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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CAMPUS CLÓVIS MOURA COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA JANILDO CAMPELO DOS SANTOS FILHO ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS NA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA” NAS AULAS DE GEOGRAFIA DO 6º ANO NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DA ZONA SUDESTE DE TERESINA - PI. TERESINA-PI 2011 JANILDO CAMPELO DOS SANTOS FILHO ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS NA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA” NAS AULAS DE GEOGRAFIA DO 6º ANO NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DA ZONA SUDESTE DE TERESINA - PI. Monografia exigida como trabalho final de conclusão do curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Estadual do Piauí. Orientador: Renê Pedro de Aquino TERESINA-PI 2011 JANILDO CAMPELO DOS SANTOS FILHO ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS NA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA” NAS AULAS DE GEOGRAFIA DO 6º ANO NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DA ZONA SUDESTE DE TERESINA - PI. Aprovada em ____/____/_____ BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Profº. Esp. Renê Pedro de Aquino Presidente ________________________________________ Profº. Esp. Cleonélio Soares Teixeira ________________________________________ Profª. Msc. Fábio José de Carvalho Leão TERESINA-PI 2011 AGRADECIMENTOS Primeiramente a DEUS. Aos meus Familiares, por estar comigo em todos os dias de minha caminhada. A minha namorada Clamira Barbosa e a Gênesis Guedes que muito me ajudaram na construção desse estudo, contribuindo desta forma para minha formação. A todos os Professores, por seus conhecimentos compartilhados durante todo o curso. Ao Profº. Renê Pedro de Aquino, por sua orientação. Ao Profº. Francisco Gomes pela grande ajuda na escolha e delimitação do tema durante o curso, e também pela orientação que o mesmo me prestou durante todo curso. Aos Professores Cleonélio Teixaira e Fabio Leão pela orientação. Aos queridos Amigos da turma de Geografia que iniciou comigo, e que me deram apoio nos momentos difíceis, e força para continuar até o fim dessa longa jornada, em especial a Nilmara Carvalho, Valéria Sousa, Deusamara Duarte, e Raimunda Soares, minhas queridas amigas. RESUMO Este estudo monográfico contempla a abordagem do tema assoreamento de bacia hidrográfica no ensino de geografia, investigando as estratégias didáticas no 6º ano do ensino fundamental da Unidade Escolares na região do Grande Dirceu. Em uma perspectiva geral, buscou-se analisar se o estudo sistemático de bacia hidrográfica na escola pode auxiliar na sua preservação, tendo como caminho específico, os objetivos de identificar métodos de abordagem, caracterizar experiências proveitosas realizadas e diagnosticar possíveis insuficiências na abordagem ou estratégias adotadas em relação ao tema em questão. Propondo a partir desta análise uma reflexão acerca das metodologias aplicadas na escola que abranjam o tema em estudo, abordando as bases conceituais da temática, assim como suas consequências sócio-ambientais mostrando a importância da abordagem do tema nas escolas como forma de proporcionar uma maior sensibilização dos alunos para a preservação da bacia hidrográfica, e trazendo o estudo de uma forma contextualizada para a bacia do Parnaíba. Isso foi realizado para respaldar a problemática central: como são desenvolvidas estratégias de ensino de Geografia voltadas para a abordagem do assoreamento nas bacias hidrográficas nas escolas? E finalizando com a análise dos dados e discussão dos resultados da pesquisa acerca da abordagem do tema delimitado para este estudo monográfico na realidade da escola-campo pesquisada. Nesta pesquisa identificou-se no discurso dos professores uma visão de certa forma tradicional quanto sua forma de ensino. No que diz respeito à metodologia utilizada, para este estudo optou-se pela pesquisa exploratória, com métodos de abordagem de caráter quali-quantitativo. Em se tratando dos procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento desta pesquisa científica, adotou-se o estudo amostral de 30% das escolas da região do Grande Dirceu. Em linhas gerais, as teorias que estruturam esta investigação foram baseadas nos principais teóricos: Guerra e Cunha (2000), (SEABRA – 1999), Vesentine (2002), Minc (2005) dentre outros referenciais legais que normatizam a temática no Brasil, tais como: a Legislação Federal com Lei nº 4.771, de 15 de Setembro de 1965, que dispõe sobre a política nacional do de proteção a áreas de preservação permanente. PALAVRAS-CHAVE: Geografia. Educação Ambiental. Metodologias. Assoreamento ABSTRACT This monographic study addresses the approach to the subject of sedimentation basin for teaching geography, investigating the teaching strategies in the 6th grade of elementary school Unity School in Greater Dirceu. In a general perspective, we sought to examine whether the systematic study of the school catchment area can assist in their preservation, and as a specific way, the objectives of identifying methods of approach, conducted fruitful experiments to characterize and diagnose possible weaknesses in the approach or strategies adopted in relation to the issue at hand. From this analysis by proposing a reflection on the methodologies applied in the school covering the topic in question, addressing the conceptual basis of the theme, as well as their socio-environmental approach showing the importance of the topic in schools as a way to bring greater awareness students for the preservation of the watershed, and bringing the study of a contextualized way to Parnaíba basin. This was done to support the central problem: how it developed strategies for teaching geography-oriented approach to sedimentation basins in the schools? And ending with the data analysis and discussion of results of research on the approach to the theme defined for this monographic study on the reality of school-researched field. This research identified in the speech of teachers a somewhat traditional view of how their own teaching. Regarding the methodology used for this study we opted for exploratory research, methods of approach of qualitative and quantitative character. In terms of the methodological procedures used in the development of scientific research, we adopted the study sample, 30% of schools in the Greater Dirceu. In general, theories that structure this research were based on theoretical principles: War and Cunha (2000), (SEABRA - 1999), Vesentini (2002), Minc (2005) among other legal frameworks that regulate the issue in Brazil, such as the federal legislation with Law No. 4771 of 15 September 1965, which provides for the national policy of protection to areas of permanent preservation. KEY WORDS: Geography. Environmental Education. Methodologies. Siltation LISTA DE FIGURAS Figura 1.3.1 – Região do Cais Histórico de Teresina - PI ....................................................... 22 Figura 1.3.2 – Bancos de areia no leito do rio Parnaíba ......................................................... 24 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01: Distribuição dos Docentes segundo a Formação Acadêmica.............................. 26 Gráfico 02: Distribuição dos Docentes de acordo com a Titulação........................................ 26 Gráfico 03:Distribuição dos Docentes segundo Tempo de exercício do Magistério............. 27 Gráfico 04: Vínculo Empregatício dos Docentes.................................................................... 28 Gráfico 05: Participação em Programas de Formação Continuada........................................ 29 Gráfico 06: Abordagem do Tema nas Aulas de Geografia..................................................... 30 Gráfico 07: Quantidade de Aulas em que o Tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica - é Abordado em Sala................................................................................................................... 31 Gráfico 08: Frequência dos Instrumentos Utilizados em Sala de Aula.................................. 30 Gráfico 09: Abordagem do Tema no Livro Didático.............................................................. 31 Gráfico 09: Abordagem do Tema no Livro Didático.............................................................. 32 Gráfico 10: Motivação dos Alunos frente ao tema Assoreamento de Bacia Hidrográfica..... 33 Gráfico 11: Distribuição dos Docentes quanto conhecimento do Desenvolvimento de Projetos na Área Ambiental pelas Escolas............................................................................................. 34 Gráfico 12: Fornecimento de Condições para realização de Atividades Práticas e Investigativas........................................................................................................................... 35 Gráfico 13: Principais Dificuldades Enfrentadas para Realização de Atividades na Área Ambiental................................................................................................................................. 