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Das pessoas jurídicas Éttore de Lima Rio Claro/SP A pessoa jurídica A pessoa jurídica Quando estudamos as disposições gerais da nossa disciplina, compreendemos que a sociabilidade é uma característica humana e, aplicada à pessoa jurídica, explica a necessidade da união dos indivíduos para finalidades comuns. A organização de pessoas e bens, reconhecida pelo direito, atribui personalidade ao grupo, que passa a ser titular de direitos e obrigações, com personalidade própria e, consequentemente, diversa da de seus componentes A pessoa jurídica O Código Civil de 2002 prevê, em seu Título 2, que a pessoa jurídica pode ser de Direito Público, Interno ou Externo, e de Direito Privado. As disposições legais sobre o tema podem ser encontradas nos artigos 40 ao 69 do CC. A pessoa jurídica A pessoa jurídica Portanto, a principal característica das pessoas jurídicas é a de que atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem. A nota distintiva repousa, pois, na distinção entre o seu patrimônio e o de seus instituidores, não se confundindo a condição jurídica autonomamente conferida àquela entidade com a de seus criadores. Em vista disso, não podem, em regra, ser penhorados bens dos sócios por dívida da sociedade. Teorias da pessoa jurídica Teorias da pessoa jurídica Ainda persistem as teorias que negam a existência das pessoas jurídicas em não aceitarem que um grupo de pessoas possa ter personalidade própria. A essa teoria damos o nome de negativista. Agora, as teorias afirmativistas procuram explicar o fato pelo qual um grupo de indivíduos passa a compor um corpo próprio, reconhecido pelo Estado através de seus atos constitutivos. Como podemos extrair da figura disposta, temos dois tipos de teorias afirmativistas, a teoria da ficção e a da realidade. As teorias da ficção são divididas em teoria da ficção legal e teoria da ficção doutrinária, sendo que a primeira considera a pessoa jurídica uma criação artificial da lei para o exercício de direitos patrimoniais, ou seja, uma abstração, e a segunda a considera em sua existência como um ente intelectual. Mas você precisa saber que as teorias da ficção não são mais aceitas na atualidade, pois o próprio Estado é uma pessoa jurídica e não podemos considerá-lo como mera abstração. Seria como compreender que o Direito, que dele decorre, também o fosse. Teorias da pessoa jurídica Em contraponto às teorias da ficção, surgiu a teoria da realidade, que enaltece a pessoa jurídica como sendo uma realidade viva, com existência própria, para além da dos indivíduos que a compõem. A teoria da realidade objetiva assinala que a pessoa jurídica é uma realidade sociológica, pois nasce da preponderância das forças sociais que dão vida à organização, distinta das pessoas que dela fazem parte. A teoria da realidade técnica/jurídica também enfatiza a feição sociológica, mas não parte da análise da vontade humana e sim das relações sociais que as personificam pelo serviço ou ofício que oferecem. Entende que a personificação da pessoa jurídica é recurso de ordem técnica. A personalidade, aqui, é um atributo reconhecido pelo Estado porque observa as regras por ele determinadas para sua existência. Teorias da pessoa jurídica Constituição da Pessoa Jurídica Constituição da Pessoa Jurídica O requisito da vontade humana de criar um ente distinto dos seus membros concretiza-se no ato de sua constituição, que deve guardar a forma escrita. No que concerne à observância da legalidade, considera-se o ato constitutivo um requisito formal exigido por lei. Podemos chamar esse ato constitutivo de estatuto quando temos as associações sem fins lucrativos; de contrato social quando temos as sociedades simples ou empresárias; e de escritura pública no caso das fundações. E, claro, o ato constitutivo deve ser levado a registro para que se inicie a existência legal da pessoa jurídica de Direito Privado. Para a constituição de uma pessoa jurídica, a licitude do seu objetivo, que deve ser determinada e possível, é primordial. Constituição da Pessoa Jurídica Nas sociedades em geral, o objetivo é o lucro pelo exercício da atividade. Nas fundações, os fins podem ser religiosos, morais, culturais ou de assistência e se prestar a outras finalidades, desde que afastado o intuito lucrativo. Nas associações de fins não econômicos, os objetivos podem ser de natureza cultural, educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa, moral etc. Constituição da Pessoa Jurídica O ato constitutivo da empresa é o que indica o começo de uma existência legal através de contrato social ou estatuto conforme o tipo de pessoa jurídica que se pretende criar e da observância dos requisitos de validade dos negócios jurídicos dispostos no artigo 104 do Código Civil de 2002. No que tange ao registro do ato constitutivo, assim dispõe o Código Civil de 2002, em seu artigo 45: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Constituição da Pessoa Jurídica O registro do contrato social de uma sociedade empresária deve ser realizado em uma Junta Comercial, e o das demais pessoas jurídicas de direto privado, no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. O registro de cada sociedade em seu órgão competente tem natureza constitutiva e serve de prova da obtenção de suas: personalidade e capacidade jurídica. Nos casos de dissolução ou cassação de funcionamento da pessoa jurídica, o cancelamento do registro só será realizado após o encerramento da liquidação, conforme artigo 51 do Código Civil de 2002. Constituição da Pessoa Jurídica Mas você deve se perguntar: como fica a situação das sociedades sem ato constitutivo? Considera-se irregular a pessoa jurídica que apenas se associa de fato, portanto, não tem personalidade jurídica. O Código Civil de 2002 conceitua essa sociedade como sociedade não personificada. Constituição da Pessoa Jurídica E a responsabilidade pelas obrigações adquiridas através das sociedades não personificadas, como se emprega? Os sócios respondem por seus atos de forma ilimitada e o patrimônio constituído para o exercício da sociedade responde pelas obrigações contraídas, de forma inicial. Afinal, via de regra, os sócios não respondem com seus bens pessoais (mas isso pode acontecer subsidiariamente). Exercício Paulo Pop e Carla Coralina têm uma sociedade não personificada e contraem em nome desta uma obrigação que não conseguem adimplir. Quando buscados processualmente pelo seu credor, alegaram a não existência da sociedade a fim de fugir das responsabilidades. Legalmente, quais os direitos do credor, uma vez que a sociedade se enquadra em não personificada? Exercício Como os sócios da Sociedade não personificada respondem por seus atos de forma ilimitada e o patrimônio da sociedade, em primeiro lugar, responde pelas obrigações contraídas, o credor tem direito a requerer o obrigação das pessoas físicas Paulo Pop e Carla Coralina.
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