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ENSINO-E-CULTURA-COMO-PROCESSO-DA-FORMAÇÃO-SOCIAL

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ENSINO E CULTURA COMO PROCESSO DA FORMAÇÃO SOCIAL DO 
INDIVÍDUO 
 
Maria Aparecida de Oliveira Santos1 
Rosângela Menezes dos Santos2 
 
GT2 – Educação e Ciências Humanas e Socialmente Aplicáveis. 
 
 
 
RESUMO 
O presente artigo tem como objetivo analisar a relação ensino e cultura como processo da formação 
social do indivíduo na Escola Municipal Maria Nalva dos Santos, localizada no Município de 
Coronel João Sá - BA. Para execução deste projeto, adotou-se como metodologia a revisão da 
literatura, além da observação IN LOCO. Com este estudo, foi possível identificar que a cultura vem 
sendo trabalhada no contexto escolar proporcionando um maior rendimento dos alunos nos trabalhos 
e atividades realizados em sala de aula, uma vez que, a capoeira, danças típicas da região e outros 
eventos que ocorrem na instituição são um incentivo para os discentes interagirem com o meio 
social em que estão inseridos e valorizarem tal conhecimento. 
Palavras-chave: Aprendizagem. Cultura. Ensino. 
Abstract 
The current work has as purpose to analyze the relationship teaching and culture as process of social 
formation of the individual at Maria Nalva dos Santos Municipal School, located in the city of Coronel 
Joao Sa – BA. For the execution of this project, it was adopted as methodology the literature review 
and the observation in loco. With this study it was possible to identify that the culture has been worked 
in the school context, providing a bigger income of the students in the works and activities performed 
in the classroom, since, the capoeira, typical dances of the region and other events that occur in the 
institution are an incentive for the students interact with the social environment in what they are 
inserted and value this knowledge. 
Keywords: Culture. Learning. Teaching. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Vivemos em um período onde as informações estão expostas por todos os lados, 
sendo que esta acontece de forma natural e espontânea. Dessa maneira, percebe-se que as 
 
1 Graduanda em Pedagogia pela Faculdade do Nordeste da Bahia – FANEB - 
aparecidaoliveira1989@hotmail.com 
2 Graduanda em Pedagogia pela Faculdade do Nordeste da Bahia – FANEB – rosangelamenezes-
santos@hotmail.com 
 
expressões culturais vão sendo desvalorizadas ou até mesmo esquecidas. Segundo Tibur 
(2012, p. 1), “o conceito de cultura está intimamente ligado ao conceito de formação”. 
Contudo, nota-se que no contexto escolar há uma necessidade emergente da inserção da 
cultura como ferramenta fundamental na formação do discente. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), na sua resolução nº10.639/2003 
ficou determinado que a história e a cultura afro-brasileira e africana fizessem parte da 
matriz curricular das escolas, adequando e incluindo cada acontecimento histórico aos 
conteúdos correspondentes as disciplinas (Arte e História). 
Na escola Municipal Maria Nalva dos Santos, a implementação dessa 
Lei,supracitada,está sendo colocada em prática através do projeto “Mais Educação” que 
visa à participação do aluno de forma integral na escola, com o objetivo de fortalecer a 
valorização social e histórica em que estão inseridos. 
As atividades desenvolvidas na escola estão cada vez mais produtivas, estas 
contribuem significativamente no combate à evasão escolar, a reprovação e a distorção 
idade/série, evitando qualquer tipo de violência, pois, é um trabalho para a interação e 
respeito a diferença de cada um. Neste enfoque, os fatores relatados levam o indivíduo para 
a construção de uma aprendizagem significativa. 
Tibur (2012, p. 1) faz um interessante questionamento 
O que a cultura pode fazer pela formação dos indivíduos para além da 
educação? Entre a inclusão e a exclusão de indivíduos e grupos ao poder, 
pois é de poder que se trata quando se fala de cultura, a sociedade de um 
modo geral enfrenta-se com o desejo da democracia que nada mais é do 
que a partilha das ideias e das práticas no contexto de sua diversidade. 
 
