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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ CAMPUS PROFESSOR BARROS ARAÚJO DISCIPLINA: CONTABILIDADE APLIC. AO SETOR PÚBLICO I PROFESSOR: WILTON DANTAS NEIVA CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS O ORÇAMENTO PÚBLICO PICOS-PI 2021 2 JOÃO VICTOR DOS SANTOS LOPES O ORÇAMENTO PÚBLICO Trabalho apresentado à disciplina Contabilidade aplic. ao setor público I ministrada pelo professor Wilton Dantas Neiva,do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Piauí, Campus de Picos. PICOS-PI 2021 3 1. INTRODUÇÃO Orçamento público é o instrumento utilizado pelo Governo Federal para planejar a utilização do dinheiro arrecadado com os tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, entre outros). Esse planejamento é essencial para oferecer serviços públicos adequados, além de especificar gastos e investimentos que foram priorizados pelos poderes. Portanto, a uma grande importância em relação ao orçamento, visando assim direcionar os gastos mensais e anuais do dinheiro público, destinando assim ao bem estar público como a educação, saúde, segurança, transportes, entre outros. Dentre tudo isso, vemos que não é um processo fácil. O processo de elaboração do orçamento é complexo, pois envolve as prioridades do Brasil, um país com mais de 200 milhões de habitantes. Se já é difícil planejar e controlar os gastos em nossa casa, imagine a complexidade de planejar as prioridades de um país do tamanho do Brasil. No entanto, o planejamento é essencial para a melhor aplicação dos recursos públicos. O orçamento contém estimativa das receitas e autorização para realização de despesas da administração pública direta e indireta em um determinado exercício que, no Brasil, coincide com o ano civil. O processo de planejamento envolve várias etapas, porém três delas se destacam: a aprovação da Lei do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). 2. PRINCIPAIS TIPOS DE ORÇAMENTO Orçamento clássico ou tradicional; Orçamento de Desempenho, Funcional ou Realizações; Orçamento-Programa 4 2.1 Orçamento clássico ou tradicional: • Conceito: Peça que consiste em expor apenas uma listagem do que o governo precisaria receber e gastar para manter as suas atividades existentes, não se preocupando com a implementação de novas ações ou políticas, ou seja, o modelo tradicional ou clássico continha apenas a previsão de receitas e a fixação de despesas, sem nenhuma preocupação com programas e muito menos com planejamento de médio ou longo prazo. • Características: No orçamento tradicional/clássico as projeções de gastos eram estabelecidas considerando-se os orçamentos dos anos anteriores, isto é, baseia-se em dados históricos, sendo essa uma disfunção que pode perpetuar os erros do passado. Esse tipo de orçamento tem como ênfase o que a instituição gasta, e não no que realiza. 2.2 Orçamento de Desempenho, Funcional ou Realizações: • Conceito: É uma evolução do orçamento clássico, cujo objetivo era saber o que o governo faz e não o em que o governo gasta. • Características: Esse modelo orçamentário tinha como característica básica duas dimensões, quais sejam, o objeto de gasto e um programa de trabalho com as ações desenvolvidas. Com isso, esse modelo de orçamento, além de apresentar o objeto de gasto, como no orçamento tradicional, apresentava uma nova dimensão, o programa de trabalho, com a finalidade de avaliar as ações desenvolvidas, quanto ao seu desempenho. 2.3 Orçamento programa: • Conceito: Podemos definir o orçamento-programa como um plano de trabalho expresso por objetivos, ações e metas a serem alcançadas, vinculadas a um processo de planejamento público de médio ou longo prazo e pela identificação dos recursos necessários à sua execução. 5 • Características: trata-se de uma evolução do orçamento de desempenho, cuja ênfase era dada aos resultados. No entanto, não se podia falar em orçamento-programa, pois não havia vinculação do orçamento com o planejamento governamental. Com o orçamento-programa temos uma técnica mais elaborada. 