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Resumo - Anemias e Policitemias

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Anemias e Policitemias 
Eritrograma: Parte do hemograma que avalia os eritrócitos (hemácias) em tamanho, formato, 
intensidade de cor, e quantidade de hemoglobina que cada eritrócito possui. Também é 
mensurada a porcentagem de células vermelhas em relação a contagem total de células 
sanguíneas (hematócrito). 
Anemia: Diminuição de toda a série vermelha do Eritrograma. 
Policitemia: Aumento da série vermelha do Eritrograma. 
 
Anemia 
• ↓ Eritrócitos (hemácias) 
• ↓ Concentração de Hemoglobina 
• ↓ Hematócrito/Volume Globular (VG) 
A hipóxia tecidual é causada pela diminuição de todos esses fatores, que são relacionados 
entre si e, portanto, diminuem em conjunto. A hipóxia pode levar ao aparecimento de diversos 
sinais clínicos. 
Anemia não é diagnóstico, pode estar associada a outra doença! 
Anemia Hemolítica Imuno Mediada (AHIM) é a única considerada “diagnóstico”, visto que é o nome 
da doença, porém pode ocorrer a partir de diversas causas. 
As anemias podem ser classificadas em Regenerativas ou Arregenerativas de acordo com a 
resposta da medula óssea frente à redução da série vermelha. 
Regenerativas: A medula óssea é capaz de compensar a redução da série vermelha 
produzindo mais células sanguíneas, aumentando a eritropoiese. 
Arregenerativas: Pode ocorrer por alterações que levam a redução da eritropoiese ou por 
dificuldade de resposta da medula óssea frente à diminuição da série vermelha. 
 
Quando suspeitar? 
• Apatia, intolerância ao exercício → Hipóxia tecidual. 
• Taquicardia (↑ FC) → Mandar mais sangue para os tecidos → Compensação da falta 
de oxigenação. 
• Taquipneia (↑ FR) → Captar mais O2 → Compensação da falta de oxigenação. 
• Mucosas pálidas: ↓ de hemoglobina 
• Mucosas ictéricas: Pode ocorrer por conta de hemólise (anemia hemolítica) → 
liberação de hemoglobina → conversão em bilirrubina indireta → icterícia pré-
hepática. 
• Epistaxe: Sangramento nasal espontâneo → Pode estar associado a trombocitopenia 
(↓ plaquetas). 
• Melena e hematoquezia: Sangue nas fezes. 
• Plasma/soro hemolisado ou ictérico. 
 
Independente da apresentação clínica, é essencial que se faça uma investigação 
laboratorial hematológica 
 
Investigação laboratorial 
• Confirmar a redução de toda a série vermelha e quantificar. 
• Verificar os achados morfológicos dos eritrócitos. 
• Encontrar o mecanismo fisiopatológico. 
• Verificar se há ou não resposta medular e sua intensidade. 
 
 
Relativa ou Absoluta? 
Relativa: Ocorre quando há expansão do volume plasmático. 
• Excesso de fluidoterapia que leva a hemodiluição → Massa eritrocitária diluída. 
 
A desidratação pode mascarar uma anemia discreta. O paciente perde a porção líquida do 
sangue (plasma) e a concentração de células aumenta → Eritrocitose. 
Absoluta: Merece ampla investigação, é a forma mais comum, sendo classificada de acordo 
com a morfologia dos eritrócitos, mecanismos patogênicos e resposta eritróide da medula 
óssea. 
 
A: Normal. B: Hemodiluição. C: Eritrocitose. 
 
Quantificação do Volume Globular 
O VG é determinado por meio da leitura de micro-hematócrito em que é utilizada uma régua 
própria para essa mensuração. 
O capilar contendo sangue é centrifugado e fica visível a separação da massa eritrocitária 
(coagulada) e do plasma. Em seguida, esse capilar centrifugado é colocado diante do quadro 
de leitura contendo uma régua que irá determinar a altura da massa eritrocitária, obtendo-se o 
hematócrito em porcentagem. 
 
