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PDF - Livro - Fundamentos da Língua Portuguesa

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FUNDAMENTOS
DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Letícia Sangaletti
Estratégias de leitura – 
leitura textual ou literal 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar as perspectivas de leitura moderna e tradicional.
 � Desenvolver leituras verticais e horizontais, adequadas aos seus ob-
jetivos como leitor.
 � Incrementar as estratégias de leitura literal de um texto.
Introdução
Neste texto, você vai trabalhar com o primeiro nível de uma leitura vertical, 
que é o da textualidade. Nele, vai procurar aperfeiçoar a sua leitura literal. 
Você verá, assim, quais critérios precisa usar para isso.
Estratégias de leitura: concepções
A leitura é um processo em que o leitor constrói significados para o texto. 
Para isso, deve considerar o conhecimento que possui sobre o tema, o autor, o 
sistema de escrita e o gênero textual. O leitor também deve considerar o que 
busca no texto. As informações do texto não são extraídas a partir de cada 
letra ou de cada palavra, mas do significado que juntas formam. 
De acordo com as pesquisadoras Marisa Lajolo e Regina Zilberman (1982), a 
leitura é um processo de interlocução que ocorre entre leitor e autor por meio da 
mediação do texto. Nas palavras das teóricas (LAJOLO; ZILBERMAN, 1982, p. 59):
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. 
É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo 
a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de 
U N I D A D E 3
leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta 
leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.
Cavalcante Filho (2011) explica que ler adequadamente vai além de apenas 
ser capaz de decodificar palavras ou expressões ordenadas linearmente em 
sentenças ou textos. “Se as pessoas lessem assim, não seriam capazes de perce-
ber quando um texto é irônico, não entenderiam ‘indiretas’ e duplos sentidos, 
muitos avisos, e, além disso, a maior parte das piadas e textos de propaganda, 
por exemplo.” (CAVALCANTE FILHO, 2011, p. 1722). Desse modo, como 
você viu, a leitura é resultado de dois tipos de fatores: os propriamente lin-
guísticos, que são os significados literais das palavras e os fatores sintáticos; 
e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante variada. 
A decodificação é apenas um dos artifícios usados na prática da leitura, 
pois esse processo envolve outras estratégias na construção de significados. As 
estratégias de leitura são técnicas utilizadas pelos leitores para adquirir uma 
informação. Além disso, podem ser consideradas procedimentos ou atividades 
escolhidas que facilitam o processo de compreensão da leitura. Elas se adaptam a 
diversas situações, variando conforme o texto lido e de acordo com a abordagem, 
que é previamente elaborada para facilitar a compreensão do leitor. 
De acordo com Solé (1998), na literatura especializada uma estratégia poderia ser 
considerada um procedimento e, na tradição psicopedagógica, “estratégias de leitura”. 
Existem estratégias que facilitam a compreensão do leitor a respeito do 
texto. De acordo com Solé (1998), essas estratégias podem ser invocadas 
antes da leitura para situar o leitor, estimulando-o para que assuma um papel 
ativo no processo. Durante a leitura, as estratégias podem atuar de modo que 
o leitor possa construir uma interpretação que o ajude a resolver problemas. 
Depois da leitura, elas podem unificar de forma concreta as etapas anteriores. 
De acordo com a autora (SOLÉ, 1998, p. 72): 
Consideramos as estratégias de compreensão leitora como um tipo particular 
de procedimento de ordem elevada. Como poderão verificar, cumprem todos 
os requisitos: tendem à obtenção de uma meta, permitem avançar o custo da 
ação de leitor, embora não a preservem totalmente; caracterizam-se por não 
estarem sujeitas de forma exclusiva a um tipo de conteúdo ou a um tipo de texto.
Estratégias de leitura – leitura textual ou literal2
Leitura moderna e tradicional: diferenças
Conforme os estudos realizados na área da linguística foram evoluindo, os conceitos 
sobre leitura também sofreram variações. Nessa esteira, há três principais pers-
pectivas de leitura que apareceram no decorrer do tempo: são a leitura ascendente 
(estruturalista), a leitura descendente (construtivista) e a leitura sociointeracionista 
(interacionista). A seguir, você vai conhecer melhor cada uma delas.
