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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
TÓPICOS ESPECIAIS EM SCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03 
 
UNIDADE 2 – A INSPEÇÃO PREDIAL .................................................................... 05 
2.1 Etapas para realização de uma inspeção predial ................................................ 08 
2.2 Documentos a serem analisados na Inspeção Predial ........................................ 11 
 
UNIDADE 3 – O SEGURO-INCÊNDIO ..................................................................... 15 
3.1 Do nascimento ao seguro saúde – breve história ............................................... 15 
3.2 Surgimento do seguro no Brasil .......................................................................... 16 
3.3 O seguro-incêndio e o Instituto de Resseguros do Brasil .................................... 17 
3.4 A matriz de sinistralidade .................................................................................... 23 
 
UNIDADE 4 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE ...... 28 
 
UNIDADE 5 – INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS-GARAGEM .......................................... 35 
 
UNIDADE 6 – A PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS E ARQUIVOS 
HISTÓRICOS ............................................................................................................ 41 
 
UNIDADE 7 – A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA DE INCÊNDIOS ............................ 47 
7.1 Ações do investigador segundo Braga e Landim ................................................ 48 
7.2 Métodos de investigação ..................................................................................... 49 
7.3 Compreensão da dinâmica do incêndio .............................................................. 54 
7.4 Informações para o laudo pericial ....................................................................... 60 
7.5 A importância da coleta de dados de incêndios pelos bombeiros ....................... 61 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Não nos cansamos de frisar em todos os módulos que muito além de 
atender a legislação vigente, elaborar projetos na construção civil fazendo valer a 
segurança contra incêndios e pânico é essencial para preservar vidas e patrimônio. 
Pois bem, existem alguns conteúdos ou matérias que costumamos reunir e 
considerar como “tópicos especiais”. A explicação mais simples é que são assuntos 
que tangenciam os conteúdos nucleares, mas, claro, não são menos importantes. 
Eles ficariam, vendo por certo ângulo, deslocados ao longo dos módulos que 
costumam seguir uma lógica, uma evolução nos conteúdos estudados. 
Feitas estas justificativas, veremos os seguintes tópicos especiais: 
Iniciaremos nossos estudos pela Inspeção predial nos termos da Cartilha 
elaborada pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São 
Paulo (IBAPE/SP, 2013), a qual nos chama atenção para a prevenção, uma cultura 
que nós brasileiros não estamos acostumados: os custos preventivos são muito 
menores do que os corretivos, essa é a verdade! 
O seguro-incêndio, enquanto ramo do seguro, tem por objetivo atenuar o 
prejuízo decorrente de um sinistro, coberto em uma apólice de seguros, que um 
edifício ou instalação venha a sofrer e o Engenheiro Especialista precisa conhecer 
detalhes desse seguro para, dentre outros motivos, elaborar projetos com 
consciência e saber defendê-lo perante seus clientes. 
A segurança contra incêndios em instituições de saúde, principalmente nos 
hospitais, é uma questão que merece uma atenção especial por, pelo menos, duas 
razões. A primeira é que muitos pacientes não poderão abandonar a edificação sem 
auxílio de outras pessoas e, mesmo assim, esta saída pode ser difícil e demorada. A 
segunda é que muitas das pessoas hospitalizadas se encontram em estado de 
saúde debilitado e, portanto, estão mais vulneráveis aos efeitos dos incêndios, em 
especial aos seus gases tóxicos (GILL; ONO, 2006). 
 
 
 
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Incêndios em edifícios-garagem também merecem destaque, visto ser este 
um ambiente onde encontraremos uma combinação de fatores que podem 
potencializar um incêndio. 
Em todo e qualquer tipo de sinistralidade, busca-se diminuir os erros de 
projetos que se multiplicam ao não se observar os requisitos mínimos de segurança 
contra incêndio. 
Evidentemente que no caso de incêndios, busca-se primeiramente preservar 
vidas humanas, mas não podemos nos furtar e entender que existem documentos, 
objetos, sítios históricos que estão em jogo e as edificações que venham a manter 
sua guarda precisam ser preservadas. 
Segundo Araújo (2004), quando da ocorrência de um incêndio, bens são 
danificados ou mesmo destruídos e, ainda que contando com informações sobre o 
que foi perdido, a reconstrução de alguma obra pode até mesmo se tornar possível 
do ponto de vista material, mas o valor de sua autenticidade já não existirá mais. 
Nesse contexto, Antunes (2011) justifica em sua dissertação de mestrado, a 
importância e a responsabilidade social da preservação de documentos 
denominados permanentes, custodiados a arquivos públicos, particularmente sobre 
a questão da segurança contra o risco de incêndio e suas consequências. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
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UNIDADE 2 – A INSPEÇÃO PREDIAL 
 
Neves e Branco (2009) justificam que os acidentes prediais decorrentes de 
falhas na construção ou na manutenção predial vêm causando mortes e prejuízos 
injustificáveis. Desabamentos, incêndios, quedas de marquises e fachadas, 
vazamentos, infiltrações e tantas outras mazelas provenientes dos descuidos com a 
edificação, podem ser evitados com medidas preventivas simples, de longo prazo, 
atravésde um planejamento que se inicia com a Inspeção Predial para a posterior 
implantação do plano de manutenção, que garante a boa performance do prédio, a 
segurança e o conforto dos seus usuários, daí, a Inspeção Predial deve ser 
entendida como uma vistoria para avaliar os estados de conformidade de uma 
edificação, mediante aspectos de desempenho, vida útil, segurança, estado de 
conservação, manutenção, desempenho, exposição ambiental, utilização, operação, 
observando sempre às expectativas dos usuários. 
Nos países de primeiro mundo, manter o patrimônio imobiliário em boas 
condições de uso é uma questão cultural e rotineira, sendo que a contratação dos 
serviços de Inspeção Predial para elaboração de um plano para manutenção é 
realizada naturalmente, demonstrando a consolidação desta atividade nestes 
países. 
Nos EUA e no Canadá, a Inspeção Predial é considerada como pré-requisito 
em qualquer transação imobiliária, sendo obrigatória a juntada do laudo de inspeção 
para a assinatura dos contratos. Nos prédios públicos desses países, pode-se 
verificar o Certificado de Inspeção Predial nos quadros de avisos, e nos imóveis 
residenciais disponíveis para venda e locação, este certificado é geralmente fixado 
atrás da porta, permitindo em ambos os casos ao usuário ou ao futuro morador, 
avaliar as condições físicas e o estado de conservação destas edificações. 
No Brasil, as transações imobiliárias são completamente diferentes, pois, 
grande parte das negociações é concretizada levando em consideração as 
informações fornecidas pelo atual proprietário do imóvel ou pelo intermediador da 
venda, ignorando as informações técnicas que deveriam ter sido anteriormente 
levantadas por um profissional especializado. Com o laudo de inspeção predial em 
 
 
 
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mãos, o comprador e/ou usuário estaria munido de informações técnicas 
fundamentadas, capazes de orientá-lo na negociação do valor ou até mesmo 
direcioná-lo em sua decisão de compra (NEVES; BRANCO, 2009). 
Além de orientar as transações imobiliárias, o laudo de inspeção predial 
funciona como uma importante ferramenta no auxílio para identificação de anomalias 
e falhas, que podem comprometer o funcionamento do edifício ou até mesmo 
colocar em risco a integridade física dos seus usuários. 
Na realização da inspeção predial, as anomalias ou falhas constatadas 
serão devidamente analisadas e classificadas de acordo com o grau de risco 
apresentado, fornecendo ao condomínio um direcionamento de todos os serviços a 
serem realizados e a ordem cronológica com que estes serviços deverão ser 
executados, possibilitando um planejamento de todos os gastos e a racionalização 
dos serviços. 
Encontramos no IBAPE-nacional e IBAPE-SP, conceitos, recomendações e 
as normas necessárias, como veremos adiante. 
De acordo com a Norma do IBAPE/SP (2013), Inspeção Predial é a “análise 
isolada ou combinada das condições técnicas, de uso e de manutenção da 
edificação”. Definições semelhantes e complementares estão dispostas, também, 
nas normas: 
ABNT NBR 5674: Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema 
de gestão da manutenção: 
Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada 
para orientar as atividades de manutenção. 
ABNT NBR 15575-1: Edifícios habitacionais – Desempenho, a saber: 
Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de 
manutenção preventiva e corretiva da edificação. 
GOMIDE (2009) definiu a Inspeção Predial como sendo uma vistoria técnica 
da edificação para a apuração de suas condições técnicas e para determinação das 
medidas preventivas e corretivas necessárias para a boa conservação e 
manutenção do prédio. 
 
