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LEI DE IMPROBIDADE ATUALIZADA

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@ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Lei de Improbidade 
Administrativa (LIA) – pós 
Lei 14.230/21 
 
LIA 
@ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Sumário 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................................. 3 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LIA) .................................................................................................... 4 
NATUREZA DAS SANÇÕES ................................................................................................................................................ 6 
ABRANGÊNCIA .............................................................................................................................................................. 17 
Sujeitos ativos ........................................................................................................................................................ 18 
Sujeitos passivos..................................................................................................................................................... 21 
DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA (DECLARAÇÃO DE BENS) ...................................................................... 26 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E PROCESSO JUDICIAL .............................................................................. 30 
INDISPONIBILIDADE DE BENS (ART. 16) ............................................................................................................................... 31 
AÇÃO JUDICIAL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................................................... 36 
Rito processual da ação por improbidade administrativa ............................................................................................. 38 
Acordo de não persecução civil (art. 17-B) .................................................................................................................. 44 
Sentença ............................................................................................................................................................... 50 
PRESCRIÇÃO .................................................................................................................................................. 54 
QUESTÕES PROCEDIMENTAIS ESPECÍFICAS.......................................................................................................................... 59 
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E RESPECTIVAS SANÇÕES .............................................................. 62 
ATOS DE IMPROBIDADE QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. 9º) .............................................................................. 63 
ATOS DE IMPROBIDADE QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO (ART. 10) ....................................................................................... 65 
ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART. 11) .................................................................. 70 
SANÇÕES ....................................................................................................................................................... 77 
QUESTÕES COMENTADAS – FGV ..................................................................................................................... 86 
LISTA DE QUESTÕES – FGV ............................................................................................................................. 96 
GABARITO – FGV ........................................................................................................................................... 101 
RESUMO DIRECIONADO ................................................................................................................................ 102 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 113 
 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Apresentação 
Pessoal, hoje vamos estudar a lei de improbidade administrativa (Lei 8.429/92), reformada pela Lei 14.230, 
publicada em 26 de outubro de 2021. Essa foi a maior mudança feita nessa lei, que está em vigor desde 1992. 
Sem mais delongas, vamos para aula! 
Ah! Antes de começar, vou deixar só um recadinho do professor Erick Alves: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você pode ouvir o meu curso completo de Direito Administrativo narrado no aplicativo 
EmÁudio Concursos, disponível para download em celulares Android e IOS. No aplicativo, 
você pode ouvir as aulas em modo offline, em velocidade acelerada e montar listas. Assim, 
você consegue estudar em qualquer hora e lugar! Vale a pena conhecer! 
 ProfErickAlves 
 ProfErickAlves 
 
 
https://www.instagram.com/proferickalves
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https://www.facebook.com/proferickalves
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 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Lei de Improbidade Administrativa (LIA) 
A Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa, comumente abreviada como LIA) dispõe sobre as sanções 
aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa de que trata o § 4º do art. 37 da 
Constituição Federal (que veremos em instantes) e dá outras providências. 
A finalidade da responsabilização por atos de improbidade administrativa é tutelar (proteger), dentre outros 
princípios, a probidade na Administração Pública, que é decorrente do princípio da moralidade, expresso no caput 
do artigo 37 da Constituição Federal, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social. É 
isso que se depreende do artigo 1º da lei: 
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na 
organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do 
patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Mas o que exatamente é considerado ato de improbidade administrativa? 
Veremos isso em detalhes em momento oportuno, mas, por ora, é bom saber que são considerados atos de 
improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos artigos 9º, 10 e 11 desta lei, ressalvados tipos 
previstos em leis especiais (art. 1º, § 1º). Portanto, se a conduta se enquadrar nesses artigos, não será ato de 
improbidade administrativa. 
Ademais, é exigida comprovação de dolo (intenção) para que os agentes públicos sejam responsabilizados pela 
LIA. Dolo, de acordo com esta lei, é a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos 
supramencionados artigos, não bastando a voluntariedade do agente. Assim, o mero exercício da função ou 
desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a 
responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (art. 1º, § 2º e 3º). 
Aprofundando 
A principal mudança trazida pela Lei 14.230/21, que alterou a Lei 8.429/92, foi a exigência de dolo para 
enquadramento na LIA. 
Antigamente, para responsabilização de agente por uma das categorias de atos de improbidade administrativa 
(atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário – art. 10) bastava a comprovação do elemento 
subjetivo da culpa. 
Sistemade 
responsabilização
probidade na 
organização e no 
exercício de 
funções
integridade do 
patrimônio 
público e social
tutelar assegurar 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Por fim, é válido destacar que se aplicam ao sistema da improbidade disciplinado na LIA os princípios 
constitucionais do direito administrativo sancionador (art. 1º, § 4º). Isso, na verdade, nem precisava ser dito, 
porque, no âmbito administrativo, esses princípios (por exemplo: princípio do contraditório e ampla defesa, 
princípio do devido processo legal, princípio da segurança jurídica etc.) já se são assegurados. Mas a lei quis deixar 
isso expresso. Ok: não tem problema nenhum. 
Questões para fixar 
1. Questão inédita 
O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade do Estado no 
exercício de suas funções. 
Comentários: 
Nos termos do caput do art.1º da LIA: “o sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa 
tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a 
integridade do patrimônio público e social”. 
Gabarito: Certo 
2. Questão inédita 
O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do 
Estado, como forma de assegurar a integridade do patrimônio social. 
Comentários: 
Novamente, de acordo com o caput do art.1º da LIA: caput do art.1º da LIA: “o sistema de responsabilização por 
atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas 
funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social”. 
Gabarito: Certo 
3. Questão inédita 
Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas culposas e dolosas tipificadas nos artigos 9º, 10 e 
11 da Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). 
Comentários: 
Exige-se a comprovação de dolo (intenção) para que os agentes públicos sejam responsabilizados pela LIA. A culpa 
não é suficiente para fundamentar a punição ao agente pela prática de ato de improbidade. 
De acordo com o art. 1º, § 1º, da LIA: 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Art. 1º, § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 
desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 
Gabarito: Errado 
4. [Q322542] CESPE / CEBRASPE - PC-BA - Investigador de Polícia – 2013 
A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui fundamento do princípio da 
eficiência. 
Comentários: 
Geralmente, associa-se o conceito de improbidade ao de moralidade. Por isso, diz-se que a probidade na 
Administração Pública é decorrente do princípio da moralidade (não da eficiência). 
Gabarito: Errado 
Natureza das sanções 
Conforme sua ementa, a LIA dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade 
administrativa de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal. Vejamos então esse dispositivo 
constitucional, que estabelece a punição para os atos de improbidade administrativa: 
Art. 37, §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Nesse sentido, a Lei de Improbidade institui as sanções previstas na Constituição (quais sejam: suspensão dos 
direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário) e, 
adicionalmente, relaciona outras tantas. 
Detalhe é que, a rigor, nem todas as consequências estabelecidas pela Lei 8.429/92 são penalidades. Por exemplo, 
a indisponibilidade de bens, como veremos adiante, é uma medida de natureza cautelar cuja finalidade não é 
punir alguém, e sim evitar que a pessoa se desfaça de seus bens a fim de frustrar uma eventual execução judicial. 
Outro ponto que merece destaque é que o ato de improbidade é um ilícito de natureza civil. Isso fica claro na parte 
final do dispositivo (“sem prejuízo da ação penal cabível”), pois ela enfatiza que, além da ação por improbidade 
administrativa, aquele que transgredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabilizado penalmente. É por isso 
que a doutrina defende que a improbidade, em si, não é um crime, mas um ilícito de ordem civil-política. 
Preste atenção! 
A improbidade administrativa tem caráter cível, não se trata de punição criminal. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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No entanto, embora o ato de improbidade seja considerado um ilícito de ordem civil (e não de ordem penal), as 
sanções previstas na Lei 8.429/92 para penalizar a sua prática são de natureza administrativa, civil e política. 
Vejamos (art. 12): 
 
