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Manual do Botânico-Fitoterapeuta - Evolução de plantas - Identificação de plantas - História de plantas na Medicina - Cultivo experimental - Preparações de Receitas - 10 Plantas Medicinais Guiadeplantasmedicinais.com - Estudos da Flora facebook.com/eversonsa Este livro não é vinculado a nenhuma instituição pública. Todas as informações contidas no livro são de responsabilidade do autor, ideias concebidas através de leitura de livros e artigos científicos, de estudos da universidade e aplicadas na prática. É uma produção autônoma, independente e de caráter informativo. Porém todo o material consultado foi referenciado, desde livros comprados ou consultados na universidade ou informações idôneas encontradas em revistas científicas, e se há alguma falha, até mesmo erros gramaticais, será corrigida nas versões posteriores.Para uma fitoterapia mais precisa, consul- te o “Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira” atualizado da ANVISA. Pergunte ao médico se ele concorda com o uso de alguma planta no tratamento pois plantas medicinais não substituem o tratamento com remédios alopáticos. Qualquer dúvida ou sugestão para o livro mandar e-mail para contato@guiadeplantasmedicinais.com vegetall.com.br Este livro foi produzido pelo autor do site www.vegetall.com.br depois do mesmo ter estudado várias disciplinas sobre plantas na universidade em que frequenta. Destina-se a pessoas que desejam saber como as plantas se desen- volveram na evolução da vida na terra, desejam saber como identificar espé- cies de plantas do Brasil, como começou o uso em busca de cura para doen- ças pela medicina antiga, como ocorreu um cultivo experimental e como usá-las para cuidar da saúde. A abordagem do tema é feita de modo bem claro e sucinto, usando ilustrações para facilitar o entendimento. Ao término da leitura o leitor estará com uma bagagem grande sobre botânica aplicada ao uso de plantas medicinais. Ass. Everson Azevedo © Editor: Everson Azevedo Planejamento: Everson Azevedo Desenhos à mão livre: Everson Azevedo Ilustrações: Everson Azevedo (exceto Índia e Caricatura) Projeto Gráfico: Everson Azevedo Fotografia: Everson azevedo Diagramação: Everson azevedo Manual do Botânico-Fitoterapeuta 1ª Edição Novembro - 2017 Índice Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas..........................4 Capítulo 2: História do uso de Plantas medicinais..............22 Capítulo 5: Cultivo Experimental...........................................50 Capítulo 6: Usos de Plantas Medicinais - Receitas..............73 Capítulo 7: 10 Plantas Medicinais..........................................89 Capítulo 3: Morfologia Vegetal e identificação botânica....32 Capítulo 4: Famílias de Plantas Medicinais no Brasil.........42 Capítulo 1 Origem e Evolução das Plantas As plantas tiveram origem muito cedo na evolução. Na biologia, os cientistas contam a idade da terra como tendo 4,5 bilhões de anos. O primeiro fóssil que prova a existência de vida na terra é de estromatólitos, que datam de 3,5 bilhões de anos e que são (pois ainda existem na Austrália) amontoados de cianobacté- rias (bactérias azuis-esverdeadas) que viviam no ambiente marinho já fazendo fotossíntese como as plantas fazem hoje (Figura 1.1). Ao longo da evolução aconteceu o desenvolvimento das células de bactérias de várias espécies, surgindo organismos com várias formas e funções. A partir daí passaram a se fundir umas com as outras uma suprindo a necessidade da outra no metabolismo, vivendo em simbiose, terminando por formar uma célula maior (as células eucarióticas) (Figura 1.2). Agora já temos dois tipos de células, as de bactérias que (são procarióticas), e as eucarióticas (algas, animais, etc.), a primeira mais simples e sem membrana que reveste o núcleo, e a segunda com- plexa morfologicamente e com revestimento nuclear (seja de um fungo unicelu- lar como levedura, algas, protozoários ou as que se juntaram e formaram animais) (Ver Figura 1.2). É importante lembrar que não existe espécies mais desenvolvidas que outras, o que existem são espécies que se diferenciaram e que adquiriram funções e formas diferentes, mas ambas estão no mesmo tempo (a não ser que tenham sido extintas). As bactérias tem um metabolismo bioquí- mico robusto, apesar de serem mais simples morfologicamente, por exemplo. (Dois tipos de células na Figura 1.3) Figura 1.1: Aparência de um estromatólito na beira do mar. Figura 1.2: Lembre-se que a vida deixa rastros, todos esses tipos de organismos existem ainda hoje. Evolução da vida (Inspirado em Margulis et. al). Figura 1.3: Acima (a) Estrutura de uma célula procariótica (bactérias) e uma célula eucariótica (b) a nossa, por exemplo, hoje em dia. Note que o nome “célula” significa “cela pequena”, ou seja, um compartimento fechado pequeno. 2ª etapa: Aparece, com evolução de cianobacté- rias, bactérias de várias formas e com várias funções. 1ª etapa: Cianobactérias fazendo fotossíntese nos estromatólitos a) Procarioto (bactéria) b) Eucarioto (Fungos e animais) 3ª etapa: Fusão de várias bactérias formando um organismo diferente que se molda e vira um protozoário... 5ª etapa: O aparecimento das mitocôndrias foi crucial para manter o ciclo da vida, que é o uso do oxigênio na respiração (que nós fazemos captando Oxigênio da atmosfera que vem de plantas e algas - ver Figura 1.8). Assim se fundiu com uma cianobactéria e surgiu as algas e plantas verdes. 6ª etapa: Depois se deu o desenvolvimento por meio de junção de células e diferenciação no mesmo organismo (pluricelularidade e multice- lularidade) formando as plantas (5º quadro), fungos e animais. + = 4ª etapa:...onde esse organismo ainda tinha capacidade de se fundir com as bactérias que já existiam, agora se fusionou com outra que tem a função de gerar energia (dando origem à mitocôndria dentro da célula)... Protozoário Protozoário Móvel gelatinosa Parede celular Citoplasma Membrana plasmática Flagelo Núcleo espalhado Ribossomo Cápsulaenergizada (capta O2)faz fotossíntese Cianobactéria Fungos Animais Algas e Plantas Protozoário ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS Citoplasma Membrana plasmática Núcleo organizado (envolto por membrana) Ribossomo Mitocôdria Retículo endoplasmático Golgi 5 Capítulo1: Origem e Evolução das plantas Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo Células eucarióticas, diferentes das bactérias morfologicamente e com mais funções, há 1,2 bilhões de anos, começaram a se juntar e formar os organismos multicelulares (com muitas células) como fungos e algas na água. Esse foi um ambiente favorável também para o aparecimen- to e evolução dos peixes do mar para a terra, e transformação em animais tetrápodes (de 4 mem- bros). Com o nível de oxigênio aumentando na atmosfera por causa das cianobactérias que faziam fotossíntese (Figura 1.4), os animais saíam da água começando por sapos, onde uma população deles, já na terra se separavam e por seleção natural (ver Figura 1.12) se transformavam até répteis e mamíferos. Assim também algas mais desenvolvidas já começaram a sair da água para ambientes lodosos, pela terra (Figura 1.5). Das algas que viviam na água e já em terrenos pantanosos surgiu uma espécie de Chara sp. (Figura 1.6) com uma morfologia parecida a uma planta que passou a adquirir características favoráveis a habitar em ambientes terrestres. Assim aconteceu a evolução das plantas (Figura 1.7) Figura 1.7: Sabemos que existem as algas unicelulares e as algas multicelulares. Organismos unicelulares eucariotos que não fazem fotossíntese sabemos que podem ser ou protozoá- rios ou fungos. Os unicelulares eucariotos que fazem fotossín- tese são algas, porém elas também podem ser multicelulares, elas foram evoluindo até chegar em planta. Assim as algas são indivíduos unicelulares, filamentosos ou multicelulares. As macroalgas (Sargassum, por exemplo) não tem tecido especia- lizado diferenciado como xilema e floema como nas plantas,mas tem junção de células chamado de parênquima. Algas procarióticas unicelula- res (cianobactérias) livres Ex. Arthrospira (Spirulina) Algas procarióticas unicelulares (cianobactérias) em colônia Ex. Microcystis Algas eucarióticas multicelulares filamentosas (grudada em bainha mucilaginosa) Ex. Microspora Figura 1.5: Ambientes lodosos onde as plantas primitivas, ou algas mais desenvolvidas viviam. Ao logno do tempo foram se afastando cada vez mais das margens. Figura 1.6: Chara sp., um tipo de alga que já começava a se assemelhar com as plantas, ao longo do tempo, com ramos arbóreos. Sabemos que existem 3 grupos gerais de macroal- gas (algas pluricelulares). As Phaeophyta que são as algas pardas e estão mais perto dos animais na evolução; as Rhodophyta, que são as algas vermelhas que apesar de terem clorofila, são vermelhas pois os pigmentos vermelhos sobre- põem os verdes e as Clorophyta, que estão mais perto do reino Plantae e que tem riqueza de clorofila. Algas eucarióticas unicelulares Ex. Chlorella Macroalgas (Ex. Chara spp., Ulva spp.) Plantas (Ex. Ginkgo biloba) Figura 1.4: No surgimento da vida, as cianobactérias fazendo fotossíntese aumentaram o O2 na atmosfera. Esse nível aumentou mais ainda com o surgimento das algas e com o acúmulo de O2 mais ao alto, houve reação e criação da camada de Ozônio (O3). Assim ficou possível os organismos saírem da água com o bloqueio dos raios ultra-violeta. Nível de Oxigênio Tempo 6 Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo Capítulo1: Origem e Evolução das plantas Antes de prosseguirmos, é necessário entendermos mais alguma coisa sobre a vida até aqui formada. Há os seres autotróficos (que produzem sua energia) e os heterotróficos (que roubam energia de outros seres para sobreviver) (Figura 1.8). As plantas são autotróficas e nós os seres humanos somos heterotróficos. No caso, as cianobacté- rias, as algas eucarióticas e as plantas são autotróficas (fazem fotos- síntese, que basicamente é o uso de energia luminosa do sol para quebrar uma molécula de água (H2O), quebrar dióxido de carbono da atmosfera (CO2), e liberar O2 produzindo Glicose com o CH2O que sobrou). Do outro lado os fungos heterotróficos (decompositores que degradam matéria orgânica). Para entendermos mais um pouco de evolução, recorreremos à teoria que Darwin criou segundo seus estudos na viagem de 5 anos que fez ao longo do mundo passando pelo arquipélago de Galápa- gos (Equador), depois escrevendo um livro chamado “A origem das espécies”. Ele mostra que ocorre a seleção natural onde, por exemplo, em uma “ninhada” os indivíduos com características do pai e da mãe, nasciam eventualmente alguns diferentes (pois mutações ocorrem ao acaso). Mas ao longo da vida sobrevive e se reproduz somente os mais aptos às condições ambientais, o restante morrem com mais facilidade, seja por predação ou por não conseguirem comida. Por outro lado, em outra ilha com sementes pequenas e insetos, os pássaros com bicos pequenos eram mais frequentes pois disso se alimentavam e iam mudando com o tempo. Como é uma teoria, podemos aplicar em qualquer área da biologia como em espécies de plantas que são distribuídas pelo Havaí (Figura 1.10), que uma espécie se adaptou para sobreviver em ambientes secos e ensolara- dos e outras espécies diferentes em ambientes úmidos e na sombra, porém as duas descendem do mesmo ancestral. (Figura 1.11) No caso, um exemplo tomado é o dos tentilhões (Figura 1.9) que são espécies de pássaros pratica- mente iguais, somente o bico mudava de tamanho, em cada espécie, de acordo com a ilha que habitavam. Darwin viu que essa mudança era devida ao ambiente que tinha, por exemplo, sementes maiores e menores, dependendo da ilha, pelas quais os pássaros se alimentavam. Em cada geração, numa ilha que tinha sementes grandes, os pássaros com bico maiores que o de seus irmãos sobrevi- veriam e se alimentavam bem, e se reproduziam fazendo com que seus filhos tivessem também essa característica, pois facilitaria de se alimentar. O2 O2 CO2CO2 CO2 O2 Figura 1.9: Tentilhões de Darwin. a) G. parvula ocorre mais em locais com insetos e sementes pequenas. b) G. magnirostris ocorre mais em locais com sementes grandes. Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 7 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Figura 1.8: Quando expiramos, liberamos CO2 que as plantas absorvem para produzir glicose liberando O2 que inspiramos Exemplos de evolução (de animais e plantas) por Seleção Natural Tentilhão bico pequeno Sem ente s pequ enas Sem ente s gran des Geospiza parvulaNão ocorre Ocor re Ocorria mais em locais com abundância de insetos Galápagos (Ilhas) Tentilhão bico grande Sem ente s pequ enas Sem ente s gran des Geospiza magnirostris Não oco rre Ocorre Ocorria mais em locais com abundância de sementes. Galápagos (Ilhas) a) b) Figura 1.10: Havaí é um conjunto de ilhas de propriedade dos Estados Unidos, situada à esquerda no mapa deste país, mas bem perto do mesmo. Após estudos, eles descobriram que uma espécie de planta colonizou o Havaí a muito tempo atrás e se distribuiu por diversos habitats, de secos a úmidos, com ou sem sol. Após milhares de anos, por seleção natural, as plantas foram mudando de acordo com o habitat Figura 1.11:. Um outro exemplo é sobre essas espécies da Família Verbenaceae, onde todas tem o componentes Citral que dá o cheiro de limão a elas. A primeira (Gervão) é originária da Europa e é bastante cítrica, a segunda é conhecida como Limonete, com gosto forte de limão, a Erva-cidreira posteriormente, gosto cítrico mas bem suave e quando chega em Alecrim-pimenta, como o nome diz, é uma erva mais apimentanda, sendo até usada como antisséptica (mata ou inibe bactérias em mucosas) porque produz componentes mais fortes, e no fim a Erva-chum- binho, como o nome sugere é a mais forte de todas, produz vários compostos que podem até matar gado agindo como hepatotóxico. Dá pra notar que as plantas foram evoluindo da mais fraca para a mais forte por seleção natural quando uma população da espécie acima se separa e passa a colonizar ambientes com clima, predadores e outros fatores ambientais diferentes. Assim nessa nova população vai sobreviver no ambiente somente aquelas que produzem compostos que sejam vantajosos para sua vida, como compostos tóxicos para que o animal pare de comê-las, por exemplo. Assim as plantas foram mudando a medida que colonizava outras áreas diferentes, mas a espécie da qual a população nova se originou continua lá e a outra passa por seleção natural e vira outra espécie. Em locais secos e com sol direto, as plantas que sobravam e se reproduziam eram as que tinham folhas pequenas, finas na parte de baixo... ...ou desenvolvendo tricomas (pelos) prateados na superfície da folha. Essas características serviriam para refletir a radiação solar ou amenizar a perda de água. Em locais com sombra e úmido, as plantas que sobravam e mais se reproduziam eram as que tinham folhas grandes... ...ou não possuíam tricomas (pelos) na superfície. Assim, facilitava ou otimizava a fotossíntese, pois o sol é pouco, precisa de uma área maior. Como ficavam as folhas das plantas em SOL DIRETO E LOCAIS SECOS? Como ficavam as plantas de SOMBRA E LOCAL ÚMIDO? Kauai Lihue Honolulu Molokai Lanai Maui Hana Hawi Honokaa Kailua Hawaii Havaí Waimea Hilo Pahoa Oahu Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 8 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Verbena officinalis (Gervão) Aloysia tryphila (Limonete-cidrão) Plantas com mais citral (que dá cheiro e gosto de limão) Plantas com mais alcaloides, terpenoides e c o m p o s t o s f e n ó l i c o s (tóxicos) Lippia alba (Erva-cidreira) Lippia sidoides (Alecrim-pimenta) Lantana camara (Erva-chumbinho) Baseado em: Peter Raven et al. A evolução das plantas do Havaí e as da família Verbenaceae (acima), assim como a Camuflagem e Mimetismo (Figura 1.12) é um mecanismo que podemos entender bem chamadoSeleção Natural. Quando um organismo (seja bactérias, fungos, algas, plantas e animais) deixa seus descendentes, eventualmente alguns nascem diferentes dos demais, com outras características que podem ser ou não vantajosas para viver em seu ambiente. Com o crescimento da população, esses que tiveram características vantajosas para viver em seu ambiente, se alimentam melhor (no caso de plantas, tem mais acesso a sol, nutrientes do solo, etc.), vivem mais e consequentemente se reproduzem mais deixando mais descendentes parecidos com eles, enquanto os que tem caraterísticas menos vantajo- sas deixam menos descendentes. Figura 1.12: Mariposas são borboletas da noite. Vamos supor que exista uma popula- ção de mariposa com uma textura marrom- -acinzentada (1) e que elas sejam natural- mente predadas por animais no ambiente onde vive, devido a sua cor que dá pra os predadores verem em meio às folhas. Sabe-se que na biologia, toda essa mudan- ça de características é ao acaso, aleatória como se fosse um sorteio. Nesta nossa população de mariposas acinzentadas de exemplo (1), a população está sempre em equilíbrio, homogênea. Mas ocorre, na reprodução, uma mutação genética que faz nascer algumas (2) de outras cores e com formatos diferentes. No ambiente, elas têm o hábito de pousar em cima de folhas ou troncos de árvores de modo que essas diferentes da ninhada fiquem imperceptí- veis aos predadores (agora elas estão mais parecidas com folhas). Os animais predarão somente as mais escuras que são mais diferentes das folhas porque não vêem as mariposas claras. Assim, ao longo de milhares de anos só sobrarão as que tem características favoráveis à sua camuflagem e a população da espécie mudará de cor formando uma nova espécie (2, 3, e 4) ao longo do tempo. Acontecendo isso mais vezes em milhares de anos, a espécie mudará tanto que ficará diferente da primeira que deu origem (compare o quadro 1 com o 8). Isso explica por quê o Bicho-pau é tão parecido com galhos de árvores, ou seja, o porquê que determina- das espécies tem uma fisionomia parecida com o ambiente onde vive. Mas isso pode ocorrer não somente com textura, mas como forma, hábitos, etc. e em vários tipos de seres vivos, de bactérias a plantas e animais. Mas note que se não houver pressão, ela permanecerá do jeito que está (os crocodilos, por exemplo, tem uma forma parecida desde a época dos dinossauros há mais ou menos 200 milhões de anos em seu habitat meio áquático meio terrestre). Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 9 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Gerações 1 2 3 4 5 6 7 8 Te m po Tipo de mariposa que ocorre na geração Um exemplo bem mais simples de se entender é sobre as bactérias e os antibióticos. O antibiótico é uma toxina que um fungo produz (Penicillium sp.) para, no meio ambiente, competir com bactérias (matando-as) e conseguir digerir substrato (planta, alimento, etc.) no lugar delas. Os homens usam as micotoxinas extraída dos fungos para matar as bactérias do seu próprio corpo, prevenindo ou remediando doenças (Penicilina do Penicillium sp., por exemplo). Os estudos feitos indicam que, quando milhares de bactérias são mortas pelo antibiótico, sobram algumas porque estas que sobraram são diferentes daquelas que foram mortas. Quando a população de bactérias voltar a crescer e se proliferar (Figura 1.13) a partir daquelas diferentes, elas terão essa característica de não serem mais mortas pelo antibiótico, este passando a ser ineficaz (Figura 1.14). Por isso a proibição do governo sobre só ser vendido antibiótico com receita do médico, pois as pessoas estavam cometendo esse erro, comprando, começando a usar e abandonando o tratamento, assim quando as bactérias voltavam a crescer no corpo da pessoa doente, e passava para a população, elas estavam resistentes ao remédio. Figura 1.13: A reprodução das bactérias se dá por fissão quando replicam seu material genético, e se dividem em duas que crescem e reiniciam o ciclo. Figura 1.14: Ao aplicar antibiótico em uma colônia de bactérias, várias morrem, mas algumas mais resistentes sobram. Quando a colônia cresce novamente a partir destas, ao aplicar o antibiótico ela será resistente e não morrerá. Antibiótico Bactéria com o seu material genético (informa- ções para a produção de enzimas necessárias ao seu metabolismo) Replicação do material genético (DNA) Se preparando para se dividir (citocinese) Se preparando para se dividir (citocinese) Duas bactérias com o mesmo material genético Reinicia o ciclo em cada uma Bactérias Aplicação de antibióticos em bactérias Morte da colônia e sobra de algumas com mutações resistentes Reaplicação de antibiótico na colônia resistente Não morrem Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 10 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Agora que você já sabe como funciona a seleção natural, podemos aplicar isso à evolução das plantas. As algas passaram a habitar os ambientes costeiros do mundo no lodo que se formava nas margens e crescer nesses lugares (como descrito na página 2) seja de água doce ou salgada. Os animais também, pois o nível de oxigênio aumentava gradativamente com as cianobactérias trabalhando fazendo fotossíntese. Das algas surgiram então as Briófitas (Figura 1.15) que são plantas que habitavam esses ambientes, as quais existem até hoje como aquelas plantinhas que nascem em rochas perto de rio, que deixam um lodo escorregadio porque estão úmidas. Elas não podiam crescer muito, pois as que nasciam maiories (de acordo com a seleção natural) morreriam pois a água não circulava direito pelo tecido, assim sobrava as menores na população, que tinham um sistema de difusão de água simples entre as células. O sistema de difusão era simples, não existia um sistema complexo de subida e descida de água (xilema no meio e floema ao redor, na parte interna do caule) como nas plantas atuais, mas a pressão de turgor da água era o que mantinha as plantas primitivas sustentadas. Só depois, por eventualmente algumas nascerem diferentes, e com seleção natural dos mais aptos houve o desenvolvimento do tecido para conduzir melhor a água, e foi assim que apareceu outros tipos de plantas como as Cooksonia (Figura 1.16) do grupo das Plantas Vasculares depois das briófitas , estas agora com tecido vascular interno. Toda essa história é verídica pois está documentada em fósseis como esse da Figura 1.16 com 425 milhões de anos (eles sabem a idade pela contagem do tempo das rochas pela radiação). Essas plantas passaram a se afastar mais da água e a crescer mais, pois a água podia chegar a lugares mais distantes da planta grande mas note que ainda não tem folhas, a fotossíntese ainda ocorria pelo caule. Esse tecido é o que existe nas plantas hoje em dia o xilema e floema. Xilema é onde sobe água e sais minerais e o floema é onde é distribuída a seiva (substância feitas pela fotossíntese para alimentar o resto da planta, por exemplo) para outras partes da planta. Em suma, as plantas desenvolveram seu sistema circulatório. Figura 1.15: As briófitas não tinham um sistema de sustentação complexo, mas a água era bem distribuída pelas células da planta de modo que a pressão de turgor as manteriam sustentadas. Figura 1.16: Surgiram as plantas vasculares (Cooksonia), em ambientes mais longe da costa onde a água era mais escassa (a). Assim, das populações de briófitas que nasciam com um sistema vascular mais desenvolvido (b) que favorecia a vida no novo lugar, eram selecionadas aquelas que apresentavam essa características, pois tinham mais vantagem para viver mais longe da água e aproveitar bem a água que conseguia. Essa planta Cooksonia não existe mais na natureza, foi extinta, mas elas apareceram depois das briófitas. a) b) Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 11 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Evolução das plantas Xilema Floema As plantas são verdes porque, como sabemos, a luz branca na verdade é uma junçãode cores como as cores do arco-íris (Figura 1.17a) e desse gradiente absorve todas as cores, menos o verde (Figura 1.17b), o verde ela reflete, é por isso que as vemos verdes (algo semelhante acontece com algas vermelhas Rhodophytas, que refletem o vermelho por causa de seus pigmentos como ficoeritrina - fico = do grego “fûkos”, que quer dizer “alga”; eritrina do grego “erythrós” = que quer dizer “vermelho”, “sangue”), e as plantas verdes o pigmento responsável por isso é a clorofila. Isso é sobre uso de energia, aliado a isso, para produzir as proteínas, para elas desenvolverem, usam o nitrogênio da matéria orgânica extraídas do solo junto com minerais e água que elas absorvem. Por isso o esterco e composto orgânico é usado para ser colocado em horta, pois são importantes para elas se crescerem, além e aumentar os microrga- nismos do solo que também produzem esses compostos que as plantas precisam. Figura 1.17: a) Se desviarmos a luz que vem do sol em um prisma (ou até mesmo quando é refletida pela água como no arco-íris que aparece quando chove) vemos que na verdade a luz branca é a junção de várias cores. Os cientistas mediram a energia que tem nessas cores e viram que do violeta ao vermelho a energia vai diminuindo e o cumprimento de onda aumentando. É por isso que as ondas do rádio e TV (ver os retângulos) não destróem o material genético das nossas células, mas os raios-x e UV destróem podendo gerar câncer. b) As plantas são verdes porque reflete só a parte verde da luz que absorve. Basicamente, nas plantas, onde tem cloroplastos, que é onde acontece a fotossíntese, elas absorvem toda a energia, mas reflete a verde, por isso vemos as plantas verdes e isso acontece mais nas folhas. Raios Gama Raios X 10 -5 10 Comprimento de onda pequeno = muita energia Comprimento de onda grande = pouca energia -3 10 -1 10 -1 10 3 10 5 10 7 10 9 10 11 10 13 10 15 10 17 Raios Ultra violeta Radar Rádio e Televisão Corrente alternada Raios infra vermelhos (pequeno) Comprimento de onda (grande) 400 500 600 LUZ VISÍVEL VINDA DO SOL desviada e aumentada (A luz branca que conhecemos, na verdade é a junção de várias cores) Vamos pegar um raio solar e analisar a) b) 700 Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 12 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Os fungos e algas, que surgiram nessa época e que também podem viver na terra úmida, são estrita- mente relacionados, porém cada um tomará seu caminho agora, as algas para desenvolver as plantas e os fungos para dar origem aos protozoários e animais. A reprodução destes grupos, fungos (Figura 1.18) e algas (Figura 1.19) é por esporos onde o esporófito (significa “planta que libera esporos”), que é a alga ou fungo no ambiente, produz esporos e o dispersa (liberam para voar pelos ares, por exemplo) que germinam e crescem como uma fase de vida simples gametófito (significa “planta que libera gametas”) que serve como reprodutor para produzir gametas masculino ou feminino e se fundir entre eles geran- do um novo esporófito. Gameta é um tipo de célula reprodutora simples (como o nosso espermatozói- de e óvulo). Quando um gameta vindo de um gametófito do macho se funde com um gameta de um gametófito de outro indivíduo da mesma espécie fêmea, há a formação de um zigoto, depois o esporó- fito (o indivíduo em si). Assim há a formação de outros indivíduos (esporófitos) descendentes de dois indivíduos diferentes (um filho), reiniciando o ciclo. Porém a propagação também pode ocorrer (seta vermelha), mas o inivíduo novo será um clone, com o mesmo material genético do que deu origem como ocorre com propagação de plantas nas nossas hortas. F M M F M F M F M FPropagação (se distribui pelo ambiente com o mesmo material genéti- co do fungo-mãe) Figura 1.18: O Fungo adulto, pelos esporângios (marrom-escuro) libera esporos resistentes que quando encontram ambiente favorável germinam e criam gametófito com estruturas masculina e feminina. Essas estruturas liberam gametas no ambiente (semelhante em nós aos espermatozóides e óvulos) que se unem e formam um novo indivíduo. Fase de vida Esporófito (Vida adulta) Esporângio Esporângio Meiose (Divisão celular pra gerar esporos) Liberam esporos no ambiente Esporos Esporos Esporos Germinação Fase de vida Gametófito (estrutura de reprodução) Gametas para formar zigoto Germinação Fecundação Anterozoide Oosfera Embrião se transforman- do em outro indivíduo por divisão celular Esporófito (adulto) Gametófito MGametófito F Figura 1.19: Ciclo de vida de uma alga Parda (Phaeophyta) é semelhante ao de um fungo) Apesar das algas pardas serem mais relaciona- das a animais na Filogenia, são parecidas com as algas verdes Chlorophyta, que deram origem às plantas. Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 13 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Nas briófitas (ver Figura 1.20) a reprodução já evoluiu, onde o gametófito é grande e fotossintetizante, ou seja, são os que vivem no ambiente e não são só uma estrutura de reprodução como nos fungos e algas. Nas plantas, com a inversão, o esporófito será maior (a planta no meio ambiente que conhece- mos) e os gametófitos masculino e feminino menores (óvulo e pólen da flor que aprenderemos logo mais). Depois apareceram a partir de Briófitas as Licófitas, Cavalinhas e Samambaias que são as conheci- das como Pteridófitas, que quer dizer “plantas que voam” por causa de seus hábitos em locais altos. As Pteridófitas são plantas vasculares, que já tinham um sistema vascular de distribuição de água e produtos da fotossíntese (seiva) desenvolvido, parecido com a Cooksonia que vimos, mas a Cookso- nia não existe mais na terra. As plantas começaram a produzir a lignina principalmente no xilema para sustentar a planta. Lignina é uma secreção dura que compõe a madeira. Você já deve ter ouvido falar em Selaginella, elas são Licófitas. São importantes, pois foi onde surgiu as folhas, primeiro com aparecimento de enações (Figura 1.24), que são saídas do caule. Assim, antes das folhas aparecerem, apareceram as nervuras nas Licófitas (Figura 1.25a), isso está provado pois esse grupo de planta tem somente uma nervura. As cavalinhas (Figura 1.25b) praticamente não tem folhas, só caule (mas ainda assim possuem estruturas nos nós chamadas micrófilos - micro = “pequeno”; filo = “folha”). Ns samambaias (Figura 1.25c), a lâmina foliar já aparecia mas não era preenchida para formar uma folha como conhecemos. Na evolução por seleção natural, as folhas eram importantes pois aumentava a área verde para a fotossíntese (absorção de energia luminosa) e as samambaias já começaram a expandir essa lâmina. Figura 1.24: Enações apareceram quando as plantas evoluíam para formar micrófi- los depois folha. Figura 1.25: a) Sellaginela b) Cavalinha c) Samambaia - Os três tipos de plantas que fazem parte do grupo das Pteridófitas. Soros (esporângios com esporos) Esporângios Enação Traço Foliar a) c)b) Micrófilos Figura 1.20: O gametófito, depois de fecundado (em ambiente aquático), gera um esporófito na parte de cima, pequeno e sem liberá-lo ao ambiente (em briófitas, o gametófito - a estrutura reprodutora - é mais importante que o esporófito, a situação vai inverter quando surgir as próximas plantas, como as samambaias que são pteridófitas). Na ponta do esporófito há a estrutura que libera o esporo (esporângio) no ambiente para nascer um gametófito masculino ou feminino em outro local. Gametófito fotossintetizante Esporófito (dará origem às plantas) Esporos Germinação Estrutura reprodutora masculina Estrutura reprodutora feminina Embrião no gametófito feminino Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 14 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Gametófitos antes da reprodução Gemas Fecundação na água Assim as plantas se desenvolviam, sempre por seleção natural (Ver: A seleção natural nas plantas Figura 1.28). A evolução das folhas se deu aqui nesse grupo quandodepois de aparecer os ramos e as nervuras que são prolongamentos dos ramos, com a junção destes, apareceu a lâmina foliar (Figura 1.26). Essas plantas foram selecionadas, pois é uma vantagem fazendo-as produzir mais seiva, a fotossíntese é otimizada a com a deposição de cloroplastos nas células das folhas (verdes) que ficam melhor expostas ao sol. A Figura 1.27 mostra como ficou o tecido vascular. Figura 1.26: Esquema do aparecimento das folhas. Primeiro foi aparecendo plantas sem folhas com ramos cada vez mais juntos. Depois apareceu uma lâmina foliar entre esses ramos otimizando a fotossíntese onde se depositava os cloroplastos para otimizar a fotossíntese e assim produzir mais seiva para distribuir pela planta. Figura 1.28: Esquema bastante simplificado mostrando como ocorre a seleção natural em plantas. Por mutações no material genético, que ocorre com pouca frequência, algumas plantas podem nascer diferentes das outras e, caso essa diferença for vantajosa (planta com folhas menores tem vantagens em ambientes secos porque diminui a perda de água, por exemplo), aumentando suas chances de sobrevivência nos ambientes, ao longo do tempo a população ficará toda daquele jeito formando novas espécies. Isso ocorre ininterruptamente, porém é mais comum precisar de milhares ou milhões de anos para ver diferença. Cenário 3 Cenário 1 Cenário 2 Figura 1.27: Se fizermos um corte transversal em uma planta dessa, encontraremos já esses tipos de estruturas em laranja o xilema onde sobe água e sais minerais, e em rosa onde, depois de passar pela fotossíntese desce como seiva pelo floema para alimentar a planta Dois tipos de crescimento primário (ervas) Xilema (subida de água, e nutrientes) Floema (descida para distribuição de seiva) Crescimento secundário (madeira) Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 15 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Apareceu nesta época os estômatos e cutículas nas plantas, na epiderme das folhas principalmente (Figura 1.29). Elas precisavam de reter a água, pois cada vez mais longe dos rios e mares, era difícil conseguir e deveriam economizar a água que conseguiam captar e a cutícula serve para isso. Os estômatos são pequenos poros na superfície da parte fotossintetizante (verde) seja caule ou folhas (pois quando não existia folhas, a fotossíntese era feita no caule e algumas plantas, como as Cactá- ceas, definharam as folhas posteriormente, ou a transformaram em espinhos para se proteger de predadores, e passaram a fazer fotossíntese pelo caule, como a Palma do Sertão). Pelos estômatos as plantas liberam água (H2O) e Oxigênio (O2) e capturam dióxido de carbono (CO2) da atmosfera para o processo de fotossíntese. O carbono C é usado para formar os açúcares da seiva, o O2 libera- do na atmosfera, e a energia usada para esse fluxo vem da luz do sol. Já a cutícula é como uma cera que é depositada na superfície das plantas para também evitar perda de água, tornando uma parte impermeável ao ambiente. Mas as plantas ainda utilizam Nitrogênio do solo para se desenvolverem, não só o Carbono da Atmosfera (Figura 1.30). As plantas já conseguiam se sustentar, mas outras coisas aconteceram para isto se concretizar. A parede celular é um espessamento com material mais duro (celulose) ao redor de cada célula e assim forma tecidos também que sustentam melhor a planta. Figura 1.29: Uma folha de uma árvore é cortada transversalmente e vista ao microscópio. Nela se observa que a nervura (rosa-azul) é um prolongamento do Xilema e Floema vindo do caule, para passar água e sais minerais que vem do solo e seiva elaborada, respectivamente. Uma célula típica da folha é mostrada, também tricomas secretores (como pêlos) que estão na superfície da folha, bem como os estôma- tos, um poro que se abre e fecha para saída de Água e Oxigênio, e entrada de CO2 para a fotossíntese. Figura 1.30: O composto orgânico que fazemos na horta quando úmida e em temperatura alta, trabalham mais rápido as bactérias e fungos decompondo a matéria orgânica que com a ação de certas bactérias, há a transformação do Nitrogênio em Amônio / Nitrato e pode ser usado pelas plantas para se desenvolverem. Compostos orgânicos Bactérias do solo transformam tudo em amônio (amonificação)Nitrificação por Bactérias Nitrato (NO3-) As plantas assimilam (Síntese de aminoácidos, Proteínas para a planta crescer) Decomposição por Bactérias e fungos Composto orgânico Amônio (NH3) N HH H N HH H N HH H N+ - - OO O N+ - - OO O N+ - - OO O Folha simples de uma árvore Célula típica Vacúolo Núcleo Cloroplastos Cutícula X F Tricomas secretores Estômato aberto Estômato fechado Secção transversal vista em microscópio Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 16 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Aqui começa a transição entre Pteridófitas e Gimnospermas (plantas com sementes nuas) como os pinheiros. Uma coisa importante que já apareceu aqui é o crescimento primário e o secundário (Figura 1.32) onde o primeiro é crescimento em extensão para o alto e para baixo, como no ápice da raiz e no ápice do caule, pela gema, e o segundo é o crescimento em largura (tronco). Nessas partes dos ápices das plantas é onde ocorre os meristemas que são células especializadas em se dividir e crescer indefinidamente fazendo a planta crescer. O segundo é para crescimento em diâmetro, pelo sistema vascular para produzir os troncos das árvores com madeira e casca, por exemplo. Por isso que árvores quando novas, tem caule verde e só quando começam a crescer formam troncos, por causa do cresci- mento secundário. A reprodução dessas pteridófitas é ainda com esporos (Figura 1.31). Essas plantas podem ser heteros- poradas (esporângio masculino ou feminino na planta diferentes para soltar esporos e formar game- tófitos com sexos distintos) ou homosporadas (esporângios para formar só um gametófito onde nele terá as estruturas masculina e feminina). Nas pteridófitas também o gametófito é menor e o esporófi- to (a samambaia que conhecemos, por exemplo) é bem maior, diferente de como vimos com as briófi- tas que era o inverso. As samambaias e cia (Figura 1.25c) formam os esporos nas folhas e liberam no ambiente que precisa de muita água para se reproduzirem, mas já tem um sistema vascular desenvol- vido. Isto explica o fato dessas plantas serem sempre encontradas em ambiente com muita água, por isso elas não podem ir para muito longe, diferente das plantas com flores que veremos mais adiante, que podem ir mais para longe, sendo encontradas até em desertos como os cactos porque retém água dentro de si. No soros, aquelas bolinhas nas folhas das samambaias, estão os esporângios pendurados, que portam os esporos. Figura 1.31: Nos ciclos de vida das algas, fungos, e briófitas, vimos somente Homosporia (um só tipo de esporo que gera gametófito masculino ou feminino). Nas Pteridófitas acontece a Heterosporia, quando há dois tipos de esporos diferentes. O restante é semelhante, o anterozoide na presença de água nada até a oosfera do gametófito feminino, fecunda, gera o embrião que cresce como outra planta. Note que, diferente das briófitas que o esporófito é totalmente dependente do gametófito, as pteridófitas só precisam se nutrir dele até crescer, depois ele definha e a planta passa a ser independente fazendo fotossíntese absorvendo nitrogênio do solo. Figura 1.32: O crescimento primário é em extensão, e o secundário é em largura. Crescimento secundário Crescimento primário Ápice Esporo feminino Esporo masculino Gametófito masculino Gametófito feminino Gametófito feminino com embrião (pequena planta/esporófito) Planta crescendo se nutrindo do gametófito Anterozoides Gametófito feminino Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 17 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas A próxima etapa ao longo da evolução das plantas é o aparecimento das sementes e assim o apareci- mento das gimnospermas que significa “plantas comsementes nuas”. Nas pteridófitas vimos que as mesmas se reproduziam por esporos, que são estruturas resistentes que se dispersam para formar gametófitos que geram gametas, se fundem e geram uma nova planta. A partir de uma espécie de Pteridófita que era heterosporada (ou seja, com megásporos – estrutura de esporos grandes F - e micrósporos – de esporos menores M) que dão origem a gametófito masculino e gametófito femini- no, houve o aparecimento das plantas com sementes. Em uma planta há a estrutura (megasporângio) com os megásporos (que gera esporos femininos) e uma estrutura (microsporângio) com micrósporos (com esporos que geram gametófitos masculi- nos). Um megasporângio é retido na planta e é isso que é o ovulo que conheceremos (que dá origem a semente quando fecundada). Não há mais crescimento de gametófito, tudo ocorre quando há a polinização que á quando o polen (gametófito bem pequeno) vai pelo vento ou animal até a estrutura feminina de outra planta com a necessidade de água ainda. Após a fecundação, ou seja, o microga- metófito (pólen) chegar perto do óvulo e pelo tubo polínico depositar o gameta no óvulo, há a forma- ção da semente. Mas ainda assim a água é necessária por perto, por isso as plantas gimnospermas como os pinheiros e araucárias do Paraná (Figura 1.33), são distribuídas em regiões temperadas. Gimnospermas são plantas grandes e que vivem muito. A maior do mundo são as Sequoias que chegam a ter 4.000 anos (que os turistas gostam de tirar foto abraçando-a, pois o tronco tem um diâmetro gigante). Nas gimnospermas, sementes nua, ou seja, planta com sementes e sem flor estão as coníferas que conhecemos como a Araucaria angustiolia do Rio grande do sul. Nessa etapa da evolução da vida foi onde sofisticou o lenho formando plantas grandes. Figura 1.33: Ciclo de vida de Araucaria angustifolia, popularmente conhecida no Brasil como Pinheiro-do-Pa- raná. As plantas produzem um estróbilo masculino contendo microgametófito masculino (Pólen) e o estróbilo feminino contendo microgametófito feminino (Escama ovulífera). O Pólen chega até outra planta e fecunda a escama ovulífera que se transforma em pinhão (semente) Estróbilo masculino Pólen (gametófito) Escama ovulífera (gametófito) Fecundação Pinha (estróbilo com vários pinhões - sementes) Pinhão (semente)Pinhão(semente) Embrião Árvore (esporófito) Embrião Estróbilo feminino (pinha) Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 18 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Apesar de gimnospermas serem plantas sem flores, podem produzir frutos, como o conhecido Ginkgo biloba do Japão que são árvores muito usadas na medicina tradicional. A partir daqui foi que surgiu as plantas com flores Angiospermas quando essas estruturas que davam origem somente as semen- tes, as folhas nos arredores das estruturas reprodutivas foram se modificando para objetivos específicos, como por exemplo, ajudar a ocorrer a polinização (mudando de cor ou produzindo óleos voláteis, sempre por seleção natural). Os besouros que costumavam procurar nas plantas comida como seiva, néctar etc. ao longo de milhares de anos, as plantas foram desenvolvendo folhas mais coloridas ao redor para atraí-los, o besouro vir se alimentar com o néctar que fica abaixo dos óvulos das plantas e se sujar de pólen, de modo que quando eles fossem se alimentar em outra planta, “sujasse” o pólen no estigma (parte acima do ovário) da parte fêmea da planta onde está o óvulo, onde o pólen cria o tubo polínico e ocorre a junção do material genético de uma planta e de outra. Aqui as plantas não precisam mais de água, de molhar as flores para ocorrer a fecundação, elas podem se distri- buir em regiões secas porque as plantas agora umedecem essas estruturas guardando água. Tudo isso com base em seleção natural dá pra entendermos como várias plantas que tinham semen- tes e em volta dela tinha estruturas mais coloridas (pétalas) se reproduziam mais do que as que não tinham por causa dos insetos que preferiam estas. E assim foram evoluindo até chegar nas Angios- permas (plantas com flores), que são as plantas que mais conhecemos devido a grande quantidade de espécies. Figura 1.34: O Ginkgo biloba não produz flor, mas já produz fruto e é uma gimnosperma (planta com semente nua). Figura 1.35: Angiospermas, plantas com flores. a) Uma Hypericaceae, angiosperma típica, a família da Erva-de-são-João (Hypericum perforatum). b) Um estame e um ovário, componentes do androceu (estrutura masculina) e gineceu (estrutura feminina) das flores. c) Uma flor com o ovário crescendo depois de ocorrer a polinização e fecundação (o pólen que sai dos estames de uma flor de uma planta chegar ao estilete-estigma do ovário da flor de uma outra planta), o fruto começa a crescer com as sementes prontas na parte interna (d). A parte carnosa do fruto serve para animais como aves se alimentaram e defecarem em um local distante, nesse lugar que ficou fértil com esterco e sementes ocorrer germinação mais facilmente. Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 19 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas a) b) c) d) A conclusão disso tudo está nas Angispermas, plantas com flores (Figura 1.36). Na imagem abaixo (Figura 1.37) dá para entendermos como se deu a evolução das plantas através de um cladograma, que funciona como uma linha do tempo ao longo de milhares de anos. O legume cresce com seus óvulos (agora semente) e a planta dispersa para germinar e crescer uma planta em outro local. (Imagens de feijoeiro: Adaptado de Vieira, 1967; Raven, 2007 e Embrapa) Figura 1.36: Ciclo de vida do feijão (Phaseolus vulgaris). As flores podem ter variações quanto a morfologia das pétalas, ovários e outras estruturas a ponto de ser difícil distinguirmos quais são essas partes. As estruturas de reprodução estão protegidas por uma pétala especial. Quando a planta fica adulta (florida) na estrutura reproduto- ra masculina e feminina, que está protegida por uma pétala especial que se modificou na evolução (provavelmente a planta com flores com essas estruturas protegidas se reproduziam mais do que as que não tinham, com autopolinização por falta de insetos polinizadores) acontece a fecundação quando o pólen atinge o estigma e germina. Figura 1.37: Cladograma com o desenvolvimento da vida que tem cerca de 3,5 bilhões de anos, na terra, que tem cerca de 4,5 bilhões de anos. An gio spe rm as Gim no spe rm as Pte rid ófi tas Bri ófi tas Alg as ver des An ima is Fu ng os Pro tist as (Al gas e p rot ozo ári os) Arq ueo bac tér ias Cia no bac tér ias Ba cté ria s Origem da vida (Procariotos) - 3,5 b.a. Eucariotos - 1,7 b.a. 460 m.a. 385 m.a. 100 m.a. Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 20 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas Pólens Micrópila Tubo polínico Óvulo se transforma em semente Fruto Legume (Vagem) Fruto maduro Semente (Feijão) Plântula se alimentando pelos cotilédones Planta Adulta Flor Estigma Estilete Ovário Antera Filete ♀ ♂ As plantas com flores, conhecidas como Angiospermas, têm diversas características, são divididas em vários grupos e são as mais ricas em quantidade de espécies na terra, cerca de 300.000 conheci- das. Com a colonização do planeta pelas plantas foi que apareceram os animais que se alimentam delas, inclusive nós (porém os Dinossauros viveram quando as Gimnospermas estavam no auge no planeta). Nós podemos usar os metabólitos secundários (compostos químicos tóxicos ou não, que as plantas produzem para se defender) para nosso benefício. Estes são componentes químicos produzidos pelas plantas para se defender de predadores e outras formas de vida que a possam matar. Podemos usar para o nosso proveito na Fitoterapia, como os óleos voláteis da Erva-cidreira, também para nos nutrir como o seu amido e açúcares, por exemplo, como o Trigo e a Cana-de-açú- car. Ainda há, principalmente no Brasil, um dos países com maior biodiversidade, muito o que se descobrir sobre as plantas.No próximo capítulo você vai conhecer como o homem desenvolveu o uso de plantas para fins medicinais ao longo da nossa história. Guia de Plantas Medicinais - Everson Azevedo 21 Capítulo 1: Origem e Evolução das plantas História do uso de Plantas na Medicina Capítulo 2 Em algumas civilizações antigas há registro de uso das plantas que datam mais de 3.000 anos antes de Cristo. Na Índia tem a Medicina Ayurveda (palavra que significa “Conhecimento de como viver”) e está mais ligada à espiritualidade (Figura 2.1). Os registros encontrados nessa época são de louvo- res às plantas. As práticas de saúde desse sistema consistem em uso de plantas com fim de higiene, dieta saudável e aplicada a exercícios físicos como ajudadores para manter o corpo saudável. A medicina Árabe posterior- mente foi influenciada pela medicina indiana, também nos arredores do Tibete, território com jurisdição na China (Figura 2.8). A Índia (Figura 2.2) é um país árido em sua maioria (Figura 2.6), e a população urbanizou a parte norte que faz fronteira com Himalaia (na beira de um rio, como todas as civilizações começaram). A China tem arraigada nas práticas de saúde a dieta e procedimentos no corpo, assim como a fitoterapia. Seu sistema de saúde é conhecido como Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e os registros datam de 2.500 a.C com o livro do Imperador Shen Nong (Figura 2.3) conhecido como o imperador amarelo registrando 365 drogas vegetais neste. Não é surpresa que estes países mais populosos (China e Índia) tenham a medicina natural como base dos seus sistemas de saúde, quando nem toda a população tem acesso aos medicamentos sintetizados que custam mais caro, assim nem toda a população tem acesso a bom tratamento e condições de saúde. Isso também nos diz que uma forma de nos mantermos saudáveis hoje em dia é mantendo uma boa dieta e hábitos de higiene. As pessoas desses países aprenderam isso na prática com o tempo. As civilizações egípcias foram umas das mais prósperas do tempo, pois se desenvolveu em uma região favorável, às margens do Rio Nilo, no Crescente fértil (Figura 2.8) que aumentava e diminuía de nível de tempos em tempos deixando uma camada rasa bem fértil vinda de peixes que morriam e deixa- vam compostos nitrogenados na terra (Figura 2.7), sendo assim usada para plantio (consultar página 23). Algumas plantas já utilizadas naquele tempo são Ricinus comunis (Mamona ou Rícino) como purgante e dor de cabeça, Mentha spp. (espécies de Menta), Papaver somniferum (Papoula da morfina), a Commi- phora molmol (da Mirra) e Rosmarinus officinalis (Alecrim) (Figura 2.4). Veja que são plantas altamente domesticadas que secretam óleos essenciais e são fortes. Ainda que o Egito não seja de cultura cristã, nas suas religiões existiam sacer- dotes que cuidavam da fitoterapia assim como os monges da Europa mais recentemente, o que nos mostra que a fitoterapia antiga sempre esteve ligada à espiritualidade desde essa época até a cristã que é mais recente. A Mirra foi até usada no corpo de Jesus quando morreu, como descrito na bíblia, como bálsamo, e Aloés da babosa como retardadora de decomposição pois é antimicrobiano. No fim do século XIX (por volta de 1890), foi descoberto um importante regis- tro pelo estudioso da cultura egípcia, o egiptólogo alemão Yorg Ébers, um papiro de 1.600 anos. Nessa época a planta Cyperus papyrus, uma parente da Tiririca (Cyperus esculentus), era utilizada para fazer os papiros, usados na época como papéis para escrever. O “Papiro de Ébers” (Figura 2.5), como é conhecido pelos arqueólogos, tinha registro de 700 substâncias, a maioria de chá e macerado e muitas são consideradas válidas até hoje. No capítulo 1 vimos como as plantas evoluíram, neste capítulo você aprende como o homem as utilizou como forma de curar suas doenças, aborda o histó- rico do uso de plantas medicinais pelos povos antigos. HISTÓRIA DA FITOTERAPIA Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Figura 2.1 Figura 2.2 Figura 2.3 Figura 2.4 Figura 2.5 Papoula (Papaver somniferum) Menta (Mentha spp.) - Mau Hálito - Bálsamo- Bálsamo - Analgésico Mirra (Commiphora molmol) Alecrim (Rosmarinus officinalis) Medicina indiana Plantas Medicinais no Egito “Perfumei minha cama com mirra, aloe e canela” Provérbios de Salomão 7:17 23 Dhanwantari é considerado o pai da Medicina Ayurveda - Brasil Crescente fértil (1), Himalaia (2) e principais mares no Velho mundo (3). Acima do mediterrâneo é a Europa e abaixo, a África. à direita o Oriente Médio e Oriente. - Portugal - Espanha - Macedônia - Itália - Grécia - Líbano - Israel - Síria - Iraque - Jordânia - Cisjordânia - Arábia Saudita - Índia - China - Egito Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 1 3 2 De tempos em tempos o Rio Nilo (ao norte do Egito) aumentava e diminuía de nível deixando uma camada fértil que era aproveitada para plantio. Por isso também faz parte do Crescente fértil (”Meia Lua” no mapa abaixo). Índia Índia Himalaia Tibete Arábia Saudita Arábia Saudita Jordânia Cisjordânia Iraque SíriaLíbano Macedônia Macedônia Mar Negro Mar Mediterrâneo Oceano Atântico Mar Vermelho Oceano Índico Itália Itália Espanha Espanha Portugal Portugal Brasil Israel Jordânia Cisjordânia Iraque Síria Líbano Macedônia Mar Cáspio Israel Grécia Grécia Egito Egito China China 24 Mapa do mundo com os principais países na história da Fitoterapia Figura 2.6: Mapa do desenvolvimento da medicina Figura 2.7: Rio Nilo com margem fértil Figura 2.8: Mapa também com os mares, a “meia-lua” representando o Crescente Fértil, o Tibete (na China) e o Himalaia que é formado pela colisão da Índia no Continente asiático há milhares de anos, com a tectônica de placas. Os navegadores utilizavam a rota pelo continente africano para chegar à Índia com o fim de negociar especiarias. Em uma dessas viagens decidiram tentar o caminho oposto encontrando novas terras colonizando as Américas. Surgiu Pitágoras 500 a.C. (Figura 2.10) com a dialética humoral (Figura 2.17), que foi um filósofo matemático grego. Nasceu na Grécia e em sua vida esteve em viagem para Egito e Índia e assim conheceu os ensinamentos espirituais dos Vedas e, conse- quentemente, uso de plantas medicinas. Assim ele estudava buscando informa- ções sobre a atuação dos medicamentos no organismo que até então acreditava ser místico. Influenciou Hipócrates (Figura 2.11) com a medicina humoral e dietética. “o Velho” para diferenciar de um homônimo, um sobrinho que também se chamava Plínio. Era um escritor e oficial romano que ingressou na carreira militar servindo na África, mas era nascido na Europa . Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina Hipócrates 466 a.C. é conhecido como o pai da medicina porque foi ele que buscou analisar de forma racional a atuação dos medicamentos no organismo, pelos sintomas das doenças, registrando-as, assim como as condições de moradia das pessoas, bem como suas emoções, relacionan- do-as. Escreveu o livro Corpus hippocraticum no século 3 a.C. onde tinha a doutrina do sistema humoral (Figura 2.17), que dependendo da quantidade de alguns constituintes dos sistemas do corpo como sangue, bílis, ele podia estar em equilíbrio ou não, entre outras coisas. Nele tratava de 257 drogas vegetais que quase todas são usadas até hoje. A partir daqui, passou a influenciar vários estudiosos da medicina que surgiram depois. Veio de uma família que tinha por tradição estudar a saúde. Nesse tempo ele já começou a pensar como médico com evolução da doença e momento da atuação do médico, para o fim de obter a cura em tempo hábil. 850 a. C. 372 - 287 a. C. Homero Teofrasto Teofrasto 372 a.C (Figura 2.12) é considerado o pai da botânica, pois, como discípulo de Aristóteles (que viveu bem antes de Cristo), passou a sistematizá-la (organizar),porém ainda descreveu os usos medicinais de algumas. Era ótimo orador. Antes de morrer, Aristóteles o delegou à direção da Escola Peripatética tendo um jardim para si mesmo nas dependências. Estudou fisiologia das plantas, cultivo, porém focou mais na Taxonomia (como Lineu). Dioscórides 40 d.C. (Figura 2.14) era um médico do exército romano que acompanhava os soldados nas batalhas utilizando plantas para tratamento dos mesmos, registrando os usos e sucessos. Assim o conhecimento foi se acumulando e criou um livro chamado “Matéria Médica” com 500 drogas vindas de plantas, com suas características terapêuticas. Livro altamente divulgado nas gerações posteriores. Não seguiu nenhum sistema de medicina da época, trabalhou de modo independente, mas fez testes sobre as ações no organismo das preparações. Há registros também sobre a obra “História natural” de Plínio nascido em 60 d.C. (Figura 2.15) que foi influenciada por autores gregos. Plínio, era conhecido como 25 Figura 2.9 Figura 2.10 Figura 2.12 Figura 2.11 Figura 2.14 Figura 2.13 Figura 2.15 Depois, da civilização da Grécia (um amontoado de ilhas no mar Mediterrâneo, mais de 1.000, porém nem todas habitadas) vem os próximos registros de plantas medicinais conhecidos na história. Homero (Figura 2.9) 850 a.C., em suas poesias já descrevia plantas medicinais como Pharmakon (que significa “Remédio, ou “veneno”). O fato desse país ser uma ponte entre o mundo antigo - África e Ásia - ao continente Europeu ajudou a dissemi- nar os conhecimentos na época entre as duas partes. Na bíblia, fala-se muito dessas regiões como Macedônia, Creta, etc. que são ilhas ou territórios ao redor pois a Grécia colonizava várias regiões ao longo do mediterrâ- neo antigamente (Tales de Mileto, por exemplo é de Mileto, uma colônia grega na Ásia). Grécia é um território de clima temperado (como na parte sul do Brasil, típico de países do mediterrâneo) a alpino (muito frio, como nos Alpes suíços) e não é surpresa que várias plantas conhecidas e até introduzidas no Brasil pelos portugue- ses sejam herbáceas dessa região, como o Alecrim. Com o conhecimento das plantas tradicionais restritos agora à igreja, o conhecimento e uso de plantas medicinais dos árabes e indianos aumen- tou, se desenvolveu juntando com o que já se sabia tradicionalmente pelos naturalistas anteriores. Nessa época, “Cânon da Medicina” foi feito por Avicena (Figura 2.19) um árabe que viveu entre 980 a 1037. Era matemático, astrólogo e filósofo e foi influenciado pelos conhecimentos greco-romanos como Aristóteles, Hipó- crates, Dioscórides e Galeno. Vê-se que o conhecimento naquela época passou a se acumular e ser registrado, onde os livros eram um compêndio de receitas com plantas vindas de diversas origens. Ele teve contato com grandes estudiosos da época. Enfim, Índia (Figura 2.18), Egito e Grécia passaram a influenciar a medicina nesse tempo e a medicina árabe usava medicamentos como plantas alimentícias ou porções preparadas. Na queda do império romano, ocorreram invasões bárbaras, a população ficou ao léu e a cidade jogadas às ruínas de hábito agora rural ou selva- gem. A maioria do conhecimento foi perdido e o que restou passou a ser guardado nas igrejas onde ocorria transcrição do material, porém a Igreja Católica era contra o uso de plantas medicinais misturadas à religião. Os monges que detinham o conhecimento cultivavam hortos medicinais nos monastérios e criavam preparações com plantas, mas era restrito. Plínio ainda estudou Direito em Roma e se dedicou a escrever sobre ciência naquela época onde lançou no ano de 77 d.C. a obra “História Natural”, que são vários livros usando muita referência bibliográfica. Era muito eloquente na escrita e rejeitava a prática de se expressar pelo desenho, tendência crescente na época, dizendo que por via escrita a comunica- ção era mais eficaz. Galeno (Figura 2.16) do segundo século d.C. era um médico que além de ter mostrado como várias partes do corpo funcionam, como o cérebro que controla os membros, e a diferenciação entre artérias (rica em oxigênio para alimentar os tecidos) e veias (ricas em gás carbônico para eliminar pelo pulmão), também era um terapeuta que se interessava pela farmaco- logia. Seus ensinamentos, que foram muitos, influenciaram muitas gera- ções de estudiosos da saúde a seguir. Foi influenciado por Hipócrates, mas apesar disso, era religioso. Assim, com suas ideias, tinha simpatia da Igreja Católica, foi um dos motivos que levou a medicina posterior a passar muito tempo ligada aos dogmas com os monges. Com a invenção da imprensa e disseminação de seus preceitos na época, pela Europa, foi que essa influência perdurou. Por meio do conhecimento de plantas medi- cinais de egípcios e de gregos antigos, ele fez antídotos com misturas de plantas que ficaram conhecidas como formulas galênicas. Teoria dos humores O sangue era quente e úmido como o ar, pois se pensava na época que o ar que respiramos corria na corrente sanguínea. Isso tinha um pouco de sentido, mas hoje sabemos que o sangue vermelho é o rico em oxigênio vindo do ar, para oxigenar os tecidos; e o sangue venoso mais escuro rico em gás carbônico com destino ao pulmão para liberar. A fleugma, úmido e frio como a água representava o cérebro. A bile amarela era relacionada ao fígado e a bile negra com o baço. Um corpo saudável deveria ter equilíbrio entre esses quatro humores ou fluídos. Daí também vem a origem da palavra “humor” e até hoje em dia diz-se que uma pessoa está com mau humor, ou seja, com esse sistema em desequilíbrio. Esse sistema não faz tanto sentido hoje em dia, mas nos mostra sim que devemos manter o organismo suprido, em equilíbrio para ter uma vida saudável. Na época foi rejeitada, mas Hipócrates estava de alguma maneira certo, pois naquela época o conhecimento científico era embasado em filosofia. Como se formou a Índia? A formação do território da Índia é curioso. Por datação radioativa em estudos de solos no mundo inteiro, verificou-se que depois da época dos Dinossauros (+-200 m.a.) até hoje, a Índia se desprendeu da Antártica, ficou como ilha vagando pelo mar e colidiu com o continente acima formando o Himalaia. Ainda hoje acontece esse movimento, gerando terremotos no lugar e fazendo o monte subir ainda mais. Esse processo é muito demorado, tanto que não dá pra se notar, pois precisa-se de milhares de anos para isso ocorrer. Filho de um funcionário do governo, sua família era bem de vida. Decorou o Corão (livro Islâmico) ainda novo com 10 anos, porém estudava diver- sos assuntos paralelamente. Com 16 anos livrou o Sultão de um mal incurável na época e ganhou pres- tígio. Com 18 anos foi nomeado médico da corte. A sua obra "Cânon da medicina" é bem estruturada com todos os conheci- mentos médicos da época, seja do corpo humano (primeiro livro), farmaco- logia (segundo livro), estudos de patologia dos órgãos e sistemas (no terceiro), febre, sintomas, cirurgia, diagnóstico e prognóstico (no quarto livro) e farmacopeia (no quinto). Entre outros. Úm ido Frio Quente Sangue Sanguíneo Me lan có lic o Fleugmático Colérico Bi le ne gr a Fleugma Bile Amarela Se co Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 26 Figura 2.16 Figura 2.17 Figura 2.18 Figura 2.19 130 milhões de anos 50 milhões de anos Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Teoria das Assinaturas A renascença (O Renascimento) foi um período onde ocorreu muitas mudanças na cultura, política e na sociedade em geral naquela época Séc. XIV, XV e XVI, pela redescoberta e valorização das culturas antigas e pelo rompimento da religiosidade passando a ver o mundo através do método científico, um marco para a ciência. Era um movimento que tinha como base o individualismo e o racionalismo em contraste à sociedade cristã, porém naquela época existia vários artistas que criavam suas obras base- adas na ciência ou no cristianismo como Leonardo da Vinci com suasinvenções e pinturas (“A última ceia” e “Mona Lisa”). As Grandes Navegações (Figura 2.22) 1500 se seguiram nessa época. Quando antes as navegações ocorriam mais no Mar Mediterrâneo, nesse tempo passaram a navegar para locais distantes beirando o continente, como os espanhóis e portugueses para chegar à Índia. Assim descobri- ram a América e posteriormente o Brasil em uma dessas viagens com destino à Índia por outra via. As colonizações aconteciam com o objetivo de buscar especiarias e ouro onde várias plantas foram levadas de volta para a Europa. No descobrimento do Brasil, várias plantas nativas da Europa foram trazidas para cá (introduzidas) e outras levadas daqui para lá. José de Anchieta nasceu em 1534 e faleceu em 1597. Foi um padre que nasceu na ilha de Tenerife, uma das Ilhas Canárias que hoje pertence à Espanha. Desde novo já mostrava talento quando foi enviado à Coimbra para estudar e ficou 3 anos em Portugal. No Brasil desembar- cou na Bahia e andava pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ajudou a fundar o Estado de São Paulo com uma missa dedicada a esse santo. Andava em missão em contato com índios onde vivia os doutrinan- do e curando as doenças dos mesmos onde vários foram convertidos ao catolicismo. Hoje em dia a Botânica não é mais vinculada à Medicina, as duas formam ciências distintas. O conhecimento científico não é mais vinculado à igreja, e na próxima página veremos o que ocasionou esse progresso na medicina. Em 1493 existiu outro Teofrasto conhecido como Paracelso (Figura 2.21). Um médico alquimista (doutrina mística da época) que viajou vários lugares do mundo em busca de conhecimentos e levan- do os conhecimentos que já sabia em tratamento médico. Já entendia e ensinava que uma planta tem um componente ativo que pode ser extraído por processo químico, e a partir daí surgia as ideias da sintetização dos medicamentos. Passou a difundir a ideia da teoria das assinaturas (Figura 2.20) quando uma parte da planta que tem a forma do órgão do corpo tem ação para tratar doenças nele como rim e caroço de feijão. Essa teoria não tem valor científico algum, mas esse cientista foi responsável pelas descobertas de outros fatos importantes como “Tratar cada doença sabendo que a mesma veio de fonte-causa específica”, dando o “pon- ta-pé inicial” para a descoberta dos micróbios causado- res de doenças. O “Códice Badiano” ou “Libellus de medicinalibus indorum herbis”, ou Livro das Ervas Medicinais dos Índios (Figura 2.23) é um manuscrito ilustrado sobre plantas medicinais da civilização asteca que descreve plantas e suas propriedades medicinais usadas na época. Escrito em Nahuatl, foi traduzido para o Latim por Juan Badiano de um original feito por Martín de la Cruz. Trata-se da medicina tradicional indígena da época desde que os colonizadores espanhois e portugueses ainda não tinha chegado às Américas. Compõe um importante registro da história da medicina. Várias plantas no mesmo tem efeito psicoativo, característica do conhecimento indígena, e nele há muita verdade pois recentemente foram feitos testes sobre ação ocitócica (contrai o útero) em plantas que eram descritas para esses sintomas tendo resultados promissores. Ao ser traduzido, foi enviado da Nova Espanha, no México, para a Espanha, na Europa, e guardado na Biblioteca Real, porém foi mandado de volta ao México pelo Papa João Paulo II no final do século passado. Feijão Rim Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 27 Figura 2.20: Antigamente se pensava que determinada planta com sua fisionomia representava na morfologia o que ela tinha efeito no organismo. Por exemplo, o feijão, por ter um formato de um rim serviria para tratamento de doenças urinárias. Figura 2.21: Figura 2.22: Figura 2.23: O conhecimento médico com plantas nas Américas foi também herdado de civilizações antigas como os Incas que viveram na América do sul antes da colonização de Cabral-Colombo, principalmente de forma xamânica onde é feito uso de compostos psicoativos com adoração da natureza. O que se via era uma semelhança no desenvolvimento (independente) da fitoterapia da Europa e Américas, pois os astecas, maias e incas que habitavam as Américas possuíam a sua medicina também ligada à espiritualidade (no caso, na Europa quem cuidava disso eram os monges). Pelas américas já existiam pequenas “cidades”. A África, um continente árido a tropical possui também suas tradições interligadas à religião com uso de plantas em rituais, amuletos, oferendas, banho de ervas, cantos e dança, como os trazidos pelos africa- nos para o Brasil, ou desenvolvidos aqui. No século XVIII (1701 - 1800), com o desenvolvimento da química medicinal e a criação da botânica como ciência, os estudos específicos de plantas passaram a não ter vínculo direto com a medicina. Agora existiam os médicos para cuidar da saúde e os botânicos para estudar somente as plantas, assim Lineu (Figura 2.25) deu continuidade ao trabalho de estudiosos antigos como Teofrasto. Apesar desse naturalista ter iniciado a classificação com plantas e animais, o mesmo era mais focado em plantas. Seu nome pode ser visto como autor no nome científico de algumas plantas como abreviação “L.” no final, quando foi ele quem primeiro descreveu. Assim as espécies passaram a ser divididas em grupos de acordo com suas características entre si: Domínio (Eukaria), Reino (Plantae), Filo (Magnoliophyta), Classe (Equise- topsida), Ordem (Ranunculales), Família (Papaveraceae), Gênero (Papaver) e espécie (Papaver somni- ferum L.), para a Papoula, usada como potente analgésico em hospitais, por exemplo. Edmund Stone (Figura 2.28) anunciou a ação febrífuga da casca de Spiraea ulmaria (Salgueiro) de onde foi isolada a salicina e depois acido salicílico sendo usado também como analgésico. Apareceu efeitos colaterais e a substância foi modificada para ácido acetil-salicílico e foi criada a Aspirina®, vendida em larga escala. $ Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Descoberta dos Papiros de Ébers 1632 1723 Leeuwenhoek Lineu1707 1778 Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 28 Química Figura 2.24 Figura 2.25Figura 2.26 Figura 2.27 Figura 2.29 Figura 2.31 Figura 2.30 Figura 2.32 Figura 2.33 Figura 2.36 Figura 2.37 Figura 2.34 Figura 2.35 Figura 2.28 A Papaver somniferum (Papoula) era usada para extrair uma substância que ficou conhecida como ópio e era usada nas guerras para alívio de dores, porém houve um crescimento no vício dessa substância e as pessoas começaram a procurar alternativas para diminuir a dor sem ter esse problema do abuso da substância. Foi quando alguém utilizou o extrato bruto em água quente amoniatizada e obteve uma subs- tância mais fraca. Injetaram em animais que morreram, e depois um pouco em si mesmo e viram que o efeito de alívio de dores era ainda maior. Deu à substância o nome de Morfina (Figura 2.27) em Homena- gem ao Deus grego dos sonhos Morpheus. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Com Leewenhoek (Figura 2.24), houve a descoberta da bacteriologia quando este estudioso vendedor de lentes poliu uma potente e fina lente, e associando à luz fez seu microscópio passando a analisar água de rios e cortiça de árvores, registrando em desenhos. Posteriormente, micróbios como bactérias e protozoários, assim foi descoberta a origem de várias doenças por comparação (se uma parte do corpo de pessoas saudáveis não tem aquele microorganismo e a mesma parte do corpo de pessoas doentes contém, então aquele microorganismo pode ser o causador). Com a vinda da Família real portuguesa para o Brasil e a atuação da princesa Leopoldina, os naturalistas estrangeiros vieram estudar a natureza, entre eles Martius (Figura 2.30), um botânico Alemão. Martius fez o estudo da botânica pelo Brasil criando o primeiro mapa que era arcaico, bem simples e não cobria uma parte da Amazônia pois não conseguiu acesso, mas mesmo assim o material era bem rico em informa- ções. Ele escreveu, juntocom Spix, um zolólogo, o livro “Viagem pelo Brasil”. Saiu do mar mediterrâ- neo passando pelo estreito de Gibraltar, descrevendo toda a viagem, passando por Portugal, algumas ilhas e desembarcando no Rio de Janeiro, e já em terra foi viajando ao Norte do Brasil até a Amazônia. O José Mariano da Conceição Veloso (Figura 2.26), o Frei Veloso era um estudioso de plantas no Brasil, primo de Tiradentes e viveu entre 1741-1811 na Freguesia de Santo Antônio da Vila de São José. Sempre gostou de estudar a natureza, tanto que às vezes faltava aula para adentrar matas. O seu quarto transformou em um herbário e classificava as plantas de acordo com o Sistema de Lineu, seu contempo- râneo. Ao longo dos anos, muito conhecimento sobre plantas foram se acumulando pois o país era rico em diversidade e esse conhecimento era passado de geração em geração de forma oral sendo usado em larga escala até o início do século 20. Nessa época a Fitoterapia entrou em declínio (Figura 2.29) com o crescimento da indústria de medicamentos e desenvovimento da química. Isso se deve aos interesses da indústria que era aumentar seus lucros que passaram também a desqualificar o saber popular sobre as plantas. Com o tempo a população foi vendo que esse modo de cuidar da saúde somente com os remédios sintetizados geravam efeitos colaterais e também não cumpria o que prometia que era diminuir a incidência doenças nas pessoas, pelo contrário, os remédios eram caros e o acesso não cobria toda a população. Houve até um período que os Estados Unidos bloquearam subsídios (Figura 2.34) de modo que não mais incentivassem essa prática do saber popular, mas hoje os fitoterápicos são tratados como suplementos alimentares naquele país. Assim a população voltou a buscar formas de curas alter- nativas por meio da natureza depois do ano de 1960 (Figura 2.37). A Penicilina (Figura 2.35) é uma substância produzida pelo fungo Penicillium sp. para inibir a atividade de bactérias por competição, no meio ambiente, para prevalecer sobre a mesma quando estão decompon- do a matéria orgânica. Foi descoberta por acaso pelo médico Alexander Fleming em 1928 durante estudos com uma cultura de bactérias do gênero Staphylococcus sp. Em estudos assim, os cientistas colocam em uma placa de Petri (vidraria redonda de laboratório) os esporos, ou mesmo as bactérias, com um instrumento semelhante a uma vara de aço molhando a placa. Depois de um tempo vê-se a olho nu a colônia crescida como manchas no lugar, pois uma bactéria se divide em duas de 40 em 40 minutos, aproximadamente. Porém ele viu que em uma de suas placas havia um bolor de um fungo crescendo por cima da colônia e ao redor do mesmo não crescia bactérias, ele imaginou que havia uma substância desconhecida que ele nomeou de penicilina. Depois foi visto que a substância também agia em bactéria em tecidos vivos, como o dos humanos. O próprio médico fez um experimento em um paciente com meningite causada por bactérias (que ataca as meninges causando inflamação, na membrana que envol- ve o cérebro), injetando o medicamento no mesmo e houve um bom resultado no tratamento e assim viu-se que a substância agia de modo satisfatório nos sistemas. Assim houve investimento do governo para a produção dessa substância em larga escala que passou a ser usada em soldados feridos nas guerras. Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 29 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Pio Corrêa (Figura 2.36), 1874 - 1934 era um botânico português que publicou livros em 6 volumes com título “Dicionário de Plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas” onde até hoje são usadas como referência em trabalhos acadêmicos. Os conhecimentos tradicionais com plantas nessa época foram abandonados com o desenvolvimento da química e física (Figura 2.31), quando só se considerava válido o conhecimento científico, e permaneceu assim até a década de 60 quando grandes epidemias afetaram a população humana, mesmo com o desenvolvimento dessas ciências tornando claro que a sintetização de medicamentos era cara e também não resolvia o problema por completo. Hoje a fitoterapia cresce, as pessoas estão dando mais valor ao conhecimento popular adquirido de geração em geração que é feito na tentativa-e-erro. Grandes laboratórios e empresas já até foram ajudadas pelos conhecimentos populares indígenas como a Coca- -cola® que vende seu refrigerante com Stevia rebaudiana (Estévia), que foi descoberta por índios guara- nis, com o pagamento de royalties a estes, como reconhecimento. Também há médicos que prescrevem plantas medicinais para pacientes. Capítulo 2: História do uso de plantas na Medicina 30 Capítulo 3 MORFOLOGIA VEGETAL IDENTIFICAÇÃO DE PLANTAS Para você ser um fitoterapeuta, você deve aprender sobre cada planta medicinal e suas propriedades medicinais, mas para você ser um botânico e saber reconhecer plantas, você deve decorar todas essas características listadas nas próximas páginas para reconhecer as plantas em um habitat. Uma vez com elas em mente, você deve ter uma tabela desenhada em um papel (que mostraremos adiante) e coletar um ramo fértil da planta que quer identificar que tenha várias folhas, que tenha flores ou inflorescência (galho de flores), e com frutos se possível. Assim você vai levar para casa e analisar anotando cada característica na tabela. Para que o reconhecimento seja eficaz, você deve fazer tudo certo usando até lupa para cortar o ovário com a navalha para saber quantos lóculos (local onde ficam os óvulos-sementes) tem no ovário (imagine uma tomate, que é um ovário inchado - portanto um fruto - cortada ao meio). Quando terminar de preencher a lista, sobrará Ordem, Família e Espécie, que ficará em branco. Depois de listar os dados da planta, você vai pegar a chave de identificação oficial e vai seguir de acordo com os dados da sua planta até chegar na Família indicada, identificando a família da planta, o que já é um grande avanço pois assim você pode fazer pesquisas para já saber se as mesmas produzem compostos tóxicos ou não ou consultar no próximo Capítulo 4 entre informações resumi- das das Famílias de plantas medicinais do Brasil que listei. Chave é uma lista onde você vai começar do início, seguir um caminho, de acordo com as característi- cas das pantas que você tem anotado até chegar na Família indicada; tem sites de empresas de botâ- nicos como o Instituto Plantarum https://guiadeplantasmedicinais.com/acesse/chave-de-identifi- cacao/ que vendem as chaves de reconhecimento de angiospermas no Brasil, mas estou fazendo uma para disponibilizar no site do livro http://guiadeplantasmedicinais.com/chave-de-identificacao). Sabendo da família da planta, você pode usar a chave específica de famílias de angiospermas do Brasil (se não encontrar gratuitamente na internet, terá que comprar) para descobrir o gênero ou estudar a família pela internet ou por livros especializados e tentar descobrir qual é o gênero com as características em mãos. Pelo gênero dá pra você ir no site tropicos.org ou sites como o do jardim Botânico do Rio de Janeiro http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/PrincipalUC/Principa- lUC.do?lingua=pt e descobrir quais espécies desse gêneros existem e ir estudando-as uma por uma até descobrir a espécie do seu espécime. Esse conhecimento é muito útil. Vamos supor que tenha um terreno comprado por alguma empresa e eles estejam querendo te contratar para você fazer um levantamento das famílias de plantas, ou até as espécies que ocorrem no local para usar como medicinal. O que você fará? Sair comparando por fotos da internet não dá, não é? Além de dar muito trabalho, ainda reconhece errado e pode fazer o dono consumir plantas tóxicas erroneamente. Com esse conhecimento você reconhecerá de modo mais eficaz as plantas e sabendo da família, já dá pra saber se ela pode ser tóxica. Como visto no capítulo 1, as plantas da mesma família são bastante relacionadas e caso uma espécie da família seja tóxica, é bem provávelque outras também sejam. Mesmo assim é muito arriscado sair por aí coletan- do plantas e reconhecer para consumir, há vários casos de pessoas que consumiram plantas toxicas como uma família de Minas Gerais que comeu Couve-falsa (da família da Nicotiana tabacum) pensando que era Couve comestível havendo até hospitalização com fatalidade. Houve também uma pessoa no Oriente que comeu Agave tóxico pensando ser Babosa, teve que passar por lavagem estomacal. Muito cuidado no que você faz. Morfologia Vegetal Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais 32 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Hábito Caule Erva ou herbácea: Não são lenhosas (tem caule verde). Maioria não passa de 1 metro, mas algumas exceções podem ser gigantes como o Bambu. Tronco: Lenhosas Haste: Não são lenhosas (geralmente tem caule verde, mas pode ter outra cor). Não são lenhosas Colmo: quando a estrutura é dividida em nós e entrenós podendo ou não seroco. Ex. Bambu, cana-de-açúcar Estipe: Caule cilindrico com marcas de folhas caídas. Ex. Palmeiras como o coqueiro Rizoma: Caule prostrado que cresce prostrado de onde saem raízes e o caule Raiz tuberosa: Raizes que crescem mas, geralmente por seleção artificial. Tubérculo: Quando o caule emite ramificações onde na ponta cresce um antumescimento (batata) para reserva de amido protegido de predadores Bulbo: Caule que cresce fora da terra e são suculentos e enrolados pelas escamas da plantas bem apertados. alguns autores dizem que são folhas suculentas e o caule é a estrutura menor embaixo Trepadeira: São plantas herbáceas que não ficam eretas, porém pode ser uma liana jovem (dica: planta florida é adulta). Liana: São trepadeiras lenhosas, porém pode ser confundida com trepadeiras quando são jovens. Parasita: Vivem em outra planta, inclusive se alimentando da seiva (floema) pelos haustórios. As plantas produzem o alimento pela fotossíntese na parte verde, portanto parasitas não são verdes Arbusto: Lenhosas, mas com tronco bem pequenos ramificando desde a base. Árvores: Lenhosas de tronco único (monopodial) que se ramifica no alto) Trata-se do porte da planta adulta (depois de florir) que pode ser: Aéreo Que liga as folhas à raiz. É util para identificar onde é a folha, pois pode ser dividido em nós e entrenós e as folhas estarem saindo nos nós. Subterrâneo Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 33 Figura 3.1 Figura 3.5 Figura 3.6 Figura 3.7 Figura 3.8 Figura 3.9 Figura 3.10 Figura 3.11 Figura 3.12 Figura 3.13 Figura 3.2 Figura 3.3 Figura 3.4 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Látex Armada Odor Folha composta Substância produzida pela planta que geralmente libera quando injuriada podendo ter várias cores. Espinhos: Órgãos modificados, Ex.: folha que perdeu a lâmina na evoluação para diminuir perda de água ou predação. Pode ser também ramo ou estípula modificada. Composta pinada (como pena) Composta palmada (ou digitada): Como a palma da mão e seus dígitos (dedos) Composta bipinada: Quando uma folha ancestral pinada se dividiu novamente se tornando pinada duas vezes. Trifoliolada: Com três folíolos. Ex. Feijão Folha simples Não lobada Lobada São os órgãos fotossintetizantes das plantas e como tal podem se adaptar para otimizar o processo (irradiar luz pela sua superfície) ou para diminuir a perda de água, evitar predação, etc. A folha é simples tem só um limbo ligando as nervações, podendo ser lobado ou não. Quando, na evolução, foram dividindo a lâmina foliar de acordo com as leis da gravidade.Quando a folha das plantas se dividiram de tal modo que uma folha só ficou composta de vários foliolos e até foliólulos. Porém há varias formas de folhas compostas, o que se deve fazer é procurar no ramo o nó, quando o peciolo sai do nó é uma folha. Acúleos: São um entumesci- mento da epiderme do ramo. Geralmente são fáceis de destacar e não possuem vascularização como os espinhos. Quando amassa um pedaço da planta, seja folha ou ramos e emitem cheiro. Geralmente quando acontece, as plantas produzem compostos importan- tes. Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 34 Forma das folhas (folíolos e foliólulos) Ovada: Em formato de ovo Obovada: Em formato de ovo ao contrário Elíptica: Como uma elipse, ou quando se dobra no meio formando dois cones. Uma folha com a parte do meio mais larga. Oblonga: Como um retângulo contínuo, mas com base e ápice agudo nas mesmas proporções. Lanceolada: como forma de ponta de lança, mais larga na base e mais aguda no ápice. Peltada: Folha onde o peciolo está inserido em qualquer ponto do limbo que não seja na margem. Figura 3.15 Figura 3.16 Figura 3.17 Figura 3.18 Figura 3.19 Figura 3.20 Figura 3.21 Figura 3.22 Figura 3.23 Figura 3.24 Figura 3.25 Figura 3.26 Figura 3.27 Figura 3.28 Figura 3.29 Figura 3.30 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Borda Filotaxia Estípula Inteira: A borda é contínua. A margem de folhas, foliolos e foliólulos. Ondulada: Com ondas nas bordas. Serreada: Como uma serra, mas com “dentes” leves. Quando se põe a folha contra a luz e vê-se pequenos pontos mais claros que o restante da folha. Costuma guardar óleos voláteis como o da folha de laranjeira. Alterna espiralada: Como um espiral Oposta: Duas no mesmo vértice, mas uma de cada lado Oposta cruzada: Quando há alternância como cruz Verticilada: Várias folhas no mesmo vértice Alterna dística: Com alternân- cia dupla É a disposição que a planta organiza as folhas para melhorar a absorção de energia luminosa de modo que uma não atrapalhe a outra de baixo. Crenada: Com os “dentes” redondos. Dentada: Com os “dentes” bruscos. Intrapeciolar: entre o peciolo e o ramo Interpeciolar: entre peciolos Lateral: (ao lado do peciolo) São pequenas lâminas geralmente na base do peciolo das folhas. Terminal: No fim de um ramo Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 35 Pontuações translúcidas Figura 3.31 Figura 3.32 Figura 3.33 Figura 3.34 Figura 3.35 Figura 3.36 Figura 3.37 Figura 3.38 Figura 3.39 Figura 3.40 Figura 3.41 Figura 3.42 Figura 3.43 Figura 3.44 Figura 3.45 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Inflorescência Cálice Estames Corola Sexo da flor Ovário Simetria Um ramo que a planta produz para acomodar as flores. Pode variar em forma Brácteas Uma folha diferente das demais, que ocorre na base das inflorescências. Se for na base da flor (abaixo do cálice) é bractéola A parte da flor acima das brácteas (se houver) e embaixo da corola (se houver) compostas de sépalas divididas ou juntas. Cálice dialissépala: quando são soltas entre si Cálice gamossépala: quando são fundidas entre si Estruturas masculinas (com microgametófito, ou seja, pólen) que estão estrategicamente posicio- nadas para melar o animal polinizador de pólen Pode ter a deiscência Rimosa, Poricida ou Valvar. Bilateral ou zigomorfa: quando divide-se no meio e obtêm-se duas partes iguaus, como nosso rosto. Radial ou Actinomorfa: quando divide-se no meio e não obtêm-se duas partes iguaus. Essa simetrial se orienta do centro para fora, com varios raios Diz respeito a orientação da corola Qual sexo ocorre na flor Flores bissexuadas: Masculino (laranja) e feminino(verde no centro) Flores unissexuadas: Ou masculino com estames-polens (laranja) e feminino (verde no centro) com ovário-óvulos Pode ser ou não dividido em Carpelos Estruturas femininas (com microgametófito feminino, ou seja, ovário) que estão estrategicamente posicio- nadas para o animal polinizador “sujo” de pólen melar o estigma (cume do ovário) para que o ovário com óvulos cresçam formando fruto e sementes Parte da flor que serve para atrair polinizadores (insetos, morcegos, etc.) e costumam ter cores bem chamativas. Racemosa = quando produz um racemo começando a abrir as flores de baixo Cimosa = quandoproduz uma cimeira começando a abrir as flores de cima Corola gamopétala: Quando são fundidas entre si Corola dialipétala: quando são livres entre si Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 36 ♂♀ ♀ ♀♂ ♂ Figura 3.46 Figura 3.47 Figura 3.48 Figura 3.49 Figura 3.50 Figura 3.51 Figura 3.52 Figura 3.53 Figura 3.54 Figura 3.55 Figura 3.56 Figura 3.57 Figura 3.58 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Planta Monoica Fruto Planta Dioica Aquênio: Quando o fruto é seco, uma só semente, unilocular e ligada ao pericarpo (fruto) em um ponto único. Cariopse: Típico de cereais. Fruto seco e a semente é unida firmemente ao pericar- po. Lembre-se que a espiga do milho é inflorescência, as palhas são brácteas e os caroços frutos. As sementes são essa parte amarelo-claro. Sâmara: Um fruto geralmente unicarpelar onde desenvolve uma ala como uma asa que serve para planar no ar e facilitar que se propague a longas distâncias Noz: Fruto seco, indeiscente (que não se abre na planta) com uma única semente interna. Cápsula: Fruto seco, deiscente (que se abre na planta) com dois ou mais lóculos (lugar onde fica o ovulo-semente) Legume: Fruto seco, deiscente, que se abre nas duas soldaduras. Esquizocarpo: Fruto seco, deiscente, onde os carpelos se separam quando secos deixando expostas as semen- tes. Síliqua: Fruto que se abre em duas valvas e no meio uma estrutura que suporta as semen- tes. Baga: Um fruto carnoso e com muita sementes como o do tomate (e nao o quiabo que é fibroso) Drupa: Fruto com parte carnosa dura que envolve uma única semente, como a azeitona. e o abacate. Pomo: quando a flor tem ovário ínfero (abaixo dos verticilos florais como pétalas) e o receptáculo fica carnoso Mono = “único”; Oikos = “casa”. Ou seja, uma casa para os dois sexos. Quando ocorre os dois sexos na mesma planta. Geralmente ocorre em plantas que se distribuem uma longe da outra, para facilitar a autopolinização. Estrutura carnosa ou não que contém as sementes. São geralmente ovários inchados depois da polinização e fecundação. Porém há uma variedades de exceções, por exemplo, o morango que é uma inflorescência inchada/carnosa. Di = “dois”; Oikos = “casa”. Ou seja, cada sexo em sua casa. Quando ocorre sexos separados em cada planta. Geralmente ocorre em palntas que se distribuem muito perto da outra, pois é mais fácil de polinizarem. Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 37 ♂♀ ♂ ♀ Figura 3.59 Figura 3.60 Figura 3.61 Figura 3.62 Figura 3.63 Figura 3.64 Figura 3.65 Figura 3.66 Figura 3.67 Figura 3.68 Figura 3.69 Figura 3.70 Figura 3.71 Essas são as características mais básicas que você deve saber para trabalhar com reconheci- mento de plantas, pois a partir delas você vai diferenciar uma espécie da outra e vai diagnosticar a espécie com mais precisão. Existem mais características como abertura de ovário para contar lóculos, pêlos glandulares, mas vamos abordar somente estas para facilitar. O processo de reconhecimento de plantas se dá quando a pessoa sai pelos arredores utilizando uma tesoura de poda ou podador de altura, coletando as plantas, de preferência um ramo que tenha uma boa quantidade de folhas para diferenciar se são simples ou compostas e que seja fértil, tenha flores e frutos, pois as flores nos dão os melhores caracteres para diferenciar uma planta da outra, e os frutos são ovários fecundados que crescem, portanto flores. Quando você tiver decorado todas as características anteriores, pode imprimir essa tabela ou desenhá-la num rascunho para identificar o ramo florido da planta que você coletou. Listar todas as características de cada planta sobrando somente “Família”, “Gênero” e “Espécie”. Com ela em mãos, conseguir uma chave de identificação (O Instituto Plantarum tem, por exem- plo, na página 31 no começo desse capítulo falei dele) e identificar a planta. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Tabela com Características Nº CARACTERÍSTICA 1 Hábito 2 Caule 3 Látex 4 Armada 5 Odor 6 Forma das folhas 7 Pontuações translúcidas 8 Folha simples ou composta 9 Se composta, qual tipo? 10 Borda das folhas 11 Filotaxia 12 Estípula 13 Inflorescência 14 Simetria floral 15 Cálice 16 Corola 17 Estames 18 Carpelos 19 Sexo da flor 20 Planta monoica ou dioica 21 22 23 24 Fruto *Lembre-se: Cada espécie tem seu nome científico, por exemplo a Lippia sidoides é o nome científico do Alecrim-pimenta. Ela está classifica- da assim na Biologia se formos consultar os cientistas (no tropicos.org, por exemplo): Domínio: Eukarya Reino: Plantae Divisão: Magnolio- phyta Classe: Equisetopsida Ordem: Lamiales Família: Verbenaceae Gênero: Lippia Espécie (nome científico): Lippia sidoides Nome popular: Alecrim-pimenta. Assim, descobrindo o nome científico da planta, podemos encontrar diversas informações em sites de universida- des pelo scholar.google.com.br, em livros de especialistas, etc. FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE PLANTA 1 PLANTA 2 PLANTA 3 Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 38 Outra forma de trabalhar com manejo de plantas depois de listar as características de várias e identificar é criar a chave das suas plantas. Vamos supor que um empresário comprou um terre- no onde tinha vários indivíduos de várias espécies de plantas e quer saber as famílias que ocor- rem no local. Depois de identificar cada uma descobrindo as famílias, vi que tinha 4 famílias de plantas ocorrendo no local. Eu posso fazer a minha própria chave de identificação desse lugar de forma lógica. Assim, se um outro botânico tem essa chave que eu criar, ele pode chegar no terreno, coletar um ramo fértil de uma planta, listar suas características e seguir a chave que eu criei, então ele vai descobrir qual é a família da planta rapidamente. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Identificando uma planta Uma demonstração com a Lippia sidoides, vamo supor que não sabemos de nada sobre ela Criando sua própria chave de identificação Agora é só procurar uma chave de identificação de plantas do Brasil e descobrir qual é. No próximo capítulo você encontra informações sobre a família depois de identificar, por exemplo Verbenaceae da planta acima. Essa a gente fez já sabendo os dados, mas quando for trabalhar só pode correr a chave quando souber das características certas. Nº CARACTERÍSTICA 1 Hábito 2 Caule 3 Látex 4 Armada 5 Odor 6 Forma das folhas 7 Pontuações translúcidas 8 Folha simples ou composta 9 Se composta, qual tipo? 10 Borda das folhas 11 Filotaxia 12 Estípula 13 Inflorescência 14 Simetria floral 15 Cálice 16 Corola 17 Estames 18 Carpelos 19 Sexo da flor 20 Planta monoica ou dioica 21 22 23 24 Fruto Arbusto Haste Ausente Não Presente Elíptica (peciolada) Ausente Simples -------- Serreada Oposta cruzada Ausente --------- Zigomorfa -------- -------- 5 estames 2 carpelos --------- --------- Aquênio (muito pequeno) Olhando de longe, a aparência É quebradico Esmaga folha ou quebra haste e não encontra Sem espinhos e acúleos Esmaga a flor e cheira, tem odor Parece elíptica Pega uma folha e coloca contra a luz, não tem Folha simples, reconhece que é um ramo e vê que as folhas são únicas Quando é composta, tem várias folhas pequenas em uma folha que parece ramo Parece crenada mas é levemente serreada (só completa se tiver certeza) Duas folhas no mesmo vértice Não tem folha vestigial no peciolo da folha original Como é o galho de flores? Espiga, mas deixei em branco Toda a flor, quando divididas ao meio, tem simetria bilateral Sem dados Sem dados 5 estames na flor (ao redor do gineceu) 2 Carpelos na flor, no meio Incerteza, não completar Sem dados É muito pequeno FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE PLANTA 1 Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 39 Vamos supor que no terreno que eu fui designado para reconhecer as espécies que ocorriam lá, fiz a coleta de 4 ramos floridos de cada tipo de planta que eu não sabiao nome. Após, fiz a listagem das características como na tabela anterior e fiz o reconhe- cimento usando a Chave de Reconhecimento de Angiospermas do Brasil do início do capítulo e depois de descobrir a Família descobri o nome científico das 4 plantas. Após isso separei essas características delas (abaixo), que são as que achei melhor de trabalhar. Agora eu posso criar uma chave para esse terreno para quando algum botâ- nico quiser identificar, é só coletar, listar as características e seguir a chave que criei. 1. Folhas simples .............2 1’. Folhas compostas ........ Caryocaraceae 2. 1. Folhas simples .............2 1’. Folhas compostas ........ Caryocaraceae 2. Alterna espiralada ......3 2’. Oposta..... Verbenaceae 3. Passo 1: Eu posso escolher a melhor característica para começar a fazer a chave. Vou começar pela “Planta 3” pois todas tem folhas simples, menos ela que tem folha composta e se diferencia entre elas... Passo 2: Risco da tabela a que já resolvi para não atrapalhar e continuo a escolher outras características distintivas. Vi que agora somente uma das que sobraram possuem filotaxia oposta, então já resolvo ela continuando a chave. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Nº CARACTERÍSTICA 1 Hábito 2 Caule 3 4 5 6 Forma das folhas 7 8 9 10 11 Folha simples ou composta Se composta, qual tipo? Borda das folhas Filotaxia Estípula Nome popular Espécie Família Arbusto Haste Elíptica Simples -------- Crenada Oposta cruzada Ausente Verbenaceae Crhysobalanaceae Caryocaraceae Lauraceae Alecrim-pimenta Guajiru Pequi PLANTA 1 Arbusto Tronco Ovada Simples -------- Inteira Alterna dística Caduca PLANTA 2 Árvore Tronco Elíptica Composta 3-folioladas Crenada Oposta Caduca PLANTA 3 Árvore Tronco Elíptica/Lanceolada Simples -------- Inteira ondulada Alterna-espiralada Ausente Abacate Lippia sidoides Chrysobalanus icaco Caryocar brasiliense Persea americana PLANTA 4 Nº CARACTERÍSTICA 1 Hábito 2 Caule 3 4 5 6 Forma das folhas 7 8 9 10 11 Folha simples ou composta Se composta, qual tipo? Borda das folhas Filotaxia Estípula Nome popular Espécie Família Arbusto Haste Elíptica Simples -------- Crenada Oposta cruzada Ausente Verbenaceae Crhysobalanaceae Caryocaraceae Lauraceae Alecrim-pimenta Guajiru Pequi PLANTA 1 Arbusto Tronco Ovada Simples -------- Inteira Alterna dística Caduca PLANTA 2 Árvore Tronco Elíptica Composta 3-folioladas Crenada Oposta Caduca PLANTA 3 Árvore Tronco Elíptica/Lanceolada Simples -------- Inteira ondulada Alterna-espiralada Ausente Abacate Lippia sidoides Chrysobalanus icaco Caryocar brasiliense Persea americana PLANTA 4 Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 40 Chave de identificação 1. Folhas simples .............2 1’. Folhas compostas ........Caryocaraceae 2. Alterna ...........................3 2’. Oposta............................Verbenaceae 3. Estípula (caduca) ...........Chrysobalanaceae 3’ Estípulas ausentes .........Lauraceae Passo 3: Risco as que já resolvi e só sobraram duas plantas para resolver. Agora posso decidir pela Estípula, pois Chrysobalanaceae tem (caduca porque caiu, mas tem a marca, então tem essa caracteristica) e terminar a chave. Pronto! Com a chave finalizada podemos usá-la para reconhecer qualquer espécie do nosso terreno com a chave de identificação acima (pois coletamos todas as espécies do terreno, reconhece- mos e criamos a chave). Essa é uma forma básica de fazer uma chave, só para você entender como funciona. Agora imagine se alguém listasse todas as plantas do Brasil, reconhecesse e fizes- se uma chave de identificação para quando alguém coletar uma planta em qualquer lugar pudesse listar as caracteristicas e fazer o reconhecimento com essa chave? Essa chave pode ser comprada no Instituto plantarum.com.br, porém é uma chave de angiospermas, não somente de plantas medicinas. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Intrapeciolar: entre o peciolo e o ramo Interpeciolar: entre peciolos Lateral: (ao lado do peciolo) Terminal: No fim de um ramo Nº CARACTERÍSTICA 1 Hábito 2 Caule 3 4 5 6 Forma das folhas 7 8 9 10 11 Folha simples ou composta Se composta, qual tipo? Borda das folhas Filotaxia Estípula Nome popular Espécie Família Arbusto Haste Elíptica Simples -------- Crenada Oposta cruzada Ausente Verbenaceae Crhysobalanaceae Caryocaraceae Lauraceae Alecrim-pimenta Guajiru Pequi PLANTA 1 Arbusto Tronco Ovada Simples -------- Inteira Alterna dística Caduca PLANTA 2 Árvore Tronco Elíptica Composta 3-folioladas Crenada Oposta Caduca PLANTA 3 Árvore Tronco Elíptica/Lanceolada Simples -------- Inteiraondulada Alternaespiralada Ausente Abacate Lippia sidoides Chrysobalanusicaco Caryocar brasiliense Persea americana PLANTA 4 Cap. 3: Morfologia Vegetal e identificação de Plantas 41 Capítulo 4 PRINCIPAIS FAMÍLIAS DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL Cap. 4: Famílias Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Uma Família de planta agrupa vários Gêneros. Um Gênero agrupa várias Espécies. Isso quer dizer que a espécie Lippia alba (Erva-cidreira) e a espécie Lippia sidoides (Alecrim-pimenta) fazem parte do mesmo gênero Lippia, porém são plantas diferentes, mas bastantes relaciona- das e parecidas. Esse Gênero Lippia dessas duas plantas faz parte da família Verbenaceae que comporta outros gêneros como o Stachytarpeta que comporta a espécie Stachytarpeta cayen- nensis (Gervão) e outras. Se você for comparar Gêneros / Espécies da mesma Família verá que elas são bastante parecidas, o Gervão tem cheiro e folhas simples com bordas serreadas, assim como a Erva-cidreira e o Alecrim-pimenta. Para saber a Família da planta é necessário seguir as dicas tratadas no capítulo anterior, mas vou deixar uma lista básica das famílias de plantas medicinais mais importantes que ocorrem no Brasil para você ter uma noção de como reconhecer ou para ver as informações depois de reconhecer (Baseado no livro de Judd et al. e em outros materiais). Quando você conseguir reconhecer a Família da planta que deseja, fica mais fácil chegar ao Gênero e depois à Espé- cie. Lembro uma vez que eu peguei uma Cactácea (Cactaceae) arbustiva e com folhas, para identificar e sofri bastante correndo a chave, deu realmente Cactácea, mas como era arbusti- va diferente das que eu tinha em mente, não acreditei e achava que tinha identificado errado. Depois eu vi que existia Cactácea arbórea como a Pereskia bleo, se eu tivesse visto essa lista, ficava melhor de identificar. As Pereskia spp. (espécies do gênero Pereskia) são como plantas arbóreas que ao longo da evolução, para se transformar de planta arbórea a suculentas foram perdendo as folhas, ganhando espinhos e começando a fazer fotossíntese pelo caule (o mesmo ficando verde, tomando a função da folha) na evolução, até chegar nos Cactos da Caatinga que conhecemos. Uma forma básica de dizer, para você entender (como você leu o capítulo 1) todas as Cactáceas do modo que conhecemos (Palmas e Cactos), descendem das Pereskia spp. ou tem um ancestral comum mais perto (Pereskia é um arbusto ainda com folhas, ainda que pequenas, mas com caule pouco suculento), como se tivessem retirado uma população das plantas que conhecemos, colocado em locais secos e ao longo das gera- ções elas foram se adaptando, quando as Pereskia spp. estavam num local pouco seco e as restantes num local muito seco. Para se entender o que é uma Família de planta, sugiro você ler o capítulo 1 sobre a evolução das plantas. Todos os organismos no mundo, inclusive as plantas, surgiram de 1 só ancestral que no tempo foi colonizando outras áreas, se multiplicando e se transformando, também mudando de forma e produzindo outros compostos químicos. Famílias são úteis para nomear um grupo de Gênero e Espécies (como dito no início do texto), que são parecidas mas diferentes, pois há poucas famílias de plantas, muitosgêneros e mais ainda espécies. Você não deve ainda usar essa lista como uma forma definitiva de saber se o ramo fértil (com flores) que você coletou e está com ele na mão, é mesmo da Família, mas só para ter uma ideia! O certo é você listar as características e correr uma chave de identificação oficial, que pode ser comprada, para reconhecer a planta de verdade. Famílias de Plantas medicinais do Brasil 43 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 44 Acanthaceae Hábito: Maioria ervas, poucas lianas, arbustos e árvores. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais. Folha: Folhas simples, opostas, alterna espiralada. Lobada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Sem estípula Flor: Flores com brácteas coloridas. 4 a 5 sépalas conatas. 5 pétalas conatas. 4 estames. 2 carpelos. Fruto: Cápsula Contém Glicosídeos fenólicos, iridoides, alcaloides, diterpenoides. Ex. Justicia pectoralis Polypodiaceae Hábito: Epífitas ou rupícolas, principal- mente. Com rizoma carnosos. Poucas são terrestres. Distribuição: Ocorre nos trópicos, porém tem poucas espécies nas regiões temperadas. Ocorre mais em florestas de região tropical. Folha: Folhas simples, pinada, com escamas no pecíolo. Soros (esporân- gios) nas folhas. Estípula: Sem estípula Flor: Sem flor, possui esporângios nas folhas (consultar capítulo 1 - pteridófi- tas). Fruto: Sem fruto. Ex. Phlebodium decumanum Ginkgoaceae Hábito: Árvore Folha: Simples, espiralada, espaça- das, em forma de leque de cor amarelo no outono. Estípula: Sem estípula Flor: Planta sem flor, mas com semen- te, então possui estróbilos. As plantas são dioicas (só ocorre um sexo na planta). Distribuição: Ocorre na China. É considerada extinta da natureza, mas nas regiões asiáticas são cultivadas até como ornamental. Fruto: Sementes com testa carnosa com odor desagradável Ex. Ginkgo biloba, única espécie da família. Achariaceae Hábito: Árvores, arbustos ou ervas Distribuição: Entre os tropicos. Folha: Simples. Alterna dística ou espiralada Estípula: Presente ou ausente Flor: Unissexuadas ou bissexuadas. Simetria radial. Actinomorfa. 2 a 5 sépalas, livres. 4 a 15 pétalas livres. 5 estames, ou numerosos. 2 a 10 carpelos. Fruto: Baga ou cápsulas. Ex. Carpotroche brasiliensis Adoxaceae Hábito: Árvores de pequeno porte, podendo também ser arbustos ou ervas. Distribuição: Regiões temperadas do mundo ou regiões montanhosas com este clima Folha: Simples. Quando simples com filotaxia oposta. Pode ser lobada. Pode também ser compostas contendo 3 folíolos ou pinada. Pode ser com margem inteira ou denteada. Estípula: Quando a estípula está presente, pode ser como glândulas de nectário. Flor: Simetria radial. Bissexuada. 2 a 5 sépalas conatas. 4 a 5 pétalas conatas formando tubo. 5 estames. 3 a 5 carpelos. Fruto: Drupa Com glicosídeos cianogênicos Ex. Sambucus australis, Viburnum Alliaceae Hábito: Ervas bulbosas com caule reduzido Distribuição: Regiões temperadas e tropicais, em locais semiáridos. Folha: Simples. Alternas, dística. Margem inteira. Estípula: Ausente Flor: Inflorescências helicoides. Flor radial. Bissexuais sem brácteas. As pétalas e sépalas são no número de 6 podendo ser livres ou conatas com essa parte tubular. 6 estames livres a conatos. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula Ex. Allium sativum Amaranthaceae Hábito: Ervas ou arbustos, podendo ser suculentas, como babosa. Distribuição: Ocorre em todos os locais habitáveis do planeta, porém é fácil ver em ambientes áridos degrada- dos, com alterações. Também em ambientes salinos. Folha: Simples. Alterna espiralada ou oposta. Margem inteira podendo, ser ondulada, em poucas vezes serreadas também lobadas. Estípula: Ausente Flor: Bissexual, poucas são unissexu- adas. Simetria radial com brácteas carnosas ou secas. 3 a 5 pétalas ou pétalas livres, mas podem ser conatas na base. 3 a 5 estames. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Aquênio, utrículo ou cápsula. Ex. Amaranthus viridis Amarilidaceae Hábito: Ervas bulbosas Distribuição: Regiões temperadas e tropicais, bem diversa na América do sul e regiões semelhantes do mundo. Folha: Simples. Alterna, geralmente dística, achatadas e com borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Inflorescências helicoides, às vezes com uma flor solitária. Flor bissexuada com brácteas finas. Simetria radial. Pétalas e sépalas 6 podendo ser livres ou conatas. Estame 6. Carpelo 3 conatos. Fruto: Cápsula, mas poucas espécies como bagas. Ex. Hippeastrum puniceum Anacardiaceae Hábito: Árvore, podendo também ser arbustos ou lianas. Distribuição: Entre os trópicos (pantropical), podendo ocorrer em regiões temperadas. Folha: Composta. Alternas espiralada. Pinadas, trifoliolada ou unifoliolada. Margem inteira ou serreada. Estípula: Sem estípula, mas algumas espécies presentes. Flor: Unissexuais em sua maioria. Plantas dioicas (um sexo em cada planta). Flor radial e bem pequenas. 5 sépalas na maioria das vezes, livres e pouco conatas. 5 pétalas livres, também podendo ser conatas. 5 a 10 estames. Fruto: Drupa Ex. Anacardium ocidentale Annonaceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas com casca fibrosa (embira, quando quebra descasca muito). Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais em florestas úmidas. Folha: Simples. Alternas dística. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 3 sépalas livres ou pouco conatas (na base). 6 pétalas livres, porém algumas podem se diferenciar uma da outra, tomar cuidado. Mais de 10 estames, muito numerosos. 3 carpelos, mas pode ter muito mais. Fruto: Várias bagas, um agregado, como a graviola. Ex. Annona muricata Alismataceae Hábito: Ervas com rizomas ocorrendo em áreas alagadas Distribuição: Folha: Simples, com borda inteira. Filotaxia alterna, espiralada ou dística. Estípula: Ausente Flor: Bissexual ou unissexual. Simetria radial. Cálice e corola presente com 3 sépalas livres e 3 pétalas livres. Cor branca ou rosa. 6 estames. 3 a 6 carpelos. Fruto: Um agregado de aquênios Contém látex Ex. Echinodorus grandiflorus, Chapéu de couro Equisetaceae Hábito: Herbáceas. Distribuição: Ambientes úmidos. Ocorre em quase todos os continentes, ao norte do Equador em áreas alagadas. Folha: As folhas ou os ramos do caule são verticilados (saem ao redor de um só local no caule). As folhas são muito pequenas, também verticiladas com pouco menos de 2 cm. Estípula: Ausente Flor: Esporângio no ápice do caule contendo esporangióforos, que fica amarelo (sem clorofila). Fruto: Ausente Ex. Equisetum giganteum Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 45 Apiaceae (Umbelliferae) Hábito: Ervas aromáticas Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada. Pode ser composta e neste caso pinada, palmada. As simples podem ser divididas ou lobadas. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente, mas pode estar presente em algumas espécies. Flor: Bissexual. Simetria radial, flores bem pequenas. 5 sépalas livres e pequenas. 5 pétalas livres. 5 estames. 2 carpelos. Fruto: Fruto esquizocarpo com 2 segmentos secos. Ex. Apium graveolens Apocynaceae Hábito: Árvores, arbustos, lianas e ervas. Por seu habitat, pode ser suculenta como cactos cheios de látex. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais, algumas espécies ocorrem em região temperada. Folha: Folha simples. Oposta, porém também pode ser alterna espiralada, dística ou verticilada. Borda inteira. Estípula: Quando presente, são bem pequenas, mas geralmente são ausentes. Flor: Ás vezes só tem uma flor na inflorescência. Simetria radial. 5 sépalas pouco conatas (na base). Pétalas 5 conatas, campanulada, em forma de funil ou tubo. 5 estames 2 carpelos. Fruto: Folículo carnoso como baga ou drupa. Látex leitoso, potencialmente tóxica Ex. Allamanda cathartica Aquifoliaceae Hábito: Árvores ou arbustos com casca lisa. Distribuição: Floresta de montana em regiões tropicais em solos ácidos. Folha: Simples. Alterna, espiraladas. Borda inteiraou serreada. Estípula: Bem pequenas Flor: Às vezes a inflorescência só tem uma flor. Flor unissexual. Planta dioica (com um só sexo em cada planta). Simetria radial. 4 a 6 sépalas ligeiramente conatas. 4 a 6 pétalas ligeiramente conatas. 4 a 6 estames. 4 a 6 carpelos. Fruto: Drupa colorida que pode ter várias cores como vermelha, cor-de- -rosa, laranja, púrpura ou preto. Algumas espécies tem alcaloides tóxicos Ex. Illex paraguariensis Araceae Hábito: Ervas aquáticas ou terrestres com cormo, semelhante a cebola, mas pode ser liana com raízes aeres, plantas epífitas ou aquática flutuante. Distribuição: Floresta tropical, brejo (pântano), também em regiões subtro- picais. Folha: Folha simples. Alterna espirala- da ou dística. Pode ser lobada. Compostas pinadas a palmada com margem inteira. Estípula: Ausente, mas pode conter pelos nos nós dentro da bainha. Flor: Espiga com flores sobre um eixo carnoso sem flores na ponta. Flor bissexual a unissexual (planta monoica com os dois sexos numa planta só). Simetria radial. 4 a 6 pétalas e sépalas podendo ser livre ou conata. 1 estame, ou mais. 2 a 3 carpelos. Fruto: Baga, utrículo, drupa ou noz. Produz rafídeos, compostos cianogêni- cos e alcaloides. Causa irritação na mucosa, tóxica. Ex. Philodendron bipinnatifidium Araliaceae Hábito: Arbustos, lianas, árvores ou ervas. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais. Folha: Simples, +-lobada. Composta pinada ou palmada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente, algumas ausentes. Flor: Bissexuais, porém às vezes unissexuais. Plantas monoicas ou dioicas (um sexo numa planta ou dois sexos numa planta). Simetria radial. Flor pequena. 5 sépala livres peque- nas. 5 pétalas. 5 estames ou mais. 2 a 5 carpelos ou mais. Fruto: Baga ou drupa globosa com até 5 caroços, ou esquizocarpo. São aromáticas que produzem muitos compostos como resinas, óleos aromáticos, saponinas, cumarinas, etc. Ex. Hydrocotyle bonariensis Arecaceae (Palmae) Hábito: Árvores ou arbustos Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Pinada a palmada ao crescimento. Compostas pinado-loba- das ou bipinadas. Estípula: Ausente Flor: Inflorescências vistosas parecen- do espigas. Flor bissexual ou unisse- xual. Planta monoica ou dioica. Simetria radial. 3 sépalas, 3 pétalas, 3 a 6 estames ou mais. 3 a 10 carpelos. Fruto: Drupa. Raramente baga. Taninos ou polifenois. Ex. Attalea speciosa Aristolochiaceae Hábito: Ervas, lianas ou arbustos. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples, pode ser lobada. Borda inteira. Palmada. Alterna espiralada. Estípula: Ausente. Flor: Bissexual. Simetria radial, pode também ser bilaterais. 3 sépalas conatas, como tubo ou cachimbo. Pétalas ausentes ou vestigiais, mas presente em alguns gêneros. 6 a 12 estames. 4 a 6 carpelos conatos. Fruto: Cápsula com sementes achata- da, com forma semelhante a asa ou carnosa. Óleo aromático ou alcaloide. Ex. Aristolochia cymbifera Asphodelaceae Hábito: Ervas, árvores ou arbustos. Distribuição: Regiões tropicais da África, mais na parte sul em habitat temperado a árido. Folha: Simples. Alterna, espiralada ou dística. Pode ser suculenta. Borda inteira ou serreada, com espinhos. Estípula: Ausente Flor: Bissexual. Simetria radial ou bilateral, bem chamativa. 6 pétalas e sépalas, podendo ser livres ou conatas. 6 estames. 3 carpelos. Fruto: Cápsula. Produzem antraquinonas, cuidado. Ex. Aloe vera Asteraceae (Compositae) Hábito: Ervas, arbustos ou árvores. Distribuição: Regiões temperadas, floresta montana podendo ser de habitat secos ou campos abertos. Folha: Folha simples. Alterna espirala- da. Opostas. Verticiladas. Pode ser lobada ou secta (partidas). Borda inteira ou denteada Estípula: Ausente Flor: Em capítulos rodeados de brácteas, como girassol. Flor bissexual ou unissexual, pode ser estéril, com simetria radial ou zigomorfa. Não dá pra saber os números das sépalas, pois às vezes vem partidas. 5 pétalas conatas com corola radial tubular. 5 estames. 2 carpelos. Fruto: Aquênio Com lactonas sesquiterpenicas Ex. Mikania glomerata Berberidaceae Hábito: Ervas ou arbustos Distribuição: Regiões temperadas como nos Andes ou Norte do mundo. Folha: Simples. Alterna espiralada (pouquíssimas espécies opostas), lobadas, partidas. Quando compostas, unifolioladas. Borda inteira ou serreada com espinhos, às vezes margem só com espinhos, ou palmada. Estípula: Ausente ou presente. Flor: Vários tipos de inflorescências. Flores bissexuais. Simetria radial. 4 a 6 sépalas livres. 4 a 6 pétalas livres. Estames parecidos com pétalas, 4, 6 a numerosos. 1 carpelo. Fruto: Baga Com alcaloides Ex. Berberis laurina Bignoniaceae Hábito: Árvore, arbusto ou liana. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais. Algumas espécies em climas temperados. Grande diversida- de na América do sul. Folha: Composta. Oposta ou verticila- da, alterna espiralada poucas vezes. Geralmente composta pinada ou palmada, poucas vezes simples. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Zigomorfa, grandes e vistosas. 5 sépalas conatas. 5 pétalas conatas. 4 estames, às vezes 2, com 1 reduzido. 2 carpelos. Fruto: Cápsula, mas pode ser baga ou cápsula indeiscente. Iridoides e glicosídeos fenólicos. Ex. Tabebuia aurea Bixaceae Hábito: Árvore Distribuição: América do sul, tropical Folha: Alterna. Borda inteira. Estípula: Presente, pequenas. Flor: Pentâmera (5 em 5 tépalas). Cor rosa ou lilás. Carnosa. Estames numerosos. 2 carpelos. Fruto: Seco, tegumento externo carnoso e vermelho. Ex. Bixa orellana Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 46 Boraginaceae Hábito: Ervas, arbustos ou árvores, poucas vezes lianas ou parasitas. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais. Folha: Simples. Alterna espiralada. Pode ser bastante lobadas, algumas espécies chegam a ser composta. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Inflorescência escorpioide. Flores bissexuais. Simetria radial. 5 sépalas livres ou conatas. 5 pétalas, muito conatas, formando corola como disco. 5 estames. 2 carpelos conatos. Fruto: Drupa com caroço Pode ter alcaloide Ex. Borago officinalis Brassicaceae Hábito: Árvores, arbustos ou ervas. Distribuição: Pode ocorrer em todo o mundo, mas a maior diversidade é na região do mediterrâneo, Ásia e América do norte. Folha: Simples. Alterna espiralada. Pinado-partidas, lobadas. Compostas, palmadas ou pinadas. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente ou ausente. Flor: Bissexuais. Simetria radial ou bilateral. 4 sépalas. 4 pétalas livres como cruz. 6 estames ou numerosos. 2 carpelos conatos. Fruto: Baga ou cápsula. Glicosídeos cianogênicos. Ex. Brassica rapa Bromeliaceae Hábito: Ervas epífitas Distribuição: Regiões tropicais e temperadas, floresta montana úmida, porém há ocorrência em habitats secos. Folha: Simples. Alterna espiralada, formando uma roseta que acumula água. Borda inteira serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 3 sépalas livres ou conatas. 3 pétalas livres ou conatas. 6 estames livres a conatos. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula ou baga. Ex. Bromelia antiachanta Burseraceae Hábito: Árvores ou arbustos Distribuição: Entre os trópicos do mundo. Área tropical da América e África. Folha: Alterna espiralada. Composta pinada, trifoliolada ou unifoliolada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente, mas pode estar presente em alguns gêneros. Flor: Unissexuais. Planta dioica. Simetria radial, flor pequena. 4 a 5 sépalas, pouco conatas. 4 a 5 pétalas. 1 ou 2 verticilos de estames. 3 a 5 carpelos conatos. Fruto: Drupa Resinas não-alergênicas na casca Ex. Protium heptaphyllum Cactaceae Hábito: Ervas ou árvores com caule suculento e com espinho Distribuição: América do Norte e do sul. Algumas na África, de deserto e regiões áridas como o nordeste do Brasil. Podem ser epífitas em florestas. Folha: Simples. Dos ramos longos são alternas, espiralada.Borda inteira. Dos ramos curtos, modificadas em espinhos. Estípula: Ausente Flor: Inflorescência reduzida a uma flor. Bissexuais. Simetria radial, bilateral. Sépalas em várias quantida- des. Pétalas em várias quantidades. Estames em várias quantidades. 3 a numerosos carpelos. Fruto: Baga Alcaloides e saponinas triterpenoides Ex. Cereus jamacaru Caprifoliaceae Hábito: Ervas, arbustos, arvores ou lianas Distribuição: Regiões temperadas Folha: Simples. Oposta. Podem ser composta, algumas espécies. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria zigomorfa. 5 sépalas conatas. 5 pétalas conatas. 4 a 5 estames. 2 a 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula, baga ou aquênio. Glicosídeos fenólicos, iridóides, células secretoras. Ex. Lonicera japonica Caricaceae Hábito: Arbórea Distribuição: África equatorial, América central, América do sul e central. Folha: Simples. Alterna. Borda inteira. Compostas lobadas. Estípula: Ausente. Flor: Unissexuadas. Amarelo esverde- ado. 5 sépalas. 5 pétalas. 5 Carpelos. Fruto: Baga Contém látex Ex. Carica papaya Caryocaraceae Hábito: Árvores, arbustos ou subarbustos. Distribuição: Cerrado, Sudeste do Brasil. Folha: Composta. Trifoliolada. Oposta ou alterna. Borda serreada, dentada ou crenada, poucas espécies são inteira. Estípula: Presente, decídua, ausente. Flor: Simetria radial. 5 sépalas grandes ou pequenas. 5 pétalas, livres, poucas espécies conatas. Muitos estames, conatos. 4 a 20 carpelos. Fruto: Drupa, com espinho na superfí- cie. Ex. Caryocar brasiliense Caryophyllaceae Hábito: Ervas Distribuição: Temperadas e subtropi- cais. Habitats abertos alterados. Folha: Simples. Oposta. Borda inteira. Estípula: Ausente ou presente Flor: Inflorescência pode ter só uma flor. Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 pétalas e sépalas, pode ser livre ou conata. 4 a 10 estames. 2 a 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida deiscente por valva. Antocianinas, saponinas triterpenoi- des. Ex. Saponaria officinalis Celastraceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas Distribuição: Regiões tropicais ou subtropicais. Poucas em regiões temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada ou dística, poucas opostas. Borda serrea- da. Estípula: Presente ou ausente Flor: Bissexuais, unissexuais poucas vezes. Plantas monoicas ou dioicas. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres ou pouco conatas. 4 a 5 pétalas livres. 3 a 5 estames. 2 a 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida, drupa ou baga. Contém taninos Ex. Maytenus ilicifolia Chrysobalanaceae Hábito: Árvores ou Arbustos Distribuição: Costa brasileira, Norte, Nordeste e Sudeste. Mata Atlântica e Amazônia. Folha: Simples. Alternas. Coriáceas Estípula: Decídua, caduca ou persistente. Flor: 5 ou 6 pétalas e sépalas conatas. Simetria radial ou bilateral (actinomorfa ou zigmorfa). 1 ou 2 carpelos. Fruto: Drupa Ex. Crysobalanus icaco Clusiaceae (Guttiferae) Hábito: Árvores, arbustos ou lianas Distribuição: Entre os trópicos no mundo Folha: Simples. Opostas ou verticila- das. Borda inteira. Estípula: Ausente, mas encontra-se glândulas nos nós. Flor: Bissexuais ou unissexuais. Plantas geralmente dioicas. Simetria radial. 2 a 5 sépalas livres. 4 a 5 pétalas livres. Fruto: Cápsula, baga ou drupa Látex Ex. Calophyllum brasiliense Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 47 Fabaceae Hábito: Ervas, arbustos, árvores ou lianas. Distribuição: Em todos os locais habitáveis do planeta. Folha: Composta. Alterna, espirala- da ou dísticas. Pinada, bipinada, palmada, trifoliolada ou unifoliolada. Borda inteira, poucas tem borda serreada. Pulvino na base do pecíolo onde guarda água, quando se toca e as fecha, sugando a água da folha (mimosa). Estípula: Presente, pequenas ou grandes, podendo ser modificadas em espinhos. Flor: Bissexuais. Simetria radial a bilaterais. 5 sépalas livres ou conatas. 5 pétalas livres ou conatas. Estames 1 a vários, frequentemente 10. 1 carpelo geralmente, mas poucas espécies tem mais. Fruto: Legume geralmente. Porém também pode ser sâmara, lomento, folículo, cápsula, aquênio, drupa ou baga. Taninos, alcaloides e compostos cianogênicos Ex. Tamarindus indica Humiriaceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Tropical, da Costa rica ao Brasil, e costa da África Folha: Simples. Alternas. Borda inteira ou crenada. Estípula: 5 sépalas livres. 5 pétalas conatas. Simetria radial. Flor: 14 a 20 estames. 4 a 5 carpelos. Fruto: Drupa. Ex. Humiria balsamifera Hypericaceae Hábito: Árvores, arbustos ou ervas. Distribuição: Em todo o planeta. Folha: Simples. Composta. Filotaxia verticilada. Borda inteira. Estípula: Ausente. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres ou pouco conatas. 4 a 5 pétalas, livres. Numerosos estames. 3 a 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula, baga ou drupa. Cera resinosa. Ex. Hypericum perforatum Iridaceae Hábito: Ervas, cormos ou bulbos. Distribuição: Em todo o planeta Folha: Simples. Alternas dísticas. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Inflorescência escorpioide. Bissexuais. Simetria radial ou bilateral com 1 a 2 brácteas. 6 pétalas e sépalas livres ou conatas. 3 estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula Oxalato de cálcio, taninos, triterpe- nos. Ex. Eleutherine bulbosa Combretaceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas. Distribuição: Entre os trópicos, em manguezais, savanas e florestas. Folha: Simples. Alterna espiralada, opostas. Borda inteira. Estípula: Pequenas, mas em muitas estão ausentes. Flor: Unissexuadas ou bissexuadas. Plantas monoicas, dioicas ou polígamas. 4 a 5 sépalas, livres ou pouco conatas. 4 a 5 pétalas livres, às vezes ausentes. 4 a 10 estames. 2 a 5 carpelos. Fruto: Drupa Ex. Combretum leprosum Convolvulaceae Hábito: Lianas, parasitas. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais. Folha: Simples. Alterna espiralada. Lobada. Composta, podendo ser palmada. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 5 sépalas livres ou pouco conatas. 5 pétalas muito conatas. Corola funil. 5 estames. 2 carpelos conatos. Fruto: Cápsula Látex leitoso com alcaloides. Ex. Operculina macrocarpa Costaceae Hábito: Ervas rizomatosas Distribuição: Entre os trópicos. Grande diversidade na América, na Amazônia e Mata Atlântica. Folha: Simples. Borda inteira. Alterna espiralada. Verde, vermelha ou variegada. Estípula: Ausente Flor: Brácteas grandes. Bissexuada. Bilateral, zigomorfa. 3 sépalas e pétalas. 1 estame e 5 estaminódios pequenos, maior que os sépalas e pétalas (6). 3 Carpelos. Fruto: Cápsula Ex. Costus spicatus Crassulaceae Hábito: Ervas suculentas, arbustos. Distribuição: Regiões tropicais ou boreais, regiões áridas. Folha: Simples. Alterna, espiralada, oposta ou verticilada. Composta pinada. Borda inteira ou crenada, dentada ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres ou conatas. 4 a 5 pétalas, livres ou conatas em corola tubulosa. 4 a 10 estames. 4 a 5 carpelos. Fruto: folículos, raramente cápsula Taninos, alcaloides, compostos cianogênicos Ex. Bryophyllum pinnatum Cucurbitaceae Hábito: Herbáceas, lianas. Distribuição: Ocorre nos trópicos, sub-trópicos e regiões temperadas. Folha: Simples. Alternas espirala- das. Lobada palmada. Borda serrea- da. Estípula: Ausente Flor: Unissexuais. Planta monoica ou dioica. 5 sépalas conatas. 5 pétalas conatas, brancas, amarelas, alaranjadas ou vermelhas. 3 a 5 estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Baga de casca coriácea ou dura. Pode ser cápsula carnosa ou seca. Alcaloides e saponinas amargas Ex. Momordica charantia Cyperaceae Hábito: Ervas. Distribuição: Em todos os locais habitáveis do mundo, em locais úmidos. Folha: Alterna trística. Caule triangu- lar. Bainha fechada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais ou unissexuais. Planta monoica. Sem pétalas ou sépalas, ou reduzidas. 1 a 3 estames. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Aquênio Ex. Cyperus esculentus Erythroxylaceae Hábito: Árvores, arbustos ou subarbustos lenhosos. Distribuição:Subtropical e pantropi- cal Folha: Simples. Alterna ou oposta. Borda inteira. Estípula: Presente, interpeciolares. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 5 Sépalas. 5 pétalas livres. 10 estames. Fruto: Drupa Ex. Erythroxylum vacciniifolium Euphorbiaceae Hábito: Árvores, arbustos, ervas ou lianas, podendo ser suculentas como cactos. Distribuição: Regiões tropicais Folha: Simples. Alterna espiralada ou dística, pode ser oposta em poucas espécies. Palmada, lobada. Compostas. Borda inteira ou serrea- da. Estípula: Presente Flor: Unissexuais. Planta monoica ou dioica. Simetria radial. 2 a 6 sépalas livres ou pouco conatas. 0 a 5 pétalas, livres ou pouco conatas, podendo ser ausentes. 1 estame, ou vários. 3 carpelos conatos. Fruto: Esquizocarpo Alcaloides, diterpenos, triterpenos, taninos, glicosídeos cianogênicos, com látex venenosos Ex. Ricinus comunis Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 48 Menispermaceae Hábito: Lianas, arbustos ou árvores. Distribuição: Entre os trópicos, alguns gêneros em regiões tempera- das. Floresta tropical úmida de baixa altitude. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Pode ser lobada. Composta palmada. Estípula: Ausente. Flor: Unissexuais. Planta dioica. Simetria radial. 6 sépalas livres. 6 pétalas livres ou conatas. Estames 3 a 6 ou numerosos. 3 a 6 carpelos livres. Fruto: Drupas Contém alcaloides venenosos, sesquiterpenos e diterpenos. Ex. Cissampelos sympodialis Moraceae Hábito: Árvores, arbustos, lianas, algumas poucas são ervas. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Alterna dística, espiralada ou oposta. Às vezes lobada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente, podendo ser pequenas, grandes, ou caducas que deixam cicatriz. Flor: Unissexuais. Planta monoica. Simetria radial. 4 a 5 pétalas ou sépalas podendo ser livres ou conatas. 1 a 5 estames. 2 carpelos conatos, às vezes um está reduzido. Fruto: Drupa, drupa deiscente, aquênio. Látex leitoso, taninos. Ex. Brosimum gaudichaudii Moringaceae Hábito: Árvore com raízes e caules suculentos. Distribuição: Subtropical e Tropical Folha: Composta, alterna, pinada. Borda inteira. Estípula: Sem estípulas, ou com marcas de caducas Flor: Bissexual. Radiais ou bilaterais, actinomorfas ou zigomorfas. 5 sépalas, parece com pétalas. 5 pétalas, brancas. 5 estames. Fruto: Cápsula Ex. Moringa oleífera Myrsinaceae Hábito: Ervas, arbustos ou árvores, poucas são lianas. Distribuição: Em todos os locais habitáveis. Folha: Simples. Borda inteira. Alterna, verticilada ou oposta. Estípula: Ausente Flor: 4 a 5 sépalas, livres ou conatas na base. 4 a 5 pétalas, livres ou conatas na base. 4 a 5 estames. 1 carpelo. Fruto: Baga, drupa, ou cápsula. Ex. Virola surinamensis Lauraceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas parasitas. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais, adjacências do Equador. Florestas tropicais em úmidas. Folha: Simples. Alterna, espiralada, oposta. Poucas são lobadas. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais ou unissexuais. Simetria radial. Receptáculos (que recebe o polinizador) pequeno, branco, amarelo ou verde claro. Pétalas e sépalas 6, livres ou pouco conatas. 3 a 12 estames. 1 carpelo. Fruto: Drupa Taninos, alcaloides, óleos aromáti- cos. Ex. Persea americana Lecythidaceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas. Distribuição: Trópicos e florestas úmidas da América do sul. Folha: Simples. Alterna, espiralada, as vezes dísticas. Borda inteira ou denteada. Estípula: Ausente ou presente. Flor: Bissexuais. Simetria radial ou bilateral. 4 a 6 sépalas livres ou conatas. 4 a 6 pétalas livres, às vezes ausente. Numerosos estames. 2 a 8 carpelos Fruto: Cápsula grande e dura. Drupa ou noz. Sementes grandes. Saponinas, triterpenoides, taninos. Ex. Bertholletia excelsa Loganiaceae Hábito: Ervas, trepadeiras, lianas com gavinhas ou espinhos, arbustos ou árvores. Distribuição: Entre os trópicos (pantropical). Folha: Simples. Oposta, poucas espécies verticiladas. Borda inteira, poucas vezes com espinhos. Estípula: Presente, pode ser interpe- ciolar também. Flor: Branca ou colorida. 4 a 5 pétalas e sépalas livres ou não. Simetria radial. 2 carpelos. Fruto: Bagas ou cápsula. Ex. Spigelia anthemia Lamiaceae (Labiatae) Hábito: Ervas, arbustos ou árvores. Distribuição: Em todos os locais habitáveis do planeta Folha: Simples, lobadas, partidas. Oposta, verticilada, às vezes. Compostos pinadas ou palmadas. Borda inteira, serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria zigomorfa. 5 sépalas conatas. 4 estames. 2 carpelos conatos. Fruto: Drupa, cápsula, esquizocar- po. Iridóides e glicosídeos fenólicos, óleos aromáticos, terpenoides. Ex. Plectranthus amboinicus Lythraceae Hábito: Árvores, arbustos ou ervas. Distribuição: Maioria ocorre nos trópicos, em ambientes aquáticos ou semi-aquáticos. Folha: Simples. Opostas, poucas são verticiladas, ocorre também alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Reduzida, divididas em pelos. Flor: Bissexuais. Simetria radial ou pouco bilaterais. 