 
 
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No entanto, este conceito tem evoluído rapidamente e hoje tal definição 
destaca o aspecto da avaliação técnica, da funcionalidade e da manutenção da 
edificação, buscando a Qualidade Predial Total, levando em consideração o uso e a 
as condições de conformidade proposta por JURAN (1990 apud NEVES; BRANCO, 
2009). 
Dessa forma, o conceito de Inspeção Predial mais abrangente e em conexão 
ao objetivo de qualidade predial total foi definido como sendo a avaliação das 
condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação visando orientar a 
manutenção e obter a Qualidade Predial Total (GOMIDE; PUJADAS; FAGUNDES 
NETO, 2006). 
Na prática, inspeção predial é uma avaliação sistêmica com o objetivo de 
identificar o estado geral da edificação e de seus sistemas construtivos, observados 
aspectos de desempenho, funcionalidade, vida útil, segurança, estado de 
conservação, manutenção, utilização e operação, consideradas as expectativas dos 
usuários. É análise da manutenção definida como 
 
 
conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a 
capacidade funcional da edificação e de seus sistemas constituintes, a fim 
de atender às necessidades e segurança dos seus usurários (ABNT NBR 
15575-1). 
 
 
Para tanto, o trabalho de inspeção predial considera a edificação como o 
corpo humano e, assim como em um check-up médico, avalia cada parte ou 
elemento construtivo. Assim como ocorre para a Medicina, deve ser realizada por 
profissional habilitado (engenheiro ou arquiteto), especialista e capacitado para a 
função. 
Frise-se: Inspeção Predial não é a Manutenção da Edificação. É uma das 
ferramentas que auxilia na elaboração ou revisão do plano de manutenção e na 
gestão predial. 
 
 
 
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Relembramos que as edificações devem ser projetadas, construídas e 
mantidas para: 
 atender às necessidades de dificultar o princípio do incêndio; 
 atender às necessidades de dificultar a propagação do incêndio; 
 dispor de equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emergência; 
 facilitar a fuga em situações de incêndio; 
 minimizar risco de colapsos estruturais em situações de incêndio 
(desempenho estrutural); 
 controlar os riscos na propagação de incêndio e preservar a estabilidade 
estrutural da edificação; 
 sistemas de cobertura com resistência ao fogo; 
 entrepisos com adequada resistência ao fogo para controle de propagação de 
fumaça e incêndio, colaborando com a estabilidade estrutural total e/ou 
parcial; 
 dificultar inflamação generalizada e limitar a fumaça, dentre outros. 
 
A Inspeção Predial nos componentes de prevenção e combate a incêndio 
possibilita o correto monitoramento e controle sobre a manutenção e gestão do 
sistema ao proprietário. Conforme critério e método para sua realização, previsto na 
Norma de Inspeção Predial do Ibape/SP, identifica eventuais falhas, suas 
criticidades e o que deve ser ajustado ou reparado, antes da operação do sistema, o 
que evita acidentes. 
 
2.1 Etapas para realização de uma inspeção predial 
1ª etapa: levantamento de dados e documentos da edificação: 
administrativos, técnicos, de manutenção e operação (plano, relatórios, históricos, 
entre outros). 
 
 
 
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2ª etapa: entrevista com gestor ou síndico para averiguação de informações 
sobre o uso da edificação, histórico de reformas e manutenção,dentre outras 
intervenções ocorridas. 
3ª etapa: realização de vistorias na edificação, realizadas com equipe 
multidisciplinar ou não, dependendo do tipo de prédio e da complexidade dos 
sistemas construtivos existentes. O número de profissionais envolvidos na inspeção 
predial e a complexidade da edificação definem o nível de inspeção a ser realizado. 
Este pode ser classificado em: 
Nível 1: para edificações mais simples, normalmente sem necessidade de 
equipe multidisciplinar. Por exemplo: casas, galpões, edifícios até três pavimentos, 
lojas, entre outros. 
Nível 2: para edifícios multifamiliares, edifícios comerciais sem sistemas 
construtivos mais complexos, como climatização, automação, entre outros. 
Normalmente envolve equipe multidisciplinar com engenheiros civis ou arquitetos, 
mais engenheiros eletricistas. 
Nível 3: para edificações complexas, onde há sistema de manutenção 
implantado conforme a ABNT NBR 5674. Sempre realizada por equipe 
multidisciplinar, envolvendo engenheiro civil ou arquiteto, engenheiro eletricista e 
engenheiro mecânico. 
4ª etapa: classificação das deficiências constatadas nas vistorias, por 
sistema construtivo, conforme a sua origem. Essas podem ser classificadas em: 
- anomalias construtivas ou endógenas (quando relacionadas aos problemas 
da construção ou projeto do prédio); 
- anomalias funcionais (quando relacionadas à perda de funcionalidade por 
final de vida útil – envelhecimento natural); 
- falhas de uso e manutenção (quando relacionadas à perda precoce de 
desempenho por deficiências no uso e nas atividades de manutenção periódicas). 
Todas as deficiências são cadastradas por fotografias que devem constar no Laudo 
de Inspeção Predial. 
 
 
 
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5ª etapa: classificações dos problemas (anomalias e falhas), de acordo com 
grau de risco. Essa classificação consiste na análise do grau de risco, considerados 
os fatores de conservação, rotinas de manutenção previstas, agentes de 
deterioração precoce, depreciação, riscos à saúde, segurança, funcionalidade e 
comprometimento de vida útil. Os graus de risco são definidos como: 
 crítico – risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e 
do meio ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade 
causando possíveis paralisações; aumento excessivo de custo de 
manutenção e recuperação; comprometimento sensível de vida útil; 
 regular – risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade 
da edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração 
precoce; 
 mínimo – risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade 
programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de 
ocorrência dos riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum 
comprometimento do valor imobiliário. 
6ª etapa: elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a 
classificação do grau de risco de cada problema constatado. Essa lista é ordenada 
do mais crítico ao menos crítico. 
7ª Etapa: elaboração de recomendações ou orientações técnicas para a 
solução dos problemas constatados. Essas orientações podem estar relacionadas à 
adequação do plano de manutenção ou a reparos e reformas para solução de 
anomalias. 
8ª Etapa: avaliação da qualidade de manutenção. Essa pode ser classificada 
em: atende, não atente ou atende parcialmente. Resumidamente, para essa 
classificação, consideram-se as falhas constatadas na edificação, as rotinas e 
execução das atividades de manutenção e as taxas de sucesso, dentre outros 
aspectos. 
9ª Etapa: avaliação do uso da edificação. Pode ser classificado em regular 
ou irregular. Observam-se as condições originais da edificação e seus sistemas 
 
 
 
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construtivos, além de limites de utilização e suas formas. A Inspeção Predial 
possibilita atendimento à vida útil do sistema e de seu desempenho. Se realizada de 
forma planejada e com periodicidades preestabelecidas, assegura a confiabilidade e 
disponibilidade à instalação no seu funcionamento e operação, evitando surpresas, 
imprevistos e situação de pânico (IBAPE/SP, 2013). 
 
2.2 Documentos a serem analisados na Inspeção Predial 
O IBAPE-nacional (2012) recomenda analisar, quando disponíveis e 
existentes, os seguintes documentos administrativos, técnicos, manutenção e 
operação da edificação. 
Também ressalta que a lista apresentada deve ser adequada pelo inspetor 
predial, conforme o tipo e a complexidade da edificação e suas instalações e 
sistemas construtivos a serem inspecionados. 
a) Documentos administrativos: 
 Instituição, Especificação e Convenção de Condomínio; 
 Regimento Interno do Condomínio; 
 Alvará de Construção; 
 Auto de Conclusão; 
 IPTU; 
 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); 
 Alvará do Corpo de Bombeiros; 
 Ata de instalação do condomínio; 
 Alvará de funcionamento; 
 Certificado de Manutenção do Sistema de Segurança; 
 Certificado de treinamento de brigada de incêndio; 
 Licença de funcionamento da prefeitura; 
 Licença de funcionamento do órgão ambiental estadual; 
 
 
 
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 Cadastro no sistema de limpeza urbana; 
 Comprovante da destinação de resíduos sólidos, entre outros; 
 Relatório de danos ambientais, quando pertinente; 
 Licença da vigilância sanitária, quando pertinente; 
 Contas de consumo de energia elétrica, água e gás; 
 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; 
 Alvará de funcionamento; 
 Certificado de Acessibilidade. 
 
b) Documentos técnicos: 
 Memorial descritivo dos sistemas construtivos; 
 Projeto executivo; 
 Projeto de estruturas; 
 Projeto de Instalações Prediais: 
 Instalações hidráulicas; 
 Instalações de gás; 
 Instalações elétricas; 
 Instalações de cabeamento e telefonia; 
 Instalações do Sistema de Proteção Contra Descargas; 
 Instalações de climatização; 
 Combate a incêndio; 
 Projeto de Impermeabilização; 
 Projeto de Revestimentos em geral, incluída fachadas; 
 Projeto de paisagismo. 
 
