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USOS E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO AULA 2 Necessidade, busca e uso da informação Abertura Olá, Vamos continuar nossos estudos sobre os usuários da informação, examinando agora a necessidade, busca e uso da informação. Acompanhe a aula a seguir e saiba mais sobre esse assunto. BONS ESTUDOS! Referencial Teórico Faça a leitura do capitulo selecionado para esta aula e ao final, você será capaz de: • Conhecer o conceito de necessidade • Entender as necessidades dos usuários • Refletir sobre as necessidades e as demandas dos usuários da informação BOA LEITURA! 30 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 2.2. NECESSIDADES, BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO O que é informação? Segundo Capurro e Hjorland (2007), a informação é definida de acordo com as necessidades dos 31© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO grupos-alvo: não de modo universal ou individualista, mas de modo coletivo ou particular. Então, "informação é o que pode responder questões importantes relacionadas às atividades do grupo-alvo". (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 187). Capurro é um grande teórico contemporâneo, principalmente no que tange a epistemologia da Ciência da Informação; portanto, recomendamos a leitura de seus trabalhos. Sendo assim, o valor da informação não é medido pela importância do assunto ou autor e sim pelo quanto satisfaz as necessidades e expectativas do usuário (inserido em um contexto organizacional ou social que influencia nas suas demandas). Barreto (2002) define os termos “informação” e “conhecimento” por meio de fluxos. Esses fluxos possuem dois extremos, que são a criação da informação – fatos, ideias e imagens transmutam-se da mente do autor para uma inscrição de informação – e a realidade – que é a assimilação, apropriação da informação pelo indivíduo. Entre os dois extremos, no centro do fluxo, encontram-se os sistemas de armazenamento e recuperação da informação. A Figura 1 apresenta o sistema de armazenamento e recuperação da informação. 32 © ESTUDOS DE USUÁRIOS Fonte: Barreto (2002, p. 70). Figura 1 Sistema de armazenamento e recuperação da informação. A partir do fluxo é possível diferir, de forma geral, os papéis da Biblioteconomia e da Ciência da Informação: • Biblioteconomia: trabalha com o fluxo interno no tratamento, armazenamento e recuperação, ou seja, atividades práticas • Ciência da Informação: estuda os fluxos externos, que dizem respeito à ação mediadora entre informação e conhecimento, que acontece no indivíduo, composto pela criação e assimilação da informação, algo que "transcende o conceito de uso da informação" (BARRETO, 2002, p. 70). As definições dos termos “informação” e “conhecimento” são inúmeras, basta uma pequena busca para encontramos diversos autores da epistemologia, de diferentes vertentes, com estudos sobre esses conceitos. Para prosseguirmos, é necessário ter em mente primordialmente que informação é o que responde às questões dos usuários, o que faz sentido a eles. Não devemos 33© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO esquecer que os usuários são nossos clientes e que devemos desenvolver nossas atividades sempre com focos neles. Diversos fatores devem ser levados em conta ao analisar o comportamento dos usuários em relação à informação (DIAS; PIRES, 2004): a formação, o treinamento na utilização das fontes, o acesso a essas fontes, o tempo de que dispõem para buscar a informação, o conhecimento de línguas, a sociabilidade, a posição profissional, entre outros. Esses fatores podem ser divididos em: • variáveis internas: personalidade, incertezas, memória, aprendizagem, predisposição para a busca, experiência, idade e todos os demais fatores que vem do usuário. • variáveis externas: informações objetivas, local de trabalho, grupos de referência, comunicações induzidas, frente de pesquisa, entre outros. O usuário é um ser humano, ou seja, um ser complexo, composto de elementos físicos, cognitivos, emocionais e situacionais, que determinam seus comportamentos. De maneira geral, os estudos sobre necessidade e uso da informação são úteis para entender como os usuários buscam a informação. Vejamos, então, como funcionam as necessidades de informação. Necessidades de informação Os estudos de usuários podem voltar-se às necessidades de informação, seu uso e acesso. O aspecto menos desenvolvido é o das necessidades porque, além da