36 Gráfico 14: Tempo de Estudo dos Alunos na Escola Abordada............................................. 37 Gráfico 15: Nível de Participação dos Alunos em Atividades de Educação Ambiental......... 38 Gráfico 16: Classificação dos Alunos quanto à importância dos Rios para Teresina............. 39 Gráfico 17: Nível de Participação dos Alunos em Aulas-Passeio Relacionados com o Tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica...................................................................................... 40 Gráfico 18: Nível de Participação dos Alunos na Construção de Maquetes.......................... 41 Gráfico 19: Distribuição dos Alunos segundo Nível de Participação em vídeo-aula relacionadas com o Tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica......................................... 42 Gráfico 20: Nível de Motivação dos Alunos para com o Tema – Assoreamento de Bacia Hidrográfica............................................................................................................................ 43 Gráfico 21: Nível de Conhecimento dos Alunos em Relação aos Problemas Enfrentados pelos Rios de Teresina....................................................................................................................... 44 Gráfico 22: Nível de conhecimento dos Alunos com relação do que se trata Assoreamento dos Rios.................................................................................................................................... 45 LISTA DE APÊNDICES Apêndice A – Questionário aplicado aos professores ............................................................. 52 Apêndice B - Questionário aplicado aos alunos ..................................................................... 55 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 11 1 ASSOREAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA ........................................................ 14 1.1 Problemas sociais e ambientais decorrentes do Assoreamento de Bacia Hidrográfica. ...... 15 1.2 Importância da abordagem do tema “Assoreamento de Bacia Hidrográfica” na escola...... 18 1.3 Assoreamento na Bacia do Rio Parnaíba ........................................................................................... 19 2 ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA” EM SALA DE AULA ................................................................ 25 2.1 As concepções dos professores em relação à abordagem do tema “Assoreamento de Bacia Hidrográfica” ........ .......................................................................................................................................... 25 2.2 As concepções dos alunos em relação à abordagem do tema “Assoreamento de Bacia Hidrográfica” ........ .......................................................................................................................................... 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS ............. ............................................................................................................................ 48 APÊNDICES ................................................................................................................................................. 51 INTRODUÇÃO “O Egito é uma dádiva do Nilo”, já diziam os egípcios em referencia ao valor do Rio Nilo para a vida. A história mostra a importância dos rios para as antigas civilizações como Mesopotâmia (Tigre e Eufrates) e Índia (Ganges e Indo). O Piauí também pode ser considerado como dádiva de um rio – o Parnaíba, no entanto, a população não preserva e não dá a devida atenção às práticas que agridem essa fonte de vida, mesmo tendo ele grande importância histórica para a navegação e exportação de produtos oriundos do extrativismo, e de ter sido fonte de alimentação para muitas famílias durante a colonização do Piauí, onde os sertanistas foram atraídos por sua perenidade, intencionados em desenvolver a pecuária. É sabido que desde sempre o homem alterou a natureza para que esta lhe assegurasse sua sobrevivência e comodidade. Nesse ritmo de mudança que está cada vez mais acelerado, o aumento contínuo da população exige áreas cada vez maiores para a produção de alimentos, que faz com que matas importantes deixem de existir para dar lugar a lavouras e criações, quando não, para residências ou prédios. Assim sendo, essa expansão que se dá de forma bastante célere, deve ser planejada e equilibrada através de muita informação e conscientização da população, pois os recursos naturais que dispomos hoje, muitos são renováveis, mas não infinitos. A bacia do rio Parnaíba, é a segunda região hidrográfica mais importante do Nordeste em termos hidrológicos. Nascendo na Serra das Mangabeiras, no Sul e desaguando no Norte (Delta do rio Parnaíba), 98% do Piauí pertencem à bacia do Parnaíba, pegando ainda, a parte leste do Maranhão e uma pequena parte no noroeste do Ceará (PLANAP, 2006). As maiores agressões ambientais verificadas nesta bacia, ocorrem em maior quantidade por conta da agricultura e da urbanização, pois se faz necessário o desmatamento da margem do rio, uma vez que, a mata ciliar é devastada constantemente pela ação antrópica, o rio se torna vulnerável ao processo de assoreamento. Decorrente desse processo percebe-se inúmeros problemas sociais e ambientais, que diminuem a vida do rio. Com o intuito de atingir a sociedade, é que implementar esse tipo de estudo na sala de aula é imprescindível, pois se sabe que a questão ambiental é pouco valorizada nas práticas educacionais. Formar pessoas mais ativas e conscientes do seu papel nas questões ambientais é um processo exaustivo de sensibilização de todos que fazem parte da comunidade escolar,para que haja uma interação nas relações intra e extra-escolar. 12 Portanto, o tema estudo monográfico: “estratégias didáticas na abordagem do assoreamento de bacia hidrográfica” deve ser implementado como conteúdo permanente no ensino formal, por meio de ações interdisciplinares que possibilitem o estreitamento da relação entre os alunos e a natureza, objetivando a proteção da bacia hidrográfica e a conseqüente valorização do meio ambiente. É com o intuito de começar iniciativas preventivas em relação à temática da degradação ambiental, principalmente em áreas próximas aos rios, que procuramos intensificar o estudo de bacia hidrográfica, verificando quais estratégias didáticas vem sendo trabalhadas nas escolas da zona sudeste de Teresina-PI com os alunos do 6º ano, e ainda, se o estudo, caso exista, se é voltado para a preservação da bacia do Parnaíba, para com isso, poder educar cada vez mais cedo, partindo das séries iniciais do ensino fundamental, com atitudes e posturas a favor do equilíbrio ambiental. Para realização desse estudo, partimos do objetivo geral de analisar se o estudo sistemático de bacia hidrográfica na escola pode auxiliar na preservação da mesma, para tal, foi trabalhado com os seguintes objetivos específicos: “identificar os métodos de abordagem do tema assoreamento das bacias hidrográficas nas aulas do 6º ano das escolas Estaduais da zona sudeste de Teresina, caracterizar experiências proveitosas realizadas, a respeito do tema em questão, em outros ambientes escolares, e, por fim, diagnosticar possíveis insuficiências na abordagem ou estratégias adotadas acerca do tema. Esta pesquisa utilizou-se de técnicas tais como levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Os procedimentos utilizados envolvem aspectos quali-quantitativos. O instrumental utilizado para a coleta de dados foi representado por dois questionários, para os alunos e para os professores das turmas de 6º das escolas: João Olímpio de Melo (CAIC), U. E. Maria Modestina Bezerra, U. E. Santa Inês, U. E. Professora Julia Nunes, U. E. Frei Heliodório, CEFTI - Professor Milton Aguiar, CEMJA Professor Pires de Castro, U. E Antônio de Almeida Freitas e U. E. Deputado Átila Lira na zona sudeste de Teresina-PI. Os dados foram analisados com fidedignidade e organizados por meio de gráficos, referentes às respostas dos alunos, a fim de viabilizar uma melhor leitura, análise e interpretação dos resultados da pesquisa. Os dados coletados junto aos professores foram analisados a partir dos discursos por eles produzidos em relação às questões que a eles dirigimos. A presente pesquisa está estruturada em dois capítulos, onde no primeiro trata-se da 13 fundamentação bibliográfica, abrangendo as idéias dos teóricos acerca do tema investigado, desde o conceito de assoreamento, passando pelo seu alcance, tanto no âmbito social, quanto ambiental, assim como é abordado à importância em se tratar o tema nas escolas, e, por fim, é feito a sua contextualização na bacia do rio Parnaíba. No segundo capitulo apresenta análise dos dados coletados no 6º ano das escolas estaduais da zona sudeste de Teresina, apresentando as concepções dos professores e alunos a respeito da abordagem do tema “assoreamento de bacia hidrográfica”. 