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MANUAL-DO-PORTE-VELADO-2021_Sd -Jefferson-Petersen-Garcia-de-Godoy

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Prévia do material em texto

MANUAL DO PORTE VELADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos, Técnicas e Equipamentos 
que incorporam o uso velado de arma 
de fogo. 
 
 
 
JEFFERSON PETERSEN GARCIA DE GODOY 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DO PORTE VELADO 
 
 
 
Fundamentos, Técnicas e Equipamentos 
que incorporam o uso velado de arma 
de fogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A ÓTICA SOBRE 
O PORTE VELADO DE 
ARMA DE FOGO 
 
 
 
 
 
Jefferson Petersen Garcia de Godoy 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha esposa Greicy, que me aturou por dias atrás de um 
computador escrevendo este material, além de por vezes tirar minhas fotos e me ajudar 
a editar, às minhas filhas Lívia e Isis e a toda a minha família. Ao meu serviço como 
agente de segurança pública, o qual me deu suporte para a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Aos Colaboradores da Obra: 
 
O trabalho que será apresentado demandou tempo e a união de forças e conhecimentos, dentro 
deste compêndio são apresentadas técnicas que juntas proporcionam o apoio necessário para o 
operador que utiliza arma de fogo veladamente, desta maneira não seria possível sua realização 
sem o apoio de algumas pessoas, diante disso que faço os agradecimentos aos meus amigos e 
colaboradores desta obra: 
 
A José Aparecido Silva (SubTenente do 11º BPM), que com suas instruções e conhecimentos 
ajudaram a dar corpo a este material, com participação direta nas discussões para a inclusão das 
técnicas apresentadas; 
 
A Brunno Martinez Bozzi (Tenente da PM2), o qual deu o pontapé inicial com o interesse deste 
escritor no que se refere a material teórico sobre porte velado, além da participação nas escolhas 
em parte das modalidades de porte apresentadas; 
 
A Marlon Flávio de Lima (Soldado do 11º BPM), o qual teve participação na elaboração de 
alguns pontos apresentados no material, bem como a apresentação do tópico “Porte de Bolso”. 
 
A Luciane Biondaro Peters (Cabo do 11º BPM), que além de realizar Revisão Ortográfica e 
Gramatical do material teve grande participação no que tange aos aspectos da Modalidade de 
Porte no Seguimento Feminino. 
 
A Bruno Cesar Sales (Soldado do 5º BPM), o qual de maneira bastante profissional teve 
participação crucial na elaboração e complementação dos tópicos que tangem à Limpeza do 
Vestuário (Limpeza de Área), bem como aos que se referem à apresentação rápida do 
armamento diante de uma ameaça, em particular a “Speed Rock”. Autor da técnica apresentada 
por ele neste material como “Medley Drill”. 
 
A Rangel Barbosa da Cunha (Cabo do 5º BPM), profissional que dispensa apresentações, 
instrutor exímio de tiro, técnicas e táticas para confrontos armados. Neste compêndio teve 
participação direta nos tópicos que abrangem as áreas dos “não ortodoxos”, campo abrangente 
o qual é especialidade desse profissional. Responsável no Brasil pela disseminação de 
conhecimentos referentes à técnica “C.A.R. System”. 
 
Ao Revisor Técnico: 
 
Um grande agradecimento ao Revisor Técnico, que na época era chefe da PM3, o senhor Major 
Anderson Puglia, o qual de maneira bastante solícita contribuiu com uma revisão técnica deste 
material com apontamentos profissionais e pontuais. Foi um colaborador indispensável para que 
este conhecimento chegasse a todos os interessados pelo tema. A ele meu grande agradecimento. 
 
Ao Revisor Gramatical e Ortográfico: 
 
A Luciane Biondaro Peters (Cabo do 11º BPM), profissional na corporação e fora dela, formada 
em Letras pela Universidade Estadual do Paraná, a qual proporcionou a ela um excelente 
conhecimento sobre a área, culminando em uma revisão feita com maestria, meus 
agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aos Colaboradores: 
 
Faço um agradecimento especial aos que na época eram Comandante e Subcomandante da 
Unidade em que sirvo, o Décimo Primeiro Batalhão de Polícia Militar do Estado do Paraná, 
respectivamente, Tenente-Coronel Júlio Cezar Vieira da Rosa e Tenente-Coronel Cleverson 
Vidal Veiga, excelentes comandantes, os quais gerem de maneira exemplar a referida unidade 
e me deram total apoio com minha ideia. E ao Tenente Lucas Cury Martins Marques, 
Comandante da P2 da Unidade, que sempre esteve pronto para atender as demandas auxiliando 
na área administrativa para a realização deste trabalho. 
 
Ao Fotógrafo: 
 
Walter Luiz Lucena Natalio, fotógrafo da Empresa Walter Natalio Fotografia, que 
engrandeceu este trabalho ao demonstrar com imagens as técnicas e expressões corporais, 
sendo grande parte das imagens realizadas num ambiente controlado criado em seu próprio 
escritório. 
E aos Figurantes: 
 
Faço um agradecimento aos meus colegas que participaram de forma voluntária na figuração 
sobre as técnicas que foram apresentadas em imagens no decorrer deste trabalho: 
A Luciane Biondaro Peters (Cabo do 11º BPM), a Raphael Rogenski de Melo (Cabo do 11º 
BPM) e a José Roberto Dias (Soldado do 11º BPM). Também na figuração, Bruno Martinez 
Bozzi (Tenente da PM2), Bruno Cesar Sales (Soldado do 5º BPM) e Victor Gonçalves Brum 
(Auxiliar de Instrução - Londrina PR). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
 
SUMÁRIO 
 
PREFÁCIO ................................................................................................................................. 11 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 12 
CAPITULO I ............................................................................................................................... 13 
DEFENDA-SE: PRINCÍPIOS NORTEADORES ...................................................................... 13 
1.1 A VIOLÊNCIA ..................................................................................................................... 13 
1.2 NÃO SEJA A VÍTIMA – REAJA .................................................................................. 14 
1.3 POR QUE PORTAR UMA ARMA DE FOGO? .................................................................. 16 
CAPITILO II: .............................................................................................................................. 18 
FUNDAMENTO SOBRE O PORTE VELADO ........................................................................ 18 
2.1 UTILIZE ROUPAS ADEQUADAS ............................................................................... 18 
2.2 USE UM CINTO ............................................................................................................. 19 
2.3 CALÇADOS COMPATÍVEIS COM A SEGURANÇA ................................................ 20 
2.4 ARMA RESERVA .......................................................................................................... 21 
2.5 COLDRES ....................................................................................................................... 22 
2.5.1 COLDRES EM COURO ............................................................................................. 22 
2.5.2 COLDRES EM NYLON ............................................................................................. 22 
2.5.3 COLDRES EM NEOPRENE ...................................................................................... 23 
2.5.4 COLDRES EM POLÍMERO ...................................................................................... 23 
2.5.5 COLDRES EM KYDEX ............................................................................................. 23 
2.5.6 COLDRES HÍBRIDOS ...............................................................................................24 
2.6 TIPOS DE RETENÇÃO DOS COLDRES ..................................................................... 25 
2.6.1 COLDRE/CORPO ...................................................................................................... 25 
2.6.2 COLDRE /ARMA ....................................................................................................... 25 
2.6.3 COLDRES COM RETENÇÃO DO TIPO PRESILHA .............................................. 26 
2.7 O USO DE OUTROS COLDRES .................................................................................. 26 
2.8 GO BAG – BOLSA DE PRONTO USO ........................................................................ 27 
2.9 EXPOSIÇÃO DA ARMA ............................................................................................... 28 
2.9.1 A POSIÇÃO FAVORÁVEL ....................................................................................... 28 
2.9.2 OBSERVE A DISTÂNCIA ........................................................................................ 29 
2.9.3 SINAIS DE ATAQUE ................................................................................................ 29 
CAPITULO III: ........................................................................................................................... 31 
TÉCNICAS DE PORTE VELADO DE ARMA DE FOGO ...................................................... 31 
3.1 LIMPEZA DO VESTUÁRIO ............................................................................................... 31 
3.1.1 TÉCNICAS COM APENAS UMA DAS MÃOS .............................................................. 33 
8 
 
A. PRIMEIRA TÉCNICA........................................................................................................... 33 
B. SEGUNDA TÉCNICA ........................................................................................................... 34 
3.1.2 TÉCNICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS DUAS MÃOS .............................................. 35 
A. PRIMEIRA TÉCNICA........................................................................................................... 35 
B. SEGUNDA TÉCNICA ........................................................................................................... 35 
3.2 AS ROUPAS MAIS ADEQUADAS .................................................................................... 36 
3.2.1 ESCONDIDA POR CASACO OU JAQUETA: ................................................................ 36 
3.2.2 CAMISA OU CAMISETA FROUXA: .............................................................................. 37 
3.2.3 CAMISA OU CAMISETA JUSTA: .................................................................................. 37 
3.3 MODALIDADES DE PORTE .............................................................................................. 37 
3.3.1 PORTE VELADO .............................................................................................................. 38 
3.3.1.1 PORTE DIRETO: ........................................................................................................... 38 
1) PORTE DIRETO NA LINHA LATERAL: ............................................................................ 39 
A. PORTE “03 HORAS” ............................................................................................................ 39 
B. PORTE “04 HORAS” / ”5 HORAS” ..................................................................................... 39 
2) PORTE DIRETO NA LINHA DAS COSTAS: ...................................................................... 40 
3) PORTE DIRETO NA LINHA FRONTAL ............................................................................. 41 
3.3.1.2 PORTE CRUZADO ........................................................................................................ 41 
1) CRUZADO LATERAL .......................................................................................................... 42 
2) CRUZADO FRONTAL .......................................................................................................... 42 
3.3.1.3 PORTE AXILAR ............................................................................................................ 43 
1) INTERNO COM COLDRE ELÁSTICO ................................................................................ 44 
3.3.1.4 PORTE DE BOLSO ........................................................................................................ 44 
3.3.1.5 PORTE VELADO NO SEGUIMENTO FEMININO ..................................................... 46 
3.3.2 PORTE SECRETO ............................................................................................................ 49 
3.4 TÉCNICAS DE TIRO AO PORTE VELADO ..................................................................... 49 
3.4.1 TIRO APROXIMADO ...................................................................................................... 49 
3.4.2 TIRO DE REAÇÃO ........................................................................................................... 50 
A. TÉCNICAS DE TIRO DE REAÇÃO .................................................................................... 51 
1) TÉCNICAS DE SYKES E FAYRBAIN ................................................................................ 51 
2) TÉCNICA DO FBI ................................................................................................................. 52 
3) TÉCNICA DE BILL JORDAN .............................................................................................. 52 
4) TÉCNICA SPEED ROCK (PEDRA RÁPIDA) ..................................................................... 53 
1. BREVE EXPLANAÇÃO ........................................................................................................ 53 
5) TEMPO VS FOGO VISADO E AS NOVAS TÉCNICAS .................................................... 54 
1. VARIAÇÕES DA TÉCNICA ................................................................................................ 56 
9 
 
