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- Quando falamos de doença, vamos muito mais além de agente causador e das manifestações clínicas. Não podemos esquecer que a relação saúde X doença é um processo dinâmico que envolve o homem, o agente e o meio ambiente - Estudar este triângulo de relacionamento não é uma tarefa fácil, pois há muitos fatores envolvidos - Para isso surge a epidemiologia com papel fundamental no estudo dessa rede causal (saúde-doença) - Seria o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde - “Segunda a IEA (associação internacional de epidemiologia), são três os objetivos principais da epidemiologia: Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer propriedades Identificar fatores etiológicos na gênese (origem) das enfermidades - “Ocorrência coletiva de uma determinada doença que, no decorrer de um largo período histórico, acometendo sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizados, mantém a sua incidência constante, permitidas as flutuações de valores sazonais” - “É a presença constante de uma doença ou de um agente infeccioso em determinada área geográfica; pode significar também a prevalência usual de determinada doença nessa área” - “Denominação da ocorrência em grande número de pessoas ao mesmo tempo. Em sentido restrito, pode ser considerada uma alteração espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde- doneça de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente, inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido” - Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica pequena e bem delimitada ou a uma população institucionalizada (colégio, quartéis, creches e etc.) - Epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma pequena comunidade humana. Muitos restringem o termo para o caso das instituições fechadas, outros o usam como sinônimo de “epidemia” - “Nome dado à ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações” - Ex.: Sétima pandemia de cólera- ocorrida inicialmente nas ilhas sulawesi e depois propagada para Ásia, Oriente médio, África, Europa e Américas” - “Estudo realizado com dados existentes nos registros. Não é um estudo amostral e destina-se ao estabelecimento de coeficientes e de coberturas vacinais registradas, objetivando consolidação e análise dos dados existentes para avaliar o comportamento epidemiológico de doenças na população” - “A relação entre frequência atribuídas de determinado evento, citadas na mesma unidade, sendo que no numerador é registrada a frequência absoluta do evento que constitui subconjunto daquela que é registrada no denominador, de caráter mais abrangente. O índice é geralmente apresentado sob forma de percentual. Sinônimo: proporção” - CEO-D/ CPO-D - “São parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higiene de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de tempo” - “Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto de indivíduo que morreram num dado intervalo de tempo - “Indica as condições de vida de uma determinada população, pois ela mensura o estado de saúde dos indivíduos. Além disso, expressa não somente causas biológicas, mas, principalmente, determinações de ordem socioeconômica e ambiental. Além disso, as mortes cujas causas podem ser evitadas ou reduzidas referem-se àquelas que podem ser prevenidas, total ou parcialmente, por ações de serviços de saúde acessíveis e efeitos” - “Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao comportamento das doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em população exposta” - “É o conceito utilizado para se referir à frequência ou à quantidade de indivíduos que adquiriram uma doença em um determinado tempo e local, ou seja, é um conjunto de casos que formam uma estatística, além de acompanhar uma solução, avanço ou retrocesso dessa doença” - Para a obtenção detalhada de informações sobre a morbidade de uma doença deve-se pesquisar e estudar alguns quesitos: 1. Com que incidência e qual o número de indivíduos que sofrem com a doença em determinado local e por quanto tempo 2. Se a doença necessita de suprimentos médicos de saúde pública e se isso tem influência na questão financeira (ex: medicamentos caros não ofertados pelo governo) 3. Se a doença é letal e qual essa taxa 4. Se os indivíduos, ao fazerem suas tarefas diárias, como trabalho e tarefas, estão prevenidos 5. Qual o gênero e a idade mais afetada 6. Se a condição de moradia e o local que se encontram é adequado 7. Se o sistema de saúde pública dá atenção para essas pessoas acometidas pela doença - “Determina a capacidade da doença de provocar a morte, em indivíduos acometidos por ela. Ou seja, mede a gravidade da doença” - Mede o risco de o doente morrer pelo agravo que possui - Quer dizer que muitos doentes vão morrer graças à doença, mas não quer dizer que vão morrer rápido - Significa a frequência absoluta de casos, ou seja, o total de