 
VG < 15%: Quadro crítico de anemia! 
O clínico deverá determinar a necessidade de transfusão sanguínea, além de buscar e tratar a 
causa da anemia. 
 
Classificação 
Para determinar as causas prováveis da anemia é necessário avaliar em conjunto os seguintes 
fatores: 
• Morfologia dos eritrócitos → Tamanho, coloração e formato das hemácias. 
• Resposta medular eritroide → Se existe compensação medular eritroide e se esta é 
suficiente para corrigir a alteração da série vermelha. 
• Características fisiopatogênicas → Possíveis causas que levaram a instalação da 
anemia. 
 
Classificação Morfológica 
A partir da análise conjunta dos eritrócitos, concentração de hemoglobina e VG (eritrograma) 
tem-se os índices hematimétricos, que auxiliam na classificação morfológica da anemia. São 
eles: 
• Volume Corpuscular Médio (VCM) → Informações quanto ao tamanho dos 
eritrócitos. 
• Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) → Informações quanto a 
coloração dos eritrócitos. 
 
 
Quanto ao VCM avalia-se a anisocitose, que é a variação no tamanho celular. 
Anisomacrocitose: Células de tamanhos maiores que o normal. 
Anisomicrocitose: Células de tamanhos menores que o normal. 
• VCM ↓ Anemia Microcítica 
• VCM = Anemia Normocítica 
• VCM ↑ Anemia Macrocítica. 
 
Quanto ao CHCM avalia-se a policromatofilia, que é a variação das propriedades tintoriais 
da hemoglobina (variação da afinidade tintorial da hemoglobina com os eritrócitos → 
coloração). 
• CHCM ↓ Anemia Hipocrômica 
• CHCM = Anemia Normocrômica 
Hipercromia/Anemia Hipercrômica → Termo inadequado → Após a hemólise intensa, a 
hemoglobina encontra-se livre na circulação e ainda não foi depurada. 
 
 
Macrocitose e Hipocromia 
Células de tamanho maior e menor coloração que o normal. 
• Geralmente está associado com anemias hemorrágicas ou hemolíticas → Perda ou 
destruição de células sanguíneas. 
• Sugere intensa resposta medular → Células jovens que caíram na circulação, 
provavelmente porque a demanda estava grande por perda ou destruição celular. 
 
Normocitose e Normocromia 
Células de tamanho e coloração normais. 
• Sugere depressão da eritropoiese → Se está ocorrendo o processo de destruição de 
células sanguíneas (anemia) e as células se mantém todas iguais, é possível que a 
eritropoiese não esteja sendo suficiente → Deve ser confirmado por avaliação dos 
reticulócitos. 
• Pode ser observada na fase inicial de anemias severas (3 primeiros dias), já que ainda 
não houve tempo para uma eritropoiese intensa. 
• Comum em doenças crônicas que afetam a medula óssea → Doença renal crônica que 
leva a deficiência de eritropoetina → Eritropoiese é inadequada. 
Nesse caso, deve-se avaliar os reticulócitos → Reticulocitose insignificante ou ausente 
→ A medula é incapaz de corrigir a anemia. 
 
Microcitose e/ou Hipocromia 
Células com tamanho menor e/ou com menor coloração. 
• Pode ocorrer por deficiência ou indisponibilidade de Ferro e Vit B6 → Que são 
substratos para a síntese de hemoglobina. 
 
Poiquilocitose → Identificação de outras alterações morfológicas dos eritrócitos (formato). 
 
 
Classificação da Resposta Medular 
Anemia Responsiva: Nesse tipo de anemia a medula óssea está funcionando e respondendo 
bem ao processo, liberando na circulação células sanguíneas jovens (eritrócitos macrocíticos). 
• VCM ↑ Anemia Macrocítica. 
• Causa da anemia geralmente relacionada a hemólise e hemorragia. 
 
Anemia Não Responsiva: Se a medula não está respondendo bem ao processo de anemia, os 
eritrócitos encontram-se normocíticos ou microcíticos. 
• VCM = Anemia Normocítica 
• VCM ↓ Anemia Microcítica 
• Eritropoiese reduzida, ineficaz ou defeituosa. 
 
