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MATERIAL DIDÁTICO TÓPICOS ESPECIAIS EM SCI U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03 UNIDADE 2 – A INSPEÇÃO PREDIAL .................................................................... 05 2.1 Etapas para realização de uma inspeção predial ................................................ 08 2.2 Documentos a serem analisados na Inspeção Predial ........................................ 11 UNIDADE 3 – O SEGURO-INCÊNDIO ..................................................................... 15 3.1 Do nascimento ao seguro saúde – breve história ............................................... 15 3.2 Surgimento do seguro no Brasil .......................................................................... 16 3.3 O seguro-incêndio e o Instituto de Resseguros do Brasil .................................... 17 3.4 A matriz de sinistralidade .................................................................................... 23 UNIDADE 4 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE ...... 28 UNIDADE 5 – INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS-GARAGEM .......................................... 35 UNIDADE 6 – A PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS E ARQUIVOS HISTÓRICOS ............................................................................................................ 41 UNIDADE 7 – A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA DE INCÊNDIOS ............................ 47 7.1 Ações do investigador segundo Braga e Landim ................................................ 48 7.2 Métodos de investigação ..................................................................................... 49 7.3 Compreensão da dinâmica do incêndio .............................................................. 54 7.4 Informações para o laudo pericial ....................................................................... 60 7.5 A importância da coleta de dados de incêndios pelos bombeiros ....................... 61 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Não nos cansamos de frisar em todos os módulos que muito além de atender a legislação vigente, elaborar projetos na construção civil fazendo valer a segurança contra incêndios e pânico é essencial para preservar vidas e patrimônio. Pois bem, existem alguns conteúdos ou matérias que costumamos reunir e considerar como “tópicos especiais”. A explicação mais simples é que são assuntos que tangenciam os conteúdos nucleares, mas, claro, não são menos importantes. Eles ficariam, vendo por certo ângulo, deslocados ao longo dos módulos que costumam seguir uma lógica, uma evolução nos conteúdos estudados. Feitas estas justificativas, veremos os seguintes tópicos especiais: Iniciaremos nossos estudos pela Inspeção predial nos termos da Cartilha elaborada pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP, 2013), a qual nos chama atenção para a prevenção, uma cultura que nós brasileiros não estamos acostumados: os custos preventivos são muito menores do que os corretivos, essa é a verdade! O seguro-incêndio, enquanto ramo do seguro, tem por objetivo atenuar o prejuízo decorrente de um sinistro, coberto em uma apólice de seguros, que um edifício ou instalação venha a sofrer e o Engenheiro Especialista precisa conhecer detalhes desse seguro para, dentre outros motivos, elaborar projetos com consciência e saber defendê-lo perante seus clientes. A segurança contra incêndios em instituições de saúde, principalmente nos hospitais, é uma questão que merece uma atenção especial por, pelo menos, duas razões. A primeira é que muitos pacientes não poderão abandonar a edificação sem auxílio de outras pessoas e, mesmo assim, esta saída pode ser difícil e demorada. A segunda é que muitas das pessoas hospitalizadas se encontram em estado de saúde debilitado e, portanto, estão mais vulneráveis aos efeitos dos incêndios, em especial aos seus gases tóxicos (GILL; ONO, 2006). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 Incêndios em edifícios-garagem também merecem destaque, visto ser este um ambiente onde encontraremos uma combinação de fatores que podem potencializar um incêndio. Em todo e qualquer tipo de sinistralidade, busca-se diminuir os erros de projetos que se multiplicam ao não se observar os requisitos mínimos de segurança contra incêndio. Evidentemente que no caso de incêndios, busca-se primeiramente preservar vidas humanas, mas não podemos nos furtar e entender que existem documentos, objetos, sítios históricos que estão em jogo e as edificações que venham a manter sua guarda precisam ser preservadas. Segundo Araújo (2004), quando da ocorrência de um incêndio, bens são danificados ou mesmo destruídos e, ainda que contando com informações sobre o que foi perdido, a reconstrução de alguma obra pode até mesmo se tornar possível do ponto de vista material, mas o valor de sua autenticidade já não existirá mais. Nesse contexto, Antunes (2011) justifica em sua dissertação de mestrado, a importância e a responsabilidade social da preservação de documentos denominados permanentes, custodiados a arquivos públicos, particularmente sobre a questão da segurança contra o risco de incêndio e suas consequências. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 UNIDADE 2 – A INSPEÇÃO PREDIAL Neves e Branco (2009) justificam que os acidentes prediais decorrentes de falhas na construção ou na manutenção predial vêm causando mortes e prejuízos injustificáveis. Desabamentos, incêndios, quedas de marquises e fachadas, vazamentos, infiltrações e tantas outras mazelas provenientes dos descuidos com a edificação, podem ser evitados com medidas preventivas simples, de longo prazo, atravésde um planejamento que se inicia com a Inspeção Predial para a posterior implantação do plano de manutenção, que garante a boa performance do prédio, a segurança e o conforto dos seus usuários, daí, a Inspeção Predial deve ser entendida como uma vistoria para avaliar os estados de conformidade de uma edificação, mediante aspectos de desempenho, vida útil, segurança, estado de conservação, manutenção, desempenho, exposição ambiental, utilização, operação, observando sempre às expectativas dos usuários. Nos países de primeiro mundo, manter o patrimônio imobiliário em boas condições de uso é uma questão cultural e rotineira, sendo que a contratação dos serviços de Inspeção Predial para elaboração de um plano para manutenção é realizada naturalmente, demonstrando a consolidação desta atividade nestes países. Nos EUA e no Canadá, a Inspeção Predial é considerada como pré-requisito em qualquer transação imobiliária, sendo obrigatória a juntada do laudo de inspeção para a assinatura dos contratos. Nos prédios públicos desses países, pode-se verificar o Certificado de Inspeção Predial nos quadros de avisos, e nos imóveis residenciais disponíveis para venda e locação, este certificado é geralmente fixado atrás da porta, permitindo em ambos os casos ao usuário ou ao futuro morador, avaliar as condições físicas e o estado de conservação destas edificações. No Brasil, as transações imobiliárias são completamente diferentes, pois, grande parte das negociações é concretizada levando em consideração as informações fornecidas pelo atual proprietário do imóvel ou pelo intermediador da venda, ignorando as informações técnicas que deveriam ter sido anteriormente levantadas por um profissional especializado. Com o laudo de inspeção predial em Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 mãos, o comprador e/ou usuário estaria munido de informações técnicas fundamentadas, capazes de orientá-lo na negociação do valor ou até mesmo direcioná-lo em sua decisão de compra (NEVES; BRANCO, 2009). Além de orientar as transações imobiliárias, o laudo de inspeção predial funciona como uma importante ferramenta no auxílio para identificação de anomalias e falhas, que podem comprometer o funcionamento do edifício ou até mesmo colocar em risco a integridade física dos seus usuários. Na realização da inspeção predial, as anomalias ou falhas constatadas serão devidamente analisadas e classificadas de acordo com o grau de risco apresentado, fornecendo ao condomínio um direcionamento de todos os serviços a serem realizados e a ordem cronológica com que estes serviços deverão ser executados, possibilitando um planejamento de todos os gastos e a racionalização dos serviços. Encontramos no IBAPE-nacional e IBAPE-SP, conceitos, recomendações e as normas necessárias, como veremos adiante. De acordo com a Norma do IBAPE/SP (2013), Inspeção Predial é a “análise isolada ou combinada das condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação”. Definições semelhantes e complementares estão dispostas, também, nas normas: ABNT NBR 5674: Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de gestão da manutenção: Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de manutenção. ABNT NBR 15575-1: Edifícios habitacionais – Desempenho, a saber: Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da edificação. GOMIDE (2009) definiu a Inspeção Predial como sendo uma vistoria técnica da edificação para a apuração de suas condições técnicas e para determinação das medidas preventivas e corretivas necessárias para a boa conservação e manutenção do prédio. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 No entanto, este conceito tem evoluído rapidamente e hoje tal definição destaca o aspecto da avaliação técnica, da funcionalidade e da manutenção da edificação, buscando a Qualidade Predial Total, levando em consideração o uso e a as condições de conformidade proposta por JURAN (1990 apud NEVES; BRANCO, 2009). Dessa forma, o conceito de Inspeção Predial mais abrangente e em conexão ao objetivo de qualidade predial total foi definido como sendo a avaliação das condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação visando orientar a manutenção e obter a Qualidade Predial Total (GOMIDE; PUJADAS; FAGUNDES NETO, 2006). Na prática, inspeção predial é uma avaliação sistêmica com o objetivo de identificar o estado geral da edificação e de seus sistemas construtivos, observados aspectos de desempenho, funcionalidade, vida útil, segurança, estado de conservação, manutenção, utilização e operação, consideradas as expectativas dos usuários. É análise da manutenção definida como conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de seus sistemas constituintes, a fim de atender às necessidades e segurança dos seus usurários (ABNT NBR 15575-1). Para tanto, o trabalho de inspeção predial considera a edificação como o corpo humano e, assim como em um check-up médico, avalia cada parte ou elemento construtivo. Assim como ocorre para a Medicina, deve ser realizada por profissional habilitado (engenheiro ou arquiteto), especialista e capacitado para a função. Frise-se: Inspeção Predial não é a Manutenção da Edificação. É uma das ferramentas que auxilia na elaboração ou revisão do plano de manutenção e na gestão predial. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 Relembramos que as edificações devem ser projetadas, construídas e mantidas para: atender às necessidades de dificultar o princípio do incêndio; atender às necessidades de dificultar a propagação do incêndio; dispor de equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emergência; facilitar a fuga em situações de incêndio; minimizar risco de colapsos estruturais em situações de incêndio (desempenho estrutural); controlar os riscos na propagação de incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação; sistemas de cobertura com resistência ao fogo; entrepisos com adequada resistência ao fogo para controle de propagação de fumaça e incêndio, colaborando com a estabilidade estrutural total e/ou parcial; dificultar inflamação generalizada e limitar a fumaça, dentre outros. A Inspeção Predial nos componentes de prevenção e combate a incêndio possibilita o correto monitoramento e controle sobre a manutenção e gestão do sistema ao proprietário. Conforme critério e método para sua realização, previsto na Norma de Inspeção Predial do Ibape/SP, identifica eventuais falhas, suas criticidades e o que deve ser ajustado ou reparado, antes da operação do sistema, o que evita acidentes. 2.1 Etapas para realização de uma inspeção predial 1ª etapa: levantamento de dados e documentos da edificação: administrativos, técnicos, de manutenção e operação (plano, relatórios, históricos, entre outros). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 2ª etapa: entrevista com gestor ou síndico para averiguação de informações sobre o uso da edificação, histórico de reformas e manutenção,dentre outras intervenções ocorridas. 3ª etapa: realização de vistorias na edificação, realizadas com equipe multidisciplinar ou não, dependendo do tipo de prédio e da complexidade dos sistemas construtivos existentes. O número de profissionais envolvidos na inspeção predial e a complexidade da edificação definem o nível de inspeção a ser realizado. Este pode ser classificado em: Nível 1: para edificações mais simples, normalmente sem necessidade de equipe multidisciplinar. Por exemplo: casas, galpões, edifícios até três pavimentos, lojas, entre outros. Nível 2: para edifícios multifamiliares, edifícios comerciais sem sistemas construtivos mais complexos, como climatização, automação, entre outros. Normalmente envolve equipe multidisciplinar com engenheiros civis ou arquitetos, mais engenheiros eletricistas. Nível 3: para edificações complexas, onde há sistema de manutenção implantado conforme a ABNT NBR 5674. Sempre realizada por equipe multidisciplinar, envolvendo engenheiro civil ou arquiteto, engenheiro eletricista e engenheiro mecânico. 4ª etapa: classificação das deficiências constatadas nas vistorias, por sistema construtivo, conforme a sua origem. Essas podem ser classificadas em: - anomalias construtivas ou endógenas (quando relacionadas aos problemas da construção ou projeto do prédio); - anomalias funcionais (quando relacionadas à perda de funcionalidade por final de vida útil – envelhecimento natural); - falhas de uso e manutenção (quando relacionadas à perda precoce de desempenho por deficiências no uso e nas atividades de manutenção periódicas). Todas as deficiências são cadastradas por fotografias que devem constar no Laudo de Inspeção Predial. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 5ª etapa: classificações dos problemas (anomalias e falhas), de acordo com grau de risco. Essa classificação consiste na análise do grau de risco, considerados os fatores de conservação, rotinas de manutenção previstas, agentes de deterioração precoce, depreciação, riscos à saúde, segurança, funcionalidade e comprometimento de vida útil. Os graus de risco são definidos como: crítico – risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e do meio ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade causando possíveis paralisações; aumento excessivo de custo de manutenção e recuperação; comprometimento sensível de vida útil; regular – risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração precoce; mínimo – risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário. 6ª etapa: elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a classificação do grau de risco de cada problema constatado. Essa lista é ordenada do mais crítico ao menos crítico. 7ª Etapa: elaboração de recomendações ou orientações técnicas para a solução dos problemas constatados. Essas orientações podem estar relacionadas à adequação do plano de manutenção ou a reparos e reformas para solução de anomalias. 8ª Etapa: avaliação da qualidade de manutenção. Essa pode ser classificada em: atende, não atente ou atende parcialmente. Resumidamente, para essa classificação, consideram-se as falhas constatadas na edificação, as rotinas e execução das atividades de manutenção e as taxas de sucesso, dentre outros aspectos. 9ª Etapa: avaliação do uso da edificação. Pode ser classificado em regular ou irregular. Observam-se as condições originais da edificação e seus sistemas Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 construtivos, além de limites de utilização e suas formas. A Inspeção Predial possibilita atendimento à vida útil do sistema e de seu desempenho. Se realizada de forma planejada e com periodicidades preestabelecidas, assegura a confiabilidade e disponibilidade à instalação no seu funcionamento e operação, evitando surpresas, imprevistos e situação de pânico (IBAPE/SP, 2013). 