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687-02-Necessidade-busca-e-uso-da-informação-1

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USOS E USUÁRIOS DA 
INFORMAÇÃO AULA 2
Necessidade, 
busca e uso da 
informação 
Abertura 
Olá,
Vamos continuar nossos estudos sobre os usuários da informação, examinando agora a 
necessidade, busca e uso da informação.
Acompanhe a aula a seguir e saiba mais sobre esse assunto.
BONS ESTUDOS!
Referencial Teórico 
Faça a leitura do capitulo selecionado para esta aula e ao final, você será capaz de:
• Conhecer o conceito de necessidade
• Entender as necessidades dos usuários
• Refletir sobre as necessidades e as demandas dos usuários da informação
BOA LEITURA!
30 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
2.2. NECESSIDADES, BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO
O que é informação? Segundo Capurro e Hjorland (2007), 
a informação é definida de acordo com as necessidades dos 
31© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
grupos-alvo: não de modo universal ou individualista, mas de 
modo coletivo ou particular. Então, "informação é o que pode 
responder questões importantes relacionadas às atividades do 
grupo-alvo". (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 187). 
Capurro é um grande teórico contemporâneo, principalmente no 
que tange a epistemologia da Ciência da Informação; portanto, 
recomendamos a leitura de seus trabalhos. 
Sendo assim, o valor da informação não é medido pela 
importância do assunto ou autor e sim pelo quanto satisfaz as 
necessidades e expectativas do usuário (inserido em um contexto 
organizacional ou social que influencia nas suas demandas). 
Barreto (2002) define os termos “informação” e 
“conhecimento” por meio de fluxos. Esses fluxos possuem dois 
extremos, que são a criação da informação – fatos, ideias e 
imagens transmutam-se da mente do autor para uma inscrição 
de informação – e a realidade – que é a assimilação, apropriação 
da informação pelo indivíduo. Entre os dois extremos, no 
centro do fluxo, encontram-se os sistemas de armazenamento 
e recuperação da informação. A Figura 1 apresenta o sistema de 
armazenamento e recuperação da informação.
32 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
Fonte: Barreto (2002, p. 70).
Figura 1 Sistema de armazenamento e recuperação da informação.
A partir do fluxo é possível diferir, de forma geral, os papéis 
da Biblioteconomia e da Ciência da Informação:
• Biblioteconomia: trabalha com o fluxo interno no
tratamento, armazenamento e recuperação, ou
seja, atividades práticas
• Ciência da Informação: estuda os fluxos externos,
que dizem respeito à ação mediadora entre
informação e conhecimento, que acontece no
indivíduo, composto pela criação e assimilação da
informação, algo que "transcende o conceito de
uso da informação" (BARRETO, 2002, p. 70).
As definições dos termos “informação” e “conhecimento” 
são inúmeras, basta uma pequena busca para encontramos 
diversos autores da epistemologia, de diferentes vertentes, com 
estudos sobre esses conceitos. Para prosseguirmos, é necessário 
ter em mente primordialmente que informação é o que responde 
às questões dos usuários, o que faz sentido a eles. Não devemos 
33© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
esquecer que os usuários são nossos clientes e que devemos 
desenvolver nossas atividades sempre com focos neles. 
Diversos fatores devem ser levados em conta ao analisar 
o comportamento dos usuários em relação à informação (DIAS; 
PIRES, 2004): a formação, o treinamento na utilização das fontes, 
o acesso a essas fontes, o tempo de que dispõem para buscar 
a informação, o conhecimento de línguas, a sociabilidade, a 
posição profissional, entre outros. 
Esses fatores podem ser divididos em:
•	 variáveis internas: personalidade, incertezas, 
memória, aprendizagem, predisposição para a 
busca, experiência, idade e todos os demais fatores 
que vem do usuário. 
•	 variáveis externas: informações objetivas, local 
de trabalho, grupos de referência, comunicações 
induzidas, frente de pesquisa, entre outros. 
O usuário é um ser humano, ou seja, um ser complexo, 
composto de elementos físicos, cognitivos, emocionais e 
situacionais, que determinam seus comportamentos. De maneira 
geral, os estudos sobre necessidade e uso da informação são úteis 
para entender como os usuários buscam a informação. Vejamos, 
então, como funcionam as necessidades de informação.