14 1 ASSOREAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA O assoreamento, resultante da degradação realizada pelo homem, é um processo de bases históricas, em decorrência da busca da satisfação de necessidades materiais, que devasta a natureza de forma desordenada e não planejada, culminando na destruição de biodiversidade e ocasionando influências diretas no meio social. De acordo com GUERRA (1978), diz-se assoreamento os processos geomórficos de deposição de sedimentos, ex.: fluvial, eólico, marinho. Essa ação tem início com a derrubada das matas ciliares, deixando o solo completamente desprotegido contra os agentes erosivos (o vento, a chuva, etc.) onde os sedimentos se depositam dentro do leito do rio, provocando uma série de impactos ao próprio rio e posteriormente a sociedade. Ainda sobre o processo de assoreamento, Guerra e Cunha, apud Patrick (2000), definem como consequência do aumento de sedimentos na calha fluvial ocorreu um decréscimo da profundidade e a maneira encontrada pelo rio, para ajustar seu equilíbrio, foi aumentar a largura do canal através da erosão das suas margens. Tal processo ocasiona a diminuição da velocidade de escoamento das águas, caracterizando-se como um grande problema a que está sujeito o rio, o que debilita sua capacidade de transporte de sedimentos de maior porte, que com o seu acúmulo, possibilita o aparecimento de pequenas ilhas no canal do rio. Entre os principais fatores que contribuem para o processo de assoreamento dos rios, temos as atividades agrícolas realizadas nas margens dos rios, sendo necessário à retirada da vegetação endêmica para o plantio de outras culturas, onde a não adoção de uma prática conservacionista termina por contribuir para que as partículas do solo sejam carregadas para o dentro dos rios. Além da atividade agrária, a urbanização também é vista como fator de aceleração da devastação e assoreamento dos rios, pois realizado em locais de risco, sem o devido planejamento ou tentativa de minimização dos impactos, em épocas que a precipitação pluviométrica se intensifica, essas áreas ficam sujeitas a enchentes e deslizamentos de terras podendo resultar em terríveis catástrofes, como demonstra GUERRA e CUNHA. APUD Park (2000) e KNIGHTON (1984), onde: 15 Consideram que o comportamento da descarga e da carga sólida dos rios têm se modificado pela participação antrópica diretamente nos canais, através de obras de engenharia, e, indiretamente, através das atividades humanas desenvolvidas nas bacias hidrográficas. Dessa forma, a bacia hidrográfica urbanizada passou a ser representada de forma negativa, pelo seu desagradável aspecto de poluição, e também pelos transtornos que muitos rios causam com freqüentes catástrofes envolvendo a população que vive em seus contornos. 1.1 PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS DECORRENTES DO ASSOREAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA. Desde o período neolítico, época a qual passou a fixar-se a terra próxima aos rios, para a prática de agricultura e domesticação de animais, o homem é dependente de seus frutos. Essa relação vem assumindo uma grande encargo de responsabilidade devido ao estado de degradação que a grande maioria se encontram. Nos dias atuais a grande parte da população desconhece a importância da bacia hidrográfica onde está estabelecido o bairro em que mora. Tal indiferença foi aos poucos incorporada na percepção dos indivíduos a partir da intensificação do processo de urbanização-industrialização, devido ao manejo realizado de matérias primas, onde aos poucos foi-se formando uma ideologia de dominação dos recursos naturais, vendo esse último como bem inexaurível, como mostra VESENTINI (1997, p. 17), O sistema produtivo e militar da humanidade pode em nossos dias – e isso também pela primeira vez na história – destruir ou exterminar toda a vida humana no planeta. A lógica do desenvolvimento econômico que é adotada há alguns séculos, - desde, pelo menos, a Revolução Industrial do final do século XVIII e do século XIX – esta centrada numa concepção ultrapassada de natureza enquanto recurso infinito e inesgotável. A intervenção realizada no meio ambiente através de construções de indústrias, usinas hidrelétricas, estabelecimentos de cidades, prática de agricultura, vem causando grandes danos, tornando a vivências em determinados locais, quase impossível, em vista que, 16 Nestes aproximadamente duzentos anos de industrialização do planeta, a produtividade debens matérias e seu consumo se deu de forma bastante acelerada. Como esse processo de industrialização desrespeitou os elementos componentes da natureza, ocorreu uma considerável degradação do meio ambiente. Essa degradação tem comprometido a qualidade de vida da população de várias maneiras, sendo mais perceptível na alteração da qualidade da água e do ar, nos “acidentes” ecológicos ligados ao desmatamento, queimadas, poluição marinha, lacustre, fluvial e morte de inúmeras espécies animais que hoje se encontram em extinção. A degradação do ambiente e, consequentemente, a queda da qualidade de vida se acentuam onde o homem se aglomera: nos centros urbano – industriais. Aqui, os rios, fundos de vales e bairro residenciais periféricos dividem espaço com o lixo e a miséria (MENDONÇA, 2007). Os dramas que hoje a natureza enfrenta foram causados pelas diversas gerações que nos antecederam e pelas que hoje vivem e não detém o conhecimento do delicado equilíbrio homem/meio-ambiente, passando a construir modelos de desenvolvimento predatórios e que não visam uma verdadeira convivência de modo satisfatória e de forma sustentável. Tal sociedade pode levar a bacia hidrográfica a sua estagnação, através de métodos de inserção de atividades no meio ambiente, uma vez que falta planejamento suficiente para a alocação de projetos para o desenvolvimento da coletividade em equilíbrio com a natureza. O assoreamento da bacia hidrográfica proporciona ainda ao meio ambiente e à sociedade em geral, outros resultados negativos, destacando-se a diminuição da navegabilidade do rio, decorrente da diminuição do volume de água e do grande acumulo de sedimentos, provocando diretamente mazelas na economia local e tendo como principal afetado a população que sobrevive de atividades desenvolvidas nos rios, devido à redução significativa da biodiversidade da bacia, e consequentemente do número de pescado que vem a ser uma perda para toda a sociedade. Ainda acerca desse processo, os rios passam a ser cada vez mais categorizados como fontes de perigo para a população, uma vez que os mesmos sofrem não somente deste problema, mas muitos outros, passando assim a suportar cada vez menos água em seu leito, gerando uma insuficiência na receptação da carga pluvial e, provocando enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas, como demonstra o ocorrido no Portal 180 graus na reportagem de 2009: Teresina debaixo d'água! Assim estava a capital do Piauí há cerca de uma semana, naquela que foi considerada uma das piores enchentes de sua história. (...) O prefeito Silvio Mendes teve que decretar estado de calamidade. Quase toda a cidade esteve debaixo d'água. Todas as regiões, Centro e zonas Sul, Sudeste, Leste e Norte, enfrentaram o drama das enchentes. 17 O Brasil apresenta um território provido de rios com grande potencial para produção de energia elétrica a partir da construção de usinas hidrelétricas. Dessa forma as construções realizadas nos mesmos (rios) representam um grande desafio para a comunidade científica e gestores públicos, pois se faz necessários estudos mais detalhados dos impactos ambientais para a implementação de tais projetos, assim como uma maior rigor na aplicação das Leis Ambientais, uma vez que de acordo com a Lei nº 4.771/65: (redação dada pela pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa [...]. Nesse sentido devem ser zeladas todas as ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP, definida como sendo, área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; Em estudo realizado acerca da implantação da usina hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto - Pinhão, Paraná, foi observado a importância de sua implementação no desenvolvimento econômico e social da população, assim como os impactos positivos e negativos gerados pela mesma, no qual se dará destaque neste trabalhos aos de caráter contraproducente, ou seja, aos impactos negativos causados ao meio ambiente e à comunidade em questão. De acordo com o estudo: Muitas pessoas perderam suas terras; houve desmatamento de grandes áreas para a instalação da infra-estrutura do complexo (canteiros de obras, alojamentos, vila residencial, construção de estradas) e, com o enchimento do reservatório, extensas áreas de florestas foram inundadas (KÖLLN, 2008, p. 176). O assoreamento dos rios é um fenômeno natural, mas com o aumento das atividades humanas em locais impróprios, podem ser intensificado, levando desde a diminuição do volume de água até o desaparecimento completo de rios e lagoas, resultado indesejado que deve ser combatido de forma intensa e com ações bem planejadas. 