2.2 Documentos a serem analisados na Inspeção Predial O IBAPE-nacional (2012) recomenda analisar, quando disponíveis e existentes, os seguintes documentos administrativos, técnicos, manutenção e operação da edificação. Também ressalta que a lista apresentada deve ser adequada pelo inspetor predial, conforme o tipo e a complexidade da edificação e suas instalações e sistemas construtivos a serem inspecionados. a) Documentos administrativos: Instituição, Especificação e Convenção de Condomínio; Regimento Interno do Condomínio; Alvará de Construção; Auto de Conclusão; IPTU; Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); Alvará do Corpo de Bombeiros; Ata de instalação do condomínio; Alvará de funcionamento; Certificado de Manutenção do Sistema de Segurança; Certificado de treinamento de brigada de incêndio; Licença de funcionamento da prefeitura; Licença de funcionamento do órgão ambiental estadual; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 Cadastro no sistema de limpeza urbana; Comprovante da destinação de resíduos sólidos, entre outros; Relatório de danos ambientais, quando pertinente; Licença da vigilância sanitária, quando pertinente; Contas de consumo de energia elétrica, água e gás; PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; Alvará de funcionamento; Certificado de Acessibilidade. b) Documentos técnicos: Memorial descritivo dos sistemas construtivos; Projeto executivo; Projeto de estruturas; Projeto de Instalações Prediais: Instalações hidráulicas; Instalações de gás; Instalações elétricas; Instalações de cabeamento e telefonia; Instalações do Sistema de Proteção Contra Descargas; Instalações de climatização; Combate a incêndio; Projeto de Impermeabilização; Projeto de Revestimentos em geral, incluída fachadas; Projeto de paisagismo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 c) Documentos de manutenção e operação: Manual de Uso, Operação e Manutenção (Manual do Proprietário e do Síndico); Plano de Manutenção e Operação e Controle (PMOC); Selos dos Extintores; Relatório de Inspeção Anual de Elevadores (RIA); Atestado do Sistema de Proteção a Descarga Atmosférica - SPDA; Certificado de limpeza e desinfecção dos reservatórios; Relatório das análises físico-químicas de potabilidade de água dos reservatórios e da rede; Certificado de ensaios de pressurização em mangueiras; Laudos de Inspeção Predial anteriores; Certificado de ensaios de pressurização em cilindro de extintores; Relatório do acompanhamento de rotina da Manutenção Geral; Relatórios dos Acompanhamentos das Manutenções dos Sistemas específicos, tais como: ar condicionado, motores, antenas, bombas, CFTV, equipamentos eletromecânicos e demais componentes. Relatórios de ensaios da água gelada e de condensação de sistemas de ar condicionado central; Certificado de teste de estanqueidade do sistema de gás; Relatórios de ensaios preditivos, tais como: termografia, vibrações mecânicas, entre outros; Cadastro de equipamentos e máquinas (IBAPE-nacional, 2012). Relembramos aqui as anomalias e falhas que constituem não conformidades que impactam na perda precoce de desempenho real ou futuro dos elementos e sistemas construtivos, e redução de sua vida útil projetada. Podem comprometer, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 portanto: segurança; funcionalidade; operacionalidade; saúde de usuários; conforto térmico, acústico e lumínico; acessibilidade, durabilidade, vida útil, dentre outros parâmetros de desempenho definidos na ABNT NBR 15575. As não conformidades podem estar relacionadas a desvios técnicos e de qualidade da construção e/ou manutenção da edificação. Podem, ainda, não atender aos parâmetros de conformidade previstos para os sistemas construtivos e equipamentos instalados, tais como: dados e recomendações dos fabricantes, manuais técnicos em geral, projetos e memoriais descritivos, normas, entre outros. Vejamos no quadro abaixo a classificação para anomalias e falhas Classificação das: Anomalias Endógena Originária da própria edificação (projeto, materiais e execução). Exógena Originária de fatores externos a edificação, provocados por terceiros. Natural Originária de fenômenos da natureza. Funcional Originária da degradação de sistemas construtivos pelo envelhecimento natural e, consequente, término da vida útil. Falhas De Planejamento Decorrentes de falhas de procedimentos e especificações inadequados do plano de manutenção, sem aderência a questões técnicas, de uso, de operação, de exposição ambiental e, principalmente, de confiabilidade e disponibilidade das instalações, consoante a estratégia de Manutenção. Além dos aspectos de concepção do plano, há falhas relacionadas às periodicidades de execução. De execução Associada à manutenção proveniente de falhas causadas pela execução inadequada de procedimentos e atividades do plano de manutenção, incluindo o uso inadequado dos materiais. Operacionais Relativas aos procedimentos inadequados de registros, controles, rondas e demais atividades pertinentes. Gerenciais Decorrentes da falta de controle de qualidade dos serviços de manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos da mesma. Fonte: IBAPE-nacional (2012). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 UNIDADE 3 – O SEGURO-INCÊNDIO 3.1 Do nascimento ao seguro saúde – breve história Para tratarmos do seguro-incêndio no Brasil, faremos alguns recortes no tempo e no espaço, não alongando na história, apesar de lembrar-lhes que cerca de 2.500 anos antes da Era Cristã, os cameleiros da Babilônia, preocupados com as constantes perdas nas caravanas, instituíram, mediante um acordo, uma forma mutualista de amparar um companheiro prejudicado: se um deles perdesse um animal durante uma das caravanas, fosse por morte ou desaparecimento, receberia outro, pago por todos os demais cameleiros. Mais tarde, procedimento similar veio a ser adotado posteriormente pelos navegadores fenícios e hebreus. No século XII DC, surgiu uma modalidade de seguro chamada de Contrato de Dinheiro a Risco Marítimo, por meio da qual a pessoa denominada financiador emprestava ao navegador o dinheiro correspondente ao valor da embarcação. Se a embarcação se perdesse, o navegador não devolvia o dinheiro emprestado, mas se a embarcação chegasse intacta ao seu destino, o dinheiro emprestado era devolvido ao financiador, acrescido de juros. Esses procedimentos foram passando por um processo de aprimoramento até que, em 1347, surgiu em Gênova – Itália, o primeiro contrato de seguro marítimo, com a emissão da respectiva apólice de seguro. Somente em 1591, na cidade de Hamburgo, surgiu uma grande empresa de seguros denominada “Contrato de Fogo” formada pelos proprietários de cem fábricas de cerveja. Mais tarde, em 1676, a essa empresa se fundiram outras quarenta e seis menores do mesmo gênero, formando-se uma só que se denominou “Caixa de Incêndio da Cidade de Hamburgo”, que foi considerada a primeira empresa de seguros da Europa. Seguiu-se a fundação de empresas de seguros na Inglaterra, na França e nos EUA, e desencadeou-se um vertiginoso desenvolvimento do seguro nessa época, especialmente depois de 1835, ano do grande incêndio de Nova York, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 quando surgiu o costume de se exigir o seguro dos bens do devedor para efeito de crédito bancário. O seguro social foi o último a surgir e o seu berço foi a Alemanha na qual, em 1883, foi promulgada a primeira lei de seguro obrigatório e de caráter social do mundo. Daí, até hoje, o seguro experimentou uma grande evolução, chegando aos nossos dias como a maneira mais justa e prática para compensar as consequências desagradáveis resultantes de imprevistos (CRUZ; SOARES, 2008). 3.2 Surgimento do seguro no Brasil No Brasil, o seguro também se desenvolveu a partir das grandes navegações, tendo como marco a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, por D. João VI. O seguro iniciou-se efetivamente no Brasil, em 1808, na Bahia, com a criação da primeira empresa de seguros denominada Companhia de Seguros Boa Fé, que operava apenas com o seguro marítimo. O Código Comercial Brasileiro regulamentou as operações de seguros de transportes marítimos no Brasil e com o surgimento de novas seguradoras, outros ramos de seguro começaram a aparecer, como o de incêndio, o de vida e o de mortalidade de escravos. A partir de 1860, houve um crescimento das atividades de seguro, com o ingresso das seguradoras estrangeiras no País. Pode-se dizer que a Era Moderna do seguro se iniciou com o Código Civil Brasileiro em 1916, e consolidou-se com o Decreto-lei nº 73, em 1966. O advento do seguro social no Brasil foi marcado com a promulgação da Lei nº 3.724, de 1919, relativa a acidentes no trabalho, mas com a abrangência de benefícios como hoje temos e com a participação de empregados e empregadores, iniciou-se com a chamada “Lei Eloi Chaves”, Lei nº 4.682, de 1923, que criou a “Caixa de Aposentadoria e Pensões” para os trabalhadores das estradas de ferro (CRUZ; SOARES, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 3.3 O seguro-incêndio e o Instituto de Resseguros do Brasil O seguro de incêndio no Brasil, de uma forma organizada, teve sua origem no final do século XIX. As seguradoras que atuavam no país naquela época (em especial, as de origem inglesa) trouxeram para o Brasil conceitos que já eram adotados na Europa e contribuíram decisivamente para o desenvolvimento desse seguro em nosso país. As seguradoras obtinham sua licença de operação por meio de decretos imperiais. Muitas dessas seguradoras mantinham em seus escritórios um quadro reproduzindo o decreto assinado por Dom