 
 
 
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c) Documentos de manutenção e operação: 
 Manual de Uso, Operação e Manutenção (Manual do Proprietário e do 
Síndico); 
 Plano de Manutenção e Operação e Controle (PMOC); 
 Selos dos Extintores; 
 Relatório de Inspeção Anual de Elevadores (RIA); 
 Atestado do Sistema de Proteção a Descarga Atmosférica - SPDA; 
 Certificado de limpeza e desinfecção dos reservatórios; 
 Relatório das análises físico-químicas de potabilidade de água dos 
reservatórios e da rede; 
 Certificado de ensaios de pressurização em mangueiras; 
 Laudos de Inspeção Predial anteriores; 
 Certificado de ensaios de pressurização em cilindro de extintores; 
 Relatório do acompanhamento de rotina da Manutenção Geral; 
 Relatórios dos Acompanhamentos das Manutenções dos Sistemas 
específicos, tais como: ar condicionado, motores, antenas, bombas, CFTV, 
equipamentos eletromecânicos e demais componentes. 
 Relatórios de ensaios da água gelada e de condensação de sistemas de ar 
condicionado central; 
 Certificado de teste de estanqueidade do sistema de gás; 
Relatórios de ensaios preditivos, tais como: termografia, vibrações mecânicas, 
entre outros; 
 Cadastro de equipamentos e máquinas (IBAPE-nacional, 2012). 
 
Relembramos aqui as anomalias e falhas que constituem não conformidades 
que impactam na perda precoce de desempenho real ou futuro dos elementos e 
sistemas construtivos, e redução de sua vida útil projetada. Podem comprometer, 
 
 
 
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portanto: segurança; funcionalidade; operacionalidade; saúde de usuários; conforto 
térmico, acústico e lumínico; acessibilidade, durabilidade, vida útil, dentre outros 
parâmetros de desempenho definidos na ABNT NBR 15575. 
As não conformidades podem estar relacionadas a desvios técnicos e de 
qualidade da construção e/ou manutenção da edificação. Podem, ainda, não atender 
aos parâmetros de conformidade previstos para os sistemas construtivos e 
equipamentos instalados, tais como: dados e recomendações dos fabricantes, 
manuais técnicos em geral, projetos e memoriais descritivos, normas, entre outros. 
Vejamos no quadro abaixo a classificação para anomalias e falhas 
Classificação das: 
Anomalias 
Endógena 
Originária da própria edificação (projeto, materiais e 
execução). 
Exógena 
Originária de fatores externos a edificação, provocados 
por terceiros. 
 
Natural 
Originária de fenômenos da natureza. 
 
Funcional 
Originária da degradação de sistemas construtivos pelo 
envelhecimento natural e, consequente, término da vida 
útil. 
 
Falhas 
De 
Planejamento 
Decorrentes de falhas de procedimentos e especificações 
inadequados do plano de manutenção, sem aderência a 
questões técnicas, de uso, de operação, de exposição 
ambiental e, principalmente, de confiabilidade e disponibilidade 
das instalações, consoante a estratégia de Manutenção. Além 
dos aspectos de concepção do plano, há falhas relacionadas às 
periodicidades de execução. 
De execução 
Associada à manutenção proveniente de falhas causadas pela 
execução inadequada de procedimentos e atividades do plano 
de manutenção, incluindo o uso inadequado dos materiais. 
Operacionais 
Relativas aos procedimentos inadequados de registros, 
controles, rondas e demais atividades pertinentes. 
Gerenciais 
Decorrentes da falta de controle de qualidade dos serviços de 
manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos 
da mesma. 
Fonte: IBAPE-nacional (2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
UNIDADE 3 – O SEGURO-INCÊNDIO 
 
3.1 Do nascimento ao seguro saúde – breve história 
Para tratarmos do seguro-incêndio no Brasil, faremos alguns recortes no 
tempo e no espaço, não alongando na história, apesar de lembrar-lhes que cerca de 
2.500 anos antes da Era Cristã, os cameleiros da Babilônia, preocupados com as 
constantes perdas nas caravanas, instituíram, mediante um acordo, uma forma 
mutualista de amparar um companheiro prejudicado: se um deles perdesse um 
animal durante uma das caravanas, fosse por morte ou desaparecimento, receberia 
outro, pago por todos os demais cameleiros. Mais tarde, procedimento similar veio a 
ser adotado posteriormente pelos navegadores fenícios e hebreus. 
No século XII DC, surgiu uma modalidade de seguro chamada de Contrato 
de Dinheiro a Risco Marítimo, por meio da qual a pessoa denominada financiador 
emprestava ao navegador o dinheiro correspondente ao valor da embarcação. Se a 
embarcação se perdesse, o navegador não devolvia o dinheiro emprestado, mas se 
a embarcação chegasse intacta ao seu destino, o dinheiro emprestado era devolvido 
ao financiador, acrescido de juros. 
Esses procedimentos foram passando por um processo de aprimoramento 
até que, em 1347, surgiu em Gênova – Itália, o primeiro contrato de seguro marítimo, 
com a emissão da respectiva apólice de seguro. 
Somente em 1591, na cidade de Hamburgo, surgiu uma grande empresa de 
seguros denominada “Contrato de Fogo” formada pelos proprietários de cem 
fábricas de cerveja. Mais tarde, em 1676, a essa empresa se fundiram outras 
quarenta e seis menores do mesmo gênero, formando-se uma só que se denominou 
“Caixa de Incêndio da Cidade de Hamburgo”, que foi considerada a primeira 
empresa de seguros da Europa. 
Seguiu-se a fundação de empresas de seguros na Inglaterra, na França e 
nos EUA, e desencadeou-se um vertiginoso desenvolvimento do seguro nessa 
época, especialmente depois de 1835, ano do grande incêndio de Nova York, 
 
 
 
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quando surgiu o costume de se exigir o seguro dos bens do devedor para efeito de 
crédito bancário. 
O seguro social foi o último a surgir e o seu berço foi a Alemanha na qual, 
em 1883, foi promulgada a primeira lei de seguro obrigatório e de caráter social do 
mundo. Daí, até hoje, o seguro experimentou uma grande evolução, chegando aos 
nossos dias como a maneira mais justa e prática para compensar as consequências 
desagradáveis resultantes de imprevistos (CRUZ; SOARES, 2008). 
 
3.2 Surgimento do seguro no Brasil 
No Brasil, o seguro também se desenvolveu a partir das grandes 
navegações, tendo como marco a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, 
por D. João VI. 
O seguro iniciou-se efetivamente no Brasil, em 1808, na Bahia, com a 
criação da primeira empresa de seguros denominada Companhia de Seguros Boa 
Fé, que operava apenas com o seguro marítimo. 
O Código Comercial Brasileiro regulamentou as operações de seguros de 
transportes marítimos no Brasil e com o surgimento de novas seguradoras, outros 
ramos de seguro começaram a aparecer, como o de incêndio, o de vida e o de 
mortalidade de escravos. 
A partir de 1860, houve um crescimento das atividades de seguro, com o 
ingresso das seguradoras estrangeiras no País. 
Pode-se dizer que a Era Moderna do seguro se iniciou com o Código Civil 
Brasileiro em 1916, e consolidou-se com o Decreto-lei nº 73, em 1966. 
O advento do seguro social no Brasil foi marcado com a promulgação da Lei 
nº 3.724, de 1919, relativa a acidentes no trabalho, mas com a abrangência de 
benefícios como hoje temos e com a participação de empregados e empregadores, 
iniciou-se com a chamada “Lei Eloi Chaves”, Lei nº 4.682, de 1923, que criou a 
“Caixa de Aposentadoria e Pensões” para os trabalhadores das estradas de ferro 
(CRUZ; SOARES, 2008). 
 