18 1.2 IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA” NA ESCOLA A ação antrópica tem nos dias atuais, intensificado os desequilíbrios ambientais, através de obras de engenharia (urbanização), atividades agrícolas, desmatamento, etc. sem o devido planejamento, o que provoca grandes impactos em toda extensão dos rios e em toda a bacia hidrográfica. Combater os problemas ambientais nos dias atuais é essencial, na medida em que a dependência do homem é cada vez mais expressiva em relação aos elementos da natureza, como, a produção de energia e de recursos essenciais para a vida humana. Para isso: a Geografia deve cumprir a função não apenas de diagnosticar as potencialidades dos recursos naturais, norteando a sustentabilidade da sua exploração, mas também detectar as fragilidades contidas nos sistemas ambientais e sugerir o procedimento técnico-econômico mais adequado, a fim de evitar a sensível alteração do equilíbrio ecossistêmico (SEABRA - 1999. p. 110). Tal papel deve ser realizado acima de tudo dentro da sala de aula, onde estão se formando pessoas que enfrentarão problemas ambientais ainda maiores que estes que vêem ocorrendo na atualidade, devido ao agravamento desses problemas, onde não é dada a devida atenção nem o manejo adequado para que sejam combatidos ou ao menos, minimizados alguns dos principais impactos causados pelas atividades humanas diretamente na bacia hidrográfica, entre eles o assoreamento dos rios. É com pesar que: muitos educadores e educadoras ambientais fazem a crítica de que a Educação Ambiental (EA) nas escolas ainda é realizada, predominantemente, por meio de atividades pontuais, concentradas em datas comemorativas e sem ligação com os conteúdos das disciplinas. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), estabelecidos pelo Ministério da Educação em 1996, inovam nesse sentido ao definirem o meio ambiente como um dos temas transversais a serem trabalhados pelas diversas disciplinas escolares. Apesar de representarem um avanço, os PCNs colocam desafios para os educadores e educadoras, entre eles o de como concretizá- los em sala de aula, articulados aos vários conteúdos curriculares. (SILVA, 2010). É necessário tratar esse problema (o assoreamento da bacia hidrográfica) de forma a ser totalmente elucidado em sala da aula, para que assim seja possível fornecer meios capazes de travar uma verdadeira batalha contra a degradação do meio ambiente e principalmente áreas próximas aos rios. 19 Possibilitar o julgamento de ações antrópicas pelos alunos, é ainda, além de uma atividade onde o educador tem a possibilidade de estimular o senso crítico do aducando, uma forma de verificar a viabilidade de uma ação preventiva dentroda escola, na qual: há quase um consenso entre os professores de geografia, pelo menos no Brasil, que atualmente estamos vivenciando uma transição de uma geografia escolar tradicional para uma(s) crítica(s). (...) Criticidade entendida como uma leitura do real -isto é, do espaço geográfico - que não omita as suas tensões e contradições, tal como fazia e faz a geografia tradicional, que ajude a esclarecer a espacialidade das relações de poder e de dominação (VESENTINI - 2004. p. 222-3): Uma mudança se faz necessária, tornar a dinâmica escolar mais próxima da dinâmica acadêmica, a fim de que se evitem reproduções de conhecimentos e simples descrições do meio ambiente. É imperativa a contextualização dos conteúdos escolares, para que se possa, o professor e os educandos, produzirem saberes capazes de serem trabalhados e implementados na realidade social de cada um, sendo que: O professor crítico e/ou construtivista (...) não apenas reproduz, mas também produz saber na atividade educativa. E tampouco o educando pode ser visto como um receptáculo vazio que irá assimilar ou aprender um conteúdo externo à sua realidade existencial, psicogenética e socioeconômica (VESENTINI, 2004, p. 224). É nesse sentido que deve ser trabalhado todo e qualquer conhecimento dentro da sala de aula, com conteúdos contextualizados e voltados à interpretação das atividades realizadas pelo homem, sujeitas a interferências na natureza e geradoras de resultados muitas vezes negativos, mas que podem ser planejadas, garantindo a assim a minimização de grande parte dos impactos infligidos no meio ambiente. 1.3 ASSOREAMENTO NA BACIA DO RIO PARNAÍBA A bacia do Parnaíba localizada no nordeste brasileiro banha vários municípios ao longo dos seus aproximadamente 330,020 km² de extensão abrangendo todo o Estado do Piauí, que corresponde a 75% da área total da bacia, terras do Estado do Maranhão, com 19%, 20 e do Estado do Ceará, com 6% (PLANAP, 2006). Divide-se em Alto Parnaíba, que vai até a confluência com o rio Gurguéia; Médio Parnaíba, desse local até a confluência do rio Poti, em Teresina; e por último o Baixo Parnaíba, da foz do Poti até a desembocadura no Oceano Atlântico. Esta Bacia corresponde a uma das 12 regiões hidrográficas do Brasil. A bacia do Parnaíba é considerada como sendo a segunda em importância na região nordeste, fazendo-se de suma importância para o estado do Piauí, pois ela abastece todo o estado e serve como divisor natural que separa de norte a sul o Maranhão do Piauí. Proporciona ainda o desenvolvimento de diversas atividades como a agricultura, pecuária, piscicultura, comércio/serviços, extrativismo, navegação, turismo e lazer (PLANAP, 2006.). A ocupação de áreas naturais como as margens da bacia do rio Parnaíba é um problema cada vez mais freqüente, pois o crescimento urbano representado por práticas de agricultura e pecuária, criação de indústrias, estradas e áreas habitacionais não estão diminuindo, tendo em vista que isto impediria o desenvolvimento das atividades econômicas. Todavia, o homem não pode destruir e ocupar todas as áreas naturais, a medida que ele depende dos seus recursos para conseguir o desenvolvimento. Com constante crescimento dessa ocupação das áreas próximas a bacia do Parnaíba observa-se um grave problema ambiental, o assoreamento. Nessas áreas são encontradas algumas fábricas, como também são verificados os maiores centros urbanos, ou seja, juntamente com a destruição da mata ciliar, a indevida ocupação das áreas naturais, a bacia do Parnaíba sofre com o assoreamento e a conseqüente redução da navegabilidade que implica no desaparecimento dos animais e no surgimento das faixas de terras denominadas “coroas”. O problema do assoreamento dos rios de Teresina esta se agravando a cada dia que passa, como resultado de um longo processo de destruição e devastação da vegetação de suas margens e áreas próximas. Assim sendo, a bacia hidrográfica, como unidade integradora desses setores (naturais e sociais) deve ser administrada com essa função, afim de que os impactos ambientais sejam minimizados (GUERRA e CUNHA, 2000). Teresina acaba se valendo da condição de centro de decisões para acompanhar e representar as discussões sobre Meio Ambiente e Educação Ambiental no Piauí, pois concentra a maioria das entidades responsáveis pela prática de preservação do meio ambiente, tais como IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), SEMAR (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí), NEA 21 (Núcleo de Educação Ambiental), entre outros. Porém, de acordo com a lei nº 2.475, estabelece a Política Municipal de Meio Ambiente, devendo assim ser trabalhado em todos os municípios do Estado, projetos / planos / políticas que visem à preservação do meio ambiente. Diante disso, o município fica livre para atuar por meio de práticas conservacionistas, de forma a garantir o equilíbrio entre o uso dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável, garantindo assim, uma melhor atuação, uma vez que a área de supervisão diminui consideravelmente, em relação ao território brasileiro. Na atual situação que se encontra a bacia do rio Parnaíba, faz-se necessário um maior envolvimento dos municípios que fazem parte de sua bacia, tanto os piauiense quanto os maranhenses e cearenses, devem promover ações defensivas das práticas sociais que estão sendo constituídas nas áreas onde ha maior intervenção antrópica. De acordo com a carta CEPRO (2000, p. 7) ao longo de suas margens fervilham significativas atividades econômicas para mais de um milhão de pessoas que habitam dezenas de cidades, centenas de povoados ribeirinhos e outras aglomerações. Entre elas possuem grande destaque, as cidades de Teresina, Floriano e Parnaíba, que apresentam grande fluxo de pessoas e atividades desenvolvidas no próprio rio. No lado do Piauí são ao todo 9 cidades, e no lado Maranhense, a maior cidade localizada à margem do rio, é Timom, com cerca de 110 mil habitantes. No caso de Teresina, vale ressaltar de grande transformação, a região portuária situada próximo à Av. Maranhão ao lado do troca-troca, (FIGURA 1.3.1), no qual não permite o atracamento de barcos de maior porte, pois encontra-se desativado, apresentando um limitando número de serviços devido à atual situação a que se encontra o rio, com presença de coroas que impedem a atracamento no local. 