Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 5 – 2 semestre FAEF, 2021 Tópico - Pressão atmosférica e Ventos Disciplina: Climatologia Docentes: Felisberto Afonso (felisberto.afonso@gmail.com) Jone Medja (jonemedja@gmail.com) Esmenio Macassa(esmenio.macassa35@gmail.com) mailto:felisberto.afonso@gmail.com mailto:jonemedja@gmail.com Objectivos da aula No fim desta aula deverão: – Definir o conceito de Pressão atmosférica. – Identificar a importância da pressão atmosférica para a dinâmica da atmosfera – Identificar as unidades de pressão Atmosférica – Descrever a variação vertical, local e espacial da pressão atmosférica – Definir o conceito de centros de pressão (ciclones e anticiclones) – Definir o conceito de vento – Identificar as forças fundamentais que actuam em uma parcela de ar – Identificar os instrumentos e métodos de medição da direcção e força do vento Pressão atmosférica. Conceito Sendo o ar um fluido na atmosfera, são válidos os principios de Pascal e de Arquimedes. É a força que o ar exerce sobre uma determinada superficie de área unitária em um ponto do globo. ou pode definir-se como O peso exercido por uma coluna de ar acima de uma determinada superficie de área unitária. Importância da pressão atmosférica na dinâmica da atmosfera • causa directa dos ventos • influência no estado do tempo • circulação geral da atmosfera Unidade de pressão Atmosférica Unidade Símbolo 1 atm Equivalente Milímetros de mercúrio mm Hg 760 mm Hg Milibares / hectoPascais mb / hPa 1013.2 mb = 1013.2 hPa Pascal Pa Atmosferas atm 1 atm Lei dos gases P = ρRT De acordo com a Lei dos Gases, a pressão (P, expressa em Pascais) exercida pelas moléculas de ar, é igual ao produto da densidade (ρ em Kg) e da sua temperatura absoluta (T, em Kelvin), multiplicados pela constante dos gases (R = 287 joules por por Kg por Kelvin) De acordo com esta equação: •Se a densidade do ar aumenta, mas a temperatura permanece constante, a pressão aumenta; •Para uma densidade constante, o aumento da temperatura leva a um aumento da pressão Assim, quer a densidade do ar, quer a sua temperatura, afectam o valor da pressão atmosférica P = ρRT Pressão atmosférica vs Altitude (1/2) A densidade da atmosfera diminui com a altitude e, portanto, a força (peso) por unidade de área (pressão) da atmosfera sobrejacente também diminui. Cerca de metade da pressão da atmosfera está contida nos primeiros 5.5 Km (500 mb) Nota: Neste intervalo, a variação de P é praticamente linear. Quanto maior a altitude, menor a concentração de gases e a altura da coluna de ar por cima das superficies, logo, menor a pressão atmosférica. Pressão atmosférica vs Altitude (2/2) Equilíbrio Hidrostático Δp/Δh = – ρg A variação da pressão com a altitude ( gradiente vertical de pressão) e a força da gravidade apresentam em geral valores muito semelhantes, mas actuam em direcções opostas, situação que se designa como Equilíbrio Hidrostático Δp/Δh = – ρg Onde: Δp - variação vertical da pressão, Δh - variação em altitude, ρ - densidade, e g - aceleração da gravidade Equação do Equilíbrio Hidrostático Se estas duas forças não se equilibrarem, o ar desloca-se em resposta à força dominante. Δp/Δh > – ρg o ar sobe Δp/Δh < – ρg o ar desce Resumo: Equação do equilíbrio hidrostático A gravidade puxa os gases da atmosfera para baixo Assumindo-se a condição normal de equilíbrio da atmosfera Superfície da Terra Limite da Atmosfera P(h) P(ho) htopo ho A forca de pressão (FGP) puxa em sentido contrario atingindo-se um equilibrio h1 h2 h3 Conceito de Gradientes de Pressão P1 P2 P3 ΔP2/Δh2 ΔP1/Δh1 FGP Δp1/ Δh1 = (p2-p1)/(h2-h1) ou Δp2/ Δh2 = (p3-p2)/(h3-h2) Gradientes de Pressão Ocorrem também gradientes horizontais de pressão . A diferença de pressão entre dois locais designa-se como gradiente de pressão. Gradiente horizontal da pressão atmosférica • Fixando o mesmo nível de altitude, a pressão atmosférica varia de um ponto para o outro de acordo com a variação da concentração dos constituintes atmosféricos e da temperatura do ar. • As linhas que unem pontos ou locais com a mesma pressão são denominadas isóbaras. • O vector gradiente de pressão aponta para as regiões de altas pressões cujo modulo é maior quanto mais próximas as isóbaras e menor quanto mais distantes. Factores que influenciam a variação local da pressão atmosferica • Em um local a pressão varia instantaneamente devido as alterações da densidade do ar associadas a: – A mudanças da temperatura do ar. – Alterações do Conteúdo do vapor de agua. – Renovação da massa de ar devido ao vento. Fig. Variação instantânea da pressão atmosférica de um local, registada por um barógrafo. Barógrafo Isóbaras (carta sinóptica) Centros de pressão • Devido a heterogeneidade da superfície da Terra, as isóbaras não são rectilíneas, mas sim linhas curvas. • Essas linhas podem estar abertas ou fechadas. • Exactamente por isso podem existir regiões