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Disciplina: Princípios de Química Biológica Apresentação Sendo a química um elemento fundamental na medicina moderna, é imprescindível que estudantes de nível superior com formação em áreas da saúde dominem seu conteúdo. Para a Ciência, a interdisciplinaridade geralmente é responsável por avanços signi�cativos no conhecimento e no progresso tecnológico. A Química Biológica tenta reunir contribuições de biólogos, biomédicos e farmacêuticos interessados em entender questões biológicas a nível molecular, e dos químicos que aplicam seus princípios e ferramentas a �m de solucionar os problemas biológicos. A disciplina de Química Biológica tem papel importante para os alunos dos cursos de Farmácia e Biomedicina, pois introduz o conhecimento dos princípios fundamentais da química, além de proporcionar uma visão ampla de seus conceitos - enfatizando sua relevância e abrangência nos fenômenos cotidianos - dos processos bioquímicos e �siológicos, e da análise e transformação da matéria. Tais conceitos constituem o arcabouço para a compreensão de diversos assuntos abordados em disciplinas com o viés da Química ao longo de cada um desses cursos. Objetivos Esclarecer os conhecimentos básicos da química geral; Identi�car as propriedades e as relações das substâncias químicas com os processos biológicos, principalmente aqueles relacionados aos cursos de Farmácia e Biomedicina; Esquematizar os sistemas vivos com base nos princípios gerais da Química. Conteudista Luciana Barreiros de Lima Currículo Lattes Validadora: Dayse dos Santos Bastos da Costa Resumos Aula 1: Medidas e sistemas de unidades Nesta aula, conheceremos a necessidade de unidades-padrão de medidas e o Sistema Internacional de Unidades (SI). Além disso, trataremos dos conceitos de volume, comprimento, massa, densidade e temperatura de um corpo, assim como suas equivalências e medidas. Abordaremos, também, as unidades básicas e derivadas dessas propriedades. A proposta é resolver problemas relacionados com os sistemas de medição e utilizar as unidades de medidas adequadas. Aula 2: Átomos e elementos http://lattes.cnpq.br/3918490737051924 Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 1: Medidas e sistemas de unidades Apresentação A Química é uma ciência quantitativa. Entre outras coisas, os que estudam Química medem tamanho, massa, volume, tempo e temperatura. Essas informações são examinadas para encontrar relações entre as propriedades e para oferecer uma visão baseada na estrutura da matéria. Esta aula explora as unidades usadas na Química, descreve brevemente o tratamento adequado de dados numéricos e analisa algumas características da Matemática que você precisará para fazer cálculos de Química. Objetivos Apontar as diferenças entre os conceitos de dimensões e unidades; Enumerar as unidades básicas e derivadas; Registrar as conversões de unidades. Dimensões e unidades As medidas envolvem números, mas eles diferem dos números usados na Matemática de duas maneiras importantes. 1º - Medidas sempre envolvem uma comparação. Quando dizemos que uma pessoa tem dois metros de altura, estamos na verdade dizendo que essa pessoa é duas vezes maior do que um objeto de referência que tenha um metro de altura, sendo o metro um exemplo de unidade de medida. Tanto o número como a unidade são partes essenciais da medida, pois a unidade dá ao valor numérico um sentido de tamanho. Criança medindo sua altura | Fonte: Shutterstock Por Yuganov Konstantin Atenção Se alguém disser que a distância entre dois pontos é 25, você naturalmente perguntará: “25 o quê?” A distância pode ser 25 centímetros, 25 metros, 25 quilômetros ou 25 de qualquer outra unidade que seja usada para expressar distância. Um número sem uma unidade é realmente algo sem sentido. 2º - Medidas sempre envolvem incerteza. Elas não são exatas. O ato da medição envolve algum tipo de estimativa, e tanto o observador como os instrumentos usados para fazer a medida têm limitações físicas inerentes. Em consequência, medidas sempre incluem alguma imprecisão que pode ser minimizada, mas nunca completamente eliminada. Dimensões – São os conceitos básicos de medida, tais como: 1 Comprimento 2 Tempo 3 Massa 4 Temperatura Unidades – São os meios de expressar as dimensões, entre outros: 1 Metro (m) ou pé (ft) para comprimento; 2 Horas (h) ou segundos (s) para tempo. Nas ciências, empregam-se unidades baseadas no sistema métrico decimal. A vantagem de se trabalhar com unidades métricas é que a conversão em medidas maiores ou menores pode ser feita simplesmente movendo-se uma vírgula decimal, porque os múltiplos e submúltiplos das unidades estão relacionados por potências de 10. Como diferentes pesquisadores e países se utilizavam de unidades de medida diferentes, havia um grande problema em todas as pesquisas/comunicações internacionais. Elaborar um sistema de unidades-padrão foi essencial para que as medidas fossem feitas com consistência. O Sistema Internacional de Unidades O sistema métrico original foi simpli�cado e hoje é denominado Sistema Internacional de Unidades, abreviado como SI a partir do nome em francês, Le Système International d’Unités. O SI é hoje o sistema de unidades dominante na Ciência e na Engenharia, embora algumas unidades métricas mais antigas ainda sejam usadas. O SI é fundamentado em um conjunto de unidades básicas associadas a sete grandezas fundamentais mensuráveis: Clique nos botões para ver as informações. Um metro corresponde ao espaço linear percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de 1/299.792.458 de segundo. O metro (m) é ligeiramente maior que uma jarda (1 jarda tem 36 polegadas, enquanto 1 metro tem 39,37 polegadas). Unidade de comprimento O quilograma (kg), de�nido como a massa de um cilindro de metal guardado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, França, é uma medida de massa, uma grandeza diferente de peso. A massa de um objeto é uma medida da quantidade de matéria nele contida, enquanto o peso de um objeto é uma medida da atração gravitacional sobre sua matéria. Unidade de massa O Bureau Internacional de Pesos e Medidas originalmente de�niu o segundo em termos do dia e do ano, mas um segundo agora é de�nido mais precisamente como a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiper�nos do estado fundamental do átomo de césio -133. Unidade de tempo O ampère é a intensidade de uma corrente constante que, mantida entre dois condutores paralelos, retilíneos, de comprimento in�nito, de seção circular desprezível e colocados à distância de um metro um do outro, no vácuo, produziria entre esses condutores uma força igual a 2.10 N/m. Unidade de intensidade de corrente elétrica -7 A candela é a intensidade luminosa de uma fonte que emite uma radiação monocromática de frequência 540x10 Hz, cuja intensidade energética numa dada direção é 1/683 watt por esferorradiano. Unidade de intensidade luminosa -12 O Kelvin (K) é a unidade para temperatura utilizada no SI. A temperatura de uma amostra de matéria é uma medida da energia cinética média — a energia devida ao movimento — dos átomos ou das moléculas que constituem a amostra. As moléculas em um copo de água quente estão, em média, se movendo mais rápido que as moléculas em um copo de água fria. A temperatura é uma medida desse movimento de moléculas. A escala Kelvin (às vezes também chamada de escala absoluta) evita temperaturas negativas atribuindo 0ºK à temperatura mais baixa possível, o zero absoluto. Zero absoluto (–273ºC ou –459ºF) é a temperatura na qual o movimento molecular praticamente cessa. Temperaturas mais baixas não existem. A amplitude da escala Kelvin é idêntica à da escala Celsius, diferenciando-se apenas na temperatura que cada escala atribui como zero. Você pode converter entre as escalas de temperatura com as seguintes fórmulas: Unidade de temperatura termodinâmica Disponível em: Slide Player <https://slideplayer.com.br/slide/46613/1/images/8/temperatura+na+qual+a+%C3%A1gua+entra+em+ebuli%C3%A7%C3%A3o%2C+sob+press%C3%A3o+normal..jpg> . Acesso em: 7 fev. 2019. https://slideplayer.com.br/slide/46613/1/images/8/temperatura+na+qual+a+%C3%A1gua+entra+em+ebuli%C3%A7%C3%A3o%2C+sob+press%C3%A3o+normal..jpg O mol é a quantidade de matéria de um sistema contendo tantas partículas elementares quantos os átomos que existem em 0,012 quilograma de carbono 12. Quando se utiliza o mol, devemos especi�car as entidades elementares, as quais podem ser: Átomos; Moléculas; Íons; Elétrons; Outras partículas ou agrupamentos. Unidade de quantidade de matéria A tabela unidades básicas apresenta as dimensões, as unidades que a representam e os símbolos: Unidades básicas Dimensão Unidade Símbolo Comprimento metro (SI) centímetro ( CGS ) pé (Sist. inglês) m cm ft Massa quilograma (SI) grama (CGS) libra (Sist. inglês) kg g lb Mols grama-mol (SI) libra-mol (Sist. Inglês) mol ou g-mol lb-mol Tempo segundo (SI) s Temperatura Kelvin (SI) Celsius Rankine (Sist. Inglês) Fahrenheit K °C °R °F Corrente elétrica Ampère A Intensidade de luz candela cd 1 Multiplicadores Decimais http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula1.html Às vezes as unidades básicas ou são muito grandes ou são muito pequenas para serem usadas convenientemente. Por exemplo, o metro não é conveniente para expressar o tamanho de objetos muito pequenos, tais como bactérias. O SI resolve esse problema permitindo a construção de unidades maiores ou menores pela aplicação de multiplicadores decimais às unidades básicas. Quando o nome de uma unidade é precedido por um desses pre�xos, o tamanho da unidade é modi�cado pelo multiplicador decimal correspondente. Por exemplo, o pre�xo quilo indica um fator de multiplicação de 10 , ou 1000. Logo, um quilômetro é uma unidade de comprimento igual a 1000 metros. 