casos existentes de um agravo. Agora, para os termos de comparação e avaliação de riscos, usamos o coeficiente de prevalência. Ele mede a frequência de todos os casos da doença registrados, seja em tratamento ou que acabaram de ser diagnosticados (casos novos), em relação à população exposta - O que faz o coeficiente de prevalência aumentar? Número maior de novos casos diagnósticos Imigração de doentes Diminuição da mortalidade por doenças crônicas - O que faz o coeficiente de prevalência diminuir? O aumento do número de óbitos do agravo em estudo O aumento do percentual de pacientes curados Emigração - Prevalência instantânea, pontual ou momentânea? É aquela medida em um ponto definido do tempo (dia, semana, ano) - Prevalência lápsica ou por período? É aquela medida em um intervalo de tempo mais ou menos longo. Não concentra a informação em um único ponto A diferença básica para a prevalência instantânea é que a lápsica ao medir a prevalência em um período leva em consideração todos os casos, incluindo os óbitos, as curas e a imigração - Este avalia somente os casos novos, traduz uma ideia de intensidade de risco. Permite avaliar o aumento ou a diminuição de determinada doença. Alta incidência significa alto risco pessoal e populacional. Quando utilizados para a avaliação de surtos é chamado de coeficiente de ataque” - Coeficiente de ataque é sinônimo do coeficiente de ataque secundário? Não. Quando existe um surto, o primeiro caso que é notificado recebe o nome de caso-índice. Os outros receberão o nome de casos secundários, e se levarmos em conta somente esses casos teremos o coeficiente de ataque secundário” ç - “Enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos” - Qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstancias nocivas, tais como acidentes intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus-tratos, e lesão autoprovocada” - Situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clinicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude a gravidade a severidade a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes - Doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possam apresentar riscos à saúde pública Doenças - Doenças emergentes: são doenças novas, até então desconhecidas da população - Doenças reemergentes: são doenças já conhecidas e que estavam controladas, mas que voltam a representar ameaça para a saúde humana - Doença negligenciadas: representam as doenças que prevalecem em condições de pobreza, e que também contribuem para a manutenção da desigualdade social ç - Responsável por descrever a dinâmica do crescimento populacional - A teoria da transição demográfica foi proposta considerando-se as relações entre crescimento populacional e desenvolvimento socioeconômico - Os principais responsáveis pelas mudanças ocorridas na taxa de natalidade e taxa de mortalidade são o desenvolvimento econômico e a modernização da sociedade - Ao longo do processo de transição ocorrem desequilibro demográfico causado pela diferença entre mortalidade e natalidade - A teoria da transição demográfica, formulada em 1929, defende que o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade - São divididas em quatros fases: *OBS: Crescimento vegetativo 1. Primeira fase (pré-transição): caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das guerras, fome e etc. 2. Segunda fase (aceleração demográfica): Há uma redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da revolução industrial), porém a natalidade ainda se mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional 3. Terceira fase (desaceleração demográfica): a natalidade começa a cair, com a manutenção dos índices baixos de mortalidade. Nesta fase, gera-se uma redução de crescimento 4. Quarta fase (estabilização da população): a transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e mortalidade 5. Quinta fase: apesar de não ser incluída uma quinta fase na teoria original, fala-se sobre esta fase quando o crescimento gera valores negativos uma vez que é muito custoso criar filhos, gerando uma natalidade quase nula e uma manutenção da mortalidade. A Alemanha, entre outros, é um exemplo deste tipo de realidade - A composição demográfica de uma população depende das taxas de: Taxa de fecundidade Taxa de natalidade Taxa de fertilidade Taxa de mortalidade Migração ç - É a estimativa do número de filhos que uma mulher tem ao longo de sua vida. A sua transição é um dos fenômenos sociais mais importantes da contemporaneidade, pois, antigamente, as taxas de fecundidade eram altas para compensar as altas taxas de mortalidade. Porém as taxas de mortalidade adulta e infantil começaram a cair com a melhoria das condições de alimentação, moradia, com o avanço na medicina e na ciência e a melhoria das condições sanitárias (saneamento básico). - Com isso, após a revolução industrial, essa taxa começou a cair, hoje ela é, aproximadamente, 1,72 