Leitura ascendente: o ensino de leitura tradicional é fundamentado na 
concepção de leitura ascendente. De acordo com Kleiman (2002), alguns 
definem essa leitura como um processo de decodificação sonora das unidades 
linguísticas, e o sentido da leitura só pode sair da página impressa. É um 
processo sistêmico, no qual se identifica letra por letra, da esquerda para 
a direita, realizando uma decodificação. Isso significa que ler seria apenas 
perceber as informações que estão implícitas no texto. 
O leitor fica restrito a determinadas estruturas e só atingirá a compreensão 
e o sentido do texto a partir da formulação de perguntas superficiais, que 
possuem suas respostas em certos excertos do texto, o que não exige do leitor 
uma reflexão ou uma leitura mais atenta.
Esse tipo de leitura também é conhecido como perspectiva do texto. Assim, 
o texto é, de acordo com Kleiman (2002), considerado um objeto completo. 
Quando os seus elementos são decodificados, dão o seu sentido, sem depender 
do leitor e das circunstâncias em que foi produzido. 
Leitura descendente: essa perspectiva de leitura segue uma linha cons-
trutivista, segundo Figueiredo (1985). Nessa linha, a leitura é considerada um 
complexo processo psicolinguístico, e o leitor atinge o sentido do texto a partir 
de seu conhecimento de mundo e da criação de hipóteses. Tal perspectiva de 
leitura é fundamentada em aspectos cognitivos e está centrada no leitor. Nesse 
processo, ele possui a função de dar significado ao texto, como em um jogo 
de adivinhação. Esse processo de leitura acontece de forma inconsciente pelo 
aluno, pois não é apresentado pelos professores. Desse modo, é necessário 
cuidado ao utilizar apenas esse modo de leitura. Isso pois o docente é como 
um facilitador do aluno no momento da leitura. Portanto, acredita que é o 
leitor que pode descobrir os significados e os sentidos do texto a partir de seu 
conhecimento próprio e da sua subjetividade. 
Essa perspectiva é centrada no leitor. Ele é a fonte dos sentidos, pois a 
compreensão parte da sua mente. De acordo com Goodman (1989) e Smith 
(1999), o leitor toma o texto somente para confirmar expectativas e hipóteses.
Leitura sociointeracionista: essa perspectiva está relacionada com a 
psicolinguística, a teoria dos esquemas e a pragmática. Aqui, a leitura ocorre 
3Estratégias de leitura – leitura textual ou literal
a partir dos dois movimentos anteriores: o ascendente e o descendente. Isso 
significa que ocorre uma integração entre a informação que o leitor encontra 
no texto impresso e o seu conhecimento de mundo, suas vivências. É o que 
se conhece por perspectiva moderna. 
Como você viu, a leitura tradicional se trata de decodificar o texto, porém a moderna 
pretende que o leitor construa um sentido a partir da leitura. As duas primeiras, as-
cendente e descendente, podem ser consideradas restritas para a leitura, pois confiam 
ou só no leitor ou só no texto.
Leituras verticais e horizontais
As leituras são classificadas de diferentes formas por pesquisadores da área. 
Aqui, você vai conhecer melhor a proposta de Nascimento (2009), baseada 
nos tipos de leitor de Santaella (2004). Para os autores, são quatro os tipos de 
leitura, como você pode ver a seguir.
 � Leitura contemplativa, meditativa: de acordo com o pesquisador 
(NASCIMENTO, 2009), é a leitura típica do livro. Nela, o leitor se dedica 
a uma leitura aprofundada, também chamada de vertical. “Esse leitor 
se debruça, contempla, medita sobre o texto.” (NASCIMENTO,2009, 
p. 100). Sobre esse tipo de leitura, Santaella (2004, p. 23) diz que “[...] 
nasce da relação íntima entre o leitor e o livro, leitura de manuseio, da 
intimidade, em retiro voluntário, num espaço retirado e privado, que 
tem na biblioteca seu lugar de recolhimento, pois o espaço da leitura 
deve ser separado dos lugares de um divertimento mundano.”.