3 Exemplo O símbolo de quilômetro (km) é formado pela junção do símbolo que signi�ca quilo (k) com o símbolo de metro (m). Assim, 1km = 1000m (ou 1km = 10 m). Da mesma forma, um decímetro (dm) é 1/10 de um metro, de modo que 1dm = 0,1m (1dm = 10 m). De modo semelhante, o milímetro tem o pre�xo mili que signi�ca 0,001 ou 10 . 1 milímetro = 0.001 metro = 10 metros 3 –1 –3 −3 Unidades Múltiplas Nas medidas cientí�cas, todas as grandezas físicas têm unidades que são uma combinação das sete básicas do SI. Por exemplo, não há no SI uma unidade básica para área, mas sabemos que, para calcular uma área, basta multiplicarmos o comprimento pela largura. Portanto, a unidade para área é obtida ao multiplicarmos a unidade para comprimento pela unidade para largura. O comprimento e a largura são medidas que têm como unidade básica no SI o metro (m). Veja a seguir a tabela que apresenta as Unidades Múltiplas: Unidades Múltiplas tera (T) 10 centi (c) 10 giga (G) 10 mili (m) 10 mega (M) 10 micro (μ) 10 quilo (k) 10 nano (n) 10 12 -2 9 -3 6 -6 3 -9 Unidades derivadas do SI Uma unidade derivada é uma combinação de outras unidades. Por exemplo, a unidade do SI para velocidade é metros por segundo (m/s), uma unidade derivada. Observe que essa unidade é formada a partir de outras duas unidades do SI — metros e segundos — reunidas. Comentário Você provavelmente está mais familiarizado com velocidade quilômetros/hora, que é um exemplo de unidade derivada. Outras duas unidades derivadas comuns são as de volume (a unidade básica do SI é m ) e massa especí�ca (a unidade básica do SI é kg/m ). 3 3 UNIDADES DERIVADAS GRANDEZA NOME SÍMBOLO Superfície Metro quadrado m Volume Metro cúbico m Velocidade Metro por segundo m/s Aceleração Metro por segundo ao quadrado m/s Número de ondas Metro à potência menos um m Massa específica Quilograma por metro cúbico Kg/m Velocidade angular Radiano por segundo rad/s Aceleração angular Radiano por segundo ao quadrado rad/s 2 3 2 -1 3 2 Volume é uma medida de espaço. Qualquer unidade de comprimento, quando elevada ao cubo (elevada à terceira potência), torna-se uma unidade de volume. O metro cúbico (m ), o centímetro cúbico (cm ) e o milímetro cúbico (mm ) são unidades de volume. Densidade (d) de uma substância é a razão entre a sua massa (m) e o seu volume (V): d = m / V 3 3 3 Atenção O m da equação de massa especí�ca está em itálico, indicando que ele quer dizer massa ao invés de metros. Em geral, os símbolos das unidades como metros (m), segundos (s) ou kelvins (K) aparecem em tipo normal, enquanto os de variáveis como massa (m), volume (V) e tempo (t) aparecem em itálico. Conversões de unidade de medida Grandezas físicas podem ser comparadas apenas quando expressas com a mesma unidade. Caso contrário, uma conversão de unidades é necessária. Conversão de comprimento: Disponível em: Campus do Sertão <//www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf> . Acesso em: 7 fev. 2019. Exemplo Converta as unidades: a) 10Km em dam. Resposta: 10Km X 100dam / 1Km = 1000dam b) 25mm em dm. Resposta: 25mm X 1dm / 100mm = 0,25dm = 2,5.10 dm-1 Conversão de área: Disponível em: Campus do Sertão <//www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf> . Acesso em: 7 fev. 2019. Exemplo Calcule a área do terreno abaixo: Solução: como as medidas estão expressas em unidade diferentes, para calcularmos a área do terreno devemos realizar a mudança. 3300cm x 1m/100cm = 33m Área do terreno = 33m x 40m = 1320m2 Conversão de volume: Exemplo U i i t i 3L d l ã d http://www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf http://www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf Disponível em: Campus do Sertão <//www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf> . Acesso em: 7 fev. 2019. Um recipiente possui 3L de solução de glucose. Após um certo tempo fervendo, notou-se a redução de 400cm em seu volume. Quantos metros cúbicos �caram no recipiente? Antes de calcular a variação nos volumes, devemos igualar as unidades: 3L x 1m / 10 L = 3. 10 m 400cm x 1m / 10 cm = 400.10 m = 0,4 .10 m (3 – 0,4) . 10 = 2,6.10 m 3 3 3 -3 3 3 3 6 3 -6 3 -3 3 -3 -3 3 Conversão do tempo: Disponível em: Campus do Sertão <//www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf> . Acesso em: 7 fev. 2019. Exemplo Converter: a) 22.200 segundos em minutos: 22.200s x 1min / 60s = 370min b) 1 dia em segundos: 1 dia = 24 horas 1 hora ------ 60 minutos 24 horas --- x minutos x = 24 x 60 = 1440 minutos 1 minuto -------- 60s 1440 minutos – y y = 1440 x 60 = 86400s Conversão de Massa: Disponível em: Campus do Sertão <//www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf> . Acesso em: 7 fev. 2019. http://www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf http://www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf http://www.campusdosertao.ufal.br/pet/petengenharias/preenem/files/aulas/Aula_Grandezas_Unidades_Medida_Escala.pdf Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 2: Átomos e elementos Apresentação Toda matéria é formada por partículas muito pequenas, que são denominadas átomos. De uma maneira geral, é comum questionarmos como a Química consegue explicar os átomos sem que eles nunca tenham sido observados. Os microscópios eletrônicos oferecem algumas informações sobre as moléculas, mas ainda bem pouco quando tratamos da estrutura atômica. O átomo era de�nido como uma unidade indivisível até �nais do século XIX, devido ao primitivo modelo atômico sugerido. Modelo esse que provava a existência de partículas subatômicas. Com o desenvolvimento da Ciência e o passar dos anos, novas pesquisas foram realizadas e novos modelos atômicos surgiram.Objetivos Descrever os modelos atômicos de Dalton, J. J. Thomson, E. Rutherford, Bohr e o modelo do átomo da Mecânica Quântica; Explicar em detalhes a constituição moderna da matéria; Escrever a con�guração eletrônica dos elementos. Modelos atômicos Átomo | Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock. A estrutura da matéria é estudada desde o século V a.C., quando surgiu a primeira ideia sobre sua constituição. Os �lósofos Leucipo e Demócrito a�rmavam que a matéria não poderia ser dividida in�nitamente, chegando a uma unidade indivisível denominada átomo. A palavra “átomo” deriva do grego e signi�ca indivisível (a = negação + tomo = parte). O átomo é a menor partícula de um elemento e que retém suas propriedades químicas. A interação entre átomos é responsável pelas propriedades da matéria. John Dalton | Fonte: Wikipedia <https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dalton> . Modelo atômico de Dalton Em 1808, o químico inglês John Dalton (1766-1844) apresentou um modelo de matéria que é a base da moderna teoria atômica cientí�ca. A principal diferença entre a teoria de Dalton e a de Demócrito é que Dalton baseou sua teoria em evidências, e não numa crença. Modelo atômico de Dalton. | Fonte: Nasky / Shutterstock. Sua teoria: 1 Toda matéria é formada de partículas muito pequenas e indivisíveis, que Daltonchamou de átomos. 2 Em reações químicas comuns, nenhum átomo desaparece ou se transforma em umátomo de outro elemento. 3 Compostos são formados pela combinação química de dois ou mais tipos de átomos. Em um dado composto, as quantidades de átomos de cada tipo de elemento são constantes e quase sempre expressas como números inteiros. 4 Molécula é uma combinação de dois ou mais átomos que agem como uma unidade. https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dalton Modelo atômico de J. J. Thomson A primeira evidência experimental da estrutura interna dos átomos foi obtida em 1897. O físico britânico J. J. Thomson sugeriu um modelo atômico que �cou conhecido como “o modelo do pudim de passas”, que retratava o átomo como uma esfera de material gelatinoso com carga positiva sobre a qual os elétrons estariam suspensos como passas em um pudim. Esse modelo, entretanto, foi descartado em 1908 por outra observação experimental. Modelo atômico de Thomson | Fonte: yaruna, magnetix / Shutterstock. J. J. Thomson | Fonte: Wikimedia Commons <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/PSM_V73_D482_Joseph_John_Thomson.png> . Modelo atômico de Rutherford Ernest Rutherford | Fonte: Wikipedia <https://en.wikipedia.org/wiki/Ernest_Rutherford#/media/File:Ernest_Rutherford_LOC.jpg> . Ernest Rutherford sabia que alguns elementos, incluindo o radônio, emitem partículas de carga positiva, as que chamou de partículas α (partículas alfa). Ele e seus estudantes �zeram passar um feixe de partículas através de uma folha de platina muito �na, cuja espessura era de apenas uns poucos átomos. Embora quase todas as partículas α passassem e sofressem eventualmente um desvio muito pequeno, cerca de 1 em cada 20.000 sofria um desvio superior a 90°, e algumas poucas partículas voltavam na direção da trajetória original. Experimento de Rutherford | Fonte: Adaptado de Secretaria da Educação do Paraná. Explicação do experimento de Rutherford e modelo de átomo | Fonte: Adaptado de Manual de Química UOL. Os resultados do experimento sugeriam um modelo nuclear do átomo, no qual um centro muito pequeno e denso de carga positiva, o núcleo, era envolvido por um volume muito grande de espaço praticamente vazio que continha os elétrons. Rutherford imaginou que quando uma partícula α com carga positiva atingia diretamente um dos núcleos muito pequenos, porém pesados, de platina, a partícula sofria um desvio muito grande, como uma bola de tênis se chocando com uma bala de canhão parada. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/PSM_V73_D482_Joseph_John_Thomson.png https://en.wikipedia.org/wiki/Ernest_Rutherford#/media/File:Ernest_Rutherford_LOC.jpg Modelo atômico de Bohr A ideia de átomo de Thomson e Rutherford foi, posteriormente, aprimorada pelo físico Niels Bohr (e, novamente, por Rutherford). Essa é a razão pela qual o átomo chamado de modelo planetário é também conhecido como modelo atômico de Rutherford-Bohr. Foi Bohr quem incluiu, no modelo atômico da teoria quântica, a explicação de como os distintos níveis de energia (existentes na eletrosfera) impediam os elétrons de cair no núcleo, o que inevitavelmente ocorreria se o átomo se comportasse como um sistema solar, como Rutherford propôs de início. Com a ideia do átomo maciço e indivisível eliminada, coube ao próprio Rutherford sugerir que o núcleo atômico não se enquadrava nesta de�nição. De forma antes não imaginada, o núcleo seria formado por partículas ainda menores. As que tinham carga positiva receberam o nome de próton. Niels Bohr | Fonte: Wikipedia <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/Niels_Bohr.jpg> . Modelo atômico de Rutherford-Bohr | Fonte: yaruna / Shutterstock. Em 1932, o físico britânico James Chadwick descobriu o nêutron, partícula que seria também constituinte do núcleo, porém sem carga elétrica. Nos aproximamos à concepção atual do átomo: um núcleo pequeno e maciço, combinado de prótons (carga positiva) e nêutrons (sem carga elétrica), que é envolto por uma eletrosfera formada por elétrons (carga negativa) de massa desprezível. Mapa Mental de Modelos Atômicos | Fonte: Adaptado de Brasil Escola <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/modelos- atomicos.htm> . (Nasky / Shutterstock). Composição do Átomo O átomo é composto por prótons, elétrons e, na maioria dos casos, nêutrons. Clique nos botões para ver as informações. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/Niels_Bohr.jpg https://brasilescola.uol.com.br/fisica/modelos-atomicos.htm Um elétron é uma partícula negativamente carregada que se move ao redor do núcleo de um átomo. Estão dispostos em camadas e orbitam a uma mesma distância do núcleo. São de�nidos como: Partículas que constituem o átomo; Localizados na eletrosfera; Possuem uma energia de�nida, que são denominadas nível de energia ou camada eletrônica. Se um átomo ganha ou perde elétrons, ele se torna um íon, que pode ser positivo ou negativo. Elétron Partícula subatômica com carga +1 e massa de aproximadamente 1u. É encontrado no núcleo. Próton Partícula subatômica com massa de aproximadamente 1u e carga zero. É encontrado no núcleo. Nêutron Exemplo O elétron é uma partícula subatômica que possui uma massa muito pequena. Esse valor é tão baixo (aproximadamente 1/1840) que é considerado desprezível em relação à massa total do átomo. Abaixo relacionamos algumas propriedades das partículas elementares: Partícula Massa relativa Carga elétrica relativa Núcleo Próton 1 1 Nêutron 1 0 Eletrosfera Elétron 1/1836 -1 Estrutura do átomo | Fonte: Brasil Escola. Cada átomo pode ser especi�cado por dois números: o número atômico e o número de massa. 1 Número atômico (Z) O número atômico (Z) de um elemento equivale ao número de prótons em seu núcleo. 2 Número de massa atômica (A) É a quantidade total de partículas do núcleo, que é igual à soma de prótons e nêutrons, ou seja, A = p + n. Observe que, em um átomo neutro, o número de elétrons é igual ao número de prótons. Atualmente, são conhecidos 116 elementos com números atômicos entre 1 e 116. O menor número atômico pertence ao elemento hidrogênio, que possui apenas um próton, e o maior (até agora), ao elemento mais pesado conhecido, com 116 prótons e que ainda não tem nome. Para identi�car um átomo, utilizamos a seguinte notação: Onde o X é o símbolo do elemento. Quando o átomo se torna um íon, isso signi�ca há diferença entre seu número de cargas positivas (prótons) e de cargas negativas (elétrons). Se ganhar um ou mais elétrons, sua carga será negativa e será denominado de ânion. Se perder um ou mais elétrons, a sua carga será positiva e será chamado de cátion. Átomos com o mesmo número de prótons, mas diferentede nêutrons, são chamados isótopos. Cada isótopo, portanto, possui diferentes números de massa. As propriedades dos isótopos do mesmo elemento são quase idênticas e assim consideradas para quase todos os �ns. Diferem- se, porém, nas propriedades radioativas. Exemplo O nitrogênio, em sua forma natural, é formado por dois isótopos. As massas desses isótopos são: N = 15,0001u e N = 14,00307u.15 14 Átomos que possuem o mesmo número de nêutrons, mas diferentes números atômicos (Z) e de massa (A) são denominados isótonos. Temos abaixo as representações de quatro elementos químicos: Cl17 37 Ca20 40 Mg12 26 Si14 28 Os números subscritos representam o número atômico (Z), que se refere aos prótons. Já os números sobrescritos correspondem ao número de massa (A). Como sabemos que o número de massa é a soma de prótons e nêutrons que existem no núcleo, é possível descobrir quantos nêutrons cada um desses átomos possui: A = P + N N = A – P Cl N = A – P N = 37-17 N = 20 17 37 Ca N = A – P N = 40 - 20 N = 20 20 40 Mg N = A – P N = 26 - 12 N = 14 12 26 Si N = A – P N = 28 - 14 N = 14 14 28 Podemos observar que o Cl e o Ca possuem 20 nêutrons, ou seja, são isótonos. Observamos também que o Mg e o Si possuem 14 nêutrons e são isótonos entre si. Saiba mais Quando átomos que possuem o mesmo número de massa (A), porém diferentes números atômicos (Z), eles são denominados isóbaros. Exemplos de isóbaros: Ca , K , Ar . Já os átomos (ou íons) que possuem o mesmo número de elétrons são chamados isoelétricos ou isoeletrônicos. 20 40 19 40 18 40 Distribuição eletrônica As sete camadas eletrônicas de um átomo | Fonte: Adaptado de Manual de Química Uol. O modelo atômico atual mostra que o átomo possui um núcleo com prótons e nêutrons e uma eletrosfera formada por várias camadas eletrônicas. Para a maioria dos elementos, temos no máximo sete camadas. Elas são representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q. Os elétrons se distribuem nas camadas eletrônicas de acordo com subníveis de energia, identi�cados pelas letras s, p, d, f, que aumentam de energia nessa ordem, respectivamente. Cada nível pode conter uma quantidade máxima de elétrons distribuídos nos subníveis de energia. Linus Pauling (1901-1994) elaborou uma representação grá�ca que demonstra essa observação da ordem crescente de energia, a qual chamamos Diagrama de Pauling: Diagrama de Pauling | Fonte: Adaptado de Manual de Química Uol. Abaixo temos a quantidade máxima de elétrons que cada nível e subnível pode comportar: Quantidade máxima de elétrons para preencher cada nível e subnível | Fonte: Manual de Química Uol. Níveis Quantidade máxima de elétrons K 2 L 8 M 18 N 32 O 32 P 18 Q 8 Subníveis Quantidade máxima de elétrons s 2 p 6 d 10 f 14 Exemplo Fazer a distribuição eletrônica do magnésio (Mg), cujo número atômico é igual a 12, em níveis e subníveis de energia. A quantidade de elétrons e de prótons é igual, ou seja, temos que distribuir 12 elétrons. Observe que a distribuição eletrônica do magnésio em subníveis de energia é dada por: 1s 2s 2p 3s . Já a distribuição eletrônica por camadas pode ser representada por: 2 – 8 – 2, o que signi�ca que o átomo desse do magnésio possui 2 elétrons na camada K, 8 elétrons na camada L e 2 dois elétrons na camada M. 2 2 6 2 Atividade 1. O cloro presente no PVC tem dois isótopos estáveis. O Cl com massa de 34,97u constitui 75,77% do cloro encontrado na natureza. Outro isótopo é o Cl cuja massa é 36,95u. Qual é a massa atômica do cloro? 35 37 a) 35,45u b) 34,50u c) 35,8u d) 41,00u Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 3: Tabela periódica Apresentação Em 1869, dois cientistas, o alemão Lothar Meyer e o russo Dmitri Mendeleev, descobriram, cada um em seu próprio laboratório, que os elementos, quando arranjados na ordem crescente das massas atômicas, agrupavam-se em famílias com propriedades semelhantes. Mendeleev chamou essa observação de lei periódica. O arranjo da Tabela periódica é uma das realizações mais importantes e, porque não dizer, úteis da Química, visto que ajuda a organizar o que seria uma arrumação confusa de propriedades dos elementos. Entretanto, o fato de que a estrutura da tabela corresponde à estrutura eletrônica dos átomos era desconhecido por seus descobridores. A tabela periódica foi desenvolvida exclusivamente a partir das propriedades físicas e químicas dos elementos e resume suas tendências. A capacidade de predizer essas propriedades com base na posição de um elemento químico na tabela é uma das competências mais importantes do estudante da área. Objetivos Reconhecer a tabela periódica dos elementos; Explicar a in�uência da distribuição eletrônica de um elemento em sua posição na tabela periódica e em suas propriedades físicas e químicas; Listar as propriedades periódicas dos elementos com base em sua classi�cação: metais, ametais, gases nobres. Estrutura geral Os elementos químicos são apresentados atualmente na tabela periódica, dispostos, segundo a ordem crescente de seus números atômicos, em sete �leiras horizontais (ou períodos) e em dezoito colunas verticais (ou grupos). O 1º período É muito curto Tem 2 elementos H e He O 2º período É curto Tem 8 elementos Do Li ao Ne O 3º período É curto Tem 8 elementos Do Na ao Ar O 4º período É longo Tem 18 elementos Do K ao Kr O 5º período É longo Tem 18 elementos Do Rb ao Xe O 6º período É superlongo Tem 32 elementos Do Cs ao Rn O 7º período É incompleto Tem 32 elementos Do Fr ao Og Veja a seguir algumas características relativas a estrutura da Tabela Periódica: 01 A classi�cação dos elementos químicos em períodos revela que elementos de um mesmo período apresentam o mesmo número de camadas eletrônicas. Por exemplo, o sódio (Na), o magnésio (Mg) e o alumínio (Al) pertencem ao terceiro período. Então, esses elementos têm três camadas eletrônicas. 02 No sexto período, no quadrículo correspondente à terceira coluna, estão quinze elementos que, por questão de comodidade de leitura, estão indicados em uma �leira à parte. Eles são chamados de terras raras ou lantanídios. 03 No sétimo período, no quadrículo correspondente à terceira coluna, estão quinze elementosindicados na segunda linha abaixo da tabela. Esses elementos formam a série dos actinídeos. 