2. TÉCNICA “MEDLEY DRILL” .............................................................................................. 57 
B. DISPAROS EM POSIÇÃO DE RETENÇÃO ....................................................................... 58 
C. OS CUIDADOS COM A MÃO FRACA ............................................................................... 58 
1) PRIMEIRA LINHA DE RACIOCÍNIO ................................................................................. 59 
2) SEGUNDA LINHA DE RACIOCÍNIO ................................................................................. 59 
D. POSICIONANDO A ARMA ................................................................................................. 60 
1) PRÓS E CONTRAS ............................................................................................................... 61 
3.5 POSIÇÃO SUL ..................................................................................................................... 61 
3.6 POSIÇÕES E EMPUNHADURAS NÃO ORTODOXAS ................................................... 62 
1) PRIMEIRA POSIÇÃO: .......................................................................................................... 63 
2) SEGUNDA POSIÇÃO: .......................................................................................................... 65 
3) TERCEIRA POSIÇÃO: .......................................................................................................... 66 
4) QUARTA POSIÇÃO: ............................................................................................................. 68 
3.6.1 CONTROLE DE RECUPERAÇÃO: ................................................................................. 68 
3.6.2 O USO DAS TÉCNICAS NÃO ORTODOXAS ............................................................... 69 
3.7 LANTERNAS NO USO VELADO ......................................................................................71 
3.8 PAUSA PARA TREINAR .................................................................................................... 73 
4.1 CONSCIÊNCIA SITUACIONAL ........................................................................................ 76 
4.2 MENTALIDADE DE COMBATE ....................................................................................... 77 
4.3 DIRETRIZ DO HOMEM CINZA ........................................................................................ 78 
4.4 PROTOCOLO PMI ............................................................................................................... 79 
4.5 IDENTIFICANDO AS VARIÁVEIS ................................................................................... 80 
4.6 SITUAÇÕES EXTREMAS – PORTE VELADO ................................................................ 80 
4.6.1 LUTA CORPORAL ........................................................................................................... 81 
4.6.2 TREINAMENTO DE RETENÇÃO .................................................................................. 83 
4.6.3 DISTÂNCIA DE RISCO ................................................................................................... 84 
4.7 REAÇÕES EM SITUAÇÕES DE RISCO ............................................................................ 88 
4.8 EFEITOS PSICOLÓGICOS ................................................................................................. 89 
A. ESTRESSE: ............................................................................................................................ 90 
B. OS EFEITOS: ......................................................................................................................... 90 
C. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS EFEITOS: .......................................................... 91 
D. EFEITOS VERIFICADOS - PESSOAS NÃO TREINADAS: .............................................. 91 
E. EFEITOS VERIFICADOS - PESSOAS TREINADAS: ........................................................ 91 
4.9 COMBATE VEICULAR ...................................................................................................... 92 
4.9.1 OS PROCEDIMENTOS: ................................................................................................... 92 
PRIMEIRO .................................................................................................................................. 93 
10 
 
SEGUNDO .................................................................................................................................. 93 
TERCEIRO: ................................................................................................................................ 93 
QUARTO: ................................................................................................................................... 93 
QUINTO: .................................................................................................................................... 93 
SEXTO: ....................................................................................................................................... 94 
CAPITULO V: ............................................................................................................................ 95 
PRECEITOS DO PORTE VELADO .......................................................................................... 95 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 101 
COLABORADORES ................................................................................................................ 104 
ANEXO I ..................................................................................................................................... 105 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
PREFÁCIO 
 
Estimado leitor: 
 
Este material objetiva fornecer um aporte aos operadores que, legalmente, tem 
a possibilidade ou a necessidade de portar uma arma de fogo de forma que 
possam estar bem preparados para as adversidades de um confronto armado 
sob o aspecto do porte velado. 
 
A fim de que este se torne um instrumento eficaz, faz-se necessário que o leitor 
possua o entendimento mínimo sobre os conceitos básicos de armamento e tiro 
pela razão que grande parte do conteúdo explanado a seguir demanda 
conhecimentos prévios da ferramenta de defesa em questão. 
 
No Capítulo I é apresentada uma explanação sobre a situação de violência na 
atualidade e o crescimento abrupto dos seus índices. Mostra claramente que 
existe razão suficiente para que o operador de arma de fogo se mantenha 
preparado para as adversidades geradas pela violência. Exemplifica os motivos 
pelos quais torna-se necessária a utilização da arma de fogo como ferramenta 
de defesa, além de motivar o leitor a não ser apenas mais uma vítima. 
 
No Capítulo II disserta-se sobre os fundamentos que precedem a utilização da 
arma de fogo no quesito porte velado, como, por exemplo, as vestimentas ideais, 
os coldres mais adequados a cada biótipo, assim como a consciência do 
operador ao portar uma arma de fogo em um ambiente público. 
 
No Capítulo III são expostas técnicas necessárias para o Porte velado de arma 
de fogo como a desobstrução de vestimentas e técnicas de porte aliadas ao 
saque da arma. Encontram-se também métodos de apresentação da arma para 
o disparo diante de ações a curtas distâncias, que são as situações mais 
frequentes no histórico de envolvimento de operadores em confrontos sob o 
aspecto do porte velado. Além de técnicas de controle da arma, posições não 
ortodoxas e ações sob baixa luminosidade. 
 
No capítulo seguinte IV, são apontadas a consciência e a estratégia como 
ferramentas para um maior suporte em ações de combate. Trata-se um pouco 
sobre as ações extremas por vezes necessárias e seus efeitos psicológicos. O 
operador é informado de que conhecendo os efeitos, a consciência necessária 
e as estratégias, terá condições de manter o controle a fim de melhorar suas 
ações em combate. 
 
Por fim, no Capítulo V, serão repassados ao leitor alguns preceitos ou 
“mandamentos” referentes ao Porte Velado de arma de fogo, os quais, se forem 
seguidos adequadamente, poderão trazer ao operador uma maior segurança no 
seu dia a dia com a sua arma, bem como em ações de confronto. 
 
 
 
 
 
12 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho visa abordar um tema muito importante para a sobrevivência 
de operadores de armas de fogo, mas que notadamente é relegado a segundo 
plano, inclusive nas instituições policiais: O Porte Velado de Armas de Fogo. 
 
O objetivo foi reunir conhecimentos voltados ao porte em trajes civis com a arma 
oculta, o que gera muitos problemas para o saque, como a dificuldade de acesso 
à arma, vestimentas que atrapalham, dentre outros que serão comentados. 
 
Para um entendimento profundo a respeito do assunto foi necessário trazer 
interpretações das muitas variáveis envolvidas, como as modalidades de porte, 
as roupas que podem auxiliar na dissimulação da arma, posições mais 
favoráveis para cada biotipo e várias técnicas de saque e apresentação da arma 
diante de uma ameaça iminente. 
 
É essencial a somatória da técnica, da tática e do preparo psicológico quando o 
assunto é o uso velado da arma de fogo, pois, normalmente, se o cidadão 
comum ou o profissional de polícia precisar sacá-la nessa condição, será quando 
estiver sozinho reagindo a uma ameaça, sem o apoio de outros colegas, por isso 
precisa estar muito mais preparado para agir de forma consciente e efetiva, sem 
titubear, buscando a melhor estratégia para se manter vivo. 
 
Os confrontos armados não podem ser tratados como uma ciência exata, pois 
estão ligados diretamenteao comportamento humano, que é extremamente 
imprevisível, porém, demonstraremos que o treinamento continuado é um 
importante diferencial para essas situações extremas, pois não há tempo para 
raciocinar e a memória motora é imprescindível para gerar um movimento de 
qualidade e propiciar a autodefesa adequada. 
 
O homem é um ser violento por natureza, mas existem os cidadãos de bem que 
conseguem controlar esse ímpeto. Para aqueles que não conseguem e 
enveredam para o caminho do crime, atacando quem deseja viver em paz, 
existem os dispositivos legais que permitem a legítima defesa. 
 