3 LEI DO PLANO PLURIANUAL (PPA) O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento de planejamento governamental de médio prazo, previsto no artigo 165 da Constituição Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública organizado em programas, estruturado em ações, que resultem em bens e serviços para a população. O PPA tem duração de quatro anos, começando no início do segundo ano do mandato do chefe do poder executivo e terminando no fim do primeiro ano de seu sucessor, de modo que haja continuidade do processo de planejamento. Nele constam, detalhadamente, os atributos das políticas públicas executadas, tais como metas físicas e financeiras, públicos-alvo, produtos a serem entregues à sociedade, etc. 3.1 O que deve conter o PPA: • Seus objetivos; • Qual órgão do governo será encarregado de executar o projeto; • Qual será o valor estimado para a concretização do plano; • Qual será o prazo de conclusão estimado; • Quais serão as fontes de recursos; • Quais indicadores irão representar o andamento do projeto; 6 • Quais bens e serviços serão necessários para a concretização; • Qual será a regionalização do plano. 3.2 Princípios básicos: • Identificação clara dos objetivos e prioridades do governo; • Identificação dos órgãos gestores dos programas e órgãos responsáveis pelas ações governamentais; • Organização dos propósitos da administração pública em programas; • Integração com o orçamento; • Transparência. 3.3 Prazos para envio do PPA: Segundo a CF/88, no ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT), o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. 3.4 Considerações importantes: • Vigência – 4 anos – não se confunde com o período de eleição no chefe do executivo, uma vez que o PPA se inicia no 2º ano do mandato e se estendo até o final do 1º ano do mandato subsequente; • Prazo para envio: até 31 de agosto do primeiro ano do mandato 7 • Prazo para devolução: 22 de dezembro do primeiro ano do mandato (encerramento da sessão legislativa). 4 LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS A Lei de Diretrizes Orçamentárias reúne detalhes sobre o uso dos recursos públicos no curto prazo, definindo as ações para o ano seguinte. Cada LDO é construída com base no orçamento do ano anterior, que serve de base para a elaboração do projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias, vigente após aprovação no Senado. O projeto é uma primeira versão da LDO, entregue ao Congresso Nacional para apreciação no primeiro semestre de cada ano, a fim de garantir que as diretrizes sejam discutidas e sancionadas até o meio do ano. No entanto, esse plano precisa ser reavaliado a cada ano, considerando o orçamento disponível e novas prioridades que podem surgir – a exemplo de catástrofes, arrecadação mais baixa que a estimativa, entre outros imprevistos. Definidas as diretrizes para o ano, o Governo está apto a viabilizar a execução das metas, estimando as receitas e fixando a programação das despesas para o exercício financeiro através da Lei Orçamentária Anual (LOA). A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo: • As despesas de capital para o exercício financeirosubsequente; • Orientará a elaboração da lei orçamentária anual; • Disporá sobre as alterações na legislação tributária; e 8 • Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 4.1 Prazos da LDO: O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até 8 meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. • Considerações importantes: • Vigência – 1 exercício financeiro (1 ano); • Prazo para envio: até 15 de abril de cada ano; • Prazo para devolução: 17 de julho. 5 LEI ORÇAMENTARIA ANUAL (LOA) A lei orçamentária anual opera no espaço-tempo de um ano. Isso significa que ela irá guiar as prioridades estatais de curto prazo. Contudo, é preciso considerar que as deliberações dos agentes públicos não são tão vastas, sobretudo pela opção constitucional com receitas obrigatórias. Por exemplo, ao tratar das políticas públicas de ensino e educação, o caput do artigo 212 da Constituição impôs à União a aplicação anual mínima de 18%, e aos Estados e municípios 25% da receita resultante de impostos e transferências. 5.1 Tramitação da Lei Orçamentária Anual O processo de elaboração de qualquer plano orçamentário é de iniciativa privativa do Poder Executivo. 9 No caso da Lei Orçamentária Anual no âmbito federal, após a formação do projeto, ela é encaminhada às comissões mistas e permanentes do Congresso Nacional para que emitam parecer, podendo eventualmente propor emendas. O prazo para envio da LOA ao Poder Legislativo é 31 de agosto de cada ano. 5.2 Outras Exigências constantes na LOA: Além do mais, todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão na LOA. O refinanciamento da dívida pública constará SEPARADAMENTE na lei orçamentária e nas leis de crédito adicional. Não obstante, a atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na LDO, ou em legislação específica. Considerações importantes: • Vigência – 1 exercício financeiro (1 ano); • Prazo para envio: até 31 de agosto de cada ano; • Prazo para devolução: 22 de dezembro de cada ano. 6 O QUE SÃO PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS? Para que o sistema orçamentário possa funcionar com harmonia, o ordenamento prevê cinco fundamentos jurídicos, chamados de princípios orçamentários: • Princípio do Equilíbrio: O princípio do equilíbrio existe para que toda despesa tenha uma correspondente receita. 