04 Devemos ainda assinalar que todos os elementos situados após o urânio-92 não existem na natureza. Eles devem ser preparados arti�cialmente. São os denominados elementos transurânicos. Cada quadrícula da tabela periódica apresenta cinco informações: O símbolo do elemento na parte central; A distribuição eletrônica à direita; O nome do elemento à esquerda; O número atômico acima do símbolo; A massa atômica abaixo do símbolo. Quadrícula da tabela periódica. (Fonte: Fiorotto, 2014) Comentário Os elementos estão dispostos de acordo com seus números atômicos, em ordem crescente. Com exceção do hidrogênio (H), os não metais aparecem na extrema direita da tabela. As duas �las de metais que aparecem abaixo do corpo principal da tabela estão colocadas assim por convenção, para evitar que a tabela �que muito larga. Na realidade, o cério (Ce) devia ser exibido após o lantânio (La), e o tório (Th) devia vir depois do actínio (Ac). A designação de 1-18 foi recomendada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac). Grupos ou Famílias Períodos Grupo principal dos metais Metais de transição Metaloides Não metais Períodos e grupos na tabela periódica. (Fonte: Kotz, 2015) A tabela periódica pode ser usada na predição de inúmeras propriedades, muitas das quais são cruciais para a compreensão da química. A tabela é dividida em blocos, cujos nomes indicam a última subcamada ocupada de acordo com o princípio da construção (os blocos s, p, d e f). Dois elementos são exceções: Hélio O hélio, como tem dois elétrons 1s, deveria aparecer no bloco s, mas é colocado no bloco p devido a suas propriedades. Ele é um gás cujas características são semelhantes às dos gases nobres do Grupo 18, não àsdos metais reativos do Grupo2. Sua colocação no Grupo 18 justi�ca-se porque, assim como os demais elementos do Grupo 18, ele tem a camada de valência completa. Hidrogênio O hidrogênio ocupa uma posição única na tabela periódica. Ele tem um elétron s, logo, pertence ao Grupo 1; mas tem um elétron a menos do que a con�guração de um gás nobre e, assim, pode agir como um membro do Grupo 17. Você o encontrará, na maioria das vezes, destacado do corpo da tabela periódica. Blocos dos elementos na tabela periódica. (Fonte: Atkins e Jones, 2018) Os nomes dos blocos da tabela periódica indicam a última subcamada ocupada de acordo com o princípio da construção. As cores dos blocos correspondem às cores usadas para representar os orbitais. Os blocos s e p formam os grupos principais da tabela periódica. As con�gurações eletrônicas semelhantes dos elementos do mesmo grupo são a causa das propriedades semelhantes desses elementos. O número do grupo informa quantos elétrons estão presentes na camada de valência. No bloco s, o número do grupo (1 ou 2) é igual ao número de elétrons de valência. Essa relação se mantém em todos os grupos principais quando se usa a antiga prática dos números romanos (I a VIII) para indicar os grupos. No entanto, ao usar números arábicos (1–18), é preciso subtrair, no bloco p, 10 unidades do número do grupo para encontrar o número de elétrons de valência. Os elementos do bloco f têm propriedades químicas muito semelhantes, porque sua con�guração eletrônica difere somente na população dos orbitais f internos, e esses elétrons participam pouco da formação de ligações. Todos os elementos do bloco s são metais reativos que formam óxidos básicos. Os elementos do bloco p tendem a ganhar elétrons para completar camadas; eles vão de metais a metaloides e não metais. Todos os elementos do grupo d são metais com propriedades intermediárias entre as dos metais do bloco s e as dos metais do bloco p. Muitos elementos do bloco d formam cátions com mais de um estado de oxidação. Classi�cações dos elementos Tabela periódica moderna. (Fonte: Tabela Periódica.org <https://www.tabelaperiodica.org/> ) Podemos dizer que existem três classes de elementos na tabela periódica: metais, não metais e metaloides. A maior parte dos elementos é metal – somente 24 não são. Clique nos botões para ver as informações. São sólidos em temperatura ambiente (exceto o mercúrio, que é líquido), brilhantes, condutores de eletricidade, dúcteis (podem ser estirados em �os) e maleáveis (podem ser malhados e transformados em lâminas). Em suas reações, os metais tendem a doar elétrons. Também formam ligas, que são soluções de um ou mais metais dissolvidos em outro metal. Em suas reações químicas, os metais tendem a doar elétrons. Metais São a segunda classe de elementos. Com exceção do hidrogênio, os dezoito não metais aparecem no lado direito da tabela periódica. Com exceção do gra�te, que é uma das formas do carbono, os não metais não conduzem eletricidade. Em temperatura ambiente, não metais como fósforo e iodo são sólidos. O bromo é um líquido e os elementos do grupo 8A (os gases nobres) – do hélio ao radônio – são gases. Em suas reações químicas os não metais tendem a receber elétrons. Praticamente todos os compostos que encontramos em nosso estudo de Química Orgânica e Bioquímica são construídos de seis não metais: H, C, N, O, P e S. Não metais https://www.tabelaperiodica.org/ Esses elementos têm algumas propriedades dos metais e algumas dos não metais. Por exemplo, alguns metaloides são brilhantes como metais, mas não conduzem eletricidade. São eles: Boro; Silício; Germânio; Arsênio; Antimônio; Telúrio. Metaloides Esses elementos, comumente chamados de gases nobres, são mais um exemplo de como as propriedades dos elementos mudam gradualmente ao longo de uma coluna. Os elementos do grupo 8A são gases em temperatura e pressão normais, e formam poucos compostos, ou nenhum. Gases nobres Saiba mais As características dos elementos metálicos e não metálicos Metálico Não metálico Propriedades físicas Propriedades físicas Boa condutividade elétrica Maleáveis Dúcteis Brilhantes Normalmente são sólidos com alto ponto de fusão e boa condutividade térmica. Baixa condutividade elétrica Não maleáveis Não dúcteis Não brilhantes Normalmente são sólidos, líquidos ou gases com baixo ponto de fusão e maus condutores de calor. Propriedades químicas Propriedades químicas Reagem com ácidos Formam óxidos básicos Formam cátions Formam haletos iônicos Não reagem com ácidos Formam óxidos ácidos Formam ânions Formam haletos covalentes Os elementos são frequentemente denominados de acordo com o número do grupo ao qual pertencem na tabela periódica. Porém, por conveniência, alguns grupos possuem nomes especiais: 1 2 Metais alcalinos Elementos do grupo 1 (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr); Metais alcalinoterrosos Elementos do grupo 2(Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra); 3 Halogênios Elementos do grupo 17 (F, Cl, Br, I e At); 4 Gases nobres Elementos do grupo 18 (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn). Propriedades periódicas e aperiódicas Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas de seus números atômicos. Há, contudo, algumas propriedades cujos valores só variam com o aumento do número atômico e que são chamadas de propriedades aperiódicas. Dentre essas propriedades podemos citar: 1 A massa atômica, que aumenta com o número atômico; 2 O calor especí�co do elemento no estado sólido, que diminui com o aumento do número atômico. Quando os elementos são dispostos em ordem crescente dos números atômicos, cada um deles tem propriedades químicas diferentes das de seus vizinhos. Entretanto, há semelhanças acentuadas entre alguns elementos. Exemplo Dos 107 elementos conhecidos, apenas doze são gases em CNTP (condições normais de temperatura e pressão). Desses, seis têm propriedades químicas tão semelhantes, que se torna conveniente estudá-los em conjuntos - são os gases nobres ou inertes. Se considerarmos as propriedades de outros elementos, veremos que essa repetição de propriedades é comum. Portanto, é mais fácil agrupá-los em famílias de acordo com suas propriedades. Raio Atômico. (Fonte: Quality Stock Arts / Shutterstock) Raio atômico As nuvens de elétrons não têm fronteiras bem de�nidas, logo, não é possível medir o raio exato de um átomo. O raio atômico de um elemento é de�nido como a metade da distância entre os núcleos de átomos vizinhos. Raio iônico Raio iônico de um elemento é a distância entre íons vizinhos em um sólido iônico. Em outras palavras, a distância entre os centros de um cátion e um ânion vizinhos é a soma dos dois raios iônicos. Todos os cátions são menores do que os átomos originais porque os átomos perdem seus elétrons de valência para formar o cátion. Os ânions são maiores do que os átomos que lhes deram origem. Isso é atribuído ao aumento do número de elétrons da camada de valência do ânion e aos efeitos de repulsão que os elétrons exercem uns sobre os outros. Energia de ionização A energia necessária para remover elétrons de um átomo é de suma importância para a compreensão de suas propriedades químicas. A energia de ionização é a carga necessária para remover um elétron de um átomo na fase gás. Variação da primeira energia de ionização em virtude do número atômico dos elementos. (Fonte: Fiorotto, 2014) Símbolos de elementos químicos (Fonte: MicroOne / Shutterstock) A�nidade eletrônica A a�nidade eletrônica de um elemento é a energia liberada quando um elétron se liga a um átomo na fase gás. Uma a�nidade eletrônica positiva signi�ca que energia é liberada quando um elétron se liga a um átomo. Uma a�nidade eletrônica negativa signi�ca que é necessário fornecer energia para fazer um elétron se ligar a um átomo. Densidade absoluta A densidade absoluta dos elementos no estado sólido é uma propriedade periódica porque aumenta e diminui à medida que crescem os números atômicos. Em um período, as densidades são baixas nas extremidades e muito altas nocentro da tabela. Percorrendo um período da esquerda para a direita, a densidade vai crescendo cada vez mais até