 
 
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3.3 O seguro-incêndio e o Instituto de Resseguros do Brasil 
O seguro de incêndio no Brasil, de uma forma organizada, teve sua origem 
no final do século XIX. As seguradoras que atuavam no país naquela época (em 
especial, as de origem inglesa) trouxeram para o Brasil conceitos que já eram 
adotados na Europa e contribuíram decisivamente para o desenvolvimento desse 
seguro em nosso país. 
As seguradoras obtinham sua licença de operação por meio de decretos 
imperiais. Muitas dessas seguradoras mantinham em seus escritórios um quadro 
reproduzindo o decreto assinado por Dom Pedro II, autorizando a operação da 
seguradora em nosso país. Algumas dessas seguradoras operam em nosso 
mercado até hoje (CRUZ; SOARES, 2008). 
As tarifas originais eram cópias adaptadas daquelas vigentes na Inglaterra e 
suas taxas eram fixadas em frações ordinárias, ou seja, umseguro de uma 
residência tinha sua taxa fixada em 1/8% (ou 0,125%). Já algumas atividades 
industriais tinham suas taxas afixadas em 3/8% (ou 0,375%) e assim por diante. 
Aliás, até meados do século XX, um dos requisitos fundamentais para a contratação 
de funcionários por uma seguradora era o profundo conhecimento de frações. Se o 
candidato não fosse bom no assunto, ele não seria admitido. 
Esse conceito só foi abandonado quando da introdução da Tarifa de Seguro 
Incêndio do Brasil. 
Entre as seguradoras nacionais que surgiram com o tempo, talvez a mais 
antiga seja a Argus Fluminense, que teve sua origem na cidade de Campos, no 
Estado do Rio de Janeiro. Essa companhia sobreviveu até recentemente, quando foi 
adquirida por outro grupo financeiro dando origem à operação brasileira da Chubb, 
conceituada seguradora do mercado norte-americano (CRUZ; SOARES, 2008). 
Foi durante o século passado que o seguro-incêndio se desenvolveu. Surgiu 
a figura do cosseguro, ou seja, um procedimento pelo qual se permitia dividir o valor 
segurado, e o correspondente prêmio de seguro, entre uma seguradora líder (que 
emitia a apólice pelo valor total) e outras seguradoras participantes. 
 
 
 
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Com isso, evitava-se que, no caso de uma grande perda, a seguradora líder 
tivesse dificuldades para pagar a indenização, que, entretanto, só era efetuada após 
a coleta da parcela do seguro assumida por cada companhia participante. 
As tarifas eram diferenciadas em cada Estado do Brasil. A tarifa de seguro-
incêndio do Estado de São Paulo, por exemplo, já apresentava conceitos modernos 
para seleção de riscos, sendo que suas taxas eram especificadas em frações 
ordinárias, variando de acordo com a periculosidade de cada atividade industrial e 
comercial. De um modo geral, as taxas variavam de 1/8% até 3%, mas existiam 
fatores que as modificavam, conforme aplicação de cláusulas limitativas para certas 
atividades, tais como: 
Cláusula 1 ou 1-A 
Eram aplicáveis praticamente a todas as atividades e limitava a quantidade 
de inflamáveis que poderia existir em um risco comercial ou industrial. Tal cuidado 
tinha sua razão de ser, pois, durante a Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945), a 
guarda de estoque de gasolina em garagens ou em estabelecimentos foi uma 
prática generalizada em todo o Brasil. 
Cláusula 2 
Permitia o uso e armazenamento de maior quantidade de inflamáveis, porém 
com um sensível acréscimo nas taxas. 
Existiam ainda outras condições especiais, ou seja, a concessão do 
desconto de 10% para os riscos localizados em prédios de construção superior (as 
construções com paredes de alvenaria e cobertas com laje de concreto). 
No oposto, existiam adicionais para os prédios de construção mista (aqueles 
que tivessem até 25% de sua construção em madeira) ou inferior (aqueles que 
fossem construídos em material combustível e que assim tinham suas taxas 
agravadas em 100%). 
Já os prédios comuns, designados como construção sólida, não sofriam 
aplicação de qualquer adicional em suas taxas, a menos que providos de mais de 
três pavimentos, quando sofriam um adicional de altura estipulado em 10%. 
 
 
 
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Cruz e Soares (2008) contam ainda que as atividades industriais no Brasil 
eram bastante limitadas, com preponderância para as atividades de transformação 
(beneficiamento de café, algodão, arroz, entre outros), ou ainda produção de artigos 
de metal ou madeira. 
Na época, uma das empresas de maior destaque no Brasil eram as 
Indústrias Matarazzo, que produziam quase tudo que se possa imaginar, desde 
óleos vegetais, tecidos e produtos de limpeza, até cimento, cigarros e produtos 
alimentícios. Aliás, a Matarazzo (como era conhecida por todos) era tão grande, que 
possuía uma pequena refinaria de petróleo para produção dos combustíveis 
utilizados pelos veículos da empresa. 
Mas talvez a maior preocupação dos seguradores da época fosse com os 
riscos de algodão, na época uma das duas principais riquezas do Estado e que era 
regida por uma tarifa especial, a famosa NTA (Normas Tarifárias de Algodão). Essa 
tarifa era bastante seletiva e para determinação de taxas, aplicavam-se conceitos de 
proteção e segurança, tais como: 
 variação de taxas para as usinas situadas a menos de 30 metros de linhas 
férreas a vapor; 
 rigoroso critério de separação de riscos (paredes corta-fogo); 
 critérios definidos para peso e tamanho dos fardos de algodão; 
 diferenciação entre tulhas abertas ou fechadas; 
 existência de meios de proteção contra incêndio, por extintores, hidrantes e 
até mesmo por tambores, contendo água e baldes. Por curiosidade, os 
extintores geralmente utilizados e requeridos pelas normas eram de tipos que 
não mais existem (soda ácido e tetra cloreto de carbono). Até os anos 40, 
extintores de gás carbônico eram uma raridade; 
 aplicação de adicionais para os locais de depósito que contassem com 
valores acima de um limite suportável. 
Essa tarifa teve validade até meados de 1960 e ainda hoje é considerada um 
exemplo de como o seguro de incêndio influenciou a construção e a operação de 
 
 
 
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usinas de algodão, melhorando suas condições de risco, não apenas no Estado de 
São Paulo, mas em todo o país (CRUZ; SOARES, 2008). 
Quanto ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), foi criado em 1954, 
durante o governo de Getúlio Vargas e representou uma grande melhoria para o 
mercado nacional, pois por meio de conceitos técnicos, o IRB determinava o valor 
máximo que uma seguradora poderia reter na cobertura de incêndio, absorvendo a 
diferença entre esse valor e o total do valor em risco (valor segurável). 
A criação do IRB evitou a remessa de coberturas para o mercado inglês (e, 
consequentemente, de prêmios de seguro), permitindo que fossem mantidos no 
Brasil os excedentes que normalmente não poderiam ser cobertos pelas 
seguradoras. 
O IRB criou o Manual de Resseguro Incêndio, considerado um marco na 
classificação de riscos, que continha rubricas específicas para todos os tipos de 
atividades existentes no país. O manual indicava fatores de agravamento de acordo 
com a ocupação do risco que variavam da classe 1 (moradias, escritórios) até a 
classe 13 (riscos envolvendo explosivos). De um modo geral, a maioria das 
atividades industriais encaixava-se nas classes de ocupação 3, 4 ou 5. 
O fator básico para determinar o limite de resseguro era o LOC – letras 
iniciais de Localização, Ocupação e Construção – empregado, até hoje, pelo 
mercado para avaliar riscos seguráveis. 
Para compor o LOC, consideram-se os seguintes elementos: 
 localização – de 1 a 4, de acordo com a qualidade e quantidade de meios 
públicos de proteção existentes em cada área ou localidade; 
 ocupação – graduação pontual, que indica o grau de risco da atividade 
exercida pelo segurado; 
 construção – de 1 a 4, dependendo do tipo de construção do local segurado, 
ou seja, construção superior, sólida, mista ou inferior. 
A combinação desses três fatores, em conjunto com as condições de 
isolamento da área, determinava o quanto uma seguradora poderia reter para 
cobertura de incêndio. 
 
 
 
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No caso de riscos de grandes proporções, o IRB fornecia uma tabela de 
classificação, que era rigorosamente seguida pelas seguradoras, já que o resseguro, 
no passado, era feito para cada risco isolado (ou seja, com base no valor de 
cobertura de cada edifício isolado dentro de um mesmo complexo industrial). 
Com a criação do IRB, o mercado segurador brasileiro obteve sua 
maioridade. Os limites de retenção das seguradoras eram determinados de acordo 
com suas reservas, evitando assim a falência de companhias de seguro no caso de 
ocorrência de grandes sinistros. Também foi criada uma disciplina para os critérios 
de avaliação e seleção de riscos. 
O IRB foi também um importante centro para criação de talentos e seus 
funcionários apresentavam notável conhecimento de riscos e seguros (CRUZ; 
SOARES, 2008). 
Fazendo novo recorte no tempo, em 2007, foi sancionada a Lei 
Complementar nº 126, que dispõe sobre a política de resseguro, retrocessão e sua 
intermediação, as operações de cosseguro, as contratações de seguro no exterior e 
as operações em moeda estrangeira do setor securitário; altera o Decreto-Lei nº 73, 
de 21 de novembro de 1966, e a Lei nº 8.031, de 12 de abril de 1990; e dá outras 
providências. (OBS.: O decreto nº 6499/2008, dispõe sobre o limite máximo de 
cessão e retrocessão a resseguradoras eventuais de que trata o § 1º do art. 8º da 
Lei Complementar n. 126). 
Resumidamente, as regras aplicáveis são as seguintes: 
 os resseguradores locais estarão sujeitos à fiscalização e supervisão dos 
Órgãos Reguladores de Seguros, consideradas as peculiaridades técnicas, 
contratuais, operacionais e de risco da atividade de cada uma dessas 
empresas; 
 o ressegurador admitido ou eventual deverá atender aos seguintes requisitos 
mínimos para estar apto a realizar suas atividades no Brasil: 
- estar constituído, segundo as leis de seu país de origem, para subscrever 
resseguros locais e internacionais nos ramos em que pretenda operar no Brasil e 
que tenha dado início a tais operações no país de origem, há mais de 5 (cinco) anos. 
 