Causa Anêmica Extramedular 
A presença de células jovens circulantes indica que o mecanismo fisiopatológico que levou ao 
desenvolvimento da anemia é EXTRAMEDULAR, ou seja, se existem células jovens na 
circulação sanguínea quer dizer que a medula óssea está sendo capaz de produzi-las 
adequadamente. 
Nesse caso, a anemia é decorrente de perda (hemorragia) ou destruição acelerada de 
eritrócitos (hemólise). 
Características das células jovens 
• Hipocrômicas; 
• Anisomacrocitose; 
• Nucleadas → Rubrícitos e Metarrubrícitos; 
• Resquícios de núcleo persistentes → Corpúsculos de Howell-Jolly; 
o A ausência de processo anêmico concomitante a presença desses corpúsculos 
indica que a função depurativa do baço está comprometida. 
• Membrananuclear persistente → Anel de Cabot; 
• Ribossomos persistentes → Pontilhado basofílico. 
 
 
Esfregaço sanguíneo de um cão com anemia severa. Observa-se células sanguíneas 
jovens. 
 
Policromatofilia 
É um indicativo do aumento de reticulócitos no sangue, ou seja, indica se a resposta da 
medula óssea é significativa. 
Os policromatófilos são eritrócitos jovens, maiores do que os maduros, que já eliminaram o 
núcleo (hipocromia), mas ainda apresentam basofilia pela presença de RNA, por isso esta 
alteração indica resposta ativa da medula óssea, ou seja, ocorre nas anemias responsivas. 
2+ (duas cruzes) policromatofilia = Resposta significativa da medula 
Cada espécie possui uma quantidade necessária de hemácias policromáticas por campo 
(1000x) para ser considerado 2+ de policromatofilia. 
• Cão: 8 a 14 hemácias policromáticas por campo; 
• Felinos: 3 a 8; 
• Bovinos: 6 a 10. 
 
Confirmação e quantificação da resposta medular 
Além de avaliar as características morfológicas dos eritrócitos, é necessária a avaliação dos 
reticulócitos para que se possa confirmar e quantificar a resposta medular. 
A contagem dos reticulócitos não está inserida no hemograma, deve ser solicitada a parte. 
Reticulocitose: Aumento na contagem dos reticulócitos circulantes. 
• Indica uma maior atividade eritropoietica (produção acelerada de eritrócitos). 
• Anemia responsiva. 
• Para confirmar se a resposta medular está sendo suficiente deve ser avaliada a 
contagem de reticulócitos corrigida de acordo com o grau da anemia (fórmula). 
o Reticulocitose leve para anemia discreta = Resposta medular suficiente. 
o Reticulocitose leve para anemia severa = Resposta medular insuficiente. 
 
 
 
A contagem de reticulócitos é feita principalmente para cães e gatos, mas os bovinos também 
podem apresentar uma resposta leve, sendo avaliada a reticulocitose em casos anêmicos para 
definir se esta anemia é regenerativa ou arregenerativa. 
Os equinos não possuem sinais de atividade eritropoietica no sangue periférico, ou seja, 
mesmo no caso de anemias severas não há liberação de reticulócitos. A determinação da 
resposta medular deve ser feita com base na avaliação da medula óssea (mielograma). 
 
 
Reticulócitos corados com azul de metileno. 
 
Mecanismos fisiopatogênicos 
Dentre os mecanismos que podem levar à anemia, estão: 
• Hemólise → Em geral está associada a anemias regenerativas; 
• Hemorragia → Anemias regenerativas; 
• Eritropoiese reduzida ou ineficaz → Anemia arregenerativa. 
 