 � Leitura movente, fragmentária: para Nascimento (2009), essa leitura 
é típica da cidade, do leitor que recebe vários estímulos o tempo todo, 
como as pessoas que passam na rua, o outdoor, a buzina e o anúncio de 
carro de som. De acordo com esse autor, “É a leitura da industrialização, 
da produção em série, de um leitor que descobre que o mundo é muito 
maior do que ele imaginava, o qual conhece por meio dos jornais, das 
revistas, das publicidades, da fotografia, do rádio, da televisão, do 
cinema.” (NASCIMENTO, 2009, p. 101). Para o autor (NASCIMENTO, 
Estratégias de leitura – leitura textual ou literal4
2009), esse tipo de leitor fica fascinado com tantos textos aos quais 
possui acesso e quer lê-los com avidez.
Na leitura movente, o leitor não consegue contemplar, meditar sobre o texto, pois 
depende do tempo. Então, ou ele passa pelos textos, ou os textos passam por ele. É 
uma leitura horizontal.
 � Leitura imersiva, virtual: essa leitura se centra na era digital. Exige 
que o leitor faça seleções para não se perder na virtualidade. De acordo 
com Nascimento (2009, p. 105), o leitor imersivo “[...] tem (ou deveria 
ter) consciência de que o mundo é muito maior do que ele pode abraçar 
e escolhe, na infinidade de textos a sua disposição (todos a distância de 
poucos cliques), os textos e caminhos que lhe interessam, que deseja.”.
 � Leitura oral, dialógica: Nascimento (2009) inclui, entre os tipos de 
leitura anteriores, citados por Santaella (2004), essa quarta classificação, 
que ele viu evidenciada à leitura contemplativa. “Trata-se de uma leitura 
coletiva, em que alguém narra (a partir de um registro escrito ou não) 
aos demais espectadores-leitores.” (NASCIMENTO, 2009, p. 107). 
De acordo com o pesquisador, nessa leitura, o leitor acaba sendo um 
coautor. Exemplo disso são as lendas passadas de geração em geração. 
Para saber mais sobre o processo de leitura, leia o texto “As multifaces da leitura: A 
construção dos modos de ler” (ALMEIDA, 2008).
Estratégias de leitura literal de um texto
As leituras literais ou textuais estão relacionadas aos níveis de compreensão 
de leitura. Esses níveis são três, de acordo com a taxonomia de Barret, 
apresentada por Alliende e Condemarín (1987): nível de compreensão 
5Estratégias de leitura – leitura textual ou literal
literal, nível de compreensão interpretativa ou inferencial e nível de com-
preensão crítico.
A compreensão literal se trata da reorganização de ideias, informações 
ou outros elementos do texto a partir das atividades de classificação, esboço, 
resumo e síntese. Assim, cada uma dessas atividades possui um objetivo na 
leitura, como você pode ver a seguir.
 � Classificação: localização de categorias que aparecem no texto, como 
pessoas, lugares e ações.
 � Esboço: reprodução do texto em forma de esquema; usa frases, repre-
sentações ou disposições gráficas. 
 � Resumo: condensação do texto, que ocorre por meio de frases que 
narram os elementos ou fatos principais.
 � Síntese: conversão de diversas ideias, fatos ou elementos por meio de 
amplas formulações.
Esse tipo de leitura vai levar você a identificar o gênero do texto, o domínio 
discursivo, a linguagem usada, o veículo em que é difundido, as informações 
literais, entre outros aspectos.
Observe, a partir do texto a seguir (G1, 2017), como funcionam essas 
estratégias de leitura.
Vingadores: Guerra Infinita bate recorde de trailer mais visto em 24 
horas, diz Marvel
“O primeiro trailer de Vingadores: Guerra Infinita, lançado na quarta-feira 
(29), bateu o recorde de trailer mais visto em 24 horas. Foram 230 milhões 
de reproduções, de acordo com a Marvel, superando a prévia de It – A 
Coisa, antiga dona da marca com 197 milhões de visualizações.
A editora postou uma mensagem de agradecimento aos fãs no Twitter. 
“Obrigado aos melhores fãs do universo por fazer de Vingadores: Guerra 
Infinita o trailer mais visto da história em 24 horas, com 230 milhões de 
visualizações”, disse o perfil da Marvel na rede social.
O filme estreia no Brasil no dia 26 de abril de 2018.