 
 
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- dispor de capacidade econômica e financeira não inferior à mínima 
estabelecida pelo órgão regulador de seguros brasileiro. 
- ser portador de avaliação de solvência elaborada por agência 
classificadora reconhecida pelo órgão fiscalizador de seguros brasileiro, com 
classificação igual ou superior ao mínimo estabelecido pelo órgão regulador de 
seguros brasileiro. 
Cuoghi (2006), em sua dissertação de Mestrado “Aspectos de análise de 
risco das estruturas de concreto em situação de incêndio”, explica que o seguro foi 
criado com o objetivo de servir como uma ferramenta que progressivamente se 
aperfeiçoa para restabelecer o equilíbrio perturbado pelo sinistro, atendendo total ou 
parcialmente a estas necessidades de reparo ou recomposição de danos que 
possam gerar algum prejuízo nas mais diversas atividades envolvendo o homem e a 
sociedade como um todo. 
Ele destaca que o seguro incêndio visa primordialmente a segurança 
patrimonial e não a segurança à vida, na medida em que o objeto do contrato do 
seguro incêndio é o patrimônio do segurado. Cabe ressaltar, entretanto, que o 
aumento do nível de proteção provocado pelo seguro incêndio indiretamente 
provoca um incremento de segurança à vida. A legislação de segurança contra 
incêndio possui como objetivo principal a segurança a vida dentro do edifício. Esta 
diferença de foco entre o seguro e a legislação pode criar, em alguns casos, 
divergências no tratamento da questão risco de incêndio em edifícios. 
Por definição, o seguro incêndio é o ramo do seguro que tem por objetivo 
atenuar o prejuízo, decorrente de um sinistro incêndio coberto em uma apólice de 
seguros, que um edifício ou instalação venha a sofrer. Por exemplo, pode-se citar 
uma indústria que deseja realizar o seguro contra incêndio de suas instalações. É 
necessário, preliminarmente, que exista um padrão mínimo de segurança contra 
incêndio e um plano de mitigação de riscos de incêndio para que esta empresa “se 
torne um risco aceitável” pelas Companhias Seguradoras. 
Explicando-se de uma outra forma, as Seguradoras exigem das empresas e 
das pessoas que compram seguro um padrão mínimo de segurança, sem o qual 
estas pessoas e empresas não conseguem comprar seguro. Nesta medida, '“risco 
 
 
 
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aceitável” é, por exemplo, um determinado edifício que cumpre regras mínimas de 
segurança contra incêndio, exigidas pelas seguradoras. As regras exigidas pelas 
seguradoras podem ser, em alguns aspectos (principalmente com relação à 
segurança patrimonial), mais severos que a legislação contra incêndio. Desta forma, 
o seguro incêndio apresenta duas dimensões importantes: 
a) Contribui para a segurança contra incêndio na medida em que suas 
normas exigem a existência de sistemas de proteção contra incêndio e as 
seguradoras realizam inspeção nos edifícios anualmente, gerando relatórios que 
apontam deficiências na prevenção de incêndios dentro destes edifícios. 
b) Contribui para o meio social na medida em que dá suporte à continuidade 
da atividade da empresa e, por consequência, ajuda a manter os empregos 
oferecidos pela mesma (CUOGHI, 2006). 
 
3.4 Matriz de Sinistralidade 
A Matriz de Sinistralidade é uma importante ferramenta para enquadramento 
de riscos/bens segurados dentro de uma Seguradora. A partir da análise da Matriz 
de Sinistralidade, a Seguradora irá se posicionar sobre a realização ou não de 
determinado seguro, ou até mesmo sobre a aplicação de algum desconto sobre o 
prêmio de seguro incêndio. 
Desta forma, a Matriz de Sinistralidade relaciona a frequência de ocorrência 
de alguns eventos (por exemplo: incêndio) com a severidade dos mesmos. 
Severidade, neste caso, refere-se aos prejuízos decorrentes do evento em questão, 
no exemplo dado: incêndio (CUOGHI, 2006). 
O autor acima, que é especialista em seguros, trabalhou em sua 
dissertação, a análise da Matriz de Sinistralidade somente para riscos de incêndio 
em um edifício, porém, ela pode ser estendida para qualquer tipo de construção ou 
instalação e também para qualquer tipo de evento, por exemplo, inundação, 
ciclones, terremotos, entre outros. 
Os edifícios podem ser classificados em quadrantes A, B, C e D da Matriz de 
Sinistralidade, de acordo com a ilustração abaixo. O quadrante A representa o 
 
 
 
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conjunto de edifícios com menor frequência de ocorrência de sinistros de incêndio, 
porém, com maior severidade e, consequentemente, maiores danos resultantes do 
incêndio. Neste caso, as empresas estão propensas a realizar o seguro quando, 
através de uma avaliação de riscos, as mesmas detectam a possibilidade de que um 
evento de incêndio seja severo e traga, portanto, grande prejuízo material. Para um 
edifício que sirva de depósito de material combustível, porém com a presença de 
bons sistemas de proteção contra incêndio, o mesmo se enquadra no quadrante “A”, 
porque, se existir o incêndio, a possibilidade de que ele seja severo e traga grande 
prejuízo material é bastante grande. 
Matriz de sinistralidade 
 
 
Por sua vez, as Seguradoras aceitam riscos que possuam a característica 
do quadrante A porque a frequência de ocorrênciade sinistros de incêndio para este 
grupo é baixa, ou seja, a Seguradora realizará, em princípio, poucas indenizações. 
Portanto, esta baixa frequência permite um equilíbrio financeiro das Seguradoras, ou 
seja, do montante total de prêmio que elas arrecadam, em linhas gerais, somente 
uma parte será destinada ao pagamento de sinistros. 
Quando um determinado edifício é classificado no quadrante B, significa que 
a severidade dos incêndios ocorridos é grande e a frequência em que eles ocorrem 
também é grande. Pode-se citar, como exemplo, de um edifício que se enquadre 
nesta situação, um depósito de artigos de papel, que possui, portanto, grande carga 
de incêndio e não possui sistemas de proteção contra incêndio (extintores, hidrantes 
 
 
 
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ou sprinklers). Além disso, não existe compartimentação no edifício, o que facilita a 
propagação do fogo e as instalações elétricas estão em estado precário de 
manutenção. Neste caso específico, qualquer fonte de ignição pode gerar um 
incêndio de grandes proporções. Provavelmente, os responsáveis pelo depósito 
desejem realizar seguro contra incêndio do mesmo porque a severidade de um 
evento desta natureza seria muito grande, porém, dificilmente existirá uma 
Seguradora que aceite realizar o seguro de incêndio deste depósito devido a grande 
probabilidade ou grande potencial para início de um incêndio de grandes 
proporções. 
No quadrante C estão classificados aqueles edifícios que possuem baixa 
probabilidade de ocorrência de incêndios severos e, também, baixa frequência de 
sinistros ou baixo potencial para início e propagação de um incêndio. Estão 
classificados neste quadrante, aqueles edifícios com bom projeto de segurança 
contra incêndio: proteção passiva das estruturas, concepção arquitetônica adequada 
(compartimentação dos ambientes, utilização de paredes e portas corta-fogo, entre 
outros) e sistemas de proteção contra incêndio (extintores, hidrantes, sprinklers, 
alarmes de incêndio, entre outros) em bom estado de conservação. 
Nestes edifícios, o risco ou a probabilidade de início de um incêndio é baixo, 
e se ele ocorrer também é baixa a probabilidade que ele se propague por todo ou 
uma parte considerável do edifício. Portanto, neste caso, a frequência e a 
severidade são baixas. Para estes edifícios, os gerenciadores de risco não estão 
propensos a realizar seguro contra incêndio, ou requerem algum desconto sobre o 
prêmio de seguro, uma vez que a possibilidade de sinistros é remota. Por sua vez, 
as Seguradoras estão propensas a oferecer seguro contra incêndio para estes 
edifícios, e, geralmente, oferecem um desconto sobre o prêmio de seguro, uma vez 
que a possibilidade de que elas absorvam um prejuízo decorrente de um sinistro de 
incêndio também é remota. 
O último quadrante (D) apresenta uma situação em que a frequência se 
eleva, porém a severidade permanece baixa. Neste caso, o risco de início de 
incêndio, dentro da edificação, é relativamente alto, sendo as suas consequências, 
em princípio, não tão danosas. Portanto, dentro deste cenário, os gerenciadores de 
 