22 Figura 1.3.1 – Região do Cais Histórico de Teresina - PI Fonte: Google Maps. Disponível em: http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox- a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF- 8&sa=N&tab=il> Acessado em 15 de Março de 2011. De acordo com dados do site oficial do Ministério dos transportes, o rio Parnaíba apresenta dois trechos navegáveis, compreendidos entre sua foz no Oceano Atlântico e a Barragem de Boa Esperança, no km 749, e a Barragem de Boa Esperança e a cidade de Santa Filomena, no km 1.240, porém sem a capacidade de transporte de cargas acima de 12 toneladas, ou seja, de embarcações de grande porte. Em estudo realizado pela equipe da Pacific Consultants International - CEPRO (2000, p. 28), realizado nos anos 1990 apresentou os aspectos encontrados em relação às condições de navegabilidade nos trechos cruzáveis do rio Parnaíba. No trecho santa Filomena – Alto Parnaíba, o rio se apresenta raso em alguns pontos (...) A montante de Santa Filomena, a declividade e as corredeiras tornam as águas muito velozes. Por outro lado, algumas curvas são agudas. Tais elementos naturais tornam a navegação excessivamente perigosa para pequenas embarcações e impossível para barcos graneleiros. Ainda de acordo com CEPRO (2000), no trecho Guadalupe – Santa Filomena, a maior restrição apresentada é a barragem Marechal Castelo Branco. No segmentoGuadalupe – Amarante, o rio mostra-se estável, entretanto existem duas acentuadas curvas com a presença de duas rochas nesses pontos que, associadas ao canal do rio muito estreito, criam sérias http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il 23 limitações para a navegação de grande porte. Por fim, no espaço entre Amarante e Luís Correia, o obstáculo restritivo é a pouca profundidade da água, na estação seca. Ocorre número acentuado de bancos de areia, particularmente entre Luzilândia e a Fazenda Veneza. Em Luzilândia, a profundidade atinge valor crítico de l,20m e, na Fazenda Veneza, esse valor é de l,50m. Com isso a capacidade de navegação no rio Parnaíba, foi drasticamente reduzida, apresentando trechos que permitem locomoção a pé, como mostra reportagem do site clicapiauí.com, no trecho situado em frente à Avenida Maranhão e ao lado do Troca-Troca já é possível verificar o aumento das coroas, onde é possível atravessar metade do rio a pé. Em situação pior, onde a água pode atingir profundidade ridícula em face do excessivo alargamento do leito. Compreenda-se, por exemplo, que, ao atingir largura de 1.500 metros (fato concreto em Buriti dos Lopes, conforme registrado) e numa hipótese de leito totalmente plano, a profundidade da água de agosto, setembro e outubro limitar-se-ia a 19 centímetros. Uma criança poderia atravessá-lo a vau. (Carta CEPRO, 2000, p. 32). Outro grave problema, é que ao longo das margens do rio, vem sendo retirada grande parte da vegetação, como visto ainda na figura 1.3.1, na qual foi quase que completamente retirada para a construção do porto de Teresina, contribuindo para o acumulo de sedimentos no leito de rio. A bacia do Parnaíba vem sofrendo com o desmatamento devido a práticas de atividades desde século XVIII, nos anos em que os enviados a Casa da Torre entraram na província em busca de refrigérios para seus rebanhos e os primeiros desmatamentos foram efetuados (CEPRO, 2000, p. 23). Com isso, percebe-se que o desmatamento que ocorre no rio é de bases históricas, que tem como principais agressores a derrubada da madeira para a comercialização e para a instalação de agricultura, favorecendo o aparecimento de bancos de areia no leito do rio como mostra a figura 1.3.2, nas proximidades da cidade de Timom no Maranhão. 24 Figura 1.3.2 – Bancos de areia no leito do rio Parnaíba Fonte: Google Maps. Disponível em: < http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox- a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF- 8&sa=N&tab=il> Acessado em 15 de Março de 2011. O rio Parnaíba encontra-se em estado de devastação bastante avançado, levando a necessidade de adoção de posturas de conservação tanto por parte da comunidade, quanto pelos órgãos a que competem à gestão de toda área da bacia, promovendo o compartilhamento dos resultados dos estudos ambientais realizados. http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il http://maps.google.com/maps?um=1&hl=en&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=584&q=porto+de+teresina+-+pi&ie=UTF-8&sa=N&tab=il 25 ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DA ABORDAGEM DO TEMA “ASSOREAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA” EM SALA DE AULA A pesquisa de campo foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2010, oportunidade em que foi realizada a coleta de informações da prática educativa desenvolvida nas escolas pesquisadas. A mesma foi direcionada para uma amostragem de 30% das escolas publicas estaduais situadas na região do Grande Dirceu, nesta mostragem foram incluídas as seguintes escolas: João Olímpio de Melo (CAIC), U. E. Maria Modestina Bezerra, U. E. Santa Inês, U. E. Professora Julia Nunes, U. E. Frei Heliodório, CEFTI - Professor Milton Aguiar, CEMJA Professor Pires de Castro, U. E Antônio de Almeida Freitas e U. E. Deputado Átila Lira. Para realização desse estudo, foi utilizado como instrumento de pesquisa, a técnica de questionários. Estes foram direcionados para professores e alunos. Para os professores, o questionário era composto de 12 questões objetivas e somente 01 subjetiva, quanto ao questionário dos alunos, foi composto por 07 questões objetivas e 02 subjetivas. 2.1 AS CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES EM RELAÇÃO À ABORDAGEM DO TEMA ASSOREAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA O estudo iniciou-se com coleta de informações acerca do perfil profissional dos professores, tais como o nível de formação dos docentes, bem como a devida contextualização dos dados na proposta de análise desenvolvida. Foram sujeitos do estudo 09 (nove) professores de geografia que atuam no 6º ano do ensino fundamental nas respectivas escolas pesquisadas. Com perspectiva de dar início análise, questionou-se os professores, quais formações os mesmos possuíam. Feito a tabulação dos dados, chegou-se ao gráfico 01 abaixo. 26 Gráfico 01: Distribuição dos Docentes segundo a Formação Acadêmica Fonte: Pesquisa direta, 2010. Observa-se no gráfico 01, que cerca de 89% dos professores afirmam possuir apenas formação em geografia, enquanto que apenas 11% destes, que representa o espaço amostral de um professor, possui outra formação, em letras – Português. Assim, percebe-se a dedicação quase que exclusiva à licenciatura de Geografia, de forma a proporcionar um maior aproveitamento da prática docente no que tange à disciplina geográfica. Quanto à máxima titulação dos professores, foi verificado no gráfico 02 abaixo, que a maior parcela, com o total de 78%, apresenta alguma especialização, e apenas 22% apresenta somente graduação, além disso, não houve a ocorrência de mestrados e doutorados, o que não chega a representar uma baixa em relação à qualidade do ensino, mas pode vir a promover falhas, devido ao nível de especialização dos professores, em virtude da diversidade de áreas abrangidas pela Geografia. 89% 11% licenciatura Plena em Geografia Licenciatura Plena em História Outra licenciatura 27 Gráfico 02: Distribuição dos Docentes de acordo com a Titulação Fonte: Pesquisa direta, 2010. Em se tratando de tempo de serviço, pode-se perceber no gráfico 03, certo nível de experiência, em vista que 11% dos professores afirmam lecionar acerca de 1 a 3 anos, outros 22%, de 3 a 5 anos, e com 67% do total, a mais de 5 anos, o que representa um ponto positivo, em relação ao conhecimento das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia dos professores para a concretização dos objetivos propostos nas prática educacionais. Gráfico 03: Distribuição dos Docentes segundo Tempo de exercício do Magistério Fonte: Pesquisa Direta, 2010. 22% 78% Graduação Especialização Mestrado Doutorado 11% 22% 67% Menos de um ano entre 1 e 3 anos ente 3 e 5 anos mais de 5 anos 28 Prosseguindo com a análise dos dados, foi questionado quanto ao vinculo empregatício dos docentes. A tabulação de origem ao gráfico 04 a seguir. Gráfico 04: Vínculo Empregatício dos Docentes Fonte: Pesquisa direta, 2010. De acordo com o gráfico 04, é visto que 89% dos professores questionados declararam ter vínculo empregatícioefetivo, e somente 11% como substituto, caracterizando-se como fator de benefício no processo de ensino-aprendizagem, pois há uma maior probabilidade de permanência do professor na escola, possibilitando uma atividade duradoura com os alunos, de modo a efetivar de forma positiva o trabalho de formação de consciência dos mesmos. Com o intuito de averiguar a preocupação dos docentes indagados, quanto a sua formação continuada, foi questionado se nos últimos três anos, os mesmos haviam participado de programas de formação continuada. Tabulado os dados, obteve-se o gráfico 05. 