Então, seja consciente dos perigos, se prepare, treine, e, diante das 
adversidades, reaja adequadamente e salve a sua vida e de seus entes queridos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
CAPITULO I 
DEFENDA-SE: PRINCÍPIOS NORTEADORES 
 
Para dar início a este trabalho, a busca por estar bem preparado, estar pronto para as 
adversidades, estar inexorável diante do mal, entenda as razões pelas quais o cidadão 
de bem deve se defender. As razões são intrínsecas ao meio em que se vive, se o meio 
é violento, defenda-se. É necessário a busca pela paz, mas também há de se estar 
preparado para lutar se for preciso. 
Seguem algumas razões fundamentadas em dados reais as quais buscam motivar o 
operador a estar preparado, no intuito de defender-se e defender sua família, para reagir 
de forma correta e não se tornar apenas mais uma vítima. 
 
1.1 A VIOLÊNCIA 
 
• No ranking mundial de violência o Brasil apresenta taxas de 
homicídios superiores às registradas em zonas de guerra. R7 
Internacional, 2018. Disponível em: 
<https://noticias.r7.com/internacional/em-ranking-mundial-de-homicidios-
brasil-ocupa-13-lugar-20072018> Acesso em: 08 de mar. de 2020; 
 
• Onde 10% dos homicídios do mundo acontecem no Brasil. 
Congresso em Foco, 2017. Disponível em: 
https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/brasil-e-
responsavel-por-10-dos-homicidios-do-mundo-sendo-que-jovens-e-
negros-foram-maiores-vitimas/ Acesso em: 08 mar. 2020; 
 
• E ainda segundo a Organização Mundial da Saúde todos os dias 123 
pessoas morrem vítimas por arma de fogo no Brasil. Toda Matéria, 
2019. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/violencia-no-
brasil/> Acesso em: 08 de mar. de 2020; 
 
• No mapa da violência de 2016, apontou que a quantidade de vítimas 
por arma de fogo cresceu 592,8% entre 1980 e 2014. Toda Matéria, 
2019. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/violencia-no-
brasil/> Acesso em: 08 de mar. de 2020; 
 
• A cada 09 minutos uma pessoa foi assassinada no Brasil em 2015. 
G1 São Paulo, 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-
paulo/noticia/2016/10/uma-pessoa-foi-assassinada-cada-9-minutos-no-
brasil-em-2015-diz-estudo.html> Acesso em: 09 de mar. de 2020; 
 
• Em 2016 61.619 brasileiros foram vítimas de homicídios. UOL 
Internacional, 2017. Disponível em: < https://noticias.uol.com.br/ultimas-
https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/brasil-e-responsavel-por-10-dos-homicidios-do-mundo-sendo-que-jovens-e-negros-foram-maiores-vitimas/
https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/brasil-e-responsavel-por-10-dos-homicidios-do-mundo-sendo-que-jovens-e-negros-foram-maiores-vitimas/
https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/brasil-e-responsavel-por-10-dos-homicidios-do-mundo-sendo-que-jovens-e-negros-foram-maiores-vitimas/
14 
 
noticias/afp/2017/10/30/brasil-registra-61619-assassinatos-em-
2016.htm> Acesso em 09 de mar. de 2020; 
 
• No Ranking Mundial da Violência, em 2014 o Brasil se encontrava em 
16º Lugar. Já em 2018 segundo a própria OMS o Brasil se encontrava 
em 9º Lugar como o país mais Violento do Mundo. R7 Internacional, 
2018. Disponível em: < https://noticias.r7.com/cidades/brasil-e-o-9-pais-
mais-violento-do-mundo-segundo-a-oms-17052018> Acesso em 09 de 
mar. de 2020; 
 
• Segundo pesquisas realizadas, o Brasil apresenta a terceira maior 
Taxa de Roubos na América Latina. Olhar Direto, 2013. Disponível em: 
<https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=347640&noticia=b
rasil-tem-a-terceira-maior-taxa-de-roubos-da-america-latina-diz-pnud> 
Acesso em: 09 de mar. de 2020. 
Os dados acima servem para demonstrar de maneira bastante simplificada como 
o cidadão de bem é vulnerável diante das violências humanas. Serve para 
mostrar o quanto é necessária a prática da legítima defesa a fim de não perder 
sua própria vida ou a vida das pessoas próximas. Diante disso ter uma arma de 
fogo para exercer seu direito de defesa é fundamental. 
Mais do que ter uma arma para proteção é necessário saber utilizá-la, de forma 
técnica e tática, estar bem preparado faz toda a diferença, caso contrário a 
ferramenta cujo objetivo é a proteção poderá causar transtornos. 
Estudar sobre o comportamento humano, especificamente os indicadores 
comportamentais que precedem atos de violência, auxilia o operador na 
identificação e prevenção de ações violentas contra si mesmo e contra seus 
familiares. Saber quem são suas ameaças, como agem, quais comportamentos 
indicam possíveis atos de violência iminentes. Teorias sobre análise 
comportamental, como a de Cesare Lombroso, ainda que antigas, ajudam o 
operador a interpretar o meio de forma mais técnica e estratégica, fazendo com 
que se antecipe às ocorrências, prevaleça, supere e mantenha-se vivo diante 
das ameaças. 
Estes dados foram apresentados em inúmeros sites de estatísticas encontrados 
facilmente na internet (referenciados na bibliografia), os quais apresentam 
fundamentos em suas pesquisas e levantamentos. A realidade assusta até 
mesmo os mais bem preparados haja vista que o medo natural do ser humano 
e quase que universal é a violência cometida por parte de outro ser humano. 
 
1.2 NÃO SEJA A VÍTIMA – REAJA 
 
A arma de fogo equipara pessoas fisicamente opostas, diminui grande parte das 
ameaças, ou uso de força do oponente, muitas vezes sem nem mesmo que o 
operador tenha que apertar o gatilho. Por isso da defesa no uso técnico desta 
ferramenta. Não seja mais uma vítima, reagir de forma técnica, tática e legal 
pode mantê-lo longe das estatísticas de morte. 
15 
 
Grandes pensadores do passado já deixaram claro em suas palavras a 
necessidade da autodefesa, do uso da força em busca da paz, da realização de 
ações que impeçam o mal de acontecer, pois quando o cidadão de bem se omite 
ou se acovarda diante de uma ameaça, os que vivem à margem da lei prevalece 
e a violência aumenta. 
“Onde não houver escolha entre a covardia ou a violência, 
aconselharei a violência” Mohandas Karanchand Gandhi (1869-
1948) (Mahatma Gandhi) 
Gandhi foi uma das pessoas que mais buscou a paz, e mesmo assim observou 
que por vezes a violência controlada faz-se necessário. 
“Meias medidas perdem todas as guerras” Napoleão Bonaparte 
(1769-1821) 
Um dos maiores estrategistas do mundo, percebeu que, em outras palavras, não 
ser extremo em suas ações pode fatalmente levar o operador a morte. 
“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles 
que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e 
deixam o mal acontecer.” Albert Einstein 
Um dos maiores pensadores de todos os tempos, o qual viveu em uma época 
difícil para toda a humanidade, durante suas reflexões pode perceber o prejuízo 
à sociedade quando os bons se calam diante dos maus, pois o fato de não 
reagirem só motivam ainda mais os atos violentos contra a nossa própria 
espécie. 
Tenha capacidade de se proteger, para que em momentos extremos possa 
proteger a si mesmo e proteger seus entes queridos. 
Partindo do pressuposto que você foi impedido de ter sua ferramenta de defesa 
por uma legislação que não pensa em você como um cidadão de bem, mas 
pensa apenas na própria máquina estatal, e, em alguma ocasião venha a sofrer 
um ato de violência, porém, atrás de você está um policial à paisana, engajado 
em fazer o bem e imbuído por força de lei a agir em momentos como esse, 
capacitado profissionalmenteem ações e reações com arma de fogo, o 
criminoso que está cometendo o ato de violência está acostumado a tirar as 
vidas de suas vítimas sem temer as consequências. O que você gostaria que o 
bom policial fizesse? Pense bem nisso, seja você o operador capacitado e 
imbuído em lutar contra o mal, não dependa da sorte de ter alguém para te 
proteger. 
Para que as reações surtam efeito diante de uma ameaça nada melhor que uma 
ferramenta como a arma de fogo para sua proteção e de sua família, pois como 
dito anteriormente, esta ferramenta deixa as pessoas em pé de igualdade. Nesta 
linha é que vem o próximo tópico. 
 
 
 
16 
 
1.3 POR QUE PORTAR UMA ARMA DE FOGO? 
 
Os marginais estão bem armados e colecionando vítimas, você quer ser a 
próxima? 
Pensando nisso, serão apresentadas algumas razões pelas quais escolher 
portar uma arma e saber utilizá-la se tornará um item inquestionável: 
 
 
 
É melhor ter uma arma de fogo do que precisar e 
não ter. 
Ao se deparar com uma ameaça motivada em tirar 
a sua vida, dificilmente você terá tempo para 
esperar que alguém o salve. 
 
 
 
 
É melhor ter um objeto de defesa na mão do que um 
policial ao telefone. 
Arma é objeto de defesa. A polícia não é onipresente, o 
tempo que leva, em média, para uma viatura policial 
chegar até a sua casa quando você estiver sofrendo uma 
violência é bem maior do que o tempo que o agressor 
leva para tirar a sua vida. 
 
 
 
 
 
Armas salvam vidas. Apesar de frequentemente 
associadas a homicídios e acidentes, é possível estimar 
que as armas de fogo salvem mais vidas como objetos de 
defesa do que de ataque. 
Para se ter uma arma é necessário saber utilizá-la. Armas 
não matam pessoas, pessoas matam pessoas. 
 
 
 
 
17 
 
 
Um povo armado dificilmente será subjugado por 
governos ditatoriais. 
Quando existem mais armas nas mãos de 
cidadãos de bem, políticos ditadores pensam 
duas vezes antes de impor suas ideologias, pois 
as pessoas conseguem se proteger contra o mal, 
nem que seja usando a força. 
 