10 • Princípio da Plenitude: No princípio da plenitude, todas as despesas e receitas devem ser condensadas em um único documento legislativo. • Princípio da Exclusividade ou da Pureza Orçamentária: O princípio da exclusividade veda que a lei orçamentária seja acrescida de normas estranhas à sua natureza. Assim, a lei orçamentária não poderá prever outra coisa senão receita ou despesa, nos termos do art. 165, §8º da CF. • Princípio da Anualidade: Conforme o princípio da anualidade, a Lei Orçamentária Anual deve ser aprovada anualmente. Ou seja, todo o ano deve existir uma nova LOA com duração de 01 de janeiro até 31 de dezembro. • Princípio da Especialidade: No princípio da especialidade, todas as dotações orçamentárias devem ser especificadas quanto ao valor e ao objeto. Já a dotação pode ser genérica, abrangendo diversas despesas em uma, mas nunca incerta. 7 CONCLUSÃO Portanto, o orçamento público é de suma importância para o ambito público principalmente pois é onde de “certa forma” o dinheiro vai ser destinados para as políticas públicas. Por isso, o orçamento público tem a função de demonstrar as ações do governo, além de possibilitar a fiscalização e o controle sobre as finanças públicas. Um plano orçamentário anual por exemplo, deve ser muito bem pensado e articulado para não acarretar em sistemas sucateados, gerando danos por falta de investimentos a longo prazo que, a depender do regime, podem se tornar irreversíveis para o país. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. Orçamento público. Disponível em: <https://www.portaltransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/orcamento- publico> PRAZERES, Paulo Joviano Alvares. ORÇAMENTO PÚBLICO: uma analise de conceitos e aplicações: O presente trabalho busca apresentar uma analise da matéria Orçamento Publico sob sua ótica conceitual e sua aplicabilidade enquanto disciplina no ramo das ciências sociais aplicadas.. [S. l.], 1 mar. 2020. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/80179/orcamento-publico-uma-analise-de-conceitos- e-aplicacoes.> Acesso em: 18 dez. 2021. SISTEMAS, Betha. PPA: 5 dicas importantes para a elaboração do Plano Plurianual: Um novo mandato é sempre acompanhado de muitas novidades e atividades a serem iniciadas. Uma delas é o PPA, o Plano Plurianual, responsável por apontar diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública.. [S. l.], 29 jul. 2021. Disponível em: <https://www.betha.com.br/blog/ppa/.> Acesso em: 18 dez. 2021. SILVEIRA, Leonardo Ricardo Machado. Saiba as Principais Características sobre PPA, LDO e LOA, de acordo com a LRF: Veja os principais pontos sobre PPA, LDO e LOA, de acordo com a LRF e com a Constituição Federal. [S. l.],18 dez. 2020. Disponível em: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/saiba-as principaiscaracteristicas-sobre-ppa-ldo-e-loa-de-acordo-com-a-lrf/>. Acesso em: 18 dez. 2021. INTERESSE PÚBLICO LDO: O que é e Para Que Serve? [Guia Completo]: INTERESSE PÚBLICO LDO: O que é e Para Que Serve? [Guia Completo]. [S. l.], 27 jun. 2019. Disponível em: <https://fia.com.br/blog/ldo/>. Acesso em: 18 dez. 2021. 12 SOUZA, Airson Araújo. Modelos, tipos ou técnicas de Orçamento Público: Modelos, tipos ou técnicas de Orçamento Público. [S. l.], 20 out. 2020. Disponível em: <https://www.tecconcursos.com.br/blog/modelos-tipos-ou- tecnicas-de-orcamento-publico/>. Acesso em: 18 dez. 2021. MARTINELLI, Gustavo. Entenda como funciona a Lei Orçamentária Anual (LOA): A lei orçamentária anual (LOA) é a planilha do orçamento estatal com a estimativa de receitas e fixação de despesas executadas ao longo do ano. De forma muito detalhada, o Estado apresenta o planejamento de pagamento com pessoal, aposentadoria e dos investimentos nas áreas de governo, como saúde e segurança.. [S. l.], 25 ago. 2021. Disponível em: <https://www.aurum.com.br/blog/lei-orcamentaria-anual/>. Acesso em: 18 dez. 2021.
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