Vingadores x Thanos
Guerra Infinita é o terceiro filme da equipe de super-heróis que conta 
com Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey 
Jr.), Thor (Chris Hemsworth), entre outros personagens da editora.
Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo, responsáveis por Capitão 
América: Guerra Civil, o filme colocará os heróis da Marvel finalmente 
Estratégias de leitura – leitura textual ou literal6
contra o vilão Thanos (Josh Brolin), que busca destruir o universo com a 
ajuda das Joias do Infinito.
Além de reunir o time mais uma vez, que ainda tem a Feiticeira Es-
carlate (Elizabeth Olsen), Hulk (Mark Ruffalo), Visão (Paul Bettany), Gavião 
Arqueiro (Jeremy Renner, ausente no trailer), Viúva Negra (Scarlett Jo-
hansson), Máquina de Guerra (Don Cheadle) e Falcão (Anthony Mackie), 
o filme contará com outros personagens.
Na prévia, é possível ver a participação do Doutor Estranho (Bene-
dict Cumberbatch), do Homem-Aranha (Tom Holland), de Bucky Barnes 
(Sebastian Stan), do Pantera Negra (Chadwick Boseman), de Loki (Tom 
Hiddleston) e dos Guardiões da Galáxia”.
Agora, que tal refletir sobre o que você acabou de ler?
Pelo funcionamento das diferentes estratégias de leitura, é possível com-
preender os seguintes elementos a respeito do texto:
 � Classificação
 ■ Pessoas: Anthony e Joe Russo, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, 
Sebastian Stan, Chadwick Boseman, Tom Hiddleston; 
 ■ Lugares: Brasil; 
 ■ Ações: divulgação do primeiro trailer.
 � Esboço
 ■ Frases: “O primeiro trailer de Vingadores: Guerra Infinita, lançado na 
quarta-feira (29), bateu o recorde de trailer mais visto em 24 horas”. 
 � Resumo
 ■ O filme Vingadores: Guerra Infinita lançou seu trailer e teve 230 
milhões de reproduções em menos de 24 horas e a editora agradeceu 
aos fãs. No trailer, é possível ver a participação de vários personagens.
Você pode aprender mais sobre estratégias de leitura no link a seguir (CANTALICE, 2004).
https://goo.gl/98gTPN
7Estratégias de leitura – leitura textual ou literal
1. Leia o texto a seguir para 
responder às questões 1, 2 e 3.
As lições da Finlândia para o Brasil
Respeitadas e compreendidas todas 
as diferenças entre os dois países, 
o Brasil pode tomar a Finlândia 
como um bom exemplo de sistema 
educacional.
São Paulo, 24 de maio de 2013.
Enquanto a Campanha Nacional 
pelo Direito à Educação realiza, 
em parceria com a Faculdade de 
Educação da USP (Universidade de 
São Paulo) o importante seminário 
“Nem herói, nem culpado. Professor 
tem que ser valorizado”, a diretora 
do Ministério da Educação da 
Finlândia, Jaana Palojärvi, visita 
o Brasil. Como não poderia ser 
diferente, a presença da gestora 
finlandesa por aqui tem causado 
certo frisson. Seu país, no curso dos 
últimos anos, tem sido a principal 
referência no PISA (Programme for 
International Student Assessment 
ou Programa Internacional de 
Avaliação de Estudantes), da OCDE 
(Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico). 
E, diante disso, ninguém resiste 
à pergunta: qual é o segredo da 
Finlândia?
Segundo Jaana Palojärvi, o sucesso 
finlandês no PISA não tem nada 
a ver com métodos pedagógicos 
revolucionários, uso da tecnologia 
em sala de aula ou exames 
gigantescos como Prova Brasil, Enem 
ou Enade. Pelo contrário: a Finlândia 
dispensa as provas nacionais e 
aposta na valorização do professor 
e na liberdade para ele poder 
trabalhar.
Adicionalmente, segundo matéria do 
portal G1, na Finlândia a educação 
é gratuita, inclusive no ensino 
superior. A jornada, de 4 a 7 horas, é 
relativamente curta para os padrõeseuropeus. E os alunos não têm 
muita lição de casa. “Também temos 
menos dias letivos que os demais 
países, acreditamos que quantidade 
não é qualidade”, diz Jaana.