Perceba que a Lei de Improbidade não institui sanções penais. Por isso, vale a pena repetir: o ato de improbidade, 
em si, não constitui crime. Contudo, pode corresponder também, mas não necessariamente, a um crime 
definido em lei. Nesse caso, além das penalidades previstas na Lei 8.429/92, o agente também responderá na 
esfera penal, estando sujeito às penas nela cominadas. Ademais, um ato de improbidade pode corresponder, 
igualmente, a uma infração disciplinar administrativa, hipótese na qual os respectivos processos (o de 
improbidade, o disciplinar e o penal, se for o caso), correrão independentemente um do outro. 
Havendo a cumulação de instâncias, aplicam-se as mesmas regras já estudadas, ou seja, a regra geral é a 
independência entre as instâncias (o resultado da ação de improbidade não influencia o resultado da ação penal 
ou da administrativa, e vice-versa). Porém, há exceções à regra. A independência entre as instâncias é (sobretudo 
após a Lei 14.230/21), de certa forma, flexibilizada. 
Primeiramente, as sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade administrativa 
quando concluírem pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (art. 21, § 3º). 
Por exemplo: João estava respondendo, simultaneamente, pelo crime de “fraude em licitação ou contrato”, 
tipificado no art. 337-L, do Código Penal, e por ato de improbidade administrativa, tipificado no art. 10, inciso VIII: 
frustrar a licitude de processo licitatório. Acontece que João foi absolvido por negativa de autoria (não foi ele que 
praticou esse crime). Essa sentença produzirá efeitos em relação à ação de improbidade administrativa. Assim, 
João também será absolvido em sua ação por improbidade administrativa. 
Em seguida, a absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, 
impede o trâmite da ação por improbidade administrativa, havendo comunicação com todos os fundamentos de 
absolvição previstos no art. 386 Código de Processo Penal – exemplo: ausência de prova da existência do fato, 
ausência de prova de que o réu concorreu para a infração penal etc. (art. 21, § 4º). 
Por exemplo: Arthur é réu em um processo em que está sendo acusado de corrupção passiva (art. 317, do Código 
Penal) por, supostamente, ter recebido a título de comissão, em razão de sua função, um imóvel avaliado em 10 
• Perda da função pública
• Proibição de contratar com o Poder Público
• Proibição de receber benefícios fiscais ou creditícios
Administrativa
• Perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio
• Ressarcimento ao erário
• Multa civil
Civil
• Suspensão dos direitos políticosPolítica
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21LIA 
 