89% 11% Professor efetivo Professor substituto Estagiário outro 29 Gráfico 05: Participação em Programas de Formação Continuada Fonte: Pesquisa direta, 2010. Percebe-se que, exatos 78% dos professores participam ou participaram de programas de extensão, e somente 22% não participam ou nunca participaram, o que demonstra o interesse de grande parte dos professores em aumentar seu grau de conhecimento, caracterizando-se como fator positivo à sua prática docente, à medida que seus comentários em sala serão carregados de informações relevantes e atualizadas, tendo caráter construtivo na formação intelectual dos educandos. A respeito disso, CHRISTOV (2001, p. 9), diz: A educação continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do fazer humano, como práticas que se transformam constantemente. A realidade muda, e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, um programa de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas mudanças. Seguindo o objetivo de identificar os métodos de abordagem do tema “assoreamento das bacias hidrográficas” nas aulas do 6º ano das escolas Estaduais da zona sudeste de Teresina, aplicou-se a seguinte questão aos professores: “A problemática da água está sempre presente no cotidiano das pessoas e é um tema importante para a Geografia. Em suas aulas, esse tema é?”. A partir da tabulação desse questionamento, obteve-se o seguinte gráfico: 78% 22% sim não 30 Gráfico 06: Abordagem do Tema nas Aulas de Geografia Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Analisando-se o gráfico 06, percebe-se que, 45% dos professores declaram que sempre abordam a temática em questão, e 44% afirmam que quase sempre o tema é exposto em classe, e somente 11% expõe de forma irregular nas aulas, demonstrando que grande parte dos professores promove um maior esclarecimento a respeito do assunto, fator que corrobora com uma prática docente voltada para a formação mais adequada aos problemas relacionados à bacia hidrográfica. No entanto, apesar da grande maioria dos professores abordarem o tema aqui proposto quase que de forma constante em suas aulas, apresenta-se de certa forma insuficiente, tendo em vista à importância da participação da totalidade dos professores para a promoção do envolvimento de toda a comunidade escolar, para que assim se possa efetivar uma prática satisfatória de educação ambiental (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997). Em relação à freqüência de abordagem do tema em questão, é visto no gráfico 7 abaixo que, cerca de 33% dos professores afirmam que o tema em questão é abordado somente em 1 aula, enquanto que os 67% restante, se utiliza de 2 a 4 aulas para abordagem do tema, e nenhum se utiliza de 5 ou mais aulas. Contudo, é possível constatar que o tema tem necessidade de uma abordagem mais duradoura, tendo em vista a necessidade de um tempo mais prolongado que o período de 01 aula para a desenvolvimento do tema de forma eficaz. 45% 44% 11% sempre abordado quase sempre é abordado raramente é abordado nunca é abordado 31 Gráfico 07: Quantidade de Aulas em que o Tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica - é Abordado em Sala Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Com o objetivo de diagnosticar possíveis insuficiências na abordagem ou estratégias adotadas acerca do tema, realizou-se o seguinte questionamento: ao abordar o tema assoreamento de bacias hidrográficas, com que freqüência era utilizada os instrumentos citados a seguir no gráfico 08: Gráfico 08: Frequência dos Instrumentos Utilizados em Sala de Aula Fonte: Pesquisa Direta, 2010. 33% 67% em 1 aula de 2 a 4 aulas mais de 5 aulas aulas expositivas aula prática dramatizações lista de exercício livro didático mauqetes palestras peripodicos com jornais e revistas produções de textos sofwares educacionais trabalhos em grupos 0 2 4 6 8 10 sempre quese sempre raramente nunca 32 De acordo com o gráfico 8, pode-se perceber que trabalhos em grupo, lista de exercícios e aula expositiva, estão entre os métodos mais utilizados no ambiente da sala de aula, porém, meios de contextualização são menos empregados, tais como aulas-prática, palestras e o uso de softwares que tornariam mais efetivo a aprendizagem dos alunos, tendo-se em visto que: o reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e a competência para lidar com as novas tecnologias. [...] um novo paradigma esta surgindo na educação e o papel do professor, frente as novas tecnologias, será diferente (MENDONÇA, 2002, p. 11). O professor não é meramente um transmissor de conhecimentos, nos novos conceitos ele deve ser um profissional que instiga o educando a ser alguém crítico e reflexivo, e sua atuação deve orientar os alunos as buscarem informações em meios adequados, ou seja, com referenciais confiáveis e que visem à formação de conceitos válidos para o cotidiano. Complementando a questão anterior, questionou-se o julgamento dos professores entrevistados a respeito da abordagem do tema aqui tratado, nos livros didáticos. Gráfico 09: Abordagem do Tema no Livro Didático Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Foi visto no gráfico 09 que, de acordo com 22% dos questionados, a abordagem do livro didático é insuficiente, outros 56% concordam que se apresenta de forma regular, 11% 22% 56% 11% 11% insuficiennte regular bom suficiente 33 avaliam-no com um rendimento bom, e os 11% restante julgam como insuficiente, o que constitui o mesmo, apenas como um instrumento de orientação de aulas, deixando de fazer parte do processo educacional do alunos, já que trazem apenas o conteúdo superficial, sendo o professor instigado a buscar em novas fontes as questões que faltam ao livro didático, corroborando com o que já foi exposto anteriormente em se tratando de formação continuada, como meio de auxílio no processo de ensino-aprendizagem. O professor deve utilizá-lo, “como um material exclusivamente auxiliar do seu processo de ensino, assumindo uma posição crítica frente aos conteúdos ali expostos, despertando no seus alunos o senso crítico necessario para se ler alguma coisa.(...) O livro será o auxiliar do professor no processo de ensino e o auxiliar do aluno no processo de aprendizagem LUCKESI,(1990, p. 76). Aprofundando a investigação desse estudo monográfico, ainda com o objetivo de diagnosticar possíveis insuficiências na abordagem ou estratégias adotadas acerca do tema, foi questionado como os professores avaliavam a motivação dos alunos diante do tema em questão. Feito a tabulação, partiu-se par a análise do gráfico 10 a seguir: Gráfico 10: Motivação dos Alunos frente ao tema Assoreamento de Bacia hidrográfica Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Referente ao gráfico 10 é notório que somente 22% dos alunos demonstram motivação para com a abordagem do tema em sala de aula, enquanto 56% se mostram pouco motivados, outros 22% sãoindiferentes ao assunto, diante disso, verifica-se uma possível falha ou erro nas metodologias utilizadas/empregadas pelos professores, uma vez que, a grande maioria dos 22% 56% 22% bastante motivados pouco motivados indiferentes 34 alunos demonstra pouco interesse e motivação. Sobre isso LIBÂNEO (1994, p. 110) afirma: “A motivação é, assim, o conjunto das forças internas que impulsionam o nosso comportamento para objetivos e cuja direção é dada pela nossa inteligência. Entretanto, as forças internas do nosso organismo são condicionadas por forças externas que modificam o direcionamento da nossa motivação” (LIBÂNEO, 1994, p. 110). Buscando-se o objetivo proposto de caracterizar experiências proveitosas realizadas a respeito do tema em questão, em ambientes extra-classe, indagou-se os docentes das respectivas instituições escolares, se a mesma desenvolvem projetos de preservação ambiental junto à comunidade em relação aos rios. Gráfico 11: Distribuição dos Docentes quanto conhecimento do Desenvolvimento de Projetos na Área Ambiental pelas Escolas Fonte: Pesquisa Direta, 2010. A partir da análise do gráfico 11, pode-se constatar que somente 22% afirmam ter conhecimento de tais atividades, enquanto que 78% desconhecem, confirmando o caráter isolado adotado pelas instituições de ensino, onde a escola é apenas o meio de acesso a universidade, perdendo seu caráter educacional e participativo nos problemas da comunidade em geral. 22% 78% sim não 35 Sobre isso GUIMARÃES (2007, p. 90 – 91) afirma: que a transformação de uma realidade se concretiza pela transformação de indivíduos que se conscientizam [...] para que o indivíduo possa transformar seus valores, hábitos e atitudes, a sociedade também precisa ser transformada em seus valores e práticas sociais. [...]No processo, o educando deve ser estimulado a uma reflexão crítica para se transformar individualmente e, ao mesmo tempo, subsidiar uma prática que busque intencional e coletivamente transformar a sociedade. [...] Esse exercício por meio de intervenções educativas se contextualiza para além dos muros das escolas, já que na interação com sua comunidade, pode, se aplicando criticamente os conhecimentos acumulados (conteúdos curriculares), produzir uma interpretação da realidade vivida (local/global) e que nesse processo de experienciação que envolve o saber, sentir e fazer (individual e coletivamente) promove uma reformulação do que é esta realidade e como ela se constitui gerando, assim, a construção de um novo conhecimento, alimentador de novas práticas que promovem transformações. Reforçando o objetivo de diagnosticar possíveis falhas na abordagem do tema assoreamento de bacia hidrográfica, interrogou-se sobre as condições das escolas em relação à disponibilização de meios para a efetivação de práticas investigativas. No gráfico 12 que segue, são apresentados os resultados