Necessidades de informação
Os estudos de usuários podem voltar-se às necessidades 
de informação, seu uso e acesso. O aspecto menos desenvolvido 
é o das necessidades porque, além da ser difícil conceituar 
esse termo, repleto de significados, para avaliar a necessidade 
34 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
é preciso entrar em áreas como a Psicologia e Sociologia, que 
estudam profundamente o comportamento humano (DIAS; 
PIRES, 2004).
A necessidade de informação pode ser definida como uma 
falha ou deficiência no conhecimento de alguma questão, que 
pode ser traduzida em perguntas e buscas em uma fonte de 
informação. Também pode ser entendida como o que o usuário 
precisa ter para desenvolver seu trabalho ou estudo (DIAS; 
PIRES, 2004). A informação encontrada deve fazer sentido para 
satisfazer a necessidade do usuário – lembremos da definição 
de informação de Capurro e Hjorland (2007), na abertura deste 
tópico.
As necessidades devem ser analisadas no contexto do 
usuário, seja nas bibliotecas, no ambiente organizacional ou 
social em que ele estiver inserido. Le Coadic (1996 apud DIAS; 
PIRES, 2004) dividiu as necessidades de informação de acordo 
com suas funções. São elas: 
1) do conhecimento, ou seja, desejo de saber;
2) da ação, que vem de necessidades exigidas para realizar 
uma atividade humana, profissional ou pessoal, ou seja, 
desencadear uma ação;
3) da necessidade humana, no sentido de satisfazer uma 
necessidade básica específica;
4) dos desejos, que são as necessidades mais profundas;
5) das demandas, expressão do indivíduo, indicado a um 
uso em potencial, associado as suas habilidades;
6) do uso, que é definido como o que o usuário utiliza de 
fato. 
35© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Em resumo, as necessidades podem ser psicológicas, 
emocionais ou cognitivas.
Leia com atenção a obra de Choo (2003), presente na bibliografia 
complementar, pois os estudos apresentados são realmente 
interessantes! 
Elas sofrem influências físicas, socioculturais e político-
econômicas. Nossa preocupação como profissionais da 
informação é entender as necessidades dos indivíduos, 
compreender o significado que fazem da informação e, 
consequentemente, do uso, para sermos capazes de criar 
sistemas, produtos e serviços de informação mais eficientes. Ou 
seja: o estudo de comportamentos e a análise das necessidades 
de informação dos usuários permite avaliar e criar condições 
para criar ou melhorar os serviços oferecidos na unidade de 
informação, para que atendam plenamente as necessidades dos 
usuários. 
Antes de conhecermos o processo de busca da informação, 
segue uma citação de Choo (2003, p. 66), que ilustra nosso 
aprendizado até aqui e inicia o assunto que veremos nos 
próximos tópicos: 
[...] a informação e o insight nascem no coração e na mente dos 
indivíduos, e a busca e o uso da informação são um processo 
dinâmico e socialmente desordenado que se desdobra em 
camadas de contingências cognitivas, emocionais e situacionais.
Necessidades e uso são processos interdependentes que 
determinam o comportamento do usuário (DIAS; PIRES, 2004). 
Conheceremos agora o processo de busca da informação. 
36 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
Busca da informação
A busca da informação é uma etapa da construção 
do conhecimento. Ocorre quando o usuário reconhece sua 
necessidade de informação e quer expandir seu estado atual. 
Lembre-se do fluxograma já apresentado (Figura 1). Cada um de 
nós tem sua forma de buscar informação, que varia de acordo 
com nossas características, formação e experiências, entre 
outros fatores. 
Há diversos modelos de busca da informação, por ser 
um processo complexo e influenciado por fatores cognitivos, 
emocionais e sociais. Ela depende também das necessidades, 
em queos usuários canalizam sua atenção, revelando incertezas, 
gostos e aversões (CHOO, 2003). Apesar disso, foram observados 
alguns padrões comuns a cada tipo de usuário, o que tornou 
possível desenvolver modelos de busca. Choo (2003) apresenta 
dois modelos, que veremos resumidamente a seguir.
O primeiro modelo é o da educadora e pesquisadora 
norte-americana Carol Collier Kuhlthau. Ela criou, em 1991, 
o Information Search Process (ISP), ou Processo de Busca da 
Informação. A pesquisadora percebeu padrões em um estudo 
dos comportamentos de busca entre usuários de bibliotecas e 
estudantes universitários. Identificou o processo de busca em 
seis estágios, influenciados por três campos de experiência: 
emocional, cognitivo e físico (Quadro 1). Conheceremos seu 
modelo teórico completo na Unidade 3.
37© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Quadro 1 Processo de Busca de Informação.
Estágios Descrição Campo de experiência / Sentimentos
INICIAÇÃO
Usuário reconhece 
a necessidade de 
informação; pode 
discutir possíveis 
tópicos com outras 
pessoas.
Insegurança, apreensão.
SELEÇÃO
Usuário identifica um 
campo ou tema a ser 
investigado.
Otimismo, prontidão para 
buscar.
EXPLORAÇÃO
Usuário expande seu 
entendimento do tema, 
o que pode gerar mais 
dúvidas.
Confusão e dúvida.
FORMULAÇÃO
Ponto de mutação 
do processo, pois o 
usuário formula um 
foco pessoal e seus 
pensamentos ficam 
mais direcionados.
Pensamentos claros e 
direcionados, confiança.
COLETA
Usuário interage com o 
sistema e/ou serviços de 
informação para reunir 
as informações, é capaz 
de procurar informação 
relevante.
Confiança e interesse no 
projeto crescem.
APRESENTAÇÃO
Usuário completa 
a busca e resolve o 
problema.
Alívio, satisfação ou 
desapontamento, 
dependendo do resultado 
da busca.
Fonte: adaptado de Kuhlthau (1991). 
38 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
Choo (2003) apresenta outro modelo comportamental de 
busca, com foco nas ações, em oito atividades: iniciar, encadear, 
vasculhar, diferenciar, monitorar, extrair, verificar e finalizar. 
Nesse modelo, é interessante observar duas atividades 
comuns no processo de busca no ambiente digital: encadear e 
vasculhar. 
O encadeamento é um meio eficaz de ampliar a pesquisa, 
pois consiste em usar as referências indicadas pela fonte inicial 
ou relacionadas a ela. Quando localizada a fonte, o usuário tende 
a vasculhar (agrupar informações relacionadas pelo tema), 
explorando o conteúdo ou estrutura de um espaço de recursos. 
Essa atividade é muito rica, pois pode levar a novas descobertas, 
novas necessidades de informação, novos aprendizados etc. 
Conheceremos melhor esse modelo teórico na Unidade 3.
Devemos lembrar que os usuários podem obter informação 
de diversas fontes, não só formais (como as bibliotecas físicas 
e as bases de dados), mas também informais (por meio de 
conversas com professores, colegas e contatos em geral). Além 
disso, a maioria deles prefere fontes mais acessíveis, sempre 
mais recomendadas. Por isso, é muito importante promover uma 
ótima acessibilidade aos usuários. Caso contrário, as informações 
não serão encontradas, e não satisfaremos suas necessidades 
informacionais. 
As fontes de informação formais podem ser avaliadas de 
acordo com seis categorias de critérios, pelas quais os usuários 
as escolhem: facilidade de uso, redução de ruídos, qualidade, 
adaptabilidade, economia de tempo e economia de custo 
(TAYLOR, 1986 apud CHOO, 2003). 
39© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Os sistemas de informação atuais trabalham esses aspectos, 
sendo capaz de auxiliar o usuário a transformar sua necessidade 
e traduzir seu problema em expressão de busca. 
Os vocabulários controlados, por exemplo, ainda largamente 
usados pelas bibliotecas, normalizam, porém, limitam a busca do 
usuário, prendendo-se a termos predeterminados, mesmo que 
pós-coordenados. Por outro lado, mecanismos de busca como o 
Google permitem aos usuários descrever seu problema de forma 
desestruturada, e a questão quase sempre é respondida com 
sucesso. 
Finalizando nossos estudos sobre busca da informação, 
de acordo com Choo (2003), que trabalha com aspectos 
organizacionais da informação e analisou diversos estudos em 
sua obra, os ciclos de busca tendem a melhorar os resultados, já 
que eles podem ser revistos, as estratégias de busca, melhoradas, 
e resultados, refinados. 
Como foi sua primeira experiência de busca no catálogo da 
biblioteca? Você encontrou o que queria na primeira tentativa? 
Ou teve que refazer a busca? Nas vezes seguintes, você se sentiu 
mais familiarizado com o sistema e obteve melhores resultados? 