 
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milhões de reais. Acontece que receber bem imóvel a título de comissão pode ser tipificado como ato de 
improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9, inciso I). 
Pois bem. Então o mesmo fato (recebimento do imóvel) está sendo discutido na ação criminal e na ação por 
improbidade administrativa. 
Arthur foi absolvido em primeira instância, pelo juiz da vara criminal. Ato contínuo, o Ministério Público recorreu 
da decisão, mas a decisão da primeira instância foi confirmada pelo colegiado do TJ (ou do TRF). 
Pronto. Essa absolvição criminal, que discutiu os mesmos fatos (recebimento do imóvel) e que foi confirmada por 
decisão colegiada, impede o trâmite da ação por improbidade administrativa. 
Por último, sabe-se que as sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as 
sanções aplicadas nos termos da LIA (art. 21, § 5º). Não é à toa que a lei dispõe que: 
Art. 12 (...) 
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o 
ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos 
fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 
[Lei Anticorrupção], deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
Por exemplo: Pedro foi condenado, na esfera criminal, a pagar multa de R$ 50.000,00. Acontece que Pedro 
também foi condenado por ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração 
Pública (art. 11), de forma que também foi condenado ao pagamento de multa civil de 24 (vinte e quatro) vezes o 
valor da sua remuneração, o que totaliza R$ 70.000,00. 
A sanção aplicada na esfera criminal deverá ser compensada com a sanção aplicada nos termos da Lei 8.429/92, 
de forma que a multa cominada por ato de improbidade administrativa deverá ser de apenas R$ 20.000,00. Assim, 
Pedro não pagará multa de R$ 120.000,00 (R$ 50.000,00 + 70.000,00), mas sim de R$ 70.000,00 (R$ 50.000,00 + 
R$ 20.000,00). 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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No que se refere a crimes e sanções penais, a Lei de Improbidade apenas tipifica a “representação por ato de 
improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente”. Ou 
seja, nessa hipótese, o autor do crime é a pessoa que oferece denúncia sobre improbidade administrativa 
sabidamente infundada, e não o agente público que pratica ato de improbidade. O denunciante está sujeito a 
detenção de 6 a 10 meses e multa, bem como a ter de indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou 
à imagem que houver provocado (art. 19). 
No entanto, com a publicação da Lei 14.110/2020, que alterou a redação do artigo 339 do Código Penal (crime de 
denunciação caluniosa), o artigo 19 da Lei 8.429/92 parece ter sido revogado tacitamente. Senão vejamos: 
Denunciação caluniosa 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo 
judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa 
contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. (...) 
Hoje, para consumação do crime, é necessário que se acuse alguém que se saiba inocente de ter praticado crime, 
infração ético-disciplinar ou ato ímprobo. A redação anterior desse artigo mencionava somente “crime”. 
Isso significa que, de acordo com a regra anterior, era crime acusar alguém que se saiba inocente de ter praticado 
crime, mas não era crime acusar alguém que se saiba inocente de ter praticado infração ético-disciplinar ou ato 
ímprobo. Agora, se um sujeito acusar alguém (que ele sabe que é inocente) de ter praticado um ato ímprobo, o 
sujeito está cometendo crime! Em outras palavras: agora é possível também a denunciação caluniosa pela falsa 
imputação de ato de improbidade. 
Isso fez com que a seguinte questão fosse levantada: qual é o crime praticado pela pessoa que dá causa à 
instauração de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe fato 
ímprobo de que o sabe inocente? 
Regra: 
independência 
entre as esferas
Exceções
(flexibilizações)
sentenças civis e penais
quando concluírem 
pela...
inexistência da 
conduta 
produzirão efeitos 
em relação à ação 
de IA
negativa de 
autoria
a absolvição criminal 
mesmos fatos
impede o 
trâmite da ação 
por IAconfirmada por 
decisão colegiada
compensação com sanções 
aplicadas em outras esferas
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
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Antigamente, a resposta era: depende. Se a conduta imputada se amoldasse como ato de improbidade e também 
estivesse prevista como infração penal, a pessoa respondia pelo artigo 339 do Código Penal. Se fosse somente ato 
de improbidade, a pessoa respondia pelo artigo 19 da Lei de Improbidade Administrativa. 
Hoje, em ambos os casos (seja ato de improbidade + crime ou somente ato de improbidade), a pessoa responde 
pelo artigo 339 do Código Penal. Mas vale ressaltar que: é necessária a efetiva instauração de inquérito civil, 
processo administrativo disciplinar ou ação de improbidade administrativa para a consumação do crime. Não 
basta só representar por ato ímprobo contra alguém sabidamente inocente, é necessário que haja, novamente, a 
efetiva instauração de inquérito civil, processo administrativo disciplinar ou ação de improbidade administrativa. 
Por isso que o artigo 19 da Lei 8.429/92 parece ter sido revogado tacitamente. A doutrina ainda não é pacífica 
nesse ponto. Alguns defendem que o artigo 19 da Lei 8.429/92, de fato, foi revogado tacitamente. Outros 
sustentam que o artigo 19 da Lei 8.429/92 não foi expressamente revogado pela Lei 14.110/2020 e nem pela Lei 
14.230/21, o que demonstra que o legislador não teve essa intenção declarada. 
O melhor entendimento, no entanto, parece ser o de que o artigo 19 da Lei de Improbidade Administrativa foi 
revogado tacitamente, sendo que ele continuaria a ser aplicado para as situações anteriores a 21/12/2020 (data 
da publicação da Lei 14.110/2020), porque o artigo 339 do Código Penal é mais gravoso e, de acordo com o artigo 
5º, XL, da Constituição Federal: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
De qualquer forma... 
As penalidades previstas na Lei de Improbidade são aplicadas independentemente de outras sanções penais, civis 
e administrativas previstas na legislação específica. Assim, um agente público penalizado pelo Tribunal de Contas 
por ter causado prejuízo ao erário também pode ser punido pelo mesmo motivo no Judiciário, com fulcro na LIA. 
O mesmo vale, como já assinalado, para eventuais cominações na esfera penal ou, ainda, na esfera administrativa, 
conforme previsto na legislação do funcionalismo público de cada ente da federação. 
Ademais, a aplicação das sanções, em qualquer hipótese, independe (art. 21): 
 da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas 
previstas no art. 10 da LIA (atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário); 
Isso significa que a pena de ressarcimento e as condutas previstas no art. 10 da LIA dependem da efetiva ocorrência 
de dano ao patrimônio público. 
 da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas. 
“Eita, professor. Parece que os órgãos de controle interno e os Tribunais de Contas foram desprestigiados,hein? Parece 
que a decisão deles será totalmente ignorada.” 
Não, não. Eles não serão ignorados, porque a lei dispõe que os atos do órgão de controle interno ou externo 
serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a conduta do agente público. Ademais, 
as provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na 
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente (art. 21, §§ 1º e 2º). 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
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Agora, por outro lado, como já dito anteriormente, o enquadramento na Lei de Improbidade Administrativa exige 
a comprovação do dolo, ou seja, deve-se avaliar o elemento subjetivo da conduta do agente. Assim, por exemplo, 
o descumprimento de uma lei não pode ser classificado como ato de improbidade sem antes ser avaliada a 
intenção do transgressor e concluir-se pela presença de comportamento doloso. 
É imperioso destacar que antigamente, exigia-se dolo para os atos dos artigos 9º (enriquecimento ilícito), 10-A 
(concessão ou aplicação indevida de benefício tributário ou financeiro), 11 (violação dos princípios da 
Administração Pública), e dolo ou culpa para os atos do artigo 10 (prejuízo ao erário). Ou seja: para 
responsabilização de agente por atos de improbidade administrativa que causassem prejuízo ao erário (art. 10) 
bastava a comprovação do elemento subjetivo da culpa, que se mostra nos casos em que o agente pratica o ato 
de improbidade não por ter a intenção, mas porque agiu com imprudência, imperícia ou negligência. 
Atualmente, exige-se a comprovação do dolo para todas as condutas tipificadas nos artigos 9º, 10 e 11 (o art. 10-
A foi revogado). Isso significa que danos causados por imprudência, imperícia ou negligência não podem mais 
ser configurados como improbidade. 
Aplicação das 
sanções 
independe:
da efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público (salvo pena de 
ressarcimento e condutas do art. 10)
aprovação ou rejeição das contas 
pelo controle interno ou TC
atos do órgão de controle 
interno ou externo serão 
considerados pelo juiz 
provas deverão ser 
consideradas na formação 
da convicção do juiz
mas... 
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LIA 
 