ser difícil conceituar esse termo, repleto de significados, para avaliar a necessidade 34 © ESTUDOS DE USUÁRIOS é preciso entrar em áreas como a Psicologia e Sociologia, que estudam profundamente o comportamento humano (DIAS; PIRES, 2004). A necessidade de informação pode ser definida como uma falha ou deficiência no conhecimento de alguma questão, que pode ser traduzida em perguntas e buscas em uma fonte de informação. Também pode ser entendida como o que o usuário precisa ter para desenvolver seu trabalho ou estudo (DIAS; PIRES, 2004). A informação encontrada deve fazer sentido para satisfazer a necessidade do usuário – lembremos da definição de informação de Capurro e Hjorland (2007), na abertura deste tópico. As necessidades devem ser analisadas no contexto do usuário, seja nas bibliotecas, no ambiente organizacional ou social em que ele estiver inserido. Le Coadic (1996 apud DIAS; PIRES, 2004) dividiu as necessidades de informação de acordo com suas funções. São elas: 1) do conhecimento, ou seja, desejo de saber; 2) da ação, que vem de necessidades exigidas para realizar uma atividade humana, profissional ou pessoal, ou seja, desencadear uma ação; 3) da necessidade humana, no sentido de satisfazer uma necessidade básica específica; 4) dos desejos, que são as necessidades mais profundas; 5) das demandas, expressão do indivíduo, indicado a um uso em potencial, associado as suas habilidades; 6) do uso, que é definido como o que o usuário utiliza de fato. 35© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO Em resumo, as necessidades podem ser psicológicas, emocionais ou cognitivas. Leia com atenção a obra de Choo (2003), presente na bibliografia complementar, pois os estudos apresentados são realmente interessantes! Elas sofrem influências físicas, socioculturais e político- econômicas. Nossa preocupação como profissionais da informação é entender as necessidades dos indivíduos, compreender o significado que fazem da informação e, consequentemente, do uso, para sermos capazes de criar sistemas, produtos e serviços de informação mais eficientes. Ou seja: o estudo de comportamentos e a análise das necessidades de informação dos usuários permite avaliar e criar condições para criar ou melhorar os serviços oferecidos na unidade de informação, para que atendam plenamente as necessidades dos usuários. Antes de conhecermos o processo de busca da informação, segue uma citação de Choo (2003, p. 66), que ilustra nosso aprendizado até aqui e inicia o assunto que veremos nos próximos tópicos: [...] a informação e o insight nascem no coração e na mente dos indivíduos, e a busca e o uso da informação são um processo dinâmico e socialmente desordenado que se desdobra em camadas de contingências cognitivas, emocionais e situacionais. Necessidades e uso são processos interdependentes que determinam o comportamento do usuário (DIAS; PIRES, 2004). Conheceremos agora o processo de busca da informação. 36 © ESTUDOS DE USUÁRIOS Busca da informação A busca da informação é uma etapa da construção do conhecimento. Ocorre quando o usuário reconhece sua necessidade de informação e quer expandir seu estado atual. Lembre-se do fluxograma já apresentado (Figura 1). Cada um de nós tem sua forma de buscar informação, que varia de acordo com nossas características, formação e experiências, entre outros fatores. Há diversos modelos de busca da informação, por ser um processo complexo e influenciado por fatores cognitivos, emocionais e sociais. Ela depende também das necessidades, em queos usuários canalizam sua atenção, revelando incertezas, gostos e aversões (CHOO, 2003). Apesar disso, foram observados alguns padrões comuns a cada tipo de usuário, o que tornou possível desenvolver modelos de busca. Choo (2003) apresenta dois modelos, que veremos resumidamente a seguir. O primeiro modelo é o da educadora e pesquisadora norte-americana Carol Collier Kuhlthau. Ela criou, em 1991, o Information Search Process (ISP), ou Processo de Busca da Informação. A pesquisadora percebeu padrões em um estudo dos comportamentos de busca entre usuários de bibliotecas e estudantes universitários. Identificou o processo de busca em seis estágios, influenciados por três campos de experiência: emocional, cognitivo e físico (Quadro 1). Conheceremos seu modelo teórico completo na Unidade 3. 37© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO Quadro 1 Processo de Busca de Informação. Estágios Descrição Campo de experiência / Sentimentos INICIAÇÃO Usuário reconhece a necessidade de informação; pode discutir possíveis tópicos com outras pessoas. Insegurança, apreensão. SELEÇÃO Usuário identifica um campo ou tema a ser investigado. Otimismo, prontidão para buscar. EXPLORAÇÃO Usuário expande seu entendimento do tema, o que pode gerar mais dúvidas. Confusão e dúvida. FORMULAÇÃO Ponto de mutação do processo, pois o usuário formula um foco pessoal e seus pensamentos ficam mais direcionados. Pensamentos claros e direcionados, confiança. COLETA Usuário interage com o sistema e/ou serviços de informação para reunir as informações, é capaz de procurar informação relevante. Confiança e interesse no projeto crescem. APRESENTAÇÃO Usuário completa a busca e resolve o problema. Alívio, satisfação ou desapontamento, dependendo do resultado da busca. Fonte: adaptado de Kuhlthau (1991). 38 © ESTUDOS DE USUÁRIOS Choo (2003) apresenta outro modelo comportamental de busca, com foco nas ações, em oito atividades: iniciar, encadear, vasculhar, diferenciar, monitorar, extrair, verificar e finalizar. Nesse modelo, é interessante observar duas atividades comuns no processo de busca no ambiente digital: encadear e vasculhar. O encadeamento é um meio eficaz de ampliar a pesquisa, pois consiste em usar as referências indicadas pela fonte inicial ou relacionadas a ela. Quando localizada a fonte, o usuário tende a vasculhar (agrupar informações relacionadas pelo tema), explorando o conteúdo ou estrutura de um espaço de recursos. Essa atividade é muito rica, pois pode levar a novas descobertas, novas necessidades de informação, novos aprendizados etc. Conheceremos melhor esse modelo teórico na Unidade 3. Devemos lembrar que os usuários podem obter informação de diversas fontes, não só formais (como as bibliotecas físicas e as bases de dados), mas também informais (por meio de conversas com professores, colegas e contatos em geral). Além disso, a maioria deles prefere fontes mais acessíveis, sempre mais recomendadas. Por isso, é muito importante promover uma ótima acessibilidade aos usuários. Caso contrário, as informações não serão encontradas, e não satisfaremos suas necessidades informacionais. As fontes de informação formais podem ser avaliadas de acordo com seis categorias de critérios, pelas quais os usuários as escolhem: facilidade de uso, redução de ruídos, qualidade, adaptabilidade, economia de tempo e economia de custo (TAYLOR, 1986 apud CHOO, 2003). 39© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO Os sistemas de informação atuais trabalham esses aspectos, sendo capaz de auxiliar o usuário a transformar sua necessidade e traduzir seu problema em expressão de busca. Os vocabulários controlados, por exemplo, ainda largamente usados pelas bibliotecas, normalizam, porém, limitam a busca do usuário, prendendo-se a termos predeterminados, mesmo que pós-coordenados. Por outro lado, mecanismos de busca como o Google permitem aos usuários descrever seu problema de forma desestruturada, e a questão quase sempre é respondida com sucesso. Finalizando nossos estudos sobre busca da informação, de acordo com Choo (2003), que trabalha com aspectos organizacionais da informação e analisou diversos estudos em sua obra, os ciclos de busca tendem a melhorar os resultados, já que eles podem ser revistos, as estratégias de busca, melhoradas, e resultados, refinados. Como foi sua primeira experiência de busca no catálogo da biblioteca? Você encontrou o que queria na primeira tentativa? Ou teve que refazer a busca? Nas vezes seguintes, você se sentiu mais familiarizado com o sistema e obteve melhores resultados? Aposto que sim. Da mesma forma ocorre com as bases de dados e outros diversos sistemas de busca. Quanto mais praticamos a busca, mais simples ela se torna, pois passamos a interagir melhor com o sistema, com mais segurança e autonomia. Uso da informação Conforme já estudamos, o usuário da informação é uma pessoa repleta de características. A busca e o uso da informação constituem um processo dinâmico que se estende no tempo e no 40 © ESTUDOS DE USUÁRIOS espaço (CHOO, 2003). O contexto em que a informação é usada determina como e o quanto ela será útil ao usuário. Sendo assim, o uso da informação é um processo confuso e desordenado, sujeito aos caprichos da natureza humana. As atitudes do indivíduo em relação à informação e à sua busca são resultados da educação, das preferências e das experiências, estando entre os elementos mais influenciadores no uso da informação. Taylor (1991 apud CHOO, 2003, p. 109) propôs oito classes de uso da informação. Elas não são mutuamente excludentes, pois uma informação pode atender a mais de uma classe. Enumeramos essas classes a seguir, com uma síntese de suas características: 1) Esclarecimento: informação utilizada para dar contexto ou significado a uma situação. 