atingir o meio do período. A partir daí, vai decrescendo cada vez mais até́ o �nal do período. Volume atômico O volume atômico é o volume ocupado por 6,02 x 1023 (número de Avogadro) átomos de um elemento no estado sólido. Logo, quanto maior o tamanho de cada átomo, maior o volume do “pacote” de átomos. Em outras palavras, os volumes atômicos atingem valores máximos para os elementos situados nas extremidades dos períodos e mínimos para os elementos situados no centro da tabela. Volume atômico x Número atômico (Fonte: Fiorotto, 2014) Pontos de fusão e ebulição As temperaturas nas quais os elementos entram em fusão ou em ebulição são também funções periódicas de seus números atômicos. De um modo geral, os pontos de fusão e de ebulição dos elementos aumentam: 01 Em um período – Das extremidades para o centro databela; 01 Em um grupo do lado esquerdo –De baixo para cima,principalmente os alcalinos e alcalinoterrosos; 01 Em um grupo do lado direito e no centro da tabela –aumentam de cima para baixo. Ponto de fusão x Número atômico (Fonte: Fiorotto, 2014) Estados físicos Os estados físicos dos elementos considerados a 25°C sob pressão de uma atmosfera são: 1 Gases Gases nobres, �úor, cloro, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio; 2 Líquidos Bromo, mercúrio; 3 Sólidos Demais elementos. Eletronegatividade Eletronegatividade é a força com a qual um átomo atrai um elétron para si no instante da formação de uma ligação química com outro átomo. A propriedade oposta é chamada eletropositividade e sua variação é exatamente inversa. A eletronegatividade aumenta de baixo para cima em um grupo, e da esquerda para a direita em um período. O �úor é o elemento de maior eletronegatividade. De modo geral, podemos dizer que um elemento é mais eletronegativo: Quanto mais elétrons periféricos tiver (mais próximo de oito); Quanto menor for o tamanho do átomo. Atenção Não se de�ne eletronegatividade para os gases nobres em razão de sua estabilidade química. Atividade 1. (CESGRANRIO) Um átomo T apresenta menos 2 prótons que um átomo Q. Com base nessa informação, assinale a opção falsa: a) (T) Calcogênio e (Q) Gás nobre b) (T) Enxofre e (Q) Silício c) (T) Gás nobre e (Q) Alcalinoterroso d) (T) Halogênio e (Q) Alcalino e) (T) Bário e (Q) Cério 2. (UCDB - MT) Os elementos A, B e C pertencem a um mesmo período da tabela periódica. Se B é um halogênio, pode-se a�rmar que: x x+1 x+2 a) A tem 5 elétrons no último nível e B tem 6 elétrons no último nível. b) A tem 6 elétrons no último nível e C tem 2 elétrons no último nível. c) A é um calcogênio e C é um gás nobre. d) A é um metal alcalino e C é um gás nobre. e) A é um metal e C é um não metal. Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 4: Ligações Químicas Apresentação A constituição de uma substância é o resultado da união dos átomos de modo a seguir uma tendência comum da natureza: atingir uma situação de maior equilíbrio ou estabilidade. Os átomos ligam-se uns aos outros para aumentar a sua estabilidade. Podemos comprovar essa situação usando como exemplo a água de uma cachoeira: Ela sai de um lugar mais alto, onde tem mais energia e menos estabilidade, e busca um lugar inferior com menos energia e maior estabilidade. Uma ligação química nada mais é que uma união entre átomos. Os cientistas compreendem as propriedades da matéria a partir dos tipos de ligação que conservam os átomos unidos. Uma ligação química forma-se entre dois átomos se a disposição resultante de seus dois núcleos e de seus elétrons tem energia menor que a energia total dos átomos separados. Objetivos Decodi�car o signi�cado de ligação química; Avaliar o tipo de ligação estabelecida entre átomos de diversos elementos; Reconhecer a polaridade das substâncias. A formação das ligações químicas e a regra do octeto Ligações químicas (Fonte: Anusorn Nakdee / Shutterstock). Por que as ligações químicas são formadas? A melhor resposta a essa pergunta é a que os átomos estão tentando alcançar o estado de maior estabilidade possível. A maioria dos átomos �cam estáveis quando sua camada de valência está totalmente preenchida com elétrons, ou então quando esses átomos satisfazem a regra do octeto. Se os átomos não têm essa disposição de elétrons, eles tendem a alcançá-la, seja ganhando, perdendo ou compartilhando elétrons através das ligações químicas. Toda ligação química envolve o arranjo de elétrons nas camadas mais externas dos átomos, porém não alcança o núcleo. Dentre todos os elementos químicos reconhecidos, apenas seis deles, que são os chamados gases nobres, podem ser localizados na natureza na forma de átomos isolados. Os demais encontram-se sempre ligados uns aos outros de diversas formas, nas mais distintas combinações. Os gases nobres são encontrados na natureza na forma de átomos isolados porque eles têm a última camada da eletrosfera completa, ou seja, com oito elétrons. Mesmo o hélio, com dois elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo, dois elétrons. A principal diferença entre os tipos de ligações químicas está no compartilhamento ou não de elétrons: 1 Nas ligações genuinamente iônicas, não há compartilhamento; 2 Nas ligações covalentes, pares de elétrons são compartilhados entre os átomos; 3 Nas ligações metálicas, parte dos elétrons é partilhada por todos os átomos. Os átomos dos distintos elementos ligam-se uns aos outros, oferecendo, recebendo ou partilhando elétrons, na tentativa de alcançar uma con�guração eletrônica igual à de um gás nobre: Oito elétrons na camada de valência (camada mais externa). Ou então, se a camada de valência for a primeira camada, dois elétrons. Família Elétrons de valência Características do átomo Quantidade de ligações Íon característico 1 1 Doador 1 A 2 2 Doador 2 A 13 3 Doador 3 A 14 4 Receptor 4 A 15 5 Receptor 3 A 16 6 Receptor 2 A 17 7 Receptor 1 A +1 +2 +3 -4 -3 -2 -1 Ligação iônica e formação de íons Ligação iônica (ou eletrovalente) é o resultado da atração eletrostática entre íons de cargas opostas em uma pequena rede cristalina. Esses íons são formados pela transferência de elétrons entre os átomos de dois elementos químicos. Para existir a formação de uma ligação iônica, é necessário que os átomos de um dos elementos tenham tendência a perder elétrons e os do outro, a ganhar elétrons. Os cátions são íons positivos formados pela perda de elétrons. Como exemplo, o átomo de sódio perde um elétron para se tornar um cátion sódio, Na . Os íons negativos são formados ao ganhar elétrons e chamam-se ânions. Como exemplo, o átomo de cloro ganha um elétron e se torna o ânion cloreto, Cl . +1 -1 Dica Os ânions são nomeados usando a terminação -ato, -ito ou -eto. Quando um átomo perde um elétron e outro o ganha, o processo é chamado de transferência de elétrons. METAIS Elementos muito eletropositivos. Normalmente possuem de 1 a 3 elétrons na última camada ou camada de valência. Têm facilidade em perder esses elétrons e formar cátions. (3) Transferência de elétrons NÃO METAIS Elementos muito eletronegativos. Normalmente possuem de 5 a 7 elétrons na última camada ou camada de valência.. Têm facilidade em ganhar esses elétrons e formar ânions. Cátions + Ânions Substância iônica ou composto iônico Formação de uma ligação iônica. (Fonte: Curso De Formação De Operadores De Refinaria Química Aplicada - Petrobras, Curitiba, 2002.) Como resultado da atração, as ligações iônicas são formadas entre íons com cargas opostas. Alguns íons são mencionados na �siologia como eletrólitos (aí inclusos sódio, potássio e cálcio). Esses íons são imprescindíveis para a condução do impulso nervoso, das contrações dos músculos e para o balanço hídrico. Muitas bebidas esportivas e suplementos utilizados em dietas fornecem esses íons para substituir os que são perdidos pela transpiração durante a prática de exercícios. Ligação covalente Uma outra maneirapela qual os átomos tornam-se estáveis é pelo compartilhamento de elétrons, formando assim ligações que são chamadas de covalentes. Um, dois ou três pares de elétrons podem ser compartilhados entre os átomos, o que resulta em ligações que podem ser simples, duplas ou triplas, respectivamente. Quanto maior o número de elétrons compartilhados entre dois átomos, mais intensa será a ligação entre eles. As ligações covalentes podem ser de dois tipos: 1 Ligação covalente simples Um par de elétrons é compartilhado por dois átomos, sendo um elétron de cada átomo participante da ligação. 2 Ligação dativa (ou coordenada) Um par de elétrons é compartilhado por dois átomos, porém são fornecidos apenas por um dos átomos participantes da ligação. Esse tipo de ligação ocorre quando um dos átomos já tem o seu octeto completo, mas o outro ainda não. Nas moléculas de organismos vivos, as ligações covalentes são mais corriqueiras do que ligações iônicas. Exemplo As ligações covalentes são fundamentais para a estrutura de moléculas orgânicas, como o DNA e as proteínas. As ligações covalentes são também encontradas em moléculas inorgânicas menores como água, dióxido de carbono e oxigênio . O compartilhamento de elétrons deve ser realizado sempre aos pares, já que em um orbital cabem, no máximo, dois elétrons. A ligação covalente ocorre, distintamente da ligação iônica, quando a diferença de eletronegatividade entre os dois átomos participantes da ligação não é muito acentuada. Esse tipo de ligação existirá entre: Ametal e ametal Ametal e hidrogênio Hidrogênio e hidrogênio Podemos representar a formação de moléculas que fazem esse tipo de ligação através de fórmulas distintas: Clique nos botões para ver as informações. Todos os elétrons da última camada são representados ao redor de cada átomo envolvido na ligação, alocando lado a lado os elétrons que serão compartilhados. Fórmula eletrônica (ou de Lewis) Este tipo de fórmula evidencia a estrutura da ligação. Cada traço representa um par de elétrons que está sendo compartilhado. Fórmula estrutural Apresenta apenas o tipo e a quantidade de átomos que formam a molécula. É representada registrando-se os símbolos dos átomos em ordem crescente de eletronegatividade (o menos eletronegativo primeiro) com um índice à sua direita, indicando o número de átomos de cada elemento na molécula (o índice 1 não precisa ser escrito). Fórmula molecular Fórmula molecular Fórmula eletrônica Fórmula estrutural Representações de Ligações Covalentes. (Fonte: Brasil Escola) H2 H − H O2 O = O N2 N ≡ N OH2 H − O − H OC2 C = O = C A eletronegatividade relativa entre os átomos de uma ligação irá determinar se a ligação covalente é polar ou apolar . Sempre que um elemento é signi�cativamente mais eletronegativo que o outro, a ligação entre eles será polar. 