 
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Por exemplo: agente público que aceita propina de uma empreiteira para direcionar uma licitação, concordando 
em acrescer o valor da propina ao custo da obra a ser pago pela Administração, pratica ato de improbidade que 
causa prejuízo ao erário, de maneira dolosa, pois teve a intenção de fraudar a licitação às custas do patrimônio 
público. 
Neste mesmo exemplo, imagine que o superior hierárquico do agente público corrupto tivesse recebido denúncia 
acerca do direcionamento da licitação e, por desleixo (negligência), não tenha adotado as providências necessárias 
para coibir a irregularidade. Nesse caso, podemos afirmar que o superior hierárquico também praticou ato de 
improbidade que causa prejuízo ao erário, por ter agido de maneira culposa? 
Não! Ele não praticou ato de improbidade administrativa, pois consideram-se atos de improbidade administrativa 
as condutas dolosas tipificadas nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA (art. 1º, § 1º), ou seja, exige-se a comprovação do 
dolo para a responsabilização do agente por ato de improbidade administrativa. 
Detalhe é que, antigamente, o Superior Tribunal de Justiça – STJ (REsp 951.389) unificou a tese de que o elemento 
subjetivo necessário para caracterizar a improbidade era o dolo eventual ou genérico, em especial nos atos de 
improbidade que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Ou seja: bastava a vontade de 
realizar o ato. Não se exigia a presença de intenção específica. 
Essa tese, no entanto, foi afastada pela nova redação de alguns dispositivos da LIA, os quais evidenciam a 
necessidade da presença do dolo específico (vontade de praticar conduta com especial finalidade) para a 
caracterização do ato de improbidade administrativa. 
Primeiramente, o § 2º do artigo 1º define o que seria “dolo” para fins de improbidade administrativa e preceitua 
que não basta a voluntariedade do agente: 
Dolo, 
apenas
Enriquecimento 
ilícito (art. 9º)
Violação dos 
princípios da 
Administração 
Pública (art. 11)
Concessão indevida 
de benefício 
tributário ou 
financeiro (art. 10-A)
Dolo ou 
culpa
Prejuízo ao erário 
(art. 10)
Antes da Lei 14.230/21
Dolo
Enriquecimento ilícito 
(art. 9º)
Prejuízo ao erário
(art. 10)
Violação dos princípios 
da Administração 
Pública (art. 11)
Revogado
Depois da Lei 14.230/21
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Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Art. 1º, § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos 
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
Em segundo lugar, o § 3º, também do art. 1º, fala de “ato doloso com fim ilícito”. Olha só: 
Art. 1º, § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de 
ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021). 
E, finalmente, os §§ 1º e 2º, do art. 11, preceituam que, somente haverá improbidade administrativa quando for 
comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou 
para outra pessoa ou entidade. 
Portanto, resta claro que agora a LIA exige não somente o dolo genérico, mas o dolo específico para 
responsabilização do agente por ato de improbidade administrativa. 
Preste atenção! 
A LIA exige a comprovação do dolo específico para a responsabilização de agente por ato de 
improbidade administrativa 
Por isso, não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de 
mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente (art. 11, § 5º). 
Também é válido destacar que não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência 
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser 
posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário (art. 1º, § 8). 
Por exemplo: digamos havia divergência interpretativa de um determinado dispositivo da lei de licitações, isto é, 
algumas pessoas entendem que o dispositivo deve ser interpretado “assim”, enquanto outras entendem que ele 
deve ser interpretado “assado”. Inclusive, havia jurisprudências que fundamentam ambos os posicionamentos. 
O Prefeito do município de Zabelê – PB então praticou ato com base em uma dessas jurisprudências, a qual acabou 
não prevalecendo nas decisões dos órgãos de controle e dos tribunais do Poder Judiciário. 
E agora? O Prefeito poderá ser responsabilizado pela prática de ato de improbidade administrativa? 
Não! Ele não será responsabilizado, porque não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de 
divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a 
ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário 
(art. 1º, § 8). 
Essa regra é bem lógica. E justa! O agente não pode ser penalizado por ter praticado (ou deixado de praticar) ato 
respaldado por jurisprudência, mesmo que ela posteriormente venha a ser superada, pois, naquela época, não se 
sabia qual entendimento iria prevalecer. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA)– pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Nesse momento, vale a pena resumir numa tabela o que é e o que não é considerado ato de improbidade 
administrativa, isto é, quais atos (de improbidade administrativa) estão sujeitos à LIA: 
É ato de improbidade Não é ato de improbidade 
As condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 da 
LIA (art. 1º, § 1º) 
Condutas culposas, mesmo que sejam aquelas 
tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 da LIA 
Exige-se dolo específico: considera-se dolo a vontade 
livre e consciente de alcançar o resultado ilícito 
tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 da LIA, não bastando a 
voluntariedade do agente (art. 1º, § 2º) 
Ato praticado de forma voluntária, mas sem a 
vontade (livre e consciente) de alcançar o resultado 
ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 da LIA (art. 1º, § 
2º) 
Atos de improbidade praticados contra o patrimônio 
de entidade privada que receba subvenção, benefício 
ou incentivo (art. 1º, § 6º) 
Mero exercício da função ou desempenho de 
competências públicas, sem comprovação de ato 
doloso com fim ilícito (art. 1º, § 3º) 
Atos de improbidade praticados contra o patrimônio 
de entidade privada para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio 
ou receita atual (art. 1º, § 7º) 
Mera nomeação ou indicação política por parte dos 
detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a 
aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do 
agente (art. 11, § 5º) 
Quando for comprovado na conduta funcional do 
agente público o fim de obter proveito ou benefício 
indevido para si ou para outra pessoa ou entidade (art. 
11, §§ 1º e 2º). 
Ação ou omissão decorrente de divergência 
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, 
ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser 
posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos 
de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário (art. 
1º, § 8º) 
Por fim, ressalte-se que o sucessor ou herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer 
ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio 
transferido (art. 8º). A responsabilidade dos sucessores e herdeiros, portanto, restringe-se às cominações com 
natureza de indenização para recompor o patrimônio público lesado, ou seja, ressarcimento do dano e restituição 
dos bens ou valores que resultaram no enriquecimento ilícito. 
A responsabilidade sucessória da LIA aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de transformação, 
de incorporação, de fusão ou de cisão societária. No entanto, nas hipóteses de fusão e de incorporação, a 
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do 
patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas na LIA decorrentes de atos e de 
fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito 
de fraude, devidamente comprovados. Ou seja: no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, em fusões 
e incorporações, aplicar-se-á a obrigação de reparação integral do dano causado e as demais sanções previstas na 
LIA (art. 8-A, caput e parágrafo único). 
Questões para fixar 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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5. [Q314353] CESPE - TC-DF – Procurador – 2013 
O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime, caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política. 
Comentários: 
A parte final do § 4º do art. 37 da Constituição Federal (“sem prejuízo da ação penal cabível”) enfatiza que, além da 
ação por improbidade administrativa, aquele que transgredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabilizado 
penalmente. Por isso, a doutrina defende que a improbidade, em si, não é um crime, mas um ilícito de ordem 
civil-política. 
Gabarito: Certo 
6. Questão inédita 
Os atos de improbidade administrativa que causam lesão ao erário dependem de ação dolosa do agente que enseje 
perda patrimonial, não sendo admitido o estabelecimento da culpa por omissão. 
Comentários: 
São considerados atos de improbidade administrativa apenas as condutas dolosas (e não as culposas) tipificadas 
nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA (art. 1º, § 1º). 
Gabarito: Certo 
7. [Q1792197] Quadrix - CORE-PR - Assistente Administrativo Júnior – 2021 
Considerado o caráter educativo e preventivo da Lei de Improbidade Administrativa, uma vez aplicada pena 
administrativa por ato de improbidade que cause prejuízo ao erário, não poderá o agente sofrer sanções em 
processos penais ou cíveis decorrentes do mesmo fato. 
Comentários: 
As penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa são aplicadas independentemente de outras 
sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica. E mais: havendo a cumulação de 
instâncias, a regra geral é a independência entre as instâncias, de forma que o resultado da ação de improbidade 
não influencia o resultado da ação penal ou da administrativa, e vice-versa. 
Portanto, mesmo que a pena administrativa por ato de improbidade que cause prejuízo ao erário tenha sido 
aplicada, o agente ainda poderá sofrer sanções em processos penais ou cíveis decorrentes do mesmo fato. 
Gabarito: Errado 
8. [Q1138767] Quadrix - CREFONO - 1ª Região - Agente Fiscal – 2020 
À luz do princípio da independência das instâncias, o ato de improbidade administrativa pode, ou não, gerar 
repercussões penais ao enquadrar-se, eventualmente, também como crime. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Comentários: 
Havendo a cumulação de instâncias, a regra geral é a independência entre as instâncias, de forma que o resultado 
da ação de improbidade não influencia o resultado da ação penal ou da administrativa, e vice-versa. Assim, um ato 
de improbidade administrativa poderá, ou não, resultar em responsabilidade penal do agente caso a conduta seja 
tipificada como crime. 
Gabarito: Certo 
9. Questão inédita 
As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade administrativa quando 
concluírem pela inexistência da conduta ou pela ausência de provas suficientes para a condenação. 
Comentários: 
Não. As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade administrativa quando 
concluírem pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (art. 21, § 3º). São por esses dois motivos 
(fundamentos). Quando concluírem pela ausência de provas suficientes para a condenação, as sentenças civis e 
penais não produzirão efeitos em relação à ação de improbidade administrativa. 
Gabarito: Errado 
10. Questão inédita 
Para a caracterização de ato de improbidade que cause dano ao erário, basta, com relação ao elemento subjetivo, 
que seja constatada a culpa do agente com dever legal de evitar tal prejuízo. 
Comentários: 
Até 26 de outubro de 2021 (data da publicação da Lei 14.230/21, que reformou a Lei de Improbidade 
Administrativa), a questão estaria correta. 
Porém, hoje a questão está errada, porque atualmente exige-se a comprovação do dolo para todas as condutas 
tipificadas nos artigos 9º, 10 e 11 (o art. 10 trata dos atos de improbidade que causam prejuízo ao erário). Isso 
significa que danos causados por imprudência, imperícia ou negligência não podem mais ser configurados 
como improbidade. Não basta, com relação ao elemento subjetivo, que seja constatada a culpa do agente com 
dever legal de evitar tal prejuízo. É necessária a comprovação não só de dolo genérico, mas dolo específico 
(vontade de praticar conduta com especial finalidade) para que haja responsabilização do agente por ato de 
improbidade administrativa. 
Gabarito:Errado 
11. [Q1176815] Quadrix - CRB 6ª Região - Bibliotecário Fiscal – 2019 
A aprovação das contas do gestor pelo respectivo tribunal de contas afasta a possibilidade de cobrança, em ação 
de improbidade, de ressarcimento ao erário. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Comentários: 
Não afasta! Não afasta, porque o artigo 21 da LIA prevê que: 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas 
no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
Gabarito: Errado 
12. [Q392745] CESPE - TC-DF - Auditor de Controle Externo – 2014 
O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e 
enriquecido ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o 
limite do valor da herança recebida. 
Comentários: 
Correto, nos termos do art. 8º da LIA: 
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos 
apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Gabarito: Certo 
 