A gestora educacional considera que 
duas reformas foram responsáveis 
pela melhoria da educação 
finlandesa: uma na década de 
1970 e outra nos anos 1990. Na 
década de 70 a educação ganhou 
centralidade na agenda pública 
nacional. Já a partir do início da 
década de 90, o sistema educacional 
foi descentralizado. Os municípios, 
escolas e, principalmente, os 
professores passaram a ter mais 
autonomia, recebendo condições 
adequadas de trabalho.
“Fé e confiança têm papel 
fundamental no sistema finlandês. 
Descentralizamos, confiamos e 
damos apoio, assim que o sistema 
funciona. O controle não motiva 
o professor a dar o melhor de si. 
É simples, somos pragmáticos, 
gostamos de coisas simples.”
Em outras palavras, sistemas 
apostilados, que mediocrizam o 
trabalho do professor, não cabem 
na Finlândia. Bem como programas 
de remuneração por mérito, tão 
defendidos pelo Brasil afora. Atenção 
economistas de plantão: Ideb (Índice 
Estratégias de leitura – leitura textual ou literal8
de Desenvolvimento da Educação 
Básica) na porta da escola na 
Finlândia? Jamais!
Obviamente, é impossível implantar 
o modelo finlandês por aqui. Brasil e 
Finlândia são países completamente 
diferentes. Mas, sem dúvida, a 
ex-colônia russa pode servir como 
exemplo em termos de trabalho 
pedagógico. E em remuneração dos 
professores.
Ao ler as matérias publicadas na 
imprensa nacional sobre a visita 
de Jaana Palojärvi ao Brasil fui 
surpreendido por uma curiosa 
notícia: para ela, o segredo 
do sucesso não está ligado ao 
financiamento da educação.
A Finlândia investe um patamar 
próximo a 6% de seu PIB em 
educação pública. “O sistema de 
educação gratuito não sai tão 
caro assim, é uma questão de 
organização”, afirma Jaana.
Mas quanto ganha o professor por 
lá? Em média, cerca de R$ 8 mil!
Seria justo, seria ótimo... Contudo, 
nem com um investimento público 
em educação pública equivalente 
a 10% de seu PIB (Produto Interno 
Bruto), o Brasil conseguirá remunerar 
com R$ 8 mil reais, na média, seus 
profissionais do magistério. Na 
melhor das hipóteses, alcançado 
esse patamar, daqui a 10 anos, nosso 
país pode conquistar uma média 
de remuneração docente entre R$ 
3 mil e R$ 4,5 mil reais. Ainda assim, 
para tanto, precisa ser aprovado e 
implementado, urgentemente, um 
novo e bom PNE (Plano Nacional de 
Educação).
Portanto, tal como propõe a 
Campanha Nacional pelo Direito à 
Educação, a melhor alternativa de 
ação é perseverarmos na luta por 
um “PNE pra Valer!”. Se não podemos 
ser a Finlândia, que o Brasil dê um 
passo decisivo e decidido rumo à 
educação pública de qualidade.
(Daniel Cara. As lições da Finlândia 
para o Brasil. Revista Educação. Mai. 
2013. Acesso em 11 fev. 2015.)
Ao identificar informações literais do 
texto, assinale a alternativa correta.
a) O veículo é um site publicitário.
b) Trata-se de um texto sem 
autoria declarada.
c) O título, também chamado 
de manchete, é: respeitadas 
e compreendidas todas as 
diferenças entre os dois países, 
o Brasil pode tomar a Finlândia 
como um bom exemplo 
de sistema educacional.
d) As informações contextuais 
são: São Paulo, 24 de maio 
de 2013, quando da visita 
da diretora do Ministério da 
Educação da Finlândia ao Brasil.
e) O lead, também chamado 
de subtítulo, é “As lições da 
Finlândia para o Brasil”.
2. Pode-se afirmar que o gênero 
discursivo representado por 
essa matéria jornalística é:
a) Entrevista.
b) Artigo de opinião.
c) Nota.
d) Crônica.
e) Notícia.