Anemias Regenerativas 
Têm como mecanismos fisiopatogênicos a hemólise ou hemorragias. 
Como determinar se a anemia é Hemolítica ou Hemorrágica? 
• Anamnese → Buscar o histórico do paciente; 
• Exame físico criterioso → Mucosa ictérica (sugere hemólise); 
 
• Solicitar exames além do eritrograma: 
 
 
o Índice ictérico: 
Pode estar aumentado em decorrência do aumento de bilirrubinas indiretas na anemia 
hemolítica. 
o Proteína plasmática total (PPT): 
Pode estar reduzida em quadros de hemorragia. 
o Bilirrubina total (direta e indireta) e frações: 
Em caso de hemólise intensa, o valor da bilirrubina total pode estar aumentado por conta do 
aumento da bilirrubina indireta circulante, caracterizando uma anemia hemolítica. 
o Pesquisa de hematozoários: 
Busca por agentes que podem levar a processos hemolíticos. Ex: babesia. 
 
Anemias Hemolíticas 
Alterações que sugerem anemias hemolíticas: 
• ↑ índice ictérico - ↑ bilirrubinas indiretas. 
• Fezes escurecidas: ↑ estercobilinogênio. 
• Urina escurecida: ↑ urobilina. 
 
Origem da hemólise: 
➔ Intravascular: Geralmente, o curso clínico da doença é mais rápido. 
• Hemoglobinemia (plasma) → Pigmento avermelhado no plasma. 
• Hemoglobinúria (urina) → Pigmento avermelhado na urina. 
• ↑ CHCM → Caracteriza uma hipercromia, porém a hipercromia é um erro (está 
mensurando Hb circulante). 
 
➔ Extravascular: Diversas causas. 
• Fagocitose por macrófagos (baço e fígado). 
 
Substâncias que podem induzir a hemólise: 
• Fenotiazinas; 
• Acetaminofeno (paracetamol); 
• Intoxicação por cebola/alho; 
• Acidentes ofídicos; 
• Outros medicamentos que induzem oxidação da hemoglobina. 
Essas substâncias induzem a oxidação da Hemoglobina e, como consequência, uma anemia 
hemolítica com a presença de Corpúsculos de Heinz. 
Corpúsculos de Heinz geralmente indica anemia hemolítica. 
 
Setas pretas: Hemácias com Corpúsculos de Heiz. 
Ponta da seta preta: Reticulócito, caracterizando uma anemia regenerativa. 
Os Corpúsculos de Heiz podem estar presentes em pacientes que fizeram esplenectomia e 
também em alguns gatos saudáveis, pois esses animais têm propensão a oxidação da 
hemoglobina. 
Anemia Hemolítica Imunomediada 
É mais frequente em cães. 
Ocorre devido a ação de anticorpos contra os próprios eritrócitos, levando a hemólise intensa. 
Essa destruição intensa dos eritrócitos induz uma regeneração marcante, com intensa 
reticulocitose. 
Pode ser classificada em: 
• Primária → Idiopática, ou seja, sem causa definida. 
• Secundária → Há doença associada. 
o Hemoparasitoses; 
o Neoplasias; 
o Uso de determinados medicamentos (depende do organismo do animal) → 
Penicilina, Cefalosporina, Sulfas. 
 
Exames para diagnóstico de AHI: 
1) Esfregaço sanguíneo → Se encontrar alterações morfológicas, não necessita fazer o 2. 
2) Aglutinação em solução salina; 
3) Teste de Coombs. 
Características morfológicas específicas da AHI (esfregaço sanguíneo): 
• Esferocitose: 
Os esferócitos são eritrócitos com tamanho menor, bastante densos e arredondados. 
• Eritrofagocitose: 
No esfregaço sanguíneo, pode-se observar monócito fagocitando eritrócito. 
 