4 a 8 sépalas livres, poucas conatas. 4 a 8 pétalas livres. 8 a 16 estames. 2 carpelos ou vários. Fruto: Cápsula seca, ou baga. Ex. Cuphea carthagenensis Malpighiaceae Hábito: Arbustos, árvores, lianas ou ervas perenes. Distribuição: Entre os trópicos do planeta. Grande diversidade na América do sul. Folha: Simples. Oposta. Borda inteira. Algumas são lobadas. Contém glândulas no pecíolo ou face abaxial da folha. Estípula: Presentes Flor: Bissexuais. Simetria de algumas são bilaterais. 5 sépalas livres ou conatas na base. 5 pétalas livres. 10 estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Esquizocarpo, drupa, mucoide. Ex. Malpighia emarginata Malvaceae Hábito: Árvores, arbustos, lianas, ervas. Distribuição: Em todos os ambien- tes habitáveis. Folha: Simples. Alterna, espiralada ou dística. Lobadas, palmada. Pode ser compostas, e assim, palmadas. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente Flor: Bissexuais ou unissexuais. Simetria radial. 5 sépalas, muitas conatas poucas livres. 5 pétalas livres, às vezes ausentes. 5 estames ou vários. 2 carpelos ou vários, conatos. Fruto: Cápsula loculicida, esquizo- carpo, noz, cápsula indeiscente, folículo, drupa, baga. Ex. Gossypium hirsutum Meliaceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Regiões tropicais ou subtropicais. Folha: Composta. Alterna espirala- da. Pinadas, bipinadas, trifoliolada, unifoliolada. Borda inteira. Estípula: ausente Flor: Unissexuais. Radial. 4 a 5 sépalas livres, porém várias são conatas. 4 a 5 pétalas livres, algumas ligeiramente conatas na base. 4 a 10 estames ou numerosos. 2 a 6 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida, septífraga, drupa ou baga. Triterpenos amargos Ex. Azadirachta indica Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 49 Myrtaceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Entre os trópicos. Regiões subtropicais. Folha: Simples. Oposta ou alterna espiralada, algumas verticiladas. Borda inteira Estípula: Pequenas ou ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres ou conatas. 4 a 5 pétalas livres ou conatas, porém às vezes ausente. Estames numerosos. 2 a 5 carpelos conatos. Fruto: Baga ou cápsula loculicida, raramente noz. Terpenos Ex. Eugenia uniflora Nyctaginaceae Hábito: Ervas, arbustos ou árvores. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais Folha: Simples. Oposta. Borda inteira. Estípula: Ausente. Flor: Bissexuais. Simetria radial. Não confundir as brácteas que são grandes, com pétalas e sépalas. 5 pétalas e sépalas conatas como tubo. 5 estames. 1 carpelo. Fruto: Aquênio ou noz. Rafídeos, cristais de oxalato de cálcio. Ex. Mirabilis jalapa Olacaceae Hábito: Árvore, arbustos ou lianas. Distribuição: Predomina nos trópicos e poucas em subtrópicos. Mais nas regiões tropicais da América do sul. Folha: Simples. Alternas. Borda inteira. Estípula: --- Flor: Bissexuadas. 3 a 7 sépalas. Simetria radial. 3 a 7 pétalas, livres ouconatas. 3 a 10 estames. Fruto: Drupa Ex. Ptychopetalum olacoides Oxalidaceae Hábito: Ervas com rizomas carnosos, arbustos ou árvores. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais Folha: Composta. Alterna espiralada. Palmada a pinada, podendo ser trifoliolada ou unifoliolada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 5 sépalas. 5 pétalas livres, algumas pouco conatas. 10 estames. 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida, ou baga. Oxalatos solúveis. Ex. Averrhoa carambola Papaveraceae Hábito: Ervas, arbustos sublenhosos. Distribuição: Regiões temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada. Lobadas ou partidas. Borda inteira. Poucas espécies com folhas espinho- sas. Estípula: Ausente Flor: Bissexual. Simetria radial ou bilateral, actinomorfa ou zigomorfas. 2 a 3 sépalas, às vezes livre. 4 a 6 pétalas livres, podendo ser numero- sas. Estames numerosos. 2 carpelos a numerosos e conatos. Fruto: Cápsula, noz ou lomento. Látex branco, creme, amarelo, alaran- jado ou vermelho. Alcaloides. Ex. Fumaria officinalis Passifloraceae Hábito: Trepadeira, liana, algumas arbustos ou árvores. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada. Lobadas. Borda inteira ou serreadas. Estípula: Presente Flor: Bissexuais. Simetria radial. Brácteas grandes. 5 sépalas livres ou ligeiramente conatas. 5 pétalas livres. 5 estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida ou baga. Glicosídeos cianogênicos, alcaloides. Ex. Passiflora edulis Pedaliaceae Hábito: Ervas terrestres ou aquáticas. Pode ser subarbustos ou arbustos. Distribuição: África do Sul e Ásia, ou locais semelhantes. Folha: Simples. Oposta, podendo ser alterna no ápice da planta. Borda inteira, denteada. Pode ser lobada. Estípula: Ausente. Flor: Bissexuais. Simetria bilateral, zigomorfa. Sépalas 5 livres, mas pode ser conata como espata. Bractéolas na base, em numero de 1 ou 2. 4 a 5 pétalas, conatas na base ou totalmente conatas. Branca ou amarela. Até 5 estames, pode ter estaminódios em 2 a 4. 2 carpelos. Fruto: Esquizocarpo Ex. Sesamum orientale Phyllanthaceae Hábito: Árvores, arbustos ou ervas. Distribuição: Regiões tropicais. Folha: Simples. Alterna dística. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente Flor: Unissexuais. Planta monoica ou dioica. Simetria radial. 5 sépalas livres ou pouco conatas. Até 5 pétalas livres, pouco conatas. 3 a 8 estames em maioria. 3 carpelos. Fruto: Esquizocarpo, às vezes baga ou drupa. Alcaloides, saponinas triterpênicas, taninos. Muitas são venenosas Ex. Phyllanthus niruri Phytolaccaceae Hábito: Ervas Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. Pétalas e sépalas 5, livres. 10 estames ou mais. 3 carpelos. Fruto: Baga Saponinas triterpenoides, com rafídeos, cristais de oxalato de cálcio. Ex. Petiveria alliaceae Piperaceae Hábito: Ervas, árvores, pode ser epífita. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais. Algumas epífitas de florestas úmidas. Folha: Simples. Alterna espiralada ou oposta, em poucas espécies. Borda inteira. Estípula: Ausente, mas em alguns gêneros presente. Flor: Inflorescências como espigas. Unissexuais ou bissexuais. Plantas monoicas ou dioicas. Simetria radial. Sem pétalas e sépalas. 1 a 10 estames, mas geralmente 6. 1 a 4 carpelos. Fruto: Drupa. Óleos aromáticos, algumas com alcaloides Ex. Piper nigrum Plantaginaceae Hábito: Ervas. Às vezes arbustos. Distribuição: Em todos os ambientes, ocorre mais em regiões temperadas. Às vezes aquáticos. Folha: Simples. Alterna espiralada ou oposta, também verticilada. Borda inteira denteada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria bilateral. 4 a 5 sépalas conatas. 5 pétalas (parece ser 4 , mas são 5) conatas. 4 estames. 2 carpelos. Fruto: Cápsula. Glicosídeos fenólicos e saponinas triterpenoides, iridoides, glicosídeos cardíacos. Ex. Plantago major Plumbaginaceae Hábito: Ervas, subarbustos ou arbustos. Distribuição: Cosmopolita, em todos os locais habitáveis. Ambientes secos e salinos. Regiões litorâneas e secas no Brasil. Folha: Simples. Alternas. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. 5 pétalas e sépalas conatas. Simetria radial, actinomorfa. 1 Carpelo. Fruto: Aquênio com 1 semente. Ex. Plumbago scandens Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 50 Poaceae (Graminae) Hábito: Ervas, podendo ser ou não rizomatosas. Árvores (bambu). Distribuição: Em todas as regiões habitáveis, incluindo desertos, semiári- dos, marinho, água doce. Campos, pampas, estepe. Não ocorre em grandes altitudes. Nas florestas tropicais, os bambus. Folha: Alterna dística com bainha aberta que envolve o caule. Lígula na dobra da bainha (lâmina como pelos). Estípula: -- Flor: A inflorescência pode ser espiga, panícula, cima ou racemo ou espiguetas. Não tem pétala ou sépala, mas glumas com 2. Flor pequena. Bissexuais ou unissexuais. Plantas monoicas ou dioicas. Estas são características de plantas polinizadas pelo vento, que perdem algumas estruturas, como pétalas e sépalas. 1 a 3 estames, algumas com 6 a numerosos. 3 carpelos, se não souber diferenciar, pensa-se que tem 2. Fruto: Cariopse uniseminado (grão) Ex. Cymbopogon citratus Polygalaceae Hábito: Ervas, árvores ou lianas. Distribuição: Região tropical e tempera- da. Folha: Simples. Alterna espiralada ou dística. Borda inteira. Estípula: Ausente, porém pode aconte- cer pares de glândulas ou espinhos no pecíolo. Flor: Bissexual. Simetria mais ou menos bilateral. 5 sépalas livres podendo ser conatas. 3 a 5 pétalas. 4 a 8 ou 10 estames. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula, sâmara, drupa, baga ou noz. Saponinas triterpenoides e salicilato de metila Ex. Polygala spectabilis Polygonaceae Hábito: Ervas, arbustos, árvores ou lianas com nós engrossados. Distribuição: Regiões temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Presente, conata podendo ter bainha ao redor do caule. Flor: Bissexual ou unissexual. Plantas dioicas. Simetria radial. 6 sépalas e pétalas. Pode ter 3 pétalas e 3 sépalas. Às vezes, todas elas (tépalas, ou seja, as pétalas e sépalas) pode chegar ao numero de 5, livres ou pouco conatas. 5 a 9 estames. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Aquênio, núcula, podendo ter irregularidades em sua superfície Ex. Polygonum hydropiperoides Portulacaceae Hábito: Ervas pouco suculentas. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Diversa na América do sul. Folha: Simples. Oposta ou alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Presente, podendo ser como pelos. Flor: Bissexuais. Simetria radial. Tem brácteas. 4 a 6 pétalas e sépalas (tépalas), às vezes numerosas e conatas. 4 a 6 estames podendo também ser numerosos. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida. Betalaína e mucilagem Ex. Portulaca oleraceae Rhamnaceae Hábito: Árvores, arbustos com espinhos ou lianas, tendo ou não gavinhas. Distribuição: Em todas as regiões habitáveis do planeta. Diversa nas regiões tropicais em solo calcário como no nordeste do Brasil em zonas semi-ári- das. Folha: Simples. Alterna espiralada, mas pode ser oposta. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente, podendo ser como espinhos. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres. 4 a 5 pétalas livres. 4 a 5 estames livres. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Drupa esquizocárpico. Taninos Ex. Ziziphus joazeiro Rosaceae Hábito: Ervas, arbustos ou árvores, muitas são lenhosas. Pequena parcela de lianas. Distribuição: Em todo o planeta, com mais diversidade na parte Norte. Folha: Simples ou compostas. Alterna espiralada. Palmadas, podendo ser pinada. Estípula: Presente. Flor: Bem vistosa. Bissexuais ou unisse- xuais. Plantas dioicas ou monoicas. Simetria radial. 5 sépalas. 5 pétalas. Estames numerosos, mas pode ter pouco, não dá pra quantificar. 1 carpelo ou muitos. Fruto: Folículo, aquênio, pomo, drupa, cápsula. Glicosídeos cianogênicos e sorbitol. Ex.Prunus domestica Rubiaceae Hábito: Árvores, arbustos, lianas ou ervas. Distribuição: Diversa em regiões tropicais em subtropicais. Folha: Simples. Opostas ou veticiladas. Borda inteira. Estípula: Presente, interpeciolar, conata ou foliáceas. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 5 sépalas conatas. 4 a 5 pétalas conatas. 4 a 5 estames. 2 a 5 carpelos. Fruto: Cápsula, baga ou drupa. Alcaloides, iridoides e rafídeos. Ex. Coutarea hexandra Rutaceae Hábito: Árvores, arbustos com espinhos ou acúleos. Distribuição: Regiões tropicais em subtropicais. Folha: Alterna espiralada ou oposta, podendo ser verticilada. Composta pinada, trifoliolada ou unifoliolada, também composta palmada. Borda inteira ou crenada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais ou unissexuais. Plantas monoicas ou dioicas. Simetria radial. 4 a 5 sépalas livres ou pouco conatas na base. 4 a 5 pétalas livres ou conatas. 8 a 10 estames, mas pode ter mais. 4 a 5 carpelos ou mais, conatos. Fruto: Drupa, cápsula, sâmara, folículos, baga. Triterpenos amargos, alcaloides e compostos fenólicos e glândulas com óleos aromáticos. Ex. Ruta graveolens Salicaceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Regiões tropicais a temperadas. Folha: Simples. Decídua (que cai). Alterna espiralada ou dística. Borda serreada ou denteada. Estípula: Presentes. Flor: Bissexuais ou unissexuais. Planta dioica. Simetria radial. 3 a 8 sépalas, livres ou pouco conatas, às vezes vestigiais formando disco. 3 a 8 pétalas, livres ou ausentes. 2 estames ou vários, livres ou conatos. 2 a 4 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida, baga ou drupa. Heterosídeos fenólicos, salicina, populina, glicosídeos cianogênicos, taninos. Ex. Casearia sylvestris Santalaceae Hábito: Parasitas de caule ou raiz. Caules cilíndricos Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Oposta ou alterna espiraladas. Coriáceas ou suculentas e brilhantes. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Difícil de notar. Bissexuais ou unissexuais. Plantas monoicas ou dioicas. Simetria radial. 3 a 5 pétalas e sépalas livres ou conatas. 3 a 5 estames. 3 a 4 carpelos conatos. Fruto: Noz, drupa ou baga. Ex. Jodina rhombifolia Sapindaceae Hábito: Árvores, arbustos ou lianas com gavinhas. Distribuição: Tropical e subtropical, poucos em regiões temperadas. Folha: Composta. Alterna espiralada ou oposta. Pinada ou palmada, trifoliolada ou unifoliolada. Borda serreada ou inteira. Estípula: Ausente ou presente Flor: Unissexuais. Planta monoica ou dioica. Simetria radial a bilateral. 4 a 5 sépalas livres ou conatas. 4 a 5 pétalas, mas pode ser ausente e são livres. Até 8 estames. 2 a 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula, baga, esquizocarpo, drupa. Saponinas triterpenoides. Aminoácidos ciclopropano. Ex. Paullinia cupana Sapotaceae Hábito: Árvores ou arbustos que podem ter espinhos. Distribuição: Entre os trópicos. Diverso em florestas úmidas. Floresta de baixa altitude. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Presente ou ausente. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 4 a 8 sépalas livres, mas pode ser conata na base. 4 a 8 pétalas conatas. 8 a 16 estames. 2 carpelos, mas pode ter mais e são conatos. Fruto: Baga. Semente dura e com grande hilo (riscado ao lado). Corpos silicosos, taninos, compostos triterpenoides, compostos cianogênicos. Látex. Ex. Sideroxylon obtusifolium Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Cap. 4: Famílias 51 Scrophulariaceae Hábito: Ervas e arbustos. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais. Folha: Simples. Alterna espiralada ou oposta. Com borda inteira ou denteada. Estípula: Ausente. Flor: Bissexuais. Simetria bilateral ou radial, em poucas vezes. 3 a 5 sépalas conatas. 4 a 5 pétalas conatas. 5, 4 ou 2 estames. 2 carpelos conatos. Fruto: Cápsula, drupa, aquênios. Com iridóides Ex. Capraria biflora Simaroubaceae Hábito: Árvores, arbustos com espinhos, às vezes. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais, alguns em regiões temperadas. Folha: Composta. Alterna espirala- da. Pinada ou unifoliolada. Borda inteira serreada. Estípula: Ausente. Flor: Unissexuais. Plantas monoicas, mas pode ser dioicas em poucas espécies. 4 a 5 sépalas livres ou conatas. 5 pétalas livres, mas pode ser ausentes. 10 estames, em algumas espécies são menos. 5 carpelos (pode ser 1 em algumas espécies). Fruto: Sâmaras ou drupas carnosas. Compostos triterpenoides amargos. Ex. Quassia amara Siparunaceae Hábito: Arvoreta, arbustos, ou árvores. Distribuição: Neotrópicos, muitas nos Andes. Folha: Simples. Oposta ou verticila- da. Borda inteira, denteada ou serreada. Estípula: Ausente. Flor: Monoica ou dioica. Simetria radial. 4 a 6 sépalas livres. Estames numerosos. 3 ou mais carpelos. Fruto: Drupa, envolvido por tecido carnoso. Odor cítrico, óleos essenciais. Ex. Siparuna guianensis Smilacaceae Hábito: Lianas ou ervas, às vezes com rizomas tuberosos. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira, serreada pode ser espinhosa. Com acúleos na maioria das vezes. Estípula: ---- Flor: Unissexuais. Planta dioica. Simetria radial. Pétalas e sépalas 6, livres ou conatas. 6 estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Baga contendo 1 a 3 semen- tes. Saponinas esteroides. Ex. Smilax japicanga Solanaceae Hábito: Ervas, arbustos, árvores ou lianas. Distribuição: Trópicos do novo mundo, principalmente na América do sul. Em habitats alterados. Folha: Simples. Alterna espiralada. Pode ser lobada, quase partida. Composta pinada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial. 5 sépalas conatas. 5 pétalas conatas com corola tubulosa. 5 estames. 2 a 5 carpelos. Fruto: Baga, cápsula, esquizocarpo de núculas. Alcaloides Ex. Solanum lycopersicum Theaceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais Folha: Simples. Alterna espiralada ou dística. Denteadas. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria radial, com brácteas. 5 sépalas livres ou conatas na base. 5 pétalas livres ou conatas na base. Muitos estames. 3 a 5 carpelos conatos. Fruto: Cápsula. Taninos Ex. Camellia sinensis Tropaeolaceae Hábito: Ervas e trepadeiras Distribuição: Regiões dos Andes e Peru. Montanhas costeiras. Tropicais e Subtropicais. Folha: Simples. Alternas. Pode ser lobada partida. Estípula: Presente, algumas vezes sem estípulas. Flor: Poucas Zigormofas bilaterais. 5 sépalas conatas. 5 a 2 pétalas (3 se reduzem) livres, os que se reduzem podem formar uma estrutura unguiculada. 8 estames livres não soldados a corola. 3 carpelos, as vezes 2. Fruto: Sâmara Ex. Tropaeolum majus Urticaceae Hábito: Árvores, arbustos, ervas ou lianas. Distribuição: Regiões tropicais e temperadas. Folha: Simples. Alterna espiralada, dística ou oposta. Pode ser lobada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Presente Flor: Unissexuais. Planta monoica ou dioica. Simetria radial. 2, 4 ou 6 sépalas e pétalas (tépalas), livres ou conatas. 2 a 5 estames. 2 capelos parecendo 1 Fruto: Aquênio ou drupa. Látex leitoso, com laticíferos que produzem seiva transparente. Pode ter tanino. Ex. Urtica dioica Verbenaceae Hábito: Ervas, lianas, arbustos ou árvores. Pode ter acúleos ou espinhos. Distribuição: Regiões temperadas e tropicais Folha: Simples. Oposta ou verticila- da. Pode ser lobada. Borda inteira ou serreada. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria bilateral. 5 sépalas conatas, cálice tubuloso. 5 pétalas, às vezes duas vem fundidas, saber diferenciar. 4 estames. 2 carpelos conatos. Fruto: Drupa 2 ou 4 caroços ou esquizocarpo. Iridóides, glicosídeos fenólicos, óleos aromáticos vindo de pelos glandula- res microscópicos Ex. Lippia alba Violaceae Hábito: Ervas, arbustos ou árvores. Distribuição: Ervas de regiões temperadas Folha: Simples. Alternas espiraladas ou dísticas, podendo ser oposta. Borda Inteira ou serreada. Estípula: Presente Flor: Bissexuais. Pode ser bilateral. 5 sépalas livres. 5 pétalas livres. 5estames. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula loculicida. Saponinas ou alcaloides Ex. Hybanthus calceolaria Vitaceae Hábito: Lianas com gavinhas. Arbustos sem gavinhas. Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais Folha: Simples ou composta. Alterna espiralada ou dística. Palmada ou pinada. Estípula: Presente Flor: Bissexuais ou unissexuais. Simetria radial. 4 a 6 sépalas pouco conatas, bem pequenas, como anel dentado. 4 a 6 pétalas livres ou conatas. 4 a 6 estames, podendo ser conatos. 2 carpelos. Fruto: Baga com 4 sementes. Rafídeos Ex. Cissus verticilata Winteraceae Hábito: Árvores ou arbustos. Distribuição: Ambientes áridos como o Norte do Brasil. Folha: Simples. Alterna espiralada. Borda inteira. Estípula: Ausente. Flor: Bissexuais. Simetria radial. 2 a 4 sépalas, livres ou conatas. 5 pétalas ou muitas, livres. Muitos estames livres. 1 carpelo ou muitos, geralmente livres. Fruto: Folículos ou bagas, conatos quando maduros. Óleos aromáticos, terpenoides. Ex. Drimys brasiliensis Zingiberaceae Hábito: Pequenas ou grandes ervas Distribuição: Regiões tropicais, sub-bosque sombreado, brejos. Folha: Simples. Alterna dística. Borda inteira. Estípula: Ausente Flor: Bissexuais. Simetria bilateral. 3 sépalas conatas. 3 pétalas conatas. 1 estame. 3 carpelos conatos. Fruto: Cápsula seca ou carnosa. Pode ser baga. Células secretoras de óleos aromáti- cos, terpenos, compostos fenil propanoides. Ex. Zingiber officinale Capítulo 5 Cultivo Experimental Alguns cuidados devem ser tomados ao se fazer o plantio das plantas medicinais. Primeiro que o terre- no do cultivo não deve ser perto de fossas e lixões, ou qualquer depósito de resíduos que possam liberar água contaminada (Figura 5.1); não deve ser feitos também em beiras de estradas por causa da poluição; não deve ter criação de animais por perto como gatos e cachorros, pois os mesmos, princi- palmente gatos, tem o costume de procurar terreno arenoso para defecar. Outro ponto importante que se deve atentar é sobre as pragas, um dos que mais apareceram aqui foi o Caramujo-africano (Achatina fulica Figura 5.2) que transmite doenças aos humanos por meio de parasitas que “moram” nele. Eles devoram algumas plantas nutritivas sem tanto compostos químicos secundários, como hortaliças. Já sobre a coleta da planta para consumo, você deve coletar a planta em um momento em que o metabo- lismo da mesma esteja baixo, como quando inicia-se o dia, de manhã cedo ou no final da tarde (para mais informações sobre coleta, consulte o Capítulo 6 - Usos de Plantas Medicinais). Este capítulo mostra de modo informal, apenas como demonstração, como eu cultivei minhas plantas em um terre- no que consegui acesso. As sementes coletadas devem ser secas ao sol para evitar mofo e germinação e devem ser guardadas num recipiente hermético após isso. As folhas e ramos, para consumo, devem ser secas à sombra, principalmente se a planta tem óleos voláteis como o Capim-santo (Cymbopogon citratus) para que estes não sejam perdidos. O ideal é pegar um pregador de roupa limpo e estendê-las no varal, à sombra, ou amarrando com linha de costura pendurando-a. Ao secar no vento quente, guardar em um recipiente fechado. Não precisa destacar as folhas das plantas, para ficar melhor o manuseio (isso tudo está descrito no capítulo de usos de plantas). As fossas em locais de secagem das plantas, mesmo que um pouco longe, podem prejudicar, pois partículas de água que não vemos estão sendo disseminadas pelo vento e podem atingir as plantas. Figura 5.1: As fossas despejam microorganismos no ar, podendo contaminar a planta e indo parar no nosso organismo quando consumimos. Figura 5.2: Os Caramujo-africanos (Achatina fulica) se tornaram uma praga no Brasil, introduzido no Paraná e presente em 25 dos 27 estados brasileiros. Uma demonstração de Cultivo 53 Capítulo 5: Cultivo Experimental Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais A primeira coisa que fiz foi limpar o terreno (Figura 5.3). Tinha muitas folhas secas no solo quando na natureza se formaria naturalmente uma serapilheira. Como na Amazônia, essas áreas são ricas em produtividade (Horizonte O e A na Figura 5.4), tem uma estrutura orgânica muito grossa na parte de fora. O “cheiro de floresta” vem dos microorganismos trabalhando para decompor a matéria orgânica. As folhas vão secando e sendo molhadas e quando tampadas com mais folhas secas que cai em cima da serapilheira, aumenta a temperatura embaixo fazendo com que se degradem mais rápido por fungos e organismos unicelulares como bactérias, pois umidade e temperatura altas até certo ponto, aumenta a o processo de decomposição. Figura 5.3: Três fotografias do terreno escolhido. a) Vista Norte-sul. b) Vista Leste-oeste. c) Vista Leste-oeste depois de limpo. Então, essas folhas que limpei e as plantas daninhas que eu tinha arrancado do terreno, assim como os galhos, retirei e juntei tudo colocando num amontoado e misturando (porém o recomendado é não usar as “plantas daninhas” para isso, pois elas podem carregar junto doenças no futuro composto, que contaminaria a horta). Coloquei em um buraco no chão (mostrado mais à frente) tudo isso, molhei e mexi. De dois em dois dias voltava para ir mexendo e notava que ele ia se decompondo por causa do calor e da umidade. Repetia o processo molhando e deixando mais tempo tampado. No fim sobrou como uma terra preta (com aparência de borra de café), com cheiro fresco de floresta (se estiver com cheiro ruim, de podre, não deu certo e se você misturar à sua terra prejudicará) e eu usei colocando na terra do plantio para torná-la fértil. Não se deve usar resto de comida para não apodrecer o material. Outra forma de torná-la fértil para o plantio é adicionar esterco, seja de vaca ou de galinha, que seja curtido e não fresco. O curtimento é feito deixando no sol e revirando de tempos em tempos até ficar mais seco, mas quando se compra em lojas que vende plantas (uma flora ou granja, por exemplo) já vem curtido. Figura 5.4: Horizonte O é a parte aérea com plantas e animais. A é matéria orgânica. B menos matéria orgânica mais areia. C terra vermelha. Demais, rochas. O A B C 54 Escolha e preparação do terreno Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Comprei as sementes, peguei algumas pelos arredores e deixei para secar (lá na universidade tinha muitas medicinais do mesmo tipo das plantas que estudei na disciplina de Fitoterapia) e também comprei mudas em lojas especializadas. A dica é plantar muitas plantas medicinais em um lugar, pois elas competem entre si aumentando a produção e metabólitos e isso é bom. Pode também procurar mais informações sobre a espécie pois algumas podem ser associadas plantando uma do lado da outra. Fiz cada canteiro de 1 metro por 5 metros e coloquei no sentido Norte - Sul (Figura 5.5) por causa do sol que tem que atingir o canteiro na mesma quantidade. Eu tive que podar as árvores que ficavam em cima deixando um lado livre e outro coberto, pois as plantas competem por luz e vão crescendo para isto, ter as folhas iluminadas por raios solares. Já fiz um experimento com Feijão (Phaseolus vulgaris) em garrafa PET cortada dentro de um quarto onde a iluminação vinha de uma janela de vidro fosca e a planta cresceu no sentido da janela e depois a face adaxial (cima) das folhas ficaram coladas nela para absorver a energia luminosa. No terreno, se houver uma copa de árvore que cubra do sol, as plantas de baixo não crescem e vai dar errado (como ocorre com plantas na natureza). Ao longo do canteiro você também pode plantar algumas plantas medicinas em vasos, se quiser. Isso pode ser feito com plantas que tenha alguma restrição quanto a quantidade de sol que poderá receber, por isso é bom buscar informações por meio de fontes confiáveis (de preferência de sites de universi- dades ou pessoas ligadas a elas) sobre cada planta que irá plantar para saber a tolerância de condi- ções e recursos. A busca pode ser feitono scholar.google.com.br com o nome científico como Palavra- -chave. Os vasos devem ter furos embaixo (caso não tenha, a planta morre “afogada”) e ser também preenchido com solo adubado. Porém aqui usei uma sementeira para primeiro produzir as mudas. Na natureza, a adubação acontece naturalmente quando as aves, por exemplo, comem uma fruta com sementes de um lugar e defecam em outro distante. Ali no lugar onde ela defecou, as fezes servem para fertilizar o solo para que as sementes que sobrou da fruta que ela comeu germinem e a planta cresça. No que se refere às relações do homem com a natureza, devemos sempre imaginar como acon- tece na natureza. Recomenda-se também que para plantio, a pessoa use terra estéril que está no “Hori- zonte B” (Figura 5.4) vermelha e compre ou faça o composto orgânico para misturar, mas preferi usar a terra preta fértil que já estava ali, pois eu já sabia a procedência do terreno. Figura 5.5: a) terreno já preparado com algumas babosas que já estavam no terreno, onde aproveitei. b) Ficaram na direção Norte-sul para que os raios solares sejam bem distribuídos pelas plantas. Norte Sul 55 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Figura 5.7: Puxe a muda com cuidado a partir das folhas apertando a parte de baixo para o torrão se soltar. Você também pode usar um graveto para empurrar a muda para fora a partir do buraco abaixo da célula da sementeira. 0 dias 1 3 4 5 6 7 8 2 7 dias 9 dias 9 dias 13 dias 18 dias 21 dias 24 dias Cebolinha Coentro Tomate Alface Pimenta Bico Pimenta de cheiro Pimenta doce 56 Figura 5.6: Evolução do crescimento das plantas na sementeira. O tempo ideal de transplante está entre 15 a 24 dias Como se ve da figura 5 a 8, dependendo da espécie. Na fotografia 8 as espécies que trabalhamos. Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Após semear as sementes nos vasos ou na sementeira e crescerem até mais ou menos 10 cm (Figura 5.6), vem a hora de transplantá-la para o local definitivo (Figura 5.7). Puxe a planta pelas folhas mais gros- sas não pelo caule, assim diminui a chance de você perdê-la caso ele se rompa (rompe só na folha, não no talo que é fatal). Você também pode apertar o fundo do vaso para que ela saia e terminar de puxar. Faça assim também se você está usando sementeiras, pois elas saem com o formato das células (buracos). Observe se a raiz não tem problemas, se estão inteiras e se não cresceram demais ou de menos. Se você deixar por muito tempo as plantas na sementeira, quando for transplantar elas não vingarão. As sementeiras servem para isso para lhe poupar de fazer dois serviços, pois a pessoa planta e escolhe as melhores da sementeira, descartando o restante. Caso a planta seja dos arredores do mar mediterrâneo na Europa, como o Alecrim (Rosmarinus officina- lis), a terra deve ser misturada com calcário para tornar mais alcalino. Como visto no Capítulo 3, o mar Mediterrâneo é um mar alimentado pelo oceano Atlântico onde se entra água pelo canal de Gibraltar entre a Espanha (Europa) e Turquia (África). A passagem é bem pequena de modo que um dia, há milhares de anos, esse mar já se secou devido ao fechamento dessa passagem. As plantas dos arredo- res do mediterrâneo possuem exigências diferentes das daqui da América do sul tropical visto que o clima lá é mais frio e o solo diferente (está bem acima da linha do Equador, pega menos raios solares). Sobre os Caramujos. Aqui no Brasil há uma infestação de Caramujo-africano (Achatina fulica) devido a antigamente por se pensar ser apreciado como iguaria e ser trazido da África para o Brasil para o cultivo, inicialmente no Paraná. Não houve venda e eles foram descartados vivos, hoje em dia é encon- trado como praga em quase todos os estados, pois não tem predador. Assim a população tem técnicas de matar esses caramujos jogando sal nas partes moles ou coletando e os afundando em solução de cloro+água, quebrando e enterrando no outro dia. Se no seu terreno tem o Caramujo-africano, isso pode significar duas coisas: No solo pode ter doenças, pois os caramujos são “casa” de vários proto- zoários que podem causar doenças (esses protozoários vivem no corpo mole do mesmo e pode estar presente na “baba” que o caramujo deixa), ou seja, nas plantas que ele passar podem estar contamina- das. Também pode significar que o solo está muito salino, pois as pessoas jogam sal direto para matá- -los, no que também pode afetar o cultivo de plantas que não toleram salinidade. Os caramujos gostam de atacar a horta e são bem rápidos para se locomover, então fique de olho. Planeje com estratégia o seu horto estudando cada espécie. Você pode colocar as espécies que gostam de sombra embaixo das plantas maiores usando vasos. As que você sabe que se desenvolvem bem em sol, pode colocá-las no canteiro. Figura 5.8: Alecrim (Rosmarinus officinalis), um arbusto lenhoso que se espalha e possui um cheiro forte peculiar. Na antiguidade era usado como incenso e outros usos relacionado ao seu aroma. Hoje em dia provou-se que os óleos essenciais (voláteis) da planta servem até para estimular o funcionamento do cérebro prevenindo Alzheimer e outras doenças relacionadas. Consultar página x. 57 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Se for plantar em jarros, você tem a opção de colocar fita cobre em volta do mesmo, como fazem na Europa, assim ao subir, eles tomam um choque e caem impedindo de predarem a planta. Figura 5.9: O caramujo-africano (Achatina fulica) atacando um couve. Figura 5.10: Repare que o tempo estava chuvoso e que as plantas nasceram naturalmente de sementes que já se encontravam na terra. Se eu tivesse usado terra vermelha do horizonte B misturado com esterco e composto orgânico não teria acontecido isso. Figura 5.11: Arranquei todas depois de duas semanas e deixei pronto. Fiz quatro fileiras de 5,0 metros por 1 m no sentido Norte-Sul. O horto todo ficará ao redor de muros, e na parte que não ficará, fiz uma fileira maior para plantar as espécies maiores de arbustos medicinais para protegerem dos ventos. Você pode colocar telhas ao redor dos canteiros para que cada elevação de terra não caia desmoronando. Note que se você peneirou a terra como eu fiz em todos, quando regar as plantas, vai fazer com que a raiz fique nua, então é bom socar um pouco para que fique firme. Pode também usar cercas de arames que são vendidas em depósito de materiais de construção para deixá-los seguros de animais e para ficar mais bonitos. No tronco do coqueiro que sobrou vou colocar um vaso com uma planta depois. O solo deve ser nem muito arenoso, nem muito argiloso, nem muito úmido. A umidade ideal é a que quando pegamos na mão e enfiamos o dedo, ele não fica com a impressão do dedo, como massa de modelar, mas deve ficar o buraco ainda. Assim é um solo ideal. Revolva toda a terra, tire o máximo de pedras e outros entulhos, misture a terra dos lugares para deixar homogêneo. Retire todos os resquí- cios de daninhas (use luvas!). Na hora de escolher as espécies a serem plantadas: Além do Brasil ser monitorado pela IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza) e ser proibida essa prática, a coleta selvagem não garante bons exemplares. Como vimos no Capítulo 1, as plantas são moldadas a sobreviver em seu habitat e no Capítulo 2, as plantas podem ser moldadas (por seleção artificial ou domesticação) a ter uma carac- terística vantajosa (muito amido para a alimentação, por exemplo) para o homem. No caso, as plantas medicinais que cultivamos são melhores do que a mesma espécie na natureza, pois o homem já esco- lheu as melhores, dentre várias gerações. Porém o Brasil tem riqueza de plantas ainda não conhecidas e que podem ter potencial medicinal. Concluindo que, caso já conheçamos a espécie (Como a Mandio- ca - Manihot esculentus página x, por exemplo), é melhor usar uma domesticada em vez da encontrada na natureza. Depoisde preparar, deixei uma ou duas semanas para depois arrancar as ervas daninhas indesejáveis que venham a crescer (Figura 5.10, 5.11). Estima-se que cerca de 100 mil sementes estejam em 1 metro quadrado de solo de superfície (pelo menos na Europa é assim). Esse também é um motivo para a pessoa cavar e pegar solo estéril para misturar com compostos e plantar. Na verdade eu tinha caído de moto e deixei esse tempo parado, mas é verdade mesmo, é bom fazer isso, regar por uma a duas sema- nas para nascer as plantas e arrancar para só depois começar o plantio. 