Nesta perspectiva, o referido estudo tem como objetivo analisar a relação ensino e 
cultura como processo da formação social do indivíduo na Escola Municipal Maria Nalva 
dos Santos, localizada no município de Coronel João Sá - BA. Para execução deste projeto 
adotou-se como metodologia a revisão da literatura e a pesquisa de campo. 
 
2 O INDIVÍDUO E SUA IDENTIDADE CULTURAL 
 
Antes de fazer uma análise na identidade cultural do indivíduo é necessária uma 
compreensão do que é cultura e como ela se apresenta no cotidiano das pessoas. A cultura, 
é tudo aquilo que é adquirido historicamente, ou que cresce e se transforma na sociedade, 
se manifestando através de hábitos, valores, pensamentos, organização, desenvolvimentos 
sociais, entre outros. 
 
Para Tylor, citado por Laraia “a cultura é todo o comportamento aprendido, tudo 
aquilo que independe de uma transmissão genética” (2001, p. 28), ou seja, os seres 
humanos são produtos de uma cultura na qual seus aspectos não são geneticamente 
transmitidos, a cultura é entendida como modelo de transmissão do conhecimento, onde o 
indivíduo nasce em uma família que apresenta determinada cultura, mas, estas 
aprendizagens podem ser modificadas com o momento histórico vivido. 
 O individuo se desenvolve no ambiente em que vive e adquire para si aquilo que 
considera conveniente para sua realidade, a partir de seus objetivos e necessidades. Com 
relação a esse aspecto, Vygotsky salienta que 
 Ao longo do desenvolvimento, o indivíduo passa a ser capaz de dirigir 
 voluntariamente sua atenção para elementos do ambiente que ele 
 tenha definido como relevantes. A relevância dos objetos da atenção 
 voluntária estará relacionada a atividade desenvolvida pelo individuo 
 e ao seu significado, sendo, portanto, construída ao longo do 
 desenvolvimento do individuo em interação com o meio em que vive 
 (2009, p.77). 
 
Alguns indivíduos consideram-se possuidores de uma cultura superior às outras, 
porém o que vale enfatizar é que não há uma cultura melhor ou pior, o que existe são 
pessoas preconceituosas e etnocêntricas que não respeitam e nem valorizam as diferenças 
existentes entre as diversas pessoas ou comunidades. 
Para Laraia (2001, p. 73), “o etnocentrismo, de fato é um fenômeno universal. É 
comum a crença de que a própria é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única 
expressão. As autodenominações de diferentes grupos refletem este ponto de vista”. 
Essas diferenças permeiam a sociedade e é modificada constantemente devido às 
transformações ocorridas no espaço em que o indivíduo está inserido (mudanças sociais, 
econômicas, tecnológicas). Ainda, segundo o autor, cada sistema cultural está sempre em 
mudança. Nesse contexto, entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre 
as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Assim 
Da mesma maneira que é fundamental para a humanidade a compreensão das 
diferentes entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender as 
diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único 
procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante 
e admirável mundo novo do por vir (LARAIA, 2001, p.101). 
 
É de suma importância que o individuo se identifique e se aceite enquanto ser 
pertencente a sua cultura, para que suas expressões culturais sejam reveladas e assumidas. 
O referido autor, ainda salienta que 
 
[...] o costume de descriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro 
grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade [...] Comportamento 
etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões 
culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são 
catalogadas como absurdas deprimentes e imorais (LARAIA, p.74, 2001). 
 
É evidente que os preconceituosos permeiam as diferentes sociedades e que é um 
desafioimenso conciliar ensino e cultura, pois, há indivíduos que escondem sua própria 
origem, pessoas estas que não estão aptas á respeitar uma cultura de outros. 
Diante deste pressuposto, destacaremos no tópico seguinte a importância da união 
entre ensino e cultura para a construção do conhecimento. 
 