Abrangência 
Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a 
integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da 
administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (art. 1º, 
§ 5º). Por isso, apesar de ter sido editada pela União, a LIA é uma lei de caráter nacional, pois alcança e obriga 
todos os entes federativos. 
 
Atos de improbidade
violam...
a probidade na 
organização e no 
exercício de funções
Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário 
(U, E, DF e M)
a integridade do 
patrimônio público e social
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Sujeitos ativos 
Como visto, a lei estabelece sanções para os agentes públicos que praticarem atos de improbidade 
administrativa. Tais agentes são considerados os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa, 
exatamente por serem as pessoas que podem praticar (ou deixar de praticar) tais atos. 
Para os efeitos da LIA, considera-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º da 
Lei (art. 2º). 
O conceito é bastante amplo, podendo-se dizer que qualquer sujeito que exerça uma função estatal deve ser 
considerado agente público para os fins da Lei de Improbidade, compreendendo não apenas os servidores estatais 
(titulares de cargos públicos efetivos ou em comissão e empregados públicos), mas ainda os agentes políticos e 
mesmo particulares em colaboração com o Estado. 
Portanto, para os fins da Lei de Improbidade, “agente público” é gênero no qual se encontram as seguintes 
espécies: 
 Agentes políticos: são os titulares de cargos estruturais à organização política do país; o vínculo que 
entretêm com o Estado é de natureza política, isto é, não profissional; submetem-se ao regime estatutário 
definido primordialmente pela própria Constituição. São exemplos: Chefes do Executivo, Ministros e 
Secretários, Senadores, Deputados e Vereadores; 
 Agentes estatais: são tanto os servidores públicos quanto os empregados públicos; o vínculo que possuem 
com o Estado possui natureza profissional; 
 Particulares em colaboração com o Poder Público: são todos os que firmam com o Estado um vínculo 
jurídico, pouco importa se por breve tempo ou em situação de estabilidade. São exemplos os requisitados a 
exercerem alguma atividade pública, tal como os mesários e os convocados ao serviço militar, além de 
notários, tabeliães e registradores. 
Mas a lei vai além, e diz que, no que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas na LIA 
o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a Administração Pública convênio, contrato de repasse, 
contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente (art. 2º, 
parágrafo único). 
Por exemplo: uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), qualificação jurídica dada a 
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que celebrar termo de parceria com a União poderá ser 
responsabilizada por ato de improbidade administrativa. 
Ademais, a LIA se aplica, no que couber, àquele (terceiro) que, mesmo não sendo agente público, induza ou 
concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade (art. 3º). 
Repare que, ao ser beneficiado pela improbidade, o terceiro só será responsabilizado se tiver agido com dolo, de 
forma que é impossível que o terceiro responda por ato de improbidade no caso de mera culpa. 
Por outro lado, não é preciso ser servidor público ou ter algum vínculo jurídico específico com o Estado para se 
enquadrar nas hipóteses da Lei de Improbidade. O terceiro também não precisa necessariamente obter vantagem 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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pessoal para estar sujeito à Lei: basta que ele induza ou concorra dolosamente para a prática de ato de 
improbidade. 
Exemplos de terceiros que podem se enquadrar nas hipóteses de improbidade administrativa: as pessoas 
representantes de empresas privadas que atuam em conluio com agente público para fraudar licitação. 
Aprofundando 
Antes da Lei 14.230/21, as disposições da LIA também se aplicavam ao terceiro que tivesse se beneficiado, sob 
qualquer forma direta ou indireta, da prática do ato de improbidade. 
Hoje, não. No âmbito da LIA, os terceiros só serão responsabilizados se induzirem ou concorrerem para a prática 
de ato de improbidade. 
Importante ressaltar, no entanto, que os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de 
direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, 
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua 
participação (art. 3º, § 1º). 
Isso significa que os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado só 
responderão a atos imputados à pessoa jurídica a que pertencem se houver participação comprovada e 
benefícios direitos gerados a eles, caso em que responderão nos limites de sua participação no ato de 
improbidade. 
Além disso, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à Administração 
Pública nos termos da Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção), as sanções da Lei de Improbidade não se aplicarão à 
pessoa jurídica responsável (art. 3º, § 2º). Essa regra veda a dupla tipificação de condutas lesivas ao patrimônio 
público, de forma que se a uma pessoa jurídica já tenha sido imputada determinada conduta presente na Lei 
Anticorrupção, a ela não se imputará condutas presentes na LIA. 
“Professor, pelo que eu estou vendo, quer dizer então que pessoa jurídica pode responder por ato de improbidade 
administrativa?” 
Sim! Por poderem ser beneficiadas pelo ato de improbidade, as pessoas jurídicas também podem responder por 
tal espécie de ilícito, ainda que desacompanhadas de seus sócios (conformejurisprudência do STJ: REsp 
1127143/RS). 
Outro ponto fundamental acerca da responsabilização de terceiro é que ele apenas se submete à Lei de 
Improbidade se algum agente público também estiver envolvido no ato, vale dizer, a pessoa sem vínculo com 
o Poder Público jamais pode praticar um ato de improbidade isoladamente. 
Jurisprudência do STJ (Resp 1155992/MA): 
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar sozinho como réu 
em Ação de Improbidade Administrativa. 
Com efeito, de acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 961), a Lei 8.429/92 só prevê as 
seguintes hipóteses em que o terceiro poderá ser responsabilizado por improbidade administrativa: 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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 A pessoa induz um agente público a praticar ato de improbidade; ou 
 Ela pratica um ato de improbidade junto com um agente público, isto é, concorre para a prática do ato. 
É claro que, se o terceiro prejudicar o patrimônio público isoladamente, estará sujeito às sanções civis e penais 
cabíveis, mas não poderá ser penalizado com base na LIA. 
Preste atenção! 
Pessoa sem vínculo com o Poder Público jamais pode praticar um ato de improbidade isoladamente 
Aprofundando 
Uma questão que gera bastante dúvidas no estudo do tema desta aula diz respeito à aplicação da Lei de 
Improbidade Administrativa aos agentes políticos. 
A dúvida consiste em saber se o regime próprio de responsabilidade a que se submetem alguns agentes políticos 
(Presidente da República; Ministros de Estado; Procurador-Geral da República; Ministros do STF; Governadores; 
Secretários de Estado), regido Lei 1.079/1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade), teria o condão de afastar a 
Lei de Improbidade. Afinal, são regimes de responsabilidade bastante parecidos, o que poderia resultar num bis in 
idem. 
Outro aspecto duvidoso reside no foro competente para processar e julgar ações de improbidade envolvendo 
agentes políticos que possuem foro privilegiado nas ações penais comuns e nos crimes de responsabilidade (ex: 
Presidente da República, Vice-Presidente, Ministros de Estado, membros do Congresso Nacional, Procurador-
Geral da República, membros de Tribunais Superiores, do TCU, chefes de missão diplomática permanente). Enfim, 
o foro privilegiado também seria ou não aplicável às ações de improbidade que, normalmente, são instauradas 
perante o juízo de primeiro grau? 
Em 2018, o STF pacificou o assunto. 
Com efeito, ao apreciar agravo de regimento na Pet 3240, a Suprema Corte firmou os seguintes posicionamentos: 
• os agentes políticos, com exceção do presidente da República, encontram-se sujeitos a um duplo regime 
sancionatório, e se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto 
à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade; 
• compete à Justiça de primeiro grau o julgamento das ações de improbidade, logo não há foro por prerrogativa 
de função em relação a este tipo de ação. 
Vale ressaltar o caso específico do Presidente da República: em razão da previsão de um regime jurídico próprio 
de responsabilização previsto constitucionalmente (o art. 85, inciso V, da CF, prevê a improbidade como crime de 
responsabilidade, com julgamento em regime especial pelo Senado Federal), o STF entendeu pela impossibilidade 
de responsabilização do chefe do Poder Executivo federal por atos de improbidade administrativa nos termos da 
Lei 8.429/92. Conclusão: Presidente da República não se submete aos ditames da LIA! 
Assim, especialmente após a Lei 14.230/21, que expressamente considerou os agentes políticos no conceito de 
agente público para fins desta lei, podemos afirmar com bastante tranquilidade que os agentes políticos 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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respondem por improbidade administrativa, ainda que sujeitos ao cometimento de crime de responsabilidade, 
com exceção do Presidente da República. Ademais, podemos afirmar com certeza que a prerrogativa de foro 
não se aplica às ações de improbidade. 
Observação: antes da consolidação do entendimento pelo STF (em 2018), as bancas de concurso não adotavam 
um posicionamento uniforme sobre o assunto, de modo que é possível você encontrar questões antigas com 
entendimentos diferentes. 
 
