamentais, em particular nos países desenvolvidos, constituindo-se, 
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portanto, um tema atual e de grande relevância. Como exemplo, podem-se destacar algumas projeções 
sobre a questão: 
– O petróleo e o gás natural, hoje suprindo cerca de 60% da energia primária mundial, continuarão sendo as 
principais fontes de energia primária no mundo pelo menos nos próximos 30 anos; 
– Por volta do ano 2000, a demanda de energia dos países em desenvolvimento será maior do que aquelas 
dos países desenvolvidos. Como conseqüência, poderá haver fortes pressões no mercado mundial de 
petróleo, acarretando escassez e aumento de preços; 
 
– Haverá uma demanda elevada de recursos para investimentos no setor energético nos países em 
desenvolvimento. Estes países serão capazes de atender a somente cerca de 35% desta demanda, 
enquanto os outros 30% poderão ser obtidos através de financiamentos de organismos internacionais. 
Contudo, para concessão destes financiamentos, serão exigidas mudanças institucionais profundas no setor 
energético desses países. Observa-se que nessas condições faltarão, ainda, 35% dos recursos necessários 
para garantir o suprimento de energia; 
– Por problemas ambientais, serão impostas, cada vez mais, limitações quanto ao uso dos combustíveis 
fósseis. Nesse contexto, a racionalização de energia apresenta-se como alternativa de baixo custo e de 
curto prazo de implantação e em alguns casos, economias podem ser obtidas 
apenas com mudanças de procedimentos e de hábitos. 
Além dos aspectos econômicos envolvidos na atividade de racionalização de energia da Petrobras, deve-se 
destacar a importância de que a mesma se reveste quando analisada sob a ótica estratégica e da imagem 
da empresa, haja vista a atribuição institucional, determinada à Petrobras, de exercer as funções de 
Secretaria Executiva do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás 
Natural – CONPET. 
 
CAPÍTULO 17 
 
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – PRINCÍPIOS E OPORTUNIDADES DE ATUAÇÃO 
 
A seguir, serão abordadas medidas de caráter operacional e administrativo visando à conservação de 
energia elétrica. 
 
1. Utilizar motores com rendimento elevado; 
2. Utilizar banco de capacitores para elevar o fator de potencia; 
3. Utilizar variadores de velocidade em motores que operam com cargas variáveis; 
4. Desligar equipamentos em períodos ociosos; 
5. Evitar o uso de motores superdimensionados; 
6. Instalar sistemas de iluminação adequados ao serviço a ser executado, observando: 
 
– usar reatores de alta eficiência; 
– utilizar luminárias e difusores de bom desempenho; 
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– usar lâmpadas adequadas para cada tipo de ambiente; 
– ligar a luz elétrica somente onde não existir iluminação natural suficiente para o desenvolvimento das 
atividades; 
– instruir os empregados a desligarem as lâmpadas de dependências desocupadas, salvo aquelas que 
contribuem para a segurança; 
– reduzir a carga de iluminação nas áreas de circulação, garagem, depósitos, etc., observando sempre as 
medidas de segurança; 
– evitar pintar os tetos e paredes com cores escuras as quais exigem lâmpadas de maior potência para a 
iluminação do ambiente; 
– manter limpas as luminárias. A sujeira reduz o fluxo luminoso, exigindo maior número de lâmpadas 
acesas; 
– usar luminárias abertas, para melhorar o nível de iluminamento; 
– verificar a possibilidade de instalar timer para controle de iluminação externa, letreiros e luminosos; 
– limpar regularmente as paredes, janelas, forros e pisos. Uma superfície limpa reflete melhor a luz de modo 
que menos iluminação artificial se torne necessária; 
– instalar interruptores. objetivando facilitar as operações liga/desliga conforme a necessidade local, 
inclusive através da instalação de timers; 
– utilizar telhas transparentes para aproveitamento da iluminação natural; 
– dividir os círculos de iluminação, de tal forma a utilizá-los parcialmente sem prejudicar o conforto; 
– percorrer os diversos setores da indústria, a fim de verificar se há luminárias desnecessárias ou com 
excesso de iluminação; 
 
A rotina pela qual são executadas as tarefas de limpeza e conservação influi no consumo de energia 
elétrica. Assim sendo, recomenda-se a adoção das seguintes providências: 
 
– fazer a limpeza, preferencialmente durante o dia, em cada setor; 
– iniciar a limpeza por um setor, mantendo todos os demais apagados, caso a mesma seja realizada após o 
encerramento do expediente; 
– programar o serviço, de forma que o ambiente ou andar tenha a respectiva iluminação e outros 
equipamentos desligados imediatamente após a sua conclusão.

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