Anemias Hemorrágicas 
➔ Externa ou Interna 
• Hemorragias externas e profusas são de fácil reconhecimento. 
Pode ser observada em traumas, epistaxe, melena. 
Na sorologia é caracterizada por perda de proteína (hemograma ↓ PPT) e ferro. 
• Hemorragias internas e discretas são difíceis de reconhecer. 
Nesse caso, a perda de proteína não é tão alta, pois as substâncias que se perdem podem ser 
reabsorvidas. Então, a PPT não é tão reduzida. 
➔ Aguda ou Crônica 
• Aguda: 
Pode ser causada por traumatismos, ulcerações gastrointestinais grandes, distúrbios 
hemostáticos (↓ contagem de plaquetas), intoxicações por varfarina ou samambaia. 
o Sinais clínicos: Taquicardia e taquipneia. 
Na hemorragia aguda, o organismo não tem “tempo” de se adaptar a uma queda brusca de 
sangue e oxigênio. Então, o animal pode apresentar taquicardia e taquipneia na tentativa de 
melhorar a oxigenação tecidual. 
Dependendo do quanto de sangue foi perdido, o organismo pode entrar em choque 
hipovolêmico, por conta da diminuição brusca do volume circulante e pode vir a óbito. 
Como efeito compensatório em resposta a uma perda intensa de eritrócitos e do volume 
circulante (VG), o baço (reserva de eritrócitos) se contrai para liberar os eritrócitos para o 
sangue periférico, como forma de compensar e manter a oxigenação. 
No entanto, o efeito de aumentar o número de eritrócitos circulantes e, consequentemente, o 
VG é transitório. Porque o próprio organismo para tentar melhorar a circulação, passa a 
absorver mais líquido para dentro do vaso e, consequentemente, esses eritrócitos vão sendo 
diluídos. 
 
Na fase inicial da hemorragia aguda, tem-se uma anemia normocítica e normocrômica. 
Pois nessa fase inicial, a medula ainda não teve tempo para responder. 
A medula demora de 2 a 3 dias para conseguir responder a diminuição de eritrócitos. Se não 
houver nenhuma lesão medular, a medula passa a liberar células jovens na circulação. Então, 
começa-se observar policromatofilia e reticulocitose, que demonstram atividade medular. 
Em animais saudáveis, espera-se que em 7 dias (pico) seja possível observar macrocitose e 
hipocromia com reticulocitose intensa, que é característico de anemias regenerativas. 
 
• Crônica: 
Pode ser causada por lesõeshemorrágicas no TGI, parasitas gastrointestinais, ectoparasitas 
(intensa). 
Os animais podem ser assintomáticos ou apresentar sintomatologia discreta, por conta da 
adaptação ao déficit de sangue e O2 devido a evolução da doença ter sido de forma gradual. 
o VG 12 e 15% → Apatia, fraqueza, cansaço frente a esforço físico. 
 
Anemia Ferropriva 
Em alguns pacientes com quadros hemorrágicos crônicos com perda externa, pode-se 
observar um esgotamento das reservas de ferro, caracterizando uma anemia ferropriva. 
A anemia ferropriva, geralmente é microcítica - uma vez que o ferro é essencial para a 
formação dos eritrócitos - e hipocrômica. 
Acomete mais comumente animais jovens, pois estes não apresentam reservas de ferro. 
 
Análise citológica 
Na avaliação citológica do esfregaço sanguíneo, alguns fatores podem auxiliar no diagnóstico. 
➔ Pesquisa de hemoparasitas 
É valido para anemias hemolíticas e hemorrágicas, já que as duas formas podem ser 
decorrentes de hemoparasitose. 
Os principais hemoparasitas encontrados no esfregaço sanguíneo são: Babesia, Anaplasma, 
Mycoplasma, Erlichia. 
Os hemoparasitas podem ser encontrados no sangue periférico, principalmente na fase aguda 
da doença. Pois nessa fase há uma maior parasitemia, principalmente na doença em que há 
picos febris. 
Importante: A ausência de hemoparasitas NÃO exclui o diagnóstico. Pode ser que naquela 
amostra não tenha sido encontrado ou que a parasitemia não esteja alta. Por isso, se ainda 
houver suspeita clínica é ideal que se realize outros exames mais sensíveis (sorológicos, 
PCR). 
 