 
 
Mulheres armadas e com capacidade de utilizá-
la não são estupradas. 
Uma mulher armada e que sabe utilizar sua 
arma tem condições plenas de se defender de 
pessoas muito maiores que ela mesma, tendo 
em vista que a arma de fogo acaba anulando 
grande parte das ameaças. 
 
 
Fazendo uma analogia: Armas são como nossas blusas. 
Quando se usa uma blusa não se busca acabar com o 
frio, apenas se proteger dele. 
Quando se coloca uma arma na cintura não se busca 
acabar com a violência, mas se proteger dela. Tenha isso 
em mente, armas de fogo no contexto tratado neste 
material são objetos de defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CAPITILO II: 
FUNDAMENTO SOBRE O PORTE VELADO 
 
2.1 UTILIZE ROUPAS ADEQUADAS 
 
Não deixe que o seu último pensamento seja “Maldita 
Camiseta”. 
Instrutores de Tiro e TCA (táticas de confrontos armados) 
enfatizam o preparo mental quando treinam aspectos sob 
confrontos armados, e ao sair de casa com suas roupas 
civis não é diferente, neste momento a vestimenta que se 
está utilizando faz parte de seus equipamentos, sendo 
assim, faça algumas anotações mentais: 
Que tipo de roupa está vestindo? 
Está cobrindo adequadamente sua arma ou é curta e 
acaba deixando à mostra a coronha? 
É justa tornando evidente o volume de sua arma, sua silhueta? 
Inibe a tentativa do acesso da ameaça à arma? Dentre outras variáveis. 
Ao decidir portar uma arma deverá estar disposto a mudar seu guarda roupa, 
agora você tem uma ferramenta que, num ato mal pensado, poderá lhe custar a 
vida. Assim, para que possa ter um mínimo de segurança, o operador deverá 
entender que camisetas justas ou curtas demais já não lhe são mais úteis, que 
shorts moles ou que não possibilitem o uso de cintos não irão auxiliar, que se 
suas roupas não lhe trazem o suporte ou segurança necessários estão erradas. 
A escolha de portar uma arma muda o seu cotidiano, a qualquer momento 
poderá se deparar com situações extremas, com resultados fatais. Desta 
maneira deve-se estar sempre preparado, e o operador só estará pronto se suas 
roupas estiverem de acordo com as suas necessidades. 
Tenha e utilize calças ou shorts que fiquem bem 
presos ao corpo, que possam sustentar o peso 
da arma e que suportem uma cinta, ou que 
prendam o coldre à sua cintura. 
Camisetas ou camisas mais largas podem 
camuflar a utilização de uma arma, bem como 
facilitar a desobstrução e o acesso à mesma. 
Utilize cinta, calçado fechado e bem preso aos 
pés. Utilize um coldre que tenha retenção 
adequada e que se prenda bem à roupa. Se 
misture ao ambiente, não chame a atenção, chamar a atenção demasiadamente 
poderá direcionar ameaças contra você, pois existem bandidos que buscam 
19 
 
oportunidades de subtrair uma arma de um operador distraído e por 
consequência a sua vida. Seja um “homem cinza” no ambiente. 
Ao utilizar uma blusa ou casaco faça de maneira 
fechada. Quando aberto as pontas poderão 
enroscar-se na arma durante o saque, para 
evitar que isso ocorra, dentre as técnicas de 
desobstrução da vestimenta há uma que poderá 
auxiliar o operador, a qual será apresentada 
logo abaixo. Porém, enquanto fechado, 
possibilita que a técnica de desobstrução de 
vestimenta seja, por exemplo, uma das mesmas 
apresentadas nos tópicos a seguir, quando se 
usa uma camiseta, em que a mão fraca cruza o 
corpo, apanha a borda da vestimenta onde está posicionada a arma, puxa em 
direção à parte superior do peito, com a mão forte saca a arma e apresenta em 
direção à ameaça, quando em posição alta de apresentação da arma, fecha a 
empunhadura com as duas mãos. Agora se for utilizar a jaqueta aberta, existe 
mais uma ferramenta para a caixa do operador consciente, uma técnica que 
minimiza as chances de acidentes no momento do saque: 
Estando a jaqueta aberta, no caso de operador destro, deverá com a mão fraca 
apanhar a ponta da jaqueta que está à esquerda, puxar esta ponta na mesma 
direção, desta maneira, estará liberando o lado da arma, neste exemplo, o lado 
direito, retirando a obstrução da blusa; o segundo passo é acessar a arma que 
pode ou não estar obstruída por uma camiseta, e no movimento de apresentação 
da arma (posição 04) soltar a ponta da blusa que está na mão fraca e fechar a 
empunhadura com as duas mãos 
 
2.2 USE UM CINTO 
 
Este tópico, tanto quanto os demais, 
faz-se necessário, pois o uso de um 
cinto em suas calças ou shorts 
proporcionará a segurança necessária 
para que sua arma fique bem presa ao 
corpo, para que quando estiver velada 
a arma não caia ao chão, tendo em 
mente que suas roupas por si só não 
detém a retenção necessária para 
segurar seu coldre ao corpo, o qual 
poderá vir a sair junto com a arma 
20 
 
quando precisar sacá-la, ou quando precisar correr com ela vir a derrubá-la ao 
chão. Esses são apenas alguns exemplos do que pode acontecer se não usar 
um cinto. E ainda um adendo, use um cinto de qualidade, ou este poderá rasgar-
se ou quebrar a fivela durante o saque da arma, deixando-o em desvantagem 
em um confronto. Esteja preparado. 
 
Sem o cinto, as chances de o operador sacar a arma com o coldre são muito 
grandes, e se isso acontecer não conseguirá acessar o gatilho, por 
consequência, não conseguirá utilizá-la. 
 
2.3 CALÇADOS COMPATÍVEIS COM A SEGURANÇA 
 
 
Seguindo o mesmo princípio de utilizar roupas adequadas vem a utilização de 
um calçado adequado. Ele deverá lhe trazer segurança. Use um sapato, um bom 
tênis, um coturno, mas não saia de chinelo. Este é para estar em casa, que é 
sua zona de conforto, um ambiente relativamente seguro. Das portas de sua 
casa para fora saia preparado. Cito um exemplo vivenciado por este escritor: 
Ao atender uma situação de homicídio, verifiquei ao chegar no local, um 
jovem já em óbito. Ele estava calçado com chinelos, com os pés feridos, 
principalmente o polegar, foi morto com disparos à queima-roupa, sendo 
um na palma na mão direita,como quem estaria defendendo o rosto. 
Testemunhas relataram que a ameaça apareceu de repente, que o jovem 
21 
 
tentou correr para se abrigar, e quando estava chegando a um local 
relativamente seguro, por estar de chinelo, tropeçou no asfalto, feriu seu 
dedo e caiu, assim a ameaça conseguiu alcançá-lo, e ele foi executado 
tentando se proteger. 
Isso retrata exatamente o que este tópico tenta repassar, use um calçado 
adequado, que lhe traga segurança, pois se o jovem da situação acima estivesse 
com um calçado compatível com a sua segurança, provavelmente teria 
conseguido fugir. 
 
2.4 ARMA RESERVA 
 
O uso de armas reservas sempre foi difundido em 
organizações de segurança, deve-se sempre 
considerar que a arma principal pode falhar. No uso 
velado, tão importante quanto portar uma arma é 
considerar o uso de uma arma reserva, carregadores 
adicionais e uma faca junto ao operador, pois situações 
extremas podem acontecer e este deverá estar 
preparado para tudo. Existem situações em que o 
operador sob o efeito de ações psicológicas pode 
descarregar sua arma em questão de segundos. Assim, 
considere o uso de uma arma reserva ou pelo menos 
um carregador adicional. 
Cito mais um exemplo que aconteceu com um agente de segurança pública para 
ilustrar este tópico: 
Estava o agente em seu carro com a namorada quando foram 
surpreendidos por dois assaltantes e colocados no banco de trás do 
veículo, a arma do agente estava no porta luvas. Os assaltantes, ambos 
armados, começaram a folhear a carteira do agente, iriam perceber a sua 
função, iriam questionar sobre sua arma e possivelmente tirariam a vida 
do agente e de sua namorada. Porém o agente, que estava portando uma 
arma back-up no tornozelo, esperou uma janela de oportunidade, sacou 
sua arma reserva e, com segurança e destreza, conseguiu neutralizar as 
duas ameaças. 
O resultado poderia ser outro se o agente não estivesse com sua arma reserva. 
Situações extremas geram ações extremas, ao iniciar os disparos as munições 
podem acabar rapidamente, sendo assim, ao realizar disparos utilize como 
norma a recarga tática, retire o carregador utilizado e coloque um carregador 
pleno, para que, ao se iniciar um novo confronto, o operador esteja em condições 
totais de responder à ameaça. Seja estratégico, seja eficiente, esteja pronto. 
 
 
 
22 
 
2.5 COLDRES 
 
O operador de arma de fogo muitas vezes tem apenas uma preocupação ao 
utilizar uma arma, tê-la próxima ao seu corpo. Esquece que um operador técnico 
e experiente pensa também em que tipo de coldre irá utilizar para portar sua 
arma. Portar a arma sem um coldre decente poderá acarretar prejuízos ao 
operador, pela oxidação da arma, exposição do gatilho, mal posicionamento da 
arma, riscos de queda, variação de posição da arma, um disparo acidental no 
próprio corpo, dentre outros. 
Um bom coldre defensivo deverá cobrir o gatilho, a parte mais sensível da arma, 
uma vez que oferece certo risco ao operador. Além da comodidade, conforto e 
proteção que um bom coldre velado trás no porte de sua arma ele também 
protege contra os desgastes da oxidação que o suor e as intempéries podem 
causar ao armamento. 
 