filhos por mulher. Esse número tem uma explicação, pois, com a globalização, a mulher foi inserida no mercado de trabalho e priorizou a sua formação profissional e intelectual, diminuindo esse índice. - “Mede o total de nascidos vivos em relação à população total. Também é conhecida como coeficiente de natalidade geral. Possibilita avaliar o crescimento vegetativo ou natural da população. No Brasil, vem em tendência decrescente nos últimos anos” - Designa a capacidade de gerar filhos. Toda mulher, teoricamente, tem essa capacidade, desde a menarca até à menopausa - Sabemos que muitas mulheres controlam o tamanho da sua prole: quanto maior for esse controle, maior a distância entre a fertilidade e a fecundidade. Ainda que as mulheres não façam esse controle, o nível de fecundidade de uma população será sempre menor do que o nível da fertilidade. - O que explica essa diferença nos níveis? Podemos citar três fatores que fazem com que o nível da fecundidade seja diferente do nível da fertilidade: o início da vida sexual, a frequência das relações sexuais e as perdas fetais. ç - Teoria da transição epidemiológica: Mudanças complexas nos padrões de saúde e doença Interações entre estes padrões e sues determinantes demográficos, econômicos e sociais Ocorre em paralelo com a transição demográfica e desenvolvimento tecnológico Doenças infecciosas agudas diminuem. Doenças crônico degenerativas aumentam como causa primária de morbidade e mortalidade - O que tem por trás desde conceito? Diminuição das doenças infecciosas e parasitárias Aumento das doenças crônico-degenerativas Aumento das causas externas - É a frequência decorrente das mortes de crianças menores de um ano em uma população geral, comparada com o número de nascidos vivos em um determinado ano. -Após 1940, a incorporação às políticas de saúde pública, os avanços da medicina, os antibióticos recém-descobertos no combate as enfermidades infecto-contagiosas e, importados no pós-guerra, contribuíram para a queda da mortalidade infantil. - A meta dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU) é reduzir a mortalidade infantil no mundo para pelo menos 12 por mil nascidos vivos - Como a média inclui países africanos, por exemplo, as taxas do Brasil são consideradas altas —até mesmo para padrões de países da América Latina. Ela é mais que o dobro da do Uruguai (6,1 por mil vivos) e quase o quádruplo de Cuba (3,8), por exemplo. Na Argentina, a taxa é de 8,2. - A mortalidade infantil caía ano a ano no Brasil desde pelo menos 1990. Mas Boletim Epidemiológico do MS com registros até 2019 (último ano com dado disponível) aponta que a taxa regrediu naquele ano, estacionando o país no índice de 2015 e fazendo viver uma até então inédita metade de década perdida. - Por que parou de cair? Diminuição da maternidade Epidemia vírus da zika Crise econômica Diminuição de recursos para o SUS e SUAS - Ações de redução: Ações de imunização Atenção à mulher na gestação Atenção á mulher no parto Atenção ao recém-nascido Diagnóstico e tratamento adequado Ações de promoção à saúde - Principais causas: Septicemia Bacteriana Feto e recém-nascido Desconforto respiratório em recém-nascido Feto e recém-nascido na gravidez prematura com gravidez alongada - Coisas que alongaram as expectativas de vida Água potável Vacina - Indicador do número de óbitos de 0 a 6 dias completos de vida do recém-nascido, comparado ao número de nascidos vivos que resistiram a esse prazo - De maneira geral, reflete nas condições socioeconômicos e de saúde da progenitora, bem como qualidade/adequação do serviço de assistência pré-natal, ao modo que o parto fora realizado (natural ou forçado) além das consequências que o recém-nascido sofreu durante o período gestacional ao nascimento - Os fatores considerados são: Prematuridade Infecções Asfixia/ hipóxia Malformação congênitas Fatores maternos relacionados à gravidez Afecções respiratórias do recém-nascido - Indicador do número de óbitos ocorridos entre 7 e 27 dias de vida completos do recém-nascidos, expressos por mil nascidos vivos, em determinado local e período - Estima o risco de um nascido vivo morrer dos 28 aos 364 dias de vida completos - Condições socioambientais em que a criança e a mãe se inserem, como desnutrição, cuidados e serviços médico-sanitário prestados, além de ser alvo para gestão e avaliação de políticas públicas e ações de saúde voltadas para a proteção da saúde infantil - É a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez - É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela - Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais (acidente de carro) - Razões da mortalidade materna (RMM) elevada: Precárias condições socioeconômicas Baixo grau de informação e escolaridade Dinâmicas familiares em que a violência está presente Dificuldades de acesso a serviços de saúde de boa qualidade
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