2) Compreensão do problema: informação usada de maneira mais específica para compreender determinado problema. 3) Instrumental: informação usada para saber o que e como fazer algo, por exemplo, instruções. 4) Factual: informação usada para determinar fatos de um fenômeno ou acontecimento. 5) Confirmativa: informação usada para verificar outras fontes. 6) Projetiva: informação usada para prever o que pode acontecer no futuro. 7) Motivacional: informação usada para iniciar ou manter o envolvimento de um indivíduo. 8) Pessoal ou política: informação usada para criar relacionamento ou melhoria no status, na reputação ou na satisfação pessoal. 41© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO O resultado do uso da informação muda o estado do conhecimento do usuário, desejo que foi provocado pelo surgimento da necessidade da informação. O usuário pode então entender uma situação, responder a uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão ou negociar uma posição (CHOO, 2003). Encerramos este tópico com a Figura 2 a seguir, que representa o ciclo da informação nos processos que acabamos de conhecer. A informação parte da necessidade, que leva o usuário a realizar buscas e encontrar as informações. Em seguida, o usuário faz uso das informações encontradas que ele julgou relevantes, ou seja, que fizeram significado para ele, aumentando seu conhecimento. Esse aumento do conhecimento leva a novos questionamentos, ou seja, novas necessidades, e o ciclo recomeça. Fonte: Adaptado de Choo (2003). Figura 2 Ciclo da informação. Já conhecemos o contexto, as caraterísticas e comportamentos dos usuários nesses processos. No próximo tópico veremos como os usuários são definidos e divididos em diferentes tipos. 42 © ESTUDOS DE USUÁRIOS As leituras indicadas no Tópico 3.2 vão contextualizar as questões conceituais apresentadas com mais profundidade e complexidade. Elas são importantes para entender melhor o conteúdo. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DEUSUÁRIOS Até agora, na análise do ciclo da informação, vimos como as necessidades e preferências psicológicas e cognitivas do indivíduo afetam os padrões de necessidade, busca e uso da informação. Vamos, então, conhecer melhor esses usuários, para em seguida iniciarmos nossos estudos sobre o tema. Definição de usuário e suas características Todas as pessoas que frequentam a unidade de informação e/ou usam seus serviços (ou que podem usá-los um dia) são usuários. Calma, você já irá entender isso melhor! A definição do conceito de usuário é complexa porque o usuário pode ser um especialista que busca em uma base de dados, pode ser o que solicita um serviço ou pesquisa bibliográfica, pode ser o produtor de informação, pode ser uma pessoa com pouca instrução etc. (DIAS; PIRES, 2004). O usuário pode ser considerado o cliente do serviço de informação; porém, como o termo “cliente” remete à área de marketing, usa-se o termo usuário da informação. 43© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO Já o termo “comunidade” representa o público comum (ou conjunto de usuários) que frequenta a unidade de informação. Por exemplo, em uma biblioteca universitária, a comunidade é composta por corpo discente, corpo docente e todos os demais funcionários. Os usuários podem ser reais, ou seja, os que efetivamente utilizam os espaços e serviços da unidade de informação, ou potenciais. Os usuários potenciais são os que podem utilizar os serviços, encaixam-se no perfil de usuários de determinada unidade de informação, mas ainda não os utilizam. Sendo assim, além de levar em conta as necessidades e preferências dos usuários reais, também é muito importante obter dados dos usuários potenciais, para que possamos transformá-los em usuários reais. Quais são os tipos de usuários? Os usuários são classificados de acordo com diferentes critérios, que podem ser de dois tipos: critérios objetivos e psicossomáticos. Existem diversos tipos de classificação, que podem ser encontrados nas indicações de leitura. Para nosso estudo, conheceremos uma bastante completa, com diversas subdivisões, no quadro a seguir: Quadro 2 Critérios de Classificação dos Tipos de