3 CONCEITOS E BASES NA RELAÇÃO ENSINO E CULTURA 
 
A cultura é uma das principais características humanas, todos os povos e sociedades 
possuem suas próprias culturas, nas quais, são produzidos seus elementos culturais tais 
como: artes, ciências, valores morais, comportamento, sistemas, conhecimentos, estes por 
sua vez, é adquirido por povos mais antigos e passada por gerações mais recentes, 
tornando-se evidente a historicidade cultural em todo contexto vivenciado. 
Dessa maneira, é possível observar a sua relação com o ensino, já que o objetivo 
principal do ensino é a transmissão de vários conhecimentos ou saberes em volta do que a 
sociedade está produzindo ou almejando. 
 O percurso do desenvolvimento humano se dá “de fora para 
 dentro”, por meio da internalização de processos interpsicológicos. 
 A escola, enquanto agencia social explicitamente encarregada 
 de promover o aprendizado das crianças e dos jovens das sociedades 
 letradas, tem o papel essencial na promoção do desenvolvimento 
 psicológico dos indivíduos (OLIVEIRA, 2009, p. 106). 
 
Neste contexto, cultura está fortemente ligada a comunidade escolar, as instituições 
educacionais, tendo como finalidade transmitir conhecimentos sistematizados devendo 
buscar um jeito próprio de ser e manifestar seus hábitos e valores, respeitando o 
conhecimento prévio do educando, suas especificidades e necessidades sociais. 
Para Freire (2013, p. 62) 
Não é possível respeito aos educandos, à sua dignidade, a seu ser 
formando-se, á sua identidade fazendo-se, se não se levam em 
consideração as condições em que eles vêm existindo, se não se reconhece 
a importância dos “conhecimentos de experiência feitos” com que chegam 
á escola. O respeito devido á dignidade do educando não se permite 
subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo para a escola. 
 
 
É evidente, que cultura e o saber da comunidade fazem parte da vida do educando, 
por esse motivo é de fundamental importância que ambos estejam interligados para que se 
alcance uma aprendizagem significativa. No entanto, isso só será possível se levar em 
consideração o respeito pela diversidade cultural trabalhando e valorizando o 
conhecimento do aluno. 
Ser humano e cultura são indissociáveis, ou seja, não se separam, cada pessoa possui 
suas especificidades de acordo com a comunidade que viveu ou vive, uma vez que, os 
conhecimentos adquiridos não são esquecidos. 
 Como ressalta Cortella (2009, p. 37), onde 
Nós humanos somos, igualmente, um produto cultural; não há humano da 
cultura, pois ela é o nosso ambiente e nela somos socialmente formados 
(com valores, crenças, regras, objetos, conhecimentos etc.) e historicamente 
determinados (com as condições e concepções da época na qual vivemos). 
Em suma, o homem não nasce humano, e sim, torna-se humano na vida 
social e histórica no interior da cultura. 
 
É importante argumentar que é inevitável falar de cultura querendo tornar os 
discentes iguais, pois, nos deparamos com um país mestiço, diversificado, sendo de suma 
importância a valorização das peculiaridades. A escola sendo um ambiente social, não 
pode trabalhar a cultura individualmente. 
Contudo, as manifestações culturais se apresentam no contexto escolar evidenciando 
a necessidade de uma escola que acolha e contribua de forma eficaz e significativa no 
desenvolvimento do educando, enquanto ser em formação. 
O que se encontra na maioria dos casos, são escolas que buscam homogeneizar 
pessoas, fazendo-as reféns de um sistema linear e repressivo. Não é aceitável um sistema 
educacional que vem contribuir para uma educação igualitária, é de importância 
fundamental que se trabalhe de forma complexa e diversificada. 
Neste sentido, Glória (2001, p. 4) observa que “o fracasso ou sucesso escolar são, 
sem dúvida, determinantes visíveis do sucesso social alcançado”. Onde 
Ao longo de toda sua existência, a escola tem excluído um contingente 
imenso de indivíduos: alguns nem sequer conhecem a escola; outros dela se 
afastam no decorrer do processo de escolarização (às vezes, muito cedo), 
mediante as reprovações. A massa de excluídos é muito significativa e tem 
sido motivos de impropérios contra uma escola que passa longe do 
igualitarismo sonhado (GLÓRIA, 2001, p. 4). 
 