2.5.1 COLDRES EM COURO 
 
Os coldres mais tradicionais são confeccionados 
em couro: 
Prós: Proporcionam segurança e conforto se feitos 
com couro adequado, os confeccionados em couro 
de cavalo são os mais duradouros e resistentes. 
Podem ser forrados ou não. 
Contras: Coldres em couro de má qualidade 
podem deformar e acionar o gatilho, podendo fazer a arma disparar no próprio 
operador. Quando forrados podem acumular umidade, o que pode oxidar a arma 
mais rapidamente. 
 
2.5.2 COLDRES EM NYLON 
 
 
Prós: Podem ser uma excelente opção no conforto além de serem 
relativamente mais baratos que os demais coldres. 
Contras: São mais volumosos e tendem a perder suas formas com 
o tempo. Quando não possuem retenção externa não deixam a 
arma firmemente presa. 
 
 
23 
 
2.5.3 COLDRES EM NEOPRENE 
 
 
Prós: Apresentam bastante conforto ao operador e são facilmente 
encontrados no mercado nacional. 
Contras: Se desgastam muito rapidamente para quem usa 
diariamente, deixando caro no custo benefício. 
 
 
2.5.4 COLDRES EM POLÍMERO 
 
Prós: Geralmente feitos com materiais resistentes, 
deixam a arma bem posicionada no corpo e 
permitem o saque rápido e a possibilidade de 
recoldrear a arma, além de possuírem boas 
presilhas de fixação na cintura. 
Contras: Perde muito no conforto por ser mais 
rígido que os demais, além de ser fabricado para 
modelos específicos, o que deixa seu uso limitado 
apenas à arma que foi destinada a ele. 
 
2.5.5 COLDRES EM KYDEX 
 
Prós: Mais confortável em relação 
ao polímero. Por ser um material 
termo moldável pode ser 
customizado, além de trazer o 
benefício de uma boa retenção no 
guarda mato. Grande parte dos 
modelos de coldres produzidos com 
este material utilizam-se de 
presilhas customizadas e modernas 
oferecendo boa retenção do coldre 
ao corpo. Atualmente é o coldre 
mais indicado para o uso velado, apresenta boa tecnologia em relação aos 
demais. São inúmeras variações de modelos, cores, medidas, etc. 
Contras: O que o operador deve ter em mente é que o coldre precisa ser 
funcional, não adianta algo bonito em cima do guarda-roupas. 
 
24 
 
Como a intenção desta obra é proporcionar mais 
segurança ao operador que estiver disposto a portar uma 
arma de fogo veladamente, buscamos dentre os 
fabricantes deste modelo de coldre um que atendesse a 
critérios objetivos, como: qualidade, boa tecnologia, 
praticidade, retenção, boa resposta em um combate. 
Desta maneira, para facilitar o acesso deste tipo de 
material por um maior número de policiais, há empresas 
dispostas a fomentar a utilização desta tecnologia, como 
a empresa que está referenciada no tópico 
“colaboradores” do livro. No referido tópico serão 
disponibilizados meios que facilitem o acesso. 
A Referida empresa desenvolveu coldres em Kydex com uma tecnologia 
diferente dos demais oferecidos no mercado, uma evolução que possibilitou ao 
operador realizar uma empunhadura mais firme e estável do momento em que 
ele coloca a mão na arma na linha da cintura até o momento de apresentá-la 
para a ameaça, essa inovação reduziu medidas, por consequência o peso, 
ganhando destaque na empunhadura da arma. Também modificou a estrutura 
de seus coldres a fim de deixar a arma mais velada sem ter que aumentar os 
adereços nos coldres como clips adicionais redutores de volume. Essas e outras 
evoluções fizeram com que os coldres desta empresa fossem apresentados nas 
fotos deste manual. 
 
2.5.6 COLDRES HÍBRIDOS 
 
São coldres que misturam diferentes materiais, como 
couro e polímero, Kydex e polímeros variados. 
Prós: Mesclando materiais existe a possibilidade de 
aliar apenas as qualidades de ambos, oferecendo ao 
operador conforto e tecnologia. 
Contras: Se mal fabricados não servem para o uso 
operacional, ficando apenas para uso estético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
2.6 TIPOS DE RETENÇÃO DOS COLDRES 
 
2.6.1 COLDRE/CORPO 
 
A retenção que segura 
o coldre ao corpo é de 
extrema importância, 
por um motivo 
bastante simples, se o 
coldre sair junto com a 
arma no momento da 
apresentação, irá 
impossibilitar o acesso ao gatilho da arma, como foi mencionado em tópico 
acima. 
Basicamente é o aparato fixado ao coldre em forma de presilha que 
momentaneamente fica fixado à cinta ou à vestimenta do operador. 
 
2.6.2 COLDRE /ARMA 
 
O que você prefere, segurança ou rapidez? 
São muitos os agentes de segurança 
mortos com sua própria arma por que 
esta não estava bem presa no coldre, 
igualmente grande é o número de 
agentes mortos que não conseguiram 
sacar a arma do coldre por causa da 
retenção. 
É possível encontrar no mercado coldres com vários tipos com retenção: 
Temos do tipo com presilha, como nas fotos acima, por pressão, como nos casos 
dos coldres em Kydex, além de outrosmais variados, sendo que alguns 
oferecem mais firmeza e segurança que outros. 
Os sistemas por pressão são a melhor opção, pois proporcionam uma boa 
firmeza da arma no coldre e ainda assim, um saque rápido, pois, se iniciado 
corretamente, com uma pegada na arma de forma firme, compreendendo toda a 
coronha, irá introduzir força adequada para retirá-la e apresentar diante de 
situações extremas. 
O sistema de retenção do tipo presilha, diferente do sistema de pressão, dificulta 
o saque, pois a arma estará presa no coldre e só será liberada após o operador 
soltar a presilha. Se por um lado oferece maior segurança por permitir que a 
arma permaneça bem presa, por outro lado, diante da necessidade, pode 
demandar mais tempo e habilidade do operador para a realização de saque. É 
necessário pensar bem antes de realizar esta escolha 
26 
 
A retenção que prende a arma no coldre é escolha do operador, porém este 
deverá conhecê-la minimamente. No tópico abaixo será tratado mais 
especificamente este assunto. 
 
2.6.3 COLDRES COM RETENÇÃO DO TIPO PRESILHA 
 
Um coldre velado com retenção forte, do tipo presilha, é 
uma excelente opção para manter o controle da arma com 
o operador, como já foi dito, mas não substitui a 
consciência. Como um colete balístico, o coldre com 
retenção lhe dará uma segunda chance em casos como 
tentativa de arrebatamento da arma na cintura, esta 
segunda chance pode ser o suficiente para o operador 
prevalecer. 
Agora, para portar a arma em um coldre com retenção do 
tipo presilha o operador precisa estar pronto para 
desabilitar esta retenção o mais natural e rapidamente 
possível, pois a inobservância desta retenção na hora do saque pode-lhe custar 
a vida, da mesma maneira como uma arma travada ou incidentada no momento 
do confronto. 
Ao utilizar um coldre com retenção o conheça bem, saiba desabilitar a retenção 
sem olhar para ela, seja rápido, eficiente e eficaz, treine o máximo possível, para 
que em um momento extremo não morra com a arma no coldre, tendo em mente 
que em momentos de extremo estresse sua coordenação motora fina já não 
funciona normalmente, e desabilitar uma presilha pode ser extremamente 
trabalhoso para o operador destreinado. 
 
2.7 O USO DE OUTROS COLDRES 
 
O uso de pochetes ou outros coldres que retirem sua 
arma de pronto uso, devem ser evitados. Porém, se este 
for o seu último ou único recurso, deve-se fazê-lo depois 
de muito treinamento de saque e apresentação da arma. 
Como citado acima, a arma nestes tipos de coldres não 
27 
 
estaria em pronto uso, isso significa um tempo maior de resposta. 
Ao utilizar um coldre apartado do seu corpo há de se utilizar as janelas de 
oportunidade, as quais nem sempre aparecem. Porém, ao se deparar com uma 
situação de vida ou a morte, buscar uma janela de oportunidade a todo custo 
não fica difícil, nem que a janela de oportunidade tenha que ser criada, para tanto 
é necessário interpretar, simular, mentir, lutar. 
 
2.8 GO BAG – BOLSA DE PRONTO USO 
 
 “Esteja preparado para qualquer 
eventualidade”, esta pequena frase torna-
se repetitiva neste trabalho, mas não 
perde seu valor em nenhuma das vezes. 
A “Go Bag” seria uma bolsa tática, uma 
bolsa de pronto uso, onde o operador 
carrega materiais necessários em caso 
de uma situação extrema. A bolsa deve 
ser feita com material resistente, e deve 
ser carregada com 
equipamentos práticos, como materiais de primeiros socorros, torniquete, 
algema para efetuar a prisão de um suspeito, canivete ou faca tática, uma boa 
lanterna para eventuais ações sob baixa luminosidade, um carregador 
sobressalente para a arma de porte, uma quantia de retinida (corda prática e 
resistente), além de outros materiais que possam lhe oferecer suporte em 
situações difíceis. Não precisa ser grande, mas precisa ser prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
2.9 EXPOSIÇÃO DA ARMA 
 
Ser morto com a própria arma 
nem de longe é a melhor 
maneira de morrer, 
infelizmente muitos agentes 
de segurança, já sofreram este 
tipo de morte, por inúmeros 
motivos. Expor a sua uma para 
terceiros é uma delas, diante 
disso seja consciente. A 
consciência, revestida de uma 
prevenção adequada, seja 
talvez o melhor método para 
se evitar morrer com a própria 
arma, ou até mesmo evitar de se colocar em perigo. 
O operador deve estar ciente de como sua arma está exposta ao inimigo e 
identificar sinais de ataque por parte de alguma ameaça. 
 