Pedro II, autorizando a operação da seguradora em nosso país. Algumas dessas seguradoras operam em nosso mercado até hoje (CRUZ; SOARES, 2008). As tarifas originais eram cópias adaptadas daquelas vigentes na Inglaterra e suas taxas eram fixadas em frações ordinárias, ou seja, umseguro de uma residência tinha sua taxa fixada em 1/8% (ou 0,125%). Já algumas atividades industriais tinham suas taxas afixadas em 3/8% (ou 0,375%) e assim por diante. Aliás, até meados do século XX, um dos requisitos fundamentais para a contratação de funcionários por uma seguradora era o profundo conhecimento de frações. Se o candidato não fosse bom no assunto, ele não seria admitido. Esse conceito só foi abandonado quando da introdução da Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil. Entre as seguradoras nacionais que surgiram com o tempo, talvez a mais antiga seja a Argus Fluminense, que teve sua origem na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Essa companhia sobreviveu até recentemente, quando foi adquirida por outro grupo financeiro dando origem à operação brasileira da Chubb, conceituada seguradora do mercado norte-americano (CRUZ; SOARES, 2008). Foi durante o século passado que o seguro-incêndio se desenvolveu. Surgiu a figura do cosseguro, ou seja, um procedimento pelo qual se permitia dividir o valor segurado, e o correspondente prêmio de seguro, entre uma seguradora líder (que emitia a apólice pelo valor total) e outras seguradoras participantes. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 Com isso, evitava-se que, no caso de uma grande perda, a seguradora líder tivesse dificuldades para pagar a indenização, que, entretanto, só era efetuada após a coleta da parcela do seguro assumida por cada companhia participante. As tarifas eram diferenciadas em cada Estado do Brasil. A tarifa de seguro- incêndio do Estado de São Paulo, por exemplo, já apresentava conceitos modernos para seleção de riscos, sendo que suas taxas eram especificadas em frações ordinárias, variando de acordo com a periculosidade de cada atividade industrial e comercial. De um modo geral, as taxas variavam de 1/8% até 3%, mas existiam fatores que as modificavam, conforme aplicação de cláusulas limitativas para certas atividades, tais como: Cláusula 1 ou 1-A Eram aplicáveis praticamente a todas as atividades e limitava a quantidade de inflamáveis que poderia existir em um risco comercial ou industrial. Tal cuidado tinha sua razão de ser, pois, durante a Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945), a guarda de estoque de gasolina em garagens ou em estabelecimentos foi uma prática generalizada em todo o Brasil. Cláusula 2 Permitia o uso e armazenamento de maior quantidade de inflamáveis, porém com um sensível acréscimo nas taxas. Existiam ainda outras condições especiais, ou seja, a concessão do desconto de 10% para os riscos localizados em prédios de construção superior (as construções com paredes de alvenaria e cobertas com laje de concreto). No oposto, existiam adicionais para os prédios de construção mista (aqueles que tivessem até 25% de sua construção em madeira) ou inferior (aqueles que fossem construídos em material combustível e que assim tinham suas taxas agravadas em 100%). Já os prédios comuns, designados como construção sólida, não sofriam aplicação de qualquer adicional em suas taxas, a menos que providos de mais de três pavimentos, quando sofriam um adicional de altura estipulado em 10%. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 Cruz e Soares (2008) contam ainda que as atividades industriais no Brasil eram bastante limitadas, com preponderância para as atividades de transformação (beneficiamento de café, algodão, arroz, entre outros), ou ainda produção de artigos de metal ou madeira. Na época, uma das empresas de maior destaque no Brasil eram as Indústrias Matarazzo, que produziam quase tudo que se possa imaginar, desde óleos vegetais, tecidos e produtos de limpeza, até cimento, cigarros e produtos alimentícios. Aliás, a Matarazzo (como era conhecida por todos) era tão grande, que possuía uma pequena refinaria de petróleo para produção dos combustíveis utilizados pelos veículos da empresa. Mas talvez a maior preocupação dos seguradores da época fosse com os riscos de algodão, na época uma das duas principais riquezas do Estado e que era regida por uma tarifa especial, a famosa NTA (Normas Tarifárias de Algodão). Essa tarifa era bastante seletiva e para determinação de taxas, aplicavam-se conceitos de proteção e segurança, tais como: variação de taxas para as usinas situadas a menos de 30 metros de linhas férreas a vapor; rigoroso critério de separação de riscos (paredes corta-fogo); critérios definidos para peso e tamanho dos fardos de algodão; diferenciação entre tulhas abertas ou fechadas; existência de meios de proteção contra incêndio, por extintores, hidrantes e até mesmo por tambores, contendo água e baldes. Por curiosidade, os extintores geralmente utilizados e requeridos pelas normas eram de tipos que não mais existem (soda ácido e tetra cloreto de carbono). Até os anos 40, extintores de gás carbônico eram uma raridade; aplicação de adicionais para os locais de depósito que contassem com valores acima de um limite suportável. Essa tarifa teve validade até meados de 1960 e ainda hoje é considerada um exemplo de como o seguro de incêndio influenciou a construção e a operação de Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 usinas de algodão, melhorando suas condições de risco, não apenas no Estado de São Paulo, mas em todo o país (CRUZ; SOARES, 2008). Quanto ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), foi criado em 1954, durante o governo de Getúlio Vargas e representou uma grande melhoria para o mercado nacional, pois por meio de conceitos técnicos, o IRB determinava o valor máximo que uma seguradora poderia reter na cobertura de incêndio, absorvendo a diferença entre esse valor e o total do valor em risco (valor segurável). A criação do IRB evitou a remessa de coberturas para o mercado inglês (e, consequentemente, de prêmios de seguro), permitindo que fossem mantidos no Brasil os excedentes que normalmente não poderiam ser cobertos pelas seguradoras. O IRB criou o Manual de Resseguro Incêndio, considerado um marco na classificação de riscos, que continha rubricas específicas para todos os tipos de atividades existentes no país. O manual indicava fatores de agravamento de acordo com a ocupação do risco que variavam da classe 1 (moradias, escritórios) até a classe 13 (riscos envolvendo explosivos). De um modo geral, a maioria das atividades industriais encaixava-se nas classes de ocupação 3, 4 ou 5. O fator básico para determinar o limite de resseguro era o LOC – letras iniciais de Localização, Ocupação e Construção – empregado, até hoje, pelo mercado para avaliar riscos seguráveis. Para compor o LOC, consideram-se os seguintes elementos: localização – de 1 a 4, de acordo com a qualidade e quantidade de meios públicos de proteção existentes em cada área ou localidade; ocupação – graduação pontual, que indica o grau de risco da atividade exercida pelo segurado; construção – de 1 a 4, dependendo do tipo de construção do local segurado, ou seja, construção superior, sólida, mista ou inferior. A combinação desses três fatores, em conjunto com as condições de isolamento da área, determinava o quanto uma seguradora poderia reter para cobertura de incêndio. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã- 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 No caso de riscos de grandes proporções, o IRB fornecia uma tabela de classificação, que era rigorosamente seguida pelas seguradoras, já que o resseguro, no passado, era feito para cada risco isolado (ou seja, com base no valor de cobertura de cada edifício isolado dentro de um mesmo complexo industrial). Com a criação do IRB, o mercado segurador brasileiro obteve sua maioridade. Os limites de retenção das seguradoras eram determinados de acordo com suas reservas, evitando assim a falência de companhias de seguro no caso de ocorrência de grandes sinistros. Também foi criada uma disciplina para os critérios de avaliação e seleção de riscos. O IRB foi também um importante centro para criação de talentos e seus funcionários apresentavam notável conhecimento de riscos e seguros (CRUZ; SOARES, 2008). Fazendo novo recorte no tempo, em 2007, foi sancionada a Lei Complementar nº 126, que dispõe sobre a política de resseguro, retrocessão e sua intermediação, as operações de cosseguro, as contratações de seguro no exterior e as operações em moeda estrangeira do setor securitário; altera o Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e a Lei nº 8.031, de 12 de abril de 1990; e dá outras providências. (OBS.: O decreto nº 6499/2008, dispõe sobre o limite máximo de cessão e retrocessão a resseguradoras eventuais de que trata o § 1º do art. 8º da Lei Complementar n. 126). Resumidamente, as regras aplicáveis são as seguintes: os resseguradores locais estarão sujeitos à fiscalização e supervisão dos Órgãos Reguladores de Seguros, consideradas as peculiaridades técnicas, contratuais, operacionais e de risco da atividade de cada uma dessas empresas; o ressegurador admitido ou eventual deverá atender aos seguintes requisitos mínimos para estar apto a realizar suas atividades no Brasil: - estar constituído, segundo as leis de seu país de origem, para subscrever resseguros locais e internacionais nos ramos em que pretenda operar no Brasil e que tenha dado início a tais operações no país de origem, há mais de 5 (cinco) anos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 - dispor de capacidade econômica e financeira não inferior à mínima estabelecida pelo órgão regulador de seguros brasileiro. - ser portador de avaliação de solvência elaborada por agência classificadora reconhecida pelo órgão fiscalizador de seguros brasileiro, com classificação igual ou superior ao mínimo estabelecido pelo órgão regulador de seguros brasileiro. Cuoghi (2006), em sua dissertação de Mestrado “Aspectos de análise de risco das estruturas de concreto em situação de incêndio”, explica que o seguro foi criado com o objetivo de servir como uma ferramenta que progressivamente se aperfeiçoa para restabelecer o equilíbrio perturbado pelo sinistro, atendendo total ou parcialmente a estas necessidades de reparo ou recomposição de danos que possam gerar algum prejuízo nas mais diversas atividades envolvendo o homem e a sociedade como um todo. Ele destaca que o seguro incêndio visa primordialmente a segurança patrimonial e não a segurança à vida, na medida em que o objeto do contrato do seguro incêndio é o patrimônio do segurado. Cabe ressaltar, entretanto, que o aumento do nível de proteção provocado pelo seguro incêndio indiretamente provoca um incremento de segurança à vida. A legislação de segurança contra incêndio possui como objetivo principal a segurança a vida dentro do edifício. Esta diferença de foco entre o seguro e a legislação pode criar, em alguns casos, divergências no tratamento da questão risco de incêndio em edifícios. Por definição, o seguro incêndio é o ramo do seguro que tem por objetivo atenuar o prejuízo, decorrente de um sinistro incêndio coberto em uma apólice de seguros, que um edifício ou instalação venha a sofrer. Por exemplo, pode-se citar uma indústria que deseja realizar o seguro contra incêndio de suas instalações. É necessário, preliminarmente, que exista um padrão mínimo de segurança contra incêndio e um plano de mitigação de riscos de incêndio para que esta empresa “se torne um risco aceitável” pelas Companhias Seguradoras. Explicando-se de uma outra forma, as Seguradoras exigem das empresas e das pessoas que compram seguro um padrão mínimo de segurança, sem o qual estas pessoas e empresas não conseguem comprar seguro. Nesta medida, '“risco Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 aceitável” é, por exemplo, um determinado edifício que cumpre regras mínimas de segurança contra incêndio, exigidas pelas seguradoras. As regras exigidas pelas seguradoras podem ser, em alguns aspectos (principalmente com relação à segurança patrimonial), mais severos que a legislação contra incêndio. Desta forma, o seguro incêndio apresenta duas dimensões importantes: a) Contribui para a segurança contra incêndio na medida em que suas normas exigem a existência de sistemas de proteção contra incêndio e as seguradoras realizam inspeção nos edifícios anualmente, gerando relatórios que apontam deficiências na prevenção de incêndios dentro destes edifícios. b) Contribui para o meio social na medida em que dá suporte à continuidade da atividade da empresa e, por consequência, ajuda a manter os empregos oferecidos pela mesma (CUOGHI, 2006). 3.4 Matriz de Sinistralidade A Matriz de Sinistralidade é uma importante ferramenta para enquadramento de riscos/bens segurados dentro de uma Seguradora. A partir da análise da Matriz de Sinistralidade, a Seguradora irá se posicionar sobre a realização ou não de determinado seguro, ou até mesmo sobre a aplicação de algum desconto sobre o prêmio de seguro incêndio. Desta forma, a Matriz de Sinistralidade relaciona a frequência de ocorrência de alguns eventos (por exemplo: incêndio) com a severidade dos mesmos. Severidade, neste caso, refere-se aos prejuízos decorrentes do evento em questão, no exemplo dado: incêndio (CUOGHI, 2006). O autor acima, que é especialista em seguros, trabalhou em sua dissertação, a análise da Matriz de Sinistralidade somente para riscos de incêndio em um edifício, porém, ela pode ser estendida para qualquer tipo de construção ou instalação e também para qualquer tipo de evento, por exemplo, inundação, ciclones, terremotos, entre outros. Os edifícios podem ser classificados em quadrantes A, B, C e D da Matriz de Sinistralidade, de acordo com a ilustração abaixo. O quadrante A representa o Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 conjunto de edifícios com menor frequência de ocorrência de sinistros de incêndio, porém, com maior severidade e, consequentemente, maiores danos resultantes do incêndio. Neste caso, as empresas estão propensas a realizar o seguro quando, através de uma avaliação de riscos, as mesmas detectam a possibilidade de que um evento de incêndio seja severo e traga, portanto, grande prejuízo material. Para um edifício que sirva de depósito de material combustível, porém com a presença de bons sistemas de proteção contra incêndio, o mesmo se enquadra no quadrante “A”, porque, se existir o incêndio, a possibilidade de que ele seja severo e traga grande prejuízo material é bastante grande. Matriz de sinistralidade Por sua vez, as Seguradoras aceitam riscos que possuam a característica do quadrante A porque a frequência de ocorrênciade sinistros de incêndio para este grupo é baixa, ou seja, a Seguradora realizará, em princípio, poucas indenizações. Portanto, esta baixa frequência permite um equilíbrio financeiro das Seguradoras, ou seja, do montante total de prêmio que elas arrecadam, em linhas gerais, somente uma parte será destinada ao pagamento de sinistros. Quando um determinado edifício é classificado no quadrante B, significa que a severidade dos incêndios ocorridos é grande e a frequência em que eles ocorrem também é grande. Pode-se citar, como exemplo, de um edifício que se enquadre nesta situação, um depósito de artigos de papel, que possui, portanto, grande carga de incêndio e não possui sistemas de proteção contra incêndio (extintores, hidrantes Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 ou sprinklers). Além disso, não existe compartimentação no edifício, o que facilita a propagação do fogo e as instalações elétricas estão em estado precário de manutenção. Neste caso específico, qualquer fonte de ignição pode gerar um incêndio de grandes proporções. Provavelmente, os responsáveis pelo depósito desejem realizar seguro contra incêndio do mesmo porque a severidade de um evento desta natureza seria muito grande, porém, dificilmente existirá uma Seguradora que aceite realizar o seguro de incêndio deste depósito devido a grande probabilidade ou grande potencial para início de um incêndio de grandes proporções. No quadrante C estão classificados aqueles edifícios que possuem baixa probabilidade de ocorrência de incêndios severos e, também, baixa frequência de sinistros ou baixo potencial para início e propagação de um incêndio. Estão classificados neste quadrante, aqueles edifícios com bom projeto de segurança contra incêndio: proteção passiva das estruturas, concepção arquitetônica adequada (compartimentação dos ambientes, utilização de paredes e portas corta-fogo, entre outros) e sistemas de proteção contra incêndio (extintores, hidrantes, sprinklers, alarmes de incêndio, entre outros) em bom estado de conservação. Nestes edifícios, o risco ou a probabilidade de início de um incêndio é baixo, e se ele ocorrer também é baixa a probabilidade que ele se propague por todo ou uma parte considerável do edifício. Portanto, neste caso, a frequência e a severidade são baixas. Para estes edifícios, os gerenciadores de risco não estão propensos a realizar seguro contra incêndio, ou requerem algum desconto sobre o prêmio de seguro, uma vez que a possibilidade de sinistros é remota. Por sua vez, as Seguradoras estão propensas a oferecer seguro contra incêndio para estes edifícios, e, geralmente, oferecem um desconto sobre