em que os vectores gradiente de pressão estejam a convergir a um local ou ponto ou a divergir desse. • Por outra, pode existir um ponto em que a pressão é alta rodeado de uma vizinhança de pontos com baixa pressão e vice-versa. • Este facto origina os centros de altas pressões e de baixas pressões. Centros de baixas pressões Centros de baixas pressões são regiões com as pressões mais baixas no centro e que vai aumentando quando nos afastamos deste. Os ciclones são um exemplo. Os ciclones são sistemas de tempo caracterizados por zonas de baixas pressões. Nas cartas de superfície são zonas representadas por isóbaras fechadas, que envolvem zonas onde a pressão é mais baixa. Convecção do ar Mau Tempo Centros de altas pressões Os Centros de altas pressões são centros em que a pressão é maior no centro e diminui quando nos afastamos deste Os anticiclones são um exemplo de centro de altas pressões. Nas cartas de superfície são zonas representadas por isóbaras fechadas, aproximadamente elípticas, que envolvem zonas onde a pressão é mais alta. Subsidencia do ar Resulta em Bom Tempo Medição da Pressão atmosférica • A pressão atmosférica e medida por Barómetros. • Existem dois tipos: de Mercúrio e Aneróide Também existe o Barógrafo que para alem de medir, regista instantaneamente os valores num gráfico. De Kew De Fortin Barómetros de mercúrio Vento. Conceito • O vento é o movimento horizontal do ar em relação à superfície da Terra. • Os ventos se originam em decorrência da diferença de pressão atmosférica entre duas regiões. • Os factores da macroescala são responsáveis pela formação dos ventos predominantes, enquanto que os factores da Mesoescala e da microescala tem influência na formação dos ventos locais. • Em um ponto qualquer o vento é caracterizado pela sua direcção e sua velocidade (módulo) ou intensidade. Medida do Vento Direcção do vento A direcção do vento é indicada pela direcção de onde o vento é proveniente, ou seja, de onde ele vem. A direcção é expressa tanto em termos da direcção de onde ele provém como em termos do azimute, isto é, do ângulo que o vector da direcção forma com o Norte geográfico local. Assim, um vento de SE terá um ângulo variando entre 91 e 179º. 271 a 359o 270o 181 a 269o 180o 91 a 179o 90o 1 a 89o 0o Ventos predominantes Ventos de E Ventos de E Ventos de W Alísios de NE Alísios de SE Ventos de W Velocidade do vento A velocidade do vento expressa a distância percorrida pelo vento em um determinado intervalo de tempo. É medida a 10 m de altura (para fins meteorológicos) ou 2 m (para fins agronômicos). Normalmente é expressa em metros por segundo (m/s), quilômetros por hora (km/h) ou knots (kt): 1 kt = 0,514 m/s ou 1 m/s = 1,944 kt 1 m/s = 3,6 km/h ou 1 km/h = 0,278 m/s Velocidade do vento (m/s) PERFIL DE VENTO A lt u ra a c im a d a s u p e rf íc ie ( m ) A velocidade do vento aumenta exponencialmente com a altura.Isso se dá em função da redução do atrito conforme o fluxo de ar se distancia da superfície. Assim, a velocidade do vento a 10m de altura (p/ fins meteorológicos) será maior do que aquela medida a 2m (p/ fins agronômicos) U2m = 0,748 * U10m Grau Descrição Velocidade (km/h) 0 Calmaria 0 – 2 1 Vento Calmo 2 – 6 2 Brisa Amena 7 – 11 3 Brisa Leve 12 – 19 4 Brisa Moderada 20 – 29 5 Brisa Forte 30 – 39 6 Vento Forte 40 – 50 7 Vento Muito Forte 51 – 61 8 Vento Fortíssimo 62 – 74 9 Temporal 75 – 87 10 Temporal Forte 88 – 101 11 Temporal Muito Forte 102- 117 12 Tornado, Furacão > 118 Escala de Vento de Belfort Essa escala ajuda a interpretar os dados de velocidade máxima do vento (rajadas) medidos nas estações meteorológicas convencionais (a 10 m de altura) Medição da direcção do vento. Para indicar a direcção do vento usa-se o cata-vento. Medição da velocidade do vento. • O módulo o vector velocidade é expresso em m/s ou Km/h ou ainda em Kt (nós). • Flutuações bruscas da velocidade do vento são chamadas de RAJADAS. Para medir a velocidade do vento usa-se o anemómetro. 1m/s = 1,944Kt A direcção e velocidade do vento dependem de 3 factores: A fricção com a superfície topográfica (força de atrito) A força do gradiente de pressão A força de Coriolis Fricção topográfica: actua no sentido inverso ao do gradeinte de pressão Caracterisiticas: Maior sobre os continentes, menor sobre os oceanos e muito reduzido nos ventos da alta troposfera (“jet stream”) A força do gradiente de pressão actua em relação às isobaras Caracterisiticas: Isobaras com pequeno espaçamento = grande gradiente de pressão = ventos fortes força do gradiente de pressão: relação entre mudança de pressão e distância Isobaras com grande espaçamento = reduzido gradiente de pressão = ventos fracos A Força de Coriolis Devido à rotação da Terra e à sua curvatura, objectos ou fluidos em movimento (incluindo o vento) são deflectidos: Para a DIREITA no hemisfério Norte Para a ESQUERDA no hemisfério Sul Fim
Compartilhar