58 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Figura 5.12: Manjericão (Ocimum basilicum)(a) e Orégano (Origanum vulgare) (b) Após o ataque, uma se regenerou, a outra não. Formigas (e insetos em geral) são responsáveis por muitas perdas em plantações aqui no Brasil, embora o gafanhoto não ataque tanto como ocorre na África. Fungos também destróem plantações e eles podem vir com besouros (assim como formigas levam fungos para o lambedor, quando fazemos). Os insetos são o grupo de seres vivos com mais espécies e indivíduos no mundo e possuem habilida- de de se adaptar a vários habitats, porém com predominância no litoral e perto de rios. As plantas podem resistir ao ataque de pragas. Algumas quando são consumidas, matam os insetos. Também podem resistir por não serem palatáveis e não apresentarem boas condições dos insetos viverem nela ou também a planta pode ser tolerante, se regenerando depois do ataque. No meu plantio, o que tenho notado é que algumas plantas, como couve e manjericão, não se regene- raram, mas orégano se regenerou depois de um ataque de destruição de todas as folhas feitas por caramujos (Figura 5.12). Isso pode ser porque algumas plantas produzem componentes químicos que a praga não tem afinidade, bem como lignina, sílica ou tricomas (pêlos microscópicos), pêlos glandula- res nas folhas que secretam componentes químicos ou até porque eles preferiram uma planta que tenha nutrientes para atacar. Porém, quando não acontece a predação pelos insetos mas estão presentes, eles são importantes para as plantas, eles evoluíram juntos, eles vão se alimentar na flor (órgão reprodutor) de planta em planta, se melam de pólen (masculino) que está nos estames e quando chegam em outra planta melam o estigma (feminino) de pólen e há a fecundação onde o ovário, que é a base do estigma-estilete, ou da flor, vai se transformar em fruto inchando e os óvulos em sementes, assim as plantas foram especiali- zando flores com cores e cheiros para chamar mais insetos e otimizar esse processo (Figura 1.30). Estes são os insetos do bem que vem ou para polinizar (para a planta dar fruto) ou para predar as pragas. Ex.: Abelhas, moscas ou até morcegos e aves em alguns casos. Porém, os ataques mais conhecidos são de mastigação das folhas, suga de seiva, comer sementes, induzir galhas (aquelas deformidades como bolhas que aparecem nas folhas, por exemplo), abrir bura- cos no tecido da planta ou fazer furos nas folhas. Os tecidos mais suscetíveis quando a planta é mais velha são os ramos e folhas novas que possuem riqueza de compostos e ainda são frágeis. Uma frase que ficou na minha memória que um professor de conservação da natureza me passou “Estima-se que exista 80.000 espécies de plantas comestíveis na natureza, mas só 20 espécies alimentam 90% dos seres humanos” As pragas que aparecem 59 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental As plantas produzem meios para se proteger como espinhos e acúleos, sílica (semelhante a vidro cortante nas folhas), esclerênquima (cristais cortantes dentro das folhas como a Comigo-ninguém-po- de - Dieffenbachia seguine que ao ser consumida, irrita a mucosa e pode até matar), folhas camufladas (parecidas com mariposas, por exemplo) etc. Produzem também compostos químicos que são resídu- os químicos que sobraram pela seleção natural e ficaram na planta na evolução. Em algum momento no tempo geológico apareceu, por exemplo, uma condição que as plantas que nasciam com a capaci- dade de produzir esses compostos, por mutação genética, tinham vantagens e sobreviviam mais do que as que não produziam e herdaram essa característica até hoje). Eles podem que podem ser vene- nosos como compostos fenólicos, taninos, compostos terpenoides, óleos essenciais, alcaloides, glicosídeos cianogênicos, glicosinolatos com enxofre, etc. Nas plantas esses compostos podem repe- lir, inibir alimentação ou deposição de ovos, envenenar ou reduzir acesso ao conteúdo nutritivo aos insetos. Figura 5.13: Dizem que deixar as plantas que crescem normalmente pelo terreno e ao redor das nossas plantas medicinais (Como ao redor dessa Lippia sidoides), sem arrancá-las é pertinente, pois isso faz com que os insetos do bem que predam as pragas morem nos arredores, usem essas pantas indesejáveis como casas. Outros dizem que é melhor controlar essas plantas pois elas competem com nutrientes da terra e luz solar impedindo a nossa planta cultivada de se desenvolver. O ideal é um meio termo, não deixar plantas “daninhas” demais no terreno. Mas você decide o que faz. Os insetos mastigadores, como você verá mais à frente, são besouros, borboletas e mariposas, (Cole- optera e Lepidoptera). No ciclo de vida dos besouros também ocorre larva, assim como das borboletas e mariposas. Há espécies ditas minadoras que se alimentam embaixo da epiderme da planta podendo deixar na lâmina foliar como túneis lineares, manchas ou vesículas (bolhas). Essas são larvas de alguns insetos. Inseticidas químicos na agricultura são usados para controlar, surgiram na segunda guerra mundial com a fabricação de explosivos. O uso de inseticidas não é muito bom, pois destróem sim as pragas, mas podem acabar também com os insetos do bem como abelhas e outros polinizadores. Podem também ocorrer a seleção natural quando morrem todos os que atacam as plantas, sobra uns resisten- tes que colonizam novamente mais fortes tornando o inseticida ineficaz, como ocorre com os antibióti- cos (ver pagina 9). Esses químicos também causam contaminação do solo com a água que escoa para outros ambientes, causando exposição humana a químicos cancerígenos (em Ecologia, tudo o que vai, volta). Porém o bom é que há alternativas viáveis naturais para controlar insetos e até nas grandes fazendas usa-se inseticidas à base de produtos naturais como o fumo da planta Tabaco - Nicotiana tabacum (como tintura de fumo de corda para borrifar). 60 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Alguns inseticidas naturais usados até por fazendeiros Fumo: Alcaloides - Nicotina do Tabaco Nicotiana tabacum. Usa-se fumo para fazer de forma caseira um macerado ou tintura diluída para borrifar nas plantas e espantar ou matar pragas. É fraco, mas pode ser tóxico a esses animais paralisando o inseto e matando. Após a aplicação, as plantas podem ser usadas para consumo em 4 dias. Aplicar somente em cima do inseto. Cuidado na hora de aplicar pois quando borrifamos, podemos respirar o jato que fica no ar causando tontura. Leguminosas: Rotenona é um químico das raízes de leguminosas (Fabaceae), como da planta Derri sp. (Timbó). Sufocam os insetos quando aplicado. A desvantagem é que quando chegam através do esco- amento nos lagos, podem envenenar peixes, assim não aplicar perto de lagos e rios. Causa Mal de Parkinson quando administrado em mamíferos. Tanaceto: Tem a Piretrina, um químico retirado das flores de Tanacetum cinerariifolium. Mata larvas quando usado em poucas quantidades. Também atentar à Ecologia, são tóxicos para peixes e não-tóxi- cos a animais terrestres. Plantas com cheiro forte: Essas plantas tem óleos essenciais fortes e geralmente são plantadas em locais estratégicos em hortas para espantar insetos. Algumas como a Citronela Cymbopogon winteria- nus (uma espécie irmã do Capim-santo Cymbopogon citratus) são usadas desse modo ou até pela extra-ção de seus compostos que tem cheiro de Eucalipto, para espantar o mosquito da dengue. Alguns sprays anti-mosquito tem citronela em sua composição, como o SBP®. Algumas plantas que servem para espantar insetos por meio do cheiro: Arruda - Ruta graveolens, Hortelã - Mentha spp., Cravo-de-de- funto - Tegetes erecta, Urtiga - Urtica dioica, Gerânio - Pelargonium hortorum, Cebolinha e Alho. Nim (Azadiracta indica) da família Meliaceae: Produz um óleo não-tóxico, mas que repele. Repele os insetos, reduz crescimento deles, fertilidade, etc. Esta é a mais usada até por fazendeiros que querem economizar sem danificar a plantação nem o meio ambiente. Vende-se até os sprays prontos em casas especializadas. Fungos – Como explicado no capítulo 1, são seres que não fazem fotossíntese que divergiram de algas (algas são unicelulares ou multicelulares fotossintetizantes, autotróficas, que produzem energia por fotossíntese) mas são bastante relacionados. Os fungos se especializaram em decompor a matéria orgânica à medida que crescem “derretendo-as” por meio de enzimas e se alimentando, portanto heterotróficos, que se alimentam de outros seres. Não acontece muito deterioração por fungos em ervas aromáticas. Bactérias – Organismos unicelulares que digerem matéria orgânica, mas que são procariotos (com exceção de cianobactérias, que fazem fotossíntese e são autotróficos e portanto são algas). Vírus – Não são seres vivos, mas são partículas de DNA ou RNA que podem ser envoltas por membra- na com proteínas que ao entrarem nas células (como de plantas) quando sua membrana se junta à membrana da célula e o “vírus interno”, se multiplica e as danificam. Causa pontinhos brancos e amarelos ou verdes nas folhas. Sintomas são geralmente enroscamento da folha e mudança de cor, que a indicação e tratamento é cortar as partes infectadas e descartar longe, esterilizando a tesoura de poda. Nematoides – São animais parasitas multicelulares que atacam para se alimentar, parecidos com lesmas. Doenças das plantas são causadas por: Ao tratar as plantas com tesouras e alicates, esterilize-as para não passar para outras plantas. Os compostos devem ser bem filtrados, diluídos e postos no borrifador para não perder o equipamento com entupimento. 61 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Lagarta Lepidoptera – São um estágio no ciclo de vida da borboleta (diurna) ou mariposa (borboleta noturna). São predadas por pássaros, maribondos ou vespas. Furam folhas, cortam caule (impedindo a distribuição da seiva pelo floema), impedem crescimento (como a lagarta-rosca faz), penetram fruto (como a broca faz), abrem canais, ou seja, furam sem atravessar, fazendo a parte secar e cair (como os minadores fazem). Para controlar, fazer catação à mão, esmagar e enterrar. Aplicar a solução de Arruda ou Fumo. As principais pragas que atacam plantas são: Figura 5.14 Figura 5.15 Figura 5.16 Figura 5.17 Figura 5.18 Figura 5.20 Figura 5.21 Figura 5.22 Figura 5.23 Figura 5.19 Pulgão Homoptera – São bem pequenos, mas em grande número na planta. Se não cuidar, encherá de formiga e será criada uma camada em cima das folhas por causa das substân- cias doces produzidas por eles, que chamam formiga, assim a planta será impedida de realizar fotossíntese por causa da falta de sol. Sugam a seiva da planta. A retirada com escova de dentes é eficaz. Moer semente de coentro e fazer um macerado para aplicar. Solu- ção de Arruda ou de Fumo também é eficaz. Besouro Coleoptera – Fazem furos nas folhas (como a vaquinha faz) e a larva ataca as raízes. São verdes com coloração amarela. Pode ser usado Tatujá, uma Cucurbitaceae (famí- lia da abóbora) para o controle. Mosca branca Diptera - Vive por baixo das folhas e são transparentes quando pequenas e brancas quando adultas. Além de sugar seiva, pode transmitir doenças e secretam substân- cias doces que atraem formigas. Pode ser usado Arruda, Fumo e Sabão de coco. Tripes Thysanoptera - É um sugador de asas franjeadas. Muito pequeno, alguns com milíme- tros de comprimento. Insetos pequenos pretos ou amarelos podem ser vistos nas flores ou brotos. Se não cuidar mata a planta. Usar chá de alho, sabão e pimenta. Cochonilhas Homoptera – Insetos bem pequenos, as fêmeas se fixam nas folhas, caules e raízes e os machos voam. Secretam substâncias doces que atraem formigas. Pode ser feita retirada com escova de dentes. Usa-se no controle Arruda ou Fumo. Ácaro Arachnida – São pequenos, sugam a planta, as folhas ficam retorcidas e mudam de cor ou ficam com pontos brancos. São pequenos, constróem teia de aranha, podem causar outras doenças às plantas. Moer semente de coentro e aplicar Fumo, Arruda e Sabão de coco. Percevejo Hemiptera - Percevejos se alimentam de floema, como a cochonilha que atacam todo tipo de planta. Cuidado com o barbeiro (um besouro da mesma família) que pode trans- mitir a doença de Chagas ao homem, eles habitam locais onde há deterioração de madeira misturado a barro como casas de taipa. Sugam a seiva e exalam mau-cheiro. Arruda é usada no controle. Formiga Hymenoptera – Conhecido como Quém-quém (marrom-escuro e pequenos). Para controle destrói-se o ninho e joga-se água quente. Na saúva (marrom cortadeiras grande), corta-se a folha e leva-se para o ninho. Foi o que atacou a minha Erva doce. Lesma Gastropoda – Não tem conchas. Ao andar, produzem mucilagem “gosma” e podem ser hospedeiros de parasitas deixando eles nessa gosma que se chegar ao intestino humano, pode perfurar e provocar uma série de doenças. Usa-se leite com água, molhar um pano com a solução, colocar de noite na horta e às 5h da manhã eles vão estar lá e é só coletar e matar. 62 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Figura 5.24 Caramujo Gastropoda – Com concha, pode ser o africano ou não. Preferem plantas jovens e nutritivas e é só coletar às 5h da manhã, colocá-los num balde com água sanitária e água fria deixando 24h depois enterrar. Pode também fechar o cerco da horta com pó de cal. Cigarrinha Homoptera – Parecidas com as cigarras grandes que fazem tanto barulho no entardecer. Se alimenta do xilema das plantas (parte interna do caule onde sobe água e minerais). Borrifar fumo. Outros insetos secundários que aparecem geralmente para predar as pragas Gafanhotos Orthroptera - Devoram a planta inteira. Tatuzinho Malacostraca – Vivem em tocos de madeira como de coqueiros. São inofensivos. Embuá Diplopoda – Vive em locais úmidos como folhas em decomposição do composto orgânico. Solta um fluido amarelado e mau-cheiroso quando mexemos nele. Abelha Hymenoptera – Produzem colmeias ao redor da horta e se alimentam de pólen ajudando na polinização. Vespa Hymenoptera– São parecidos com abelha, estão bem relacionados na evolução. Controla pulgões, lagartas e cochonilhas. Costumam ser grandes e com tom de cinza. Induz galhas nas plantas. Borrifar fumo. Cupim Isoptera – Habitam madeira em decomposição geralmente na parte interna. Aranha Arachnida - As maiores predadoras e predam diversos tipos de parasitas. Joaninha Coleoptera – Controla pulgões. A ocorrência de joaninhas na horta pode significar que a mesma tem pulgão, tripes, colchonilhas, moscas brancas ou ácaros, pois são preda- dores deles. São inofensivas, e podem beneficiar nossa horta Tesourinhas Dermaptera - Aparecem em épocas quentes. Se alimentam de ovos e lagartas. Figura 5.25 Figura 5.26 Figura 5.28 Figura 5.29 Figura 5.30 Figura 5.31 Figura 5.32 Figura 5.33 Figura 5.34 Figura 5.27 63 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Figura 5.35 Figura 5.36 Figura 5.37 Figura 5.38 Figura 5.39 Nematoides Nematoda– São parasitas parecidos com lesmas, geralmente nas partes moles das plantas. Usar aplicação de Cravo-de-defunto. Aedes sp. Diptera – Você não pode deixar água parada nos locais como a concha do caramu- jo, ou recipientes, pois junta água e esses mosquitos depositam ovona borda do nível da água que nascem larvas que podem estar contaminadas com dengue ou outros vírus e gerar mosquitos infectados que nos picam e transmitem a doença. Cobra coral Serpente – Possuem coloração vermelha, branca e preta. Não atacam, só quando se sentirem ameaçadas e o ataque ainda precisa morder nossa pele, portanto é muito difícil de ocorrer. Mas se ocorrer, pode ser mortal se a espécie for coral-verdadeira. Levar o animal ou fotos juntos para o pronto-socorro urgente. Escorpião – É venenoso e seu veneno é neurotóxico. A picada dói bastante e o mesmo habita locais úmidos. Ficam procurando insetos para predar e caso se sinta ameaçado, se escondem ou se camuflam, deitando a cauda sem se mexer. 64 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Borboletas e mariposas Lepidoptera - Tem larvas que se alimentam de plantas e algumas destas podem ser adaptadas para plantas com látex. Borrifar fumo. Ovo Ciclo de vida Lagarta Casulo Borboleta Prosseguindo no cultivo No terreno escolhi um local que não tivesse inclinações demais e comecei a limpar, tirei todos os “matos” (capim e daninhas) que ocorriam naturalmente no local. Cuidado ao manusear “tocos” (tron- cos de árvores cortados) pois encontrei alguns escorpiões (Figura 5.37) quando fui manejar um, uma picada dói e pode até matar, dependendo da imunidade da pessoa (crianças, idosos, gestantes e imunodeprimidos principalmente). Locais onde tem umidade, é frio, principalmente com madeira úmida é ambiente propício para insetos, que podem conter escorpiões que os predam. As plantas precisam de sol direto. A regra é “Não existe sol demais para as plantas, mas sim água de menos”. Podei as árvores e deixei o espaço aberto. Lembre-se que não pode ser perto de fossa, não porque vai contaminar a terra, mas o próprio vento leva vapores de água contaminada com microoga- nismos que causam doenças aos humanos, contaminando as plantas que você vai consumir. Não pode ser feito em locais perto da rua visto que a poluição do ar prejudica também as plantas, e portan- to, nós. O local pode ser cercado com tela, quando estiver pronto e isso pode ser feito com ripas ou ferros fincados no chão e envoltos com tela de arame que vende em depósitos de construção, ou plantio ao redor como cercas vivas, de plantas arbustivas com folhas coriáceas como Rubiaceae (Ixora coccinea) que as mudas são bem baratas. Animais não podem circular para evitar parasitas, também gatos gostam muito de mexer na areia depois que revolvemos, tem que vigiar o terreno. Figura 5.40: a) alguns troncos de coqueiro cortados perto do tronco da aceroleira. b) o local escolhido para o plantio. Figura 5.41: Aspecto da terra depois de revolvida. É só limpar, tirar pedras, revolver a terra, quebrar os torrões (terra dura). Como o local tinha muitas árvores que caem folhas no chão que se decompõem gerando nitrogênio para o solo, o mesmo era fértil na camada superficial, na hora que cheguei, porém peguei terra de um local com mais fertilidade e trouxe para onde eu ia fazer a horta que já tinha, para misturar e enriquecer mais ainda (como dito anteriormente, uma das alternativas é cavar terra avermelhada estéril e misturar composto orgânico). 65 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Com muito esforço, fiz 4 montes de terra, reguei e deixei por duas semanas (como mostrado no início). Coloquei essas babosas para aproveitar que eram plantas que já existiam nesse terreno e suportam grandes períodos sem água, bem como solo pobre, visto sua origem da África, já que eu não ia come- çar a trabalhar naquela hora. Deve ficar no sentido Norte-Sul, ou seja, ao contrário do nascente e poente do sul, pois assim o sol vem de igual modo por cima de tudo (Figura 5.5). Ajeitei a terra de um modo que ficou com uma inclinação da água da chuva para escoar e não encharcar. Com muita água prejudica a respiração das plantas pelas raízes, apodrecendo e matando-as. O solo não deve ser nem argiloso demais nem arenoso demais. Arenoso faz a água escoar e argiloso demais apodrece as plantas ou se secam de modo abrupto quebrando as raízes, pois o solo racha. Figura 5.42: Sobre a retirada de entulhos. Figura 5.43: Só com a separação, com 10 dias na chuva já vi resultados Ver figura 5.10 Guardei várias folhas secas do local para fazer o composto orgânico, já molhando. Antes de consegui- -las, é necessário saber a procedência, pois existem árvores que produzem substâncias que, ao cair a folha no chão, ao se decompor, tiram a fertilidade do solo para outra planta, isso é chamado de Alelopa- tia. Era um Abacateiro, Aceroleira e Pitangueira que juntava essas folhas, nem me preocupei. Mas é importante para a produção do composto você buscar informações (no Google acadêmico scholar.- google.com.br, por exemplo, você pode buscar por artigos científicos com a palavra-chave “nome da espécie alelopatia” ou “nome da espécie decomposição”, para saber sua produção de compostos que inibem ou aumentam o desenvolvimento de outra planta ou seu tempo para se decompor, respectiva- mente). Peguei um pouco de terra de um local e despejei em outro. Depois de 3 semanas, cresceram também esses "matos" de daninhas (ver Figura 5.10). As plantas sofisticaram a semente para que o embrião (plan- tinha) guardado e se alimentando de endosperma (lipídio) passem milhares de anos assim. Há até histórias de múmias encontradas no Egito de milhares de anos atrás que foi achada sementes que os mesmos faziam oferendas e elas foram postas para germinar, funcionou perfeitamente. Então, remover as daninhas antes que produzam sementes ou suas raízes cresçam demais fazendo-as brotar novamente (tem plantas que se multiplicam também pelas raízes que sobram como a Cyperus esculentus, que é problema em plantações). O ideal é peneirar a terra com uma peneira grande. Você pode fazer em casa comprando a tela em um depósito de constução, cortando-a de modo quadra- do e fixando com tábuas ao redor. Preparei os “montes” de terra, mas posteriormente eu peneirei. 0 dias 10 dias 66 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Mesmo antes de começar a plantar notei um problema. Os caramujos causaram um sufoco, começa- ram a aparecer em horas úmidas, principalmente depois que chovia e eles se camuflam no terreno com folhas molhadas. Só na primeira coleta no primeiro dia foram mais de 40 indivíduos. Coloquei dentro de uma bacia com água e muito cloro. Depois, no dia posterior, 24h depois, quebra-se e enterra. Tem que matar assim, pois mantém longe também o parasita que causa doenças a nós, caso o caramujo esteja infectado. Também evita que as conchas fiquem pelo terreno juntando água e o Aedes aegypti se dissemine mais ainda depositando ovos nelas, que produzirão larvas e em uma semana libere no ambiente mais mosquitos. Figura 5.44: a) Caramujo no chão. b) Caramujos pelo muro. c) Caramujos pelos arbustos. d) Contro- le indicado pelos especialistas, misturar água e cloro e deixar 24 horas mergulhados, no outro dia quebrar pisando com a bota e enterrar Um erro que as pessoas cometem é jogar no lixo os caramujos vivos. Assim só estão piorando a situa- ção aumentando a população deles no lixão para onde o lixo será destinado. Também tem que pegar os ovos que são amarelados e ficam enterrados e fazer o mesmo com água sanitária / cloro. Fiz isso várias vezes, vários dias e cansei, eles nunca desapareciam. Comecei a jogar sal neles, dia pós dia. Com o tempo eles foram diminuindo em quantidade. Eu chegava no terreno 5 da manhã depois de chuva e começaram a aparecer menos quantidade deles, só conseguia achar 4 ou 5 e novinhos agora. Era sinal de que sobraram só os que nasceram dos ovos. Há um estudo de populações que indicam que quando chegam em determinado numero de indivíduos a população tende a desaparecer. O Objeti- vo é diminuir a população até menos de 100 indivíduos. Então continuei a matarcom sal agora, com cuidado para não salinizar o solo. Ao jogar ele "ferve", morre e a concha fica lá e a pessoa tem que coletar depois, mas não é certeza de matar o parasita também. Nessa hora acho que a população escondida no terreno chegou a uns 150. (Eu tinha quase erradicado os caramujos do terreno, mas depois de uns dias eles voltaram a aparecer). Tem que falar com os vizinhos também para controlar. Eles ficam no chão, nos muros, nos tocos, nas plantas, em todos os lugares. São rápidos para se deslocar. Na próxima edição deste livro, tomara que eu anuncie a solução para este problema. 67 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental a) b) c) d) Para fazer a composteira de forma mais prática, fiz um buraco no chão quadrado ou retângulo, coloquei o material orgânico com folhas, pedaços de pau (demora a decompor), papel, enfim tudo o que pode se encontrar de orgânico. Colocando todas as folhas, misturando com um pouco de terra de floresta ou algum outro composto orgânico que você já tenha, alternando camadas de areia e dessa terra, molhando e tampando com lona. Jogar algumas minhocas no composto é bom, aumenta a produtividade, elas comem a terra para aproveitar as partículas orgânicas e defecam a terra deixando tanto a terra mais fertilizada quanto mais solta, mas elas podem aparecer naturalmente. Poderá apare- cer Embuá também nesse lugar. É só ir molhando e revolvendo a terra a cada semana e deixando coberta e estará boa quando estiver com cheiro de terra molhada, cheiro de floresta. Só não colocar alimentos cozidos, restos de comida pois pode apodrecer. Adicione também um pouco de esterco curtido no local. Com um mês você já vai ver resultado, o material vai se transformando num pó preto e com cheiro de floresta e aparência de pó de café. Isso deve ficar tampado com uma lona com pedras na ponta pois fica abafado e com o aumento da temperatura e umidade, faz os micro- ganismos trabalharem mais, será mais rápido para chegar até o composto. Figura 5.45: a) Cavei um retângulo (pode aproveitar a terra estéril para misturar com composto e esterco que você tenha e plantar). b) buraco pronto. c) Adição das folhas, terra de floresta esterco e composto em camadas. d) Adição de um pouco de terra do ambiente para aumentar os microoganismos. e) depois de alguns dias com rega e revolução de terra. f) É bom adicionar minhocas, mas no caso elas apareceram. g) Manter coberto com lona. 68 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental a) b) c) d) e) f) g) Sobre a sementeira (Figura 5.46), como descrito na página 55, colocar terra de preferência peneirada com composto orgânico e fazer pequenos furos com palito para colocar as sementes, pelo menos 3 em cada buraco. Regar com borrifador ou com pequenos pingos de água, para não tira-las do lugar devido a tensão superficial da água. Coloquei não só uma espécie como é o recomendado, mas várias e anotei fazendo o desenho da sementeira para não perder “quem-é-quem”. A Evolução, como descrito na figura 55, foi com 9 dias já tinha plântulas e 25 dias já dava para transplantar para o local definitivo, porém a única que tive dificuldade de fazer crescer foi a cebolinha (à esquerda, na foto). Proteger do vento pois elas podem crescer tortas. Algumas plantas, por causa do vento enquanto estavam crescendo, ficaram tortas grandes e ainda estão tortas até hoje como um tomateiro. O resultado é que elas adultas ainda apresentam essa característica. Figura 5.46: a) Sementeira com as plântulas. Você deve deixar a sementeira ao sol direto, mas com palha em cima para o sol não queimar as plântu- las, que significa “Plantas pequenas” (plant = plantas; ula = diminutivo, como “célula” que quer dizer “Cela pequena”, “compartimento fechado pequeno”). Ou então, sem palha mas em um local coberto (Figura 6.1) com a lateral aberta de modo que só pegue o sol da manhã antes das 10h e depois das 15h ao fim da tarde. Porém é necessário sol, como aprendemos quando discutimos Fotossíntese, as plantas usam a energia solar para produzir os compostos. O melhor é conseguir mudas de plantas com quem entende do assunto em vez de fazer coleta extrati- vista na natureza. Assim você garante conseguir um bom exemplar que produza compostos em boa quantidade e que seja adaptado ao meio urbano. Você pegar um da natureza, pode ser que venha mais fraco e menos resistente a pragas urbanas. Já os que são cultivados sofreram domesticação que é a escolha de um bom exemplar, replantio de descendentes, escolha dos melhores novamente e descarte dos piores até que se tenha um exemplar que seja mais produtor de compostos. Conseguir também sementes de locais duvidosos podem vir com fungos e infectar a planta adulta e acabar com sua horta. Além disso, a coleta extrativista leva a extinção de espécies da natureza e você pode reconhecer errado uma espécie e acabar se intoxicando. A propagação por estaquia é fácil. Colhi ramos de Guaco (Mikania glomerata), por exemplo, plantei e reguei todos os dias (Figura 5.47). Ela foi criando pêlos radiculares, raízes e depois de se fixarem bem passando várias semanas do mesmo tamanho por fora, só crescendo raízes, chega uma hora que começa a nascer as folhas e a crescer quando a mesma se fixa na terra. Outra forma é colocar o ramo na água que nascerá raiz, trocando a água todos os dias para evitar proliferação de bactérias e apodre- cimento. Quando nascer é só plantar. Os ramos, mesmo se perderem as folhas, passam mais de duas semanas verdes, sem crescer, depois que se estabelecem começam a crescer bem rápido. 69 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Outra técnica de plantio para economizar água acontece em grandes fazendas onde eles colocam uma lona fina em todo o canteiro deixando só a planta de fora, evitando perda de água por evaporação, que é grande perda. Figura 5.47: a) Hortelã-homem (Plectrantus barbatus) foi predada pelo caramujo, porém já estava criando raiz na propagação. Os caramujos não atacam plantas com cheiro forte como Alecrim (Rosmarinus officinalis), Alecrim pimenta (Lippia sidoides) e outras, só as nutritivas como Couve, porém o Hortelã-homem foi o único com cheiro forte que ele predou. b) c) A propagação do Guaco (Miaknia glomerata) deu certo na terra plantando normal, mas também pode ser feito por mergulhia em vez de estaquia. d) Para propagar babosa, basta pegar uma “planta- -filha” que nasce a partir da raiz de uma planta adulta, brotando no chão, como na imagem e plantar em outro local. Há diversas formas de fazer estaquia. Muita gente, para melhorar o processo não faz nem só com água, nem só com terra mas com os dois, cortam uma garrafa PET no meio, sobrando um funil e um pote, furam a tampa da largura do ramo, colhem um ramo de uma planta (arrancando sem faca na parte de baixo) fazem um corte na vertical na casca na ponta, na parte que vai ficar na água, cortam a extremida- de na diagonal e deixa algumas folhas no ramo. Colocam o ramo na tampa furada e colocam água de modo que as folhas fiquem fora da garrafa e o ramo dentro, depois colocam o substrato de modo que a base do galho fique submerso em água (funil de cabeça para baixo), um pouco acima em contato com a terra no funil e as folhas fora. Assim o galho enraiza dentro de poucos dias. O que se faz com isso é um clone da planta com o mesmo material genético da que foi pega, então com as mesmas características de secreção de compostos, frutos, etc. diferente se fosse feito pantio com sementes, que daria uma planta nova com características de duas plantas depois da polinização. Você também pode usar essa garrafa PET para colocar um cordão que ficará afogado na água e ligado no substrato (terra) no funil assim ele se manterá sempre molhado sem precisar irrigar dando para plantar semen- tes. Porém o uso de garrafas PET é controverso devido estudos de que soltam quimicos tóxicos. Esterco serve para alimentara planta, assim como o composto orgânico. As plantas precisam de Nitro- gênio para crescer produzindo suas proteínas (Figura 1.30), além de usar CO2 do para produzir a seiva usando a energia luminosa (do sol ou de lâmpadas) como energia. A deficiência desse alimento nutri- cional, ou seja, plantar em areia sem composto orgânico deixam elas amarelas e sem crescer . Você deve usar esterco curtido em vez de fresco. Fresco é quando eles já saem do intestino do animal, cheio de microrganismos e pouco digerido, quente. Curtir significa juntar muito em algum lugar ensolarado e ficar molhando dia em dia, assim por cerca de 20 dias. No início ficará quente no meio quando as bactérias estão trabalhando. Quando não acontecer mais isso é porque está bom e pode ser usado para plantar, mas pode ser comprado já pronto. 