o prêmio de seguro, uma vez que a possibilidade de que elas absorvam um prejuízo decorrente de um sinistro de incêndio também é remota. O último quadrante (D) apresenta uma situação em que a frequência se eleva, porém a severidade permanece baixa. Neste caso, o risco de início de incêndio, dentro da edificação, é relativamente alto, sendo as suas consequências, em princípio, não tão danosas. Portanto, dentro deste cenário, os gerenciadores de Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 risco estão propensos a realizar o seguro devido à frequência de ocorrências de sinistros. A Seguradora, por sua vez, aceita realizar o seguro, porém estabelece uma franquia mínima, ou seja, uma participação do segurado na absorção dos prejuízos em cada sinistro ocorrido. Desta forma, na situação do quadrante D, a Seguradora, ao estabelecer uma franquia mínima para diminuir o pagamento de pequenas indenizações, torna menos interessante para os gerenciadores de risco a compra de um seguro contra incêndio (CUOGHI, 2006). Enfim, a questão do seguro incêndio é uma via de mão dupla, onde segurado e segurador caminham sob uma “corda bamba” e muitas são as ponderações para que seja incluído no “negócio”. Para aqueles que pretendem enveredar por esse caminho, sugere-se a leitura da dissertação de Cuoghi que tem muito a contribuir. Matéria de interesse A título de enriquecimento e para desmistificar a ideia de que estruturas em aço encarecem o seguro incêndio de um edifício, o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) ouviu o engenheiro e especialista em seguros Ricardo Cuoghi, membro da Comissão de Riscos de Engenharia da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). De acordo com ele, estruturas em aço não encarecem o valor do prêmio do seguro incêndio da edificação. Os parâmetros de seguro que se referem à estrutura de um edifício estão relacionados ao caráter combustível ou incombustível dessa estrutura. Aço e concreto são materiais incombustíveis, portanto são estruturas normalmente aceitas pelas seguradoras. Conforme Cuogi, muitas seguradoras internacionais atuam no Brasil com critérios de aceitação de risco muito similares dentro e fora do país. Ele atribui a falsa informação de que o aço encarece o seguro ao fato de estruturas compostas por esse material serem mais utilizadas no setor industrial, onde abrigam atividades que apresentam maior risco de incêndio. O cálculo do valor do seguro incêndio não depende de um aspecto do edifício isoladamente. Conforme a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil (TSIB), três parâmetros são essenciais no cálculo do prêmio: localização, ocupação e Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 construção. Representados pela sigla LOC, esses três fatores compõem a base para o cálculo desse valor. No que se refere à localização, é considerado para fins de cálculo de seguro de incêndio, por exemplo, a presença de um Corpo de Bombeiros próximo ao edifício. As cidades são classificadas de acordo com sua localização numa tabela que vai de risco 1 (cidades melhor atendidas por Corpo de Bombeiros) a risco 4 (regiões isoladas). O fator ocupação consiste na destinação de um edifício, ou seja, o tipo de atividade desenvolvida em seu interior. Isso significa que edifícios que abrigam atividades que envolvam materiais ou equipamentos inflamáveis, por exemplo, podem ter o valor de seu seguro incêndio agravado. A carga do incêndio está ligada diretamente à ocupação do edifício. O parâmetro construção considera a composição da estrutura do edifício. Isto é, se o material é combustível ou incombustível. Considerados como materiais não combustíveis, aço e concreto se enquadram no mesmo patamar de risco, não havendo distinção de valor do seguro em decorrência do uso de um ou de outro. As seguradoras não analisam somente a estrutura isoladamente, mas sim um conjunto de fatores que aumentam ou diminuem a probabilidade e extensão de um incêndio, o que se reflete na aceitação ou não de um determinado edifício, bem como no custo do seguro incêndio, conclui Ricardo Cuoghi (CBCA, 2014). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 28 UNIDADE 4 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE Na literatura pesquisada por Venezia (2011), até o século XIX, não foram encontrados relatos de projetos hospitalares que pensassem especificamente as questões de segurança contra incêndio no desenvolvimento do projeto arquitetônico. O incêndio era um evento trágico, quepoderia ocorrer em diversos locais, tais como hospitais, escolas, igrejas. Não havia uma política organizada de prevenção; apenas eram consideradas medidas para extinguir o fogo o mais rápido possível. A preocupação com a segurança contra incêndio, enquanto medida de prevenção e parâmetro normativo para projetar edificações com um nível mínimo de segurança, é uma questão recente, que se iniciou há aproximadamente um século (VENEZIA, 2011). Um exemplo dessa preocupação é a fundação da NFPA - National Fire Protection Association. A NFPA surgiu nos EUA, em 1895, e se tornou, no decorrer do século passado, uma associação de âmbito internacional, que visa a proteção da vida, elaborando e defendendo códigos e normas, promovendo pesquisas, formação e educação na área. A NFPA, atualmente, possui mais de 75 mil membros em 100 nações, e 300 códigos e normas, estabelecendo critérios para projetos, construção, serviços e instalação de segurança contra incêndio. Os códigos mais utilizados são: NFPA 1: Fire Prevention Code, NFPA 54: National Fuel Gas Code, NFPA 70: National Electric Code e o NPFA 101: Life Safety Code. Venezia (2011) enfatiza que o interessante no NFPA 101: Life Safety Code (NFPA, 2009), é que esse código contempla um capítulo de exigências de segurança contra incêndio específico para edificações hospitalares novas e existentes, exigências essas a serem seguidas na elaboração de projetos hospitalares. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 Para se ter ideia das dimensões das perdas que podem ocorrer em um incêndio hospitalar, basta lembrar alguns exemplos. No século XX, há registro de três grandes incêndios em hospitais dos Estados Unidos. Um incêndio ocorreu em Cleveland Clinic (Ohio), em 1929, causando 125 mortes. Outro ocorreu no St. Anthony Hospital (Illinois), em 1949, matando 74 pessoas. Um outro incêndio aconteceu no Mercy Hospital (lowa), em 1950, registrando 41 mortes. Devem ser somados ainda, às perdas humanas, os prejuízos financeiros diretos causados pela destruição do edifício ou parte dele e os prejuízos financeiros indiretos causados pela paralisação das atividades no edifício. No caso de hospitais, destaca-se, ainda, a existência de setores de onde as pessoas internadas não podem ser facilmente deslocadas, havendo, portanto, a necessidade de um maior nível de proteção contra incêndio. Há pacientes no hospital que não apresentam autonomia suficiente para abandonar o edifício sem assistência. Um incêndio de grandes proporções dentro de um hospital pode vir a ser catastrófico, pois, além das pessoas com dificuldade de locomoção, há aquelas que não podem ser retiradas do edifício em função do seu estado crítico de saúde (VENEZIA, 2011). Há, ainda, a questão da grande quantidade de material combustível contida em um hospital. Deve-se, também, pensar nos riscos gerados pelas instalações elétricas para os equipamentos médicos, nos gases medicinais como o oxigênio e óxido nitroso, nas atividades desenvolvidas em locais como lavanderias e cozinhas. Além disso, as áreas de instalações de apoio, como as caldeiras, os geradores, as estações elétricas, entre outras, que também são encontradas nesse tipo de edificação, e possuem alto risco de incêndio. Portanto, em função da grandeza que o edifício hospitalar tomou no século XX, a segurança contra incêndio passou a ter uma grande importância, ao se considerar a necessidade de proteger e salvar os ocupantes, os equipamentos e o espaço em si. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 Uma das formas para que a segurança contra incêndio se desenvolva com o nível adequado consiste em ter-se projetistas com um bom conhecimento acerca do assunto, tendo o suporte de legislações confiáveis e atualizadas. Venezia e Ono (2013) ponderam que na maioria dos casos, no que se refere a projetos hospitalares, a segurança contra incêndio é tratada pelos projetistas como uma obrigação legal ou cartorial a ser cumprida, sem que haja o questionamento do nível de segurança mais apropriado para a edificação em questão, baseando-se apenas nos parâmetros que a legislação impõe. Qualquer edifício hospitalar a ser edificado, por exemplo, no município de São Paulo, no que se refere à segurança contra incêndio, deve atender ao Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – COE (SÃO PAULO, 1992) –, o Decreto Estadual 56.819/2011 (SÃO PAULO, 2011) do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (que substitui o Decreto Estadual 46.076/2001), e a RDC N°50 – Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2002) (VENEZIA; ONO, 2013). Não é apenas o edifício hospitalar que se modificou no decorrer da história, mas também os projetistas envolvidos no processo, pois eles passaram a ter de dominar os mais diversos assuntos, dentre eles a segurança contra incêndio, para que a edificação pudesse atender o nível de complexidade dos dias atuais. A complexidade funcional dos edifícios hospitalares atuais tem-se refletido diretamente na arquitetura do edifício, sobretudo através do significativo aumento da área construída. “No início do século XX, os hospitais gerais britânicos tinham um pouco mais de 20 m2 por leito, dobrando para 40 m2 por leito entre as duas Grandes Guerras, e atingindo 70 m2 por leito na década de 1970 [...]” (MIGUELIN apud SOUZA, 2008, p. 68). Esse acréscimo de área construída na edificação hospitalar tem um forte impacto na segurança contra incêndio, pois possibilita a maior chance de ocorrência de um princípio de incêndio com potencial para se transformar em um incêndio de grandes proporções. Com base na literatura pesquisada, as questões elencadas no quadro a seguir, mostram o aumento da complexidade nos edifícios hospitalares, que acaba Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 por influenciar diretamente na segurança contra incêndio, em função do aumento de riscos que tal complexidade abrange (VENEZIA, 2011). Complexidade dos edifícios hospitalares sob o aspecto da segurança contra incêndio Fator de complexidade Interface com a segurança contra incêndio Diversidade de pacientes com diferentes graus de mobilidade, enfermidades e restrições visuais, auditivas, entre outros. Diferentes tipos de paciente podem apresentar velocidades distintas de locomoção, sendo que alguns podem necessitar de assistência para deixar o edifício. Para alguns pacientes internados, não existe a possibilidade de evacuação segura para o exterior em tempo hábil. Portanto, deve-se ter áreas de refúgio e compartimentações adequadas ao risco de incêndio envolvido. Diversidade de público: funcionários e visitantes. Em alguns casos, horários fixos para visitação dos pacientes. Parte considerável do público pode não estar familiarizada com o edifício. Deve haver controle de população para que não exceda a capacidade dos meios de saída. Diversidade de fluxos, muitas vezes conflitantes (pacientes, lixo, roupa, medicamentos, coletas, exames, documentos, mantimentos, produtos de higiene e limpeza, entre outros). Estabelecimento do fluxo de materiais combustíveis e do fluxo de pessoas dentro do edifício, utilizando as compartimentações adequadas nos ambientes, para que um incêndio não tomegrandes proporções. Diversidade de ocupações e funções: médica, cirúrgica, de hotelaria, de escritório, de farmácia, de lavanderia, de laboratório, de restaurante, de auditório, entre outras. Setorização adequada das ocupações dentro do edifício proporciona que cada zona seja tratada de acordo com o risco de incêndio esperado. Recursos financeiros limitados e altos custos. Falta de recursos pode gerar situações desfavoráveis à segurança contra incêndio. Funcionamento contínuo: 24 horas por dia. Funcionamento contínuo do edifício exige manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de segurança e presença de brigada de incêndio treinada o tempo todo. Edificações de grande porte, muitas vezes antigas, necessitando de atualizações constantes e manutenção. Localização dos hospitais na malha urbana (normalmente os hospitais estão edificados na Períodos de reformas e atualizações tornam o edifício especialmente vulnerável em relação ao risco de incêndio. Garantir duas vias muito bem estabelecidas: a de saída de pessoas e a de entrada dos bombeiros para que não haja conflito de fluxos em situação de incêndio. Implantação do edifício pode não favorecer a aproximação das viaturas de bombeiros para intervenção externa. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 malha urbana, com típicos problemas urbanos: poluição (sonora, ar, entre outros), falta de espaço para expansão física e de infraestrutura). Materiais de acabamento lisos e laváveis possibilitando conforto acústico. Especificação adequada de materiais de acabamento levando- se em consideração suas características de reação ao fogo (nível de combustibilidade, facilidade de ignição e de propagação de chamas, entre outras). Possibilidade de visualização do paciente, porém mantendo sua privacidade. Considerar a compartimentação segura dos ambientes em função do risco esperado de incêndio. Criação de ambientes seguros e assépticos, porém mantendo uma atmosfera familiar, aconchegante e agradável. Especificação adequada de materiais de acabamento. Fonte: Venezia (2011, p. 59-60). Por essas razões, podemos fazer as seguintes inferências: o processo de planejamento e projeto de hospitais caracteriza-se por um trabalho onde critérios tangíveis e objetivos – especificidades das atividades de assistência, assepsia, controle de infecção, prevenção contra incêndio, investimento disponível e outros – opõem-se a fatores mais subjetivos – espaços acolhedores, confortáveis e atrativos, escolha de materiais, qualidade de acabamentos e outros; o desafio do arquiteto é ser capaz de manipular esses elementos, muitas vezes conflitantes, de modo a formar um todo harmonioso e coerente. A solução está em abordar o problema de planejamento e de projeto através de uma estratégia com foco bem definido, de forma a clarear o caminho na busca por um produto que respeite a escala humana, dentro de um ambiente altamente tecnológico (FOQUE; LAMMINEUR, 1995 apud MENDES, 2007 p.73). Portanto, deve-se entender que a segurança contra incêndio, juntamente com outros fatores de igual importância, deve ser pensada e inserida no decorrer do Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 desenvolvimento do projeto hospitalar, e deve ser mantida e atualizada no decorrer da vida útil do edifício (VENEZIA, 2011). O edifício hospitalar também deve ser construído tendo como norteador um plano diretor com metas de crescimento e expansibilidade, no qual deve estar prevista a adequação da segurança do edifício em função das modificações previstas nesse plano. Segundo Karman (1997), “o plano diretor funciona como um fio condutor, um instrumento ordenador que garante a integridade do conjunto, no passado, no presente e no futuro”. Sugere-se também, o uso do Método de Avaliação de Risco Incêndio Hospitalar (MARIH), que pode ser visto como uma ferramenta no projeto, elevando o nível de segurança contra incêndio nas edificações hospitalares e demonstrando aos projetistas e aos empreendedores a importância da segurança contra incêndio dentro desse processo. O Método de Avaliação de Risco Incêndio Hospitalar (MARIH) utiliza dez critérios para classificar o risco: 1) Critério função (Fn) – projeta as consequências de um incêndio que interferem na atividade principal da organização, ou seja, na normalidade das rotinas desenvolvidas no local. 2) Critério substituição (Sb) – avalia qual o impacto do incêndio sobre os bens materiais, ou seja, com que nível de dificuldade o conteúdo atingido pode ser substituído. 3) Critério profundidade (Pf) – avalia a perturbação sensitiva dos ocupantes, uma vez materializado o risco, no local do risco e o impacto que o incêndio pode causar à imagem da organização. 4) Critério extensão (Ex) – avalia o alcance e a extensão que o dano pode vir a causar ao local analisado e suas áreas interdependentes, em razão do tempo de paralisação da atividade principal da área analisada. 5) Critério carga incêndio (Ci) – avalia a quantidade de material combustível encontrada na área analisada. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 6) Critério vulnerabilidade (Vu) – avalia as perdas causadas pela consolidação do incêndio no âmbito financeiro, considerando perdas de equipamentos, insumos e o custo da paralisação das atividades desenvolvidas na área analisada. 7) Critério sobrevivência local (Sv) – avalia a possibilidade dos ocupantes da área analisada abandonarem o local sem grandes prejuízos à sua integridade física. 8) Critério sobrevivência externa (Sx) – avalia a facilidade dos ocupantes das demais áreas da edificação hospitalar, que não a área propriamente analisada, abandonar a edificação sem grandes prejuízos à sua integridade física. 