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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA PROCESSOS DE SEPARAÇÃO IV Professor: Josiel Lobato Ferreira BELÉM-PA/2021 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO Alunos: André Luiz Maués Dias Nascimento Antônio Jorge dos Santos Neto Isabelle Cristina Cruz Pereira Emanuela Franca Barbosa Tiago da Silva Arouche Victor Gabriel Silva de Mendonca 1 Extração Líquido-líquido Operação unitária Separação de misturas homogêneas: liquido + liquido INTRODUÇÃO Conceito de extração líquido-líquido O solvente deve apresentar uma afinidade para um determinado soluto da alimentação; 3 INTRODUÇÃO Extração Líquido-líquido Quando a extração líquido-líquido se torna uma opção de escolha? 4 INTRODUÇÃO Impossibilidade prática da separação se efetuar por destilação; Existência de azeótropos; Elevados consumos de energia na destilação; Necessidade de se usar uma sequência de destilação complexa; Material termossensível; Material praticamente não-volátil. Extração Líquido-líquido Usamos a extração quando não conseguimos utilizar a destilação. A+B A+B C A+B A+C EXTRATO RAFINADO SOLVENTE Mistura original mas com uma Pequena quantidade de A INTRODUÇÃO Extração Líquido-líquido Figura 1.1: Funil de decantação Fonte: Brasil Escola A+B A+C A+C Como separar A+C? Usamos a destilação, C tem que ter uma volatilidade diferente de A Cuidado e atenção ao escolher o solvente! Extração multi estágio (várias vezes, afim de refinar) Extração simples estágio INTRODUÇÃO Figura 1.2: fluxo grama de extração líquido-líquido Fonte: Maués 2009 Extração Líquido-líquido INTRODUÇÃO 8 Seleção do solvente Para a seleção do solvente deve-se considerar, entre outros, os seguintes parâmetros: Seletividade Imiscibilidade Densidade Facilidade de recuperação do solvente INTRODUÇÃO Extração Líquido-líquido 9 Exemplos de processos industriais de extração líquido-líquido. INTRODUÇÃO 10 MECANISMO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO No caso dos processos descontínuos, as duas etapas podem ocorrer no mesmo tanque. Cada conjunto misturador-decantador corresponde a um estágio Grande espaço físico requerido para sua instalação Figura 1.3: Misturador/Decantador Fonte: Andrade 2018 Contínuo Descontínuo 11 MECANISMO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO Figura 1.4: Coluna de extração Fonte: Silva 2020 Extração mais efetiva Escoamento em contracorrente 12 EQUIPAMENTO Extração laboratorial Extração laboratorial Sistema de misturadores/decantadores Vários estágios 13 EQUIPAMENTO Colunas de extração para a recuperação e purificação de aditivos alimentares. Colunas de extração para recuperação de piridina para a indústria farmacêutica 14 Coeficiente de partição O equilíbrio líquido/líquido também pode ser descrito pela igualdade dos potenciais químicos (μ) das duas fases líquidas, tal como acontece nos sistemas líquido/vapor. Ou seja, para as fases α e β o equilíbrio entre as fases implica: EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Potencial Químico Um parâmetro importante a ter em conta na seleção do solvente para a extração é o coeficiente de partição ou razão de equilíbrio (K) do soluto entre as duas fases líquidas (solvente adicionado ao processo (y) e diluente da alimentação (x)). Este coeficiente é definido, para o componente i, como: 15 A seletividade do solvente C é definida como a razão entre as razões das frações mássicas soluto/diluente no extrato e no respectivo resíduo em equilíbrio: EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Seletividade 16 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Representação gráfica das relações de equilíbrio O equilíbrio líquido-líquido (ELL) é representado por diagramas ternários a pressão e temperatura constantes; Os diagramas ternários são de 2 tipos mais comuns: Tipo I: 1 par imiscível — diluente-solvente e Tipo II: 2 pares imiscíveis — só o par diluente-soluto é totalmente miscível. Os diagramas ternários podem ser representados como Triângulos equiláteros ou Triângulos retângulos. 