 
 
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risco estão propensos a realizar o seguro devido à frequência de ocorrências de 
sinistros. A Seguradora, por sua vez, aceita realizar o seguro, porém estabelece uma 
franquia mínima, ou seja, uma participação do segurado na absorção dos prejuízos 
em cada sinistro ocorrido. Desta forma, na situação do quadrante D, a Seguradora, 
ao estabelecer uma franquia mínima para diminuir o pagamento de pequenas 
indenizações, torna menos interessante para os gerenciadores de risco a compra de 
um seguro contra incêndio (CUOGHI, 2006). 
Enfim, a questão do seguro incêndio é uma via de mão dupla, onde 
segurado e segurador caminham sob uma “corda bamba” e muitas são as 
ponderações para que seja incluído no “negócio”. Para aqueles que pretendem 
enveredar por esse caminho, sugere-se a leitura da dissertação de Cuoghi que tem 
muito a contribuir. 
Matéria de interesse 
A título de enriquecimento e para desmistificar a ideia de que estruturas em 
aço encarecem o seguro incêndio de um edifício, o Centro Brasileiro da Construção 
em Aço (CBCA) ouviu o engenheiro e especialista em seguros Ricardo Cuoghi, 
membro da Comissão de Riscos de Engenharia da Federação Nacional de Seguros 
Gerais (FenSeg). 
De acordo com ele, estruturas em aço não encarecem o valor do prêmio do 
seguro incêndio da edificação. Os parâmetros de seguro que se referem à estrutura 
de um edifício estão relacionados ao caráter combustível ou incombustível dessa 
estrutura. Aço e concreto são materiais incombustíveis, portanto são estruturas 
normalmente aceitas pelas seguradoras. 
Conforme Cuogi, muitas seguradoras internacionais atuam no Brasil com 
critérios de aceitação de risco muito similares dentro e fora do país. Ele atribui a 
falsa informação de que o aço encarece o seguro ao fato de estruturas compostas 
por esse material serem mais utilizadas no setor industrial, onde abrigam atividades 
que apresentam maior risco de incêndio. 
O cálculo do valor do seguro incêndio não depende de um aspecto do 
edifício isoladamente. Conforme a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil (TSIB), três 
parâmetros são essenciais no cálculo do prêmio: localização, ocupação e 
 
 
 
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construção. Representados pela sigla LOC, esses três fatores compõem a base para 
o cálculo desse valor. 
No que se refere à localização, é considerado para fins de cálculo de seguro 
de incêndio, por exemplo, a presença de um Corpo de Bombeiros próximo ao 
edifício. As cidades são classificadas de acordo com sua localização numa tabela 
que vai de risco 1 (cidades melhor atendidas por Corpo de Bombeiros) a risco 4 
(regiões isoladas). 
O fator ocupação consiste na destinação de um edifício, ou seja, o tipo de 
atividade desenvolvida em seu interior. Isso significa que edifícios que abrigam 
atividades que envolvam materiais ou equipamentos inflamáveis, por exemplo, 
podem ter o valor de seu seguro incêndio agravado. A carga do incêndio está ligada 
diretamente à ocupação do edifício. 
O parâmetro construção considera a composição da estrutura do edifício. 
Isto é, se o material é combustível ou incombustível. Considerados como materiais 
não combustíveis, aço e concreto se enquadram no mesmo patamar de risco, não 
havendo distinção de valor do seguro em decorrência do uso de um ou de outro. 
As seguradoras não analisam somente a estrutura isoladamente, mas sim 
um conjunto de fatores que aumentam ou diminuem a probabilidade e extensão de 
um incêndio, o que se reflete na aceitação ou não de um determinado edifício, bem 
como no custo do seguro incêndio, conclui Ricardo Cuoghi (CBCA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS EM 
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
 
Na literatura pesquisada por Venezia (2011), até o século XIX, não foram 
encontrados relatos de projetos hospitalares que pensassem especificamente as 
questões de segurança contra incêndio no desenvolvimento do projeto arquitetônico. 
O incêndio era um evento trágico, quepoderia ocorrer em diversos locais, 
tais como hospitais, escolas, igrejas. Não havia uma política organizada de 
prevenção; apenas eram consideradas medidas para extinguir o fogo o mais rápido 
possível. 
A preocupação com a segurança contra incêndio, enquanto medida de 
prevenção e parâmetro normativo para projetar edificações com um nível mínimo de 
segurança, é uma questão recente, que se iniciou há aproximadamente um século 
(VENEZIA, 2011). 
Um exemplo dessa preocupação é a fundação da NFPA - National Fire 
Protection Association. A NFPA surgiu nos EUA, em 1895, e se tornou, no decorrer 
do século passado, uma associação de âmbito internacional, que visa a proteção da 
vida, elaborando e defendendo códigos e normas, promovendo pesquisas, formação 
e educação na área. 
A NFPA, atualmente, possui mais de 75 mil membros em 100 nações, e 300 
códigos e normas, estabelecendo critérios para projetos, construção, serviços e 
instalação de segurança contra incêndio. 
Os códigos mais utilizados são: NFPA 1: Fire Prevention Code, NFPA 54: 
National Fuel Gas Code, NFPA 70: National Electric Code e o NPFA 101: Life Safety 
Code. 
Venezia (2011) enfatiza que o interessante no NFPA 101: Life Safety Code 
(NFPA, 2009), é que esse código contempla um capítulo de exigências de 
segurança contra incêndio específico para edificações hospitalares novas e 
existentes, exigências essas a serem seguidas na elaboração de projetos 
hospitalares. 
 
 
 
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Para se ter ideia das dimensões das perdas que podem ocorrer em um 
incêndio hospitalar, basta lembrar alguns exemplos. No século XX, há registro de 
três grandes incêndios em hospitais dos Estados Unidos. Um incêndio ocorreu em 
Cleveland Clinic (Ohio), em 1929, causando 125 mortes. Outro ocorreu no St. 
Anthony Hospital (Illinois), em 1949, matando 74 pessoas. Um outro incêndio 
aconteceu no Mercy Hospital (lowa), em 1950, registrando 41 mortes. 
Devem ser somados ainda, às perdas humanas, os prejuízos financeiros 
diretos causados pela destruição do edifício ou parte dele e os prejuízos financeiros 
indiretos causados pela paralisação das atividades no edifício. 
No caso de hospitais, destaca-se, ainda, a existência de setores de onde as 
pessoas internadas não podem ser facilmente deslocadas, havendo, portanto, a 
necessidade de um maior nível de proteção contra incêndio. Há pacientes no 
hospital que não apresentam autonomia suficiente para abandonar o edifício sem 
assistência. 
Um incêndio de grandes proporções dentro de um hospital pode vir a ser 
catastrófico, pois, além das pessoas com dificuldade de locomoção, há aquelas que 
não podem ser retiradas do edifício em função do seu estado crítico de saúde 
(VENEZIA, 2011). 
Há, ainda, a questão da grande quantidade de material combustível contida 
em um hospital. Deve-se, também, pensar nos riscos gerados pelas instalações 
elétricas para os equipamentos médicos, nos gases medicinais como o oxigênio e 
óxido nitroso, nas atividades desenvolvidas em locais como lavanderias e cozinhas. 
Além disso, as áreas de instalações de apoio, como as caldeiras, os geradores, as 
estações elétricas, entre outras, que também são encontradas nesse tipo de 
edificação, e possuem alto risco de incêndio. 
Portanto, em função da grandeza que o edifício hospitalar tomou no século 
XX, a segurança contra incêndio passou a ter uma grande importância, ao se 
considerar a necessidade de proteger e salvar os ocupantes, os equipamentos e o 
espaço em si. 
 