Nos trabalhos realizados na Escola Municipal Maria Nalva dos Santos, são 
resgatados, valores culturais que devem ser valorizadas. Atrás de cada trabalho (dança, 
 
jogo) há uma historicidade, e esta não deve ser esquecida, sendo valorizada em todos os 
aspectos, pois, estes são os nossos bens. 
Cortella (2009, p. 79) afirma que 
Os produtos culturais têm, como característica básica, serem uteis para 
nós; por isso, também podem ser conceituados como bens. Ora, não nos 
basta produzir cultura; é preciso, fundamentalmente para que ela não se 
esgote, reproduzi-la. Por isso, existem bens que produzimos para 
consumir, e outros que usamos para produzir outros bens. 
 
Assim, como os bens materiais que é dado tanto valor, é inerente a valorização da 
cultura, e que esta faça parte do cotidiano escolar. A sociedade está dividida em vários 
grupos sociais (sendo de uma mesma etnia ou não). O que se encontra na maioria dos 
casos, são uma cultura querendo ser melhor que outra, buscando sempre a superioridade. O 
problema está na fixação de uma cultura dominante sobre outra. 
Cortella (2009, p. 41-42) salienta que 
 
Os valores e conhecimentos que atendem aos interesses dos grupos sociais 
que estão situados em posição de uma predominância na sociedade, para dar 
maior sustentação ao domínio intrassocial, acabam por ser difundidos e 
aceitos pela maioria como se fossem próprios, isto é, travestem-se de uma 
universalidade. 
 
A escola por sua vez, como formadora de seres humanos deve ir à contra mão do que 
se impõe, buscando formar pessoas produtivas, e optar pela alteridade. O empenho consiste 
em uma visão de alteridade permitindo identificar nos outros (e em nós mesmos!) o caráter 
múltiplo da humanidade, sem cair na armadilha presunçosa de taxar o diferente como 
sendo esquisito, excêntrico, esdruxulo e, portanto, assimilar a postura prepotente daqueles 
que não entendem que se consiste em um dos arranjos possíveis de ser humano, mas não o 
único ou, necessariamente, o correto. 
Neste sentido, são de suma importância a valorização do diferente e permitir sempre 
mudanças nos seres humanos, uma vez que, este é capaz de mudar seus pensamentos e 
atitudes, ou seja, recriar-se constantemente. 
Na escola Municipal supracitada, estas atividades educativas são realizadas no turno 
matutino, onde há o ensino regular através das metodologias utilizadas pelos professores 
que buscam intensificar a valorização das datas comemorativas com atividades de 
recreação e atividades teóricas, no período vespertino estas atividades são intensificadas 
pelo projeto governamental “MAIS EDUCAÇÃO” que insere os alunos em práticas de 
atividades propostas pelos seguintes macro campos: capoeira, dança, futsal, tecnologia, e 
língua portuguesa). 
 
Essas práticas educacionais realizadas são expostas pelos discentes e profissionais da 
educação em eventos de interação entre escola e comunidade. 
 