17 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Representação gráfica das relações de equilíbrio Tipos mais comuns de equilíbrio líquido-líquido: (a) tipo I; (b) tipo II. 18 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Representação gráfica das relações de equilíbrio Diagrama de fase do sistema ternário acetona (soluto), tolueno (diluente) e água (solvente) a 1 atm e 25ºC representado por um triângulo equilátero. 19 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Representação gráfica das relações de equilíbrio Diagrama de fase do sistema ternário éter isopropílico (solvente), água (diluente) e ácido acético (soluto) a 1 atm e 20 ºC representado por um triângulo retângulo. 20 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO Representação gráfica das relações de equilíbrio Os vértices representam componentes puros; Os pontos internos representam uma mistura dos 3 componentes; As arestas representam a combinação de 2 componentes; A curva de solubilidade separa as regiões de 1 e 2 fases; As composições do refinado e do extrato, sob a curva de solubilidade, estão unidas por uma linha de amarração; Para quaisquer composições da região de 2 fases há uma única linha de amarração; Novas linhas de amarração podem ser interpoladas a partir da linha conjugada; O ponto crítico (P) indica refinado e extrato com a mesma composição. 21 OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS Em sistemas diluídos, o solvente e o diluente podem ser considerados líquidos (totalmente) imiscíveis; Neste caso, os problemas de extração são semelhantes aos problemas de absorção/regeneração; Esses problemas são resolvidos usando: - o método gráfico de McCabe-Thiele ou 2 - o método algébrico de Kremser. Obs.: A partir deste ponto, define-se: D = diluente, A = soluto e S = solvente. 22 EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS – Método de McCabe-Thielle Balanço para o soluto: OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS 23 EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS A extração de líquidos parcialmente miscíveis é a situação mais comum; Estes problemas podem envolver: - um único estágio; - múltiplos estágios em contracorrente ou - múltiplos estágios em correntes cruzadas O método gráfico de Hunter-Nash é usado para a resolução de problemas envolvendo múltiplos estágios em contracorrente. 24 Extração em andar único EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS Balanço Total no Estágio 1: E0 + R2 = E1 + R1 Balanço Total no Estágio N: RN-1 + EN+1 = RN + EM O mesmo vale para Balanço de Componente Rearranjando para ∆: R0 - E1 = R1 – E2 = ∆ Extração em andar único EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS Balanço global: Balanço para o soluto: Balanço para o diluente: 26 Extração em andar único EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS OPERAÇÃO POR ESTÁGIOS Regra da alavanca: EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente Correntes extrato ligadas por: Vazão: E2 , Composição: yA,2 no soluto e yD,2 no diluente. 1 – yA,2 – yD,2 no solvente. Cada extrator atua como um andar de equilíbrio. Cada corrente extrato está em equilíbrio com a corrente refinado que sai do mesmo andar e possuem o mesmo índice. As respectivas composições estão ligadas por uma linha de união no diagrama de equilíbrio de fases; Correntes Rj e Ej são as correntes refinado e extrato que saem do andar j e as respectivas composições estão ligadas por uma linha de união no diagrama de equilíbrio de fases. Em um problema típico de um projeto de processo de ELL: Coluna é isobárica; Coluna é isotérmica; Processo está em estado estacionário; São especificados: Pressão e temperatura; Vazões e composições das correntes de alimentação (F, xA,F, xD,F) e de solvente (S, yA,0, yD,0); Composição do soluto que se pretendeobter no refinado (xA,1); Pretendemos: Número de andares de equilíbrio, N; Vazões e composições das correntes de refinado (R1, xD,1) e de extrato na saída (EN, yA,N, yD,N). EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente Para determinar estas grandezas precisamos, como