 
 
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Uma das formas para que a segurança contra incêndio se desenvolva com o 
nível adequado consiste em ter-se projetistas com um bom conhecimento acerca do 
assunto, tendo o suporte de legislações confiáveis e atualizadas. 
Venezia e Ono (2013) ponderam que na maioria dos casos, no que se refere 
a projetos hospitalares, a segurança contra incêndio é tratada pelos projetistas como 
uma obrigação legal ou cartorial a ser cumprida, sem que haja o questionamento do 
nível de segurança mais apropriado para a edificação em questão, baseando-se 
apenas nos parâmetros que a legislação impõe. 
Qualquer edifício hospitalar a ser edificado, por exemplo, no município de 
São Paulo, no que se refere à segurança contra incêndio, deve atender ao Código 
de Obras e Edificações do Município de São Paulo – COE (SÃO PAULO, 1992) –, o 
Decreto Estadual 56.819/2011 (SÃO PAULO, 2011) do Corpo de Bombeiros do 
Estado de São Paulo (que substitui o Decreto Estadual 46.076/2001), e a RDC N°50 
– Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2002) (VENEZIA; ONO, 2013). 
Não é apenas o edifício hospitalar que se modificou no decorrer da história, 
mas também os projetistas envolvidos no processo, pois eles passaram a ter de 
dominar os mais diversos assuntos, dentre eles a segurança contra incêndio, para 
que a edificação pudesse atender o nível de complexidade dos dias atuais. 
A complexidade funcional dos edifícios hospitalares atuais tem-se refletido 
diretamente na arquitetura do edifício, sobretudo através do significativo aumento da 
área construída. “No início do século XX, os hospitais gerais britânicos tinham um 
pouco mais de 20 m2 por leito, dobrando para 40 m2 por leito entre as duas Grandes 
Guerras, e atingindo 70 m2 por leito na década de 1970 [...]” (MIGUELIN apud 
SOUZA, 2008, p. 68). 
Esse acréscimo de área construída na edificação hospitalar tem um forte 
impacto na segurança contra incêndio, pois possibilita a maior chance de ocorrência 
de um princípio de incêndio com potencial para se transformar em um incêndio de 
grandes proporções. 
Com base na literatura pesquisada, as questões elencadas no quadro a 
seguir, mostram o aumento da complexidade nos edifícios hospitalares, que acaba 
 
 
 
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por influenciar diretamente na segurança contra incêndio, em função do aumento de 
riscos que tal complexidade abrange (VENEZIA, 2011). 
Complexidade dos edifícios hospitalares sob o aspecto da segurança contra 
incêndio 
Fator de complexidade Interface com a segurança contra incêndio 
 
Diversidade de pacientes com 
diferentes graus de mobilidade, 
enfermidades e restrições 
visuais, auditivas, entre outros. 
 
Diferentes tipos de paciente podem apresentar velocidades 
distintas de locomoção, sendo que alguns podem necessitar 
de assistência para deixar o edifício. 
 
Para alguns pacientes internados, não existe a possibilidade 
de evacuação segura para o exterior em tempo hábil. 
Portanto, deve-se ter áreas de refúgio e compartimentações 
adequadas ao risco de incêndio envolvido. 
 
Diversidade de público: 
funcionários e visitantes. Em 
alguns casos, horários fixos 
para visitação dos pacientes. 
 
Parte considerável do público pode não estar familiarizada 
com o edifício. Deve haver controle de população para que 
não exceda a capacidade dos meios de saída. 
 
Diversidade de fluxos, muitas 
vezes conflitantes (pacientes, 
lixo, roupa, medicamentos, 
coletas, exames, documentos, 
mantimentos, produtos de 
higiene e limpeza, entre outros). 
 
Estabelecimento do fluxo de materiais combustíveis e do fluxo 
de pessoas dentro do edifício, utilizando as 
compartimentações adequadas nos ambientes, para que um 
incêndio não tomegrandes proporções. 
 
Diversidade de ocupações e 
funções: médica, cirúrgica, de 
hotelaria, de escritório, de 
farmácia, de lavanderia, de 
laboratório, de restaurante, de 
auditório, entre outras. 
Setorização adequada das ocupações dentro do edifício 
proporciona que cada zona seja tratada de acordo com o risco 
de incêndio esperado. 
 
Recursos financeiros limitados 
e altos custos. 
 
Falta de recursos pode gerar situações desfavoráveis à 
segurança contra incêndio. 
 
Funcionamento contínuo: 24 
horas por dia. 
Funcionamento contínuo do edifício exige manutenção 
preventiva e corretiva dos equipamentos de segurança e 
presença de brigada de incêndio treinada o tempo todo. 
 
Edificações de grande porte, 
muitas vezes antigas, 
necessitando de atualizações 
constantes e manutenção. 
Localização dos hospitais na 
malha urbana (normalmente os 
hospitais estão edificados na 
Períodos de reformas e atualizações tornam o edifício 
especialmente vulnerável em relação ao risco de incêndio. 
Garantir duas vias muito bem estabelecidas: a de saída de 
pessoas e a de entrada dos bombeiros para que não haja 
conflito de fluxos em situação de incêndio. 
Implantação do edifício pode não favorecer a aproximação das 
viaturas de bombeiros para intervenção externa. 
 
 
 
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malha urbana, com típicos 
problemas urbanos: poluição 
(sonora, ar, entre outros), falta 
de espaço para expansão física 
e de infraestrutura). 
 
Materiais de acabamento lisos e 
laváveis possibilitando conforto 
acústico. 
Especificação adequada de materiais de acabamento levando-
se em consideração suas características de reação ao fogo 
(nível de combustibilidade, facilidade de ignição e de 
propagação de chamas, entre outras). 
 
Possibilidade de visualização 
do paciente, porém mantendo 
sua privacidade. 
Considerar a compartimentação segura dos ambientes em 
função do risco esperado de incêndio. 
 
Criação de ambientes seguros 
e assépticos, porém mantendo 
uma atmosfera familiar, 
aconchegante e agradável. 
 
Especificação adequada de materiais de acabamento. 
Fonte: Venezia (2011, p. 59-60). 
 
Por essas razões, podemos fazer as seguintes inferências: 
 o processo de planejamento e projeto de hospitais caracteriza-se por um 
trabalho onde critérios tangíveis e objetivos – especificidades das atividades 
de assistência, assepsia, controle de infecção, prevenção contra incêndio, 
investimento disponível e outros – opõem-se a fatores mais subjetivos – 
espaços acolhedores, confortáveis e atrativos, escolha de materiais, 
qualidade de acabamentos e outros; 
 o desafio do arquiteto é ser capaz de manipular esses elementos, muitas 
vezes conflitantes, de modo a formar um todo harmonioso e coerente. A 
solução está em abordar o problema de planejamento e de projeto através de 
uma estratégia com foco bem definido, de forma a clarear o caminho na 
busca por um produto que respeite a escala humana, dentro de um ambiente 
altamente tecnológico (FOQUE; LAMMINEUR, 1995 apud MENDES, 2007 
p.73). 
Portanto, deve-se entender que a segurança contra incêndio, juntamente 
com outros fatores de igual importância, deve ser pensada e inserida no decorrer do 
 
 
 
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desenvolvimento do projeto hospitalar, e deve ser mantida e atualizada no decorrer 
da vida útil do edifício (VENEZIA, 2011). 
O edifício hospitalar também deve ser construído tendo como norteador um 
plano diretor com metas de crescimento e expansibilidade, no qual deve estar 
prevista a adequação da segurança do edifício em função das modificações 
previstas nesse plano. 
Segundo Karman (1997), “o plano diretor funciona como um fio condutor, um 
instrumento ordenador que garante a integridade do conjunto, no passado, no 
presente e no futuro”. 
Sugere-se também, o uso do Método de Avaliação de Risco Incêndio 
Hospitalar (MARIH), que pode ser visto como uma ferramenta no projeto, elevando o 
nível de segurança contra incêndio nas edificações hospitalares e demonstrando aos 
projetistas e aos empreendedores a importância da segurança contra incêndio 
dentro desse processo. 
O Método de Avaliação de Risco Incêndio Hospitalar (MARIH) utiliza dez 
critérios para classificar o risco: 
1) Critério função (Fn) – projeta as consequências de um incêndio que 
interferem na atividade principal da organização, ou seja, na normalidade das 
rotinas desenvolvidas no local. 
2) Critério substituição (Sb) – avalia qual o impacto do incêndio sobre os bens 
materiais, ou seja, com que nível de dificuldade o conteúdo atingido pode ser 
substituído. 
3) Critério profundidade (Pf) – avalia a perturbação sensitiva dos ocupantes, 
uma vez materializado o risco, no local do risco e o impacto que o incêndio 
pode causar à imagem da organização. 
4) Critério extensão (Ex) – avalia o alcance e a extensão que o dano pode vir a 
causar ao local analisado e suas áreas interdependentes, em razão do tempo 
de paralisação da atividade principal da área analisada. 
5) Critério carga incêndio (Ci) – avalia a quantidade de material combustível 
encontrada na área analisada. 
 