2.9.1 A POSIÇÃO FAVORÁVEL 
 
O operador deverá ser cauteloso ao transportar sua arma de forma velada, 
mesmo que coberta por suas roupas, deixá-la em direção a um potencial 
assaltante é um convite a ser evitado. 
 
29 
 
Faça com que a sua arma sempre esteja em direção segura, saiba onde ela está 
posicionada em seu corpo e a oponha diante de qualquer um que levante 
suspeitas, deixe-a o mais longe possível das mãos de um possível agressor, 
afaste a arma do perigo. 
 
2.9.2 OBSERVE A DISTÂNCIA 
 
A vantagem de uma arma de 
fogo é que ela funciona de 
longe, diferente de uma faca, 
por exemplo. Uma vez que o 
operador diminui a distância 
entre ele e uma ameaça os 
riscos aumentam e o resultado 
de um combate aproximado 
pode ser a vida do operador 
levada por sua própria arma. 
Desta maneira, mantenha uma 
distância razoável entre você e 
uma possível ameaça a todo custo, a menos que não seja possível, como por 
exemplo um policial que terá que se aproximar da ameaça para realizar sua 
prisão, porém só faça isso quando tiver apoio de outros policiais. 
Para complementar, conheça suas habilidades, saiba em qual distância você 
poderia realizar um disparo de maneira rápida e efetiva sem efeitos colaterais, 
conheça a Regra de Tueller, apresentado em uma das referências deste 
material, conteúdo enriquecedor, a qual além de outras informações primordiais, 
auxilia para que suas ações não ofereçam riscos a pessoas que não estejam 
envolvidas no confronto, bem como minimiza os riscos do operador, diante das 
variáveis de uma ameaça. 
 
2.9.3 SINAIS DE ATAQUE 
 
Outro aspecto a ser considerado é ler as intenções de possíveis suspeitos. 
Muitas vezes um assaltante, antes de uma ação extrema, irá demonstrar suas 
intenções, pode ser de tentar te desarmar, atacar, assaltar, etc. 
Preste atenção, procure comportamentos indicadores dessas intenções, como: 
- Observação da sua arma de fogo repetidas vezes, ou procura visual pela arma 
no seu corpo. 
- Movimentos que buscam diminuir a distância entre você e o suspeito. 
- Movimentos que indiquem que o suspeito está indo em direção à sua arma. 
- Perguntas impróprias sobre sua arma. 
30 
 
- Outros sinais que sugerem luta ou fuga: pés arrastando, ombros inquietos, 
aperto dos punhos, etc. 
Se vir alguém exibindo esses sinais, trate-o como uma ameaça iminente. A forma 
como o operador reage ao identificar uma ameaça determina diretamente o 
resultado final de um impasse. 
Para uma melhor interpretação dos comportamentos não verbais fica a dica de 
uma boa leitura para melhorar o conhecimento do operador nesta questão: “O 
corpo Fala: A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não Verbal” de Pierre 
Weil. Um conhecimento que permite a interpretação de ações antes mesmo que 
aconteçam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
CAPITULO III: 
TÉCNICAS DE PORTE VELADO DE ARMA DE FOGO 
 
Antes de iniciar nossa temática “Modalidades de Porte” tem-se que pontuar 
algumas peculiaridades de suma importância quando o assunto é porte velado, 
transportar uma arma escondida representa um comprometimento importante no 
que se refere a utilização de sua arma como objeto de legítima defesa. 
Ocultar a arma gera por si só uma medida natural de dificuldade quando for sacá-
la, pois para acessar a sua arma em uma situação de ameaça primeiramente 
você terá que desobstruí-la para então apresentá-la frente à ameaça, isso 
demandará tempo e habilidade para que o ato flua de maneira rápida, precisa e 
eficaz. Esomente o treinamento constante fará com que os movimentos do 
operador fluam de maneira sistêmica. 
 
3.1 LIMPEZA DO VESTUÁRIO 
 
Vamos entender, você está trajando roupas normais do dia a dia, não está com 
seu coldre ostensivo, a arma está no interior da cintura em um coldre velado, 
está encoberta. Uma situação que demandará tempo e habilidade do operador 
para sacá-la, o qual deverá treinar para diminuir as frações de segundo entre 
desobstruir a arma da vestimenta, sacar e apresentar a arma a fim de aumentar 
as chances de se manter vivo em um confronto. 
Pois bem, umas das principais fases do saque velado é a limpeza da área de 
trabalho, isso precisa ficar bastante claro para o operador, as execuções dos 
movimentos devem ser amplas e até “exageradas”, pois sob estresse nossa 
coordenação motora fina fica prejudicada, perdemos a capacidade de realizar 
movimentos precisos. Desta maneira, quando treinamos de forma “exagerada”, 
as variáveis envolvidas acabam sendo isoladas, aumentando consideravelmente 
as chances de realização dos movimentos, garantir a correta limpeza do 
vestuário para que então sejam feitos os movimentos de empunhadura e saque 
da arma torna o treinamento mais eficaz. 
Uma outra ferramenta que auxilia o operador a isolar as variáveis da limpeza de 
área é a técnica em garra, esta poderá compor tanto a Segunda Técnica com 
apenas Uma das Mãos, como também a Primeira e a Segunda Técnica com as 
Duas Mãos, onde maximiza-se o contato da mão responsável pela limpeza com 
o tecido a ser retirado, também auxiliando a limpeza em casos onde haja outras 
camadas de tecidos (camisas, blusas, jaquetas, etc.), pois, como a área de 
tecido agarrada é ampla, a técnica acaba atendendo a várias configurações de 
vestimenta que podem compor o cotidiano do operador de arma de fogo. 
32 
 
 
 
 
 
 
 
Pode-se observar nas imagens que a mão de suporte agarra o tecido próximo 
da arma, seja qual for a técnica escolhida, forçando os dedos contra o corpo e 
fechando a mão agarrando o pano com firmeza e um certo nível de violência, 
levanta até o limite de elasticidade da vestimenta que está utilizando, ou até o 
ombro oposto, liberando assim a área de saque da arma. 
Nota-se que a técnica apresentada pode ser utilizada com inúmeras camadas 
de vestimenta e com diferenças na elasticidade, e mesmo assim, apresentar 
resultados satisfatórios para a realização segura do saque. 
Esta ferramenta é mais uma para compor com as demais que o operador 
necessita para que tenha segurança em utilizar uma arma de fogo na linha da 
cintura de forma velada, tendo em vista que esta técnica atende a um número 
grande de variáveis com relação a limpeza da área ou a limpeza de vestimenta. 
33 
 
Entenda que é necessário praticar o saque velado, o que não significa 
exatamente que tenha que ser um treinamento constante de prática de tiro, haja 
vista o seu caráter oneroso. O treinamento em seco representa 80% de toda a 
capacitação com arma de fogo, ficando assim apenas 20% com disparos reais. 
Desta maneira, se o operador investir um pouco de seu tempo todos os dias para 
treinar seu saque e apresentação da arma, mesmo que isso signifique poucos 
minutos diários, ele estará sempre muito bem preparado. 
Lembre-se, os disparos em seco são essenciais para a manutenção do 
seu treinamento, porém certifique-se que sua arma estará em condições 
de uso após sair desse ambiente controlado. 
Como já citado, a base do saque velado é a desobstrução da vestimenta. Para 
tanto existem duas linhas de pensamento para limpar o vestuário e desobstruir 
a arma. 
Na Primeira – preconiza-se a utilização de apenas uma das mãos. 
Já na Segunda – pressupõe-se a utilização das duas mãos para realizar a tarefa. 
 
3.1.1 TÉCNICAS COM APENAS UMA DAS MÃOS 
 
A. PRIMEIRA TÉCNICA 
 
Esta primeira técnica segue os seguintes passos: o operador leva a mão de 
saque com os quatro dedos apontados em direção à arma, com o polegar 
esticado passe pela arma até chegar à borda do vestuário, utilize o polegar para 
levantar o vestuário e assim desobstruir a arma, retorne com a mesma mão até 
a coronha para realizar a empunhadura adequada com firmeza, realize o saque 
e utilize os passos de apresentação da arma de acordo com a técnica de tiro 
instintivo que optar. O problema desta técnica é que, se não realizada 
corretamente, o vestuário poderá voltar a obstruir a arma. 
Está técnica é utilizada quando o operador não quer chamar muita atenção 
quanto aos seus movimentos de sacar a arma, tendo em vista que ele estará 
movimentando apenas uma das mãos, e a outra pode estar parada, sem 
movimentos bruscos. Também pode ser utilizada quando um agressor está 
muito próximo ao operador, onde talvez será necessária a utilização da mão 
fraca para a proteção inicial, evitando golpes ou protegendo o rosto. 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. SEGUNDA TÉCNICA 
 
Na segunda técnica o operador utilizando a mão de saque busca o local da 
empunhadura com os quatro dedos esticados, alcança a borda do vestuário, 
agarra com firmeza, num movimento enérgico puxa a veste até a altura da axila 
e num movimento rápido retorna a mão de saque até a arma executando a 
empunhadura, o saque e a apresentação da arma. Os movimentos nesta técnica 
devem ser rápidos e exigem do operador bastante destreza e treinamento, as 
possibilidades de a vestimenta obstruir novamente a arma num caso de técnica 
mal realizada são muito grandes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta técnica, diferente da anterior, chama mais a atenção, pois os movimentos 
são mais enérgicos, porém é eficiente quando for necessário utilizar a mão fraca 
para uma defesa inicial de uma ameaça. 
 