é habitual, as equações dos balanços da massa e das relações do equilíbrio de fases Como admitimos que há equilíbrio de fases em cada andar, R1 está sobre a curva da fase refinado o que determina uma relação entre xA,1 e xD,1. EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente De forma análoga, EN é uma fase extrato saturada e logo yA,N e yD,N estão relacionados pelo diagrama do equilíbrio de fases. Havendo relações analíticas que traduzam as dependências das concentrações entre o extrato saturado e o refinado saturado, estas duas equações conjuntamente com as 3 equações de balanço de massa perfazem as 5 equações necessárias. EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente 31 Extração multiandar em contracorrente – Método de Hunter-Nash EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Não estando disponível estas relações analíticas temos que utilizar o diagrama ternário Definimos o ponto de mistura M o qual está sobre a linha SF pois Balanço para o soluto: Balanço para o diluente: Antonio 32 EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente – Método de Hunter-Nash Antonio 33 EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em contracorrente – Método de Hunter-Nash Antonio 34 Extração multiandar em contracorrente EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Marcar S, F e a composição de soluto em R1, no diagrama; Marcar M a partir da regra da alavanca ou BM; Determinar EN a partir de R1 (pois são colineares com M); Marcar o ponto ∆ que resulta da intersecção das prolongações de SR1 e ENF; Obter E1 a partir de R1 através de uma linha de amarração; Obter R2 (na curva de solubilidade) ao traçar ∆E1; Repetir os passos 5 e 6 até se obter a separação requerida, isto é, EN. Antonio 35 Extração multiandar em contracorrente EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS O ponto Δ permite determinar as linhas operatórias no método gráfico pois todos os pares de correntes de passagem se situam numa linha reta que passa por Δ. Antonio 36 Extração multiandar em corrente cruzada EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Marcar S e F, no diagrama; Marcar M1 a partir da regra da alavanca ou BM; Obter a linha de amarração que passa por M1 (caso não exista, ela deve ser interpolada a partir da linha conjugada); Obter E1 e R1 a partir da linha de amarração; Obter as vazões de E1 e R1 pela regra da alavanca; Traçar R1S e marcar M2 a partir da regra da alavanca ou BM; Repetir os passos 3 a 6 até chegar ao número de estágios requeridos, N. Antonio EXTRAÇÃO DE LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS Extração multiandar em corrente cruzada 37 38 Exercício de Aplicação A 45ºC e 1 atm, o difenilhexano é extraído, em contracorrente, de uma solução com docosano com 50% em massa de difenilhexano, usando furfural para reduzir a concentração de difenilhexano no produto refinado a 10%. Se emprega-se 800 Kg/h de furfural para cada 500 Kg/h de mistura inicial, calcule o número de estágios teóricos necessários para efetuar a separação indicada. Os dados de equilíbrio são informados na tabela seguinte: 39 Exercício de Aplicação Solução: Balanço global: Balanço para o soluto: A= Difenilhexano (Soluto) B= Docosano (Diluente) C= Furfural (Solvente) F+S=M 500 kg/h + 800 kg/h = 1300kg/h 40 Exercício de Aplicação Solução: 41 Condições Limite de Operação 42 Condições Limite de Operação Balanço global: Balanço para o soluto: Do diagrama: Da regra da alavanca: i i b a mm = ii i i i y K x = iiiyKx BA BA yy xx b = BABAyyxx ( ) 1 NN DxD =- ( ) 11 1 SyS =- 11 d YX K YX = ++ 11 0 N N YY D SXX + - = - ( ) kg de soluto/kg de diluente puro 1 x X x = - kg de soluto/kg de diluente puro1xXx ( ) kg de soluto/kg de solvente puro 1 y Y y = - kg de soluto/kg de solvente puro1yYy 011 NN DXSYDXSY + +=+ 011NNDXSYDXSY 110 NN DD YXYX SS + æö =+- ç÷ èø 110NNDDYXYXSS FSMRE +==+ ,,0,, AFAARAR xFySxRyE +=+ ,,0,,AFAARARxFySxRyE ,,0,, DFDDRDR xFySxRyE +=+ ,,0,,DFDDRDRxFySxRyE SMF ; F MS = ; RME FS ER = + EMR R ME = 1 N FSMRE +==+ 1NFSMRE
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