 
 
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6) Critério vulnerabilidade (Vu) – avalia as perdas causadas pela consolidação 
do incêndio no âmbito financeiro, considerando perdas de equipamentos, 
insumos e o custo da paralisação das atividades desenvolvidas na área 
analisada. 
7) Critério sobrevivência local (Sv) – avalia a possibilidade dos ocupantes da 
área analisada abandonarem o local sem grandes prejuízos à sua integridade 
física. 
8) Critério sobrevivência externa (Sx) – avalia a facilidade dos ocupantes das 
demais áreas da edificação hospitalar, que não a área propriamente 
analisada, abandonar a edificação sem grandes prejuízos à sua integridade 
física. 
9) Critério probabilidade intrínseca (Pi) – avalia a possibilidade do incêndio vir a 
acontecer, tendo em vista as características físicas e conjunturais da área 
analisada da edificação hospitalar. 
10) Critério probabilidade externa (Px) – avalia o risco de incêndio de origem 
externa, tendo em vista as características físicas e conjunturais do entorno do 
hospital. 
Para cada área hospitalar são atribuídos em cada um desses critérios 
valores que variam dentro da pontuação de 1 a 5. É importante esclarecer que o 
método aqui proposto é um método qualitativo, que depende do conhecimento e 
experiência do avaliador. Em virtude disso, o Método de Avaliação de Risco Incêndio 
Hospitalar (MARIH) é melhor aplicado quando os profissionais envolvidos no projeto 
detêm um bom conhecimento acerca das questões de segurança contra incêndio 
(VENEZIA; ONO, 2013). 
De certa forma, o MARIH – independentemente de sua aplicação – pode 
ajudar na conscientização dos projetistas quanto à problemática da segurança 
contra incêndio nas edificações de grande porte e complexidade. 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS-GARAGEM 
 
Um dos principais problemas dos grandes centros urbanos é a falta de 
vagas para estacionamento de veículos nas ruas, devido ao exponencial aumento 
do número de veículose à falta de uma estrutura viária que permita ao usuário 
utilizar o transporte público. 
Uma alternativa para a ampliação das áreas de estacionamento nas regiões 
de alto fluxo de veículos é a utilização de edifícios-garagem, que garantem um 
número muito maior de vagas, além de aumentar significativamente a lucratividade 
para o investidor. A flexibilidade da estrutura metálica oferece a possibilidade de 
múltiplas montagens e desmontagens, possibilitando a utilização de edifícios-
garagem mesmo em terreno alugados, já que podem ser desmobilizados sem 
acarretar perda de material. 
Em 1925, surge o primeiro edifício-garagem, na cidade de Berlim, Alemanha, 
onde os veículos eram transportados para os pisos superiores por meio de 
elevadores. Entretanto, somente após a segunda guerra mundial, nos anos 50, 
iniciou-se a construção sistemática de edifícios-garagem na Europa. No Brasil, o 
primeiro edifício-garagem foi construído em 1954, na cidade de São Paulo. 
O número de veículos tem crescido rapidamente nas ultimas décadas, 
passando de pouco mais de 425 mil, em 1950, para 3,1 milhões na década de 70 e 
chegando a mais de 54 milhões de automóveis em 2010, segundo dados do 
DENATRAN. Este crescimento está associado ao desenvolvimento do país que, 
principalmente a partir de 1995, passou a experimentar uma estabilização 
econômica e consequente diminuição da inflação. A cidade de São Paulo possui a 
maior concentração de veículos, com 6,6 milhões de veículos para uma população 
de 10,4 milhões de habitantes; uma média de 1,5 habitantes por veículo 
(BEVILAQUA, 2010). 
Atualmente, as empresas de estacionamento exploram os últimos espaços 
nas áreas centrais das cidades. Estas áreas são, em sua maioria, subaproveitadas 
 
 
 
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com estacionamentos térreos. A utilização de edifícios-garagem permite um 
aumento do número de vagas e faturamento, que pode chegar a 3 vezes ou mais. 
Em se tratando da utilização de edifícios-garagem em aço, são várias as 
vantagens, além de sabermos que os custos com incêndios em aço são baixos: 
 edifícios-garagem com vigas e pilares em aço podem ser montados, 
desmontados e remontados com agilidade e sem perda de material. Os 
terrenos frequentemente são locados, não justificando altos investimentos 
imobilizados; 
 a utilização de edifícios-garagem permite maior aproveitamento das áreas 
dos terrenos, já que a cada pavimento adicional pode-se dobrar o número de 
veículos estacionados. Isto implica em maior rendimento para o 
empreendedor; 
 estacionamentos cobertos oferecem maior segurança aos veículos, evitando 
acidentes e perdas financeiras por intempéries e assaltos; 
 a estrutura metálica é uma opção com baixo custo de manutenção, além da 
flexibilidade para ampliações; 
 um edifício-garagem em aço possui prazo de obra muito curto, já que a 
fabricação das peças ocorre fora do canteiro de obras, ao mesmo tempo em 
que a fundação é executada. A montagem é rápida e não há necessidade de 
espaço de armazenamento das peças. 
Os edifícios-garagem podem ser divididos em 3 grandes grupos: os edifícios 
com rampas de acesso aos veículos, edifícios com elevadores que movimentam os 
veículos entre os pavimentos e edifícios-garagem automatizados, onde não há a 
necessidade de corredores de acesso e a movimentação dos veículos é feita por 
dispositivos hidráulicos. 
Segundo Bevilaqua (2010), a escolha do tipo de rampa depende das 
características do terreno e disponibilidade de espaço para as manobras. Para 
garantir uma operação mais segura no acesso dos veículos, as rampas de subida e 
descida dos veículos devem ser separadas. A declividade máxima é de 20%. 
 
 
 
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Quanto à proteção ao fogo, a estrutura em aço necessita ser devidamente 
tratada para que não ocorram problemas durante a vida útil do empreendimento. Na 
maior parte dos edifícios-garagem de pequeno e médio porte, a proteção contra 
corrosão corretamente especificada será suficiente para garantir um bom 
desempenho durante a vida útil do projeto. 
A NBR 14432:2001 “Exigências de resistência ao fogo de elementos 
construtivos de edificações - Procedimento”, em seu Anexo A, prescreve a isenção 
de resistência ao fogo para edificações pertencentes às divisões G-1 (garagem 
automáticas) e G-2 (garagem coletivas sem automação, em geral, sem 
abastecimento) pertencentes às classes P1 a P3 (com altura < 23 m) desde que 
sejam atendidos os seguintes critérios: 
 a edificação deve ser considerada aberta lateralmente: deve haver ventilação 
permanente em duas ou mais fachadas externas, provida por aberturas que 
possam ser consideradas uniformemente distribuídas e que tenham 
comprimentos em planta que somados atinjam pelo menos 40% do perímetro 
e áreas que somadas correspondam a pelo menos 20% da superfície total 
das fachadas externas; ou ventilação permanente em duas ou mais fachadas 
externas, provida por aberturas cujas áreas somadas correspondam a pelo 
menos 1/3 da superfície total das fachadas externas e pelo menos 50% 
destas áreas abertas situadas em duas fachadas opostas. 
Estacionamentos estruturados em aço, isentos de proteção contra fogo, não 
necessitam de proteção especial além daquela necessária às estruturas expostas 
em ambientes considerados como sendo de média agressividade. 
No Estado de Goiás, o Código de Segurança contra incêndio e pânico 
dispõe no Capítulo VI, o seguinte para prevenção em edifícios-garagem. 
Seção I - Das definições 
Art. 41 - Edifício-garagem é aquele que, dotado de rampas ou elevadores, se 
destina, exclusivamente, a estacionamento de veículos. 
Art. 42 - Pavimento ou parada é a totalidade de área em um mesmo nível, 
situada no subsolo, solo ou elevada. 
 
 
 
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Seção II - Da construção 
Art. 43 - Todo edifício-garagem, com qualquer número de pavimentos, será 
construído com material incombustível, inclusive revestimento, esquadrias, portas e 
janelas. 
Art. 44 - Cada pavimento deve dispor de sistemas de ventilação permanente 
(natural ou mecânica) e ter declive nos pisos de, no mínimo, 0,5 % (meio por cento), 
a partir do poço dos elevadores ou rampa. 
Art. 45 - O edifício-garagem deve ser usado somente para o fim específico a 
que se destina, de abrigo para veículos. 
Art. 46 - Na área destinada ao estacionamento de veículos, bem como nas 
rampas de acesso, quando houver iluminação, esta far-se-á utilizando equipamentos 
elétricos blindados. E admitida a iluminação comum na fachada e no poço da 
escada. 
Art. 47 - Admite-se a construção de edifício-garagem contíguo a outros, 
destinados a fins diferentes quando, entre ambos, houver perfeito isolamento, 
inclusive “hall” e acessos complementares independentes. 
Art. 48 - As plataformas ou alas de cada pavimento deverão ser interligadas 
por uma passarela, com largura mínima de 0,70m (setenta centímetros), de material 
incombustível, com corrimão de grade, onde não houver continuidade de piso. 
Art. 49 - Em todos os pavimentos, por toda a extensão das fachadas, exceto 
nas colunas, deverá haver uma abertura livre de, no mínimo, 0,70m (setenta 
centímetros) de largura. 
Seção III - Das escadas 
Art. 50 - Todo edifício-garagem deverá possuir, no mínimo 2 (duas) escadas, 
do primeiro pavimento à cobertura, situadas em áreas opostas, podendo uma

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