Usuários. CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO Pelo uso que fazem da unidade de informação usuários potencias usuários reais usuários presenciais usuários não presenciais não usuários 44 © ESTUDOS DE USUÁRIOS CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO Pelo tipo de informação que requerem usuários de informação geral usuários de informação especializada Pela idade usuários infantis pré-leitores leitores usuários juvenis usuários adultos (entre eles os da terceira idade) Pelo tipo de unidade prestadora de serviço de informação usuários de bibliotecas pelo acesso: bibliotecas públicas, privadas por grau de especialização e serviços: gerais, especializadas por finalidade: apoio a centros docentes, apoio a entidades do ensino superior usuários de arquivos usuários internos usuários externos pesquisadores cidadãos sem formação científica estudantes (com distintos níveis e interesses) usuários de centros de documentação por acesso: centros públicos, privados pela relação com o centro: internos e externos usuários de centros informatizados presenciais que sabem pouco ou nada experientes e autossuficientes virtuais 45© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO Pela competência em informação, habilidades e conhecimentos para manejar a documentação usuários com maior ou menor grau de competência usuários com menor ou maior grau de dependência do profissional da informação Pela condicionante que determina a capacidade para acessar a informação econômico-social: grupos de população desfavorecida cultura: língua ocupação: trabalhadores (dentro e fora de casa), estudantes, aposentados nível de formação: sem estudos, com estudos (nível elementar, médio, superior) necessidade especial (alguma incapacidade) geográfico (residentes perto ou longe da unidade prestadora de serviço de informação) Fonte: Amaral (2014 apud Cunha; Amaral; Dantas, 2015, p. 17). Podemos notar que há divisões e subdivisões nos tipos de usuários, de acordo com os critérios em que podem ser classificados, como: pelo uso que fazem da unidade de informação, pelo tipo de informação que necessitam, pela idade, pelo tipo de unidade de informação, pela competência em informação e pelo condicionante que determina a capacidade para acessar a informação. Dentro desses critérios são categorizados os tipos, que ainda podem subdividir-se, por exemplo, no critério de uso: usuários potenciais, usuários reais (subdivido em presenciais e não-presenciais) e não usuários. Estude as bibliografias básica e complementar, e as leituras indicadas no Conteúdo Digital Integrador para aumentar seu conhecimento sobre os tipos de usuários, pois essa compreensão 46 © ESTUDOS DE USUÁRIOS é necessária para os estudos de usuários, assunto da nossa próxima unidade. 3.1. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Neste tópico, você conheceu algumas características da sociedade atual, principalmente, as relacionadas aos usuários da informação. Os textos a seguir trarão informações importantes para nossa disciplina, para seus conhecimentos gerais sobre a sociedade da informação e sobre o campo científico, para sua evolução como profissional da informação e para sua formação cidadã. 47© ESTUDOS DE USUÁRIOS UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO • BRITO, R. G.; VALLS, V. R. M. O papel das bibliotecas no contexto das tecnologias digitais e novas formas de aprendizagem. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, 2017. Disponível em: <http:// www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/22621>. Acesso em: 26 nov. 2017. • MEDEIROS NETO, B. Os telefones celulares e a aprendizagem colaborativa na sociedade de serviços: o desdobramento da sociedade da informação em rede. Revista P2P e Inovação, v. 3, n. 2, 2017. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/22908>. Acesso em: 26 nov. 2017. 3.2. NECESSIDADES, BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO Este tópico é repleto de conceitos fundamentais para a área. Sendo o uso da informação um dos temas mais pertinentes dos nossos estudos, as leituras complementares são muito importantes. Esse conteúdo também ajudará a compreender as demais disciplinas e no seu desenvolvimento profissional. • CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O Conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: <http:// portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/ view/54/47>. Acesso em: 26 nov. 2017. • SILVA, J. L. C. Necessidades de informação e satisfação do usuário: algumas considerações no âmbito dos usuários da informação. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 3, n. 2, p. 102-123, jul./dez. 2012. 48 © ESTUDOS DE USUÁRIOS Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/incid/ article/view/48656/52727>. Acesso em: 26 nov. 2017. • SILVA, A. M. Ciência da Informação e comportamento informacional. Enquadramento epistemológico do estudo das necessidades de busca, seleção e uso. Prisma. com: Revista de Ciências e Tecnologias de Informação e Comunicação, n. 21, 2013. Disponível em: <http:// pentaho.letras.up.pt/ojs/index.php/prismacom/ article/view/1945/1785>. Acesso em: 26 nov. 2017. 3.3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO Existem diversas divisões e subdivisões das características e dos tipos de usuários, que variam de acordo com diferentes autores e estudos. É muito importante que você conheça mais alguns deles por meio das leituras a seguir. • ARAÚJO, V. M. R. H. Usuários: uma visão do problema. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 3, n. 2, p. 175-192, 1974. Disponível em: <http://www.brapci. ufpr.br/brapci/v/a/2637>. Acesso em: 26 nov. 2017. • FERREIRA, S. M. S. P. Novos paradigmas da informação e novas percepções do usuário. Ciência da Informação, v. 25, n.2, ago. 1996. Disponível em: <http://revista.ibict. br/ciinf/article/view/660/664>. Acesso em: 26 nov. 2017. • RABELLO, R. Leituras sobre usuário e uso de informação na Ciência da Informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 18, n. 4, p. 152-184, out./dez. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/ v18n4/11.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017. 49 © ESTUDOS DE USUÁRIOS Sites pesquisados BARRETO, A. A. A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, n. 16., v. 3, p. 67-74, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v16n3/13563.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017. CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O Conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: <http:// portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/54/47>. Acesso em: 26 nov. 2017. CARVALHO, J. Estudos de usuários da informação. Biblio: Cultura Informacional. Disponível em: <http://biblioo.cartacapital.com.br/estudos-de-usuarios-da-informacao>. Acesso em: 26 nov. 2017. KUHLTHAU, C. C. Inside the search process: information seeking from the user’s perspective. Journal of the American Society for Information Science, v. 42, n. 5, p. 361- 371, 1991. Disponível em: <http://faculty.washington.edu/harryb/courses/INFO310/ Kuhlthau.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017. RIECKEN, R. F. Frame de temas potenciais de pesquisa em Ciência da Informação. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 3, n. 2, p. 43-63, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/ view/2044/2170>. Acesso em: 26 nov. 2017. SOUZA, R. R.; ALMEIDA, M. B.; BARACHO, R. M. A. Ciência da Informação em transformação: big data, nuvens, redes sociais e web semântica. Ciência da Informação, Brasília, v. 42, n. 2, p. 159-173, 2013. Disponível em: < http://www.brapci.inf.br/index. php/v/a/18539//>. Acesso em: 26 nov. 2017. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2013. CHOO, C. W. Como ficamos sabendo: um modelo de uso da informação. In: A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Senac São Paulo, 2003. CUNHA, M. B.; AMARAL, S. A.; DANTAS, E. B. Manual de estudo de usuários da informação. São Paulo: Atlas, 2015. DIAS, M. M. K.; PIRES, D. Usos e usuários da informação. São Carlos: Edufscar, 2004. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2008. VIEIRA, R. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 2014. Portfólio ATIVIDADE A informação é um conjunto organizado de dados, que constitui uma mensagem sobre um determinado fenômeno ou evento. A informação permite resolver problemas e tomar decisões, tendo em conta que o seu uso racional é a base do conhecimento. Baseando-se no que estudou nesta aula, faça uma reflexão sobre os diferentes conceitos de informação. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. Pesquisa AUTOESTUDO ARTIGO A CONDIÇÃO DA INFORMAÇÃO Resumo: O artigo aborda a instituição da ciência da informação: sua criação como área de conhecimento em 1948 e seu desenvolvimento com orientação teórica e prática para o fenômeno da relação da informação com o conhecimento. ACESSE ARTIGO 01 - 687 - AULA 02
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