Aposto que sim. Da mesma forma ocorre com as bases de dados 
e outros diversos sistemas de busca. Quanto mais praticamos 
a busca, mais simples ela se torna, pois passamos a interagir 
melhor com o sistema, com mais segurança e autonomia.
Uso da informação
Conforme já estudamos, o usuário da informação é uma 
pessoa repleta de características. A busca e o uso da informação 
constituem um processo dinâmico que se estende no tempo e no 
40 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
espaço (CHOO, 2003). O contexto em que a informação é usada 
determina como e o quanto ela será útil ao usuário. Sendo assim, 
o uso da informação é um processo confuso e desordenado, 
sujeito aos caprichos da natureza humana.
As atitudes do indivíduo em relação à informação e à 
sua busca são resultados da educação, das preferências e das 
experiências, estando entre os elementos mais influenciadores 
no uso da informação. Taylor (1991 apud CHOO, 2003, p. 
109) propôs oito classes de uso da informação. Elas não são 
mutuamente excludentes, pois uma informação pode atender 
a mais de uma classe. Enumeramos essas classes a seguir, com 
uma síntese de suas características: 
1) Esclarecimento: informação utilizada para dar contexto 
ou significado a uma situação.
2) Compreensão do problema: informação usada 
de maneira mais específica para compreender 
determinado problema.
3) Instrumental: informação usada para saber o que e 
como fazer algo, por exemplo, instruções.
4) Factual: informação usada para determinar fatos de 
um fenômeno ou acontecimento.
5) Confirmativa: informação usada para verificar outras 
fontes.
6) Projetiva: informação usada para prever o que pode 
acontecer no futuro.
7) Motivacional: informação usada para iniciar ou manter 
o envolvimento de um indivíduo.
8) Pessoal ou política: informação usada para criar 
relacionamento ou melhoria no status, na reputação 
ou na satisfação pessoal. 
41© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
O resultado do uso da informação muda o estado do 
conhecimento do usuário, desejo que foi provocado pelo 
surgimento da necessidade da informação. O usuário pode então 
entender uma situação, responder a uma pergunta, resolver um 
problema, tomar uma decisão ou negociar uma posição (CHOO, 
2003). 
Encerramos este tópico com a Figura 2 a seguir, que 
representa o ciclo da informação nos processos que acabamos 
de conhecer. A informação parte da necessidade, que leva 
o usuário a realizar buscas e encontrar as informações. Em 
seguida, o usuário faz uso das informações encontradas que 
ele julgou relevantes, ou seja, que fizeram significado para ele, 
aumentando seu conhecimento. Esse aumento do conhecimento 
leva a novos questionamentos, ou seja, novas necessidades, e o 
ciclo recomeça. 
Fonte: Adaptado de Choo (2003).
Figura 2 Ciclo da informação.
Já conhecemos o contexto, as caraterísticas e 
comportamentos dos usuários nesses processos. No próximo 
tópico veremos como os usuários são definidos e divididos em 
diferentes tipos. 
42 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
As leituras indicadas no Tópico 3.2 vão contextualizar as 
questões conceituais apresentadas com mais profundidade e 
complexidade. Elas são importantes para entender melhor o 
conteúdo. Neste momento, você deve realizar essas leituras 
para aprofundar o tema abordado.
2.3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DEUSUÁRIOS
Até agora, na análise do ciclo da informação, vimos como 
as necessidades e preferências psicológicas e cognitivas do 
indivíduo afetam os padrões de necessidade, busca e uso da 
informação. Vamos, então, conhecer melhor esses usuários, 
para em seguida iniciarmos nossos estudos sobre o tema. 
Definição de usuário e suas características
Todas as pessoas que frequentam a unidade de informação 
e/ou usam seus serviços (ou que podem usá-los um dia) são 
usuários. Calma, você já irá entender isso melhor! 
A definição do conceito de usuário é complexa porque 
o usuário pode ser um especialista que busca em uma base 
de dados, pode ser o que solicita um serviço ou pesquisa 
bibliográfica, pode ser o produtor de informação, pode ser uma 
pessoa com pouca instrução etc. (DIAS; PIRES, 2004).
 O usuário pode ser considerado o cliente do serviço de 
informação; porém, como o termo “cliente” remete à área de 
marketing, usa-se o termo usuário da informação. 
43© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Já o termo “comunidade” representa o público comum (ou 
conjunto de usuários) que frequenta a unidade de informação. 
Por exemplo, em uma biblioteca universitária, a comunidade é 
composta por corpo discente, corpo docente e todos os demais 
funcionários. 
Os usuários podem ser reais, ou seja, os que efetivamente 
utilizam os espaços e serviços da unidade de informação, ou 
potenciais. Os usuários potenciais são os que podem utilizar 
os serviços, encaixam-se no perfil de usuários de determinada 
unidade de informação, mas ainda não os utilizam. Sendo 
assim, além de levar em conta as necessidades e preferências 
dos usuários reais, também é muito importante obter dados 
dos usuários potenciais, para que possamos transformá-los em 
usuários reais. 
Quais são os tipos de usuários?
Os usuários são classificados de acordo com diferentes 
critérios, que podem ser de dois tipos: critérios objetivos e 
psicossomáticos. Existem diversos tipos de classificação, que 
podem ser encontrados nas indicações de leitura. Para nosso 
estudo, conheceremos uma bastante completa, com diversas 
subdivisões, no quadro a seguir: 
Quadro 2 Critérios de Classificação dos Tipos de Usuários.
CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO
Pelo uso que fazem 
da unidade de 
informação
usuários potencias
usuários reais
usuários presenciais
usuários não presenciais
não usuários
44 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO
Pelo tipo de 
informação que 
requerem
usuários de informação geral
usuários de informação especializada
Pela idade
usuários infantis
pré-leitores
leitores
usuários juvenis
usuários adultos (entre eles os da terceira idade)
Pelo tipo de 
unidade prestadora 
de serviço de 
informação
usuários de 
bibliotecas
pelo acesso: bibliotecas públicas, 
privadas
por grau de especialização e serviços: 
gerais, especializadas
por finalidade: apoio a centros 
docentes, apoio a entidades do 
ensino superior
usuários de 
arquivos
usuários internos
usuários 
externos
pesquisadores
cidadãos sem 
formação científica
estudantes (com 
distintos níveis e 
interesses)
usuários de 
centros de 
documentação
por acesso: centros públicos, 
privados
pela relação com o centro: internos e 
externos
usuários 
de centros 
informatizados
presenciais 
que sabem 
pouco ou 
nada
experientes e 
autossuficientes
virtuais
45© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
CRITÉRIO TIPO DE USUÁRIO
Pela competência 
em informação, 
habilidades e 
conhecimentos 
para manejar a 
documentação
usuários com maior ou menor grau de competência
usuários com menor ou maior grau de dependência do 
profissional da informação
Pela condicionante 
que determina 
a capacidade 
para acessar a 
informação
econômico-social: grupos de população desfavorecida
cultura: língua
ocupação: trabalhadores (dentro e fora de casa), 
estudantes, aposentados
nível de formação: sem estudos, com estudos (nível 
elementar, médio, superior)
necessidade especial (alguma incapacidade)
geográfico (residentes perto ou longe da unidade 
prestadora de serviço de informação)
Fonte: Amaral (2014 apud Cunha; Amaral; Dantas, 2015, p. 17).
Podemos notar que há divisões e subdivisões nos tipos 
de usuários, de acordo com os critérios em que podem ser 
classificados, como: pelo uso que fazem da unidade de informação, 
pelo tipo de informação que necessitam, pela idade, pelo tipo 
de unidade de informação, pela competência em informação e 
pelo condicionante que determina a capacidade para acessar a 
informação. Dentro desses critérios são categorizados os tipos, 
que ainda podem subdividir-se, por exemplo, no critério de uso: 
usuários potenciais, usuários reais (subdivido em presenciais e 
não-presenciais) e não usuários.
Estude as bibliografias básica e complementar, e as leituras 
indicadas no Conteúdo Digital Integrador para aumentar seu 
conhecimento sobre os tipos de usuários, pois essa compreensão 
46 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
é necessária para os estudos de usuários, assunto da nossa 
próxima unidade. 
3.1. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Neste tópico, você conheceu algumas características 
da sociedade atual, principalmente, as relacionadas aos 
usuários da informação. Os textos a seguir trarão informações 
importantes para nossa disciplina, para seus conhecimentos 
gerais sobre a sociedade da informação e sobre o campo 
científico, para sua evolução como profissional da informação 
e para sua formação cidadã.
