Buscar

VISÃO GERAL DIREITOS FUNDAMENTAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

VISÃO GERAL DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
De acordo com a sua natureza histórica, os direitos foram sendo garantidos pelos 
ordenamentos jurídicos de maneira gradual. Em alguns momentos, receberam tratamento 
Separação e independência dos Poderes. História, significado e alcance concreto do princípio. 
Ofensa a cláusula constitucional imutável (cláusula pétrea). Inexistência. Subsistência do 
núcleo político do princípio, mediante preservação da função jurisdicional, típica do Judiciário, 
e das condições materiais do seu exercício imparcial e independente. Precedentes e Súmula nº 
649. 
Inaplicabilidade ao caso. Interpretação dos arts. 2º e 6º, § 4º, III, da CRFB/88. Ação julgada 
improcedente. Votos vencidos. São constitucionais as normas que, introduzidas pela Emenda 
Constitucional no 45, de 8 de dezembro de 2004, instituem e disciplinam o Conselho Nacional 
de Justiça, como órgão administrativo do Poder Judiciário nacional” (STF, ADI 3.367/DF, 
Plenário, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 13.04.2005, DJ 22.09.2006). 
E ainda: “Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes 
e da liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa 
para que o Governador e o Vice-Governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. 
Espécie de autorização que, segundo o modelo federal, somente se justi fica quando o 
afastamento exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da simetria” (ADI 738/GO, Plenário, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 13.11.2002, DJ 07.02.2003). No mesmo sentido: ADI 775-MC/RS; 
Plenário, Rel. Min. Celso de Mello, j. 23.10.1992, DJ 1o.12.2006. 
Em que pese os momentos de involuções enfrentados pelos direitos fundamentais, pode-se 
dizer que formam uma categoria aberta e potencialmente ilimitada; não são estanques, 
imutáveis, pois seu conteúdo é entendido de formas diferentes dependendo do período 
histórico em que houve a sua evolução ou retrocessos. 
Dentro dessa perspectiva transformadora, a doutrina resolveu dividi-los em gerações para 
apontar quando e como foram sendo consagrados na história do constitucionalismo. O termo 
“gerações” recebe algumas críticas tendo em vista que pode gerar uma visão errônea de 
substituição de direitos com o tempo, ou de superação de direitos, e hoje o termo mais aceito 
seria o que traz a ideia de “dimensões”. 
Tradicionalmente as dimensões se dividem em 1a – a das liberdades públicas, civis e políticas; 
2ª – a dos direitos sociais, econômicos e culturais; 3ª – a da proteção aos direitos difusos, e 
modernamente, ainda se fala em 4ª e 5ª dimensões, todas tratadas em seguida. 
a) Direitos de primeira dimensão 
A primeira dimensão é conhecida por inaugurar o movimento constitucionalista, fruto dos 
ideários iluministas do século XVIII. Os direitos defendidos nessa dimensão cuidam da proteção 
das liberdades públicas e dos direitos políticos. Atualmente, quase todas as Constituições 
existentes os consagram, mesmo aquelas de Estados onde impera a sua escancarada violação 
como, por exemplo, os ditatoriais. Os titulares são os indivíduos, que os exercem contra os 
poderes constituídos dos Estados. Nessa fase, o Estado teria um dever de prestação negativa, 
isto é, um dever de nada fazer, a não ser respeitar as liberdades do homem. Seriam exemplos 
desses direitos: o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao 
voto, ao devido processo legal. 
 
b) Direitos de segunda dimensão 
Sob a inspiração da Constituição Mexicana de 1917, a Declaração Soviética dos Direitos do Povo 
Trabalhador e Explorado, de 1918, e a Constituição de Weimar, de 1919, nasce a denominada 
segunda dimensão de direitos fundamentais, que traz proteção aos direitos sociais, 
econômicos e culturais, em que do Estado não mais se exige uma abstenção, mas, ao contrário, 
impõe-se a sua intervenção, visto que a liberdade do homem sem a sua participação não é 
protegida integralmente. Essa necessidade de prestação positiva do Estado corresponderia aos 
chamados direitos sociais dos cidadãos, direitos que transcendem a individualidade e alcançam 
um caráter econômico e social, com o objetivo de garantir a todos melhores condições de vida. 
Nesse diapasão, seriam exemplos clássicos desses direitos: o direito à saúde, ao trabalho, à 
assistência social, à educação e os direitos dos trabalhadores. 
c) Direitos de terceira dimensão 
Marcada pelo espírito de fraternidade entre os povos com o fim da Segunda Guerra Mundial, a 
terceira geração representa a evolução dos direitos fundamentais para alcançar e proteger 
aqueles direitos decorrentes de uma sociedade já modernamente organizada, que se encontra 
envolvida em relações de diversas naturezas, especialmente aquelas relativas à industrialização 
e densa urbanização. Nesta perspectiva, são exemplos desses direitos: direito ao 
desenvolvimento, direito à paz, e direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
d) Direitos de quarta e quinta dimensões 
Sob a influência da globalização (política e de direitos fundamentais), Paulo Bonavides ainda 
sustenta a existência de uma quarta geração de direitos, que seria formada pelos avanços 
tecnológicos, pluralismo político, informação, sedimentação do modelo político democrático e 
pelo próprio futuro da cidadania. Poderíamos, ainda, incluir nessa análise a manipulação do 
patrimônio genético, como os advindos da clonagem, da fertilização in vitro, entre outros 
avanços da ciência e da tecnologia. 
Segundo o autor, o direito à paz traria uma quinta dimensão de direitos fundamentais, sendo 
condição indispensável ao progresso de todas as nações, grandes e pequenas, em todas as 
esferas. 
 
EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
A aplicação dos direitos fundamentais na relação Estado-indivíduo (eficácia vertical) é 
inquestionável. O Poder Público está vinculado à Constituição e, caso a viole, o Poder Judiciário 
deverá ser acionado para decidir sobre a situação em conflito. Como o princípio da supremacia 
do interesse público deve nortear toda a ação estatal, também existem situações em que os 
particulares são colocados em situações desvantajosas, que se justificam em nome do bem da 
coletividade (no caso da desapropriação ou da requisição administrativa, por exemplo). 
Entretanto, a violação a direitos fundamentais não ocorre somente no âmbito das relações 
entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas naturais e 
jurídicas de direito privado, ou seja, nas relações intersubjetivas. 
Surgida na Alemanha pós-guerra, a teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais já 
encontra vasta jurisprudência e posição consolidada na doutrina, ainda que as situações 
concretas devam ser analisadas à luz do método da ponderação, em respeito à autonomia da 
vontade das partes, que é também direito fundamental. 
Sobre o assunto, é possível se observar nas decisões do STF que quanto mais desigualdade 
existir entre as partes, maior será a possibilidade de intervenção judiciária para evitar o 
predomínio dos arbítrios, como nas relações trabalhistas e do consumidor, pois a autonomia 
privada não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de 
terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional. A autonomia da vontade 
não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou 
de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força 
normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema 
de liberdades fundamentais. 
Em importante decisão sobre a eficácia direta nas relações privadas, o STF decidiu pela 
reintegração de associado excluído do quadro de uma sociedade civil, sob o entendimento de 
que foram violadas as garantias constitucionais do devido processolegal, do contraditório e da 
ampla defesa e de que a sociedade havia extrapolado a liberdade do direito à associação.

Continue navegando