 
 
 
35 
 
3.1.2 TÉCNICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS DUAS MÃOS 
 
A. PRIMEIRA TÉCNICA 
 
Nesta primeira técnica, segue os seguintes passos: utilizando a mão fraca cruze 
o corpo buscando a borda da vestimenta onde está portando sua arma, agarre 
as vestes com firmeza, levante-a com destreza e velocidade até desobstruir 
totalmente a arma, com a mão forte busque a coronha da arma, realize a 
empunhadura com firmeza e agilidade para que possa realizar o saque com 
velocidade e precisão, em seguida posicione a arma para o disparo de acordo 
com a técnica de tiro instintivo que a situação exigir. Os movimentos do operador 
devem ser precisos, a velocidade virá com o treinamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. SEGUNDA TÉCNICA 
 
A segunda técnica segue os seguintes passos: com as duas mãos agarre a 
borda da vestimenta onde está posicionada sua arma levantando-a até 
desobstruir totalmente o coldre, neste momento continue segurando as vestes 
com a mão fraca, solte a mão forte e busque com ela a coronha da arma para 
realizar uma empunhadura adequada e, em seguida, o saque e a apresentação 
da arma. 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 AS ROUPAS MAIS ADEQUADAS 
 
3.2.1 ESCONDIDA POR CASACO OU JAQUETA: 
 
Esta vestimenta é larga, deixa a 
arma dissimulada, quase 
imperceptível aos outros, possibilita 
um acesso rápido e fácil à arma, pois 
o operador poderá puxá-la e 
facilmente desobstruir a arma, que 
devido ao casaco poderá estar por 
fora da camiseta interna. Porém ela 
só funciona quando a temperatura é 
favorável para o seu uso. 
Agora os cuidados com essas 
vestimentas, como não possuem uma elasticidade adequada, como são os 
casos de jaquetas jeans ou de couro muito apertadas, mesmo que o operador 
exerça muita força não conseguirá desobstruir a arma, pois são roupas muito 
resistentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
3.2.2 CAMISA OU CAMISETA FROUXA: 
 
Essa vestimenta oferece um conforto 
adequado ao operador, pode-se usar 
quando o clima não está frio, e, 
semelhante ao casaco com boa 
elasticidade, a arma facilmente 
poderá ser acessada, com ressalvas 
para a utilização da técnica correta. 
Porém, a arma começa a ficar mais 
visível no corpo do operador, e na 
utilização da técnica errada a 
camiseta poderá enroscar na arma 
impedindo asua utilização. 
 
3.2.3 CAMISA OU CAMISETA JUSTA: 
 
É o tipo mais comum de vestuário. 
Aumenta o nível de dificuldade para 
o saque tornando-o mais lento e 
trabalhoso, a arma fica ainda mais 
evidente no corpo do operador, 
demonstrando a possíveis ameaças 
que ele está armado. 
Basicamente, quanto menos roupas 
e quanto mais se esconde a arma, 
mais difícil é acessá-la, assim 
espera-se compromisso por parte do 
operador ao portar a arma. Carregar um coldre com uma arma de fogo no interior 
do cinto em sua cintura é uma grande responsabilidade. 
Ser consciente ao portar uma arma veladamente evita que ameaças percebam 
que o operador está armado e, por consequência, previne as possibilidades de 
tentarem tomar a arma ou algo ainda pior. No momento da necessidade de ação 
e utilização da sua arma, esteja preparado, pronto para reagir. Uma reação 
aceitável é aquela em que você sai vitorioso e ileso física, mental e legalmente 
diante de uma ameaça. 
 
3.3 MODALIDADES DE PORTE 
 
O porte de arma de fogo pode ser classificado em duas categorias conforme 
grande parte dos teóricos da área: Porte Ostensivo e Porte Encoberto. Porém a 
temática deste trabalho irá focar apenas no que tange ao porte encoberto, 
deixando o ostensivo para uma próxima oportunidade. 
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OSTENSIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 ENCOBERTO 
O porte encoberto se subdivide em duas outras modalidades: Porte Velado e 
Porte Secreto. O porte secreto demanda mais tempo e habilidade para saque 
que o porte velado, sendo abordado de maneira mais específica na sequência. 
 
3.3.1 PORTE VELADO 
 
Dando início a esta etapa serão apresentadas cinco variações do transporte e 
saque velado de arma de fogo, cada uma delas com suas peculiaridades e 
variações: porte direto, porte cruzado, porte axilar, porte de bolso e porte no 
seguimento feminino. 
 
3.3.1.1 PORTE DIRETO: 
 
Porte de cintura para saque direto é uma das técnicas mais utilizadas quando o 
assunto é porte velado. Proporciona um saque rápido, contato direto com a arma 
e um conforto adequado ao transportá-la, cada uma de suas variações detêm 
boas características, porém esteja pronto quando escolher usá-las. Estar pronto 
significa repetição em treinamentos específicos de saque e apresentação da 
arma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
1) PORTE DIRETO NA LINHA LATERAL: 
 
A. PORTE “03 HORAS” 
 
 
 
Saque na linha onde normalmente localiza-se o coldre 
ostensivo, bem na lateral do corpo, no seguimento da mão 
forte. Esse saque é rápido e preciso. Porém, expõe 
demasiadamente o armamento, pois forma de maneira 
evidente a silhueta da arma no operador, além de ser o 
local mais comumente revistado por assaltantes. 
 
 
 
B. PORTE “04 HORAS” / ”5 HORAS” 
 
A arma fica posicionada na lateral da mão forte, logo atrás 
da linha das costas, bastante comum e confortável, a 
silhueta da arma fica bem ocultada pelo corpo do usuário. 
O saque é um pouco mais demorado. Deve-se redobrar 
os cuidados com as costas e dependendo do tipo de 
movimento e do tipo de roupa que se está usando, a 
coronha da arma pode vir a aparecer. Por outro lado, 
permite que, em casos extremos, se o operador perder o 
movimento da mão forte, ele possa acessar a arma 
facilmente com a mão fraca num movimento bastante 
discreto. Em complementação, existe uma variação 
pequena quanto ao espaço que a arma vai ocupar na 
cintura, que pode ser tratado como a posição em “4 
Horas”, sendo um intermediário entre “3 Horas” e “5 Horas”. O que não pode vir 
40 
 
a acontecer é a arma ser acondicionada no centro da coluna, o que já seria 
tratado como uma outra modalidade de porte. 
 
 
2) PORTE DIRETO NA LINHA DAS COSTAS: 
 
Conhecido também como “Porte 
Mexicano”, a arma fica posicionada 
na linha da cintura, bem ao meio das 
costas com a coronha voltada na 
direção da mão forte. Esta posição 
deixa o porte bastante dissimulado, 
quase imperceptível. Exige bastante 
preparo do operador, pois o saque é 
prejudicado por questões de 
distância e barreiras físicas do corpo 
tendo em vista que a arma está no 
ponto mais longe e de difícil acesso 
na cintura do operador. Da mesma maneira do porte “05 horas” deve-se redobrar 
os cuidados com as costas. 
 
41 
 
3) PORTE DIRETO NA LINHA FRONTAL 
 
O saque frontal é bastante utilizado por esportistas de Tiro 
Prático, usado em competições onde a ocultação da arma 
é um dos quesitos exigidos. A arma fica posicionada na 
frente do corpo em uma inclinação de 30 graus com a 
coronha voltada para a mão forte. Esta posição permite 
um saque extremamente rápido, é ideal em grandes 
eventos onde o operador terá que 
ter controle total de sua arma 
podendo, no caso de uma luta 
corporal, facilmente proteger sua 
arma de fogo, além de que o saque 
nesta posição é bastante discreto. 
Porém no caso de um assalto em que o operador seja 
surpreendido é um dos locais mais revistados. É também 
o local menos confortável ao porte, sendo indicada a 
utilização de uma camiseta fina por baixo das roupas para 
aumentar o conforto. 
 
 
3.3.1.2 PORTE CRUZADO 
 
O saque cruzado apresenta duas variações, a lateral e a frontal. Porém é 
necessário salientar que ele é contraindicado pelos motivos apresentados na 
sequência. 
 
 
 
 
 
42 
 
1) CRUZADO LATERAL 
 
A arma fica posicionada na linha da 
cintura seja nas posições 3, 4 ou 5 
horas, com a base da coronha voltada 
para frente. Esta forma caiu em 
desuso por vários motivos, sendo 
alguns deles: em uma luta corporal a 
ameaça poderá acessar a arma mais 
facilmente do que quem a porta; ao 
agressor perceber que o operador irá 
sacar a arma, é muito mais fácil 
realizar uma chave de braço; no 
saque para uma reação extrema o 
cano da arma fica momentaneamente 
voltado para o operador, trazendo riscos desnecessários ao mesmo; dentre 
outros motivos negativos para essa modalidade. 
 
2) CRUZADO FRONTAL 
 
 
 
Este porte permite que a arma fique posicionada frente ao 
corpo mais próximo à mão fraca, com a coronha voltada 
para a mão forte, também numa inclinação de 30 graus 
em relação à mão que efetua o saque. Este é um porte de 
saque bastante rápido, permite um bom controle da arma, 
bastante descrição, porém como o porte frontal 
convencional é bastante desconfortável. 
 