referentes à opinião dos professores. Gráfico 12: Fornecimento de Condições para realização de Atividades Práticas e Investigativas Fonte: pesquisa direta, 2010. No gráfico 12, observa-se que 56% dos professores afirmam que suas respectivas escolas não fornecem um ambiente adequado ao desenvolvimento de atividades voltadas para 44% 56% sim não 36 a construção de conhecimentos necessários ao educando, enquanto que apenas 44% alegam possuir tais condições, fato que deixa claro as condições insuficientes evidenciadas na realidade de boa parte das escolas públicas estaduais de Teresina - PI, o que dificulta a formação de um número razoável de pessoas conscientes acerca do tema, limitando a capacidade de luta e reivindicação por melhores condições ambientais na sociedade teresinense. Gráfico 13: Principais Dificuldades Enfrentadas para Realização de Atividades na Área Ambiental Fonte: pesquisa direta, 2010. No gráfico 13, aponta quais as principais dificuldades evidenciadas no dia-a-dia dos professores, cerca 50% dos professores questionados concordam que as maiores dificuldades enfrentadas na prática educacional, é a falta de material de apoio, que vão desde o livro didático, matérias extras, ao empenho da escola. Outros 25% assumem que a ausência de laboratórios é uma grande dificuldade no processo educativo, e ainda 25% aquiescem quanto a falta de recursos financeiros como fator de maior dificuldade ao ensino, ratifica-se então que, na conjuntura atual das escolas de Teresina, faz-se necessário grandes investimentos, para que se os professores consigam assim possibilitar uma educação de qualidade para o corpo estudantil de Teresina. 50% 25% 25% falta material de apoio falta de laboratório falta de recursos 37 2.2 AS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS EM RELAÇÃO À ABORDAGEM DO TEMA ASSOREAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA Dando continuidade à investigação do trabalho monográfico, nesta etapa da pesquisa, forma analisadas as questões aplicadas com os alunos. Inicialmente foi questionado há quanto tempo os educandos estudavam nas respectivas escolas. Obteve-se conforme o gráfico 14, que a maioria dos questionados estudam a menos de um ano, correspondendo a 48% das respostas, enquanto 20% destes estudam de 1 a 3 anos e, outros 20% fequentam de 3 a 5 anos, e somente 12% dos questionados estudam a mais de 5 anos. Isso demonstra uma das grandes dificuldades para realizar um trabalho contínuo, de modo a desenvolver de forma adequada o caráter cognitivo dos alunos, para assim efetivar uma prática docente qualitativa. Gráfico 14: Tempo de Estudo dos Alunos na Escola Abordada Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Seguindo a problemática central de descobrir ”como são desenvolvidas estratégias de ensino de Geografia voltadas para a abordagem do assoreamento nas bacias hidrográficas nas escolas?” indagou-se os alunos em relação ao nível de participação dos mesmos em atividades de educação ambiental. 48% 12% 20% 20% menos de 1 ano entre 1 e 3 anos entre 3 e 5 anos mais de 5 anos 38 Gráfico 15: Nível de participação dos alunos em atividades de Educação Ambiental Fonte: pesquisa direta, 2010. Foi verificado que mais da metade dos questionados, representando 57% do total, afirmaram não ter participado de nenhuma atividade na escola em que frequentam, e somente 43% dos alunos confirmaram participação em atividades. Dessa forma, isto poderá ocasionar certo despreparo dos alunos, devido à falta de conhecimento para com o tema, através da falta de participação dos alunos na realização de práticas que visem à preservação da Bacia hidrográfica. Concordando com isso, Minc (2005) afirma que, a educação ambiental bem-ensinada e bem aprendida tem de ter relação com a vida das pessoas, o seu dia-a-dia, o que eles vêem e sentem, o seu bairro, a sua saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário, é artificial, distante e pouco participativa. Levando-se em consideração o objetivo de diagnosticar possíveis falhas na abordagem da temática em questão, questionou-se a importância dos rios Parnaíba e Poti para a cidade de Teresina. Os resultados obtidos são apresentados no gráfico 16. 43% 57% sim não 39 Gráfico 16: Classificação dos Alunos quanto à importância dos Rios para Teresina Fonte: Pesquisa Direta, 2010. De acordo com o acima, cerca de 2 % das respostas afirmam que o rio tem grande importância para a prática de agricultura, outros 2% indicam atividades voltadas para o lazer, a navegação aparece com 4% das indicações, enquanto grande parte dos estudantes afirmam, com 49% do total, que o “consumo diário” da população é a atividade que mais se beneficia de suas águas, aparece ainda o turismo, com 10% das indicações e a produção de energia com 6%. Dos alunos questionados, grande parte não soubedefinir a importância do rio para a cidade de Teresina, representando 27% do total. Com isso, pode-se verificar que, apesar de serem citadas diversas atividades relacionadas ao rio, grande parte dos alunos não está com um preparo adequado, o que remete à deficiência em algum setor do sistema de ensino, à medida que os mesmos não obtiveram resultados positivos com relação à resolução da questão. A escola deve trabalhar constantemente com valores e atitudes que o levem a compreensão da importância de agir corretamente em relação ao meio ambiente, dessa forma a mesma deve proporcionar aos alunos uma maior sensibilização no que diz respeito à temática ambiental, e isso inclui trabalhar a questão dos rios, ao passo que os mesmos fazem parte do cotidiano dos alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997, p. 53), um dos 2% 2% 4% 49% 10% 6% 27% Agricultura Lazer Navegação consumo Turismo Energia Não souberam formular respostas 40 objetivos gerais de meio ambiente para ensino fundamental do terceiro ciclo, é “adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que as levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis”. Dando continuidade na investigação referente ao objetivo citado na questão anterior, direcionou-se aos alunos o seguinte questionamento: “Você já participou de alguma aula- passeio para conhecer os problemas desses rios?”. Realizada a tabulação dos dados, obteve-se o gráfico 17. Gráfico 17:Nível de participação dos alunos em Aulas-Passeio relacionados com o tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica Fonte: pesquisa direta, 2010. Verifica-se que, de acordo com o gráfico 17, somente 25% dos alunos afirmam ter participado de aulas-passeio, enquanto que a grande maioria, com os 75% restantes das respostas, alegam nunca ter participado. Portanto, observa-se certo descaso por parte dos gestores juntamente com o corpo docente em estabelecer estratégias e atividades que visem preparar os alunos para a prática de uma preservação ambiental através do contato direto com a meio ambiente. 25% 75% sim não 41 Gráfico 18: Nível de Participação dos Alunos na Construção de Maquetes Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Continuando com o objetivo de diagnóstico de insuficiências na abordagem do tema proposto, buscou-se indagar a respeito da prática de construção de maquetes. De acordo com o gráfico 18, apenas 31% dos alunos responderam já ter participado da atividade, enquanto que 69% afirmam nunca terem participado, os dados apresentados demonstra grande carência de conhecimentos adquiridos através de representações do espaço por meio da construção das mesmas. Isso se deve ao reducionismo do ensino por parte dos professores, a um ensino tradicional, voltado apenas para métodos tradicionais, como a utilização quase que exclusiva de trabalhos em grupo, lista de exercícios e aulas expositivas, como já vista anteriormente no gráfico 18, que pode ser resultante da falta de preparo durante a formação acadêmica dos professores, ou ainda, devido a más condições salariais. Ainda com o objetivo da do gráfico anterior, levantou-se a seguinte questão “Nas aulas de geografia, seu professor já mostrou algum vídeo sobre os problemas que afetam os rios?” e obteve-se o gráfico 19. 31% 69% sim não 42 Gráfico 19: Distribuição dos Alunos segundo Nível de Participação em vídeo-aula relacionadas com o Tema - Assoreamento de Bacia Hidrográfica Fonte: Pesquisa Direta, 2010. De acordo com o gráfico acima, somente 20% dos alunos já participaram de vídeo- aula, em contrapartida a grande maioria dos alunos, representando os 80% restantes das respostas, alegam que os professores nunca antes realizaram tal atividade. Observa-se uma grande carência no que se refere à utilização de novas tecnologias da informação e comunicação - NTIC, tal como o vídeo, tendo em vista que o mesmo é um recurso bastante acessível, e que pode ser empregado como meio de aproximação do aluno com o que é proposto pelo ensino. Na atualidade, recursos como: vídeo, computador, data-show, retro-projetor, entre outros, pouco são utilizados nas escolas. As novas tecnologias chegam como alternativas para práticas educativas que busquem melhores condições em se tratando do processo ensino- aprendizagem, como meio a possibilitar maior interação dos educandos com a sua realidade. Dando continuidade ao estudo, foi levantada a questão quanto à motivação dos alunos para com o tema, dando origem ao gráfico seguir. 