47© ESTUDOS DE USUÁRIOS 
UNIDADE 1 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
• BRITO, R. G.; VALLS, V. R. M. O papel das bibliotecas
no contexto das tecnologias digitais e novas formas de
aprendizagem. Revista Brasileira de Biblioteconomia
e Documentação, v. 13, 2017. Disponível em: <http://
www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/22621>. Acesso em: 26
nov. 2017.
• MEDEIROS NETO, B. Os telefones celulares e a
aprendizagem colaborativa na sociedade de serviços: o
desdobramento da sociedade da informação em rede.
Revista P2P e Inovação, v. 3, n. 2, 2017. Disponível em:
<http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/22908>. Acesso
em: 26 nov. 2017.
3.2. NECESSIDADES, BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO
Este tópico é repleto de conceitos fundamentais para a 
área. Sendo o uso da informação um dos temas mais pertinentes 
dos nossos estudos, as leituras complementares são muito 
importantes. Esse conteúdo também ajudará a compreender as 
demais disciplinas e no seu desenvolvimento profissional. 
• CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O Conceito de informação.
Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 1,
p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: <http://
portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/
view/54/47>. Acesso em: 26 nov. 2017.
• SILVA, J. L. C. Necessidades de informação e satisfação do 
usuário: algumas considerações no âmbito dos usuários
da informação. InCID: Revista de Ciência da Informação
e Documentação, v. 3, n. 2, p. 102-123, jul./dez. 2012.
48 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/incid/
article/view/48656/52727>. Acesso em: 26 nov. 2017.
• SILVA, A. M. Ciência da Informação e comportamento
informacional. Enquadramento epistemológico do
estudo das necessidades de busca, seleção e uso. Prisma.
com: Revista de Ciências e Tecnologias de Informação
e Comunicação, n. 21, 2013. Disponível em: <http://
pentaho.letras.up.pt/ojs/index.php/prismacom/
article/view/1945/1785>. Acesso em: 26 nov. 2017.
3.3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Existem diversas divisões e subdivisões das características 
e dos tipos de usuários, que variam de acordo com diferentes 
autores e estudos. É muito importante que você conheça mais 
alguns deles por meio das leituras a seguir.
• ARAÚJO, V. M. R. H. Usuários: uma visão do problema.
Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 3, n. 2,
p. 175-192, 1974. Disponível em: <http://www.brapci.
ufpr.br/brapci/v/a/2637>. Acesso em: 26 nov. 2017.
• FERREIRA, S. M. S. P. Novos paradigmas da informação e
novas percepções do usuário. Ciência da Informação, v.
25, n.2, ago. 1996. Disponível em: <http://revista.ibict.
br/ciinf/article/view/660/664>. Acesso em: 26 nov.
2017.
• RABELLO, R. Leituras sobre usuário e uso de informação
na Ciência da Informação. Perspectivas em Ciência
da Informação, v. 18, n. 4, p. 152-184, out./dez.
2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/
v18n4/11.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017.
49 © ESTUDOS DE USUÁRIOS 
Sites pesquisados
BARRETO, A. A. A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, n. 16., v. 3, p. 
67-74, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v16n3/13563.pdf>. Acesso 
em: 26 nov. 2017.
CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O Conceito de informação. Perspectivas em Ciência 
da Informação, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: <http://
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KUHLTHAU, C. C. Inside the search process: information seeking from the user’s 
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RIECKEN, R. F. Frame de temas potenciais de pesquisa em Ciência da Informação. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Senac São Paulo, 2003.
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SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 
2008.
VIEIRA, R. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 
2014.
Portfólio 
ATIVIDADE
A informação é um conjunto organizado de dados, que constitui uma mensagem sobre um 
determinado fenômeno ou evento. A informação permite resolver problemas e tomar 
decisões, tendo em conta que o seu uso racional é a base do conhecimento.
Baseando-se no que estudou nesta aula, faça uma reflexão sobre os diferentes conceitos de 
informação.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
Pesquisa 
AUTOESTUDO
ARTIGO
A CONDIÇÃO DA INFORMAÇÃO
Resumo: O artigo aborda a instituição da ciência da informação: sua criação como área de 
conhecimento em 1948 e seu desenvolvimento com orientação teórica e prática para o 
fenômeno da relação da informação com o conhecimento.
ACESSE ARTIGO 01 - 687 - AULA 02

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