Sujeitos passivos 
Os órgãos e entidades que podem ser vítimas dos atos de improbidade são os sujeitos passivos desses atos. 
Como vimos, os agentes públicos e os terceiros sujeitam-se às sanções previstas na lei pela prática de atos de 
improbidade contra o patrimônio dos órgãos e entidades indicados no art. 1º, abrangendo os Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário, bem como a administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal (art. 1º, § 5º). 
Estará sujeito à Lei 8.429/92 o agente público que praticar ato de improbidade, por exemplo, contra o patrimônio 
de uma autarquia municipal, de um Tribunal do Judiciário Estadual ou de uma empresa pública federal. 
Mas também estão sujeitos às sanções da LIA os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade 
privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais 
(art. 1º, § 6º). 
Sujeitos ativos dos atos 
de improbidade
Agente público = agente político (exceto Pres. da Rep.), 
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, mandato, 
cargo, emprego ou função
Particular, pessoa física ou jurídica, 
que celebra com a administração 
pública convênio ou ajuste 
equivalente
Terceiro: aquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou 
concorra dolosamente para a prática 
do ato de improbidade
sócios, os cotistas, os diretores
e os colaboradores de pessoa 
jurídica de direito privado: só se 
houver participação 
comprovada e benefícios 
direitos
LIA não se aplica se o ato de 
improbidade também for 
sancionado como ato lesivo à 
administração (Lei 
Anticorrupção)
jamais isoladamente
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Além disso, independentemente de integrar a administração indireta, serão punidos na forma da lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos (art. 1º, § 7º). Isso significa que se a contribuição dos 
cofres públicos não for suficiente para cobrir o ressarcimento de prejuízos, o valor excedente deverá ser ressarcido 
em outra espécie de ação, como a ação civil pública. 
Vale ressaltar que nessas pessoas jurídicas não há presença de agente públicos, motivo pelo qual a repercussão é 
meramente patrimonial, não havendo, por exemplo, sanções de perda de cargo ou suspensão de direitos políticos. 
Exemplo: o Ministério da Saúde (MS) formalizou Termo de Parceria com determinada OSCIP. Para tanto, houve o 
repasse de R$ 500.000,00, e contrapartida de R$ 200.000,00 com recursos da entidade. 
Quando da análise da prestação de contas, o órgão de controle interno do MS constatou o desfalque de R$ 
600.000,00, tendo, dentre outras providências, representado ao Ministério Público (MP). 
O MP, requerendo em juízo a condenação dos gestores da entidade, ingressou com ação por improbidade 
administrativa, no total de R$ 600.000,00, em razão do ato que causou prejuízo ao erário. 
Primeira pergunta: a OSCIP está sujeita às sanções previstas na LIA? 
Resposta:sim, por força do parágrafo único do art. 2º: “no que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se 
às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a Administração Pública 
convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste 
administrativo equivalente.” 
Segunda pergunta: o MP agiu corretamente ao requerer os R$ 600.000,00 por meio de ação judicial de 
improbidade administrativa? 
Não! Porque a OSCIP é entidade privada para cujo custeio o erário concorreu no seu patrimônio. Assim, o 
ressarcimento se limita ao valor da contribuição estatal. Na hipótese, o teto da condenação por improbidade 
é de R$ 500.000,00. E os R$ 100.000,00 restantes do desfalque, que foi de R$ 600.000,00, devem ser cobrados em 
ação de ressarcimento diversa. 
Curiosidade 
Antigamente, era necessário verificar o percentual de participação do erário no patrimônio ou receita anual da 
entidade privada para saber se a sanção patrimonial era ou não limitada à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
Caso o percentual fosse maior que 50%, os atos de improbidade praticados contra entidade privada estariam 
sujeitos às penalidades da lei, sem limitação. 
Caso o percentual de participação de dinheiro público no patrimônio ou receita da empresa privada fosse menor 
que 50% ou, ainda, se a empresa tivesse recebido subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público, a Lei de Improbidade também era aplicada; porém, nesses casos, a sanção patrimonial limitava-se à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
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Questões para fixar 
13. Questão inédita 
Para efeitos da Lei de Improbidade Administrativa, são considerados agentes públicos os agentes políticos e os 
servidores públicos, mas não aqueles que exercem funções não remuneradas nas administrações direta e indireta 
dos entes federativos. 
Comentários: 
De acordo com o caput do art. 2º da LIA, para efeitos dessa lei, também são considerados agentes públicos todos 
aqueles que exercem, “ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades referidas no art. 1º desta Lei.” 
Gabarito: Errado 
14. Questão inédita 
As disposições da Lei de Improbidade Administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. 
Comentários: 
Correto! Essa é a literalidade do art. 3º, da Lei 8.429/92. 
Gabarito: Certo 
Sujeitos passivos dos atos de 
improbidade
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
Administração direta e indireta (U, E, DF e M)
Entidade privada que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício
independentemente de integrar a administração 
indireta, entidade privada para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu 
patrimônio ou receita atual, (ressarcimento de 
prejuízos limitado à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos)
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
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15. [Q1834516] Quadrix - 2021 - CRMV-RO - Agente Fiscal 
Reputa-se agente público, para fins de responsabilização por ato de improbidade, todo aquele que exerce 
mandato, cargo, emprego ou função pública, salvo se o vínculo com a Administração Pública for transitório e sem 
remuneração. 
Comentários: 
Até aqueles exerce mandato, cargo, emprego ou função pública, com vínculo transitório e sem remuneração com 
a Administração Pública são considerados agentes públicos para efeito da Lei de Improbidade Administrativa, nos 
termos do art. 2º desta lei: 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 
1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Gabarito: Errado 
16. Questão inédita 
Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo 
ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação 
e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. 
Comentários: 
Essa é a literalidade do art. 3º, § 1º, da Lei 8.429/92. 
Gabarito: Certo 
17. [Q1686105] CESPE / CEBRASPE - Ministério da Economia - Técnico de Complexidade Intelectual – 
Direito – 2020 
O presidente da República sujeita-se às mesmas sanções aplicáveis aos agentes públicos previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa. 
Comentários: 
Em razão da previsão de um regime jurídico próprio de responsabilização previsto constitucionalmente (o art. 85, 
inciso V, da CF, prevê a improbidade como crime de responsabilidade, com julgamento em regime especial pelo 
Senado Federal), o STF entendeu pela impossibilidade de responsabilização do chefe do Poder Executivo federal 
por atos de improbidade administrativa nos termos da Lei 8.429/92. 
Portanto, ao contrário do que afirma a questão, o presidente da República não se sujeita às mesmas sanções 
aplicáveis aos agentes públicos previstas na Lei de Improbidade Administrativa. 
Gabarito: Errado 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
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LIA 
 
