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Colesterol: Funções e Riscos

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SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ATIVIDADES FÍSICAS E LAZER
Profª IZABEL C. FAGURY VIDEIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
COLESTEROL 
O colesterol pode ser considerado um tipo de lipídio (gordura) produzido em nosso organismo. O colesterol está presente em alimentos de origem animal (carne, leite integral, ovos etc.). Em nosso organismo, o colesterol desempenha funções essenciais, como produção de hormônio e vitamina D. No entanto, o excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Em nosso sangue, existem dois tipos de colesterol:
· LDL colesterol: conhecido como "ruim", ele pode se depositar nas artérias e provocar o seu entupimento
· HDL colesterol: conhecido como "bom", retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação da placa de gordura. 
Tipos 
Podemos dizer que existem vários tipos de colesterol circulando no sangue. O total da soma de todos eles chama-se "Colesterol Total". Como visto, colesterol é uma espécie de "gordura do sangue" e, como gorduras não se misturam com líquidos, o colesterol é insolúvel no sangue. Por isso, o colesterol precisa da "carona" de certas proteínas para cumprir as suas funções. 
A associação entre proteínas e colesterol dá origem às chamadas lipoproteínas. Essas, sim, são aptas a viajar por todo o organismo via corrente sanguínea. As lipoproteínas - ou apenas colesterol - assumem algumas formas, sendo divididas em "bom colesterol" (HDL - high density, ou alta densidade) e "mau colesterol" (LDL - low density ou baixa densidade). 
Pesquisas provaram que o bom colesterol (HDL) retira o colesterol das células e facilita a sua eliminação do organismo. Por isso, é benéfico. Já o mau colesterol (LDL) faz o inverso: ajuda o colesterol a entrar nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura. Justamente por isso, traz diversos malefícios. 
Fatores de risco 
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta. 
A dieta rica em colesterol inclui grandes quantidades de alimentos de origem animal: óleos, leite não desnatado e ovos. As gorduras, sobretudo as saturadas, contribuem para o problema do colesterol elevado. 
A gordura saturada é um tipo de gordura que, quando ingerida, aumenta a quantidade de colesterol no organismo. Está presente, principalmente, em alimentos de origem animal. A carne vermelha, mesmo quando aparentemente "magra", possui moléculas de colesterol entre as suas fibras e deve ser evitada. As margarinas light ou diet devem ser as escolhidas em substituição à manteiga. 
As gorduras insaturadas estão presentes, principalmente, em alimentos de origem vegetal. Elas são essenciais ao organismo, mas o corpo humano não tem condição de produzi-las. É por isso que é necessário consumi-las na alimentação. A substituição de gorduras saturadas por insaturadas na dieta pode auxiliar a reduzir o colesterol no sangue. Quando quiser preparar um pão mais saboroso, prefira margarina light ou diet à manteiga. 
Onde encontramos o Colesterol?
· O Colesterol é transportado no sangue para os órgãos e para o fígado pelas lipoproteínas 
· LDL-C (colesterol ruim) em níveis elevados pode aderir à parede das artérias dificultando a passagem do sangue e entupir as artérias e causando a aterosclerose principalmente no coração
HDL-C (colesterol bom) é o colesterol que ajuda remover o LDL-C do organismo. Seu excesso protege as artérias do coração mas sua falta também é ruim para o organismo
Colesterol – Inimigo Silencioso
Normalmente o Colesterol Elevado não causa sintomas na maioria das pessoas
Níveis de colesterol elevados por muito tempo resultam na aterosclerose 
(doença das artérias) que leva ao Infarto e ao Derrame
Em algumas pessoas o colesterol elevado produz alguns sinais chamados xantomas e xantelasmas 
Triglicérides
São uma importante reserva energética do organismo
São gorduras que se elevam no sangue após a ingestão de alimentos gordurosos.
Seus níveis aumentados também são prejudiciais e junto com o LDL-C aumentam o risco de doença coronariana
O que é Aterosclerose?
É o depósito de gorduras nas paredes das artérias, que com o passar do tempo leva a formação de uma placa que dificulta a passagem do sangue podendo levar a um entupimento no local.
Esta obstrução leva a diminuição do fluxo de sangue para os órgãos com graves conseqüências para o coração e o cérebro
Conseqüências da Aterosclerose
Coração: 
· Angina: dor no peito por falta de sangue e oxigênio
· Infarto: Morte de um pedaço do músculo do coração, por falta completa de circulação e oxigenação no local
Cérebro: 
· Derrame ou AVC isquêmico: Morte de parte do tecido do cérebro por falta completa de circulação e oxigenação no local
· Derrame ou AVC hemorrágico: No local onde se forma a placa de aterosclerose pode ocorrer o rompimento do vaso cerebral, ocasionando a interrupção da circulação sanguínea e morte do tecido cerebral no local 
A Associação Americana do Coração relaciona os seguintes níveis de colesterol sanguíneos totais em jejum e o risco para doenças cardíacas:6
	Nível em mg/dL
	Nível em mmol/L
	Risco de doença cardíaca
	<200
	<5,2
	Nível desejável: menor risco de doença cardíaca
	200-239
	5,2-6,2
	Limiar de alto risco
	>240
	>6,2
	Nível não-desejável: alto risco
Aterosclerose é uma doença que tem muitas causas e começa na infância
· A aterosclerose começa na infância e geralmente vai se manifestar após os 55 anos de idade nos homens e 65 anos nas mulheres, porém, pode começar antes!
