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Litíase Urinária

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Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 8º Semestre 
• Uma das doenças mais comuns do trato urinário 
• Paciente típico: 
- Homem jovem com dieta inadequada e baixa ingesta 
hídrica 
- Mulher que tem ITU de repetição 
- Homem com história de hiperuricemia 
• Tem pico de incidência entre 30 e 50 anos de idade, 
sendo mais frequente na etnia caucasoide e no sexo 
masculino (3 homens para 1 mulher). 
• É mais comum de ser observada em países 
desenvolvidos, provavelmente pela maior 
frequência de hábitos alimentares que incluem 
elevado consumo de sal e proteínas de origem 
animal. 
• As taxas de recorrência após um primeiro episódio 
de litíase atingem até 50% em 5 anos 
• Fatores ligados ao elevado risco de recorrência são: 
primeiro episódio com idade baixa, história familiar, 
positiva, litíase associada à ITU ou a outra doença 
subjacente. 
Sódio, cálcio, ácido úrico, oxalato, assim como restos 
celulares e até mesmo metabólitos de medicamentos 
podem se cristalizar, dando origem aos cálculos renais. 
Podem ser de composição única ou pode haver 
associação de diversos tipos de cristais (cálculo misto). 
 
 
Em termos gerais, são associados fatores que causam 
maior concentração da urina, seja por redução de 
solvente (baixa ingestão de água), ou por aumento da 
concentração de solutos (dieta rica em sal e proteínas, 
hipercalciúria). 
 
🠖 Mecanismos gerais: 
A formação de cálculos é o resultado da ocorrência 
isolada ou em conjunto dos seguintes mecanismos: 
1) Supersaturação: aumento na concentração urinária 
de solutos. Em geral ocorre em razão da baixa ingesta 
de água. 
2) Diminuição de inibidores da cristalização: A 
deficiência de inibidores de precipitação de solutos, 
como citrato, magnésio e macromoléculas (proteína de 
Tamm-Horsfall, nefrocalcina, entre outros), é fator 
importante na gênese dos cálculos urinários. Essas 
substâncias em concentrações adequadas evitam a 
precipitação de solutos. 
3) Formação de cálculos associada a bactérias 
produtoras de urease: Um exemplo é a Proteus sp., 
Klebsiella sp., e Pseudomonas sp. A urease resulta na 
formação de íons amônia e pH urinário alcalino, 
Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 8º Semestre 
facilitando assim a combinação de cristais de fosfato 
com amónia, magnésio e cálcio. Esses compostos se 
precipitam e formam o cálculo de estruvita. 
4) Formação da placa de Randall: é definida como 
concreções de fosfato de cálcio recobrindo o 
uroepitélio da pelve dos cálices renais. 
5) Outras condições promotoras da formação de 
cálculos: Atuando como fator promotor, destaca-se o 
pH urinário alcalino. Em pH ácido, o fosfato de cálcio é 
muito mais solúvel do que em pH neutro ou alcalino 
A formação de cálculos segue duas etapas principais: 
nucleação e agregação. A nucleação marca o início do 
processo de formação de um cálculo renal e em geral 
ocorre quando a urina está supersaturada com 
cristaloides contendo íons livres. Esses íons livres 
combinam-se de forma homogênea (íons similares, 
formando um cristal especifico) ou heterogênea (íons 
distintos e outras substâncias urinárias, como restos de 
células epiteliais, formando um cristal dissimilar). 
A seguir, vários pequenos cristais começam a se ligar, 
constituindo a fase denominada de agregação. Com a 
manutenção de fatores que propiciam esse processo, 
ocorre o crescimento do cálculo. 
O paciente apresentará sinais e sintomas que podem 
ser agrupados em três grupos: 
A. Manifestações causadas pelo próprio cálculo 
B. Manifestações decorrentes de complicações 
causadas pelos cálculos renais 
C. Manifestações relativas a doença subjacente que 
predispõe a litíase renal. 
-Assintomáticos 
- Hematúria 
- Cólica nefrética (dor lombar com irradiação para bolsa 
escrotal (homens) e para grandes lábios (mulheres)) 
- Disúria 
- Náuseas e vômitos 
Ao exame físico: 
- Fácies de dor 
- Palidez 
- Taquicardia 
- Pode ser hipertenso 
- Febre pode acompanhar os casos de litíase renal 
associada a infecção urinária 
- Sinal de Giordano pode ser doloroso (punho-
percussão da região costovertebral) 
• Complicações (↓ prognóstico por ↓ fluxo urinário) 
→ CD: Desobstruir via urinária!! É uma emergência 
(PROVA) 
- Infecção: risco de sepse 
- Anúria: risco de IRA pós-renal 
As três regiões mais frequentes de impactação do 
cálculo são: · 
- JUP (Junção uretero-pélvica): dor lombar + náusea + 
vômito 
- 1/3 médio do ureter (cruzamento do ureter com os 
vasos ilíacos): dor lombar com irradiação (bolsa escrotal 
ou grandes lábios) 
- JUV (Junção vesico-ureteral): disúria, polaciúria 
Diante de uma história clínica e exame físico 
compatíveis com litíase renal, solicitam-se exames 
subsidiários como: hemograma completo (Casos com 
febre ou compatíveis com patologias inflamatórias 
agudas), ureia e creatinina (em casos específicos como 
diabetes ou se for fazer exame com contraste), 
potássio, urocultura (Pedir quando houver febre, 
previsão de procedimentos invasivos, cálculo 
coraliforme) e urina tipo 1 (Hematúria, micro ou macro: 
ocorre em 80-90% dos casos. Leucocitúria e bacteriúria: 
suspeitar de ITU associada. Cristais: de cistina,estruvita, 
oxalato de cálcio ou de ácido úrico são sugestivos. 
Cristais de star burst que aparece nos casos de 
indinavir). A presença de hematúria pode refletir a 
passagem do cálculo pelas vias urinárias. Leucocitúria, 
às vezes com nitrito positivo e bactérias, sugere 
infecção urinária, que poderá ser confirmada 
posteriormente com a urocultura. A elevação de ureia, 
creatinina e potássio pode sugerir obstrução do trato 
urinário, aguda ou crônica. 
• TC sem contraste 
- Padrão ouro 
- Maior acurácia e confirma o diagnóstico! 
Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 8º Semestre 
- Imagem hiperdensa em topografia de trato urinário. 
• USG de vias urinárias 
- Escolha para gestantes! 
- Imagem hiperecogênica (com sombra acústica) em 
trato urinário! 
• Rx simples 
- Imagem radiopaca 
- Pode ser o único disponível no PS 
- Cálculos de ácido úrico puro não aparecem! 
- Para ser visualizado, é necessário ter ao menos 2 mm 
em seu maior diâmetro. 
• Urografia excretora (pielografia) 
- Contraste administrado é filtrado pelos rins e 
excretado junto à urina. 
- Falha de enchimento demonstra cálculo renal. 
- Perdeu espaço para TC por conta do uso de contraste! 
Diagnóstico Diferencial: cólica hepato-biliar, apendicite, 
hérnia discal, radiculite, trombose da veia renal, 
gravidez ectópica, torsão do ovário. 
Pode ser agudo ou crônico! A terapêutica crônica visa a 
prevenção dos cálculos. 
• Agudo (tratar a dor) 
- Analgesia com AINE ou drogas mais potentes como 
meperidina e morfina. Os AINH também agem 
diminuindo o edema e o processo inflamatório local. 
AINES (indometacina, cetocorolato ...) ± opioides 
Cetoprofeno (Profenid) 100 mg EV de 12/12 horas. 
Diclofenaco sódico (Voltaren®) 75 mg, por via 
intramuscular de 12/12 horas 
Opioides: 
Sulfato de morfina (Dimorf) 2 a 10 mg EV / 70 kg de peso 
de 4/4 horas ou de 6/6 horas 
Meperidina (Dolantina®) 10 a 20 mg EV de 1/1 hora. 
Dose: uma ampola (2ml com 50 mg/ml) diluída em 8 ml 
de água destilada, aplicada em doses de 1 ml (10 mg) a 
2ml (20mg) EV de 1/1 hora se for necessário 
- Antiespasmódicos uretera.is, como brometo de n-
butilescopolamina, também podem ser empregados. 
O paciente deverá ser internado em casos de litíase 
renal com ITU associada (suspeitada por febre, 
leucocitose, disúria, leucocitúria, nitrito e bactérias na 
urina tipo 1). Em geral, inicia-se antibioticoterapia 
empírica (p. ex., ceftriaxona 1,0 g a cada 12/12 horas), 
com colheita prévia de urocultura. 
Outras indicações de internação hospitalar são a dor de 
difícil controle, hematúria macroscópica intensa e 
obstrução do trato urinário (com ou sem disfunção 
renal). Nesses casos, deve-se consultar o médico 
urologista para avaliar a possibilidadede remoção do 
cálculo ainda durante o episódio agudo ou outras 
medidas pertinentes. 
- Tamanho 
< 1 cm: Terapia médica expulsiva (conservadora) - 
Promover relaxamento da musculatura do ureter 
§ Bloqueadores alfa adrenérgicos (Tansulosina) ou 
§ Bloqueador do canal de cálcio (Ninfedipina) 
> 1 cm: Intervenção urológica 
 