20% 80% sim não 43 Gráfico 20: Nível de Motivação dos Alunos para com o Tema – Assoreamento de Bacia Hidrográfica Fonte: Pesquisa Direta de Campo, 2010. Quanto ao gráfico 20, foi visto que 38% do total apresentam-se bastante motivados com relação ao tema, apenas 6% pouco motivado, e 4% são indiferentes ao assunto. No entanto, a grande parcela dos alunos, com total de 52%, afirmou que os professores nunca abordaram o tema em sala de aula. É possível perceber que a grande maioria dos alunos fica sensibilizada com a questão do assoreamento dos rios, faltando assim um maior empenho por parte dos professores, para que assim possa ser desenvolvido com maior aproveitamento os valores necessários para que o educando seja formado como um cidadão atuante dos processos de preservação não só da bacia hidrográfica, mais também do meio ambiente como um todo. Assim sendo, é necessário que o professor busque implementar em sua prática educativa, metodologias diversificadas, que provoque no aluno o interesse pelos conteúdos abordados, inclusive a temática da abordagem do assoreamento de bacia hidrográfica, fazendo com que o mesmo participe efetivamente do processo de ensino-aprendizagem, onde LIBÂNEO apud LIMA (2010, p. 39) diz: [...] que incute no aluno a importância e a necessidade de adquirir conhecimentos, mostra a sua aplicação, provoca a curiosidade, ensina de um modo que os alunos experimentem satisfação por terem compreendido a matéria e terem dado conta de resolver as tarefas. O sentimento de progresso impulsiona os alunos para o desejo de buscar novos conhecimentos. 38% 6% 4% 52% Bastante motivado Pouco motivado Indiferente O tema nunca foi abordado 44 Prosseguindo com a análise, questionou-se os alunos a seguinte pergunta: “Você sabe quais são os principais problemas que afetam os rios que cortam Teresina?”, após a tabulação do dados, chegou-se ao gráfico 21 exposto abaixo. Gráfico 21: Nível de conhecimento dos alunos em relação aos problemas enfrentados pelos rios de Teresina Fonte: Pesquisa Direta, 2010. Com relação ao gráfico 21, apenas 1% dos alunos citou o assoreamento do rio, outro 1% citou a seca, cerca de 9% dos estudantes indicaram o desmatamento, porém grande parte mencionou a poluição como o principal problema, com 78% das respostas, outros 8% fizeram referência às queimadas, e os 9% restante, não souberam quais o problemas enfrentados pelos rios de Teresina. Com isso, pode-se perceber que os alunos possuem um baixo grau de conhecimento com relação aos problemas recorrentes aos rios Poti e Parnaíba. Isso decorre de uma falha dos professores em não trabalhar conteúdos de forma contextualizada com a realidade dos alunos. É preciso que o professor busque em suas práticas educativas, meios que valorizem o estudo dos principais rios da cidade, pois estes fazem parte da realidade dos alunos, tendo em vista que os alunos poderão ser sujeitos ativos na proteção ou degradação dos rios em processos futuros. 1% 9% 78% 3% 1% 8% Assoreamento Desmatamento Poluição Queimadas Seca Não sabem 45 Concluindo a análise do questionário aplicado com os alunos, aplicou-se o seguinte questionamento: você sabe o significado do termo assoreamento de um rio? A partirdos dados recolhidos obteve-se o gráfico que segue. Gráfico 22: Nível de conhecimento dos Alunos com relação do que se trata Assoreamento dos Rios Fonte: Pesquisa Direta, 2010. De acordo com o gráfico 8, cerca de 32% dos alunos afirmam saber do que se trata assoreamento dos rios, enquanto que a grande maioria, cerca de 68%, desconhecem o assunto. É muito alta a taxa de alunos que não possuem conhecimento relacionado a um dos principais problemas enfrentados pelo principal rio de Teresina, o Parnaíba. Os dados acima expostos permitem constatar uma deficiência no tipo de educação ambiental aplicada na escola. É necessário que os sujeito detentores do conhecimento reflitam sobre as suas práticas de ensino, revendo seu conceitos, definindo quais são suas competências e quais objetivos pretendem-se alcançar com esse tipo de ensino, e se é compatível com as atuais condições da natureza. 32% 68% sim não 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tem-se como indicador do processo de transformação de uma região, a mudança nas suas características gerais. Assim sendo, o processo de desenvolvimento de uma atividade ou projeto especifico, muitas vezes em áreas impróprias, tais como nas proximidades dos rios, necessita de um levantamento de dados que permita de certo modo o controle dos impactos ambiental desfavorável à região, para que se possa evitar transformações que venham a provocar grandes alterações no meio. Em função disso, para o uso adequado de determinadas regiões, tornam-se de fundamental importância o conhecimento a respeito das transformações ocorridas no últimos anos. O processo de monitoramento, de uma área, constitui-se num dos principais meios para a atualização dos recursos naturais de uma região. As maiores agressões ambientais verificadas nesta bacia, ocorrem em maior quantidade por conta da agricultura e da urbanização, pois se faz necessário o desmatamento da margem do rio, uma vez que, a mata ciliar é devastada constantemente pela ação antrópica, o rio se torna vulnerável ao processo de assoreamento. Decorrente desse processo percebe-se inúmeros problemas sociais e ambientais, que diminuem a vida do rio. No presente trabalho sobre a abordagem do tema “O assoreamento de bacia hidrográfica”, procurou-se enfatizar o estudo da bacia hidrográfica de forma geral dentro do ensino formal, e sua contextualização na realidade dos alunos, acreditando que com a implementação nas escolas seja possível refletir acerca da preservação desta bacia que atualmente enfrenta bastante dificuldade de sobrevivência por conta das constantes agressões do homem, através da modificação dos processos evolutivos normais, provocando assim um desequilíbrio na natureza. A educação voltada para a questão ambiental nas escolas pesquisadas, ainda enfrenta grandes dificuldades em relação ao desenvolvimento de atividades ambientais importantes para a preservação do meio em geral, principalmente no que diz respeito ao assoreamento de bacia hidrográfica. Dentre todos os problemas citados, a parte financeira é a que tem maior destaque pelos professores, uma vez que somente com seu suporte, atividades ou projetos voltados para a preservação do meio ambiente podem ser desenvolvidos, resultado ainda da deficiente gestão dos recursos financeiros direcionados à educação. A educação encara ainda o desinteresse por parte de uma grande maioria de seus 47 educadores, onde as metodologias utilizadas se caracterizam como insuficientes e tradicionais, onde grande parte dos docentes se utiliza apenas de aulas expositivas, atividades individuais e em grupo, e muito dos educandos demonstram falta de conhecimentos, ou muitas vezes certa indiferença e despreparo frente aos problemas ambientais que assolam a cidade de Teresina. Cerca de 75% dos alunos revelaram não possuírem um aproveitamento sequer satisfatório em relação as atividades extra-classe, ou mesmo em atividades que desviem um pouco do caminho tradicional de ensino. Recursos tecnológicos são utilizados em classe apenas por 11% dos professores, ou por não possuírem tais recursos, ou por despreparo dos próprios docentes que não possuem capacitação para manejo dos mesmos. Deste modo, as NTICs representam um avanço no campo educacional, porém, outros fatores, retardam seus progressos dentro da educação. Neste sentido, se faz necessário que professores evitem a prática da reprodução de conhecimento ao abordarem tal temática, pois formas tradicionais de ensino não se aplicam à realidade da nossa sociedade informacional. É preciso que a escola se torne reflexiva e seja capaz de conduzir a sociedade de forma a preservar as riquezas naturais, assim como investimentos na área da educação, que se tornam necessários, para que se possa trabalhar com melhores condições para o fornecimento dos meios adequados para que a população compreenda e atue conjuntamente em prol do meio ambiente. Assim sendo, percebe-se que devido a importância da bacia do Parnaíba e aos impactos ambientais que ela vem sofrendo devido a ação humana, vislumbra-se a necessidade de trazer o tema para abordagem nas salas de aula, não como um conteúdo programático, mas sim como um tema transversal a todas as disciplinas escolares, desenvolvendo-se de maneira interdisciplinar, para que seja possível oferecer uma formação consciente voltada para questões como o uso racional dos recursos naturais, mudança de hábitos em relação a cooperação com a Natureza e conseqüentemente conseguir sensibilizar, modificar, valorizar e promover a sustentabilidade no meio escolar. 48 REFERÊNCIAS BRASIL. Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP : relatório final : Plano de Ações Estratégicas da Bacia do Parnaíba / Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. – Brasília, DF : TDA Desenho & Arte Ltda., 2006. CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. 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