1 2 Polaridade da molécula de água. (Fonte: Globo.com) Molécula de água: A ligação conectando o oxigênio a cada hidrogênio é uma ligação polar. O oxigênio é um átomo mais eletronegativo do que o hidrogênio (E = 3,44 contra E = 2,20). Isso signi�ca que ele é capaz de atrair os elétrons compartilhados mais fortemente, por isso o oxigênio da água carrega uma carga negativa parcial (maior densidade de elétrons), enquanto os hidrogênios carregam cargas positivas parciais (menor densidade de elétrons). A molécula de oxigênio é apolar porque os elétrons são compartilhados igualmente entre os dois átomos. Polaridade da molécula de oxigênio. (Fonte: Universia Enem) O2 =μr → μ⃗ = 0μ⃗ = 0μr → http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula4.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula4.html Polaridade da molécula do metano. (Fonte: Mundo Educação) A molécula do metano: o carbono tem quatro elétrons em sua camada mais externa e precisa de mais quatro para atingir a estabilidade. Compartilhando elétrons com quatro átomos de hidrogênio, cada um fornecendo um elétron, essa estabilidade é alcançada. De igual maneira, os átomos de hidrogênio precisam de um elétron a mais para completar sua camada externa, que são recebidos na forma de elétrons compartilhados com o carbono. Embora o carbono não tenha a mesma eletronegatividade que o hidrogênio, eles são bem similares, então as ligações carbono-hidrogênio são consideradas apolares. Ligação metálica No estado físico sólido, os átomos dos elementos metálicos (e alguns semimetais) organizam-se de forma geometricamente ordenada e originam células (ou retículos cristalinos). Um conjugado muito grande de retículos cristalinos (ou cristais) forma a estrutura dos materiais metálicos. Esse tipo de ligação química ocorre quando os átomos de elementos metálicos partilham os seus elétrons de valência entre todos, sem que haja uma orientação espacial nessa partilha. As baixas energias de ionização desses elementos permitem que os elétrons sejam facilmente deslocalizados, originando uma nuvem eletrônica que pertence a todo o metal e não apenas a alguns átomos. Essa ligação é consequência das forças atrativas entre os elétrons deslocalizados e os íons metálicos (positivos), dando harmonia a toda a estrutura que, ao inverso das moléculas, não tem número de átomos partícipes de�nidos. A maneira como essa ligação se forma, sem orientação espacial determinada (diferente da ligação covalente) e com a grande mobilidade dos elétrons deslocalizados, origina propriedades bem características dos metais, veja a seguir. Bons condutores de eletricidade Devido à grande mobilidade doselétrons. Bons condutores de calor Devido à facilidade com que os elétrons transmitem energia cinética através da estrutura. Alta densidade Devido ao empacotamento efetivo dosíons positivos e dos elétrons. Altos pontos de fusão e de ebulição Devido às elevadas forças existentes entre a estrutura metálica. Alta dureza Baixa deformação e alta resistência aorisco e à abrasão. Maleabilidade Facilidade de moldagem do material. Alta ductibilidade Permite que um material seja alongado até a obtenção de um fio (o mais fino que seja possível). Forças intermoleculares Ligações de hidrogênio e forças de London As ligações covalentes e iônicas são, caracteristicamente, consideradas ligações fortes. Porém, existem outros tipos de ligações, temporárias, que podem se formar entre átomos ou moléculas. Dois tipos de ligações relativamente fracas, mas que são frequentemente vistas em Biologia, são as pontes de hidrogênio e as forças de dispersão de London. Numa ligação covalente polar que contenha hidrogênio, este terá uma carga positiva parcial porque os elétrons de ligação estarão mais próximos ao outro elemento. Devido a essa pequena carga positiva, o hidrogênio será atraído para qualquer uma das cargas negativas próximas. Essa interação é chamada de ligação de hidrogênio . Como sabemos, os elétrons estão em movimento constante e sempre haverá momentos em que estarão agrupados, criando assim uma carga negativa parcial na molécula e, consequentemente, uma carga positiva parcial em outra. Caso uma molécula com esse desequilíbrio de carga esteja muito perto de outra, isso acarretará uma redistribuição similar de cargas na segunda molécula e todas as cargas temporárias de ambas as moléculas irão atrair uma à outra. 3 Dica As ligações de hidrogênio e as forças de dispersão de London são exemplares de forças de Van der Waals, um termo geral para interações intermoleculares que não envolvam ligações covalentes ou íons. DNA (Fonte: Sashkin / Sh tterstock) http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula4.html Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 5: Funções inorgânicas Apresentação Para promover e facilitar o estudo da Química e de seus compostos, as substâncias são divididas em vários grupos chamados: Funções químicas. Em Química Inorgânica são estudados quatro grupos principais de compostos que possuem características semelhantes: Os ácidos, as bases, os sais e os óxidos. Funções inorgânicas são os grupos de substâncias químicas que não apresentam como elemento químicoprincipal o carbono (as substâncias que o contêm pertencem aos grupos das funções orgânicas) e, consequentemente, fazem parte da Química Inorgânica. Os inúmeros compostos inorgânicos estão efetivamente presentes em nosso cotidiano, por exemplo: Veneno das aranhas, pigmentos das tintas, legumes, pães, biscoitos, pedras preciosas, produtos de limpeza, adubos, sal de cozinha, medicamentos, gesso que colocamos no teto da sala, gases da atmosfera, baterias dos automóveis etc. Objetivos De�nir o que são ácidos, bases, sais e óxidos; Descrever as propriedades distintas de cada função inorgânica; Identi�car as regras para a nomenclatura dessas funções inorgânicas. As funções inorgânicas e as suas teorias de formação Existem quatro funções inorgânicas: ácidos, bases, sais e óxidos. As substâncias químicas, de forma geral, possuem propriedades distintas, que nos levam a reconhecê-las e diferenciá-las. Para isso existem teorias que vieram sendo enunciadas ao longo da evolução da Ciência. A mais simples é a teoria ácido-base de Arrhenius, que foi proposta em 1887. Ela deu origem aos conceitos de ácido, base e sal. Saiba mais Arrhenius trabalhou com inúmeras soluções e descobriu que as eletrolíticas apenas conduziam energia elétrica porque havia espécies químicas que transportavam cargas, os íons, enquanto as soluções não eletrolíticas não produziam íons em meio aquoso. 1 Arrhenius foi capaz de identi�car os íons presentes nas soluções eletrolíticas e isso deu origem a sua teoria ácido-base que, entre seus enunciados, dizia: Ácidos são compostos covalentes que reagem com água (sofrem ionização) formando soluções que apresentam como único cátion o íon hidrônio, H O . Fonte: ARRHENIUS, 1887. 3 + Ácido + Água → Cátion + Ânion HCN + H O → H O + CN H SO + H O → H O + SO H PO + H O → H O + PO 2 3 + -1 2 4 2 3 + 4 -2 3 4 2 3 + 4 -3 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula5.html Ainda em sua Teoria, Arrhenius dizia que: Bases são compostos capazes de dissociar na água liberando íons, dos quais o único ânion é a hidroxila, OH. Fonte: ARRHENIUS, 1887. Base + Água → Cátion + Ânion NaOH + H O → Na + OH Ca(OH) + H O → Ca + OH Al(OH) + H O → Al + OH 2 + -1 2 2 +2 -1 3 2 +3 -1 A teoria de Arrhenius foi capaz de explicar um grande número de feitos e, ainda hoje, é usada em inúmeros casos. Contudo, apresentava uma série de limitações: 1 Restringe-se a soluções aquosas. Não se pode aplicá-laem sistemas sólidos; 2 Existem outros solventes além da água que podemionizar ácidos e dissociar bases; 3 Não permite antever a característica ácida de espécies químicas que não possuem o hidrônio e a característica básica de espécies que não possuem a hidroxila. Temos ainda a teoria protônica, que foi desenvolvida por volta de 1923, de maneira independente, por Johannes Nicolaus Brønsted e Martin Lowry. Ela enuncia que: Ácido é toda espécie química capaz de doar um próton (H ) e base é toda espécie química capaz de receber um próton (H ). Fonte: BRØNSTED-LOWRY, 1923). + + A teoria de Brønsted e Lowry é muito utilizada porque resolve uma das limitações da teoria de Arrhenius, pois não necessita da presença de água. Contudo, ela tem uma limitação própria: depende da presença de hidrogênio. Teoria de Brønsted-Lowry. Fonte: O Mundo da Química <https://www.omundodaquimica.com.br/academica/teoria_bronsted-lowry> . Uma outra teoria, que surgiu praticamente no mesmo ano da teoria protônica, é a teoria ácido-base de Lewis. Também conhecida por teoria eletrônica, ela despreza as limitações das duas outras teorias já mencionadas, abrangendo qualquer espécie química. Segundo Lewis: Ácido é toda espécie química que aceita receber um par de elétrons, e base é toda espécie química capaz de oferecer um par de elétrons. Fonte: LEWIS, 1923. Teoria ácido-base de Lewis. Fonte: Blog Química - Vestibular <//quimica- dicas.blogspot.com/> Os ácidos São compostos covalentes que têm a capacidade de ionizar, liberando o H como único cátion. As principais características dos ácidos são cheiro forte, pH inferior a 7 e baixo ponto de ebulição. + Classi�cação dos ácidos Quanto ao número de elementos químicos que formam o ácido: Binário (2 elementos) – H S, HI, HBr, HCl Ternário (3 elementos) – HCN, HNO , H SO , HNO Quaternário (4 elementos) – HSCN 2 2 2 4 3 Quanto à presença de oxigênio: Hidrácidos – não possuem oxigênio: HCN, HBr Oxiácidos – possuem oxigênio: H SO , HNO , H PO2 4 3 3 4 https://www.omundodaquimica.com.br/academica/teoria_bronsted-lowry http://quimica-dicas.blogspot.com/ Nomenclatura dos ácidos HIDRÁCIDOS: Ácido [Nome do elemento] – ídrico. OXIÁCIDOS: Para elementos que possuem o maior Nox (número da família do elemento): Ácido [Nome do elemento] – ico; Para elementos que possuem o menor Nox (número da família do elemento menos 2): Ácido [Nome do elemento] – oso; Família 17 com Nox +7: Ácido Per – [Nome do elemento] – ico; Família 17 com Nox +5: Ácido [Nome do elemento] – ico; Família 17 com Nox +3: Ácido [Nome do elemento] – oso; Família 17 com Nox +1: Ácido Hipo – [Nome do elemento] – oso Exemplo Ácido carbônico (H CO ), ácido �uorídrico (HF), ácido nítrico (HNO ) e ácido sulfúrico (H SO ).2 3 3 2 4 As bases São compostos iônicos formados por um metal, na maioria dos casos. As bases se dissociam em água, liberando o OH como único ânion. O pH das bases é superior a 7.