 
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18. [Q26789] CESPE - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental – 2008 
Sílvio, empresário, concorreu para a prática de ato de improbidade, enriquecendo ilicitamente. Nesse caso, 
mesmo não sendo agente público, será atingido pelas disposições da Lei de Improbidade. Assim, após sua morte, 
seus sucessores estarão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança. 
Comentários: 
As disposições da Lei de Improbidade Administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade (art. 3º). 
Perceba que, necessariamente, deve haver participação de agente público para que o particular possa ser 
condenado por ato de improbidade (“induza” ou “concorra”). Se a responsabilidade pela conduta for 
exclusivamente do particular, a reparação do dano deve ser enquadrada em outra lei. 
Na situação apresentada pelo quesito, o empresário concorreu, isto é, contribuiu com agente público para a 
prática de ato de improbidade, enriquecendo ilicitamente. Portanto, será sim atingido pela Lei 8.429/1992. 
Além disso, é certo que seus sucessores estarão sujeitos às cominações previstas na referida Lei, até o limite da 
herança, nos termos do art. 8º. Cabe lembrar que a responsabilidade dos sucessores e herdeiros restringe-se às 
cominações com natureza de indenização para recompor o patrimônio público lesado, ou seja, ressarcimento do 
dano e restituição dos bens ou valores que resultaram no enriquecimento ilícito. 
Gabarito: Certo 
19. [Q1834515] Quadrix - 2021 - CRMV-RO - Agente Fiscal 
Não são puníveis os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público nem os praticados contra o patrimônio daquelas para 
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual. 
Comentários: 
São puníveis sim, porque a LIA prevê que:Art. 1º (...) 
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada 
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos 
no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Gabarito: Errado 
 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Declaração de imposto de renda (declaração de bens) 
Segundo a Lei de Improbidade, para que o agente público tome posse ou entre em exercício, deve 
obrigatoriamente apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que 
tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (art. 13, com redação dada pela Lei 
14.230/21). 
Sabe a Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) que todo ano deve ser entregue à Receita Federal 
do Brasil, geralmente até o final do mês de abril? Pois é. É essa declaração que o agente público deve apresentar 
ao tomar posse e entrar em exercício. 
 
“Beleza, professor. Mas e se o agente público não apresentar essa declaração? Ou então apresentar uma declaração 
falsa. O que acontece?” 
Simples: demissão nele! 
É! É isso mesmo! O agente público que se recusar a prestar a declaração dos bens dentro do prazo determinado 
ou que prestar declaração falsa será apenado com a pena de demissão (art. 13, § 3º). Vale ressaltar que não se 
trata de mera exoneração, mas sim demissão, que é uma sanção disciplinar. Preste atenção para não cair em 
pegadinhas! 
Preste atenção! 
A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de 
imposto de renda. Agente público se recusou ou prestou declaração falsa? Demissão! 
A declaração será arquivada no serviço de pessoal competente (por exemplo: no setor de Recursos Humanos – RH 
de determinado órgão) e será atualizada (art. 13, caput e § 2º): 
 anualmente; e 
 na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. 
Vale ressaltar que o § 1º do art. 13, que foi revogado, previa que a antiga declaração de bens (que não era a DIRPF) 
compreenderia os valores patrimoniais do cônjuge, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob sua dependência 
econômica. Ademais, o § 4º do art. 13, também revogado, permitia que a antiga declaração de bens fosse 
substituída justamente pela cópia da declaração anual de bens apresentada à Receita Federal. Se você encontrar 
essas disposições em prova, marque “errado”, pois esses textos não são mais válidos, ok? Eles foram retirados do 
ordenamento jurídico brasileiro. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Por fim, é possível argumentar que a alteração do art. 13 trazida pela Lei 14.230/21 visou a desburocratização e 
simplificação de regras, já que antigamente o agente público deveria apresentar uma declaração de bens diversa 
da DIRPF, sendo que essa primeira poderia, inclusive, ser substituída pela última. O legislador deve ter pensado da 
seguinte forma: “bom, se a DIRPF é bem completa (pois contém informações sobre rendimentos tributáveis 
recebidos de pessoas jurídicas, de pessoas físicas e do exterior, além de informações sobre bens móveis – como 
veículos e ações de empresas – e imóveis) e se essa antiga declaração de bens pode até ser substituída pela DIRPF, 
por que não exigir logo apenas a DIPRF?”. Então, assim foi feito! 
 