Fatores que auxiliam no desenvolvimento da aterosclerose 
· LDL (colesterol ruim alto)
· HDL (colesterol bom baixo) 
· Idade mais avançada
· Sedentarismo
· Fumo
· Pressão alta
· Diabetes 
· Obesidade
Por que controlar os fatores de risco?
· Controlar o colesterol = - 33% de risco de infarto - 25% de risco de morte - 20% de risco de derrame.
· Controle da pressão arterial = -15% de risco de infarto - 42% o risco de derrame
· Parar de fumar = - 50% de risco de infarto - 70% de risco de morte.
· Perder peso e exercício = - 25% de risco de diabetes
· Importante: quem tem diabetes apresenta um risco cerca 4 vezes maior de morrer 
	de doenças cardiovasculares. 
Conseqüências Clínicas:
· Angina
· Insuficiência Cardíaca
· Doença Vascular Periférica
· Insuficiência Renal
· Etc. 
É possível prevenir de forma adequada a aterosclerose?
· Para prevenir aterosclerose é necessário identificar quem está sob o risco de ter essa doença
· Isso é muito fácil, basta uma consulta com o médico
· Pela história do paciente, pelo exame físico e um simples exame de sangue pode-se fazer o diagnóstico e avaliar o risco de aterosclerose 
Quem tem risco para infarto e morte por doença do coração?
· Quem já teve derrame, obstruções de artérias nas pernas ou na aorta
· Quem é diabético
· Quem apresenta colesterol alto 
· Quem já teve infarto, angina, fez cirurgia de pontes de safena ou angioplastia 
· Quem tem familiar com infarto ou morte súbita
· Sedentário, obeso, tabagista
Objetivos do tratamento
Prevenir a Doença Arterial Coronariana
Prevenir a mortalidade
Prevenir as complicações: :Infarto, Derrame, Impotência, Angina (dor no peito)
 Melhorar a qualidade de vida
Formas de Combate ao Colesterol Elevado
· Mudança no Estilo de Vida 
· Mudança nos hábitos alimentares
· Dieta com baixo teor de gorduras
· Combate ao tabagismo
· Parar de fumar
· Exercícios físicos diários 
EXERCÍCIOS FÍSICOS AJUDAM A MANTER TAXAS DE COLESTEROL SOB CONTROLE
Substância é necessária ao organismo, mas é importante evitar os excessos. Alimentação correta pode reduzir as taxas no sangue em até 15%
Por Do Bem Estar e G1.com Rio de Janeiro 
É comum ouvir falar do colesterol como algo que faz mal ao coração, mas nada é tão simples assim. O colesterol é uma substância necessária para o organismo. Sem ele, as células não formariam a membrana que asenvolve, e não teriam como receber alimentos e oxigênio. No entanto, o desequilíbrio dessa gordura pode causar doenças do sistema circulatório, como a arterosclerose, que é quando as artérias ficam mais grossas e rígidas, aumentando o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais.
Corrida é uma das atividades que ajudam a reduzir o colesterol
A prática de exercícios pode alterar a produção das enzimas que controlam os níveis de gordura do nosso sangue. A LPL, a enzima que destrói os triglicerídeos e aumenta os níveis de colesterol-HDL (colesterol bom), foi encontrada em quantidades elevadas entre os praticantes de exercícios aeróbios. Além disso, a perda de gordura corporal irá aumentar a ação da LPL.
A hepatolipase (HL) é a enzima que remove o bom colesterol, o HDL, e o destrói. Os exercícios de resistência tendem a diminuir a quantidade de HL, ajudando a aumentar o nível de HDL.
Porém, por causa do conteúdo hereditário, nem todos conseguem a mesma resposta frente aos valores das frações do colesterol com o exercício.
Desde 1970, quando os pesquisadores de Stanford (Califórnia- EUA) descobriram que o perfil lipídico dos corredores era melhor do que os sedentários, realizaram uma série de estudos na tentativa de compreender o fato.
A conclusão de todos esses estudos foi que o exercício pode diminuir o colesterol total (que é a soma do colesterol HDL com o colesterol LDL) em uma média de 10mg/dl e os triglicérides em média de 16 mg/dl. Porém o mais importante é o fato de que o nível de colesterol LDL diminuiu e o HDL aumentou, ou seja, apesar da diminuição do total ser de 10mg/dl, o corpo ganhou mais HDL e menos LDL, uma ótima notícia!