9) Critério probabilidade intrínseca (Pi) – avalia a possibilidade do incêndio vir a acontecer, tendo em vista as características físicas e conjunturais da área analisada da edificação hospitalar. 10) Critério probabilidade externa (Px) – avalia o risco de incêndio de origem externa, tendo em vista as características físicas e conjunturais do entorno do hospital. Para cada área hospitalar são atribuídos em cada um desses critérios valores que variam dentro da pontuação de 1 a 5. É importante esclarecer que o método aqui proposto é um método qualitativo, que depende do conhecimento e experiência do avaliador. Em virtude disso, o Método de Avaliação de Risco Incêndio Hospitalar (MARIH) é melhor aplicado quando os profissionais envolvidos no projeto detêm um bom conhecimento acerca das questões de segurança contra incêndio (VENEZIA; ONO, 2013). De certa forma, o MARIH – independentemente de sua aplicação – pode ajudar na conscientização dos projetistas quanto à problemática da segurança contra incêndio nas edificações de grande porte e complexidade. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 UNIDADE 5 – INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS-GARAGEM Um dos principais problemas dos grandes centros urbanos é a falta de vagas para estacionamento de veículos nas ruas, devido ao exponencial aumento do número de veículose à falta de uma estrutura viária que permita ao usuário utilizar o transporte público. Uma alternativa para a ampliação das áreas de estacionamento nas regiões de alto fluxo de veículos é a utilização de edifícios-garagem, que garantem um número muito maior de vagas, além de aumentar significativamente a lucratividade para o investidor. A flexibilidade da estrutura metálica oferece a possibilidade de múltiplas montagens e desmontagens, possibilitando a utilização de edifícios- garagem mesmo em terreno alugados, já que podem ser desmobilizados sem acarretar perda de material. Em 1925, surge o primeiro edifício-garagem, na cidade de Berlim, Alemanha, onde os veículos eram transportados para os pisos superiores por meio de elevadores. Entretanto, somente após a segunda guerra mundial, nos anos 50, iniciou-se a construção sistemática de edifícios-garagem na Europa. No Brasil, o primeiro edifício-garagem foi construído em 1954, na cidade de São Paulo. O número de veículos tem crescido rapidamente nas ultimas décadas, passando de pouco mais de 425 mil, em 1950, para 3,1 milhões na década de 70 e chegando a mais de 54 milhões de automóveis em 2010, segundo dados do DENATRAN. Este crescimento está associado ao desenvolvimento do país que, principalmente a partir de 1995, passou a experimentar uma estabilização econômica e consequente diminuição da inflação. A cidade de São Paulo possui a maior concentração de veículos, com 6,6 milhões de veículos para uma população de 10,4 milhões de habitantes; uma média de 1,5 habitantes por veículo (BEVILAQUA, 2010). Atualmente, as empresas de estacionamento exploram os últimos espaços nas áreas centrais das cidades. Estas áreas são, em sua maioria, subaproveitadas Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 com estacionamentos térreos. A utilização de edifícios-garagem permite um aumento do número de vagas e faturamento, que pode chegar a 3 vezes ou mais. Em se tratando da utilização de edifícios-garagem em aço, são várias as vantagens, além de sabermos que os custos com incêndios em aço são baixos: edifícios-garagem com vigas e pilares em aço podem ser montados, desmontados e remontados com agilidade e sem perda de material. Os terrenos frequentemente são locados, não justificando altos investimentos imobilizados; a utilização de edifícios-garagem permite maior aproveitamento das áreas dos terrenos, já que a cada pavimento adicional pode-se dobrar o número de veículos estacionados. Isto implica em maior rendimento para o empreendedor; estacionamentos cobertos oferecem maior segurança aos veículos, evitando acidentes e perdas financeiras por intempéries e assaltos; a estrutura metálica é uma opção com baixo custo de manutenção, além da flexibilidade para ampliações; um edifício-garagem em aço possui prazo de obra muito curto, já que a fabricação das peças ocorre fora do canteiro de obras, ao mesmo tempo em que a fundação é executada. A montagem é rápida e não há necessidade de espaço de armazenamento das peças. Os edifícios-garagem podem ser divididos em 3 grandes grupos: os edifícios com rampas de acesso aos veículos, edifícios com elevadores que movimentam os veículos entre os pavimentos e edifícios-garagem automatizados, onde não há a necessidade de corredores de acesso e a movimentação dos veículos é feita por dispositivos hidráulicos. Segundo Bevilaqua (2010), a escolha do tipo de rampa depende das características do terreno e disponibilidade de espaço para as manobras. Para garantir uma operação mais segura no acesso dos veículos, as rampas de subida e descida dos veículos devem ser separadas. A declividade máxima é de 20%. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 Quanto à proteção ao fogo, a estrutura em aço necessita ser devidamente tratada para que não ocorram problemas durante a vida útil do empreendimento. Na maior parte dos edifícios-garagem de pequeno e médio porte, a proteção contra corrosão corretamente especificada será suficiente para garantir um bom desempenho durante a vida útil do projeto. A NBR 14432:2001 “Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações - Procedimento”, em seu Anexo A, prescreve a isenção de resistência ao fogo para edificações pertencentes às divisões G-1 (garagem automáticas) e G-2 (garagem coletivas sem automação, em geral, sem abastecimento) pertencentes às classes P1 a P3 (com altura < 23 m) desde que sejam atendidos os seguintes critérios: a edificação deve ser considerada aberta lateralmente: deve haver ventilação permanente em duas ou mais fachadas externas, provida por aberturas que possam ser consideradas uniformemente distribuídas e que tenham comprimentos em planta que somados atinjam pelo menos 40% do perímetro e áreas que somadas correspondam a pelo menos 20% da superfície total das fachadas externas; ou ventilação permanente em duas ou mais fachadas externas, provida por aberturas cujas áreas somadas correspondam a pelo menos 1/3 da superfície total das fachadas externas e pelo menos 50% destas áreas abertas situadas em duas fachadas opostas. Estacionamentos estruturados em aço, isentos de proteção contra fogo, não necessitam de proteção especial além daquela necessária às estruturas expostas em ambientes considerados como sendo de média agressividade. No Estado de Goiás, o Código de Segurança contra incêndio e pânico dispõe no Capítulo VI, o seguinte para prevenção em edifícios-garagem. Seção I - Das definições Art. 41 - Edifício-garagem é aquele que, dotado de rampas ou elevadores, se destina, exclusivamente, a estacionamento de veículos. Art. 42 - Pavimento ou parada é a totalidade de área em um mesmo nível, situada no subsolo, solo ou elevada. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@ucamprominas.com.br ou diretoria@ucamprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 Seção II - Da construção Art. 43 - Todo edifício-garagem, com qualquer número de pavimentos, será construído com material incombustível, inclusive revestimento, esquadrias, portas e janelas. Art. 44 - Cada pavimento deve dispor de sistemas de ventilação permanente (natural ou mecânica) e ter declive nos pisos de, no mínimo, 0,5 % (meio por cento), a partir do poço dos elevadores ou rampa. Art. 45 - O edifício-garagem deve ser usado somente para o fim específico a que se destina, de abrigo para veículos. Art. 46 - Na área destinada ao estacionamento de veículos, bem como nas rampas de acesso, quando houver iluminação, esta far-se-á utilizando equipamentos elétricos blindados. E admitida a iluminação comum na fachada e no poço da escada. Art. 47 - Admite-se a construção de edifício-garagem contíguo a outros, destinados a fins diferentes quando, entre ambos, houver perfeito isolamento, inclusive “hall” e acessos complementares independentes. Art. 48 - As plataformas ou alas de cada pavimento deverão ser interligadas por uma passarela, com largura mínima de 0,70m (setenta centímetros), de material incombustível, com corrimão de grade, onde não houver continuidade de piso. Art. 49 - Em todos os pavimentos, por toda a extensão das fachadas, exceto nas colunas, deverá haver uma abertura livre de, no mínimo, 0,70m (setenta centímetros) de largura. Seção III - Das escadas Art. 50 - Todo edifício-garagem deverá possuir, no mínimo 2 (duas) escadas, do primeiro pavimento à cobertura, situadas em áreas opostas, podendo uma
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