Questões para fixar 
20. Questão inédita 
A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto de renda e 
proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a 
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
Comentários: 
Essa é a literalidade do caput art. 13, da LIA. 
Gabarito: Certo 
21. [Q1098692] Quadrix - CRA-PA – Administrador – 2019 
Conforme a Lei n.º 8.429/1992, julgue o item. 
A declaração de bens e de valores que compõem o patrimônio do agente público é condição para sua nomeação 
no cargo público. 
Comentários: 
Declaração de 
bens
Declaração de imposto de renda 
(DIRPF)
Recusa ou declaração falsa = 
demissão
arquivada no serviço de pessoal 
competente
atualizada anualmente e na data em 
que o agente público deixar o 
exercício
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Exatamente! De acordo com o caput do art. 13 da LIA: 
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto de 
renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, 
a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
Gabarito: Certo 
22. Questão inédita 
A declaração de bens pode ser substituída por declaração anual apresentada à Receita Federal para ajuste anual 
do imposto de renda. 
Comentários: 
Até 26 de outubro de 2021 (data da publicação da Lei 14.230/21, que reformou a Lei de Improbidade 
Administrativa), a questão estaria correta. 
Porém, hoje a questão está errada, porque não existe mais essa antiga declaração de bens. Agora, a declaração 
que o agente público deve apresentar para tomar posse e entrar em exercício é a própria declaração anual 
apresentada à Receita Federal para ajuste anual do imposto de renda. 
Ademais, a questão foi feita com base no § 4º do art. 13, que foi revogado. 
Por isso, ela está mesmo errada. 
Gabarito: Errado 
23. [Q1098693] Quadrix - CRA-PA – Administrador – 2019 
A recusa na prestação de declaração de bens importa em advertência ao servidor público. 
Comentários: 
A recusa na prestação de declaração de bens não é brincadeira! 
Nos termos do art. 13, § 3º, da LIA, o agente público que se recusar a prestar a declaração dos bens dentro do prazo 
determinado ou que prestar declaração falsa será apenado com a pena de demissão, e não com mera 
advertência. 
Gabarito: Errado 
24. [Q1703252] Quadrix - CRB-1 - Bibliotecário-Fiscal – 2020 
O agente público deverá atualizar a declaração de bens anualmente e na data em que deixar o exercício do 
mandato, do cargo, do emprego ou da função. 
Comentários: 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Sim: de acordo com o art. 13, § 2º, da LIA, a declaração de bens, prestada pelo agente público, será atualizada 
anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. 
Gabarito: Certo 
25. [Q1004745] Quadrix - CRESS-GO - Agente Fiscal – 2019 
O agente público é obrigado a apresentar declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio para tomar 
posse e entrar em exercício, devendo atualizá‐la a cada ano e ao deixar mandato, cargo, emprego ou função. 
Comentários: 
De acordo com o caput art. 13, da LIA, para que o agente público tome posse ou entre em exercício, deve 
obrigatoriamente apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha 
sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil. 
Essa declaração será atualizada (art. 13, § 2º, LIA): 
• anualmente;e 
• na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. 
Gabarito: Certo 
 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
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LIA 
 
 
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Procedimento administrativo e processo judicial 
De pronto, vale destacar que as sanções previstas na Lei de Improbidade são processadas, julgadas e aplicadas 
pelo Poder Judiciário, mediante sentença judicial, após o devido procedimento administrativo de apuração e a 
respectiva denúncia oferecida pelo Ministério Público. 
A Lei 8.429/92 permite que qualquer pessoa represente à autoridade administrativa competente para que seja 
instaurado procedimento destinado a apurar prática de ato de improbidade (art. 14). Ou seja, caso qualquer pessoa 
tenha conhecimento da prática de algum ato de improbidade poderá comunicar o fato à autoridade administrativa 
competente para apurar o caso. 
Caso a autoridade administrativa competente rejeite a representação (por exemplo, por não conter a qualificação 
do representante ou a indicação de provas), não há impedimento para a pessoa represente diretamente ao 
Ministério Público (art. 14, §2º). 
Ressalte-se que, se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará 
(deverá representar) ao Ministério Público competente, para as providências necessárias (art. 7º). 
Perceba que, nesse primeiro momento, a representação é feita no âmbito administrativo, e não no judicial. 
Pois bem. 
A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as 
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento (art. 14, § 1º). Frise-
se: a representação deverá conter qualificação do representante, ou seja, ela não será anônima. 
A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver essas 
formalidades (art. 14, § 2º). 
Mas, atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos mediante 
procedimento administrativo, dando conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas (art. 14, § 3º, 
e art. 15). Esses órgãos podem requerer a designação de representante para acompanhar o procedimento 
administrativo, uma vez que o deslinde da apuração poderá motivar a adoção de alguma providência no âmbito 
das respectivas competências (art. 15, § 1º). 
Por exemplo: o Tribunal de Contas, ao acompanhar o processo administrativo, poderá colher subsídios para julgar 
as contas do agente investigado. Porém, frise-se, não poderá interferir de forma alguma na realização do 
procedimento a cargo da Administração. 
Questões para fixar 
26. [Q1834520] Quadrix - CRMV-RO - Agente Fiscal– 2021 
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
Comentários: 
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Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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De fato, conforme o art. 14 da LIA: 
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
Gabarito: Certo 
27. [Q1703253] Quadrix - CRB-1 - Bibliotecário-Fiscal – 2020 
Qualquer pessoa poderá anonimamente representar à autoridade competente para apurar ato de improbidade. 
Comentários: 
A Lei 8.429/92 permite que qualquer pessoa represente à autoridade administrativa competente para que seja 
instaurado procedimento destinado a apurar prática de ato de improbidade (art. 14). No entanto, essa 
representação, ao contrário do que afirma a questão, conterá a qualificação do representante (art. 14, § 1º), ou 
seja, ela não será anônima. 
Gabarito: Errado 
Indisponibilidade de bens (art. 16) 
Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente (antes da ação principal) 
ou incidente (no curso da ação principal), pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral 
recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito (art. 16). 
Com efeito, a indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do 
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre 
acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita (art. 16, § 10). Isso significa que não é possível pedir a 
indisponibilidade de um bem para assegurar a quitação de uma multa civil (que só eventualmente poderá ser 
aplicada). Também não é possível pedir a indisponibilidade de bem acrescido ao patrimônio que é decorrente de 
atividade lícita. 
Por exemplo: houve dano ao erário no valor de R$ 100.000,00 e, como se trata de ato de improbidade 
administrativa que causa prejuízo ao erário, a multa seria equivalente ao valor do dano: R$ 100.000,00. 
O réu possui dois bens: um veículo, no valor de R$ 100.000,00, e um imóvel, no valor de R$ 500.000,00. 
O pedido de indisponibilidade deverá recair apenas sobre o veículo, pois esse é o valor necessário para assegurar 
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário. Não é possível, por exemplo, pedir a indisponibilidade 
do imóvel, pois o seu valor é superior ao montante necessário para o integral ressarcimento do dano ao erário. 
“Ah, mas com o imóvel é possível assegurar o pagamento do dano e da multa civil”. 
É, mas a indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao 
erário. 
 @ProfErickAlves e @ProfSergioMachado 
Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – pós Lei 14.230/21 
 
 
 
LIA 
 
 
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Preste atenção! 
A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do 
dano ao erário 
Aliás, a ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis 
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais 
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência 
do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo (art. 16, § 11). Percebe-se, portanto, 
que os bens de menor liquidez (aqueles que são mais difíceis de transformar em dinheiro) possuem preferência 
sobre aqueles que possuem maior liquidez (como os valores depositados em contas bancárias). 
“Beleza, professor. Mas como é que o Ministério Público vai ser o valor do dano se o processo ainda não terminou? Ou 
seja: o réu ainda não foi condenado e o valor exato do dano ao erário ainda não foi definido. Qual valor será utilizado 
no pedido de indisponibilidade de bens?” 
Boa pergunta! 
O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua 
substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem 
como a sua readequação durante a instrução do processo (art. 16, § 6º). Isso significa que o valor da 
indisponibilidade por ser alterado durante a instrução do processo e que o réu pode solicitar a substituição da 
indisponibilidade de bens por um dos três instrumentos supracitados. 
É válido ressaltar que se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não 
poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito 
(art. 16, § 5º). Esse é teto! 
Por outro lado, funcionando como uma espécie de piso, a lei determina que é vedada a decretação de 
indisponibilidade da quantia de até 40 salários-mínimos depositados em caderneta de poupança,

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