3. Trata-se de uma informação 
literal do texto:
a) O segredo do sucesso da 
educação finlandesa se 
refere à valorização do 
trabalho do professor.
b) O sucesso da educação 
9Estratégias de leitura – leitura textual ou literal
finlandesa se deve ao alto 
investimento de recursos 
financeiros destinados a esse fim.
c) A gestora educacional da 
Finlândia aprovou a metodologia 
educacional brasileira, embora 
com algumas ressalvas.
d) No Brasil, municípios, escolas 
e professores têm autonomia 
para realizar o trabalho 
na área educacional.
e) O investimento de 10% do 
PIB na educação brasileira 
possibilitará um aumento 
do piso dos professores para 
quatro salários mínimos.
4. A respeito do texto a seguir, assinale 
a opção errada em relação às 
informações textuais ou literais:
Rio de Janeiro 2/1/2015 às 20h13
Homem morre baleado dentro 
de agência bancária no Rio
Ele teria tentado assaltar um 
policial federal dentro da agência 
bancária nesta sexta (2)
Um homem morreu na tarde 
desta sexta-feira (2) na avenida 
Graça Aranha, centro do Rio, 
dentro de uma agência bancária. 
Segundo informações de policiais 
militares que estavam no local, 
ele teria tentado assaltar um 
policial federal dentro do banco.
O agente teria reagido à tentativa de 
assalto e atirando contra o homem, 
que morreu na hora. A DH (Divisão 
de Homicídios) da Capital realizou 
perícia no local e imagens da câmera 
de segurança estão sendo colhidas 
para auxiliar na investigação.
(Homem morre baleado dentro de 
agência bancária no Rio. Portal R7 
- Notícias. Acesso em: 11 fev. 2015)
a) O texto é uma notícia veiculada 
no site de notícias R7. 
b) A manchete do texto é “Homem 
morre baleado dentro de 
agência bancária no Rio”. 
c) A notícia foi veiculada no 
dia 2 de janeiro de 2014.
d) Foi realizada perícia nas imagens 
das câmeras de segurança 
e constatado o crime.
e) A notícia retrata a morte de 
um assaltante ao atentar 
contra um banco.
5. Todas as asserções abaixo 
foram retiradas da literalidade 
do texto, a opção ERRADA é:
“Desejos de ano novo
Quem teve a ideia de cortar 
o tempo em fatias, 
a que se deu o nome de ano, 
foi um indivíduo genial. 
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no 
limite da exaustão.
Doze meses dão para 
qualquer ser humano 
se cansar e entregar os pontos. 
Aí entra o milagre da renovação 
e tudo começa outra vez 
com outro número e outra 
vontade de acreditar 
que daqui pra adiante vai 
ser diferente para você, 
desejo o sonho realizado. 
O amor esperado. 
A esperança renovada.
Para você, 
desejo todas as cores desta vida. 
Todas as alegrias que puder sorrir. 
Todas as músicas que 
puder emocionar.
Para você neste novo ano, 
desejo que os amigos 
sejam mais cúmplices, 
que sua família esteja mais unida, 
Estratégias de leitura – leitura textual ou literal10
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe 
desejar tantas coisas 
mas nada seria suficiente… 
Então, desejo apenas que 
você tenha muitos desejos. 
Desejos grandes e que eles 
possam te mover a cada 
minuto, rumo a sua felicidade!”
(ANDRADE, Carlos Drummond 
de. Desejos de ano novo. 
Acesso em: 2 fev. 2014.)
a) O título do texto revela 
a sua ideia principal.
b) O poeta, ao desejar que seu 
leitor tenha muitos desejos, 
renova-lhe as esperanças.
c) O texto é um poema veiculado 
em livro, inicialmente, e 
agora em um site.
d) O poeta emite desejos bons 
de ano novo ao leitor.
e) O poeta fala sobre a renovação 
das esperanças a cada ano.
ALLIENDE, F.; CONDEMARÍN, M. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto 
Alegre: Artmed, 1987.
ALMEIDA, M. F. As multifaces da leitura: a construção dos modos de ler. Graphos, João 
Pessoa, v. 10, n. 1, p. 65-80, 2008.
CANTALICE, L. M. Ensino de estratégias de leitura. Psicologia Escolar e Educacional, 
Campinas, v. 8, n. 1, p. 105-106, jun. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
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Estratégias de leitura – leitura textual ou literal12

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