- Para nomear esses compostos sempre se escreve primeiro “hidróxido de” seguido do nome do cátion. Porém essa regra é utilizada somente no caso das bases que possuem cátions com apenas uma eletrovalência, ou seja, uma única carga. Mas também existem as bases em que os cátions possuem mais de uma eletrovalência e formam mais de uma base. Exemplo É o caso do ferro, que pode perder dois ou três elétrons formando, respectivamente, os cátions Fe e Fe e as bases Fe(OH) e Fe(OH) . Nesse caso, a nomenclatura pode acontecer das seguintes formas: 1. Acrescenta-se o algarismo romano que indica o número da carga. Assim, no caso do ferro, teríamos: Fe(OH) : Hidróxido de ferro II Fe(OH) : Hidróxido de ferro III 2. Acrescenta-se o su�xo “oso” para o cátion de menor carga e o su�xo “ico” para o que tiver maior carga: Fe(OH) : Hidróxido ferroso Fe(OH) : Hidróxido férrico 2+ 3+ 2 3 2 3 2 3 Atividade Vamos tentar um desa�o. Vejamos a questão abaixo: 1. Assinale a opção que enuncia, respectivamente, os nomes corretos das seguintes bases: NaOH, Mg(OH) , Ca(OH) e Al(OH) .2 2 3 a) Monohidróxido de sódio, Dihidróxido de magnésio, Dihidróxido de cálcio, Trihidróxido de alumínio. b) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumínio. c) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio II, hidróxido de cálcio II, hidróxido de alumínio III. d) Hidróxido sódico, hidróxido magnésico, hidróxido cálcico, hidróxido alumínico. Os óxidos São compostos binários, ou seja, formados por dois elementos distintos, dos quais o mais eletronegativo é o oxigênio. Pode ser um composto iônico ou molecular. Atenção Na Tabela Periódica atual, apenas o �úor é mais eletronegativo que o oxigênio. Isso signi�ca que, qualquer outro elemento, excetuando-se o �úor, reage com oxigênio formando óxidos. Assim, esta classe de compostos químicos conglomera um número grande de substâncias. Os óxidos são compostos do tipo E O , em que x é o número de oxidação do oxigênio e y é o número de oxidação do elemento que está combinado com ele. Como essa classe de compostos é muito grande, suas propriedades também podem variar muito. Por isso, os óxidos são divididos em quatro grupos, de acordo com seu comportamento em solução aquosa. São eles: x y 1 Óxidos ácidos Quando são dissolvidos em água, formam ácidos. 2 Óxidos básicos Quando são dissolvidos em água, formam bases. 3 Óxidos neutros Não reagem com a água. 4 Óxidos anfóteros Comportam-se como se fossem uma base na presença de ácidos e como ácidos na presença de bases. Nomenclatura dos óxidos Óxidos de metais alcalinos e alcalinoterrosos(Nox �xo): Óxido de + nome do elemento Na O – Óxido de sódio CaO – Óxido de cálcio 2 Óxidos de metais que possuam Nox variável: Óxido de + nome do elemento + ICO (Nox maior) / OSO (Nox menor) Fe O – (Fe com nox 3) – Óxido férrico. FeO – (Fe com nox 2) – Óxido ferroso. 2 3 Dica Podemos usar também número romano indicando o nox do metal: Fe O – óxido de ferro III FeO – óxido de ferro II 2 3 Os sais São compostos iônicos que, quando estão em solução aquosa, sofrem dissociação, e formam pelo menos um cátion diferente do hidrogênio, H (aq), e um ânion que deve ser diferente da hidroxila, OH (aq), e do oxigênio, O (aq). De uma maneira geral, são sólidos, cristalinos e entram em ebulição em temperaturas altas. + - 2- Os sais podem ser obtidos através de reações de neutralização (que ocorrem entre um ácido e uma base e produzem sal e água). ÁCIDO + BASE → SAL + ÁGUA Esta representação é para você não esquecer que a parte positiva do sal é da base (B) e a negativa vem do ácido (A). Reação geral de neutralização. Fonte: EducaBras <https://www.educabras.com/> . Exemplo 1. Temos a reação entre o ácido clorídrico, HCl, e o hidróxido de potássio, KOH, que forma o sal cloreto de potássio, KCl, e água: HCl + KOH → NaCl + H O O KCl é formado pelo cátion K , vindo da base KOH, e pelo anion Cl , vindo do ácido HCl. Isso irá acontecer em todos os casos, ou seja, o ácido sempre irá formar o ânion do sal e a base o cátion do sal. 2. O sul�to de sódio, Na SO . Esse sal pode ser obtido através da reação entre o hidróxido de sódio, NaOH, e o ácido sulfuroso, H SO . H SO + 2NaOH → Na SO + 2H O O Na SO é formado pelo cátion Na , vindo da base NaOH, e pelo ânion SO , vindo do ácido H SO . (aq) (aq) (aq) 2 (l) + - 2 3 2 3 2 3(aq) (aq) 2 3(aq) 2 (l) 2 4 + 3 2- 2 3 Nomenclatura dos sais A nomenclatura dos sais deve seguir uma regra proposta pela União Internacional da Química Pura e Aplicada (IUPAC). De uma maneira geral, para estabelecer a nomenclatura devemos levar em conta o cátion e o ânion presentes no sal. O ânion do sal é sempre originário do ácido e para de�nir seu nome é necessário fazer a troca de su�xo com o ácido de origem conforme o quadro abaixo: https://www.educabras.com/ ÁCIDO ÂNION ídrico eto ico ato oso ito Se o cátion do sal em questão não for a prata, o zinco ou algum outro elemento que pertença às famílias 1, 2 ou 13, devemos indicar o número de oxidação com um algarismo romano na frente do seu nome. Atenção A regra de nomenclatura dos sais proposta acima é empregada apenas para os sais simples, ou seja, aqueles que apresentam somente um cátion e um ânion em sua composição. Veja a seguir alguns exemplos de sais: NaCl: Cloreto de sódio CaSO : Sul�to de cálcio CuF : Fluoreto de cálcio NH NO : Nitrato de amônio Fe (PO ) : Fosfato de ferro II 3 2 4 3 3 4 2 do HCl: Ácido clorídrico do H SO : Ácido sulfuroso do HF: Ácido �uorídrico do HNO : Ácido nítrico Do H PO : Ácido fosfórico 2 3 3 3 4 Atividade 2.(UEMA-2015) O NO e o SO são gases causadores de poluição atmosférica que, dentre os danos provocados, está a formação de chuva ácida quando esses gases reagem com as partículas de água presentes nas nuvens, produzindo HNO e H SO . Esses compostos, ao serem carregados pela precipitação atmosférica, geram transtornos, tais como contaminação da água potável, corrosão de veículos, de monumentos históricos etc. Os compostos inorgânicos citados no texto correspondem, respectivamente, às funções: 2 2 3 2 4 a) Sais e óxidos. b) Bases e sais. c) Ácidos e bases. d) Bases e óxidos. e) Óxidos e ácidos. Disciplina: Princípios de Química Biológica Aula 6: Cálculos químicos Apresentação Imagine que você ingeriu um comprimido de antiácido – medicação utilizada para combater acidez estomacal, azia e má digestão – sabendo que o estômago possui ácido clorídrico, que auxilia na digestão dos alimentos. Quantos mols do ácido serão neutralizados depois da ingestão do medicamento? Ciente de que os produtos da reação de uma base com ácido são um sal e água, quantos gramas e quantos mols do sal serão formados no estômago? Os cálculos químicos são, de uma forma geral, difíceis para a maioria dos alunos. A discussão desses conteúdos e a compreensão da sua relação com a tecnologia, com a sociedade e com a vida humana pode contribuir para um incremento da aprendizagem. Objetivos De�nir massa atômica, massa molecular, mol, volume molar e constante de Avogadro; Identi�car e relacionar fórmula molecular, mínima e centesimal de uma substância; Reconhecer e aplicar as leis das reações químicas. Conceitos introdutórios A massa é uma grandeza invariável que designa a quantidade de matéria presente num corpo. Devemos observar que, um outro conceito, o de peso, costuma ser confundido com o de massa. O peso (P) e a massa (m) são duas grandezas fundamentais nos estudos das ciências naturais e que muitas vezes são utilizadas erroneamente como sinônimos, apesar de possuírem propriedades distintas. 1 Peso (P) O peso caracteriza uma força resultante de atração dos corpos em uma determinada interação gravitacional, que varia conforme a força de gravidade que é exercida nesse corpo. 2 Massa (m) A massa de um corpo qualquer pode ser determinada através da comparação com uma massa padrão. Por exemplo, para determinar a massa do corpo de um ser humano é comum usar como padrão o quilograma (Kg). Atenção O que deve estar claro é que a massa de uma pessoa será sempre a mesma, independentemente do local de onde ela esteja. Por outro lado, o peso da pessoa varia de acordo com a força que a gravidade exerce sobre ela. O que signi�ca que qualquer indivíduo tem pesos diferentes no planeta Terra e no planeta Marte, já que esses locais possuem valores de gravidades diferentes. Unidade de massa atômica (u) É a massa de 1/12 (um doze avos) do átomo de carbono com número de massa igual a 12 ( C), que é o isótopo natural do carbono mais abundante (possui seis prótons e seis nêutrons). A massa atômica é a massa de um átomo medida em unidade de massa atômica, sendo simbolizada por “u”, que equivale a 1,66054×10 g. 12 -24 Massa atômica (MA) É a massa do átomo medida em unidade de massa atômica (u). Se a�rmarmos que a massa atômica de um átomo do elemento fósforo (P) é igual a 31u, signi�ca que 1 átomo de sódio é 31 vezes maior que a massa de 1/12 da massa do C.12 A massa atômica de um elemento químico é calculada pela média ponderada das massas de seus isótopos em unidades de massa atômica (u), pois há vários isótopos na natureza e é feito um cálculo que se baseia em suas abundâncias relativas. Exemplo 1 Na natureza há dois tipos de cobre, cada um com sua massa. 