43 
 
 
 
3.3.1.3 PORTE AXILAR 
 
 
O saque axilar e suas variações podem ser utilizados 
apenas com coldres e vestimentas específicas. Bastante 
utilizado por seguranças de dignitário assim como para 
outros serviços que necessitam do porte velado. É uma 
espécie de porte que traz bastante discrição e agilidade 
na hora do saque além de segurança e controle da arma, 
a qual fica posicionada próximo da axila fixada pelo coldre 
e pelos tirantes que o compõe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
1) INTERNO COM COLDRE ELÁSTICO 
 
O porte interno com coldre elástico faz parte do porte 
velado e não do secreto (conceito que será tratado 
adiante), pois seu saque não demanda muito trabalho 
como o secreto. Traz bastante conforto e praticidade, 
recomendado quando o operador não está utilizando 
roupas que permitam o porte na 
linha da cintura. Bastante utilizado 
para a prática de esportes. O 
tirante elástico com o coldre fica 
posicionado próximo da linha da 
cintura com a vestimenta superior 
cobrindo a arma. Esta pode ser 
acondicionada de acordo com a 
escolha do operador nas posições mencionadas acimas. 
É também um tipo de porte que demanda treinamento e 
cuidado, pois a obstrução será um pouco maior do que o 
convencional. 
 
3.3.1.4 PORTE DE BOLSO 
 
Não é raro o número de agentes que 
possuem como uma segunda arma 
(backup) um revólver ou pistola de 
tamanho reduzido, e que, em 
determinados momentos, opte por 
usar essa arma como principal devido 
ao maior conforto de porte. O porte de 
bolso é uma opção válida para as 
armas reduzidas, as subcompactas, 
porém existem algumas 
considerações. 
O ideal é que a armanão tenha mais 
do que três polegadas de cano e, em caso de pistolas, seja de carregador 
monofilar, como exemplo a PT Taurus 740. 
45 
 
O uso de coldres específicos para este 
tipo de porte também é importante pois 
mantém a arma na posição correta de 
saque além de proteger o gatilho de ser 
acionado acidentalmente. Há ainda a 
possibilidade de que o bolso da 
vestimenta não aguente o peso do 
armamento. O coldre utilizado deve ser 
específico para este porte, pois deve-se 
seguir as especificidades de um bolso 
de calça ou shorts. 
Há ainda de 
se considerar o uso de uma calça ou bermuda que 
tenha um bolso grande o suficiente para portar sua 
arma com o coldre, que não possibilite, porém, que a 
arma saia da posição. Nesse caso, não se deve 
colocar no bolso outros objetos além da arma com seu 
coldre. Neste tipo de porte deve-se buscar o equilíbrio 
entre arma, coldre e bolso. 
Como toda a técnica de porte velado, também 
demanda bastante treinamento para que o operador 
tenha total controle dos movimentos e confiança do que está fazendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
3.3.1.5 PORTE VELADO NO SEGUIMENTO FEMININO 
 
No porte velado, em via de 
regra, a arma deve fica junto 
ao corpo, geralmente na linha 
da cintura e acondicionada em 
um coldre de qualidade. Essas 
regras exigem certos padrões 
de vestimentas e, por esse 
motivo, encontram certas 
dificuldades no seguimento 
feminino. 
O fato é que a arma colocada junto ao corpo altera 
de maneira significativa a silhueta da mulher. Se a 
arma não for compacta dificulta a sua 
dissimulação, pois é inegável que o formato do 
corpo feminino é diferente do masculino. A 
operadora, ao andar armada, poderá utilizar as 
mesmas técnicas de porte que os homens, porém, 
frente à necessidade de portar a arma de maneira 
diferente da convencional, pode-se utilizar 
técnicas para minimizar os impactos negativos 
destas variações, as quais permitem portar a arma 
de fogo veladamente sem prejuízo à feminilidade 
da operadora. 
 
O uso de bolsas para o porte, apesar de certos riscos, 
pode ser considerado uma alternativa, porém com 
algumas restrições (lembrando que deverá ser 
evitado). A bolsa deverá ter um compartimento 
específico de acesso rápido para a arma de fogo, onde 
não haverá mais nenhum objeto junto a ela. Se houver 
recurso para tal, um coldre poderá ser incorporado à 
bolsa para facilitar o saque. 
Importante ressaltar que, para o acesso à arma, a 
operadora deverá treinar exaustivamente, tendo em 
mente que, em um momento de estresse diante de 
uma ameaça, há de se valer de uma “janela de 
oportunidade” a fim de sacar a arma de forma rápida, 
segura e eficaz. 
47 
 
 
A bolsa deverá ser suficientemente resistente 
para aguentar o peso da arma, confeccionada 
com bons materiais, bem como ter uma alça 
forte para aguentar uma puxada de um 
possível furto ou roubo. A operadora deverá ter 
atenção redobrada e responsabilidade ao 
portar a sua arma de fogo na bolsa, deverá tê-
la sempre bem próxima ao corpo, podendo ser 
do lado direito ou esquerdo ao corpo, 
acondicionado de forma que possa defenda-la 
a todo custo, pois ali está seu objeto de defesa 
ou de sua morte. 
Deve-se lembrar que este é um tipo de porte 
para casos excepcionais, mesmo por que em 
um assalto, o primeiro item a ser solicitado 
pelos criminosos é a bolsa, e se não houver ou 
não for encontrada uma janela de oportunidade 
para a ação, a operadora poderá perder a sua 
arma e/ou a sua vida. Salientando que portar a arma de maneira que não seja 
junto ao corpo na linha da cintura em um coldre adequado demandará um tempo 
maior de reação e a peça fundamental para sair em vantagem em um confronto 
é justamente o tempo. 
Assim, a operadora que optar portar a arma em uma bolsa terá que trabalhar 
muito mais na capitulação (encenação) como uma estratégia de ataque, em 
outras palavras, terá que simular, interpretar, encenar, mentir, chorar, tudo a fim 
de ganhar tempo e segurança para sacar sua arma e agir dentro de uma janela 
de oportunidade diante de uma ameaça. 
 
48 
 
Embora o porte no seguimento feminino seja um assunto relativamente novo no 
nosso país e ainda poucas são as soluções que permitem um porte mais 
confortável e seguro às operadoras de arma de fogo, ideias estão sendo 
desenvolvidas. Uma boa opção para o porte velado, que preserva a silhueta da 
mulher bem como sua feminilidade, são os coldres que vêm sendo 
desenvolvidos por empresas Norte-Americanas, os quais estão ganhando 
bastante destaque em âmbito mundial. Nas últimas décadas lançaram no 
mercado coldres que moldam a arma junto ao corpo e mesmo assim possibilitam 
um acesso rápido e fácil à arma, excelente para o uso velado. Permitem um porte 
semelhante ao interno com coldre elástico. A única barreira encontrada para este 
material são os preços de importação, como se trata de um material exclusivo, 
ele só é encontrado nos Estados Unidos, e para ser entregue no Brasil acaba 
sendo um investimento consideravelmente alto. Porém experiências 
vivenciadas, mesmo com armas mais robustas, como a pistola calibre .40 24/7 
da Taurus, demonstram que esta seria uma opção estratégica para a mulher 
consciente. 
A aquisição de armas compactas ou subcompactas também entram como um 
investimento a ser considerado, haja vista se tratar de armas menores, e, 
consequentemente, mais compatíveis com o biótipo feminino. 
Outra opção a ser considerada no seguimento feminino são algumas variações 
do porte secreto que serão tratadas a seguir. 
Uma dica para mulheres que utilizam a 
arma na linha da cintura (a regra), para 
diminuir a silhueta, é utilizar roupas 
com variação de cores, com desenhos, 
flores ou outras semelhantes. A 
mistura de cores dissimula a silhueta, 
é uma técnica de desfiguração 
utilizada pelos militares em batalha e 
pode tornar a identificação da arma no 
corpo da mulher mais difícil e 
demorada, dando tempo à operadora 
para agir (janela de oportunidade) 
contra uma ameaça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
3.3.2 PORTE SECRETO 
 
 
Utilizado quando a necessidade é de que o armamento 
suma aos olhos dos outros, que não esteja em locais 
óbvios e comumente revistados, o armamento não pode 
ser visto por motivos táticos e de segurança. Esse sistema 
de condução sacrifica a velocidade de saque em favor de 
passar despercebido, mesmo por que a arma secreta 
pode ter a função de arma reserva. 
Para tanto existem os coldres de 
tornozelo, uma das formas de porte 
secreto mais utilizado, pois traz 
certo nível de velocidade de saque. 
Existe também o porte acima do 
tornozelo, para o uso de botas com cano alto, neste caso 
aumenta o nível de dificuldade para o saque. O porte 
interno para as coxas, bastante utilizado por mulheres que 
usam vestidos e saias, também é possível, assim como a 
região do genital, onde pode-se realizar o porte de forma 
secreta, dependendo bastante do tamanho da arma. 
Existem inúmeras outras opções que 
podem ser feitas com ataduras, 
bandagens, coldres específicos, dentre 
outros, porém, com a característica 
singular do difícil acesso ao saque. A 
utilização do porte secreto ganha no 
quesito descrição, contudo, tenha 
ciência de que a arma não está pronta 
para ser empregada rapidamente em 
uma situação de ameaça. 
 
 
3.4 TÉCNICAS DE TIRO AO PORTE VELADO 
 
3.4.1 TIRO APROXIMADO 
 
Nos últimos tempos agências federais dos Estados Unidos vêm reestruturando 
todo seu regime de treinamento de tiro e de protocolos de treinamento com 
armas de fogo, padronizados com base em estudos os quais demonstraram que 
grande parte dos confrontos realizados por seus agentes ocorriam em distâncias 
de 2,5 metros a 7 metros. Perceberam que 75% dos confrontos envolviam 
suspeitos a menos de três metros de distância. Partindo destas pesquisas, toda 
50 
 
sua linha de treinamento alterou-se para iniciar com os tiros aproximados, na 
distância em que realmente acontecem os confrontos. 
No uso velado de arma de fogo

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