O ureter é pobre em receptores colinérgicos, por isso 
antiespasmódicos como Buscopan ou Beralgin não tem 
efeito comprovado, não adianta, não prescrever!! 
**Em todo caso de nefrolitíase complicada (infecção – 
febre, taquicardia – ou anúria), a 1° conduta é a 
desobstrução!!! 
- Cateter Duplo-J 
- Nefrostomia percutânea 
• Crônico (prevenção de novos episódios) 
- Hidratação > 2,5L água/dia ou mais! (no quadro agudo, 
a hiper-hidratação pode até piorar o quadro) 
- Tratar condições predisponentes 
🠖 Hipercalciúria assintomática 
1. Não restringir cálcio na dieta!!! (a deficiência de 
cálcio leva a hiperoxalúria) 
2. Restrição de sódio e proteínas (de origem animal) 
3. Uso de tiazídicos 
Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 8º Semestre 
- A restrição de sódio faz com que o TCD (que reabsorve 
Na ou Ca) reabsorva mais Ca, retirando-o da urina. 
- O tiazídico age no TCD bloqueando a reabsorção do 
sódio, e aumentando a reabsorção de cálcio. 
- A restrição proteica diminui a calciúria: o metabolismo 
proteico libera ácidos, que são tamponados pela 
liberação de cálcio dos ossos. Com menos proteína, tem 
menor formação de ácidos e menor liberação de cálcio 
dos ossos. 
🠖 Estruvita 
1. Antibiótico 
2. Refratários: Ácido Acetohidroxâmico (↓ urease) 
🠖 Ácido úrico 
1. Restringir purinas na dieta (carnes, álcool) 
2. Alcalinizar urina, ph entre 6,5 e 7 (citrato de potássio) 
3. Refratário: Alopurinol (Zyloric 300 mg/cp). Dose de 
300 mg/dia. 
🠖 Hipocitratúria: Citrato de potássio (Litocit- 10 
mEg/cp). Dose de 40 a 60 mEg/dia

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