69,09% de cobre com massa atômica = 62,93u 30,91% de cobre com massa atômica = 64,93u Qual massa será a referência e colocada na tabela periódica como sendo a massa do cobre? Deveremos fazer a média ponderada desses isótopos: MA do elemento cobre = = 63, 55u (69,09×62,93)+(30,91×64,93) 100 Exemplo 2 O boro possui dois isótopos naturais: 20% de boro com massa atômica = 10u 80% de boro com massa atômica = 11u Assim, a massa atômica do elemento boro é dada pela média ponderada desses dois isótopos, de maneira proporcional à sua abundância. MA do elemento boro = = 10, 80u (20×10)+(80×11) 100 Exemplo 3 O neônio é formado por três isótopos: Ne (90,92%), Ne (0,26%) e Ne (8,82%). Como podemos calcular a massa atômica desse elemento? 20 21 22 MA do elemento neônio = = 20, 18u (90,92×20)+(0,26×21)+(8,82×22) 100 Massa molecular (MM) É a massa de uma molécula que forma uma substância (expressa em u) e corresponde ao somatório das massas atômicas dos átomos constituintes. Exemplo 1 A molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio (H O). A massa atômica do hidrogênio é 1 e a do oxigênio é 16. A massa molecular da água é a soma dessas massas atômicas: 2 MM = (1u × 2) + (16u × 1) MM = 18u Exemplo 2 Uma molécula de açúcar C H O terá a seguinte massa molecular:1222 11 MM = (12 × 12) + (22 × 1) + (11 × 16) MM = 342u Massa molar (m) É a massa quem contém 6,02 × 10 partículas. Sua unidade é grama x mol ou g/mol.23 –1 Constante de Avogadro É a quantidade de matéria que contém 6,02 × 10 partículas ou 6,02 × 10 mols.23 23 1 mol de átomos É a quantidade de matéria que contém 6,02 × 10 átomos 1 mol de moléculas 6,02 × 10 moléculas 1 mol de fórmulas 6,02 × 10 fórmulas 1 mol de elétrons 6,02 × 10 íons 1 mol de prótons 6,02 × 10 prótons 23 23 23 23 23 Do mesmo modo que uma dúzia indica 12 unidades de algo, o número de Avogadro indica 6,02 x 1023 unidades de algo. Nesse caso, é usado para quanti�car átomos, moléculas, íons e tantas outras partículas subatômicas. O mol pode indicar ainda: 1 Massa 2 Volume É a mesma massa que encontramos na tabela periódica, porém em unidade de gramas (g). Em CNTP , o que signi�ca 273K e 1atm, um mol de um gás terá um volume de 22,4L. 1 Formas de se representar uma substância Cálculos de fórmulas Fórmula é a representação grá�ca da composição de uma substância. Todas as teorias que explicam a formação das mais diversas ligações químicas permitem prever a fórmula molecular, a estrutural e a eletrônica para uma substância molecular, e a fórmula empírica para uma substância iônica. Fórmula centesimal Fórmula centesimal indica o percentual, em massa, de cada elemento que compõe uma substância. A fórmula centesimal de uma substância também pode ser calculada teoricamente, porém é necessário conhecer sua massa molecular. Podemos determinar a fórmula percentual de dois modos: 1 Por meio da fórmula molecular. 2 Por meio da relação entre as massas do elemento e daamostra. Observaremos a seguir como proceder em cada caso. Por meio da fórmula molecular Exemplo 1 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0073/aula6.html Vejamos o caso da substância ácido sulfúrico, H SO . Elemento Massa atômica Contribuição do elemento para a massa molecular Composição centesimal (%) H 1 2 x O 16 64 y S 32 32 z Massa molecular = 2 + 64 + 32 = 98u. Realizando as proporções: Para o hidrogênio ⇒ x = 2 × 100/98 = 2,0% Para o oxigênio ⇒ y = 64 × 100/98 = 65,3% Para o enxofre ⇒ z = 32 × 100/98 = 32,7% Então temos a fórmula centesimal do ácido sulfúrico, que é: H S O . 2 4 2,0% 65,3% 32,7% Exemplo 2 Vejamos o caso da substância peróxido de hidrogênio, H O . Elemento Massa atômica Contribuição do elemento para a massa molecular Composição centesimal (%) H 1 2 x O 16 32 y Massa molecular = 2 + 32 = 34 u Para o hidrogênio => x = 2 × 100/34 = 5,9% Para o oxigênio => y = 32 × 100/34 = 94,1% Então temos a fórmula centesimal do peróxido de hidrogênio, que é: H O . 2 2 2,9% 94,1% Por meio da relação entre as massas do elemento e da amostra Exemplo Uma substância pura, cuja massa é igual a 32,00g, foi submetida a uma análise elementar e foi observado que a mesma continha 10,00g de cálcio, 6,08g de carbono e 15,92g de oxigênio. Qual a fórmula centesimal da substância? A fórmula percentual dessa substância é: Ca C O . Porcentagem de Ca: 32g ---------- 100% 10g ---------- x 32x = 1000% x = 31,25% Porcentagem de C: 32g ---------- 100% 6,08g-------- y 32y = 608% y = 19% Porcentagem de O: 32g---------- 100% 15,92g------- z 32z = 1592% z = 49,75% 31,25% 19% 49,75% Fórmula mínima ou empírica Esse tipo de fórmula indica a proporção, expressa por números inteiros, entre os átomos presentes num agregado atômico (ou íons, se tivermos um caso de um agregado iônico). Se conhecemos o quanto de cada elemento está presente em uma amostra de substância, podemos calcular sua fórmula mínima. Conhecendo-se a fórmula molecular de uma substância, sua fórmula mínima é determinada através de "simpli�cação matemática" dos índices dos elementos na fórmula molecular. Em muitos casos as fórmulas mínima e molecular são as mesmas. Exemplo 1 Se 560 gramas de buteno são formadas por 480 gramas de carbono e 80 gramas de hidrogênio, qual a fórmula mínima dessa substância? Inicialmente devemos calcular o número de mols de cada átomo presente na amostra de substância: Após isso, devemos determinar a relação entre os átomos do elemento. Nesse caso, a proporção entre os átomos de carbono e de hidrogênio é de 1 para 2 (40 mols de carbono – 80 mols de hidrogênio). Então a fórmula mínima do buteno é CH . Para o carbono: 12g é a massa de 1 mol de átomos; 480g é a massa de x mol de átomos. Logo, x = 40. Para o hidrogênio: 1g é a massa de 1 mol de átomos; 80g é a massa de y mol de átomos. Logo, y = 80. 2 Exemplo 2 O ácido ascórbico (vitamina C) contém 40,92% de C; 4,58% de H e 54,50% de O em massa. A massa molecular determinada experimentalmente é 176u. Qual a fórmula empírica desse ácido? Em 100 gramas de ácido ascórbico, teremos: 40,92 gramas de C; 4,58 gramas de H; 54,50 gramas de O, de acordo com os percentuais fornecidos no problema. O que nos dá o número de mols de cada elemento: 40,92g C x (1 mol / 12,011g) = 3,407 mols de C 4,58g H x (1 mol / 1,008g) = 4,544 mols de H 54,50g O x (1 mol / 15,999g) = 3,406 mols de O Determinamos a relação com o menor número inteiro através da divisão de cada um dos valores pelo valor da menor quantidade de mols: C = 3,407 / 3,406 = 1,0 H = 4,544 / 3,406 = 1,333 O = 3,406 / 3,406 = 1,0 A quantidade relativa de mols de carbono e oxigênio é praticamente igual, porém a quantidade relativa de hidrogênio é maior. Considerando que não podemos ter uma quantidade fracionária de átomos em um composto, é necessário normalizar a quantidade relativa de hidrogênio, de modo que seja igual a um número inteiro. O número 1,333 é igual a 1 + 1/3, logo, se multiplicarmos as quantidades relativas de cada átomo por 3, obteremos valores inteiros para cada átomo. C = (1.0) × 3 = 3 H = (1.333) × 3 = 4 O = (1.0) × 3 = 3 Logo, a fórmula mínima é C H O .3 4 3 Leis das reações químicas Todas as reações químicas obedecem a algumas regras que são chamadas de leis ponderais e leis volumétricas, as quais relacionam as massas dos componentes com as dos produtos da reação. Clique nos botões para ver as informações. Esta lei a�rma que, em sistemas fechados, a massa total não se altera desde o início até o �m da reação. Desse jeito, a soma das massas dos reagentes é igual à dos produtos. A representação da lei de Lavoisier é a seguinte: m (reagentes) → m (produtos). Exemplo: A conservação da massa na reação entre o sulfato de alumínio e o hidróxido de cálcio pode ser observada abaixo: Al (SO ) + 3Ca(OH) → 3CaSO + 2Al(OH) 342g + 222g = 408g + 156g 564g = 564g. Lei da conservação da massa (Lei de Lavoisier) 2 4 3 2 4 3 Esta lei a�rma que os reagentes e produtos de uma reação química na qual existem apenas substâncias puras (e não misturas) obedecem a proporções constantes. Seja qual for a metodologia, a origem ou o método de preparo, a proporção dos elementos presentes é sempre igual. É essa lei que dá origem ao balanceamento químico. Lei das proporções constantes (Lei de Proust) Quando dois reagentes formam duas ou mais substâncias compostas, a �xação da massa de um deles faz a do outro variar em proporções inteiras e pequenas. Na prática, isso signi�ca que a massa �xa de um dos elementos pode se combinar com massas diferentes de outro, formando compostos distintos. Lei das proporções múltiplas (Lei de Dalton) Se com uma massa �xa de um dado elemento químico reagem separadamente diferentes massas de outros elementos, quando estes últimos reagirem entre si, eles o farão ou na mesma proporção de massas ou numa outra proporção formada por múltiplos ou submúltiplos dessas massas. Lei de Richter (Lei das Proporções Recíprocas ou Lei dos Equivalentes) Quando medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão, os volumes dos gases em uma reação se mantêm em uma proporção �xa, de números inteiros e pequenos. Leis volumétricas de Gay-Lussac Atividade 1. (Fatec-SP) Eugenol, o componente ativo do óleo do cravo-da-índia, tem massa molar 160g/mol e fórmula empírica C H O.
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