Em geral, é necessária uma grande quantidade de exercícios para melhorar o nível de colesterol e triglicerídeos. Se for inativo você precisará se exercitar o equivalente a uma corrida ou caminhadas aceleradas semanais de 13 a 16 km (4 km/dia em 4 dias numa semana de 7 dias). Quantos mais quilômetros por semana, maior a queda do colesterol. O efeito do exercício pode ocorrer entre doze semanas e seis meses, ou seja, é um caminho longo, mas muito mais que um tratamento é um novo estilo de vida, muito mais saudável, pois além de diminuir o colesterol a atividade física melhora em muito a saúde.
Exemplo de um programa de exercícios
Tipo de exercício
Ginástica aeróbica ou levantamento de pesos (você escolhe!)
A ginástica aeróbia é mais eficaz para aumentar o HDL.
A musculação é mais eficaz para reduzir o LDL.
Intensidade
Entre 75% a 85% da freqüência cardíaca máxima ou do nível 3 e 4 (entre 10) na escala subjetiva de esforço (escala de Borg), para a ginástica aeróbica.
Para musculação, o programa deverá seguir a capacidade do indivíduo
Freqüência
Pelo menos quatro vezes por semana para os aeróbios.
Pelo menos três vezes por semana para os anaeróbios (musculação).
Lembrando que a medicina do esporte estuda a adaptação do corpo humano e sua saúde aos exercícios físicos, mas é o professor de educação física o único profissional capacitado a avaliar, organizar e acompanhar a evolução de uma pessoa frente a qualquer tipo de treinamento.
A alimentação é uma parte importante do controle do colesterol, mas não é tudo. Ela é a origem de 30% do colesterol que temos, e os outros 70% são produzidos pelo próprio corpo. A dieta é capaz de reduzir os níveis de colesterol em 15%, mas, dependendo das características genéticas, uma pessoa que não come gorduras pode ter colesterol alto.
ATIVIDADE FÍSICA: MAIS UMA ALIADA CONTRA O COLESTEROL 
Além de proteger o coração, enrijecer os músculos e aumentar o condicionamento físico, os exercícios também colaboram para o controle do colesterol. E as boas notícias não param por aí: enquanto diminuem os níveis de LDL - o colesterol ruim - os exercícios ajudam a elevar o HDL, o colesterol bom.
Essa alteração nos índices de colesterol, provocada pela atividade física, ocorre porque, durante o exercício, a circulação sanguínea é aumentada, ativando o fluxo de sangue nas veias e artérias. Isso evita que as gorduras – os triglicérides e o LDL – se instalem e se acumulem nas paredes das artérias. 
Ao evitar o acúmulo de gordura, o coração fica protegido de um dos fatores de risco mais perigosos para doenças cardiovasculares: a aterosclerose. 
“Os exercícios também alteram a produção de enzimas que controlam os níveis de colesterol no sangue”, afirma Márcio Marega, fisioterapeuta e responsável pelo Projeto Anti-Sedentarismo do Einstein. Então, para quem quer deixar o sedentarismo de vez, aí está mais um bom motivo.
QUAL O MELHOR EXERCÍCIO?
Desde a década de 1970, pesquisadores da Universidade de Stanford estudam a relação entre a atividade física e a redução do colesterol. E comprovaram que os níveis de colesterol dos praticantes de corrida eram melhores, se comparados aos dos sedentários. Isso porque a corrida é um exercício aeróbio, benéfico para sistema cardiorespiratório.
Segundo Marega, não há um exercício melhor que o outro, tudo depende de quem vai praticar. “A melhor escolha é sempre por uma atividade física que proporcione prazer”, garante. Muitas vezes optar por exercícios da moda ou que pareçam mais eficazes pode não ter o mesmo efeito do que uma simples caminhada, desde que a pessoa sinta-se bem durante a prática.
Começar pela caminhada é uma boa pedida para quem é sedentário. Essa atividade não requer grande nível de condicionamento físico, tampouco equipamentos ou acessórios sofisticados. Outra vantagem é que da caminhada é possível evoluir para esportes que exijam mais preparo, como a corrida.
Os exercícios também alteram a produção de enzimas que controlam os níveis de colesterol no sangue. A melhor escolha é sempre por uma atividade física que proporcione prazer
O SEGREDO É A REGULARIDADE
O mais importante para aderir a um programa de atividade física é a regularidade. “Só assim é possível ter bons resultados”, enfatiza o fisioterapeuta. 
A OMS recomenda 30 minutos de atividade física, praticada no maior número de dias por semana, sempre reservando pelo menos um para o descanso. Esse tempo pode ser fracionado ao longo do dia, como em três sequências de 10 minutos. 
O acompanhamento de um especialista no esporte é recomendado para orientar quanto à intensidade, descanso e alimentação para garantir a segurança.
Independentemente do objetivo - seja perder peso, deixar o sedentarismo ou melhorar os níveis de colesterol - o primeiro passo antes de iniciar uma atividade física é passar por um checkup médico. “Com uma avaliação médica em mãos é possível saber qual o nível de condicionamento físico e, a partir dessa informação, procurar a atividade mais adequada”, explica Marega.
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