70 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental a) b) c) d) A cebolinha cresce muito rápido, ao cortar, dois dias já estão bem grandes. Elas ajudam a espantar os insetos também devido ao cheiro, assim como alho. Porém plantá-las a partir de sementes dá muito sacrifício, demora muito para levantar. Comprar mudas é mais prático, R$ 4,00 e elas já vem prontas, basta rasgar o saco e colocá-las na cova. Na hora de tirar as mudas da sementeira, puxar pelas folhas para não quebrar o caule, ou então empur- rar por baixo. Olhar na embalagem a distância que deverão ser plantadas uma da outra. De primeiro pode-se usar o borrifador para umedecer com cuidado e lembre-se, a germinação acontece com a combinação ou alternância de sol e água. O canteiro deve ter largura de 1m por 5m de comprimento e cerca de 20 a 30 centímetros de altura. A distância entre eles deve ser de 30 a 40 centímetros. Não precisa ser esse valor exato, basta você ajustar ao local que você tem. O tamanho dos mesmos ideal é para facilitar a locomoção e manejo das plantas. Procurar saber quais as espécies podem fazer consorciação (plantar uma junta da outra), tem espécies que se ajudam outras competem. Procurar também saber a distância ideal entre elas. Variar também é ótima alternativa visto que plantas medici- nais quando uma junto da outra por causa da competição faz elas produzirem mais compostos e se tornarem mais fortes pois é pra isso que esses compsotos químicos existem na planta na natureza, para elas se defenderem e nós aproveitamos algumas que servem para cura de doenças. Figura 5.49: a) Regar com água da chuva com borrifador com cuidado, nas etapas iniciais. b) aplicar esterco c) resultado. Agora é só esperar crescer. Figura 5.48: a) Poucos dias depois de cortar as folhas elas cresceram. b) O canteiro pronto para receber as plântulas. 71 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental a) b) Regar com água de boa qualidade como água da chuva. Esse é o melhor tipo de água para usar na horta. Há também alternativas que ajudam na fertilização do solo como água de açude que tem riqueza de nutrientes, mas você deve saber a procedência pois ele pode estar poluído. Regar pela manhã antes do sol aparecer ou no fim da tarde que é quando os estômatos abrem para transpirar. Há métodos para otimizar a irrigação como, por exemplo, o Irrigas® da Embrapa para plantações grandes e que é auto- matizado. Quando o agricultor começa a irrigar, o dispositivo que está enterrado perto da raiz reconhe- ce quando tem água demais (água se infiltra muito e se perde pelo solo) ou quando há falta da mesma (pouca água a planta não se desenvolve) desligando e ligando a mangueira com esse controle. Porém de modo caseiro fazem o uso de garrafa PET cheia de água, tampada e com um furo bem pequeno na tampa deixando-a de cabeça para baixo onde fica pingando durante o dia. Evita o gasto de água e auto- matiza o trabalho, também por causa da temperatura e evaporação mantém a água por mais tempo do que se regasse somente uma vez. Este foi um capítulo experimental para mostrar como foi a evolução dos meus testes. Na próxima edição deste livro, que será divulgada no mesmo lugar que você encontrou, vou aprimorar este capítu- lo. Figura 5.50: Resultado das minhas experiências. 72 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 5: Cultivo Experimental Capítulo 6 Uso de Plantas Medicinais USOS DE PLANTAS MEDICINAIS Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Apesar do preparo ser fácil e empírico, deve ser seguida a dosagem certa para que o efeito da droga vegetal não seja menor (não faça efeito) ou maior (podendo ser tóxico). Este capítulo traz dicas de como fazer cada preparação como farmacêuticos trabalham. Lembrando de sempre avisar ao seu médico quando estiver usando algum fitoterápico, pois apesar de ajudar na maioria das vezes, pode até atrapalhar o tratamento convencional em alguns casos, devido a interações medicamentosas. Antes de usar as plantas, é necessário sair ao terreno de cultivo para a coleta, e ao fazer, atente para estas dicas nesta hora: Escolher plantas com aspecto sadio, sem pragas, doenças, mudança de cor, que esteja com todas as folhas na tonalidade parecida; Escolher um ramo sem ainda ter florido, pois prova- velmente esteja ainda se desenvolvendo e a energia ainda não foi usada para florir, como se faz popularmente com ramo de goiabeira, onde se coleta a parte nova do ramo conhecida como “olho” que tem riqueza de taninos para usar para “dor de barriga” com chá gelado, por exemplo. Algumas plantas exigem que esteja adulta (em floração) para coletar para uso, como aquelas em que se usam as inflorescências para fazer o chá logicamente (como Achillea milefolium - Mil-folhas). Você poderá colher somente as folhas para usar, mas é melhor pegar um ramo todo da planta, pois além de ser mais fácil de manusear, vai demorar para murchar. Com essa coleta você pode amonto- á-los em uma embalagem de papel que é poroso e passa vento. Caso você use sacola fechada de plástico vai abafar e no caminho deteriorar a planta, pois o ramo ainda fica transpirando depois do corte. Ao chegar no ambiente, secar ao sol em área ventilada imediatamente (Figura 6.1). Cuidado, não colocar embaixo de árvore para não cair dejetos de aves em cima. Uma ideia boa que eu faço é pegar uma linha de costura ou cordão limpo, amarrar os galhos e pendurar num varal da área de serviço onde seja coberto, mas passa vento quente dos lados e não tenha sol direto. Quando estiver seca, ela conservará os compostos químicos, ou seja, somente a água será evaporada. Mas você deve ficar atento ao tipo de planta, se for aromática como o Capim-limão (Cidreira no RS) - Cymbopogon citratus que tem óleos voláteis, deve ser seco à sombra, se for feita com sol direto, muito será perdido. Secando à sombra, você notará que mesmo depois de seca ficará com cheiro forte conservando tudo. Nem todos tem estufa, mas esse é um bom método para secagem a partir de temperatura. A estufa é uma tela em forma de rede de arame com lâmpadas na parte de baixo onde a temperatura dessa lâmpada seca a planta. Figura 6.1: Ideal colocar as plantas para secar em uma área coberta no quintal, mas que seja ventilado e não tenha sol direto. Figura 6.2: Você pode fazer uma estufa caseira com tela, caixa e lâmpadas para secar suas plantas. O Calor gerado por lâmpadas incandes- centes seca a planta bem rápido. Figura 6.3: Um forno microondas comum. Baixar a potência para secar plantas é melhor. Em herbários onde se coleta a planta e se seca na estufa, não para usar como medicinal, mas para guardar, há dispositivos para a retirada da umidade do ambiente. A umidade nas peças favorece a ação de enzimas, proliferação de fungos e bactérias deteriorando a plantas. Você vai notar que demorará secar naturalmente, mas quando secar o cheiro forte persistirá, diferente seria se a seca- gem fosse no sol. As plantas acumulam muita água dentro dos tecidos, tanto que há dois modos de fazer a extração, por tintura e alcoolatura, uma se usa partesda planta seca com álcool com muita concentração de água, e outra frescas com álcool com menor concentração de água, respectivamente. Na que usa planta fresca deve ser colocado álcool numa concentração- Forno micro-ondas (Figura 6.3) também serve, porém você deve baixar a potência para não secar demais deteriorando as molécu- las, pois a radiação age na água da planta e com a potência alta, cozinha a planta antes de secar. A potência do forno micro-ondas funciona da seguinte maneira: Quando em potência alta, a radia- ção age continuamente e quando se baixa a potência, a radiação age de modo intermitente / alternado. Ele age excitando os elétrons da molécula de água aumentando a temperatura e não danificam a planta, a menos que coloque em potência alta. Os procedimentos acima são feitos com folhas, cascas e ramos, e não com brotos, gemas e gomos foliares. 74 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Por fim, preste atenção se tem locais contaminados por perto do local que você irá secar as plantas como fossas, que mesmo sendo longe do varal, pode cair resquícios de água que são jogados ao vento e que vem microrganismo juntos. Isso acontece mais em dias de chuva ou no sereno, portanto, prefira colher no final da tarde quando a planta passou o dia trabalhando na fotossíntese e está cheia de seiva elaborada para levar às outras partes. Não retirar todos os ramos da planta, deixar grande parte para a planta se recuperar. As raízes são os que deve ter mais atenção na coleta, pois estão em contato direto com o solo e se contaminado pode ser perigoso para quem vai consumir. Há algumas famílias, com a Fabaceae (do feijão, tamarindo etc.) que as raízes podem ter nódulos (bolinhas que são amontoados de bactérias fixadoras de nitrogênio), se não forem dessa família e tiver, cuidado. Avaliar os vermes (nematóides) que podem estar associados às partes coletadas. Lavar o coletado com água corrente e se for muito grande, cortar em pedaços pequenos para colocar no sol. Colher raízes de planta adulta! Outras coletas como dos frutos para uso medicinal não pode ser feita com estes verdes, mas sucu- lentos e devem ser consumidos frescos. Ao coletar, lavar com água corrente. Há plantas como algumas especiarias que o uso é feito do fruto seco, então nestes casos coletar maduro, lavar e secar à sombra pois provavelmente tem alguma substância que não pode ser perdida secando-se ao sol. Algumas espécies de pimenta são usadas assim com coleta do fruto verde postas para secar, prestar atenção na forma de uso da planta. Guardar em recipiente fechado de preferência escuro e longe do sol. Na coleta de sementes, colocar o fruto maduro, lavar, secar ao sol e guardar em recipiente fecha- do escuro e longe de sol. A flor para consumo devem ser coletada no início da floração. Na coleta das cascas (Figura 6.5), coletar de plantas adultas (depois da floração) e também saudáveis e não circundar o caule, mas fazendo o corte de baixo para cima. Se circundar o caule tirando as cascas pode matar a planta, pois o floema, que leva a seiva produzida pelas folhas até a raiz é bem perto da casca. Antes de tudo, raspar a superfície para tirar a parte que fica exposta à atmosfera cheia de microorganismos e descascar. Depois disso, fazer uma lavagem com água corrente (sem medo de perder o principio ativo, pois o mesmo está dentro). Pelo menos esquentar bem rápido no forno microondas e secar ao sol (pode ser no varal, mas não deixar encostar no mesmo). Amarrá-los, como dito anteriormente, com uma linha de costura que é limpa ou um cordão limpo e pendurar. Cascas pode secar ao sol. Guardar seca, pois se guar- dar ainda úmida, cria mofo e deverá ser descartada, pois os fungos e bactérias produ- zem toxinas prejudiciais, lembrando que mesmo que você tente matar os microoganis- mos, se eles já estiveram ali, podem ter deixado toxinas, não adianta. Figura 6.5: Se cortar um tronco, verá que tem o súber mais grosso (externo) como uma cortiça e várias camadas (interno). Figura 6.4: As raízes são as partes (pelo menos no uso medicinal) das plantas que tem mais água. As que tem menos água são as cascas. maior (álcool menos hidratado, a 90%) do que na seca (álcool a 70%) por causa da quantidade de água que sai delas (como veremos adiante). Os locais onde tem mais água nas plantas são, depen- dendo da espécie, raiz, flores, folhas e cascas, em ordem de maior quantidade para menor. O ideal é que mesmo que você veja que a planta secou, ainda deixar mais um tempo, pois ainda sobra água na parte interna (Figura 6.4). As partes que podem ser expostas ao sol, não deixar por longos períodos ou diretamente no sol do meio-dia por exemplo, para não chegar a temperatura alta e cozinhe (modificando a estrutura das moléculas) em vez de secar (assim como no micro-ondas). 75 Muita água Pouca água Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Chá 2 Tipos de Infusão Infusão prática (fácil de fazer) Primeiro coloca-se a erva seca na panela/bule na quantidade de 1 colher (chá) para cada xícara de água (175 ml). Se for erva fresca dobra-se a quantidade, ou seja, 2 colheres para cada xícara de água. Junta à panela e leve ao fogo alto. Assim que ferver, tampa-se e desliga o fogo deixando 10 minutos. Coar e adicionar à xícara para beber o chá na quantidade indicada para a planta. Algumas plantas tem o efeito melhor quando bebidas sem adoçar, outras quando adoçadas com mel de abelha tem seu efeito potencializado por causa de reações químicas, outras ainda podem ser adoçadas com açúcar. Para males do sistema digestivo, beber sem açúcar e frio ou gelado. Para febre e problemas respira- tório beber morno. Ingredientes - Erva seca picada (No exemplo, usei Ginkgo biloba seca) - Água potável Materiais - Panela - Xícara - Faca - Colher de chá - Tábua limpa Dica: Use sempre panelas de vidro, cerâmica ou de barro, pois alumínio ou cobre altera o chá devido a reações químicas. Sobre o chá, chamamos de chá qualquer bebida quente que seja usada para a cura e que tenha sido feita com alguma planta, ou seja, o extrato da planta na água. As preparação dessa bebida deve ser usada no mesmo dia, se guardar na geladeira, que seja para usar no mesmo dia. Eles podem ser de dois tipos: Infusão e Decocção. Vamos começar com a infusão (prática e recomendada). Infusão é o chá comum da maneira que conhecemos, mas sem cozinhar a planta. Pega-se a planta e coloca-se no recipiente de cerâmica (ou que não seja de alumínio) e despeja-se água fervente em cima (essa água guardada tem que ter sido filtrada ou fervida) tampa-se e espera 10 minutos. Só adoçar se for para bronquite, febre etc. Adoçar com mel melhora a interação com a planta e os seus efeitos. Não tomar o chá doce se for para problemas intestinais, pois o mesmo deve ser frio ou gelado sem açúcar. Sempre a quantidade da droga fresca deve ser dobrada da seca, pois planta fresca tem ainda o peso da água pra ser contado. 1 colher de chá da planta seca para cada xícara de água (175 ml) e 2 colheres de chá da planta fresca para cada xícara de chá de água. 76 1 2 3 4 5 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Ingredientes - Erva seca picada (No exemplo, usei Ginkgo biloba) - Água potável Materiais - Panela - Xícara - Faca - Colher de chá - Tábua limpa Infusão recomendada (mais preciso) No caso, a forma tradicional de fazer uma infusão é adicionando 1 colher de chá da erva seca (ou 2 colheres da erva fresca) em 1 xícara de água fervente (175ml) por cima, tampando em seguida até passar os 10 minu- tos. Coar e servir. Ingredientes - Erva seca picada (No exemplo, usei Losna / Artemisia absinthium) - Água potável Materiais - Frasco de vidro - Colher - Faca Maceração Picar ou amassar a erva e repousar em água fria em um recipiente, tampando super- ficialmente (sem pressão) e deixar da noite para o dia por 12 horas ou 24 horas dependendoda planta, se forte ou fraca. No Absinto basta 12 horas pois é forte. Algumas plantas usadas em muitas quantidades são tóxicas, outras demoram a soltar as substâncias. Também depende da parte utilizada, se for folhas, flores, sementes e olho (gema ou ápice caulinar) deixa-se 12 horas. Já cascas, ramos sem folhas, raízes, deixa-se 24 horas, sempre em temperatura ambiente e em local escuro. Coar e colocar num recipiente, de preferência uma garrafa com rótulo e esparadrapo. A quantidade é até 30g em meio litro de água. A losna usei 1/2 colher para cada xícara (175ml) de água. 77 1 1 2 3 2 3 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Ingredientes - Erva seca picada (No exemplo, usei Alcaçuz Glycyrrhiza glabra) - Água potável Materiais - Panela - Xícara - Faca - Colher de chá - Tábua limpa Decocção É um chá, só que feito com as partes duras da planta como folhas coriáceas (como couro, duras), cascas, raízes secas e qualquer parte da planta que seja difícil extrair os componentes como infusão. Para isso a planta é cozida (por isso o nome Decocto). Para fazer é só adicionar água em uma panela que possa ser levada ao fogo e ferver por 15 minutos. Desligar e esperar em repouso mais 15 minutos. Lavar antes de cortar ou cortar antes de lavar, pois ao comprar ou coletar, a raiz vem cheia de terra. Eu lavei mergulhando o picado em água. Depois de lavar coar, ou mesmo lavar derramando água corrente na peneira em cima do picado. Coloque na panela e ligue o fogo tampando. 2 colheres de chá para duas xícaras de água (350ml). Depois de cozido por 15 minutos e descansado por mais 15 minutos, é só coar e beber. 78 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Óleo medicinal Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Picar as ervas secas, colocar em um recipiente com óleo vegetal (Azeite de oliva, mas pode ser de Óleo de semente de girassol também) ou despejar óleo até cobrir. Ingredientes - Azeite de Oliva - 4 colheres (sopa) de Erva seca (no exem- plo, Calendula officina- lis). Se for fresca, 8 colheres. Materiais - Tábua - Recipiente estéril - Faca Deixe por 2 horas em banho-maria (água para ferver e com a embalagem entreaberta dentro) Dica: Em vez disso você pode deixar no sol por 30 dias ou na sombra por 60 dias e ele ficará ainda melhor, porém demora muito. No Banho-maria, eu coloquei um chumaço de algodão embaixo do recipiente de vidro, dentro da panela, para diminuir o contato com o calor do fogo. As sementes das plantas armazenam energia em forma de óleo para quando acontecer a germinação, suprir o embrião da plântula (planta pequena) até que esta comece a fazer fotossíntese, para se manter e continuar o desenvolvimento sem mais precisar dessa energia. Dessas sementes são extraídos esses óleos e um dos mais utilizados e que contém triacilgliceróis com ácidos graxos mais insaturados é o azeite de oliva, também de semente de girassol. O processo de extra- ção dos componentes da erva é feito com o aumento da temperatura do óleo para absorver as propriedades da erva à qual está misturado, mas deve ser feito em fogo brando para não ocorrer modificações bioquímicas no óleo. O melhor a se fazer é colocar em repouso por 30 dias se for no sol e 60 dias em sombra, mas com o aquecimente que faremos, acelerará o processo e usaremos algumas horas para isso. 79 1 2 3 5 4 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Faça isso novamente (colocar mais erva seca e despejar o óleo resultante por cima para pôr em banho-maria com o recipiente no fogo) sendo que por 1 hora. Coar novamente e colocar em uma garrafa de vidro apropriada com o nome “óleo de” seguido do nome da planta e seu nome científico (Óleo de Calêndula - Calendula officinalis) com a data de fabricação. De vez em quando abrir pra mexer e não tampar totalmente, deixar entreaberta. Ao findar as 2 horas, retirar e filtrar com a peneira, mas pra ficar ainda mais limpo, você pode usar um filtro de pano limpo como coador de café. 80 1 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 6 7 8 9 10 11 12 14 15 13 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - Erva seca picada (No exemplo, usei Espinheira-santa / Maytenus ilicifolia) - Álcool a 70% Materiais - Recipiente de vidro com tampa - Tábua - Espátula Proporção Aproximadamente 250 gramas da planta seca para 1 litro de álcool a 70% ou 125 gramas para 1/2 litros. Tintura Triturar a planta seca, colocar em um recipiente que possa ser fecha- do e vedado e cobrir com álcool a 70% no mesmo nível da planta. Cuidado onde compra o álcool, não pode ser de hospitais (pois tem desnaturante dentro). Álcool de cereais é melhor, pois não deixa o gosto ácido nos preparos, mas tem que saber a concentração. Quando fizer, deixar repousar em lugar escuro por uma semana agitando diariamente. Filtrar com um pano limpo de algodão, ou um coador de café estéril recém comprado e colocar em uma garrafa, de preferência escura, e caso queira aumentar a quantidade acrescentar o mesmo tipo de álcool. Colocar o rótulo com o nome e guardar longe da luz. Para usar põe-se 30 gotas em um copo d’água. Peguei o álcool a 70% para usar. Antes peguei as ervas cortadas e secas, despejei no recipiente. O ideal é despejar álcool no mesmo nível da planta, como está à esquerda (4), mas decidi acrescentar mais uns frascos e deixar com 200ml, pra ficar mais fraco. Agora é só guardar em local escuro por 7 dias, filtrar e guardar na embalagem. Atenção: Muito cuidado antes de comprar o Álcool. Existe alguns que são para limpeza de prateleiras de hospitais e vem com desna- turante, esses não podem ser consumidos, ele serve para romper a membrana das células das bactérias, já imaginou o que acontece na mucosa da boca por exemplo? Peça dicas ao farmacêutico. Dica: O Álcool etílico de cereais é melhor que o convencional pois fica menos ácido. Peça dicas ao farmacêutico sobre álcool que se possa consumir. 81 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 2 3 4 5 Álcool 70% Álcool 90% Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - Erva fresca picada (No exemplo, usei Alecrim Rosmarinus officinalis) - Álcool a 90% Materiais - Faca - Tábua limpa - Recipiente Proporção 500g da erva fresca em 1 litro de álcool a 92º para uso farmacêutico ou 250g em 1/2 litro de álcool a 96ºpois vai sair água da planta e assim vai... Alcoolatura É a forma de fazer um tipo de tintura com a parte fresca da panta, então como tem água, é para usar um álcool com pouca água como álcool a 90%. Cortar bem as partes frescas, colocar em um recipiente e cobrir com esse álcool. Deixar em repouso por uma semana agitando de tempos em tempos. FIltrar com um coador de café estéril nunca usado e colocar em uma garrafa de 1 litro, lembrar de colocar os rótulos. O uso é o mesmo da tintura, 30 gotas em um copo d’água. Fui no canteiro, colhi Alecrim e lavei em água corrente. Depois piquei bem com a faca. Adicionei no recipiente e cobri com o álcool proporcionalmente à medida indicada ao lado. Fiz o procedimento cobrindo com álcool e fechando, bem como colocando etiqueta com nome da planta e data. Esperar 7 dias guardado em local escuro, coar e guardar no mesmo recipiente em local escuro. Dica: Para saber a proporção, você pode fazer a regra de três. Por exemplo, você tem 330 gramas da erva fresca e deseja saber quanto de álcool a 92 deve usar, faz uma regra de três... ora, se... 82 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 2 3 6 4 5 7 500g = 1litro 330g = x 500g = 1litro 330g = 660ml 500g = 1000ml 330g = x 500g 1000ml 330g x 500x = 1.000 x 330 500x = 330.000 x = 330.000 x = 660ml500 Um litro é igual a 1000ml A lógica é: Se 500 gramas é igual a (1000ml), 330 será menos que 1000ml, então multiplica o menor número (330) pelos (1.000) do outro lado. Se a lógica fosse que 330 daria mais, os 500g que é maior do lado esquerdo seria multiplicado pelos 1.000.A conta montada, 500 multiplicado por x (que ainda não sabemos) é igual a 330.000 Seguindo a conta, se o número de um lado está multiplicando (500 vezes X), então ele passará para o outro lado dividindo (330.000 dividido por 500) que dá 660. Então, voltando ao início, se a quantidade necessária de álcool a 90% é de 1 litro para cada 500g da planta fresca, então 330g da planta fresca precisa-se usar 660 ml de álcool Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - Erva fresca picada (No exemplo, usei Alecrim-pi- menta - Lippia sidoides) - Água potável Materiais - Cassamba de gelo - Tábua - Faca - Jarra Congelamento Pode ser feito com ervas aromáticas, quando a pessoa colhe ramos de uma planta mas não vai usar de imediato, congelando para conservar suas propriedades medicinais. Lavar as folhas, picar com a faca, colocar em formas de gelo com azeite de oliva ou água e levar ao congelador. Suporta vários meses ainda com as propriedades. Colher e lavar Picar Colocar na forma de gelo e despejar água Resultado 83 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 2 3 4 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - 1,5 cm de fumo de corda - 150 ml de álcool de cereais Materiais - Garrafa - Faca - Tábua Tintura de fumo A tintura de fumo serve para você dissolver na água e borrifar pelo local de plantio, assim mantém alguns insetos longe das mesmas. Note que o fumo é tóxico e deve ser tratado como inseticida, é até usado por fazendeiros em grandes safras. Manter longe do alcance de crianças. Enrole um pano no rosto e não respire o borrifado. Picar com a faca o fumo de rolo Colocar dentro de uma garrafa e cobrir com álcool a 70% (aqui quantidade relativa a 1,5 cm) Dica: O fumo vai sugar todo o álcool, então você pode depois de 1 dia adicionar mais um pouco de álcool. Depois dos 7 dias, coar e guardar no mesmo recipiente completando com mais álcool, para diluir em água e aplicar na plantação. 84 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 3 2 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes Erva seca picada (No exemplo, usei Guaco / Mikania glomerata) Água potável Açúcar Materiais Panela Xícara Colher (sopa) Tábua limpa Lambedor É so fazer o xarope simples com chá, infusão ou maceração, porém este tem que ser forte. A proporção é para cada 50 ml do chá que você preparar, usar 100g de açúcar. No exemplo (1, 2) eu fiz um chá com 15 colheres de chá da erva seca em 300ml de água, coei e coloquei na jarra para fazer o lambedor. Chá pronto. Pode fazer forte assim pois a pessoa quando toma a dose do lambedor, é de só uma colher. Adicionar no açúcar proporcionalmente (regra de três, se 50 ml de chá forte eu uso 100g de açúcar, então 300g de açúcar eu uso 150ml de chá). Esquentar em fogo baixo mexendo, coar e guardar numa garrafa escura quando esfriar. Tomar 1 colher de sopa 3x por dia. Adicionar o açúcar na panela (300g) e colocar o chá de Guaco forte (150 ml). Levar ao fogo brando mexendo até que se transforme em um melado. Não se assuste se ficar muito fino (pouco viscoso) que quando levar a garrafa e esfriar ele ficará na consistência certa. Se adicionar açúcar demais fica açucarado. Note: O resultado vai ser um fluido bem líquido, não parecido com mel ou lambedor, é assim mesmo, quando esfriar ele fica mais grosso. Se colocar açúcar demais fica duro, açucara! 85 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 2 3 4 5 6 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - Sabão de coco Tintura ou alcoolatura de planta de uso tópico (usei de Alecrim) Materiais - Tábua - Faca - Garrafa de vidro Sabão Líquido Medicinal Basta comprar 200g de sabão de coco puro (uma barra pequena) e derreter no fogo misturado com água e depois misturar a tintura da planta que seja de uso tópico como Confrei, Alecrim, etc. Cortar a barra de sabão de coco em pedaços pequenos Adicionar água até cobrir e levar a fogo brando. Em poucos minutos já começa a derreter. 86 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais 1 2 3 Álcool 70% Álcool 90% 1 2 3 4 5 Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais quando derreter, misture a tintura como eu fiz com a de Alecrim e mexa, desligue o fogo. A quantidade da tintura depende de cada planta. Coloque em uma garrafa e use no banho. 4 5 87 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Ingredientes - Casca de planta medici- nal (usei Catuaba) Materiais - Recipiente - Peneira fina - Pilão - Forno microondas Às vezes precisamos transformar nossas plantas medicinais em pó para melhor obter seus benefícios e o processo é fácil, basta secar bem e bater em um pilão de madeira para depois peneirar. Cortar as cascas em pedaços pequenos e deixar secar ao sol. Para secar bem, você pode ligar o forno comum do fogão e quando esquen- tar com ele fechado, desligar o fogo e adicionar as cascas dentro até esfriar. Pode também colocar em forno microondas com potência baixa. Colocar em um pilão e socar Passar em peneira fina, colocar as sobras no pilão e bater novamente, peneirando de novo depois até acabar. Esse pó adicionado ao vinho, tampando a garrafa e escon- dendo em local escuro por 7 dias, depois peneirado é ótimo para impotência sexual, uma receita bem requisitada na medicina tradicional e que muitos procuram. Pó medicinal 88 Capítulo 6: Uso de Plantas Medicinais Capítulo 7 10 PLANTAS MEDICINAIS Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) Alcaçuz são plantas nativas da região do Mediterrâneo (Europa) e Ásia. O gênero Glycyrrhiza possui em torno de 30 espécies dentre elas G. glabra, a mais conhecida, G. uralensis da Medicina Tradicional Chinesa e G. glandulifera do leste da Ásia, perto da Rússia. O nome do gênero vem do grego onde Glykos significa “doce” e rhiza raiz. Rizoma (caule subterrâneo) e raiz descascados ou não, estes secos que podem ser feitos extratos e pó. No comércio encontra-se as raízes desidratadas à venda. Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Glicirrizina, uma Saponina que está presente em mais ou menos 15% da infusão feita, é também responsável pelo efeito como adoçante. Também Cumarinas (do trato respiratório) e Flavonoides. Alivia tosse e inflamações na garganta também devido ao efeito demulcente e anti-inflamatório, além de broncodilatador, lubrificando aumentando também o muco no local. Os flavonoides são responsáveis pelo efeito antioxidante tanto que são usados em produtos de beleza para ser aplica- dos na pele evitando os danos causados pelos raios solares. Os flavonoides também são responsá- veis pela cor amarela do chá. Esse composto tem a propriedade de diminuir a acidez no estômago inibindo a secreção dos ácidos e protege contra gastrite e úlceras. Também é comprovado o efeito contra doenças das glândulas adrenais, situada acima do rim quando estas produzem pouco hormônio, estimula a produção dos mesmos e faz o fígado e rins diminuirem a degradação de esteroides. A Glicirrizina também mostrou atividade protetora do fígado em testes em laboratório com substância hepatotóxicas (tóxicas a células de fígado). Por causa da propriedade demulcente, age melhorando desde a boca até a eliminação no trato genitourinário, tratando de cistite (inflama- ção na bexiga). Anti-inflamatória, Bactericida, Antiviral, Antifúngico, Antialérgico, Emoliente, Demulcente, Edulco- rante, Hipolipemiante, Hepatoprotetora, Antitussígena, Expectorante, Antioxidante, Broncodilata- dor. Prefere solo arenoso, fértil, alcalino, com sol direto. Com 3 a 4 anos a planta está pronta para a colheita, quando as raízes são coletadas e secas. Costuma-se também usar os rizomas e as folhas, mas as raízes contém mais compostos. Tem um tom amarelado na parte interna e o chá fica bem amarelado. Pode ser feita a tintura (ver capítulo 6) e tomar 40 a 100 gotas (2 a 5 ml) ou 1 colher de chá, isso misturado numa xícara d’água 3 vezes por dia. Tomar uma xícara da decocção 3 vezes por dia. A aplicaçãotópica é feita adicionando 1 colher de chá da tintura em 1/4 xícara de água (cerca de 100ml) pra ficar mais forte e usar aplicando sobre a pele em casos de alergia. Por causa das proprie- dades edulcorantes, como adoçante, é usado em produção de balas. Nos países de origem da planta são esmagadas e filtradas no que é feito um emplastro quando se coloca essa substância resultante para ferver até se formar uma pasta resinosa com a evaporação da água, que são chama- das de extrato de Alcaçuz. Fabaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO Pessoas idosas e mulheres, pessoas com hipocalemia (baixa de potássio) e hipertensão mostram- -se mais suscetíveis a efeitos da glicirrizina, sobretudo quando se trata de superdosagem, usar com cuidado. Não usar na gravidez. Não usar por longos períodos para evitar intoxicação crônica. RISCOS PELE PULMÃO GARGANTA BOCA ADRENAIS 90 ESTÔMAGO BEXIGA FÍGADO CHÁ DE ALCAÇUZ Alecrim, como seu nome científico indica, é um arbusto (“Ros” do grego Rhops) aromático (“Marinus” de Myrinus), é a espécie oficial dos Alecrins (Officinalis) originária da região costeira do mar mediterrâ- neo na Europa. Começou sendo usado pelos egípcios para embalsamar múmias. Posteriormente pelos gregos onde era usada em buquê de noivas simbolizando o “amor” e também com suas folhas depositadas no caixão, significando “morte”. Os portugueses no século 19 usavam na aromaterapia como incenso. Hoje em dia é cultivada em várias partes do mundo contendo mais de 10 variedades da planta com diversas características aromáticas. Pode ser usada tando medicinalmente para tratamen- to interno e externo, quanto na culinária, melhorando o gosto da comida. As folhas mais novas são mais usadas internamente para tratamento de doenças. Os ramos, os talos, folhas menores, flor e fruto secos triturados são empregados na culinária para temperar carnes, até churrasco. Em cozimento, após aplicada, é difícil sair o gosto dos alimentos, o recomen- dado é usar com moderação. Também é usado na preparação de bolos e biscoitos. As flores tem aroma mais fraco, deixa um gosto leve nos pratos. O óleo essencial é largamente vendido e é obtido por destilação hidroalcoólica. Óleos voláteis (que evaporam) como borneol, canfeno, cineol, alfa-pineno e cânfora. Compostos não-voláteis como Ácido cafeico, diterpenos amargos, flavonoides e triterpenoides. Problemas neurológicos como Dor de cabeça, Memória, Alzheimer, Falta de concentração e Mau-hu- mor. Digestivos como Má digestão, Gases, Enterocolite (inflamação no intestino), Hemorroidas, Falta de Apetite. Cistite (inflamação na bexiga) Dismenorreia (menstruação). Nas articulações com uso tópico para Reumatismo e Artrite. Analgésica (suprime dor), Antioxidante (reduz radicais livres prevenindo acidentes celulares - câncer), Colerética (aumenta a secreção da íilis), Colagoga (estimula o fluxo da bílis), Antitumoral (previne acidentes celulares), Adstringente (fecha o tecido diminuindo secreção), Antisséptica (controla bactérias na mucosa), Carminativa (melhora digestão), Antiespasmódica (reduz tensão nos músculos), Antidepressiva (melhora o funcionamento dos neurônios), Circulatória (melhora circulação, Diaforética (faz suar), Diurética (aumenta o fluxo de urina), Cicatrizante (cura feridas). Pesquisas indicam que na aromaterapia, ao atingir os neurônios, a substância inibe uma enzima que bloqueia as transmissões sinápticas fazendo com que as mesmas trabalhem mais melhorando memória, concentração, e curando depressão, aumentando o estado de alerta, também prevenindo Alzheimer futuramente. Pode comprar o óleo essencial para aplicação tópica na pele ou aromaterapia. O óleo essencial pode ser aplicado em algodão para massagear áreas doloridas de articulações misturando 5 gotas em azeite de oliva, ou preparando o óleo medicinal (Capítulo 6). Pode usar as folhas novas para fazer o chá colocando 1 colher de chá da erva seca (ou duas da erva fresca) em uma xícara de água fervente, abafar por 15 minutos, coar e beber 1 xícara 3 vezes por dia. Esse chá pode também ser aplicado no cabelo para aumentar o crescimento, ou para controlar caspas. Caso tenha feito tintura, pingar 50 gotas em uma xícara de água e beber. Fazer um chá forte com 10 colheres de sopa em 1 litro de água para banho de assento para hemorroidas. Nos preparos na culinária, usa-se desde as flores em saladas, que são menos aromáticas, como as folhas, flores e os talos verdes picados, porém deve-se ter prudência, pois o gosto não sai depois de aplicado. É fácil de ser feito propagação a partir de um ramo por estaquia direto na terra ou mergulhia em água (Ver capítulo 5). Logicamente é preferível obter uma planta nova por semente, pois propagação é uma continuação da planta de origem e flora mais rápido pois é como se ela já viesse adulta. Os arbustos são espalhados e fáceis de ser coletados. Preferir simular o ambiente de origem que é solo rico em calcário, de neutro a pouco alcalino de sol direto. Por causa da riqueza de compostos a planta é resistente a pragas. Alecrim (Rosmarinus officinalis) Lamiaceae (mesma família da Menta) HISTÓRICO CÉREBRO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO FÍGADO BEXIGA MENSTRUAÇÃO HEMORROIDAS Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 91 CHÁ DE ALECRIM DIGESTÃO ARTICULAÇÕES CIRCULAÇÃO Alecrim-Pimenta (Lippia sidoides) Planta arbustiva comum na vegetação do Nordeste (Semi-árido e Cerrado) do Brasil, mas muito distri- buída pelo país. É usada mais para tratamento Anti-inflamatório, pois é mais forte que sua “espécie irmã” a Erva-cidreira Lippia alba, sendo usada também topicamente para tratar de odores no corpo e chá forte para gargarejo contra mau hálito sem engolir. Os frutos são bem menores, as flores mais esbranquiçadas (embora as cores das flores destas espécies variem bastante) e as folhas com aspecto coriáceo brilhoso com pecíolo grande. Pode ser confundida com Lippia gracilis onde seu uso não é recomendado. Há uma outra espécie muito parecida, a Lippia microphyla que é usada para inalação, que tem cheiro forte de eucalipto e faz bem, mas Lippia gracilis pode fazer mal por características irritantes da mucosa do pulmão. Folhas e flores Nas folhas o óleo essencial timol e corvacrol. Tem também flavonoides e quinonas que agem como antisséptico. Usar na culinária para temperar alimentos. Doenças como Rinite alérgica, Espirros, Alergia, Doenças na pele, Garganta, Micose, Infestação de caramujo, Mosquito da dengue, Acne, Sarna, Pano-branco, Impingem, Mau-cheiro nas partes do corpo como axila, virilha e pés. Bactericida, Fungicida, Antisséptica, Moluscicida (mata moluscos como caramujo), Larvicida (mata larvas da dengue), Anti-cárie. Propagar a planta a partir de ramo fino com rega frequente até enraizar ou por mergulhia trocando a água frequentemente. Chá, Tintura diluída em água para gargarejo, Desodorante antisséptico intimo feminino. Colocar 3 colheres de chá das partes picadas em 1 xícara de chá de água fervente, tampar e coar após 10 minutos. Verbenaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais AXILAS, VIRILHA E PÉS 92 ACNE PELE GARGANTA VIAS AÉREAS Babosa (Aloe vera) Aloe vera (Sinônimo de Aloe barbadensis) é uma das três babosas mais utilizadas no Brasil como A. arborescens (com espinhos maiores) e A. ferox (com folhas mais grossas), porém Aloe vera é mais eficaz. Não se sabe se é originária da África tropical ou da região do Crescente fértil no Rio Nilo que se situa mais ao norte da África, devido a ser distribuída no mundo inteiro. Começou sendo usada como antído- to pelos povos da África, depois como cicatrizante pela Europa. Até na bíblia tem relatos de uso de aloés (quando se deixa secar a mucilagem das folhas tornando uma resina com a evaporaçãoda água), como quando Jesus foi crucificado, onde era aplicado para retardar putrefação do corpo junto com a mirra aromática (feita com cascas de Commiphora myrrha). As folhas que são grossas são coletadas com um corte na base. Na parte internada folha tem uma substância como baba que dá nome a planta babosa. Porém é dividida em duas partes, o látex e o gel. O látex está mais perto da folha nesta secção transversal (corte) e tem coloração amarelada e o gel está na parte interna sendo transparente. O látex contém antraquinonas e glicosídeos (aloína e aloe emodina) e o gel contém muitos polissa- carídeos (aloeferon). Há efeito sinestésico quando usados juntos, mas o uso isolado também apresenta certas características. Outros como saponinas e cromonas. Uso externo para Queimaduras, Pele ressecada, Feridas, Infecções por fungos e Bactérias, Micose, Irritação na pele, Picadas de insetos, Alergias e Coceiras, Condicionador para cabelos (sobretudo misturado com Camomila sem ir para o sol para não mudar o cabelo de cor), Hemorroidas (fazendo um supositório cortando com a faca para deixar a camada do gel exposta onde a parte do gel entra e a parte do látex sobrepõe a parte externa do ânus), Contusões (pancadas). Uso interno no trato digestivo para Constipação, Falta de apetite, Má-digestão. Diabetes (a parte externa da camada interna, ou seja, parte do látex amarelo perto das folhas tem comprovada ação para diminuir os níveis de glicose no sangue), Gastroprotetora (tanto por causa da mucilagem resinosa dos polissa- carídeos, que revestem o estômago, quanto por agir impedindo úlceras) e Anticâncer (devido ao gel interno que aumenta proliferação de células boas e inibem proliferação de células cancerosas). Laxante (aumenta movimento peristálticos do intestino), Purgativa (laxante forte), Colagoga (aumenta produção da bile), Cicatrizante, Anti-inflamatória, Bactericida, Fungicida (cicatriza ferimentos e evita inflamação controlando microorganismos), Emoliente (mantém o local de aplica- ção hidratado), Vermífuga (mata vermes no intestino), Hipoglicêmica em diabéticos (do látex, camada mais perto da folha). O excesso de uso do látex com antraquinonas causa nefrite, inflama- ção nos rins que pode provocar retenção de água no corpo, o que é prejudicial. O plantio geralmente é feito coletando dos arredores de uma planta uma planta filha que nasce pela raiz da mesma. Não tolera muita rega devido a reservar muita água na parte interna. Plantar em solo arenoso, bem drenado e não muito argiloso com sol direto. Cortar uma folha no sentido vertical e aplicar sobre a pele. Raspar o gel incolor interno para formar um amontoado e aplicar, ou o composto com látex amarelado e gel misturado. Cortada em rodelas, também pode ser usada para fazer uma tintura (ver Capítulo 6). Colocar 1 colher de sopa da tintura de babosa em uma xícara de água e tomar 3 vezes por dia para purgante, e metade da dosagem ou uma colher de chá em água 3 vezes por dia para estimular o apetite, constipação e outros problemas mais leves. popularmente é feito a mistura de álcool e água com alguns pedaços da folha para aplicação tópica. Asphodelaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO PELE INTESTINO ESTÔMAGO HEMORROIDAS SANGUE Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 93 CIRCULAÇÃO FÍGADO CABELO PLANTA BABOSA CULTIVADA Capim-santo (Cybopogon citratus) Capim-santo, Capim-limão ou Capim-cidreira é uma planta herbácea muito aromática cultivada no Brasil para uso de chá ou extração de seu óleo essencial. É originário da Ásia em regiões de savanas, porém bem distribuído pelo mundo para cultivo. É apreciada não só pelas propriedades medicinais, mas pelo gosto. Pertence ao gênero Cymbopogon onde existe a C. citratus, mais usada, e uma espécie com as mesmas propriedades, porém de tama- nho maior, a C. flexuosus e C. winterianus conhecida como Citronela usada na medicina tradicional como agente repelente de insetos, sobretudo o mosquito Aedes aegypti, vetor da Dengue e Zika, porém também pode ser usada para gripe. Na medicina tradicional, usa-se as folhas de preferência frescas e não desidratadas, pois assim os óleos, que são voláteis, não escapam na secagem se for feita diretamente ao sol, além disso, usar as folhas frescas dá um gosto melhor ao chá. Mas se a planta for seca do modo certo (à sombra) não tem problema. Na culinária em diversos países as touceiras são coletadas e vendidas, porém só as partes brancas bulbosas e são descartadas as folhas, o que sobra são desidratadas e cortadas em rodelas para usar como condimento na cozinha ou temperar vinagres. O óleo essencial também é vendido para uso tópico. O Capim-santo liofilizado (congelado e bruscamente transformado em pó para conservar) é vendido no exterior, pois nesta forma conserva mais as suas propriedades essen- ciais em contraste com os talos desidratados. O óleo essencial extraído deve ser guardado em temperatura ambiente ao abrigo da luz para evitar deterioração. A secagem não deve exceder 50º para evitar perda dos compostos. O componente em maior quantidade nos óleos voláteis é o Citral chegando até a 86%, porém também existe o geraniol, nerol, citronelol, mircenol e borneol. Na planta tem também Triterpenoi- des e Flavonoides. Na medicina popular é mais usada para Dor de cabeça, Dores nas articulações (com uso tópico), Depressão, Ansiedade e Insônia. Repelente contra insetos, Cólica intestinal, Cólica menstrual, Digestão, Gases. Antiespasmódica (relaxa musculatura), Calmante (estabiliza a tensão), Depressor do sistema nervo- so central (estabiliza o humor curando ansiedade), Antidepressiva (estabiliza o humor curando depressão), Analgésica (para dor de cabeça). Mas também se usa como Carminativa (melhora diges- tão), Febrífuga (cura febre), Antisséptica, Bactericida, Fungicida (age contra micróbios), Adstringen- te (bloqueia secreção), Sedativa (provoca sono) e Tônica (revigora as energias). Solo fértil, úmido, bem drenado. Multiplica-se por touceiras e pode ser coletada em qualquer época do ano. Geralmente, no exterior, mesmo em locais onde se cultiva e se usa na culinária, a planta é coletada e posta à venda sendo removidas as folhas e deixado o talo para venda pois são mais valorosos para isto. Tomar 1 xícara do chá 3 vezes por dia fazendo com 1 colher de chá da erva seca picada (ou 2 colhe- res da erva fresca) em 1 xícara (175 ml) de água fervente, tampando para abafar por 10 minutos e coar com uma peneira fina para não sobrar resquícios da folha que são irritantes da mucosa. O emplastro geralmente é feito com as folhas machucadas e transformadas em uma pasta, mas aqui pode-se adicionar azeite para molhar mais e levar ao fogo por 1 minuto mexendo aplicando nas articulações quando esfriar. Fica bom com limão em um suco. Como as raspas da casca de limão são usadas em cozidos para dar gosto, o Capim-santo é usado por cozinheiros, sobretudo a parte bulbosa, pois é mais suave, em vez das folhas que são irritantes da mucosa. Poaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO CÉREBRO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 94 SISTEMA RESPIRATÓRIO ARTICULAÇÕES SISTEMA GENITURINÁRIO DIGESTÃO Erva-cidreira (Lippia alba) Planta comum no Nordeste brasileiro (Caatinga e Cerrado). Arbustiva, mas distribuída por todo o Brasil, usada principalmente como Calmante e Antiespasmódica, porém também possui atividade antimicrobiana (Bactericida e Fungicida) assim como uma espécie relacionada, o Alecrim pimenta (Lippia sidoides) que é mais forte para uso tópico. Possui folhas com pecíolo menor, membranáceas (sem muito brilho e com epiderme fina), com flores coloridas arroxeadas / cor-de-rosa e frutos maio- res. Pode ser confundida com Lippia gracilis, seu uso não é recomendado e também com a Lippia micro- phylla que é usada para inalação com cheiro deEucalipto, mas Lippia gracilis pode fazer mal por caracte- rística irritante da mucosa do pulmão. Há uma espécie conhecida como Melissa officinalis que é da Europa, que também é conhecida como Erva-cidreira e tem as mesmas propriedades Sedativas, Antidepressiva e Bactericida que os naturalistas colonizadores perceberam a semelhança no uso medicinal entre as duas, mas esta é da família da Menta (Lamiaceae) e não da família das Ervas-cidrei- ras comum no Brasil (Verbenaceae) como a Lippia alba. Usar as folhas maiores e mais ásperas da planta, também as inflorescências maiores pois tem mais citral mirceno. Inflorescências menores com flores não desenvolvidas em ramos delicados tem mais citral e limoneno. Inflorescências menores podem ter carvona e limoneno que é potente expec- torante. O Citral é calmante. O Mirceno analgésico. Citral e Limoneno tem característica sedativa e ansiolíti- ca. Carvona e Limneno expectorante com ação no sistema respiratório. Cólica uterina e intestinal. Calmante, Espasmolítica, Analgéstica, Sedativa, Ansiolítica, Expectorante, Antiespasmódico, Emenagogo, Digestivo, Antitussígeno, Diaforético. As sementes são difíceis de germinar, mas é muito fácil de ser propagadas a partir de um ramo saudável e novo. Não usar em hipotensos 1 colher de chá da planta seca em água fervente, tampar por 10 minutos, coar e beber 3 vezes por dia. 3 gotas da tintura em 1 xicara de água e beber após as refeições como carminativo (melhora a digestão). 1 colher de chá 3 vezes por dia. Verbenaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO CÉREBRO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 95 SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA DIGESTIVO MENSTRUAÇÃO Árvore-avenca (Ginkgo biloba) Uma espécie arbórea de até 20 metros que sobreviveu à época dos dinossauros, considerada um fóssil vivo. Surgiu há mais de 200 milhões de anos. Apesar de ser primitiva a ponto de não produzir flor (ser do grupo das gimnospermas, ver capítulo 1) é uma das plantas mais usadas na Fitoterapia mundial. É natural da China sendo popular no Japão e na Medicina Tradicional Chinesa, mas pode ser encontrada à venda a erva seca no Brasil. Também é cultivada no sul do Brasil onde floresce e frutifi- ca bem. Nos locais de origem também se usa as sementes, mas houve depois a popularização mun- dial do uso das folhas sendo mais eficaz. Folhas que são amargas e adstringentes e sementes Flavona, Flavonoides, Beta-sisterol, Lactonas e Antocianina. Ginkgolídeos A, B e C que são trilacto- nas diterpênicas, e bilobalídeos (trilactonas sesquiterpenicas) Alzheimer, Problemas cardiovasculares, Memória. Pode ser usada no tratamento depois do desma- me de Clonazepam (que afeta a memória) com acompanhamento médico. Melhora a impotência em homens, sobretudo depois de cirurgia (pois a ereção é envolvida com a circulação). As folhas tem propriedades circulatórias (Vasodilatadora, Circulatória), age na respiração (Bronco- dilatadora) e as sementes também tem propriedades antisséptica, antifúngica e antibacteriana, (são antimicrobianas). A principal ação se dá pela mistura de suas substâncias que ocorre em uma planta saudável formando o que na fitoterapia se chama complexo fitoterápico (ginkgolídeos, bilabolídeos, flavonoides glicosilados da rutina, flavonoides glicosilados da isoramnetina acoplados ao ácido cumárico, biflavonoides ginkgonetina, bilobetina, amentoflavona, etc.). Não usar se estiver tomando Aspirina, ou se estiver em período antes de cirurgia. Fazer a decocção com as sementes (3 sementes em meio litro de água). Fazer a tintura das folhas e tomar 1 colher de chá (5 ml) diluído em uma xicara de água 3 vezes por dia. Há pessoas que ingerem diariamente 1 colher de suas folhas amassadas, porém deve-se saber da procedência. Ginkgoaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 96 CÉREBRO IMPOTÊNCIA CIRCULAÇÃO RESPIRAÇÃO Guaco (Mikania glomerata) Planta rasteira nativa da América do sul conhecida por Guaco, como era chamada uma ave que comia a planta para depois predar cobras e não serem afetadas pelo veneno, tendo assim os nativos desco- berto empiricamente a atividade antiofídica da planta. O nome Mikania vem uma homenagem a um botânico de sobrenome Mikan. Foi usada popularmente pelos nativos do Brasil, pelos Maias da Améri- ca do sul (os povos que colonizaram a América do sul vindos da África/Ásia com a evolução humana dando origem aos indígenas locais de hoje). Começou sendo usada depois do descobrimento do Brasil, como aplicação tópica na pele, nos nervos, reumatismo, etc. Depois descobriu-se ser um pode- roso expectorante. Outra espécie de nome Mikania laevigata também tem efeitos parecidos. Folhas desidratadas secas, ou frescas Cumarinas (que dá o cheiro forte quando se ferve as folhas na água), Taninos, Óleo essencial, Glicosídeos e Saponinas. No sistema respiratório como Gripes, Resfriados, Tosses, Bronquite, Asma, Faringite, Laringite, Rouquidão, Garganta inflamada. Contusões, Alergia, Nevralgia (que atinge nos nervos), Reumatis- mo, Artrite. Antigripal, Peitoral, Broncodilatador, Antitussígena, Expectorante, Relaxante da musculatura da árvore brônquica, Emoliente. Também trata Alergia por causa do efeito anti-inflamatório. Bacterici- da, Tônica (revigora as energias), Depurativa, Febrífuga, Aperiente, Relaxante da musculatura uterina. Plantar por propagação com estaquia ou mergulhia, como descrito no capítulo 5. Ao se plantar, como a planta é trepadeira, criar um suspensor de madeira para que a mesma se desenvolva ao longo dela. Certifique-se de que a planta suba no mesmo enrolando quando ela estiver recém-plan- tada. Decocção, que é o cozimento da erva, serve para gargarejo para infecções na boca e garganta devido ao seu efeito anti-inflamatório, emoliente e bactericida. Tintura para aplicação local e para consumo. Colocar 1 colher de chá da tintura em um copo de água e beber dois desses por dia. Lambedor colocando 1 xícara da erva seca picada e 10 xícaras de água para ferver e quando der cheiro coar, juntar o açúcar e deixar em fogo brando até adquirir consistência (tem outras formas de se fazer um lambedor no capítulo 6). Com Glicerina e extrato de Guaco se faz um produto para aplicação tópica. Asteraceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS PLANTIO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 97 ÚTERO CONTUSÕES ARTICULAÇÕES SANGUE RESPIRATÓRIO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais Mastruz (Chenopodium ambrosioides) Uma planta herbácea que tem um cheiro característico canforáceo, um pouco enjoado, originária de partes tropicais do continente americano, no Brasil ocorre no sul e sudeste crescendo espontanea- mente, é também cultivada em regiões subtropicais. Ocorre também em outros continentes com clima propício como no da África. Folhas, frutos, óleo e raízes de plantas em idade adulta (floração). Nas folhas, 9% de óleo essencial com 90% de ascaridol, nos frutos 20% de óleo essencial com até 90% de ascaridol. Porém varia de acordo com o método de extração e procedência da planta de acordo com condições de cultivo e linhagem genética. Contém ácido palmítico, ácido oleico, ácido linoleico, Vitamina C, Carotenoide, Flavonoide, Terpenoides e Saponinas. Bronquite, Tuberculose, Contusões, Fraturas, Verminoses intestinais, Pneumonia, Gripe. Em alguns países a planta é usada para tratar pragas em locais de armazenamento de cereais, seja contra insetos ou contra fungos em alternativa a inseticidas e fungicidas do mercado. Além de matar os insetos e espantar, é fungistático, ou seja, inibe o crescimento de fungos. Como é um Anti-helmínti- co (age contra parasitas) é usado para tratar feridas de Leishmania, doença conhecida como calazar (quandoo Mosquito-palha que vive em bordas de mata, pica um reservatório infectado que pode ser um cachorro ou roedor, por exemplo, se contamina com o parasita e pica o homem), também do Trypanosoma (parasita da doença de Chagas que dentro do besouro conhecido como Barbeiro se prolifera, com picada no rosto frio descoberto do homem na cama à noite, entra e se polifera no sangue humano colonizando células de músculo como o do coração deixando-o fraco) e Trichomo- nas (que causa Infecção sexualmente transmissível). Estomáquica, Antirreumática, Anti-helmíntica. Também Acaricida e Inseticida devido o ascaridol. Em aplicações como inseticida, age no sistema nervoso do inseto. Anti-inflamatório, Antitumoral. Por causa dos flavonoides e terpenoides tem ação anticâncer. Pode ser tóxica, usar com cuidado. Na medicina tradicional há relatos de causas de surdez com o uso frequente. Consumida em excesso causa náuseas, tonturas e prostração. É cultivada para fazer uma bebida conhecida como “Mastruz com leite” usada popularmente contra vermes intestinais. Usa-se também para Compressa e Ataduras em feridas. Óleo medicinal extraído das folhas e frutos por arraste de vapor (colocar numa panela com água embaixo e as folhas em cima, como de fazer cuscuz, com tampa vedada e coloca uma mangueira de cobre saindo da tampa, passando por um recipiente de água fria como galão de água mineral e recuperando a água pecipita- da que desce para depois separar o óleo). Também usado na culinária em feijões e outros pratos na América do sul por nativos locais. Amaranthaceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS CUIDADOS SANGUE CONTUSÕES 98 VAGINA REUMATISMO SISTEMA DIGESTIVO RESPIRATÓRIO ESTÔMAGO Everson Azevedo - Guia de Plantas Medicinais Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais Mil-folhas (Achillea milefolium) Membro do gênero Achillea com 85 espécies pelo mundo, dentre elas a Mil-folhas Achillea milefolium. O nome Achillea é uma homenagem ao deus Grego Aquiles que utilizava a planta para curar hemorragias e feridas e segundo a lenda, utilizou a planta para tratar um rei; o epíteto millefolium vem da aparência das folhas, uma folha composta dividida em vários folíolos bem pequenos, chamando assim de Mil-fo- lhas. Foi encontrada em cavernas utilizadas pelos Neandertais (outra espécie dos hominídeos que conviveu conosco) há mais de 60 mil anos (descoberta pelo pólen que estava nesta caverna, a estrutu- ra mais resistente da planta). Possivelmente foi levada até a América no curso da colonização do mundo pelos europeus, mas os nativos americanos inígenas já usavam uma espécie mais potente parecida Achillea lanulosa. É nativa da Europa, Ásia e América do Norte, foi trazida pelos nossos coloni- zadores para o Brasil, no Brasil inteiro é bastante cultivada para fins medicinais. Inflorescências picadas, a parte que tem mais componentes químicos na planta. Produz um óleo essencial de cor azul, devido a azuleno e germacreno. Contém terpenos, sesquiter- penos, taninos, mucilagens, cumarinas, resinas, saponinas, esteroides, ácidos graxos, alcaloides, princípios amargos, lactonas, flavonoides, aminoácidos essenciais que precisamos na dieta (histidina, leucina, lisina), ácidos fenólicos, ácido ascórbico e acido fólico. Infecção nas vias respiratórias (a infusão é eficaz devido as cumarinas), astenia (indisposição), flatulência, dispepsia (desconforto digestivo), diarreia, febre, gota, hemorroidas (estanca hemorra- gia por ser adstringente por causa dos taninos), contusões, feridas na pele, dor muscular e de cabeça (analgésica), gases intestinais, cálculo renal, prostatite, fissura anal, dor reumática, cólicas menstruais, cólicas renais devido a cálculo, por causa de seu efeito diurético, hipertensão, furúncu- los, doenças hepato-biliares. Sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema gastrintestinal, sistema nervoso central. Hipotensora, vasodilatadora, ansiolítica, antiespasmódico, anti-inflamatório, hepatoprotetora, colerética, aperiente, anti-dispéptico, diurética, cicatrizante, analgésica, tônica e estimulante, vulne- rária, carminativa, antioxidante. As lactonas sesquiterpênicas podem causar alergia, algumas pessoas com problemas de dispepsia podem ter sensibilidade ao uso. Não recomendado na gravidez. Pode apresentar propriedade anticoagulante. Usa-se internamente como chá ou externamente como loção, pomada caseira e cataplasma. 1 colher de inflorescências picadas em uma xícara de chá (175 ml) adicionando água fervente, tampando deixando por 10 minutos, coando e bebendo duas xicaras dessas por dia. Fazer banho de assento com o chá aplicando por 15 minutos. Faz-se cataplasma com as inflorescências aplicando no local por 15 minutos. Fazer o suco com as inflorescências da planta fresca. Pode ser feito rapé, como os índios usam. Na cosmetologia orgânica é usada pra fazer xampu. Asteraceae HISTÓRICO AÇÃO PRA QUE SERVE COMPONENTES PARTES USADAS FAMÍLIA USOS CUIDADOS 99 RINS FÍGADO ÚTERO FERIDAS HEMORROIDAS ARTICULAÇÕES CONTUSÕES CORAÇÃO FEBRE DOR DE CABEÇA SISTEMA DIGESTIVO RESPIRATÓRIO MARGULIS, Lynn (2001). O planeta simbiótico - Uma nova perspectiva da evolução. Ed. Rocco. Raven, P.H.; Evert, R.F; Eichhorn, S.E. 2014 Biologia Vegetal. 8ª ed. 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M. Jr. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mariposa#/media/File:Nocturne_Moth.JPG Parasita - Larva http://www.wikiwand.com/fr/Chrysom%C3%A8le_des_racines_du_ma%C3%AFs Tatuzinho How to Kill Pillbugs and Sowbugs https://www.doyourownpestcontrol.com/sowbugs_pillbugs.htm Embua http://obloggus.blogspot.com.br/2011/09/lendas-e-mitos-sobre-o-embua-ou-ambua.html Referências Bibliográficas do Capítulo 5 105 Capítulo 5: Cultivo Experimental Lorenzi, Harri. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas / Harri Lorenzi, Francisco José de Abreu Matos - 2ed - Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008 Curtis, Susan. O livro de receitas das ervas medicinais - São Paulo / SP: Publifolha, 2011 Norman, Jill. Ervas & Especiarias / Jill Norman; [Traduzido por France Jones]. - São Paulo: Publifolha, 2012. Título Original: Herbs & Spices. Saad, G. A., 2016 Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica 2. ed. 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Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas / Harri Lorenzi, Francisco José de Abreu Matos - 2ed - Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008 Curtis, Susan. O livro de receitas das ervas medicinais - São Paulo / SP: Publifolha, 2011 Saad, G. A., 2016 Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica 2. ed. Editora GuanabaraKoogan, Rio de Janeiro Zago, Romano. Babosa não é remédio... mas cura! / Romano Zago. - 10ed - Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. Norman, Jill. Ervas & Especiarias / Jill Norman; [Traduzido por France Jones]. - São Paulo: Publifolha, 2012. Título Original: Herbs & Spices. DAMLE, Monica; (2014). Glycyrrhiza glabra (Liquorice) - a potent medicinal herb. Internation journal of Herbal Medicine, IJHM 2014; 2(2): 132-136. https://www.researchgate.net/profile/Monica_Damle_Joshi/publi- cation/305465442_Glycyrrhiza_glabra_Liquorice_-a_potent_medicinal_herb/links/578fa24408ae108aa03aec03.pdf Nazari, Somayeh; Rameshrad, Maryam & Hosseinzadeh, Hossein. (2017). 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Hipóteses filogenéticas de espécies sul americanas do gênero Lippia Spp. (Verbenacea) com base em sequências nucleotídicas https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3846 Produção e rendimento de óleo essencial de Lippia alba (Mill.) N. E. 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(2013). Teor e composição química do óleo essencial e crescimento vegetativo de Aloysia triphylla em diferentes espaçamentos e épocas de colheita. Revista Ceres, 60(3), 372-379. https://dx.doi.org/10.1590/S0034-737X2013000300010 Active caspase-3 detection to evaluate apoptosis induced by Verbena officinalis essential oil and citral in chronic lymphocytic leukaemia cells http://www.scielo.br/pdf/rbfar/2011nahead/aop7911.pdf Verbena officinalis a herb with promising broad spectrum antimicrobial potential https://www.cogentoa.com/arti- cle/10.1080/23312009.2017.1363342.pdf E muito do que eu já tinha aprendido na universidade, além da leitura desses trabalhos. Capítulo 7 - 10 Plantas Medicinais 108 IMAGENS PARA INSPIRAÇÃO DOS DESENHOS Cap. 7 Paloduz (Glycyrrhiza glabra). Disponível em: http://acorral.es/malpiweb/florayfauna/paloduz.html. Último acesso em: 13 de novembro de 2017. Wild licorice Glycyrrhiza lepidota. Disponível em: https://www.inaturalist.org/taxa/58896-Glycyrrhiza-lepidota. 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N.E.Br. - VERBENACEAE - Jardim Botânico de Brasília - Distrito Federal - Brasil. https://en.wikipe- dia.org/wiki/Lippia_alba#/media/File:Lippia_alba.jpg Verbena folha http://www.aphotoflora.com/images/verbenaceae/verbena_officinalis_vervain_leaf_07-07-05jpg.jpg Verbena inflorescencia http://c8.alamy.com/comp/BA0W14/blossoms-and-leaves-of-the-me- dicinal-plant-eisenkraut-druidenkraut-BA0W14.jpg Aloysia tryphila http://hortuscamden.com/images/plants/Aloysia_triphylla.jpg Aloysia tryphila http://www.plantsystematics.org/users/jdelaet/9_2_12_4/je00121a/nDSC_1957.jpg Lantana http://www.carolinanature.com/trees/laca3245.jpg Lantana http://www.pitchandikulam-herbarium.org/img/plants/flower/lantana_camara_flower6.jpg Flor Lantana https://en.wikipedia.org/wiki/Lantana#/media/File:LantanaFlowerLeaves.jpg Yarrou leaves https://en.wikipedia.org/wiki/Achillea_millefolium#/media/File:Achillea_millefolium_scan.jpg Achillea millefolium https://br.pinterest.com/pin/556264991465791931/ Chenopodium ambrosioides http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=6883 Chenopodium ambrosioides L. http://www.zimbabweflora.co.zw/speciesdata/species-record.php?record_id=38568 Chenopodium ambrosioides A patita Flora de Alicante http://www.apatita.com/herbario/Amaranthaceae/Chenopo- dium_ambrosioides.html A new ecotype of Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) rich in essential oil in southern Brazil FIGURA 1. Plasticida- de fenotípica foliar de Mikania glomerata.https://www.researchgate.net/figure/281426015_fig1_- FIGURA-1-Plasticidade-fenotipica-foliar-de-Mikania-glomerata Canguçu em cores - Guaco https://cangucuemcores.blogspot.com.br/2009/09/guaco.html Guaco https://eco4u.files.wordpress.com/2012/05/guaco.jpg Demais fotografias: Everson Azevedo www.guiadeplantasmedicinais.com