 
 
 
 
Possíveis causas de anemias regenerativas 
 
Anemias Arregenerativas 
NÃO há resposta medular 
Portanto, não existe células jovens circulantes, ou seja, não há reticulocitose e não há 
policromatofilia evidente. 
Geralmente, são anemias normocíticas e normocrômicas. 
A ausência de resposta medular pode ser por redução da eritropoiese ou eritropoiese 
ineficaz ou defeituosa. 
Em geral, espera-se que a partir do momento em que existe uma anemia instalada, uma 
resposta fisiológica do organismo é induzir a eritropoiese pela medula óssea e que essas 
células jovens sejam liberadas na circulação de forma compensatória. Essa resposta não vai 
acontecer quando: 
• Existir uma lesão na medula óssea que impeça que ela faça uma eritropoiese de uma 
forma adequada. 
• Ausência de elementos necessários para eritropoiese (substratos para formação dos 
eritrócitos). 
Nas anemias arregenerativas é mais difícil definir o mecanismo e chegar até a causa, uma vez 
que pode ser necessário um exame direto do material da medula óssea. 
Os passos para investigar de onde vem a anemia arregenerativa são: 
1) Intensidade da anemia 
Uma anemia discreta pode estar associada a uma supressão leve secundária à outra doença. 
Ex: uma anemia normocítica e normocrômica arregenerativa secundária a uma doença renal 
crônica. Pois a doença renal crônica diminui a produção de eritropoetina pelos rins e, 
consequentemente, há um menor estímulo para a eritropoiese pela medula óssea. 
A aplasia medular primária (anemias aplásicas) é uma doença da medula óssea em que há 
diminuição direta da eritropoiese. Nesse caso, dada a intensidade da aplasia, os valores de 
hematócrito são muito baixos. 
2) Avaliação da medula óssea 
A avaliação conjunta da medula óssea a partir de punção da medula e coleta de material da 
medula óssea (mielograma) podem auxiliar a identificar o mecanismo de desenvolvimento. 
O mielograma avalia qualitativamente e quantitativamente a medula óssea. 
➔ Medula Hiperproliferativa: associada a deficiência de substrato para eritropoiese. 
Nesse caso, tem-se a produção de eritrócitos defeituosos (pequenos e imaturos) e 
incapazes de exercer a função adequada. Então, a eritropoiese é ineficaz ou defeituosa. 
 
➔ Hipoproliferativa: está associada a redução do metabolismo ou síntese de 
eritropoetina que, consequentemente, diminui o estimulo para a eritropoiese (↓ 
eritropoiese). 
Avaliações: 
• Mielograma → Sempre deve ser interpretado em conjunto com o hemograma. 
• Avaliação hepática; 
• Avaliação renal; 
• Funções endócrinas → Alterações na tireoide pode reduzir o metabolismo global do 
organismo e, consequentemente, levar a diminuição da produção de eritropoetina e 
diminuição do estímulo para eritropoiese. 
• Inflamações crônicas → O ferro é transformado em lactoferrina nos leucócitos, então, 
geralmente tem-se uma leucocitose (↑ leucócitos totais) e esse ferro não pode ser 
utilizado na eritropoiese. 
Nas anemias arregenerativas, deve-se avaliar se essa interferência é exclusivamente na 
eritropoiese ou se também há interferências na granulopoese (leucócitos) e trombopoese 
(plaquetas). 
➔ Anemia, sem alterações em leucócitos e plaquetas 
A lesão é exclusiva da linhagem de células vermelhas. 
➔ Anemia + Leucopenia (↓ leucócitos totais) + Trombocitopenia (↓ plaquetas) 
Quando há essa associação, denomina-se PANCITOPENIA. É uma diminuição de todas as 
células do sangue. 
A Pancitopenia pode ser reversível ou irreversível. 
Possíveis causas de anemias arregenerativas 
 
 
Policitemias / Eritrocitoses 
Eritrocitose: aumento de toda a parte do eritrograma 
• ↑ Eritrócitos 
• ↑ Concentração de Hemoglobina 
• ↑ Hematócrito / VG 
Quando há um aumento de vários tipos celulares no sangue, denomina-se Policitemia vera ou 
Eritrocitose primária verdadeira. 
• ↑ Eritrócitos 
• ↑ Leucócitos 
• ↑ Plaquetas 
 
Eritrocitose Relativa 
Há apenas uma “impressão” do aumento dos eritrócitos. Trata-se de uma resposta do 
organismo frente a uma situação específica. 
➔ Hemoconcentração (mais comum) 
Nesse caso, um paciente desidratado tem uma perda do plasma e o sangue fica mais 
concentrado, levando a impressão que há mais células sanguíneas circulantes. Mas na 
realidade, a hemoconcentração é ocasionada por desidratação. 
↑ VG associado ao ↑ PPT 
A partir da reidratação do paciente, tem-se uma normalização desses valores. 
 