4 CONHECIMENTOS E VALORES NA CONTEMPORANEIDADE 
 
Se pararmos para analisar e refletir, observa-se que desde os povos mais antigos, já 
havia uma indagação sobre o modo de comportamento de diferentes espécies humanas, tais 
indagações eram sobre o modo como cada ser vivia e se organizavam em suas comunidades, 
tribos ou países. 
É evidente que neste contexto já existia a diversidade cultural, sendo que essaestá 
interligada a cada período histórico. Afirma, Cortella (2009, p. 104) afirma que, 
“reafirmamos uma questão básica: se o conhecimento é relativo a história e a sociedade, ele 
não é neutro; todo conhecimento está úmido de situações histórico/sociais; não há 
conhecimento absolutamente puro, ascético, sem nódoa” 
O homem busca uma vida satisfatória, conveniente a suas necessidades. Com a 
evolução tecnológica, as mudanças políticas, sociais e econômicas, todo esse processo 
evolutivo fez com que os indivíduos também mudassem. O que se nota são pessoas 
alucinadas pelo mundo virtual e que deixam um pouco de lado suas características 
peculiares, ou seja, suas origens e todo esse movimento fez com que os indivíduos abrissem 
mão de um todo e buscassem objetivos individuais. 
Chegamos a um patamar de vivencia, marcada pela existência de várias culturas na 
qual, o indivíduo que está presente na contemporaneidade não dá mera importância ao 
momento histórico vivido desde os povos mais antigos até os tempos mordemos. Nota-se 
que, a cultura passou a ser algo mais voltado para as necessidades econômicas e populares 
onde, de certa forma o pouco que resta desta prática de conhecimentos culturais estão sendo 
manuseadas por populações mais inferiores prosseguindo pra mais um questionamento 
sobre descriminação por parte das elites existenciais. 
Os valores, costumes e crenças são passadas de gerações para gerações por seus 
familiares porem, nos deparamos com a ausência desses ensinamentos. Cada indivíduo está 
condicionado a cultura do meio social em que está inserido. É muito comum encontramos 
pessoas que desvalorizam a fala de até mesmos costumes de outra. Porém, este indivíduo 
não pode fugir de sua realidade. 
 
Laraia (2001, p. 68), afirma que “o modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e 
valorativa, os diferentes comportamentos e mesmo as posturas corporais são assim produtos 
de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura”. 
Todos esses fatores estão caracterizados ao modo de vestir se, falar, comportasse, 
sendo que entre esses fatores o de maior destaque refere-se o da oralidade, pois este é um 
instrumento de transmissão cultural mais abrangente. 
Na sociedade contemporânea por sua vez a cultura é caracterizada como um bem, e 
este bem está relacionado aos conhecimentos e valores que os seres humanos estão expostos 
e vão captando nas suas experiências, seja através das relações sociais, ou até mesmo ao 
fácil acesso a diferentes culturas e diversidades no mundo virtual e cibernético. 
É comum encontramos pessoas de diferentes países, mas que possuem semelhanças 
em suas vestimentas, gostos alimentares entre outros, mais uma constatação dessa 
diversidade cultural. 
É neste contexto bastante complexo, que se encontra a sociedade como um todo, a 
escola está inserida nessa multiplicidade, por ser uma instituição que recebe diferentes 
pessoas, com diferentes conhecimentos e saberes. 
O grande objetivo da educação cultural adotada pela escola Municipal, é causar 
interesse em seus discentes por suas origens e sua historicidade e mais ainda, conscientiza-
los que são pessoas nutridas de conhecimentos extraescolares, enfatizando a importância das 
vivencias sociais. 
É preciso extinguir o preconceito existente nas diversas culturas, buscando sempre a 
valorização de todas, pois não há uma melhor que outra o que existe são diferenças, e estas 
diferenças são encontradas até entre duas pessoas de uma mesma cultura. O essencial neste 
processo de ensino e cultura é contribuir de forma significativa na formação do indivíduo. 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Durante todo o decorrer da pesquisa, foram realizadas visitas, de observações, com a 
aplicação de questionários, na instituição de ensino Maria Nalva dos Santos, localizada no 
município de coronel Joao Sá - Bahia, na Av. Dr. Carvalho de Sá, com o intuito de obter 
mais informações a cerca da temática aqui abordada. Assim, foram obtidos diversos relatos, 
tais como da gestora Josefa Juliana de Mendonça, licenciada em História pela FTC EAD 
(Faculdade de Tecnologia e Ciência), na qual, salientou que, com a implantação do ensino 
da cultura no currículo escolar, os profissionais passaram a trabalhar de forma ampla e 
 
abrangente, a mesma, também discorre sobre as mudanças ocorridas no desenvolvimento da 
aprendizagem dos discentes, situando os seguintes benefícios: menor índice de reprovação, 
diminuição da evasão, participação nas atividades em sala de aula e extra escolar, respeito e 
valorização por parte dos discentes a diversidade existente no ambiente escolar e na própria 
comunidade. 
Freire (2013, p. 62) salienta que “a questão da identidade cultural, de que fazem 
parte a dimensão individual e a de classe dos educandos cujo respeito é absolutamente 
fundamental na prática educativa progressista, é problema que não pode ser desprezado”. 
 