➔ Contração esplênica por excitação (esforço físico intenso, medo, estresse) 
É mais frequente em equinos, porém pode acometer qualquer espécie. Nesse caso, a excitação 
estimula uma contração esplênica, fazendo com que o baço libere na circulação os eritrócitos 
armazenados. 
↑ VG (repentino) 
A PPT pode aumentar um pouco, porém é um aumento discreto que não acompanha o 
aumento do hematócrito. 
 
 
Resumo 
 
Eritrocitose Absoluta 
Há um aumento real de produção dos eritrócitos, que ocorre baseado em alguma doença. 
↑ VG 
Pode ser causado pela Policitemia vera ou de forma secundária a diversas outras doenças, que 
podem levar ao estímulo de uma maior produção de eritropoetina e, consequentemente, maior 
eritropoiese, que resulta em um maior número de eritrócitos circulantes, levando ao aumento 
do hematócrito. 
A PPT não altera. 
 
 
➔ Eritrocitose absoluta PRIMÁRIA 
Também chamada de Policitemia vera ou Eritrocitose primária verdadeira. 
↑ Eritrócitos ↑ Leucócitos ↑ Plaquetas 
Trata-se de uma doença mielo proliferativa rara, de evolução gradual. 
É um tipo de eritrocitose “idiopática”, causada por uma proliferação eritroide autônoma. Há 
um estímulo constante para que a medula óssea produza mais células sanguíneas. 
NÃO está associada à hipóxia e NÃO há um aumento da eritropoetina, há somente um 
aumento da produção das células sanguíneas. 
Há um aumento absoluto e concomitante nas contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. 
Os sinais clínicos são inespecíficos, pois a evolução é gradual. Quando há percepção de sinais 
clínicos, a doença está avançada. Nesse caso, o VG pode atingir próximo de 90% e alguns 
sinais ocorrem: 
• Hiperviscosidade do sangue → o sangue tem dificuldade para circular. 
• Prejuízo à oxigenação → uma vez que o sangue está muito viscoso, ele não consegue 
chegar aos tecidos. 
• Formação de trombos → o sangue viscoso está propenso a formação de trombos. 
 
A investigaçãode uma suspeita de eritrocitose absoluta deve iniciar pela SECUNDÁRIA, 
uma vez que a primária é mais rara. 
 
➔ Eritrocitose absoluta SECUNDÁRIA 
↑ EPO ↑ Eritrócitos 
Há um aumento da produção de eritropoetina (EPO ) e, consequentemente, aumento do 
estímulo para a eritropoiese. 
Diversas doenças podem causar esse aumento. 
Principais causas: 
• Doença pulmonar ou cardíaca crônica, animais que vivem em altas altitudes (má 
oxigenação) 
A hipóxia tecidual é fundamental para o maior estimulo de EPO pelos rins, pois aumenta a 
eritropoiese e, consequentemente, aumenta o número de eritrócitos na circulação, visando 
carrear mais O2 para compensar a hipóxia. 
• Neoplasias renais 
Algumas neoplasias renais e rins policísticos podem aumentar a produção de EPO e, 
consequentemente, a eritropoiese, causando uma eritrocitose absoluta secundária. 
• Fibrossarcomas extra-renais, nasais e pulmonares 
Mesmo em ausência de hipóxia, alguns fibrossarcomas podem aumentar a produção de EPO 
e, consequentemente, a eritropoiese, causando uma eritrocitose absoluta secundária. 
 
Resumo

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