 Nesse sentido é indispensável que o professor promova a “assunção” do aluno, 
favorecendo sua individualidade, levando-o a assumir a sua identidade e valorização da 
cultura. A escola é o âmbito que recebe o educando com suas especificidades e o professor 
por sua vez, é o mediador nesse processo, sendo responsável por desenvolver a criticidade 
dos educandos. 
 Porém, encontram também algumas dificuldades neste processo em que os recursos 
financeiros são insuficientes, a falta de estrutura adequada na realização de atividades 
práticas, a ausência de familiares no incentivo das atividades propostas pela escola, nas 
quais são elaboradas e inseridas pela gestão e por todo corpo docente e com a ajuda dos 
profissionais da educação em que busca através de palestra, eventos, apresentações, e 
atividades escritas, trabalhar aspectos culturais como: dança capoeira, festejos juninos, datas 
históricas presentes no nosso calendário, conceitos éticos e respeito pela diversidade 
existente, já que a Escola aqui citada possui um público diferenciado com faixa etária de 
06a 15 anos inseridos no 1º ao 5º ano, no turno matutino(Ensino Regular) e vespertino 
através do programa ( Mais Educação). 
 
6 CONCLUSÃO 
 
Diante de todo o estudo realizado na pesquisa, foi possível compreender a 
importância do ensino e cultura como processo de formação social do indivíduo, tornando 
se claro e evidente a necessidade de trabalhar a cultura no contexto escolar, visto que a 
instituição tem como finalidade transmitir valores éticos, além de formar cidadãos críticos, 
reflexivos para atuar na sociedade. 
Segundo Rubim (2007, p. 123) 
 
A cultura é essencial parao desenvolvimento porque implica criatividade, 
imaginação, invenção,transcendência, identidade, diversidade e valores. 
Em suma: é cultivoespiritual e riqueza simbólica de povos e pessoas. Por 
tudo isso – e nãosomente por sua dimensão econômica – cultura é 
desenvolvimento. 
 
 Contudo, percebe-se inerente a valorização da cultura como ferramenta indispensável 
nas instancias educacionais, tendo uma visão horizontal dos acontecimentos sociais, pois com 
o uso desta metodologia, é possível reverter o quadro de exclusão e extingui o preconceito, 
possibilitando uma melhor vivencia entre diferentes culturas. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CORTELLA, Mario Sergio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e 
políticos. 13. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. Disponivel em: 
<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/4732/1/5028-13425-1-PB.pdf>Acesso em:05 jan. 
2016. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 47. ed. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. 
GLÓRIA, Dília Maria Andrade. A escola igualitária: sonho ou falácia? Revista Educação 
PUC – Campinas. Campinas, n. 10, p.63-68, jun. 2001. Disponível em: 
<http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/398>. 
Acesso em: 07 abr. 2016. 
ISKANDAR, Normas da ABNT: comentáriospara trabalhos científicos. 5.ed. Curitiba: 
Juruá Editora, 2012. 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 24. Ed. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar Editora, 2009. 
OLIVEIRA, Marta Kohl de Oliveira. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um 
processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2009. 
RUBIM, Antônio Albino Canelas. Cultura e políticas culturais. Rio de Janeiro: Editora 
Azougue, 2007. 
TIBUR, Marcia. A cultura e a formação do ser humano: sobre... Acesso: o blog da 
democratização cultura. 2012. Disponível em: <http://www.blogacesso.com.br/?p=1276>. 
Acesso em: 12 mar. 2016. 
 
http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/398
http://www.blogacesso.com.br/?p=1276

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